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ANAIS INOVAÇÃO SOCIAL ATRAVÉS DO PROGRAMA MICROCRÉDITO DE SANTA CATARINA

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ANAIS

2879 *A revisão gramatical, ortográfica, ABNT ou APA foi realizada pelos autores.

INOVAÇÃO SOCIAL ATRAVÉS DO PROGRAMA MICROCRÉDITO DE SANTA CATARINA

Eduardo Alexandre Corrêa de Machado (Universidade do Sul de Santa Catarina) Denise Del Prá Netto Machado (Universidade do Sul de Santa Catarina) Nei Antonio Nunes (Universidade do Sul de Santa Catarina) Resumo: O sistema de Microcrédito ficou internacionalmente conhecido através da iniciativa do Professor Mohammad Yunus, em Bangladesh, através do crédito concedido às mulheres pobres e empreendedoras na Índia. Desta iniciativa surgiu o Grameen Bank, milhares de estudos acerca do Microcrédito, a replicação do modelo para diversas partes do mundo e o reconhecimento de ser uma inovação social na medida em que propõe conceder crédito àqueles microempreendedores sem acesso a recursos financeiros e outros produtos ofertados pelo sistema bancário tradicional. Em Santa Catarina, por iniciativa da Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina – Badesc, foi instituído o Programa Microcrédito de Santa Catarina, com o objetivo de fomentar a criação de Organizações da Sociedade Civil Pública – OSCIPs, que através de funding da agência catarinense de fomento, atenderia os microempreendedores espalhados por todo o Estado de Santa Catarina. Atualmente, são 14 instituições que operam o Programa Microcrédito de Santa Catarina, atendendo a maior parte dos municípios catarinenses e que utilizam recursos financeiros da Agência Badesc como funding para o programa, além de outras fontes de recursos financeiros para repasse. Ao longo dos últimos 3 anos, um montante superior a R$ 416 milhões foram tomados por essas instituições para repasse através do Programa Microcrédito de Santa Catarina, sendo que o volume financeiro tomado junto as outras fontes de funding superaram os recursos tomados junto a Agência Badesc, consolidando a ideia de fortalecimento e organização do sistema catarinense de apoio ao Microcrédito, operado pelas Instituições de Microcrédito Produtivo e Orientado – IMPOs, associadas à Associação das Instituições de Microcrédito e Microfinanças da Região Sul do Brasil - AMCRED-SUL.

Palavras-chave: Microcrédito. Inovação Social. Microempreendedor. Agência de Fomento. Instituição de Desenvolvimento.

1 INTRODUÇÃO

A Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina S.A. foi instituída em agosto de 1975 como Banco de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina –

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2880 Badesc, e teve como primeiro objetivo a promoção do desenvolvimento econômico do Estado de Santa Catarina, através da aplicação de recursos financeiros na economia catarinense. Em janeiro de 1999, por uma resolução do Banco Central do Brasil, teve sua atividade alterada de “banco de desenvolvimento” para “agência de fomento”, restringindo sua atividade econômica ao repasse de recursos financeiros e outras atividades próprias de uma agência de fomento.

Desde a transformação em agência de fomento, a instituição busca formas seguras, ágeis e inovadoras para a aplicação dos recursos financeiros próprios e para o repasse dos recursos disponibilizados por outras fontes financeiras voltadas ao desenvolvimento econômico e social brasileiro.

Dentre todas as possibilidades de atuação de uma agência estadual de fomento e desenvolvimento, o tema microcrédito tem especial destaque por se tratar de uma inovação social de alto impacto na economia local, auxiliando no desenvolvimento econômico da região e reduzindo o movimento migratório populacional para os grandes centros urbanos.

A Missão atual da Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina S.A. - Badesc é “fomentar o desenvolvimento econômico e social de Santa Catarina, de forma sustentável, através de financiamentos de médio e longo prazos”.

