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SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E JUSTIÇA CORPO DE BOMBEIROS MILITAR GERÊNCIA DE ENSINO - GEBM

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ANÁLISE DA NECESSIDADE DA IMPLEMENTAÇÃO DE UM ELEMENTO DE SEGURANÇA PERMANENTE, VISANDO REDUZIR OS RISCOS E

DANOS PROPORCIONADOS PELA FUMAÇA EM INCÊNDIOS EM AMBIENTES CONFINADOS.

JOSÉ AUGUSTO DE MOURA NEVES

Goiânia-GO 2011

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JOSÉ AUGUSTO DE MOURA NEVES

ANÁLISE DA NECESSIDADE DA IMPLEMENTAÇÃO DE UM ELEMENTO DE SEGURANÇA PERMANENTE, VISANDO REDUZIR OS RISCOS E

DANOS PROPORCIONADOS PELA FUMAÇA EM INCÊNDIOS EM AMBIENTES CONFINADOS.

Goiânia - GO 2011

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JOSÉ AUGUSTO DE MOURA NEVES

ANÁLISE DA NECESSIDADE DA IMPLEMENTAÇÃO DE UM ELEMENTO DE SEGURANÇA PERMANENTE, VISANDO REDUZIR OS RISCOS E

DANOS PROPORCIONADOS PELA FUMAÇA EM INCÊNDIOS EM AMBIENTES CONFINADOS.

Trabalho elaborado para fins de avaliação final do Curso de Formação de Oficiais da Academia Bombeiro Militar do Estado de Goiás.

Este trabalho é de domínio público e pode ser copiado, reproduzido e exposto em páginas da internet livremente, desde que não seja alterado e seja citado o autor.

Orientador: TC QOC BM SERGIO RIBEIRO LOPES

Goiânia – GO 2011

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Agradeço em primeiro lugar a Deus que iluminou o meu caminho durante toda esta caminhada. Agradeço também ao meu amado e querido filho, Gabriel pela paciência e também o peço desculpas por tê-lo feito ficar tanto tempo longe de seus pais, e a minha amada esposa, Amanda Neves que de forma especial e carinhosa me deu força e coragem, me apoiando nos momentos de dificuldades

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Transferência de calor pela convecção da fumaça... 3

FIGURA 2: Evolução de um incêndio em um compartimento... 4

FIGURA 3: Evolução de um incêndio em um compartimento especificando as zonas de risco do flashover e backdraft... 12

FIGURA 4: Técnica de ventilação horizontal... 18

FIGURA 5: Técnica de ventilação vertical... 18

FIGURA 6: Flashover no experimento sem o controle de fumaça... 24

FIGURA 7: Edificação livre de fumaça, no experimento com sistema de controle de fumaça... 25

FIGURA 8: Edificação tomada pela fumaça, no experimento sem sistema de controle de fumaça... 26

FIGURA 9: Destruição causada pelo incêndio, no experimento sem sistema de controle de fumaça... 27

FIGURA 10: Destruição causada pelo incêndio, no experimento com sistema de controle de fumaça... 27

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1: Produtos danosos mais importantes dos materiais e suas

concentrações nocivas... 7 TABELA 2: Efeitos do monóxido de carbono sobre o corpo humano... 8 TABELA 3: Sistemas de introdução de ar e extração de fumaça... 22

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1: Temperatura do cômodo incendiado... 23 GRÁFICO 2: Temperatura do cômodo não incendiado... 25

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 1

2 REVISÃO DA LITERATURA... 2

2.1 Incêndio em ambiente confinado... 2

2.2 Principal forma de propagação do calor nos incêndios em ambientes confinados... 2

2.2.1 Convecção... 2

2.3 Fases do incêndio em ambiente confinado... 3

2.3.1 Estágio de crescimento ou fase inicial... 3

2.3.2 Estágio de pleno desenvolvimento ou queima livre... 4

2.3.3 Estágio de declínio ou queima lenta... 4

2.4 A fumaça e seus efeitos... 5

2.5 Gases mais comuns que compõem a fumaça... 6

2.5.1 Monóxido de carbono... 7

2.5.2 Acroleína... 9

2.5.3 Gás clorídrico... 9

2.5.4 Gás carbônico ou dióxido de carbono... 9

2.5.5 Gás cianíodrico-HCN... 10

2.5.6 Óxidos de nitrogênio... 10

2.5.7 Fosgênio... 10

2.6 Flashover... 11

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2.7 Backdraft... 13 2.8 Ventilação... 15 2.8.1 A importância da ventilação... 15 2.8.2 Ventilação tática... 16 2.8.3 Tipos de ventilação... 16 a) Ventilação natural... 17 b) Ventilação forçada... 17 2.8.4 Técnicas de ventilação... 17

2.8.5 Ventilação horizontal ou cruzada... 17

2.8.6 Ventilação vertical... 18

2.8.7 Perigos de uma ventilação inadequada... 18

2.9 SISTEMA DE CONTROLE DE FUMAÇA... 18

2.9.1 Razões para o controle de fumaça... 18

2.9.2 Sistema integrado... 19

2.9.3 Benefícios do controle de fumaça... 19

2.9.4 Ventilação natural de extração... 19

2.9.5 Ventilação monitorada... 20

2.9.6 Funcionamento da ventilação monitorada de extração... 20

2.10 NORMA TÉCNICA PARA CONTROLE DE FUMAÇA... 20

2.10.1 Objetivo... 20

2.10.2 Aplicação... 20

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO... 23 4 CONCLUSÃO... 28 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 29

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ANÁLISE DA NECESSIDADE DA IMPLEMENTAÇÃO DE UM ELEMENTO DE SEGURANÇA PERMANENTE, VISANDO REDUZIR OS RISCOS E

DANOS PROPORCIONADOS PELA FUMAÇA EM INCÊNDIOS EM AMBIENTES CONFINADOS.

JOSÉ AUGUSTO DE MOURA NEVES1

RESUMO:

Este trabalho tem por finalidade analisar a importância da implementação de um elemento de segurança permanente para o controle da fumaça nos incêndios em ambientes confinados, com o objetivo de reduzir os riscos e danos proporcionados pela fumaça, como o flashover, o backdraft e outros.

PALAVRAS CHAVES: incêndio, ambiente confinado, fumaça, flashover, backdraft.

1

Aluno do curso de Formação de Oficiais, terceiro ano do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás.

