• Nenhum resultado encontrado

UM ESTUDO COMPARATIVO DE TRÊS TEORIAS CONCORRENTES DA AÇÃO PARA EXPLICAR O COMPORTAMENTO DA TENTATIVA DE PERDER PESO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "UM ESTUDO COMPARATIVO DE TRÊS TEORIAS CONCORRENTES DA AÇÃO PARA EXPLICAR O COMPORTAMENTO DA TENTATIVA DE PERDER PESO"

Copied!
17
0
0

Texto

(1)

1

UM ESTUDO COMPARATIVO DE TRÊS TEORIAS CONCORRENTES DA AÇÃO PARA EXPLICAR O COMPORTAMENTO DA TENTATIVA DE PERDER PESO

Autoria: Luiz Rodrigo Cunha Moura, Ricardo Teixeira Veiga, Nina Rosa Silveira Cunha, Luiz Eduardo Leite de Moura

A capacidade de explicar e prever o comportamento dos indivíduos, sempre foi um dos focos de pesquisa na área do comportamento do consumidor e da psicologia social. Por conseguinte, diversas teorias foram criadas e vêm sendo estudadas, testadas e comparadas entre si nos últimos anos, com o intuito de desenvolver cada vez mais o entendimento sobre o comportamento humano. Esta pesquisa em particular, foca o estudo, teste e comparação entre três teorias da ação: a Teoria da Ação Racional (AZJEN; FISHBEIN, 1975), a Teoria do Comportamento Planejado (AJZEN, 1985) e a Teoria da Tentativa (BGOZZI; WARSHAW, 1990) em relação ao comportamento de tentar perder peso nos próximos trinta dias. Esta comparação ocorreu por meio da avaliação dos valores da variância explicada para a intenção comportamental e comportamento autorrelatado pelos entrevistados. Na primeira parte da pesquisa foi feita uma pesquisa qualitativa por meio de perguntas em aberto com 85 pessoas, com o intuito de descobrir as vantagens, desvantagens, pessoas que aprovam ou desaprovam e tudo o mais que poderia facilitar ou atrapalhar a ação de tentar perder peso por parte dos indivíduos nos próximos trinta dias. Assim, foram descobertas as crenças salientes em relação a este comportamento. Essas crenças foram consideradas na elaboração do questionário utilizado na segunda etapa da pesquisa, além das determinações de Ajzen (2006) e Bagozzi e Warshaw (1990). Realizou-se o pré-teste com 55 registros. Após pequenas alterações procedeu-se ao trabalho de campo no qual se obtive 650 questionários, sendo aproveitados (após diversas análises estatísticas) 426. As unidades de observação são os alunos de um Centro Universitário localizado em uma metrópole brasileira e, por conseguinte, a amostra pode ser considerada por conveniência. Foram realizados o exame e a análise dos dados, por meio das seguintes atividades: verificação da análise de conteúdo, análise dos dados faltantes, análise da normalidade, identificação das observações atípicas, verificação da linearidade, da unidimensionalidade, da confiabilidade das escalas, da validade convergente, da validade discriminante e da validade nomológica. Os resultados obtidos mostram que somente a Teoria da Ação Racional teve validade nomológica. No caso da Teoria do Comportamento Planejado, a relação entre o construto controle percebido e o a intenção comportamental não foi significativa. Em relação à Teoria da Tentativa, a validade nomológica quase foi alcançada, mas o construto atitude relativa à tentativa não apresentou um resultado estatisticamente significativo. Contudo, esses resultados são condizentes com aqueles encontrados por Bagozzi e Warshaw (1990). Em termos de capacidade de explicação, a Teoria da Tentativa apresentou resultados maiores cerca de 20% para a intenção comportamental e de 50% para o comportamento autorrelatado pelos respondentes. Todavia, é importante ressaltar também que os índices de ajuste para a TT apresentaram resultados piores do que para a TAR e TCP – e em algumas situações não adequados -, em virtude do aumento da complexidade do modelo criado a partir desta teoria (número de construtos, variáveis, relações e etc.).

(2)

2

1 INTRODUÇÃO

Diversas pesquisas sobre o comportamento humano e sobre o comportamento do consumidor, tanto no Brasil quanto no exterior, trabalham com questões relacionadas a sua saúde, por exemplo: Schifter e Ajzen (1985), Manstead e Ajzen (2007), Ajzen e Driver (1991), Conner e Norman (1996), Armitage, Norman e Conner (2002); Matos (2008), Ramalho (2006) e Veiga (2008). Os produtos e comportamentos estudados focalizam temas como: tabagismo e hábito de fumar; utilização de produtos farmacêuticos genéricos; tentativa de emagrecimento e perda de peso; modelagem do corpo; auto exame dos seios e dos testículos; ingestão de bebidas alcoólicas; realização de check ups e consultas médicas; e utilização de preservativos. O entendimento dos fatores influenciadores sobre o comportamento humano relacionado à saúde é fundamental para o desenvolvimento e elaboração de soluções que visem resolver os malefícios causados pelo sedentarismo, falta de prevenção, tabagismo, alcoolismo, entre outros (MANSTEAD; AJZEN, 2007).

Apesar da realização deste tipo de pesquisa ser comum no exterior, a realidade brasileira indica que o número de estudos acerca dos comportamentos saudáveis (ou a falta deles) é muito pequeno no Brasil. Consultando-se a base de dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), verificou-se que não existem estudos recentes em nível de mestrado e doutorado no Brasil onde se comparou teorias da ação, notadamente, a Teoria da Tentativa (TT).

De acordo com Armitage e Conner (2001), a teoria da ação racional e a sua extensão, teoria do comportamento planejado, são as mais estudadas pelos pesquisadores quando se considera a relação intenção-comportamento. Algumas das teorias mais utilizadas são aquelas desenvolvidas e ampliadas por Ajzen e Fishbein: modelo expectativa-valor, teoria da ação racional, teoria do comportamento planejado. Contudo, esta última apresenta resultados ruins quando aplica o comportamento baseado na racionalidade àquele consumidor que procura atingir uma meta (BAGOZZI; WARSHAW, 1990). Estes autores desenvolveram a teoria da tentativa, que é um modelo que tem por objetivo principal explicar a intenção de se realizar comportamentos que podem ser entendidos como metas (“goals”); ou seja, comportamentos cujas realizações não estão inteiramente sujeitas à vontade pessoal.

Pretende-se com este estudo verificar qual destas teorias tem maior capacidade de explicar o comportamento de tentativa dos indivíduos de perder peso. Deseja-se também verificar a validade empírica de cada uma das teorias em relação ao comportamento definido.

2 PROBLEMA DE PESQUISA E OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS

O problema de pesquisa deste trabalho é: qual das três teorias testadas (TAR, TCP e TT) possui maior capacidade de explicar a intenção comportamental e o comportamento observado dos indivíduos em relação a tentar perder peso nos próximos 30 dias?

Por conseguinte, tem-se como objetivo geral deste trabalho: verificar qual teoria (TAR, TCP ou TT) possui maior capacidade de explicar a intenção comportamental e o comportamento observado dos indivíduos em relação a tentar perder peso nos próximos 30 dias. Além disso, têm-se os seguintes objetivos específicos:

a) Identificar as principais crenças salientes acerca de comportamento estudado. b) Verificar se a Teoria da Ação Racional, a Teoria do Comportamento Planejado e a Teoria da Tentativa possuem validade nomológica para explicar o comportamento dos indivíduos em tentar perder peso nos próximos 30 dias.

c) Comparar os resultados da variância explicada da intenção comportamental e do comportamento realizado, com os obtidos em metanálises realizadas sobre a TAR e TCP – não existem metanálises sobre a TT.