No contexto do cumprimento da missão organizacional, o tema microcrédito se encaixa como forma de multiplicação do impacto econômico e social através de apoio institucional e do fornecimento de recursos financeiros às organizações da sociedade civil pública, criadas com o intuito de atender a rede de microempreendedores catarinenses que não teriam acesso ao sistema financeiro tradicional.

De acordo com o documento elaborado pelo Conselho da Comunidade Comunitária (2002), o impacto social do microcrédito, embora de difícil mensuração, é reconhecidamente positivo, resultando em melhores condições habitacionais, de saúde e alimentar para as famílias usuárias. Além disso, contribui para o resgate da cidadania dos tomadores, com o respectivo fortalecimento da dignidade, a elevação da autoestima e a inclusão em patamares de educação e consumo superiores. 2 CONTEXTO

As ideias e as aspirações por trás do microcrédito não são recentes. Pequenos grupos informais de poupança e crédito operaram por séculos ao redor do mundo, em países como Gana, México, Índia. Mais tarde, sistemas formais de crédito e poupança aos pobres começaram a surgir, oferecendo serviços financeiros a clientes tradicionalmente negligenciados por bancos comerciais. O sistema cooperativo foi desenvolvido na Alemanha, no século XIX, com o objetivo de ajudar a população rural a quebrar sua dependência de agiotas e melhorar seu bem-estar.

O tema Microcrédito recebeu impulso no início da década de 70 através das experiências do Professor Muhammad Yunus em realizar empréstimos para mulheres empreendedoras pobres, que não teriam acesso ao sistema financeiro tradicional e necessitavam de pequenas quantias financeiras para auxiliar em seus microempreendimentos (negócios) e aumentar a renda da família, combatendo a pobreza. O sucesso dessa iniciativa do Professor Yunus deu origem ao Grameen Bank, aos livros que descrevem tais experiências (Yunus, 2000; Yunus e Weber, 2008), e posteriormente ao recebimento do Prêmio Nobel da Paz.

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2881 Segundo o Conselho da Comunidade Comunitária (2002), o Grameen Bank constituiu uma referência para a comunidade internacional de microcrédito e seu modelo já foi reproduzido em mais de 30 países, apesar das criticas sobre a sustentabilidade financeira do Banco.

Além do Grameen Bank, outras instituições internacionais encontraram experiências exitosas para o microcrédito, dentre as quais podemos destacar a ACCION Internacional, que começou na América Latina e se espalhou para os Estados Unidos e para a África; e o SEWA Bank (Self-Employed Women’s Association) na Índia, que é um banco de propriedade de um sindicato de mulheres empreendedoras. Essas instituições ainda hoje continuam a prosperar, e têm inspirado incontáveis iniciativas em replicar seus sucessos.

Yunus (2000) defendeu que para a erradicação da pobreza é preciso tomar medidas mais globais e profundas que a simples geração de empregos, e afirmou que uma possibilidade estaria no trabalho autônomo, que não apresenta os inconvenientes que a instalação de uma indústria representa naquela economia. “As indústrias não podem fornecer tudo”, comentou o Prof. Yunus (2000) ao se referir aos empregos necessários para uma população, e alertava que as vantagens que os governos precisam oferecer para a instalação das grandes empresas são onerosas e poderiam ter como destino um programa de microcrédito.

O Microcrédito consiste na concessão de empréstimos de pequenas quantias financeiras, com foco principal nas atividades produtivas exercidas pelos pobres e pelos microempreendedores de baixa renda, com ausência de garantias reais e tangíveis. (YUNUS, 2000)

A atividade bancária e financeira não teria interesse em atuar nesse segmento por existir dificuldade para estabelecer relacionamento com o empresário ou em reconhecer e legitimar a atividade produtiva, além das operações financeiras não serem lastreadas por garantias que objetivem mitigar o risco existente na operação financeira.