(12)

1 INTRODUÇÃO

Nos dias atuais uma das grandes preocupações mundiais sobre a matéria incêndio, é a questão dos incêndios em ambientes confinados, a qual ceifa várias vidas civis e de bombeiros em serviço, e causa grandes perdas materiais. O Manual de Proteção Contra Incêndios da NFPA (National Fire Protection Association-1986) relata que morreram 5.240 pessoas em incêndios ocorridos nos EUA em 1984. Relata ainda, que foram mais de 6 bilhões de dólares em perdas materiais, 28.125 feridos num total de 848.000 incêndios somente em edifícios.

Pode-se dizer que neste contexto existem dois grandes conjuntos de ações que envolvem a gestão de prevenção contra incêndios, são as ações que formulam as regras, leis e normas orientadoras sobre os critérios, parâmetros e detalhamento técnico dos equipamentos e instalações dos diversos sistemas de prevenção contra incêndios; e os aparelhos que visam minimizar ou mesmo evitar os sinistros. Por outro lado, têm-se o conjunto de ações que tratam sobre a forma ou o rito processual para a implantação, legalização, autorização e fiscalização desses sistemas, nos prédios em geral. Parafraseando Correa et al (2002), a prevenção é vista da seguinte forma:

Quando tudo vai bem, ninguém lembra que existe; quando algo vai mal, dizem que não existe; quando é para gastar, acha-se que não é preciso que exista; porém quando realmente não existe, todos concordam que deveria existir.

Os incêndios em ambientes confinados vêm aumentando a sua velocidade de propagação, a quantidade de calor liberado, e a toxicidade da fumaça, graças aos modernos materiais construtivos, especialmente os polímeros, que produzem muito mais calor que alguns materiais tradicionais (madeira, gesso, tijolos, pedras, etc.) (OLIVEIRA, 2007). Quando esses materiais sintéticos queimam em espaços confinados, eles emitem gases superaquecidos que podem ser tão ou até mais mortais que as próprias chamas. As doenças provocadas pela fumaça dos incêndios e seus constituintes, são aquelas comuns das vias respiratórias, agravadas pelas cancerígenas dioxinas (quando existe plástico envolvido) e pelo efeito do calor

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emanado do fogo, que pode ultrapassar os 600 graus centígrados. Tudo isso requer estudos e novas técnicas de ataque ao fogo. (OLIVEIRA, 2007).

Tendo em vista o exposto, se faz necessário evoluir cada vez mais na prevenção de incêndios, no estudo do seu comportamento e evolução, visando à diminuição das perdas de vidas e riquezas. Este trabalho tem a finalidade de avaliar a necessidade da implementação de um sistema de controle de fumaça, como elemento de segurança permanente; analisando os benefícios, e os prejuízos, proporcionados pelo sistema.

2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 INCÊNDIO EM AMBIENTE CONFINADO

É quando há uma queima descontrolada e generalizada em qualquer área que possua meios limitados de entrada e saída, com ocupação humana ou não, onde há a permanência dos gases oriundos da combustão, aumento do risco de explosão, diminuição da visibilidade, temperatura elevada, deficiência do oxigênio, aumento da pressão interna, de acordo com a carga incêndio no interior do local confinado. (CBPMESP - A, 2006)

2.2 PRINCIPAL FORMA DE PROPAGAÇÃO DO CALOR EM INCÊDIOS EM AMBIENTES CONFINADOS

2.2.1 Convecção

A propagação do calor em incêndios em ambientes confinados ocorre principalmente através da convecção.

Convecção é a transferência do calor através dos fluidos, quando o fluido é aquecido, sua agitação molecular aumenta, elevando o número de colisões entre as moléculas. Com isso, as moléculas mais externas são empurradas para fora e alcançam o espaço ao redor, expandindo-se. Nesse processo de expansão, o fluido se torna menos denso e, portanto, mais leve que o ar, fazendo com que ele suba, atingindo as áreas mais altas, aquecendo

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assim as regiões superiores do ambiente, este fenômeno é ilustrado pela figura 1 (CARVALHO, 2006).

2.3 FASES DO INCÊNDIO EM AMBIENTE CONFINADO

É essencial que o bombeiro saiba identificar as fases e as características que determinarão o procedimento tático a ser empregado no atendimento operacional da emergência, observando que um incêndio em edificação requer uma ventilação cuidadosamente calculada e executada. (CBPMESP - A, 2006)

2.3.1 Estágio de crescimento ou fase inicial

Nesta fase, o fogo se desenvolve lentamente, pois o calor produzido pelas chamas está sendo empregado para aquecer o ambiente, e os materiais consomem o calor para realizar a termólise2 e a pirólise3 produzindo vapores, dióxido de carbono, monóxido de carbono e outros gases, dependendo do combustível que está queimando, podem existir fumaça e gases nocivos. (CBPMESP - A, 2006)

2

Termólise, também chamada decomposição térmica, é definida como uma reação química onde uma substância química se decompõe em pelo menos duas substâncias químicas quando aquecida.

3

Pirólise, também conhecida como decomposição térmica, é o processo de quebra das moléculas que compõem uma substância em outras moléculas ou átomos, em conseqüência da ação do calor.

Figura 1: Transferência de calor pela convecção da fumaça. FONTE:Manual Básico de Combate a Incêndio. Brasília, 2006.

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2.3.2 Estágio de pleno desenvolvimento ou queima livre

É nesta fase que ocorre o flashover4, as chamas já tomam todo o ambiente, o qual alcança a sua maior temperatura. Os gases quentes levam o calor até o teto, enquanto o ar rico em oxigênio, que está mais frio, é atraído pelas chamas, participando da combustão. (CBPMESP - A, 2006)

À medida que o fogo progride, continua a aquecer o ambiente e a consumir o oxigênio e, se não houver ventilação, os gases da combustão não terão como reagir e permanecerão no recinto. O fogo é então levado à fase da queima lenta e uma ventilação inadequada fará com que volte a aumentar a sua intensidade ou, até mesmo, gerar riscos de explosão do ambiente. (CBPMESP - A, 2006, p.13)

2.3.3 Estágio de declínio ou queima lenta

Nesta fase o bombeiro deve ter muita cautela, pois existe pouca ou nenhuma chama, por causa da reduzida porcentagem de oxigênio no ambiente. Este fato gerou uma grande quantidade de produtos da combustão que não se queimaram devido ao baixo nível de oxigênio, mas o ambiente estará superaquecido, por causa do calor que foi gerado na fase da queima livre. (CBPMESP - A, 2006)

Ao realizar uma ventilação inadequada, os produtos da combustão, que não foram queimados, poderão explodir quando entrarem na reação com o oxigênio, o que chamamos “Backdraft”, ou seja, a explosão ambiental. (CBPMESP - A, 2006)

4

Flashover é o momento em que todos os materiais presentes no ambiente, entram em ignição após sofrerem a pirólise.

