INSOLVÊNCIA
S -
Aumenta o passivo médio
Compilando o passivo dasfir-mas com falência decretada ou concordata deferida nos 5 meses iniciais do ano em curso ou de 1958, encontramos os seguintes va-lores médios: 1959, CrS 59,3 mi
-lhões; e 1958, CrS 30,9 milhões. Os compromissos de tais em-prêsas aumentaram, portanto, de 92 r-{ no intervalo de um ano, quando no mesmo período, os pre-ços em geral cresceram de 34'1-, e
o crédito bancário ao público, de 21 (}. Por outro lado, entre os em· preendimentos que últimamente ficaram em situação difícil, encon-tram-se numerosas sociedades bem conhecidas, de longa tradição e
respeitável movimento de negócios. Esse detalhe facilita a explicação do que dissemos inicialmente. Em 1959, ao contrário do ano anterior, um número relativamente grande de emprêsas de vulto fêz parte do conjunto de firmas insolventes.
Destacando~se entre as demais pelo seu maior capital, pela melhor or-ganização e pelo nível mais eleva~
do de sua receita ou despesa, aq ue-las sociedades também acusam passivo superior ao das firmas pe-quenas ou médias nos balanços que serviram de base para decre· tar-se a falência ou autorizar-se a concordata.
A radical alteração da impor-tância média do passivo, verificada no último ano, reflete antes uma modificação por assim dizer est ru-tural do conjunto de emprésas em àificuldades financeiras, com maior destaque dos empreendimentos im -portantes, do que um acréscimo generalizado dos compromissos de tôdas as entidades insolventes. De~
duz-se, finalmente, da evolução observada, que os riscos de opera-ção, durante o período em estudo, cresceram mais para as firmas de projeção do que para as modestas
XVI - ESTIMATIVAS DO PASSIVO GLOBAL f; 00 PREJuízo SOFRIDO PELOS CREDORES DE FAI,ENf:IAS E CONCOROATAS NO lUO DE JANEIRO E EM sÃo PAULO - JANEIRO A MAIO
N' DE HR,\tAS PASSl VO GLOBAL PREJuízo PROVÁVEL
PRACA E INSOLVEl'iUS (CrS bil hoos) (Cr$ bilho88)
CATEGORU DE I li' SOLVENClA 1 Q:)9 1958 1959 19:)8 1959 1958
-
+
RIO DE JANEIRO: Falências, ••••"
3J,.,
1. D 2.' '.7 Concordatas, ••-
92 - 22 h l .<hl h! 0 , 2 7 o,
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1·
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1<8 55 '.8 1 • 7 4 .,'
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-SAO PAl'LO: ~·aJência~ •.•• , 91 10l 5.4 '.1 '.8 2. 2 -Conco rdn llls •.. - 8l-
49 ", 9 W W 0 , 5 T o,
•
1·
... 17·t 152 10,3 4 • 6 5.' 2.6 • .19S~ (Milhões de Cr$) PROMI SSÓRI AS I'RAÇA E CATEGORIA N' Valor RIO DE JANEIRO: Ma io 195C1 . . . 7S1 40,6 Janoiro 11 maio 1959. 3 728 190, Q Janl·iro a maio 1958.
,
'<3
81,5 Ar-Ô8tO a dez. 1958 .. 3,..
136,6 -SAO PAlLO: Ma io 1959 . . . • . _ ...,
36,1 77,5 Jlln~'iro li .. aio 1959 • 11 '1-
.
- 359,0 Janeiro 11 maio 1958 . 12 498 260.5A,Ôt<to li doz. 1958 .. 12 OIS 508,2
• .
~ontc: Ca~t6T1oa.
casas comerciais ou pequenas in-dústrias. Os problemas de equilí-brio entre receita e despesa, moti~
vados muitas vêzes por um volume
de vendas em diminuição e encar-gos crescentes ao mesmo tempo, combinados com dificuldades em obter ou amortizar crédito
bancá-rio, puderam, geralmente, ser so lu-cionados com mais facilidade
en-quanto não se tratasse de
impor-tâncias elevadas (entendendo-se éste adjetivo no sentido que lhe
emprestam firmas de vulto).
