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INDICADORES GEOLÓGICOS E GEOMORFOLÓGICOS DE SETORES EM EROSÃO NA COSTA DO RIO GRANDE DO SUL

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Capítulo 4

César Goso, compilador y revisor

© 2014 DIRAC – Facultad de Ciencias

INDICADORES GEOLÓGICOS E

GEOMORFOLÓGICOS DE SETORES EM EROSÃO

NA COSTA DO RIO GRANDE DO SUL

Eduardo Guimarães Barboza

1

e

Maria Luiza Correa da Camara Rosa

A OBSERVAÇÃO DE INDICADORES GEOLÓGICOS E GEOMORFOLÓGICOS em setores com erosão costeira proporciona uma leitura dos eventos que ocorre-ram e opeocorre-ram ainda hoje na configuração da linha de costa. Uma análise em macro escala desta configuração junto aos sistemas deposicionais costeiros ho-locênicos, encontrados na Planície Costeira do Rio Grande do Sul, permite definir políticas de uso e ocupação desta região que representa além do potencial rela-cionado à Geodiversidade e à Biodiversidade uma área de segunda residência nos períodos de verão. Neste capítulo trataremos da descrição dos indicadores erosivos observados na costa do Rio Grande do Sul, principalmente, na passa-gem do sistema eólico para o sistema praial. Nestes setores encontram-se as feições mais evidentes indicativas de erosão costeira, e também é onde se de-senvolvem os maiores problemas relacionados à retração da linha de costa. Em alguns locais, principalmente naqueles onde há ocupação antrópica, a erosão evidencia-se pela atuação sobre as edificações e pela modificação das condi-ções paisagísticas antes encontradas pelos ocupantes. Assim, nestes setores é possível obter um acompanhamento do registro em escala histórica. Contudo, onde não há ocupação existem outras maneiras de identificar os processos ero-sivos. Essa identificação está no registro geológico e nas feições geomorfológi-cas, principalmente quando analisados de maneira integrada, os quais são uteis como indicadores de erosão.

Aspectos geológicos e evolutivos

A Planície Costeira do Rio Grande do Sul localizada no extremo sul do Brasil estende-se por aproximadamente 620 km, limitando-se a norte com o Es-tado de Santa Catarina e a sul com o Uruguai (Fig. 4.1). A mesma corresponde a uma feição fisiográfica onde estão expostos os sedimentos da porção superficial

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Figura 4.1 –– Imagem orbital (satélite Landsat 7, sensor ETM+) da região leste do Rio Grande do Sul, com as localidades e a posição

das figuras que serão apresentadas ao longo deste capítulo.

O traçado destaca a morfologia da linha de costa, com as projeções e embaiamentos existentes.

da Bacia de Pelotas, ou seja, os sedimentos da cobertura depositados desde o Terciário sob a influência de oscilações glácio-eustáticas do nível do mar e acentuadas variações climáticas. Conforme Dillenburg & Barboza (2014) ocorre, ao longo dos 760 km de costa da bacia, uma barreira costeira holocênica inter-rompida por somente seis descontinuidades relacionadas às drenagens.

Villwock et al. (1986) agruparam os depósitos sedimentares da planície

costeira em sistemas deposicionais. Nesse trabalho os autores identificaram quatro “Sistemas Laguna/Barreira” e um “Sistema de Leques Aluviais” como responsáveis pelo desenvolvimento e progradação da Planície Costeira do Rio

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Grande do Sul. Os três primeiros sistemas do tipo Laguna/Barreira marcam epi-sódios de variação do nível relativo do mar durante o Pleistoceno, enquanto o último desenvolveu-se no Holoceno (Fig. 4.2).

Figura 4.2 –– Perfil esquemático transversal aos sistemas deposicionais da Planície Costeira do Rio Grande do Sul na latitude de Porto Alegre.

As barreiras são correlacionas aos últimos maiores picos da curva isotópica de oxigênio. Modificado de Tomazelli & Villwock (2000).