FIGURA 2: Evolução de um incêndio em um compartimento Fonte: Moreira, 2002.

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A figura 2 é uma curva da temperatura x tempo, que demonstra a evolução do incêndio em um compartimento, as suas fases, e o ponto de flashover.

2.4 A FUMAÇA E SEUS EFEITOS

Geralmente a fumaça é uma mistura de partículas sólidas, gotículas de água ou outros líquidos e gases oriundos dos materiais envolvidos na combustão, sendo que, na maioria das vezes, é tóxica. (CBMSP - B, 2006)

A fumaça é um fator de grande influência na dinâmica do incêndio, de acordo com as suas características e seu potencial de dano. (CBMDF, 2006)

Antigamente, qualificava-se a fumaça basicamente como um produto da combustão, que dificultava muito os trabalhos dos bombeiros por ser opaca, atrapalhando a visibilidade, e por ser tóxica, o que a tornava perigosa quando inalada. A preocupação era, então, estabelecer meios de orientação por cabo guia e usar equipamento de proteção respiratória para conseguir desenvolver as ações de salvamento e combate a incêndio com segurança. (CBMDF, 2006)

Com estudos mais recentes, foram valorizadas outras três características: quente, móvel e inflamável, além das duas já conhecidas: opaca e tóxica. Os franceses estabeleceram um método mnemônico, chamando-o de QOMIT. O objetivo é fazer com que todo bombeiro tenha sempre em mente suas características, para lembrar os cuidados e ações a serem adotados durante e após um incêndio. (CBMDF, 2006)

Características da fumaça:

QOMIT: Quente, opaca, móvel, inflamável, toxica.

Quente, porque a combustão libera calor, transmitindo-o a outras áreas que ainda não foram atingidas. Como já tratado na convecção, a fumaça será a grande responsável por propagar o incêndio ao atingir pavimentos superiores (por meio de dutos, fossos e escadas) e acumular-se no ambiente. (CBMDF, 2006)

Opaca, uma vez que seus produtos - principalmente a fuligem permanecem suspensos na massa gasosa, dificultando a visibilidade tanto para bombeiros, quanto para as vítimas, o que exige técnicas de entrada segura

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(como orientação e cabo guia) em ambientes que estejam inundados por fumaça. (CBMDF, 2006)

Móvel, porque é um fluido que está sofrendo um empuxo constante, movimentando-se em qualquer espaço possível e podendo, como já dito, atingir diferentes ambientes por meio de fossos, dutos, aberturas ou qualquer outro espaço que possa ocupar. Daí o cuidado que os bombeiros devem ter com elevadores, sistemas de ventilação e escadas. Essa característica da fumaça também explica porque ocorrem incêndios que atingem pavimentos não consecutivos em um incêndio estrutural. (CBMDF, 2006)

Inflamável, por possuir íons provenientes da reação em cadeia da combustão em seu interior capazes de reagir com o oxigênio, o que a torna uma massa combustível gasosa. (CBMDF, 2006)

Tóxica, pois seus produtos são asfixiantes e irritantes, prejudicando a respiração dos bombeiros e das vítimas, representa uma ameaça a vida dos mesmos, porém seus componentes e os seus efeitos podem variar, dependendo do produto que estiver sendo oxidado.

Não podemos afirmar na sua totalidade quais são os gases que compõem a fumaça, pois os componentes da fumaça dependem do material que está queimando, da temperatura, da taxa de aquecimento. Mas podemos apontar os mais comuns.

2.5 GASES MAIS COMUNS QUE COMPÕEM A FUMAÇA

Destaca Lie (1986) que as estatísticas demonstram que os produtos da decomposição térmica (fumaça e gases tóxicos), são responsáveis pela maioria das mortes. Os materiais modernos desprendem muitos produtos nocivos e calor ao decomporem-se com grande rapidez, e alguns produzem mais fumaça ou são muito mais tóxicos que os utilizados tradicionalmente em edifícios. Por tanto devemos levar muito a sério os estudos sobre a composição dessa fumaça, e como eliminar esse risco.

Os efeitos dos gases tóxicos geralmente podem ser letais em determinadas concentrações e tempo de exposição, prossegue Lie (1986). Vem aumentando a utilização materiais novos em edifícios (especialmente polímeros sintéticos), tendo em vista este quadro as autoridades interessadas

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na prevenção contra incêndios se preocupam cada vez mais, devido aos produtos tóxicos gerados pela combustão.

É necessária uma profunda análise química, para identificar os produtos tóxicos provenientes dos incêndios modernos. Alguns compostos, como por exemplo, o monóxido de carbono (CO), o cloreto de hidrogênio (HCl), o cianureto de hidrogênio (HCN), o dióxido de enxofre (SO2 ) e os óxidos de nitrogênio, se consideram produtos nocivos;

A tabela 1 mostra os principais produtos nocivos que compõe a fumaça em incêndios em ambientes confinados, e os valores aproximados das concentrações nocivas durante períodos de exposição de até 30 minutos.

TABELA 1: Produtos danosos mais importantes dos materiais e suas concentrações nocivas

Material Produto nocivo

Concentração nociva em partes por milhão De partes de ar (em 30 min

exposição) Madeira e papel CO 4000 ppm Poliestireno CO 4000 ppm PVC (Cloreto de polivinila) HCL 1200-2000 ppm Polietileno CO 4000 ppm Poliuretano CO 4000 ppm Fibras acrílicas HCN 120-150 ppm nylon CO 4000 ppm

Fonte: Manual da NFPA, 1986

2.5.1 Monóxido de carbono

O maior índice de mortes ocorridas nos incêndios é ocasionado pelo CO (monóxido de carbono). Este gás é incolor, inodoro e insípido, estando presente em todos os incêndios. (CBPMESP - B, 2006)

Esse gás é gerado por causa da baixa quantidade de oxigênio e a queima incompleta dos materiais inflamáveis, estes fatores provocam a liberação de grande quantidade de CO. (CBPMESP - B, 2006)

As reações causadas pelo monóxido de carbono sobre o corpo humano são apresentadas na tabela 2, sendo que os sintomas decorrentes dependem da concentração do gás no ambiente e do tempo em que o indivíduo fica exposto a esta atmosfera contaminada. (CBPMESP - B, 2006)

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TABELA 2 - EFEITOS DO MONÓXIDO DE CARBONO SOBRE O CORPO HUMANO

PORCENTAGEM NO AR SINTOMAS

0,01% Nenhum sintoma.

0,02% Leve dor de cabeça.

0,04% Dor de cabeça, quando exposto de 1 a 2 horas.