EVOLUÇÃO DAS INSOLvtNCIAS NO RIO E EM SÃO PAULO
Em São Paulo foi decretada a falência ou deferida a concordata
de 174 firmas entre janeiro e maio do corrente ano, contra 152 insol
-vências em igual período de 1958. O a.umento permaneceu, pois, limi-tado a 14,5' {.
No Rio de Janeiro. entretanto,
quase triplicou no mesmo inierva
-DUPLICATAS TOTAL
,.
Valor"
Valor 1 412 20,2,
lO3 60,9 7 611 102,7 11 339 293,7,
6S2 60,2 8 "95 141,7 7 195 110.6 10 743 24 7,2 3 507 44 ,2,
871 121,1 16 110 200,3"
327 565,2 16 753 18~,6 29 251 443,1 16 96' 202,6"
980 ;10,8lo o número de sociedades em
di-ficuldades financeiras temporárias ou intransponíveis, passando de 55 no ano passado a 148 em 1959, até maIO.
Aproximam-se, assim, os mais
recentes resultados cariocas - no que se refere aos valores absolutos
- dos paulistas, enquanto ainda
em 1958 as insolvências no
Distri-ia Federal reprf::sentavam em
quantidade cêrca de um têrço das
registradas na capital bandeirante.
Nota-se. outrossim, que no Rio
ocorreu em 59 um agravamento
progressivo, em comparação com o número de insolvências apura-do nos meses correspondentes
de 1958.
PREJUtZOS; CRS 9 BILH6ES
utilizando os elementos
estatís-ticos referidos podemos estimar aproximadamente o prejuízo glo-bal sofrido pelos credores e
decol'-AGOSTO 1959 57
rente do fracasso comercial de 319
sociedades no Distrito Federal
e
('m São Paulo, verificado nos 5 me-ses iniciais do ano. Segundo se
de-preende do QUADRO XVI, o
passi-vo de todos êsses empreendimentos
montou a CrS 19,1 bilhões (CrS 8,8
bilhões no Rio e CrS 10,3 bilhões em S. Paulo). contra CrS 6,3
bi-lhões no ano anterior (dos quais
CrS 1,7 bilhão corresponderam ao
Rio e CrS 4,6 bilhões a São Paulo).
A maior parte das importãncias
consignadas no passivo de firmas
falidas e uma parcela menor
(ge-ralmente até 40',) das concorda-tárias constituem, via de regra, o
prejuízo dos credores. Tal perda
totalizou nos 5 meses iniciais do
ano CrS 9,2 bilhões, em confronto
com CrS 3,5 bilhões em igual
épo-ca de 1958.
Na capital do país, onde a
quantidade de insolvênCias triplI
-cou aproximadamente, o prejuízo conseqüente quadruplicou (CrS 4,0
bilhões, contra CrS 0,9 bilhão), ao
passo que na capital paulista um
acréscimo de 15' ( do número de
falências e concordatas foi
acom-panhado de duplicação das perdas
impostas aos credores.
INCREMENTO DE
TAS SUPERA
O
DEONCORDA-ALtNC1AS
Os resultados que se apuraram
toram favoràvelmente influencia-dos pela relativa modicidade da in-cidência de falências em
compara-ção com a de concordatas.
Consi-derando que a falência, com a con·
XVI 11 _TAXA DE I'ROTESTO DE TÍTt.LOS E
Í\D1CE D~ I\SOLV~\CIA ~O RIO DE J~\EIRO
E UI SAO l'AILO JA:';EIRO A NAIO DE 19S9
,
DOS RIO DE JA.\EIRO: J'rollli ... -órla' ... OUlo! lt'ala, ••••. T o I .. I .•.•• sÃo PAl'lO: PrQ,!lib .. 6rlll'" ,. Ou!,l h'lItu, ....• "...
TAXA DE I' R OTESTO (rnr I 000) 19:>'11'1:>819:>919$8 8,tll:l 3.03 :;, 1 U 7,08 ~. Q() I • Jtj 201 ., -, 3 -' lU 3,13 h:i 6. $0 :!39 " <1'1' 1:;6 -, I • L o 18:; 10·1 112 1D1 201seqüente suspensão definitiva das
operações sociais, costuma ser se·
guida de prejuízo quase total dos
credores, enquanto a concordata.
devido à continuação - embora
condicional e restrita - da
ativi-dade da firma envolvida, permite
muitas vêzes a recuperação e,
assim não conduz, em média, a
perdas substanciais dos credores,
podemos fàcilmente imaginar os
efeitos financeiros de um aumento
sumário das falências, não mino
-rado por uma expansão das
con-cordatas, tal como ocorreu efetiva-mente.