(3)

3

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 A TEORIA DA AÇÃO RACIONAL E TEORIA DO COMPORTAMENTO PLANEJADO

De acordo com a teoria da ação racional, a intenção de uma pessoa é determinada por dois fatores principais. O primeiro refere-se aos fatores pessoais acerca do comportamento, o qual é formado pelas avaliações positivas e negativas ao agir.

O segundo determinante da intenção de comportamento relaciona-se às percepções pessoais sobre as pressões sociais em relação ao comportamento em questão, a qual é conceituada como “Normas subjetivas” (NS). De forma geral, esse fator pode ser entendido como a opinião de outras pessoas que o indivíduo considera importante em relação a um determinado comportamento. Em geral, quanto mais positivas forem atitudes da pessoa em relação ao comportamento e normas subjetivas relacionadas a esse comportamento, maior será a intenção da pessoa em agir e, consequentemente, maior será a probabilidade de ela realmente realizar o comportamento em questão (AJZEN; MADDEN, 1986).

Além disso, Ajzen (1985) descreve que a teoria da ação racional (TAR) apresenta bons resultados quando o indivíduo possui controle volitivo sobre o comportamento em questão. Ou seja, ele não considera a possibilidade de fracasso da sua tentativa, bem como não considera que fatores internos ou externos, discutidos no tópico anterior, possam prejudicar ou inibir seu comportamento. Contudo, essa é uma situação que pode ser considerada como exceção, e não como a mais comum. O sucesso de uma tentativa de comportamento depende, portanto do nível de controle que o indivíduo possui em relação aos fatores internos e externos que podem influenciar a execução de um comportamento desejado. Quando isso ocorre, a teoria do comportamento planejado (TCP) torna-se mais útil do que a TAR. Em verdade, TCP é uma extensão da TAR, acrescida do construto controle percebido pela pessoa.

FIGURA 1 - Teoria do comportamento planejado FONTE: Beck e Ajzen (1991, p.287).

A equação a seguir sumariza a Teoria do Comportamento Planejado: B ~ I = [w1Ab + w2SN + w3PBC] Em que:

B é o comportamento de interesse; I é a intenção pessoal de agir;

Ab é a atitude do indivíduo em relação ao comportamento B; SN é a norma subjetiva em relação ao comportamento B; PBC é o controle percebido sobre o comportamento B;

Atitudes Comportamento Intenção Normas Subjetivas Controle Percebido

(4)

4 W1, W2 e W3 são os pesos que refletem a importância da atitude, das normas subjetivas e do controle percebido, respectivamente.

O símbolo “~” significa que a predição do comportamento ocorre em função das atitudes mensuradas, somente se estas últimas não sofreram alteração entre o momento da sua medição e o comportamento observado.

Quadro 1 – As fórmulas dos construtos da TCP Construto Fórmula Ab = 1 n i B iE i =

Ab é a atitude em relação ao comportamento b

B é determinada crença em relação ao comportamento b E é a intensidade da crença em relação ao comportamento b n é o somatório de todas as crenças do comportamento b SN = 1 n i B iM i =

SN é a norma subjetiva B é uma crença normativa

M é a motivação do indivíduo em assumir a crença normativa n é o número de crenças relacionadas ao comportamento PBC = 1 n i C iP i =

PBC é o controle percebido sobre o comportamento C é á frequência na qual o fator está presente no momento da ação do indivíduo P é a intensidade do fator em facilitar ou impedir o comportamento

n é o somatório dos fatores externos/internos à pessoa que afetam o comportamento Fonte: Ajzen e Driver (1991)

A atitude de uma pessoa em relação a um objeto pode ser prevista de forma precisa a partir dos conhecimentos advindos das crenças pessoais em relação ao objeto e da intensidade dessas crenças. A avaliação que ocorre é que as atitudes são formadas pelas crenças relacionadas ao resultado do comportamento em questão, multiplicados pela importância dessas conseqüências de acordo com a percepção do indivíduo (AJZEN; FISHBEIN, 1970).

De acordo com a Teoria do Comportamento Planejado, a intenção comportamental é o passo antecedente ao comportamento. Quanto maior for a intenção comportamental de agir, maior é a possibilidade de o indivíduo realmente agir (AJZEN; MADDEN, 1986).

O construto atitude referente ao comportamento (Ab) é determinado, portanto, pelas crenças que o indivíduo possui em relação a eles, ou seja, pelos resultados que o comportamento irá gerar. Há de se considerar também a intensidade desse resultado ou dos possíveis efeitos, ou seja, a intensidade das crenças do indivíduo de que o comportamento irá gerar determinados resultados ou efeitos. Quanto maior a intensidade da crença, maior é a sua importância para a formação das atitudes (AJZEN; DRIVER, 1991).

O construto normas subjetivas também depende das crenças. Contudo, diferentemente da composição de atitude em relação ao comportamento (Ab), normas subjetivas é formado pelas crenças que o indivíduo possui a respeito das opiniões de outras pessoas que ele considera importantes em relação à aprovação ou desaprovação deles em relação ao comportamento em questão (AJZEN; DRIVER, 1991). Essa relação é definida pela equação:

A inclusão do construto controle percebido ajuda a explicar por que as intenções sozinhas, em algumas situações, não são capazes de predizer o comportamento. A razão para que o construto controle percebido tenha uma ligação direta com o comportamento é que quando as pessoas sentem que possuem grande controle sobre o comportamento e as intenções comportamentais isoladamente são capazes de prever o comportamento. De outro lado, quando essas intenções comportamentais possuem pouco poder de predição do comportamento, o construto controle percebido deve ser utilizado de forma isolada para prever a ação da pessoa. Isso se deve ao fato de ao sentir que possui maior controle sobre a ação, a pessoa também sentir maior desejo de esforçar-se para que o comportamento tenha um resultado satisfatório. Então, o construto controle percebido irá influenciar tanto as intenções comportamentais como o próprio comportamento em si (ARMITAGE; CONNER 2001).

(5)

5 O que ocorre, segundo Ajzen (1985), é que a percepção pelo indivíduo de que ele possui ou não o controle para tentar ou não agir é um fator que influencia suas atitudes e, consequentemente, sua intenção comportamental. Assim, a TCP é capaz de considerar aqueles fatores que estão além do controle do indivíduo. A TCP é, em verdade, uma extensão da TAR, pois, além de considerar as atitudes dos indivíduos em relação ao seu comportamento e às normas subjetivas, as quais são resultado da pressão social que as pessoas sofrem, a TCP, também se atém ao controle comportamental percebido pelo indivíduo, ou seja, a sua percepção acerca da sua capacidade de agir de determinada forma (AJZEN, 2002a).

3.2 A TEORIA DA TENTATIVA

A Teoria da Tentativa (TT) (BAGOZZI; WARSHAW, 1990; BAGOZZI; GÜRHAN-CANLI; PRIESTER, 2002) é uma versão ampliada da teoria do comportamento planejado (TCP) (AJZEN, 1985), que especifica melhor as dimensões da atitude, considerando as expectativas de resultados, e inclui medidas de efeitos residuais do comportamento passado, em termos de frequência e recentidade, visando explicar comportamentos orientados por metas (por exemplo, a realização de dietas ou exercícios físicos regulares). Segundo Bagozzi e Warshaw (1990) e Bagozzi; Gürhan-Canli e Priester (2002) para esse tipo de comportamento, a TT apresenta melhor desempenho do que a Teoria do Comportamento Planejado (TCP). Neste caso, muitos comportamentos relevantes socialmente podem ser descritos como "tentativas", assim como a aquisição de bens e serviços pelos indivíduos (por exemplo, o abandono de vícios, compra de um imóvel para morar, a experimentação de novos produtos ou marcas e a participação voluntária em um programa social).

Em um estudo que comparou estas três teorias, Zint (2002) mostrou que a TCP teve um melhor desempenho do que a TAR, ou seja, a inclusão do construto controle percebido aumentou a variância explicada da intenção comportamental em 5% (termos absolutos), e que a inclusão do comportamento passado na TAR e na TCP aumentou a variância explicada da intenção comportamental em 14% para a TCP e 10% para a TAR (novamente em termos absolutos). De uma forma geral, a TT apresentou um resultado melhor do que a TAR e a TCP.