0,08% Dor de cabeça depois de 45 minutos; náuseas; inconsciência depois de 2

horas.

0,10% Inconsciência depois de 1 hora. 0,16% Dor de cabeça, vertigem e náuseas

depois de 20 minutos.

0,32% Dor de cabeça, vertigem e náuseas entre 5 a 10 minutos; inconsciência

depois de 30 minutos.

0,64% Dor de cabeça e vertigem entre 1 a 2 minutos, inconsciência entre 10 a 15

minutos.

1,28% Inconsciência imediata e perigo de morte dentro de 1 a 3 minutos. Fonte: AFFONSO, L. A. M. Ventilação forçada por esguicho regulável. São Paulo: CAESCAO- II, 1996, p. 20.

O monóxido de carbono afeta diretamente a oxigenação do sangue humano. A hemoglobina, presente no sangue, combina facilmente com o oxigênio, formando uma combinação química instável chamada oxiemoglobina. Devido à afinidade da hemoglobina com o monóxido de carbono, ela se combina com esta substância, 200 vezes mais rápido do que com o oxigênio. Assim, cada molécula de CO reage com uma hemoglobina presente no sangue, formando um composto estável, o qual é chamado de carboxiemoglobina. Esta situação, a perdurar-se por determinado tempo, levará a uma eventual hipoxia do cérebro e dos tecidos, seguindo-se a morte caso o processo não seja revertido. (CBPMESP - B, 2006)

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O fato que o monóxido de carbono é gerado em abundância, em grande velocidade nos incêndios confinados, e como é combustível, é outra razão para uma rápida e eficiente ventilação, destes espaços. Com um amplo limite de inflamabilidade5, que vai dos 12,5% a 74%, e um ponto de ignição de 609°C, o CO é um dos mais perigosos e destrutivos gases com os quais um bombeiro pode deparar-se em um incêndio. (CBPMESP - B, 2006)

“O monóxido de carbono é o maior agente proporcionador das condições da ocorrência do fenômeno conhecido por “backdraft”. (CBPMESP - B, 2006, p.19)”

2.5.2 Acroleína

É um gás irritante das vias respiratórias, é produzido quando se queimam materiais à base de polietileno ou compostos por celulose, como a madeira e outros produtos naturais, queimando sem chama. Ele é comumente utilizado na indústria farmacêutica, de herbicidas e de gás lacrimogêneo. (CBPMESP - B, 2006)

2.5.3 Gás clorídrico

É irritante e incolor, provem da decomposição térmica de materiais que contenham cloro em sua constituição, como é o caso do cloreto de PVC (polivinila). (CBPMESP - B, 2006)

Em baixas concentrações, como 0,0075%, propicia irritação profunda nos olhos e nas vias aéreas superiores. Na concentração de 1,7%, durante 5 minutos, pode provocar incapacidade física. (CBPMESP - B, 2006)

2.5.4 Gás carbônico ou dióxido de carbono

É incolor, inodoro, e não inflamável, produzido pela combustão do carbono quando há grande quantidade de oxigênio, como ocorre nas “queimadas”, incêndios, queima de lenha, de petróleo, etc... (CBPMESP - B, 2006)

5

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Não é irritante, porém, é asfixiante, pois exclui o oxigênio do espaço confinado. À medida que aumenta a proporção do dióxido de carbono no ambiente, uma pessoa que esteja exposta diretamente a ação deste gás tem o seu sistema respiratório estimulado e sua freqüência respiratória aumentada até que, em determinada concentração, a freqüência respiratória diminui e os movimentos respiratórios cessam, levando a vítima à morte. (CBPMESP - B, 2006)

2.5.5 Gás cianídrico – HCN

Gás incolor com um odor característico de amêndoa. É vinte vezes mais tóxico do que o monóxido de carbono. É asfixiante e pode ser absorvido pela pele. O gás cianídrico é produzido pela combustão de produtos naturais, como a lã, a seda e outros sintéticos, como o náilon e a espuma de poliuretano, que contém nitrogênio em sua constituição. A vítima, ao inalar este gás, tem a respiração entrecortada, espasmos musculares e aumento da freqüência cardíaca. Ao inalar em concentração de 0,0135% em relação ao ar atmosférico, pode causar a morte da vítima em 30 minutos; se a concentração for de 0,027%, a morte ocorre quase que imediatamente. (CBPMESP - B, 2006)

2.5.6 Óxidos de nitrogênio – NO

São gases altamente tóxicos, liberados durante a combustão de certos plásticos. Devido ao fato do óxido nítrico converter-se em NO2 (dióxido de nitrogênio) na presença de oxigênio e pequena quantidade de água, o dióxido de nitrogênio é a substância que mais preocupa os bombeiros. O dióxido de nitrogênio é um gás irritante para as vias aéreas superiores e pode ter um efeito retardado. Os vapores e a fumaça dos óxidos de nitrogênio têm uma cor marrom avermelhada ou cor de cobre. (CBPMESP - B, 2006)

2.5.7 Fosgênio

Gás incolor e altamente tóxico, com um odor desagradável. Ele pode ser produzido quando gases refrigerantes, como o freon, que é encontrado com diferentes nomes comerciais (D-12, R-134, etc...), entram em contato com o

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fogo. Geralmente ocorre em incêndios em frigoríficos, bem como em sistemas de ar condicionado. (CBPMESP - B, 2006)

O fosgênio é um forte irritante do trato pulmonar e o seu efeito danoso pode ser evidenciado mesmo depois de várias horas após a exposição. (CBPMESP - B, 2006)

2.6 FLASHOVER

Por definição é "a participação repentina de uma área ou compartimento em chamas do piso ao teto causado pelo feedback de radiação térmica”. Feedback de radiação térmica é a energia do fogo que irradia em volta do espaço (volume e conteúdo) do compartimento, das paredes, do piso, e do teto. (FLATLEY, 2008)

O ISO/GUIDE/TAG5 (1990) define a inflamação generalizada (flashover) como “uma rápida transição para uma combustão deflagrada de toda a

superfície dos materiais combustíveis dentro de um ambiente”.