O Sistema Laguna/Barreira IV, holocênico, é caracterizado por possuir segmentos costeiros com padrões progradacionais e retrogradacionais. Con-forme Dillenburg et al. (2000) em escalas de séculos e de milênios essa caracte-rística estaria associado ao balanço sedimentar. Os segmentos retrogradacio-nais correspondem diretamente aos trechos em erosão, os quais representam um grande problema ao uso e ocupação dos recursos costeiros. Os setores em

progradação foram denominados por Hesp et al. (2005) como uma barreira

pro-gradante coberta por fases de campos de dunas transgressivos na forma de cordões paralelos à linha de costa. Essas fases, geneticamente, tratam-se de lençóis de areias formados a partir da erosão parcial ou total de cordões de du-nas frontais (Barboza et al. 2009, 2013).

Atualmente, na região costeira aportam poucos sedimentos das áreas fontes, representadas pelo Escudo Uruguaio-Sul-Riograndense e pela Bacia do

Paraná. De acordo com Tomazelli et al. (1998) a quase totalidade da carga

se-dimentar transportada pela drenagem e pelos principais rios (Jacuí e Camaquã) fica retida nos corpos lagunares interiores localizados na retaguarda dos siste-mas Laguna/Barreira na forma de deltas.

Clima, ventos, ondas e marés

O Rio Grande do Sul possui um clima subtropical úmido, característico das latitudes médias, regido por massas de ar tropicais e polares (Strahler

1977). É um clima do tipo Cfa – temperado chuvoso, mesotermal úmido, com

ve-rões quentes, na classificação de Köppen (1948). As chuvas são bem distribuí-das ao longo do ano, com precipitação média de 1.300 mm anuais, com

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aumen-to dos índices no inverno (Hoffmann et al. 1992). A região é descrita como sen-do parte da fronteira entre as latitudes subtropicais e latitudes médias

tempera-das da borda oeste do Atlântico sul (Nobre et al. 1986). Conforme Nimer (1977)

e Hasenack & Ferraro (1989), os ventos que atuam sobre a planície costeira, de forma representativa, resultam de dois sistemas de alta pressão que atuam na região: o Anticiclone do Atlântico Sul, com maior influência durante os me-ses de verão e o Anticiclone Migratório Polar, mais atuante durante os meme-ses de inverno.

O regime de ventos na costa do extremo sul do Brasil é classificado por Tomazelli (1993) como bimodal obtuso e de alta energia. Tomazelli (1990) e Arejano (1999) caracterizam a região como de alta energia e de baixa variabili-dade direcional. Ocorre a dominância dos ventos de NE na maior parte do ano. Porém, os ventos de S-SW-W são os de maior velocidade, ao quais estão asso-ciados à passagem de tempestades, e juntamente com os ventos S e SE são os responsáveis pelo empilhamento de água na costa.

A altura média significativa das ondas dominantes junto à costa é de 1,5 m. As ondas provenientes de SW, S e SE são dominantes determinando uma resultante de deriva litorânea de SW para NE (Tomazelli & Villwock 1992; To-mazelli 1993), porém durante tempestades o nível do mar pode elevar-se mais 1,3 m (Barletta & Calliari 2001; Calliari et al. 1998). A amplitude média de maré

é de 0,5 m (micromaré) com marés semi-diurnas (Dillenburg et al. 2009).

A profundidade do limite superior e inferior da antepraia é muito variável, dependendo do aporte e remoção local de sedimentos por condições de ondas e correntes. Esta zonação paralela à linha de costa pode ser temporariamente desfocada ou pontuada pelos efeitos das maiores tempestades. O perfil de equi-líbrio da antepraia é configurado pela interação da dinâmica do mar e da morfo-logia da plataforma continental, reproduzida pela distribuição sedimentar e as características do fundo. No litoral norte do RS sua morfologia está relacionada

ao controle do substrato antecedente (Gruber et al. 2003, 2006a). De acordo

com Gruber et al. (2006b) o limite morfológico externo da dinâmica da antepraia

foi definido entre 16 e 25 m de profundidade.

FEIÇÕES COSTEIRAS

A paisagem da planície costeira do Rio Grande do Sul é o resultado da in-teração de diversos fatores atuando ao longo do tempo geológico. As variações do nível do mar ocorridas durante o Quaternário tardio foram responsáveis pela gênese dos sistemas deposicionais existentes, os quais foram modelados pela ação combinada dos agentes da dinâmica sedimentar.