FIGURA 2 - Esquema básico da teoria de tentativa FONTE: Bagozzi e Warshaw (1990, p.131)

Atitude Relativa ao Sucesso Intenção de Tentar Atitude Relativa à Tentativa Atitude Relativa ao Fracasso Atitude Relativa ao Processo Expectativa de Sucesso Expectativa de Fracasso Tentativa Normas Subjetivas Recentidade Freqüência

(6)

6 A Teoria da Tentativa inclui os construtos relacionados ao comportamento passado (freqüência e recentidade). Além disso, apresenta três construtos (atitude em relação ao processo, atitude em relação ao fracasso e em relação ao sucesso) formados a partir dos modelos de expectativa-valor, ou seja, por meio das crenças em relação ao processo, ter sucesso e fracasso e das conseqüências destas crenças em relação à tentativa de ação (BAGOZZI; GÜRHAN-CANLI; PRIESTER, 2002).

Em relação às diferenças entre a TT e as TAR e TCP, é importante ressaltar que enquanto estas últimas se atém às crenças e conseqüências dos resultados da ação, na TT o foco ocorre sobre as crenças e conseqüências (processo, sucesso e fracasso) de tentar agir. Estas, de acordo com Bagozzi; Gürhan-Canli e Priester (2002), são medidas mais confiáveis, pois relacionam-se ao processo de execução da ação, e não simplesmente ao seu controle ou não. Por conseguinte, enquanto que na TCP trabalha-se com o construto controle percebido pelo indivíduo, na TT trabalha-se com os construtos relacionados com as expectativas, ou seja, conseqüências de sucesso, insucesso e o processo em si de agir. Além disso, é necessário enfatizar que na TAR e TCP a atitude é medida somente uma vez. No caso da TT, ela é, obviamente, formada pelos construtos atitude em relação ao sucesso, atitude em relação ao fracasso e atitude em relação ao processo. As expectativas de sucesso e de fracasso também são mensuradas para o cálculo do construto atitude (ZINT, 2002).

4 METODOLOGIA

Esta pesquisa, de acordo com as definições de Malhotra (2001), é classificada como descritiva e teve duas etapas: a primeira de abordagem qualitativa e a segunda, quantitativa. As unidades de observação foram formadas por estudantes de uma Instituição de Ensino Superior localizada em uma metrópole brasileira e as unidades de análise é a população em geral. Como a amostra é caracterizada como de conveniência, obviamente diversas limitações ocorrem em relação à generalização dos dados em virtude da falta de aleatoriedade da amostra. Os softwares utilizados para a análise de dados foram o SPSS 15.0 e a AMOS 7.0 4.1 ETAPAS DA PESQUISA

Seguindo as recomendações de Ajzen (2006), na primeira etapa da pesquisa, de cunho qualitativo, foram aplicados 85 roteiros com perguntas abertas aos respondentes. O objetivo foi o de identificar as crenças salientes em relação ao processo e às conseqüências de se tentar perder peso. Assim, foram perguntados quais eram os fatores que ajudavam e atrapalhavam esse comportamento, quais eram as pessoas que se importavam com a sua tentativa ou não de tentar perder peso nos próximos 30 dias e quais eram as conseqüências de se tentar essa ação.

Após a análise dessas informações, procedeu-se a segunda etapa da pesquisa, a qual consistiu na elaboração do questionário, e, posteriormente, foi realizado um pré-teste com 55 respondentes, com o objetivo de se identificar possíveis problemas de redação, escalonamento, formatação, etc. Foram seguidas as recomendações de Malhotra (2001) que descreve que o pré-teste deve ser feito junto a um público que possui as mesmas características da amostra a ser utilizada na pesquisa. Os resultados do pré-teste indicaram que pequenas alterações deveriam ser realizadas, notadamente em duas questões, nas quais se modificou a descrição dos itens, alterando de “melhorar a autoestima” para “aumentar a autoestima”. Foi observado também que o grande número de questões a serem respondidas, foi alvo de críticas por parte dos respondentes.

Para a construção do questionário, foram observadas as recomendações de Ajzen (2006). Por conseguinte, foram feitos escalonamentos bipolares para a avaliação das conseqüências das crenças (-5 a + 5), pois representam uma avaliação negativa e

(7)

7 positivamente, respectivamente, sobre as conseqüências de se tentar perder peso nos próximos 30 dias. Em relação às outras questões, mensuração das crenças e atitudes, o escalonamento foi unipolar (0 a 10), porque essa medição se refere à concordância com a crença relacionada ao comportamento e com as atitudes relacionadas também ao comportamento. Nesse caso, a concordância pode ser baixa ou alta, mas não negativa ou positiva. As âncoras foram definidas de acordo com os itens que descrevem os construtos e são definidos na próxima seção. Como os construtos foram medidos pela sua avaliação das suas crenças e avaliação das conseqüências dessas crenças, essa mensuração é considerada indireta (AJZEN, 2006).

Os questionários considerados válidos foram 590. Dos 705 aplicados, 55 fizeram parte do pré-teste e 60 foram eliminados por causa de problemas de preenchimento (respostas erradas, questões em branco e etc.). Após a aplicação dos questionários, os respondentes novamente foram contatados após 30 dias, para identificar se tentaram ou não perder peso nos últimos 30 dias (corresponde ao comportamento autorrelatado).

4.2 OPERACIONALIZAÇÃO DOS CONSTRUTOS

A pesquisa qualitativa indicou que as crenças mais salientes em relação à tentativa de perder peso foram: “melhorar a minha aparência”, “melhorar a minha saúde”, “aumentar a minha auto-estima”, “para de comer o que eu gosto”, “fazer dieta” e “ser mais feliz”.

As pessoas que se importariam, caso o indivíduo tentasse perder peso foram identificados como os pais, outros “parentes” (marido/esposa/namorado(a), irmãos, tios, primos e etc.), amigos e “outras pessoas que são importantes para mim”.

As crenças em relação ao controle percebido, ou seja, fatores que ajudam ou atrapalham as ações de tentar perder peso foram: “terei menos tempo livre”, “terei força de vontade para mudar hábitos alimentares”, “terei força de vontade para mudar hábitos sociais e de lazer (bares, festas, churrascos, etc.)”, “terei acesso à orientação de especialistas (médicos, nutricionistas, etc.)” e “farei exercícios físicos (em casa, na rua ou na academia)”.

A operacionalização dos construtos ocorreu a partir das considerações de diversos autores que pesquisaram o comportamento do consumidor utilizando o modelo da TAR, TCP e TT, entre eles Ajzen (2006), Bagozzi e Warshaw (1990), Bagozzi; Gürhan-Canli e Priester (2002), Schifter e Ajzen (1985), Ajzen e Madden (1986), Ajzen e Driver (1991), Beck e Ajzen (1991), Ajzen (2002a) e Daigle; Hrubes; Ajzen (2002). Como já descrito, os resultados da pesquisa qualitativa serviram de insumo para a criação do questionário. Cabe ressaltar que o comportamento é o de tentar perder peso nos próximos 30 dias.

Crenças. Foram identificadas a partir dos resultados obtidos na etapa qualitativa.

Representam as opiniões das pessoas que formam o público-alvo da pesquisa sobre questões relacionadas às vantagens, desvantagens e tudo aquilo mais relacionado ao processo de realizar o comportamento em questão.

Atitudes em relação ao comportamento. Foram definidas como a avaliação geral, por

parte das pessoas em realizar o comportamento em questão. Foram mensuradas pela a força e a importância das conseqüências do comportamento. Por meio do modelo expectativa-valor, foram calculadas as atitudes em relação às consequências de perder peso nos próximos 30 dias, bem como em relação ao processo de tentativa de atingir tal objetivo.