Desta forma, sem o incentivo de instituições como o Grameen Bank, que atuava somente Bangladesh, ou de instituições públicas de fomento à economia regional, os micro e pequenos empreendedores encontrariam dificuldades ou barreiras econômicas e financeiras à sustentabilidade e continuidade dos seus negócios. A realidade dos micro e pequenos empreendedores existentes em Santa Catarina não era diferente. Muitos desses micro e pequenos empreendedores não eram atendidos pelo sistema financeiro tradicional e não conseguiam prosperar com suas atividades produtivas por falta de pequenas quantias financeiras, necessárias para suportar o investimento em equipamentos ou mesmo como capital de giro para a continuidade do negócio.

Yunus (2000) afirma que, apesar do caráter do microcrédito ser o de tirar as pessoas da pobreza, não deve ser enxergado como uma politica assistencialista e sim como um direito universal, devido ao seu imenso potencial de impacto social. Cerca de 7 (sete) milhões de pessoas já foram beneficiadas por esta política via Grameen Bank, com giro financeiro anual de US$ 6 bilhões e baixa inadimplência (YUNUS, 2008, p.239-240), através de uma política de aval solidário que reduz os custos de transação e minimiza o risco moral. (SANTOS E SANTOS, 2017)

As experiências e práticas do microcrédito ao redor do mundo tem demonstrado que as populações de baixa renda não necessitam apenas de acesso a crédito, mas

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2882 de uma gama de serviços financeiros como poupança, seguros, serviços de pagamentos e transferências, educação financeira, entre outros. Daí a transformação do conceito de microcrédito para o conceito mais abrangente de microfinanças, que se resume na disponibilização de serviços financeiros que atendam às classes de baixa renda de forma perene e sustentável.

Atualmente, o microcrédito é concedido no Brasil de várias formas, por meio de ações do Poder Público, da sociedade civil e da iniciativa privada, apresentando diferentes desenhos institucionais. O Poder Público vem atuando com programas voltados diretamente para o tomador de microcrédito, por meio de bancos oficiais com carteiras especializadas, a exemplo do programa CrediAmigo do Banco do Nordeste, ou através de programas conhecidos como "Bancos do Povo", que trabalham majoritariamente com recursos orçamentários. Há ainda os programas públicos de fomento a instituições de microcrédito da sociedade civil e da iniciativa privada. São as chamadas "instituições de segunda linha", a exemplo do Programa de Crédito Produtivo Popular do BNDES e do Programa SEBRAE de Apoio ao Segmento de Microcrédito. (Conselho da Comunidade Comunitária, 2002)

O Programa Microcrédito de Santa Catarina foi criado sob o mesmo contexto, de apoiar a criação, o crescimento e a solidificação das “instituições de segunda linha”, genuinamente catarinenses e voltadas a atender as necessidades dos microempreendedores localizados nos diversos municípios do Estado de Santa Catarina.

Cabe salientar, que o microcrédito, tal como operado em Santa Catarina e em diversas outras regiões do Brasil, trabalha na concessão assistida do crédito. Na prática, são as instituições que operam com os recursos do microcrédito, através dos seus Agentes de Crédito, que vão até o local onde está localizado o microempreendimento, avaliam a sua atividade produtiva, as condições e necessidades do negócio, estudam as possibilidades de pagamento e então emitem parecer sobre a concessão do crédito, que se aprovado receberá o acompanhamento desse profissional.

É uma nova e diferente forma de concessão de crédito, voltada as necessidades daquele microempreendimento, que pode variar em função das diferentes culturas distribuídas pelo Estado de Santa Catarina.