Os ventos e ondas possuem um papel preponderante, principalmente quando consideramos os depósitos sedimentares holocênicos. Estes depósitos relacionam-se com um sistema deposicional principal que compõe a costa do Rio Grande do Sul: o Sistema Laguna-Barreira IV. Características e peculiarida-des presentes neste Sistema e nos seus subsistemas são indicadores de ero-são, que quando analisados em conjunto demonstram a inter-relação dos pro-cessos que ocorrem ao longo da costa.

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Morfologia da costa

A costa do Rio Grande do Sul caracteriza-se por uma paisagem bastante aplainada ao longo dos seus 620 km de extensão. Formada por uma barreira costeira e por um sistema lagunar, as maiores elevações relacionam-se com a presença de campos de dunas. Promontórios rochosos ocorrem somente no ex-tremo norte, na região do Município de Torres, onde rochas relacionadas à Bacia do Paraná afloram. Arenitos da Formação Botucatu e Basaltos do Grupo Serra Geral destacam-se, criando uma paisagem bastante distinta. No restante da costa, somente no extremo sul, no Balneário da Barra do Chuí, elevações com aproximadamente 15 m são encontradas próximas à praia. Estas se relacionam com uma barreira costeira mais antiga, de idade pleistocênica (Barreira III), re-coberta por depósitos eólicos holocênicos.

Sem promontórios rochosos a continuidade da barreira costeira no Rio Grande do Sul é interrompida apenas em dois locais, junto às desembocaduras dos sistemas lagunares relacionados às bacias de drenagem do litoral norte (Laguna de Tramandaí) e do litoral médio e sul (Laguna dos Patos). Além des-tas, existem somente outras duas conexões permanentes com o mar, as quais materializam os limites ao sul (Arroio Chuí) e ao norte do estado (Rio Mampitu-ba).

Assim, o transporte de sedimentos não possui barreiras físicas significati-vas, resultando em uma linha de costa cuja morfologia é suavemente ondulada. Duas longas projeções costeiras ocorrem entre dois suaves embaiamentos (Fig. 4.1).

Existe uma correlação bastante direta entre a morfologia da linha de costa e o comportamento identificado (Dillenburg et al. 2000, 2009; Barboza et al.,

2011; Rosa et al., 2011). As projeções costeiras correspondem aos setores cuja

linha de costa é transgressiva e os sistemas deposicionais retrogradam, ou seja, são locais em retração. Já nos embaiamentos é verificado o oposto, a linha de costa é regressiva e os sistemas deposicionais progradam, caracterizando seto-res em acseto-resção.

Sistema eólico: campos de dunas, cordões de dunas transgressivos

e cristas de dunas frontais (foredune ridges)

Em alguns setores da barreira costeira holocênica é notável a presença de grandes campos de dunas (Figs. 4.1, 4.3A e 4.5). Com um relevo baixo, presença de ventos com sentido e intensidade favoráveis e um grande esto-que de sedimentos arenosos, o desenvolvimento de campos de dunas é

ex-tremamente favorecido na planície costeira do Rio Grande do Sul (Tomazelli et

al. 2008). Estes campos podem alcançar largura superior a 5 km (Tomazelli et

al. 2008), sendo alimentados por sedimentos provenientes da praia que,

quan-do secos, são transportaquan-dos para o interior quan-do continente pelo vento nordeste. Este transporte se dá desde a praia até o campo de dunas livres através de faixas arenosas, denominadas por Tomazelli (1994) de corredores de alimen-tação.

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Segundo Tomazelli et al. (2008) as dunas presentes nestes campos são principalmente cadeias barcanóides e, secundariamente, barcanas e cadeias transversais. Nas porções marginais, onde há menor disponibilidade de areia e maior desenvolvimento da vegetação, ocorrem ainda parabólicas e lençóis de areia.

Em outros setores da costa a migração de sedimentos arenosos da praia para o interior do continente não forma campos com a morfologia descrita. Mar-tinho (2008) observou e descreveu a presença de cordões de dunas transgres-sivos (Fig. 4.3A). Estes cordões possuem orientação paralela à linha de costa, com baixa amplitude, são descontínuos quando observados em detalhe, for-mando franjas ou lençóis de areia segmentados e separados por baixos

topo-gráficos que muitas vezes formam banhados (Hesp et al. 2007).