Normas subjetivas. Formadas por opiniões de outras pessoas que são importantes para

o indivíduo em relação à tentativa e à não tentativa de agir ( tentar perder peso nos próximos 30 dias) e se essas opiniões influenciam ou não a tentativa ou processo de agir para atingir essa meta. Essas pessoas importantes foram identificadas na pesquisa qualitativa.

Controle percebido sobre o comportamento. Deve conter a confiança das pessoas em

relação à sua capacidade e controle em realizá-lo. Assim, foram identificadas com o público-alvo as suas percepções sobre o controle e a capacidade em perder peso nos próximos 30 dias.

(8)

8

Intenções comportamentais. São representadas por: intenção, tentativa e planejamento

do indivíduo em perder peso nos próximos 30 dias.

A atitude relativa à tentativa. Foi apresentada pela frase: “Considerando-se tudo, a

minha tentativa de perder peso nos próximos trinta dias me faria sentir:”.

A atitude relativa ao processo. Foi descrita pela frase: “A minha tentativa de perder

peso nos próximos trinta dias, independentemente de eu alcançar os meus objetivos ou não irá me fazer sentir:”.

A frase que representou a atitude relativa à tentativa e ter sucesso: “Caso eu tenha sucesso em tentar perder peso nos próximos trinta dias, esse resultado irá me fazer sentir:”.

A atitude relativa à tentativa e falhar. Foi apresentada pela frase: “Caso eu fracasse,

ou seja, não consiga atingir o meu objetivo em tentar perder peso nos próximos trinta dias, esse resultado irá me fazer sentir:”

Estes quatro construtos anteriores (atitude relativa à tentativa, atitude relativa ao processo, atitude relativa à tentativa e ter sucesso, e atitude relativa à tentativa e falhar), foram ancorados pelos seguintes itens: “infeliz/feliz”, “mal/bem”, “insatisfeito/satisfeito” e “desgostoso/prazeroso”.

Expectativas de sucesso e expectativas de fracasso. Representam a expectativa prévia

dos indivíduos quanto ao resultado da tentativa de ação, ou seja, se os objetivos serão ou não alcançados. Os itens utilizados foram “supondo que eu tentarei perder peso nos próximos 30 dias, é provável que eu realmente perca peso” (expectativas de sucesso) e “Supondo que eu tentarei perder peso nos próximos 30 dias, é provável que eu não irei realmente perder peso” (expectativas de fracasso). As âncoras foram “nada provável” e “muito provável”.

Recentidade. Mede se o respondente estava tentando perder peso. Os itens foram:

“estou tentando atualmente”, “há menos de um mês”, “entre um mês e seis meses”, “há mais de seis meses e menos de um ano”, “há um ano ou mais”, e “nunca tentei perder peso”.

Freqüência. A elaboração das suas opções é mais complicada em comparação com a

recentidade. Uma pessoa pode tentar perder peso diversas vezes nos últimos 12 meses simplesmente deixando de comer doces em festas. De outro lado, outro indivíduo pode ter tentado perder peso somente uma vez nos últimos 12 meses, mas a sua tentativa pode ter durado meses seguidos. Assim, a quantidade de vezes não foi uma boa escolha, mas sim a quantidade de dias. Assim, a freqüência foi mensurada em função das seguintes opções: “todo dia”, “quase todos os dias”, “a maioria dos dias”, “aproximadamente a metade dos dias”, “alguns dias, mas menos da metade”, “poucos dias” e “nunca”.

Comportamento. Resposta dos indivíduos que relatam se tentaram perder peso nos

últimos 30 dias. Os respondentes são procurados 30 dias após o preenchimento do questionário para indicarem se tentaram ou não perder peso neste período.

5 RESULTADOS

Apesar de a amostra ser composta por estudantes em sua maioria jovens, cerca de 70% já tentaram perder peso e 31% estão tentando atualmente. De outro lado, no último ano, quase um terço não tentou perder peso em nenhum dia. Além disso, quase 40% tentou perder peso na maioria dos dias. A maioria dos entrevistados são homens (50,7%), apresentam idade entre 18 e 33 anos (88,5%). Os seguintes procedimentos foram realizados para o exame dos dados:

a) Análise dos dados faltantes. Essa foi a primeira atividade realizada. Foram analisados os dados faltantes para cada elemento da amostra e retiraram-se todos os casos que apresentaram mais de 10% de opções em branco. Um total de 58 elementos foi retirado da amostra, a qual passou a contar com 532 casos. Outro ponto que foi verificado foram questões que apresentassem um índice superior a 5% de dados faltantes. Somente o item “meus pais” do construto normas subjetivas teve mais de 5% dos dados faltantes e foi realizado um teste t

(9)

9 entre os questionários nos quais a variável está ausente e presente para verificar se existe alguma diferença estatisticamente significativa e o resultado foi negativo. Por fim foi feito o Teste Little´s MCAR que permite verificar se o comportamento dos dados ausentes é completamente ao acaso – AACA, nível mais alto de aleatoriedade de dados (Hair et. al, 2009). O resultado também foi negativo (sig. 0,000) e, por isso, não foi possível utilizar métodos de correção e imputação de dados. Com isso, a amostra final ficou com 426 casos, aqueles que apresentam todas as questões respondidas.

b) Análise da normalidade. Outro pressuposto que deve ser verificado é o padrão de distribuição das variáveis estudadas. Para tal, foi realizado o teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov para as variáveis que compõem as diversas escalas dos construtos presentes na TAR, TCP e TT. Todas elas apresentaram uma significância de 0,000, o que indica que nenhum dos indicadores dos construtos possui uma distribuição normal.

c) Análise dos dados atípicos. Neste caso, foram calculados os dados atípicos multivariados por intermédio do cálculo da distância de Mahalanobis (D² de Mahalanobis), o qual compara a posição de cada elemento da amostra em relação ao centro de todas as outras variáveis. Para fazer esse cálculo, é necessário fazer a distribuição do teste qui-quadrado com o número de graus de liberdade igual ao número de indicadores – 73 - e com o nível de significância abaixo de 0,001 – 116,10 (KLINE, 2005; HAIR et al., 2009). Todas as observações acima deste valor são consideradas atípicas multivariadas. Obteve-se um total de 23 observações atípicas. Contudo, seguindo as orientações de Hair et al. (2009), em um primeiro momento essas observações atípicas permaneceram na amostra. Além disto, não se identificou os motivos pela existência de dados atípicos, exceto em relação a altos valores para a variável idade (isso é explicado pela amostra formada por alunos universitários, em geral bem jovens). Os testes estatísticos subseqüentes foram realizados com e sem a presença dos outliers, com o intuito de verificar sua influência nos resultados. A amostra com os dados atípicos ficou composta de 426 elementos e a amostra sem os outliers tem 403 elementos.

d) Análise da linearidade. Este pressuposto verifica se existe uma relação linear entre duas variáveis e define até que ponto a variação de uma variável qualquer está relacionada com a variação de outra variável (HAIR et al., 2009; PESTANA; GAGEIRO, 2000). Como a distribuição desta amostra não é normal, utilizou-se o coeficiente de Sperman. Nesta pesquisa, foram testadas as relações lineares entre 73 variáveis. Foram consideradas somente as variáveis que entraram nas modelagens de equações estruturais. Por conseguinte, foram realizados 2628 testes de correlação (73 X 72 / 2). Deste total, 78,54%, ou 564 correlações correspondem a correlações significativas e 21,46% a correlações não significativas em nível de pelo menos 5% bicaudal. A partir desses dados, pode-se considerar que o nível de linearidade entre as variáveis que foram testadas na análise de dados pode ser considerado de médio para alto. A diferença entre a amostra com e sem os outliers foi insignificante.

e) Unidimensionalidade. Foi verificado se os construtos teóricos das teorias estudadas (TAR, TCPe TT) refletem somente uma única dimensão ou não. Para proceder à análise, foram feitas análises fatoriais exploratórias para cada um dos construtos. A escolha do método de extração foi o de componentes principais, em virtude de que esse método procura agrupar um “número mínimo de fatores necessários para explicar a parte máxima da variância representada no conjunto original de variáveis [...]” (HAIR et al., 2009, p. 99). Como critério do método dos fatores a serem extraídos, optou-se pelo método da raiz latente, no qual o autovalor com valor igual ou maior do que 1 deve ser retido. Para facilitar a visualização e interpretação dos fatores, foram realizadas rotações ortogonais pelo método Varimax.