A radiação e a convecção de energia para todo o espaço do compartimento elevará todo o volume do compartimento para sua temperatura de ignição. Sendo que o compartimento está repleto de fumaça combustível proveniente da queima incompleta, a combinação desses fatores resulta na inflamação repentina e simultânea do ambiente, isto é o flashover. O flashover indica que o fogo cresceu para o estágio completamente desenvolvido (figura 3). (FLATLEY, 2008)

A temperatura do ambiente é função, do conteúdo do compartimento (carga combustível), do ar que está contido no ambiente e do seu fluxo. Um compartimento carregado com mobília combustível produzirá mais fogo, assim mais calor. Um fluxo ar reduzido propicia o acumulo de gases inflamáveis e uma pequena transferência de calor para o exterior, aumentando a probabilidade da ocorrência de um flashover. O incêndio com ar controlado está incluído na discussão do backdraft posteriormente. (FLATLEY, 2008)

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Finalmente, o isolamento térmico do compartimento, é importante para o combate, mas aumenta a probabilidade de acontecer um flashover. O isolamento das paredes e dos tetos impede que o calor dissipe para outras áreas, aumentando o calor desse ambiente.

A ascensão repentina na temperatura que pode ser sentida através das vestes deve ser considerada um sinal que o flashover é iminente. O rollover (gases quentes) é o fogo que movimenta entre a fumaça negra da área de fogo. Pode-se também ver como "dança de fogo" que se precipita fora da fumaça. O rollover é um sinal adiantado que as condições do flashover estão desenvolvendo-se. (FLATLEY, 2008)

A fumaça negra é um sinal do flashover. Isto pode parecer ridículo, mas é uma fumaça tão negra, como um carvão, que nenhuma outra cor não pode ser vista, como o tipo que é vista quando pneus são queimados. Este tipo de fumaça contém tanto combustível não queimado que pode ser chamado "fogo preto." Este "fogo preto" necessita somente de uma mistura correta de ar para inflamar-se. Esta fumaça negra também terá uma quantidade tremenda de energia e se movimentará violentamente para fora da área de fogo e introduzirá o calor nos espaços vazios e ocultos. Este "fogo preto" aumentará a possibilidade de extensão do fogo e explosões de fumaça no sótão ou porão. (FLATLEY, 2008)

FIGURA 3: Evolução de um incêndio em um compartimento, especificando as zonas de risco do flashover e backdraft

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2.6.1 Impedindo flashovers

Flashovers podem ser impedidos de duas maneiras. Ventilação apropriada pode impedir um flashover. A ventilação permite que o ar superaquecido e os gases da combustão escapem do compartimento ou da área. Isto pode ser feito por ventilação horizontal ou vertical. Reduzindo a camada aquecida do teto reduz o feedback de radiação térmica e a possibilidade de flashover. (FLATLEY, 2008)

É importante notar que ao expelir os gases quentes, não se deve expor os bombeiros a incidentes ou espalhar o calor e a fumaça em áreas não envolvidas da edificação. Isto poderia aumentar o problema do incêndio se aqueles gases inflamarem, portanto devemos ter um caminho seguro para a extração da fumaça. A segunda maneira reduzir a possibilidade de flashover, é resfriar a área de fogo com a mangueira de incêndio. A maioria dos bombeiros não foi ensinada a abrir uma linha de mangueira na fumaça. (FLATLEY, 2008)

A razão que se pode abrir a linha na fumaça nesta situação é que a fumaça negra, um sinal de advertência do flashover, é quente, então ao abrir uma linha na fumaça estamos resfriando a mesma, impedindo desse modo que ela atinja o seu ponto de ignição, evitando o flashover. (FLATLEY, 2008)

2.7 BACKDRAFT

A maioria dos incêndios é limitada pelo ar e não pelo combustível, tornando a compreensão dos backdrafts tão importante. (FLATLEY, 2008)

O backdraft é uma explosão de fumaça que pode ocorrer quando ar adicional é introduzido em um incêndio em combustão incompleta, com gases aquecidos, com seus respectivos limites de inflamabilidade e inflama-se com força de explosão. (FLATLEY, 2008)

O nível normal do oxigênio no ar é aproximadamente de 21%. Abaixo de 14%, a chama visível é reduzida. O conteúdo do compartimento está em sua temperatura de ignição e irromperá em chamas quando o oxigênio for introduzido, e os gases aquecidos inflamar-se-ão com força explosiva. Este é um backdraft. A força explosiva em que o backdraft ocorre é um resultado da

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quantidade de gás superaquecido no espaço e na quantidade de oxigênio introduzido. A força explosiva pode quebrar janelas, derrubar paredes, e provocar vítimas entre os bombeiros. (FLATLEY, 2008)

O backdraft pode ocorrer a qualquer momento durante o estágio de declínio do desenvolvimento do incêndio e antes que os gases esfriem abaixo de sua temperatura de ignição. Se o compartimento permitiu que os gases resfriassem antes que todo o oxigênio fosse introduzido, nenhum backdraft ocorreria, mas o compartimento seria consumido pelo fogo. (FLATLEY, 2008)

Freqüentemente, somos compelidos pela “visão do túnel": Vemos um pequeno incêndio e abrimos o caminho a nossa maneira e criamos uma situação perigosa para nós. Se as condições do backdraft forem suspeitas, a ventilação apropriada impedirá a explosão. As aberturas devem ser feitas acima do fogo para permitir que os gases superaquecidos escapem antes que o oxigênio seja introduzido em níveis mais baixos do que o nível normal, onde entraríamos. (FLATLEY, 2008)

Um incêndio no piso inferior de uma edificação residencial pode estender o calor e a fumaça por toda edificação. Esta fumaça ficaria inicialmente confinada no sótão, o espaço entre telhado e o forro. Os bombeiros despachados para verificar a extensão do fogo removeriam parte da cobertura e permitiria a entrada de oxigênio no sótão e os gases quentes misturariam com o ar e transformaria num backdraft. Conhecendo atualmente o comportamento do monóxido de carbono (CO), o espaço foi provavelmente ocupado pelo CO. Lembra-se, além de suas outras propriedades perigosas, o monóxido de carbono é inflamável. (FLATLEY, 2008)

O poder calorífico de alguns materiais existentes em uma residência na década de 50, madeira, algodão e papel, era calculado em média 4.400 Kcal/kg (quilocaloria por quilograma). Hoje, poliuretano, plásticos leves, liberam calor equivalente 7.000 Kcal/kg. Estes plásticos leves são almofadas de espuma, tapete, etc. O plástico duro de poliestireno utilizado em TVs, vídeos, brinquedos e outros artigos plásticos na residência são calculados em quase 10.000 Kcal/kg. (FLATLEY, 2008)

(26)

Desde a crise de energia dos anos 70, os edifícios tornaram-se selados, para impedir a dissipação de calor, a fim de economizar energia. Os códigos nacionais de energia estão agora visando reforçar padrões de energia eficiente. Além a fazer as paredes e os tetos mais eficientes, as janelas são projetadas para reter calor, o que torna o melhor indicador para as condições necessárias para gerar um incêndio, flashover, e o backdraft. (FLATLEY, 2008)

O isolamento das paredes e dos tetos retém calor dentro da estrutura (conservação de energia). Este calor retido aumenta o feedback de radiação térmica, exigido para produzir um flashover. As janelas térmicas (janela acústica com vidro duplo a vácuo) retêm calor "vácuo” espaço entre as placas de vidros e demoram na ruptura das janelas, impedindo a própria ventilação do fogo. As janelas térmicas são difíceis de quebrar quando a ventilação é exigida. (FLATLEY, 2008)

Todos esses fatores geram uma combinação ideal para a formação do backdraft e do flashover, e explicam o aumento da ocorrência desses fenômenos. Portanto se faz necessário o desenvolvimento de mecanismos e técnicas para evitar a ocorrência deles.