Existem ainda setores onde o sistema eólico é predominantemente

com-posto por cordões de dunas frontais (foredune ridges). Estes cordões possuem

uma morfologia convexa, na forma de cristas relativamente contínuas com orien-tação paralela à linha de costa. Estas cristas possuem, geralmente, amplitude similar ou maior que a dos cordões de dunas transgressivos, e também são se-parados por baixos topográficos, na forma de cavas. No litoral sul, entre o Bal-neário do Cassino e o Banhado do Taim a barreira holocênica é quase totalmen-te formada por estotalmen-te tipo de feição (Fig. 4.3B).

A tipologia do sistema eólico presente na barreira também possui correla-ção com o comportamento da linha de costa (Martinho 2008). Os campos de dunas mais expressivos ocorrem no sentido do extremo nordeste das projeções costeiras, podendo ser relacionados com setores cuja linha de costa é trans-gressiva. Por outro lado, a presença de fases (cordões) de dunas transgressivas ou de dunas frontais está relacionada com a regressão da linha de costa.

Sistema eólico-praial

É na passagem do sistema praial para o sistema eólico em que são en-contradas as feições mais evidentes da erosão costeira. Ao longo da costa do Rio Grande do Sul são observados segmentos cujas características da praia e das dunas frontais são bastante distintas. Estudos com enfoque na morfodinâ-mica praial foram realizados inicialmente por Calliari & Klein (1993) e por Toldo

Jr. et al. (1993). No setor sul da costa Gaúcha, entre o Balneário do Cassino e

o Município do Chuí, Calliari & Klein (1993) encontraram uma variabilidade nas características da praia relacionadas a mudanças de granulometria combina-das com o regime hidrodinâmico. A declividade do estirâncio, a presença de feições morfológicas como cúspides e escarpas, a mobilidade da praia e hidro-dinâmica associada permitiram diferenciar setores dissipativos, intermediários e refletivos.

Este tipo de classificação sugere praias com maior ou menor potencial para o transporte perpendicular de sedimentos, ou seja, indica a mobilidade da praia para episódios de erosão ou acresção. Segundo Short & Hesp (1982) os sistemas extremos dissipativos ou refletivos possuem as menores mobilidades. Já as praias intermediárias são as que possuem as maiores mobilidades.

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Figura 4.3 –– Imagens orbitais (satélite Landsat 7, sensor ETM+) do litoral norte (A) e sul (B).

No litoral norte é possível observar campos de dunas a sudeste no extremo de uma projeção da li-nha de costa e, a norte, cordões de dunas transgressivos ocorrem no embaiamento. Em B, embaia-mento costeiro posicionado no nordeste do litoral sul, onde a barreira holocênica é predominante-mente formada por cordões de dunas frontais.

Outra observação significativa nestes ambientes relaciona-se as caracte-rísticas das dunas frontais. Ao longo da costa variações significativas são en-contradas (Dillenburg et al. 2009; Dillenburg & Barboza 2014). Em alguns seto-res as dunas frontais são bastante desenvolvidas, é observada a pseto-resença de dunas embrionárias, muitas ocorrendo de forma constante ao longo de todo o

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ano (Fig. 4.4). Já em outros setores as dunas frontais são menos desenvolvidas. Com praias geralmente mais estreitas, durante sobre elevações causadas por marés meteorológicas as dunas frontais são atingidas, tendo sua face escarpa-da (Fig. 4.4). Há ainescarpa-da locais com dunas frontais de altura bastante significativa, como no Balneário de Dunas Altas, além de setores com propriedades interme-diárias, com variações sazonais nas características das dunas frontais acompa-nhando as mudanças no perfil praial.

Figura 4.4 –– A: panorâmica de uma praia em acresção, com a

presença de dunas embrionárias e o início da formação de um novo cordão de duna frontal (Torres, RS). B: praia em erosão, com déficit de

sedimento e duna frontal escarpada (Jardim do Éden, RS).

A classificação morfodinâmica e as características da duna frontal tam-bém podem ser correlacionadas ao comportamento da costa. Calliari & Klein (1993) descrevem o comportamento encontrado no litoral sul. No extremo sul, nas praias da Barra do Chuí, do Hermenegildo, do Albardão e do Farol de Sarita são encontradas altas mobilidades, sendo atribuída uma classificação interme-diária. Nestes locais episódios de erosão, formando escarpas nas dunas fron-tais, seguidos por episódios de acresção são frequentes. Este é um setor cuja linha de costa apresenta um comportamento transgressivo.