Conforme revela o resumo a
se-guir, na capital da República as
concordatas quase quadruplicaram
entre janeiro maio 1958 e igual
epoca de 1959, enquanto as
falên-cias não chegaram a duplicar. Na
praça de São Paulo a divergência
CONJUNTURA ECONOMICA
nx - ~;(MERO 0& rAl':;:-'CIAS ~: tO~tORDATAS
NO RIO DE JANEIRO li 1:\\ SÃO l'Al'l O
EM lotAI O DE 19~9
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FALtHIAS CO~CORDATAS
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dl"" 1958 323"
i 7S 80 -ron t ,.: ClI.rlÔrlo~.ro de concordatas dobrou, o de fa· lências decresceu.
N(JlHERO DE FIRMAS COM INSOLvtS.
CIA REQUERIDA
Periodo Falências Concordatas
Rio de Janeiro Janeiro 1\ maio 59 138 103 Janeiro e maio 58 85 26 Agôsto a dezembro 58 120 36 São Paulo Janeiro a maio 59 309 89 Janeiro fi maio 58 394 36 Ag6sto a dezembro 58 323 75
Uma comparação dos 5 meses finais de 1958 com o período de igual extensão de 1959 leva-nos a conclusões semelhantes.
CONCLUSOES
A transição da conjuntura rei-nante em 1958 para as condiçõt:s econômicas vigorantes neste ano (preços internos, situação cambial,
crédito bancário, movimento de vendas comerciais etc.) ofereceu.
no 1.0 semestre de 1959, a firmas
importantes, com elevado capital em giro e desenvolvida organiza ção, maiores dificuldades para se manterem do que os modestos
em-preendimentos, com reduzidos en-cargos. O impacto tornou-se
parti-cularmente grave para as emprê
-sas que se dedicam à produção e distribuição de artigos de consumo
de preço unitário relativamente elevado (vestuário, móveis etc.) e para as organizações cujo
movi-mento depende da facilidade de
concessão de credito a prazo longo (SOCiedades imobiliárias) .
Felizmente, o maior destaque de dificuldades apenas temporá
-lias (concordatas) amenizou os já pesados sacrificios impostos aos
credores de entidades insolventes, que teriam superado de muito o valor apurado, se às falências ti-vessem continuado a corresponder a incidência relativa ainda obser·
vada em 1958.
Ao que mostram os resultados
provisórios de junho, a recupera-ção na praça de São Paulo quanto
à solvência geral consolidou-se. tanto assim que os títulos
protes-tados, bem como as insolvências,
tenderam a diminuir nesse
ACOSTO 1959 59
o último mês do 1.0 semestre,
refle-tindo principalmente o baixo nível
de vendas a varejo e os elevados
ccmpromissos bancârios a serem
atendidos pelo comércio e a
indús-tria, destacou-se com um número
elevadíssimo de falências e
concor-datas requeridas, embora se note
uma disposição dos credores de
tí-tulos não liquidados no vencimen
-to, para evitar o respectivo pro-testo.
em produtos de
cimento-amianto
Fob,icodot de ocordo com os mois rigorosos
requisitos, os produlos BRASlllT vêm porridpondo do
progresso econômico do pors, concorrendo nos
reolizoçõe5 indusrriois, (l9.i(010s e obros de soneOmen!o.
\
. " •
,
BANCO DA PREFEITURA DO DISTRITO FEDERAL S.
A.
I
MATRIZ
Avenida Rio Branco, 41
A,GENCIAS
)larquf,S do lIerval: Av. Rio Branco, 185 - Loja 1
Cnmpo Grande: Av. Cesário de !\leio, 1188
Jacarepagu:i: Av. Geremarlo Ollntas, 5&
lUadurelra: Trav. Almerinda Freitas. 43
1\1êier: Rua Frederico l\Ii ler, 22