Em razão dessas e outras peculiaridades, o microcrédito tem sido reconhecido como uma parte, talvez a mais importante, da nascente indústria de microfinanças, que se define por um conjunto de serviços financeiros postos à disposição da população de baixa de renda. (Conselho da Comunidade Comunitária, 2002)

3 INTERVENÇÃO

A Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina S.A. – Badesc instituiu por meio da Resolução 19/99, de 11 de maio de 1999, o Programa Microcrédito de Santa Catarina, atendendo a uma solicitação do Governo do Estado para que fosse viabilizado o acesso ao crédito para empreendedores não atendidos pelo sistema financeiro tradicional. Este programa viria a integrar, mais tarde, o Programa Catarinense de Inclusão Social, instituído pela Lei 12.120, de 09 de janeiro de 2002, substituído pelo Programa Catarinense de Inclusão Social Descentralizado, instituído pela Lei 14.610, de 07 de janeiro de 2009.

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2883 O programa se pautou pelo estímulo à criação e ao apoio de Organizações Não-Governamentais, qualificadas posteriormente como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIPs, que repassariam os recursos do Badesc aos empreendedores. A proposta idealizada era a participação financeira do Badesc, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES e de prefeituras, onde se instalariam as organizações. Esta proposta foi frustrada por parte do BNDES e de algumas prefeituras, restando ao Badesc arcar com quase a totalidade dos custos de implantação.

Havia, contudo, a permanente preocupação com a sustentabilidade, crescimento e conquista e acesso a novas fontes de funding para essas OSCIPs, considerando que a limitação orçamentária dos recursos públicos disponibilizados pela Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina – Badesc estaria cada vez mais presente em função na necessidade de desenvolvimento de outros programas de apoio ao crédito para setores carentes de incentivo.

No ano de 2004, com o crescimento e a necessidade de profissionalização plena das OSCIPs, as principais lideranças do setor atentaram para a necessidade de padronização, otimização, ampliação do atendimento e, por consequência, de resultados efetivos. Incentivados pela Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina S.A – Badesc, teve inicio um movimento associativo para estudos e implantação de uma associação estadual, que teria como objetivo principal a consolidação de um trabalho em rede, além de conferir representatividade institucional ao conjunto de entidades associadas cuja contribuição ao segmento de micros e pequenos empreendedores é expressiva, através de operações de credito que superam 500 milhões de reais aplicados ao longo deste período até os dias atuais, além da orientação técnica aos tomadores proporcionada pelos agentes de crédito de acordo com os pressupostos do modelo alternativo de credito preconizado para o segmento. (AMCRED, 2018)

Com o decorrer do tempo, o movimento ganhou força e coube aos dirigentes tomarem a iniciativa de promoverem e organizarem os encontros e debates que percorreram várias cidades do estado discutindo e definindo o modelo e seus regimentos.

Em vinte e cinco de março de 2006 com a participação de 13 (treze) instituições fundadoras, foi constituída, em Assembléia Geral realizada na cidade de São Miguel do Oeste especialmente convocada para tal, a Associação das Organizações de Microcrédito de Santa Catarina – AMCRED-SUL.

4 RESULTADOS OBTIDOS

A estratégia de atuação criada pela Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina S. A. – Badesc, no intuito de fomentar a criação de um sistema para o microcrédito no Estado de Santa Catarina, se mostrou exitosa, na medida em que existiram 19 (dezenove) instituições de microcrédito atuando em território catarinense (15 delas criadas por iniciativa da agência catarinense de fomento em conjunto com a sociedade civil), repassando não mais apenas recursos da Agência Badesc, mas também de outras fontes – como BNDES, Caixa Econômica Federal, bancos privados e fundos internacionais – a empreendedores de forma sustentável. Esse modelo é reconhecido nacionalmente, uma vez que ao longo de quase 19 (dezenove) anos

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2884 (1999-2018), a inadimplência do programa é zero, ou seja, não houve até o momento qualquer prejuízo ao patrimônio do Badesc. De acordo com a Associação das Instituições de Microcrédito e Microfinanças da Região Sul do Brasil - AMCRED-SUL, até 31/12/2017 foram realizadas mais de 745 mil operações de crédito, totalizando um volume de recursos contratados superior a R$3,325 bilhões, onde se estima a criação de mais de 108 mil postos de trabalho.