Já nas proximidades do Balneário do Cassino são encontradas característi-cas típicaracterísti-cas de praias dissipativas, com variações temporais mínimas no perfil praial. Este é um setor com comportamento progradacional. Da mesma forma, Toldo Jr. et al. (1993) encontrou características similares na praia de Imbé, locali-zada no litoral norte, também em um setor progradacional. Nestes locais as dunas frontais tendem a ser bem desenvolvidas, com a presença de dunas embrioná-rias e recomposição rápida do sistema praia-duna após eventos de tempestades.

Sistema lagunar

O sistema lagunar está presente ao longo de toda a costa do Rio Grande do Sul, imediatamente na retaguarda da barreira holocênica ou somente na

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re-taguarda dos sistemas pleistocênicos (Fig. 4.1). No sul da planície costeira es-tão presentes duas lagoas maiores, a Lagoa Mangueira e a Lagoa Mirim, conec-tada à Lagoa dos Patos pelo Canal de São Gonçalo. No litoral médio destaca-se a Lagoa dos Patos, uma laguna com aproximadamente 260 km de extensão que

ocupa uma área de 10.000 km2. No litoral norte o sistema lagunar é composto

por uma série de lagoas interligadas, as quais desembocam na Laguna de Tra-mandaí.

Nos setores em que as lagoas ocorrem imediatamente na retaguarda da barreira holocênica, uma série de depósitos relacionados com a interação entre este sistema e o sistema eólico adjacente são gerados (Fig. 4.5). A migração das dunas promovida pelo vento nordeste, transporta material arenoso até o sis-tema lagunar. Ao chegar às lagoas estes sedimentos passam a compor as suas margens, contribuindo para a sua colmatação.

Figura 4.5 –– Imagem orbital do campo de dunas de Cidreira,

litoral norte do Rio Grande do Sul, obtida através do Google Earth.

De acordo com a orientação do campo de dunas e das lagoas, observa-se a presença de deltas (Lagoa do Gentil) e de dunas migrando diretamente para o interior dos corpos

lagunares (Lagoa do Manuel Nunes).

De acordo com a orientação espacial entre o sistema lagunar e o sistema eólico, a morfologia das dunas preserva-se até o encontro destes sistemas. Desta forma, a face de deslizamento entra diretamente no corpo d’água (Fig. 4.5). Em outros locais os sedimentos presentes nos campos de dunas são transportados para o interior dos corpos lagunares por meio de pequenas

dre-nagens presentes nos interdunas (Lima et al. 2013). Ao chegar às lagoas, o

se-dimento transportado por estes canais forma deltas que migram lateralmente de acordo com a migração das dunas e consequente deslocamento dos interdunas

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corpo lagunar, ocorre como resultado da interação de dois mecanismos pais: a migração direta das dunas para dentro dos corpos lagunares e, princi-palmente, a progradação de deltas alimentados por cursos de água temporários que se desenvolvem nas interdunas. Devido à arquitetura destes depósitos os mesmos progradam no sentido da laguna (continente) (Figs. 4.5 e 4.8A).

A importância do sistema lagunar como indicativo de erosão está direta-mente relacionada à evolução costeira, especialdireta-mente considerando a sua rela-ção com o sistema eólico. Em setores cuja linha de costa é transgressiva os sis-temas deposicionais retrogradam de maneira que os depósitos lagunares pas-sam a aflorar na praia (Tomazelli et al. 1998; Dillenburg et al. 2004). Isto é ob-servado em diversos pontos nas projeções da costa (Fig. 4.6). Turfas e lamas

de origem lagunar com idades de 5,8 ± 0,1 ka (Travessas 2003; Travessas et al.

2005), 4,3 ± 0,6 ka (Tomazelli et al. 1998) e 3,5 ka (Dillenburg et al. 2004) com-provam o processo de retrogradação da barreira.

Figura 4.6 –– Afloramento de lama de origem lagunar após um evento de

tempestade ocorrido no litoral norte no Balneário do Jardim do Éden (agosto de 2007).