2.8 VENTILAÇÃO

2.8.1 A importância da ventilação

A ventilação tática aplicada corretamente proporcionará vários benefícios no combate ao incêndio como: Proteger as saídas, restringindo a propagação da fumaça; propiciar visibilidade e aumento do tempo de saída; ajudar na operação de resgate, reduzindo à fumaça e os gases tóxicos. (GOMES, 2005)

Proporciona ainda, segurança para os bombeiros, reduzindo o risco de “flashover” e “backdraft”; auxilia na rapidez do ataque e extinção, removendo o calor e a fumaça, permitindo uma rápida entrada dos bombeiros na edificação, aumentando a visibilidade e auxiliando no combate ao incêndio; reduz danos na propriedade ao facilitar o combate, restringindo a propagação do fogo e limitando o deslocamento de fumaça e de gases quentes. (GOMES, 2005)

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Porém se executada de forma inadequada a ventilação tática pode agravar a situação. (CBPMESP - B, 2006)

2.8.2 Ventilação tática

É importante no combate a um incêndio, que os bombeiros saibam todas as técnicas de combate, incluindo as ações de ventilação. Assim podem adotar a ventilação como uma tática indispensável para obter os resultados desejados nas ações de combate ao incêndio e salvamento. Pode ser adotada qualquer técnica de ventilação de acordo com o estágio do incêndio e o desenvolvimento das ações do combate no local do incêndio. (CBPMESP - B, 2006)

A ventilação tática não deve ser usada sem localizar o foco do incêndio e, em todos os casos, uma avaliação deve ser feita sobre os efeitos de sua aplicação. A identificação do foco do incêndio pode ser feita de fora da edificação, porém, há ocasiões em que a ventilação tática pode ser feita para remoção da fumaça e localização do fogo. (CBPMESP - B, 2006)

Em vários casos, a ventilação é uma tática adequada, sendo que possui uma maior eficiência quando é usada nos primeiros momentos do combate. A convecção dos gases quentes dentro da edificação é a principal causa de propagação do fogo, desse modo, a decisão de iniciar a ventilação tática deve ser parte da estratégia global do controle de movimento de ar na edificação. (CBPMESP - B, 2006)

Para a aplicação da ventilação tática devem ser observadas a força e a direção do vento, pois, determinam a velocidade e a direção que a fumaça e os gases quentes tomam no interior da edificação. Não é aconselhável o combate ao fogo em posição contrária à direção do vento, bem como a utilização de ventiladores para forçar o ar para dentro da edificação, pois a eficiência desta tática dependerá da capacidade dos ventiladores, quando comparado com a força contrária do vento e, se o vento for muito forte, este pode anular ou prevalecer sobre a ação dos ventiladores. (CBPMESP - B, 2006)

2.8.3 Tipos de ventilação

Temos dois tipos de ventilação, através dos meios empregados. São eles: Ventilação natural; e ventilação forçada. (CBPMESP - B, 2006)

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a) Ventilação natural

A ventilação natural utiliza o fluxo natural do ar para extrair à fumaça do ambiente sinistrado. Para realizar o procedimento é necessário retirar as obstruções que impedem o fluxo natural do ar. Estas obstruções podem ser portas, janelas, alçapões fechados, paredes e tetos (coberturas ou telhados). (CBPMESP - B, 2006)

b) Ventilação forçada

A ventilação forçada é realizada por meio de equipamentos mecânicos, pode ser por pressão positiva (VPP) através de ventiladores, ou por pressão negativa (VPN) através de exaustores, ou aplicação de água com esguichos reguláveis, para forçar a saída da fumaça da edificação. A ventilação forçada permite criar ou aumentar a velocidade do fluxo de ar no interior da edificação, promovendo a extração da fumaça para o meio exterior. (CBPMESP - B, 2006)

2.8.4 Técnicas de ventilação

A aplicação das técnicas de ventilação depende da análise de onde será permitida a entrada de ar fresco na edificação, a saída da fumaça e dos gases quentes, e se possível, o caminho que devem percorrer. (CBPMESP - B, 2006)

Existem duas técnicas básicas: ventilação vertical e ventilação horizontal ou cruzada. (CBPMESP - B, 2006)

2.8.5 Ventilação horizontal ou cruzada

Nesta técnica o fluxo do ar percorre o ambiente em um plano horizontal, aproveitando a direção do vento, podendo ter auxílio de um ventilador ou exaustor, devem ser retiradas as obstruções que bloqueiam o fluxo do ar. O ideal é que o bombeiro faça aberturas alinhadas entre si, a abertura de saída deve estar em um plano mais elevado do que a de entrada, e a direção do vento deve coincidir com o alinhamento das aberturas, ficando a abertura mais baixa para a entrada do ar fresco e, a abertura mais alta, para a saída da fumaça, como demonstra a Figura 4. (GOMES, 2005)

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2.8.6 Ventilação vertical

A técnica de ventilação vertical é aquela em que é dada uma direção vertical para o fluxo da fumaça dentro do ambiente sinistrado, aproveitando-se a convecção, fazendo uma abertura no telhado, acima do fogo, permite-se que a fumaça e outras partículas oriundas da combustão saiam do ambiente, como demonstra a figura 5. (GOMES, 2005)

2.8.7 Perigos de uma ventilação inadequada

Uma ventilação incorreta pode alastrar o incêndio para os cômodos que estavam intactos aumentando o incêndio e podendo levá-lo a uma situação fora de controle.