TABELA 1

Valores da análise fatorial exploratória para o teste de unidimensionalidade

(10)

Comu-10 Explicada % Adequacidade (KMO) Esferecidade de Bartlett -nente nalidade Valor Sig Melhorar a aparência ,892 ,796 Melhorar a minha saúde ,813 ,661 Aumentar a minha

autoestima ,908 ,825

Atitude 71,713 ,805 889,944 ,000

Ser mais feliz ,766 ,586 Meus pais ,865 ,749 Outros parentes e cônjuge ,900 ,810 Meus amigos ,834 ,696 Normas Subjetivas 76,550 ,815 1059,783 ,000

Pessoas que são

importantes para mim ,899 ,808 Mais força de vontade

para mudar meus hábitos alimentares

,820 ,673 Ter força de vontade

para mudar hábitos sociais e de lazer ,760 ,578 Terei acesso à orientação de especialistas ,685 ,470 Controle Percebido 54,574 ,686 365,288 ,000

Farei exercícios físicos ,680 ,463

Infeliz/Feliz ,926 ,858 Mal/Bem ,971 ,943 Insatisfeito/Satisfeito ,953 ,908 Atitude em relação ao processo 90,193 ,869 2129,124 ,000 Desgostoso/Prazeroso ,948 ,898 Infeliz/Feliz ,981 ,962 Mal/Bem ,996 ,992 Insatisfeito/Satisfeito ,995 ,990 Atitude em relação à tentativa e ter sucesso 98,147 ,872 4513,730 ,000 Desgostoso/Prazeroso ,991 ,981 Infeliz/Feliz ,977 ,955 Mal/Bem ,986 ,972 Insatisfeito/Satisfeito ,984 ,969 Atitude em relação à tentativa e falhar 96,473 ,860 3408,276 ,000 Desgostoso/Prazeroso ,981 ,963 Infeliz/Feliz ,942 ,888 Mal/Bem ,965 ,932 Insatisfeito/Satisfeito ,965 ,931 Atitude em relação à tentativa 91,008 ,878 2198,782 ,000 Desgostoso/Prazeroso ,943 ,890 Pretendo perder peso ,970 ,942 Planejo perder peso ,980 ,961 Intenção em

tentar 94,101 ,759 1683,732 ,000

Tentarei perder peso ,959 ,920 Fonte: Dados da pesquisa

Primeiramente, é possível observar que os pressupostos da análise fatorial foram atendidos em virtude dos valores significativos para o teste de esferecidade de Bartlett e valor acima de 0,70 para o KMO (exceto para o construto controle percebido), e todas as matrizes de correlação apresentaram correlações significativas acima de 0,30. Em relação à undimensionalidade, todos os construtos apresentaram essa característica. As exceções foram os construtos atitude, o qual teve dois indicadores formados por itens reversos que foram excluídos (“parar de comer o que eu gosto” e “fazer dieta”) e o construto controle percebido (“terei menos tempo livre”). Também houve a comparação dos valores obtidos pelas amostras com e sem outliers. Os resultados indicam que as diferenças são muito pequenas, com os mesmos indicadores sendo excluídos, variações abaixo de 2% para a variância explicada, com correlações significativas e valores do KMO e esfericidade de Bartlett adequados.

(11)

11 f) Confiabilidade Interna. É outro pressuposto que deve ser atendido para se analisar as validades de um construto e de uma escala. Medidas que não alcançam a confiabilidade interna não podem ser válidas (KLINE, 2005). Para Hair et al. (2009, p. 112): “Qualquer escala múltipla deve ter sua confiabilidade analisada para garantir sua adequação antes de se proceder a uma avaliação de sua validade”. O seu valor varia entre 0 e 1. Para Pestana e Gageiro (2000), o indicador de boa consistência interna deve estar acima de 0,80. Para Hair et

al. (2009) valores entre 1,00 e 0,70 são aceitáveis.Os resultados obtidos foram satisfatórios: todos os construtos apresentaram valores acima de 0,70. Somente o controle percebido ficou abaixo de 0,80. Novamente, foi realizada uma comparação entre as amostra com e sem dados atípicos, e as diferenças foram pequenas. Para a realização das validades convergente, divergente e nomológica, optou-se em utilizar somente a amostra com os outliers.

TABELA 2

Valores de alpha de Cronbach para as escalas utilizadas na pesquisa Construto Alpha Total

Com Outlier Alpha Total Sem Outliers Itens Alpha se Item for Retirado

Melhorar a aparência ,802

Melhorar a minha saúde ,849

Aumentar a minha autoestima ,790

Atitudes ,867 ,868

Ser mais feliz ,872

Meus pais ,874

Outros parentes e cônjuges ,852

Meus amigos ,889

Normas

Subjetivas ,897 ,906

Pessoas que são importantes para mim ,853 Mais força de vontade para mudar ,595 Ter força de vontade para mudar ,648 Terei acesso à orientação de especialistas ,686 Controle

Percebido ,720 ,738

Farei exercícios físicos ,696

Infeliz/Feliz ,963 Mal/Bem ,941 Insatisfeito/Satisfeito ,951 Atitude em relação ao processo ,964 ,967 Desgostoso/Prazeroso ,953 Infeliz/Feliz ,996 Mal/Bem ,989 Insatisfeito/Satisfeito ,990 Atitude em relação à tentativa e ter sucesso ,994 ,995 Desgostoso/Prazeroso ,992 Infeliz/Feliz ,986 Mal/Bem ,982 Insatisfeito/Satisfeito ,983 Atitude em relação à tentativa e falhar ,988 ,991 Desgostoso/Prazeroso ,984 Infeliz/Feliz ,962 Mal/Bem ,951 Insatisfeito/Satisfeito ,951 Atitude em relação à tentativa ,967 ,965 Desgostoso/Prazeroso ,962

Planejo perder peso ,953

Pretendo perder peso ,937

Intenção em

tentar ,969 ,974

Tentarei perder peso ,970

Fonte: Dados da pesquisa

g) Validade Convergente. Neste caso, o objetivo é verificar se as medidas de um mesmo construto apresentam uma correlação positiva entre si. Isto significa que duas medições do mesmo construto devem apresentar altas correlações entre as medidas, considerando ainda a confiabilidade das escalas. Caso a escala realmente meça o conceito pretendido, as correlações deverão ser altas (HAIR et al., 2009; KLINE, 2005; MALHOTRA, 2001). Foram realizadas análises fatoriais confirmatórias pelo método de estimação GLS (generalized least squares), em virtude desse método, ser mais robusto ao pressuposto de

(12)

12 violação da normalidade multivariada. Para análise da validade convergente, foram avaliados: a carga padronizada de cada um dos indicadores, a AVE (variância média extraída), a CC (confiabilidade composta) e se os valores do teste t são significativos em nível de 1%. A carga padronizada de cada indicador deve ter um valor mínimo de 0,5, sendo que 0,7 são valores mais adequados. A AVE deve ser de pelo menos 0,50 para cada construto e a CC deve estar acima de 0,60 para cada construto e os valores acima de 0,70 são considerados bons (HAIR et

al., 2009). Os valores do teste t devem ser acima de 2,23.