CORRELAÇÃO ENTRE AS FEIÇÕES INDICATIVAS DE EROSÃO

Conforme descrito, o primeiro aspecto observado é a morfologia da linha de costa. As projeções costeiras estão relacionadas com setores em erosão, enquanto os embaiamentos, com setores em acresção. Ao girar a costa

aproxi-madamente 130o no sentido anti-horário, é possível comparar as projeções com

pequenas colinas e os embaiamentos com pequenas bacias (Fig. 4.7). Com uma deriva litorânea resultante no sentido nordeste os sedimentos são transpor-tados longitudinalmente das projeções para os embaiamentos. Esta observação

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indica que nos últimos milênios a costa do Rio Grande do Sul era ainda mais ondulada e a tendência, com a continuidade deste processo, é que a mesma torne-se cada vez mais retilínea.

Figura 4.7 –– Imagem orbital (satélite Landsat 7, sensor ETM+, banda 2) com

giro de 130o indicando o transporte de sedimentos ao longo da costa desde as

projeções que se encontram em erosão, para os embaiamentos em acresção.

Modificado de Rosa (2010).

Quanto à tipologia do sistema eólico, os grandes campos de dunas en-contram-se junto às projeções costeiras. Alguns autores (Semeniuk & Meagher

1981; Dillenburg et al. 2009) vincularam a fonte de sedimentos para os campos

de dunas com a erosão de segmentos adjacentes. Desta forma, parte dos sedi-mentos erodidos nas projeções costeiras é transportado seguindo a deriva lito-rânea para os embaiamentos adjacentes, os quais progradam, enquanto outra parte alimenta os campos de dunas. Nos embaiamentos a progradação se dá por meio da justaposição lateral de sistemas praiais e de dunas frontais, com o deslocamento da linha de costa no sentido do oceano. O registro deste deslo-camento é observado na barreira, na forma de cordões de dunas frontais e/ou lençóis (cordões) de areias transgressivos. O tipo de cordão a ser formado e preservado na barreira é função de uma combinação das características do substrato antecedente, disponibilidade de sedimentos, relevo e ambientes pre-sentes na retaguarda da barreira com eventos climáticos.

As características morfodinâmicas do sistema praial são indicativas da mobilidade de sedimentos perpendicularmente à linha de costa. A maior mobili-dade pode ser associada à maior disponibilimobili-dade de material para o transporte longitudinal. Praias intermediárias e intermediárias a refletivas são encontradas nas projeções costeiras, associadas a segmentos erosivos. Praias dissipativas ocorrem geralmente junto aos embaiamentos costeiros, sendo características de setores em acresção.

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Classicamente, levantamentos de perfis praiais objetivam classificar a morfodinâmica das praias no intuito de conhecer o seu comportamento (Calliari

et al. 2003). Através de séries históricas é possível observar as tendências e a

variabilidade deste comportamento. Contudo, é necessário levar em considera-ção as variações sazonais e também a pouca extensão temporal deste tipo de informação.

Como demonstrado no estudo de Thom & Hall (1991) com o monitora-mento da Praia de Moruya na Austrália, desde 1972, com apenas alguns anos de levantamento não é possível estabelecer com segurança o comportamento de um segmento da costa. Estes autores encontraram uma alternância de inter-valos com maior e com menor deposição, relacionados à incidência de tempes-tades. Deve-se, portanto, observar que devido à intensa dinâmica do ambiente, as observações realizadas junto ao sistema praial indicam um comportamento dentro do intervalo de tempo limitado às observações.

No sistema lagunar presente na retaguarda dos setores em erosão ocorre um perfil assimétrico quando analisadas as margens do lado leste, em contato com a barreira holocênica, e as margens do lado oeste, mais continentalizadas. Devido ao maior aporte de sedimentos pela margem leste, relacionada com a retrogradação da barreira, estas tendem a ser mais íngremes. Em muitos locais as dunas entram diretamente nos corpos d’água, resultando em grandes gradi-entes (Fig. 4.5). Em outros segmentos é notável a presença de deltas oriundos das drenagens presentes nos interdunas (Fig. 4.5). Estes deltas ocorrem de forma coalescente ao longo destas margens. Já nas margens opostas, no senti-do senti-do continente, o perfil lagunar tende a ser mais suave. Em alguns locais da costa, como no extremo sul da planície costeira, no Balneário da Barra do Chuí, afloramentos relacionados a uma barreira de idade pleistocênica estão presen-tes na praia formando uma pequena falésia. Nespresen-tes locais, a retrogradação é tão expressiva que o sistema lagunar já não ocorre mais na retaguarda da bar-reira holocênica.