Ao ventilar sem previamente ter feito uma abertura, em um nível superior para extração da fumaça, pode ocorrer um flashover ou um backdraft, pois o cômodo pode estar repleto de fumaça combustível super aquecida, faltando apenas o comburente, que é injetado pela ventilação. Esta situação põe em risco os bombeiros, porque em um flashover as chamas vão em direção da fonte de comburente, que neste caso está na mão dos bombeiros. (GOMES, 2005)

2.9 SISTEMA DE CONTROLE DE FUMAÇA 2.9.1 Razões para o controle de fumaça

As principais razões para sistemas de controle de fumaça são: proteção da propriedade, segurança da vida dos empregados, segurança da vida dos bombeiros, segurança do negócio, segurança pública. (Cunha, 2008)

FIGURA 4: Técnica de ventilação horizontal

Fonte: Fire Service Manual-- v. 2, Dec. 1997

FIGURA 5: Técnica de ventilação vertical

Fonte: CORPO DE BOMBEIROS DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. Manual de fundamentos, v. 12, 1996.

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2.9.2 Sistema integrado

É importante dizer que um exaustor de fumaça tem de que fazer parte de um sistema integrado, para proporcionar a melhor solução. Isso quer dizer que os exaustores devem trabalhar em conjunto com diversos sistemas, para proporcionar o melhor resultado. (Cunha, 2008)

Os principais sistemas são: Sprinklers e sistemas de supressão, detectores de fumaça e calor, cortinas de contenção de fumaça, sistemas de insuflação de ar. (Cunha, 2008)

2.9.3 Benefícios do controle de fumaça

Quando corretamente integrado e utilizado, um sistema de controle de fumaça proporcionará uma ventilação prévia, diminuindo assim a temperatura interna, protegendo estragos e colapso estrutural. (Cunha, 2008)

Trará também os seguintes benefícios: um meio de escape seguro, com visibilidade da rota de fuga; manter a atmosfera limpa; limitar a temperatura, impedindo ignição espontânea; prevenir estrago desnecessário por fumaça; prevenir estrago desnecessário por água; reduzir o tempo de limpeza; proporcionar uma visão clara do fogo; ajudar a extinguir o fogo no seu início; reduzir os custos do incêndio. (Cunha, 2008)

2.9.4 Ventilação natural de extração

É baseada na movimentação do ar por forças naturais, particularmente na movimentação do ar pelo interior da construção, através das correntes de convecção. Portanto, podemos usar as correntes de convecção como força de um sistema natural de ventilação criando aberturas no edifício, tanto no alto como no nível baixo. O ar quente sairá pela abertura no nível alto e será substituído por ar frio que entrará pela abertura no nível baixo. (Cunha, 2008)

Porém existem algumas desvantagens, as condições das correntes de convecção podem ser influenciadas pela pressão e direção do vento. A topografia local e os prédios adjacentes são também fatores importantes a serem considerados. (Cunha, 2008)

A ventilação natural pode não funcionar adequadamente nos momentos iniciais do incêndio, a menos que haja uma ventilação prévia. (Cunha, 2008)

(31)

2.9.5 Ventilação monitorada

É a movimentação do ar por meio mecânico, normalmente um exaustor direcional com motor elétrico. A exaustão mecânica tem algumas vantagens sobre a ventilação natural:

• O funcionamento é independente da altura da construção, correntes de convecção e pressão de vento.

• Seu desempenho é previsível e repetitivo.

• Os exaustores podem operar com resistência externa, como o vento. (Cunha, 2008)

2.9.6 Funcionamento da ventilação monitorada de extração

A lâmina do exaustor ao girar cria uma zona de baixa pressão por meio do movimento do ar, principalmente axial ao longo do canal de entrada, provocando a sucção da fumaça.

2.10 NORMA TÉCNICA PARA CONTROLE DE FUMAÇA

Hoje no Brasil alguns estados já despertaram para a importância do controle de fumaça, realizaram pesquisas para desenvolver normas técnicas a fim de combater o grande perigo proporcionado pela fumaça.

2.10.1 Objetivo

O objetivo de normatizar é fornecer parâmetros técnicos para implementação de sistema de controle de fumaça, atendendo ao previsto no Código Estadual de Proteção Contra Incêndio, Explosão, Pânico e Desastres.

2.10.2 Aplicação

A Norma Técnica se aplica ao “controle de fumaça” dos “átrios, halls, subsolos, espaços amplos e rotas horizontais”, tendo em vista:

 Manter um ambiente seguro nas edificações, durante o período necessário para abandono do local sinistrado, minimizando assim os perigos da intoxicação e falta de visibilidade pela fumaça. (NT n°15, 2007)

(32)

 O controle e redução da propagação de gases quentes e fumaça entre a área incendiada e áreas adjacentes, diminuindo a temperatura interna e restringindo a propagação do incêndio. (NT n°15, 2007)

 Prever condições dentro e fora da área incendiada, que auxiliarão nas operações de busca e resgate de pessoas, localização e controle do incêndio. (NT n°15, 2007)

De acordo com a aplicação a que se destina o sistema de controle de fumaça, haverá implicações nas características dos materiais empregados quanto a sua reação ao fogo, tempo de autonomia e vazões de extração do sistema da exaustão de fumaça. (NT n°15, 2007)

2.10.3 Condições gerais

As edificações devem ter de meios de controle de fumaça que possibilitem a extração dos gases e da fumaça do local de origem do incêndio de forma mecânica ou natural, controlando a entrada de ar (ventilação) e evitando a migração de fumaça e gases quentes para as áreas adjacentes não-sinistradas. (NT n°15, 2007)

Algumas condições devem ser estabelecidas, para se obter um controle de fumaça eficiente, são elas:

 Dividir os volumes de fumaça a extrair por meio da compartimentação de área ou pela previsão de área de acantonamento6;

 Extrair de forma adequada à fumaça, anulando a criação de zonas mortas em que a fumaça possa vir a ficar acumulada após o sistema entrar em funcionamento;

 Criar um diferencial de pressão por meio do controle das aberturas de extração de fumaça da zona sinistrada, e fechamento das aberturas de extração de fumaça das demais áreas adjacentes à zona sinistrada, criando uma rota para fumaça em direção as saídas externas ao edifício. (IT n° 15, 2004)

6

Acantonamento: volume livre compreendido entre o chão e o teto/telhado ou falso teto, delimitado

(33)

O controle de fumaça é feito pela introdução de ar limpo e pela extração de fumaça através dos seguintes tipos de sistemas: (NT n°15, 2007)

Tabela 3 – Sistemas de introdução de ar e extração de fumaça Introdução de ar limpo Extração de fumaça

Natural Natural

Natural Mecânica

Mecânica Natural

Mecânica Mecânica

Fonte: IT n° 15, 2004.