TABELA 3

Valores das cargas padronizadas e dos valores dos pesos das regressões para os construtos utilizados na pesquisa

Construto Indicador Carga

Padronizada Carga Não Padronizada Teste T (Valor Crítico) Erro Padrão AVE CC Melhorar a aparência ,8742 15,1589 21,7712 ,6963

Melhorar a minha saúde ,7189 12,0968 16,5313 ,7318 Aumentar a minha

autoestima

,9112 15,8353 23,1975 ,6826 Atitudes

Ser mais feliz ,6516 11,3964 14,5163 ,7851

,634 ,750

Meus pais ,8414 15,4635 20,3434 ,7601

Outros parentes e cônjuge ,8788 15,4519 22,1060 ,6990 Meus amigos ,7838 13,0370 18,1453 ,7185 Normas

subjetivas Pessoas que são

importantes para mim ,8698 15,3930 21,6893 ,7097 ,713 ,883 Mais força de vontade

para mudar

,8219 16,7446 15,7993 1,060 Ter força de vontade para

mudar ,7102 13,8164 13,6775 1,0102

Terei acesso à orientação de especialistas

,5172 8,7387 9,7203 ,8990

Controle percebido

Farei exercícios físicos ,5145 10,1770 9,6418 1,0555

,428 ,359 Infeliz/Feliz ,8925 2,4231 23,5352 ,1030 Mal/Bem ,9744 2,6961 27,5681 ,0978 Insatisfeito/Satisfeito ,9380 2,5671 25,6808 1,0000 Atitude em relação ao processo Desgostoso/Prazeroso ,9283 2,5921 25,2063 ,1028 ,446 ,393 Infeliz/Feliz ,9731 30,19400 27,4797 1,0988 Mal/Bem ,9961 31,0594 28,9185 1,0740 Insatisfeito/Satisfeito ,9962 31,1388 28,9249 1,0765 Atitude em relação à tentativa e

ter sucesso Desgostoso/Prazeroso ,9907 30,9057 28,5679 1,0818

,978 ,999 Infeliz/Feliz ,9737 15,4701 27,3866 ,5649 Mal/Bem ,9845 15,7458 28,1233 ,5599 Insatisfeito/Satisfeito ,9831 15,5366 28,0551 ,5538 Atitude em relação à tentativa e falhar Desgostoso/Prazeroso ,9808 15,4857 27,8628 ,5558 ,961 ,984 Infeliz/Feliz ,9151 2,5540 24,6042 ,1038 Mal/Bem ,9608 2,6875 26,8649 ,1000 Insatisfeito/Satisfeito ,9596 2,7197 26,8009 ,1015 Atitude em relação à tentativa Desgostoso/Prazeroso ,9173 2,5682 24,7081 ,1039 ,881 ,982 Planejo perder peso ,9551 3,5211 26,5637 ,1326

Pretendo perder peso ,9862 3,6285 28,2034 ,1287 Intenção

em tentar

Tentarei perder peso ,9233 3,4048 25,0149 ,1361

,912 ,991 Fonte: Dados da pesquisa

Nota: AVE = Variância Média Extraída. CC = Confiabilidade Composta.

Para a grande maioria dos construtos, a validade convergente foi totalmente atingida (carga padronizada dos construtos, AVE, CC e valor crítico do teste t). Contudo, os construtos controle percebido e atitude em relação ao processo apresentaram valores ruins para a AVE e CC. A atitude em relação ao processo também teve cargas padronizadas abaixo do aceitável. Considerando o controle percebido, esses resultados se refletirão na validade nomológica.

(13)

13 h) Validade Discriminante. Mensura até que ponto uma escala é distinta. Assim, verifica-se se os itens de uma escala não se correlacionam com outros itens dos quais deva ser diferente. Por conseguinte, a correlação entre medidas semelhantes, mas conceitualmente diferentes deve apresentar baixa correlação (HAIR et al., 2009; KLINE, 2005; MALHOTRA, 2001). Para analisar a existência da validade discriminante, foram realizados: análise fatorial confirmatória entre os pares de todos os construtos, a partir de dois modelos diferentes (um com a correlação fixada em 1 e a outro com esta correlação “livre”), verificação dos valores da AVE do par de construto e o valor da correlação entre eles. Em relação ao primeiro item, a diferença entre os valores do qui-quadrado deve ser significativa em nível de 0,05 (acima de 3,841), a AVE dos construtos deve ser maior do que a correlação entre eles e, por fim, essa correlação entre construtos não deve ser maior do que 0,85 (HAIR et al., 2009; ANDERSON; GERBING, 1988).

Em relação aos resultados apurados, verifica-se que existe uma completa validade discriminante. Todas as diferenças dos valores das diferenças do qui-quadrado ficaram acima de 3,841. Além disso, o maior valor de correlação encontrado foi do par comportamento e intenção em tentar com o valor de 0,771 (abaixo de 0,85), sendo que a grande maioria ficou abaixo de 0,45. Por fim, os valores do quadrado da AVE foram maiores do que o valor da correlação entre todos os pares de construtos.

i) Validade Nomológica. Verifica se as relações e as correlações entre os construtos presentes são significativas e condizentes com as teorias e conceitos apresentados (HAIR et

al., 2009; MALHOTRA, 2001). Para esta análise, foram realizadas modelagens de equações

estruturais (SEM) para a TAR, TCP e TT e analisou-se a validade dos resultados e dos modelos elaborados. Em conseqüência, diversos índices de ajuste foram usados. De acordo com Hair et al. (2009), uma diretriz para a escolha dos índices de ajuste deve considerar a utilização de três ou quatro índices, de preferência, pelo menos um índice incremental (o qual compara o modelo testado com um modelo alternativo, em geral, um modelo nulo no qual todas as variáveis não são correlacionadas), um absoluto (o qual verifica se o modelo utilizado reproduz os dados observados) e um índice de má qualidade do ajuste (índices que verificam se o ajuste é ruim com base no valor dos resíduos ou diferenças gerados, em que valores mais altos indicam um ajuste ruim). Neste trabalho, os índices do qui-quadrado, qui-quadrado normado, índice de qualidade de ajuste (GFI) e índice ajustado de qualidade de ajuste (AGFI) são medidas de ajuste absoluto. A raiz do erro quadrático médio de aproximação (RMSEA) também é uma medida de ajuste absoluto, além de ser um índice de má qualidade do ajuste. O índice de ajuste comparativo (CFI) é uma medida de ajuste incremental.

TABELA 4

Índices de ajuste para a SEM Medida de Ajuste Valor Obtido

TAR Valor Obtido TCP Valor Obtido TT Valor Desejado Qui-quadrado 109,9945 217,7105 490,1883 Não definido

p-valor 0,0000 0,0000 0,0000 Maior do que 0,05 Graus de liberdade 51 97 278 O maior possível acima de zero

Qui-quadrado normalizado

2,1568 2,2444 1,7633 Acima de 1 até 3 e para modelos complexos até 5

CFI ,88960 ,82066 ,84051 Acima ou igual a 0,90

GFI ,95690 ,93597 ,91128 Acima ou igual a 0,90

AGFI ,93403 ,91022 ,88798 Acima ou igual a 0,90

RMSEA ,05217 ,05411 ,04238 Entre 0,03 e 0,08

Fonte: Dados da pesquisa

Primeiramente, verifica-se que a TAR e a TCP têm bom nível de ajuste, enquanto que o da TT é mediano. Os indicadores apresentaram um padrão semelhante para as três teorias: os valores do qui-quadrado normalizado, graus de liberdade, GFI, AGFI (exceto para a TT) e

(14)

14 RMSEA apresentam resultados adequados. De outro lado, o valor da estatística do qui-quadrado é significativo e o valor do CFI ficou um pouco abaixo do recomendado de 0,90. Cabe ressaltar que o valor do qui-quadrado não é fortemente confiável, principalmente em função do tamanho da amostra e que a TT possui um nível bem maior de complexidade, o que pode explicar que os seus indicadores tenham valores piores do que a TAR e TCP. Os valores das cargas padronizadas entre os construtos da TAR e da TCP e os valores da variância explicada da intenção comportamental e comportamento estão na Tabela 5.