Atualmente, nem todas as OSCIPs, ou também chamadas de Instituições de Microcrédito Produtivo e Orientado – IMPOs que atuam no Estado de Santa Catarina fazem parte da AMCRED-SUL ou mantém relacionamento com a Agência Badesc.

Por esta razão, limitamos a abrangência deste Relato Técnico às 14 (quatorze) instituições que mantém relacionamento ou saldo ativo de operações de crédito com a agência catarinense, e operam com recursos destinados ao Microcrédito (em Santa Catarina), possuindo funding (fonte de recursos financeiros) da Agência Badesc, de outras fontes nacionais, internacionais, ou de todas essas as fontes citadas. Dessas instituições, 12 (doze) ainda operam com funding da Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina – Badesc, sendo que 2 (duas) operam com funding exclusivamente da Badesc, e outras 2 (duas) operam apenas com outras fontes de recursos financeiros, não mais contemplando recursos financeiros da agência catarinense. Dentre as 10 (dez) outras instituições, que captam funding de diversas fontes disponíveis, 3 (três) possuíram em 2017 funding com outras fontes com saldo maior do que com a Agência Badesc.

O quadro a seguir mostra esses dados de maneira detalhada, considerando os 3 (três) últimos anos.

A partir da tabela 1 também é possível também perceber o crescimento do volume de outras fontes de funding tomado pelas OSCIPs, que aumentou 22,48% de 2015 para 2017 e 20,24% de 2016 para 2017. Ao analisar o funding fornecido pela agência catarinense às OSCIPs, percebe-se um crescimento de 17,34% no período de 2015 para 2017, e uma redução de 1,38% no período de 2016 para 2017. Uma dessas 14 organizações já opera exclusivamente com funding captado diretamente de outras fontes, nacionais como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, Banco do Brasil – BB e outras instituições bancárias nacionais, além das fontes internacionais reconhecidas como Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, Banco Mundial, e outras fontes europeias.

FUNDING BADESC OUTROS FUNDINGS FUNDING BADESC OUTROS FUNDINGS FUNDING BADESC OUTROS FUNDINGS OSCIP01 2.048.541 2.099.758 2.045.658 1.021.044 1.028.921 1.509.884 OSCIP02 3.015.325 - 3.965.353 - 4.341.433 OSCIP03 - 29.866.856 - 24.965.991 - 22.266.658 OSCIP04 12.798.271 3.334.268 13.287.250 5.137.783 13.668.003 6.340.398 OSCIP05 5.426.421 1.606.383 6.084.069 2.816.038 6.062.274 5.202.969 OSCIP06 3.356.449 18.984.253 5.017.148 14.589.821 6.147.563 14.557.708 OSCIP07 6.135.429 3.310.539 5.123.205 3.334.047 2.026.437 882.360 OSCIP08 5.571.046 2.326.308 5.572.744 2.995.447 5.548.433 3.318.192 OSCIP09 - - 499.297 - 290.307 -OSCIP10 1.217.244 1.152.182 1.217.933 1.720.342 600.000 1.725.003 OSCIP11 7.169.919 12.069.251 9.107.549 5.391.990 2.417.294 7.145.723 OSCIP12 14.234.683 9.339.492 11.179.960 7.631.507 11.163.297 4.900.337 OSCIP13 4.475.445 243.666 3.294.000 530.354 2.183.937 1.007.004 OSCIP14 2.027.589 - 2.028.740 - 2.027.589 -TOTAL 67.476.362 84.332.957 68.422.907 70.134.364 57.505.488 68.856.236

tabela 1: origem dos recusos de funding

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2885 Outra forma de observar a estratégia exitosa na criação do Programa de Microcrédito de Santa Catarina, pela Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina, que compreende a criação das OSCIPs rumo a sua autonomia financeira, especialmente na captação de recursos financeiros, se encontra na analise dos percentuais de participação da agência catarinense no total de funding captado nos últimos 3 (três) exercícios, conforme demonstram os gráficos a seguir.