Já nos setores em progradação os sistemas lagunares tendem a possuir um perfil mais simétrico. Em torno das margens atuais é comumente observada a presença de um terraço lagunar, gerado em um nível lagunar acima do atual por ocasião do último máximo eustático, com idade de aproximadamente 5,1 ka.

O afloramento de turfas e de lamas de origem lagunar na atual face de praia ocorre nas projeções costeiras. Nestes pontos a transgressão evidencia-se pelo registro de um antigo corpo lagunar posicionado junto à praia atual. Nes-tes locais a praia tende a ser mais estreita e a duna frontal geralmente aparece escarpada. A lama e a turfa são expostas quando marés meteorológicas recor-rentes sobrelevam o nível do mar, aumentando a energia das ondas removendo areia do perfil. Nestes locais exsudações freáticas são comumente observadas, com a presença de água doce na antepraia. Estas exsudações resultam da pre-sença de argila em subsuperfície, criando uma camada impermeável levando, quando da saturação relacionadas a períodos de maior precipitação, ao aflora-mento de água doce na praia.

O Quadro 4.1 sumariza os fatores encontrados nos setores em erosão e em acresção presentes na costa do Rio Grande do Sul.

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Quadro 4.1 –– Características gerais que podem ser encontradas nos setores em erosão e em acresção da costa do Rio Grande do Sul.

Indicador Setores em erosão Setores em acresção

morfologia da linha de costa projeção embaiamento

sistema eólico

campos de dunas mais ex-pressivos, especialmente no sentido do extremo nordeste das projeções

cordões de dunas frontais (foredune ridges) e cordões de dunas transgressivos

sistema praial/eólico

duna frontal escarpada bem desenvolvidas; presença de dunas embrio-nárias

classificação

morfodinâmica praias intermediárias e in-termediárias a refletivas praias dissipativas

sistema lagunar

perfil assimétrico: margem em contato com a barreira holocênica mais íngreme; presença de deltas coalescen-tes nas margens em contato com a barreira holocênica; turfas e lamas lagunares aflorantes na praia; exsudações freáticas na praia comuns devido a ca-madas argilosas em subsu-perfície relacionadas à pa-leolagunas

perfil simétrico;

presença de terraços laguna-res no entorno das lagoas atuais relacionados ao último máximo eustático

Estudos realizados por Barboza et al. (2009, 2011), utilizando dados de

subsuperfície coletados com um sistema de Georadar, corroboram esta relação entre os setores em erosão/acresção com os indicadores geológicos e geomor-fológicos. Os autores observam que nos setores em erosão (comportamento re-trogradacional) os mesmos são caracterizados por refletores mergulhando no sentido do continente, enquanto que nos setores em acresção (comportamento progradacional) os mesmos são caracterizados por refletores mergulhando no sentido da bacia (Fig. 4.8). Neste mesmo estudo, os autores demonstram que os registros observados através dos dados de Georadar indicam que os proces-sos identificados ocorrem em uma escala de tempo de milênios.

CONCLUSÕES

A análise de forma integrada dos indícios geológicos e geomorfológicos presentes na Planície Costeira do Rio Grande do Sul permitem uma identifica-ção bastante segura e de fácil acesso de setores em erosão. Estes setores de-monstram em subsuperfície um registro onde esses processos erosivos estão atuando em uma escala de tempo milenar.

Assim, a utilização de indicadores contribui para fins de Gestão Costeira, na identificação de setores costeiros com problemas de uso e ocupação. A

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abordagem em uma escala macro, considerando o registro geológico/geomor-fológico, proporciona subsídios e direcionamento para estudos de detalhe - lo-cais. Dessa forma, a análise proposta auxilia na elaboração de zoneamentos em diversas escalas, os quais contribuem como elementos para as tomadas de de-cisões políticas que envolvem as zonas costeiras.

Figura 4.8 –– Setores costeiros com comportamentos distintos.

A: barreira holocênica retrogradational projeção costeira ao sul de Rio Grande; B: barreira holocênica progradational embaiamento costeiro ao sul do Albardão.

Seções de Georadar adquiridas com uma antena de 200 MHz.

Referências bibliográficas

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