TABELA 5

Valores e Relações Entre os Construtos da TAR e TCP

Relação / Construto Valor Obtido TAR Valor Obtido TCP Atitude ---> Intenção Comportamental 58*** 54*** Normas Subjetivas ---> Intenção Comportamental 13** 14** Controle Percebido ---> Intenção Comportamental Não existe 13*

Intenção Comportamental ---> Comportamento 60*** 57*** Controle Percebido ---> Comportamento Não existe 04

Intenção Comportamental 41% 42%

Comportamento 35% 34%

Notas: *** significativo em nível de 0,001; ** significativo em nível de 0,01; * significativo em nível de 0,05 Fonte: Dados da pesquisa

Os resultados indicam que a validade nomológica foi alcançada somente para a TAR em virtude dos baixos valores não significativos obtidos pelo controle percebido. Por conseguinte, ambas as teorias (TAR e TCP) apresentam resultados bastante semelhantes, o que indica que a inclusão do controle percebido não aumentou os valores da variância explicada para a intenção comportamental e nem para o comportamento.

TABELA 6

Valores e Relações Entre os Construtos da TT

Relação / Contruto Valor Obtido Atitude em relação à tentativa e ter sucesso ---> Atitude relativa à tentativa ,34***

Atitude em relação à tentativa e falhar ---> Atitude relativa à tentativa ,01 Atitude em relação ao processo ---> Atitude relativa à tentativa ,47***

Atitude relativa à tentativa ---> Intenção em tentar ,28*** Normas subjetivas ---> Intenção em tentar ,21*** Freqüência ---> Intenção em tentar -,56***

Recentidade ---> Comportamento -,31*

Frequência ---> Comportamento ,19

Intenção em tentar ---> Comportamento ,24***

Intenção Comportamental 60%

Comportamento 44% Notas: *** significativo em nível de 0,001; ** significativo em nível de 0,01; * significativo em nível de 0,05.

Fonte: Dados da pesquisa

Para a TT, a validade nomológica também não foi alcançada pelos baixos valores não significativos entre a atitude em relação à tentativa e falhar e atitude relativa à tentativa e entre freqüência e comportamento. Os valores negativos em relação ao comportamento passado, em virtude da escala e tabulação utilizadas, apontam que os indivíduos que tentaram perder peso com mais recentemente são aquelas que tentaram perder peso nos 30 dias corridos e aquelas que tentam perder peso com mais freqüência possuíam uma maior intenção em tentar perder peso nos próximos 30 dias.

(15)

15 Para comparar e verificar qual das teorias possui o maior poder de explicar a intenção comportamental e o comportamento, foram analisados os valores da variância explicada. Por conseguinte, a Teoria da Tentativa apresentou os melhores resultados. A diferença em termos relativos para a Teoria da Ação Racional e Teoria do Comportamento Planejado foi de aproximadamente 20% para a intenção comportamental e cerca de 50% para o comportamento autorrelatado pelos respondentes. Todavia, é importante ressaltar também que os índices de ajuste para a TT apresentaram resultados piores do que para a TAR e TCP – e em algumas situações não adequados -, em virtude do aumento da complexidade do modelo criado a partir desta teoria (número de construtos, variáveis, relações e etc.).

Na comparação, entre os resultados obtidos por meio desta pesquisa e metanálises realizadas por estudiosos do tema, chega-se à conclusão que os resultados foram em grande parte, condizentes com pesquisas anteriores. Para a TAR, os resultados foram muito próximos aos obtidos por Sutton (1998), os quais indicaram que entre 40% e 50% da variância explicada de intenção comportamental e 19% e 38% de comportamento autorrelatado são alcançadas por essa teoria.

Em relação à TCP, a variância explicada para a intenção comportamental e comportamento foram superiores aos resultados de Armitage e Conner (2001), mas inferiores aos de Ajzen (2001). No trabalho de Armitage e Conner (2001), foram analisados 185 testes empíricos a partir de 161 artigos publicados em periódicos e apurou-se que a variância média explicada foi de 27% para o comportamento autorrelatado e de 39% para a intenção comportamental. A inclusão do construto controle percebido fez aumentar em 2% a variância média explicada para o comportamento autorrelatado e em 6% o correspondente a intenção comportamental. Outro estudo sobre metanálises é o de Ajzen (1991), que analisou cerca de 20 estudos sobre a TCP. Verificou, ao contrário do que descrito por Armitage e Conner (2001), que os valores para o R² de intenção comportamental foram muito altos (mais de 65%) para a grande maioria e que o R² de comportamento autorrelatado ficou acima dos 40%. No caso da TT, procedeu-se a comparação com os resultados obtidos por Bagozzi e Warshaw (1990) no desenvolvimento desta teoria. A conclusão é a de que os resultados são muito parecidos, tanto para a variância explicada da intenção comportamental (60% neste trabalho e 59% para Bagozzi e Warshaw (1990)), quanto para a variância explicada do comportamento autorrelatado (44% neste trabalho e 45% Bagozzi e Warshaw(1990)).

Em termos de estudos realizados no Brasil, os resultados obtidos para a TT em relação à variância explicada, foram bem superiores a outros que utilizaram a TCP (VEIGA, 2008; LACERDA, 2007; MATOS, 2008).

Em relação à validade nomológica, somente a TAR possui esta característica. Tanto a TCP quanto a TT quase apresentaram validade nomológica, mas a relação entre o controle percebido e o comportamento não é significativa no caso da TCP, e o mesmo ocorre nas relações entre a atitude em relação à tentativa e falhar e atitude relativa à tentativa e entre freqüência e comportamento no caso da TT.

No caso da TT, os resultados em relação à validade nomológica são condizentes com aqueles encontrados por Bagozzi e Warshaw (1990). Primeiramente, no estudo original destes autores, o construto composto formado pela multiplicação da atitude frente à tentativa e falhar com a expectativa de falhar não influenciou de forma estatisticamente significativa a formação da atitude frente à tentativa (carga padronizada de somente ,11). Além disso, estes autores descrevem que realmente era esperado que o construto da atitude relativo à tentativa e falhar realmente tivesse pouca influência sobre a atitude geral do indivíduo. No caso específico desta pesquisa, o resultado foi de somente 0,01. Além disso, da mesma forma que ocorreu no estudo original de Bagozzi e Warshaw (1990), a freqüência não apresentou um valor estatisticamente significativo com o comportamento. Todavia, estes autores descrevem que o fato de que existe uma grande correlação entre freqüência e recentidade, e que a relação

(16)

16 entre recentidade e comportamento é significativa, demonstra a importância da relação entre a freqüência e comportamento.

Outro tópico a ser discutido é em relação à importância dos construtos. Diferentemente do que era esperado, o construto controle percebido não aumentou de forma significativa os valores da variância explicada da intenção comportamental e do comportamento autorrelatado, além de inviabilizar a validade nomológica da TCP. A explicação mais plausível para este resultado seriam os resultados “limítrofes” e às vezes não adequados para este construto (AVE, CC, KMO e Alpha de Cronbach). Isto pode ter ocorrido em virtude de que o comportamento de perder peso possa ter se tornado habitual para algumas pessoas, o que poderia contribuir para os baixos valores alcançados pelo controle percebido. Uma outra possibilidade recai na possibilidade dos indivíduos perceberem pouco controle sobre a tentativa de perder peso – em relação às dificuldades -, o que pode diminuir a importância do controle percebido sobre as intenções comportamentais e sobre o comportamento.