Através dos gráficos é possível perceber que a participação da Agência Badesc no último exercício (2017) foi a menor dos 3 (três) exercícios demonstrados, com pouco mais de 44% e confirma o avanço das IMPOs na busca da autonomia financeira. Inclusive, percebe-se que as outras fontes de fundings foram superiores ao funding fornecido pela agência catarinense nos 3 (três) últimos exercícios, confirmando uma tendência natural de organização e profissionalização dessas instituições que operam com o microcrédito no Estado de Santa Catarina.

O modelo criado pela Agência Badesc para o Programa Microcrédito de Santa Catarina, suscitou a criação de outro programa estadual que contempla o Microcrédito: o Programa Microcrédito Juro Zero, onde os microempreendedores tomam uma quantia limitada de recursos financeiros para investirem em melhorias, equipamentos ou mesmo capital de giro, e caso as parcelas sejam pagas sem qualquer atraso, os juros da operação são subsidiadas pelo Governo do Estado de Santa Catarina. Contudo, esse Programa Microcrédito Juro Zero poderá ser objeto de estudos futuros.

5 CONCLUSÕES

Ao longo dos anos, percebeu-se que as microfinanças alcançam seu potencial total em larga escala quando integradas ao sistema financeiro tradicional, provocando a inclusão financeira das classes de baixa renda. E para que essa integração se tornasse possível em Santa Catarina, foi de essencial importância a participação ativa de uma instituição do sistema financeiro nacional, no caso a Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina, que operacionalizou as ações e propôs as políticas de integração para os agentes de governo, as instituições que operam o Microcrédito em Santa Catarina e a autoridade monetária.

É perceptível que a intervenção positiva da agencia catarinense foi decisiva para o surgimento, crescimento e consolidação do Programa de Microcrédito de Santa Catarina. A estratégia de fortalecer e apoiar as Instituições de Microcrédito Produtivo

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2886 e Orientado – IMPOs que mantém relacionamento com a Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina, permanece ativa e operando no sentido de tornar o sistema de microcrédito em Santa Catarina mais robusto e atendendo a totalidade dos micro e pequenos empreendedores catarinenses. Desta forma, tanto a Agência de Fomento Badesc quanto o Programa Microcrédito de Santa Catarina poderão cumprir com seu papel de auxiliar no desenvolvimento econômico e social da nossa terra.

REFERÊNCIAS

AGÊNCIA de Fomento do Estado de Santa Catarina S.A. - BADESC. Disponível em: <http://www.badesc.gov.br>. Acesso em: 08 jun. 2018.

ASSOCIAÇÃO das Instituições de Microcrédito e Microfinanças da Região Sul do Brasil - AMCRED-SUL. 2017. Disponível em: <http://www.amcredsc.org.br>. Acesso em: 08 jun. 2018.

BARONE, Francisco Marcelo; LIMA, Paulo Fernando; DANTAS, Valdi; REZENDE, Valéria. Introdução ao Microcrédito. Brasília: Conselho da Comunidade Solitária, 2002.

CARAMICO, Augusto; SANTOS, Thais de Lana. O microcrédito como ferramenta de desenvolvimento socioeconômico: analise comparativa sobre o modelo de

microcrédito do Crediamigo versus Grameen Bank. Pensamento & Realidade. Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Administração - FEA. ISSN 2237-4418, [S.l.], v. 1, n. 1, p. 31, abr. 2017. ISSN 2237-4418. Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/index.php/pensamentorealidade/article/view/31679>. Acesso em: 14 jun. 2018.

YUNUS, M.; WEBER, K. Um mundo sem pobreza: a empresa social e o futuro do capitalismo. 1. ed. Paulo: Ática, 2008.

YUNUS, Muhammad, O Banqueiro dos Pobres. 1a Edição. São Paulo: Editora Ática. 2000.

Referências

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