A escolha do sistema a ser adotado fica a critério do projetista, desde que atenda as condições descritas nas normas, salvo as exceções contidas nestas. (IT n° 15, 2004)

Cuidados especiais devem ser levados em consideração no projeto e execução do sistema de controle de fumaça, projetando sua entrada em funcionamento no início da formação da fumaça pelo incêndio, ou projetando a camada de fumaça em determinada altura, de forma a se evitar condições perigosas, como a explosão ambiental (backdraft) ou a propagação do incêndio decorrente do aumento de temperatura do local incendiado. (NT n°15, 2007)

Para evitar as condições perigosas citadas anteriormente, deve ser previsto o acionamento em conjunto da abertura de extração de fumaça da área sinistrada, com a introdução de ar no menor tempo possível, para que não ocorra a explosão ambiental. (NT n°15, 2007)

De forma genérica, o controle de fumaça deve ser projetado separadamente ou de forma conjunta para:

 Espaços amplos (grandes volumes);  Átrios, malls e corredores;

 Rotas de fuga horizontais;  Subsolos. (IT n° 15, 2004)

(34)

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Estudo do tipo corte transversal experimental, em maquete alterando apenas um elemento, o sistema de controle de fumaça, com o objetivo de coletar dados, para posterior análise e interpretação.

Uma análise experimental para o estudo sobre incêndios, é um dos meios mais confiáveis, pois ao variar um elemento é possível observar as alterações causadas nas outras variáveis de forma fidedigna.

Foram realizadas duas queimas controladas na maquete, uma com o sistema de controle de fumaça, e outra sem o sistema. Em seguida serão apresentados e analisados os dados colhidos nos experimentos.

A seguir temos o gráfico 1 que compara a evolução da temperatura no cômodo onde se iniciou o incêndio, no experimento com o sistema de controle de fumaça, com o experimento que não possuia o sistema.

Analisando o gráfico podemos perceber que sem o sistema de controle de fumaça, a temperatura aumenta de forma mais acentuada, e percebemos uma grande vantagem do controle de fumaça sobre a temperatura, ela praticamente se estabilizou nos 250°C, e depois dos 520s a temperatura começou a decair, enquanto que no experimento sem controle de fumaça após ultrapassar os 250°C, a temperatura subiu abruptamente e não caiu mais, isto

Gráfico 1: Temperatura do cômodo incendiado TEMPO (s)

(35)

se deu porque no controle de fumaça a quantidade de calor gerada diminuiu, pois quase não tinha mais combustível para entrar em pirólise, e o sistema estava retirando a fumaça que é combustível e é uma fonte de calor. Já no experimento sem o controle da fumaça o calor foi se acumulando, e aumentando a quantidade de fumaça, até que aos 540s ocorreu um flashover, esse fenômeno ocorreu porque foi atingido o ponto de ignição dos materiais que estavam no ambiente, e havia muita fumaça acumulada, elevando assim a temperatura do ambiente, e o incêndio saiu de controle, este evento é possível ser visualizado através da figura 6.

O gráfico 2 mostra a evolução da temperatura no cômodo que não foi incendiado.

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É nítida a enorme diferença de temperatura dos dois experimentos, essa diferença ocorre porque a principal forma de propagação do calor é a convecção, e foi possível observar que com o sistema de controle de fumaça não houve correntes de convecção, e este fenômeno ocorreu dês dos primeiros segundos no experimento sem controle de fumaça. Este fato propicia um maior tempo de fuga para as pessoas que estão na edificação, e uma rota de fuga mais segura, pois como é possível notar pela figura 7 praticamente não existe fumaça no cômodo que não foi incendiado, tendo em vista que a fumaça é uma grande fonte de calor, tóxica, opaca, móvel, e inflamável.

Gráfico 2: Temperatura do cômodo não incendiado

FIGURA 7: Edificação livre de fumaça, no experimento com sistema de controle de fumaça.

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A velocidade de queima foi muito maior no experimento com o sistema de controle de fumaça, por causa da maior oferta de comburente através da ventilação, porém esse incêndio praticamente se restringiu ao cômodo onde foi o inicio do incêndio, pois a fumaça que é um dos principais agentes responsáveis pela propagação do incêndio, praticamente não estava presente. Porém quando foi realizado o experimento sem o sistema de controle de fumaça, houve um acumulo significativo de fumaça no ambiente não sinistrado, causando uma elevação da temperatura, e pondo em risco as rotas de fuga conforme podemos observar na figura 8.

É possível comparar a evolução do incêndio nos experimentos, pela destruição causada na edificação, como podemos observar através das figuras 9 e 10.

FIGURA 8: Edificação tomada pela fumaça, no experimento sem sistema de controle de fumaça.

(38)

No experimento sem o sistema de controle de fumaça o incêndio se generalizou, e destruiu completamente o ambiente. Mas no experimento com o sistema de controle de fumaça o incêndio ficou restrito ao cômodo onde o mesmo se iniciou.

FIGURA 9: Destruição causada pelo incêndio, no experimento sem sistema de controle de fumaça.

FIGURA 10: Destruição causada pelo incêndio, no experimento com sistema de controle de fumaça.

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4 CONCLUSÃO

O sistema de controle de fumaça apesar de aumentar a velocidade de queima no cômodo onde foi deflagrado o incêndio, é um elemento de segurança importantíssimo, e indispensável, desde que seja aplicado em conjunto com outros elementos de segurança. Pois ele aumenta significativamente o tempo de fuga do ambiente sinistrado, e reduz drasticamente os perigos em um incêndio em ambiente confinado, praticamente eliminando a fumaça que é uma grade fonte de calor, e tóxica. Minimizando assim as perdas e danos no ambiente sinistrado.

Podemos citar ainda que o sistema de controle de fumaça aumenta o tempo de resposta ao incidente, pois ele restringe o incêndio ao seu foco inicial.

O sistema de controle de fumaça elimina os riscos da ventilação inadequada, porque o sistema foi projetado, então existe um caminho seguro e isolado para a fumaça seguir, e não deflagrar o incêndio em outros cômodos, nem por em risco as vidas dos bombeiros, e das vitimas, impedindo a geração de flashover e backdraft.

Alguns estados já criaram normas técnicas para o controle da fumaça, tento em vista a sua importância para a preservação de vidas, porém se faz necessário a sua rígida aplicação.

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CBPMESP - B. Manual de ventilação tática. Coletânea de manuais técnicos de bombeiros 1ª edição, 2006.

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CUNHA, L.C.L. et al. A segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo: 1ª Edição, Ed Projeto editora, 2008.

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NT n°15. Norma técnica n°15, controle de fumaça, Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, 2007.

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OLIVEIRA, M. Ten Cel BM-Chefe da 3ª Seção do Estado Maior (BM3), Corpo de Bombeiros Militar de SC- 4° fórum nacional de defesa civil, 2007.

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