Ainda em relação à importância dos construtos, observa-se que a atitude é o mais importante para a formação da intenção comportamental e que as normas subjetivas apresentaram resultados estatisticamente significativos, mas com valores menores do que o esperado. No caso da TT, a atitude em relação ao processo foi a mais importante na formação da atitude em relação à tentativa.

As limitações deste trabalho podem ser resumidas da seguinte forma: grande número de questionários inválidos, os respondentes se identificavam e poderiam ter a tendência de marcar respostas “politicamente corretas”, o comportamento era relatado pelo próprio respondente (de acordo com Armitage e Conner (2001), isso “inflaciona” o valor da variância explicada do comportamento, em termos de 50%) e a amostra não é probabilística, o que limita fortemente a possibilidade de generalização dos resultados obtidos.

7 REFERÊNCIAS

AJZEN, Icek. From Intentios to Actions: A Theory of Planned Behavior. In: KUHL, Julius; BECKMANN, Jürgen (Eds), Action Control: from cognition to behavior. New York: Springer, p.11-39, 1985.

__________. Perceived Behavioral Control, Self-Efficacy, Locus of Control, and The Theory of Planned Behavior. Journal of Applied Social Psychology, v.32, p.1-20, 2002.

__________. Residual Effects of Past on Later Behavior: habituation and reasoned action perspectives. Personality and Social Psychology Review, v.6, p.107- 122, 2002.

__________. Contructing a TbP Questionnaire: conceptual and methodological considerations. Disponível em: <http://www.people.umass.edu/aizen/>, 2006. Acesso em: 02 de janeiro de 2008.

__________; DRIVER, B. L. Prediction of Leisure Participantion From Behavioral, Normative, and Control Beliefs: an application of the theory of planned behavior. Leisure

Sciences, v.13, p.185-204, 1991.

__________; FISHBEIN, Martin. The Prediction of Behavior From Atitudinal and Normative Variables. Journal of Experimental Social Psychology, n.6, p.466-487, 1970.

__________; _______________. Attitudes and The Attitude-Behavior Relation: reasoned and automatic processes. In STROEBE, W.; HEWSTONE, M. (Eds.), European Review of

Social Psychology, John Wiley & Sons, p.1-33, 2000.

__________; MADDEN, Thomas J. Prediction of Goal-Directed Behavior: attitudes, intentions and perceived behavioral control. Journal of Experimental Psychology, v.22, p.453-474, 1986.

__________; MANSTEAD, A. S. R. Changing Health-Related Behaviors: an approach based on the theory of planned behavior. In BOS, K. van den; HEWSTONE, M.; WIT, J. de;

(17)

17 SCHUT, H.; STROEBE, M. (Eds.), The scope of social psychology: theory and applications. New York: Psychology Press, p.43-63, 2007.

ARMITAGE, Christopher J.; CONNER, Mark. Efficacy of the Theory of Planned Behaviour: A meta-analytic review. British Journal of Social Psychology, v.40, p.471–499, 2001.

_______________________; NORMAN, Paul; CONNER, Paul. Can the Theory of Planned Behaviour Mediate the Effects of Age, Gender and Multidimensional Health Locus of Control? British Journal of Health Psychology, v.7, p.299–316, 2002.

BAGOZZI, Richar P.; GÜRHAN-CANLI, Zeynep; PRIESTER, J. R. The Social Psychology

of Consumer Behaviour. Buckingham, United Kingdom: Open University Press, 2002.

___________________; WARSHAW, P. R. Trying to Consume. Journal of Consumer

Research, v.17, p.127-133, set. 1990.

BAMBERG, Sebastian; AJZEN, Icek; SCHMIDT, Peter. Choice of Travel Mode in the Theory of Planned Behavior: the roles of past behavior, habit and reasoned action. Journal of

Basic and Applied Psychology, v.25, n.3, p.175-187, 2003.

BECK, Lisa; AJZEN, I. Predicting Dishonest Actions Using The Theory of Panned Behavior.

Journal of Research in Personality, v.25, p.285-301, 1991.

BECKMANN, Jürgen (Eds), Action Control: from cognition to behavior. New York: Springer, p.11-39, 1985.

CONNER, Mark; NORMAN, Paul. Body Weight and Shape Control: examining component behaviours. Appetite, v.27, p.135–150, 1996.

FISHBEIN, Martin; AJZEN, Icek. Belief, attitude, intention, and behavior: an introduction to theory and research. Reading, MA: Addison-Wesley, 1975.

HAIR JR., Joseph F et al. Análise Multivariada de Dados. Porto Alegre: Bookman, 2009. HRUBES, D.; AJZEN, Icek; DAIGLE, John. Predicting Hunting Intentions And Behavior: an application of the theory of planned behavior. Leisure Sciences, v.23, p.165-178, 2001. KLINE, Rex B. Principals and Practice of The Structural Equation Modeling. 2.Ed. New York: The Guilford Press, 2005.

LACERDA, Tales Sarmento. Teorias da Ação e o Comportamento Passado: um estudo do consumidor no comércio eletrônico. 2007. 129 p. Dissertação (Mestrado em Administração) - Faculdade de Ciências Econômicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de Marketing: uma orientação aplicada. Porto Alegre: Bookman, 2001.

MATOS, Eliane B. de. A Intenção De Uso De Preservativo: um estudo de adolescentes comparando gêneros e classes sociais. 2008. 169 p. Dissertação (Mestrado em Administração) - Faculdade de Ciências Econômicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. PESTANA, João N.; GAGEIRO, Maria H. Análise de Dados Para Ciências Sociais: a complementariedade do SPSS. Lisboa: Sílabo, 2000.

RAMALHO, Wanderley. Modelos de Atitudes em Mercados de Produtos Novos

Entrantes. 2006. 226 p. Tese (Doutorado em Administração) - Faculdade de Ciências

Econômicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.

SCHIFTER, Deborah E.; AJZEN, I. Intention, Perceived Control, and Weight Loss: an application of the theory of planned behavior. Journal of Personality and Social

Psychology, v.49, n.3, p. 843-851, 1985.

SUTTON, Stephen. Predicting and Explainig Intentions and Behavior: how well are we doing? Journal of Applied Social Psychology, v.28, is.15, p.1317-1338, 1998.

VEIGA, R. T. Antecedentes do Uso de Preservativo Masculino: uma aplicação de modelagem de equações estruturais. 2008. 88 p. Monografia (Especialização em Estatística) – Instituto de Ciências Exatas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.

ZINT, Michaela. Comparing Three Attitude-Behavior Theories for Predicting Science Teachers’ Intentions. Journal of Research in Science Teaching, v.39, n.9, p. 819-844, 2002.

Referências

Documentos relacionados

O: Avaliar o impacto de uma abordagem criativa centrada no uso prévio do GeoGebra e tirando-se partido do software Sage Mathematics, subjacente ao projeto

Neste sentido, e visto que os educadores e os professores são modelos para as suas crianças, as suas atitudes deverão ser sempre atitudes de respeito, valorização

Projeções até 2020 – Cenário do plano de ação No cenário do plano de ação, a evolução da procura de energia e das emissões de dióxido de carbono, até

Embora esteja cada vez mais bem documentada a magnitude da dispersão no meio ambiente de poluentes tóxicos produzidos pelo homem, poucas pessoas sabem que esses mesmos compostos

O 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) é um estágio profissionalizante (EP) que inclui os estágios parcelares de Medicina Interna, Cirurgia Geral,

patula inibe a multiplicação do DENV-3 nas células, (Figura 4), além disso, nas análises microscópicas não foi observado efeito citotóxico do extrato sobre as

Trata-se de pequenos objectos de osso, nalguns casos de marfim, de forma cilíndrica, em geral mais bojudos na zona média, afuselando para ambas as extremidades,

Outra gruta natural contendo uma sepultura perfeitamente indi- vidualizada é a da Ponte da Laje (VAULTIER et aI. Este enterramento poderá ser atribuído ao Neolitico