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Direito Constitucional. TRT 6ª Região AULA 0. Princípios Fundamentais. Professor Vítor Cruz (Vampiro) PDF PDF VÍDEO.

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Direito Constitucional

Princípios Fundamentais

Professor

Vítor Cruz (Vampiro)

www.ricardoalexandre.com.br

TRT 6ª Região

AULA 0

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Introdução

Olá futuro servidor do TRT! Tudo certo?

É um imenso prazer estar aqui para ministrar mais esse curso por este importante Portal. É realmente uma honra poder ajudar nos seus estudos e contribuir para sua a aprovação que certamente virá.

Se você ainda não me conhece: eu sou o Prof. Vítor Cruz, também conhecido no mundo dos concursos como Vampiro (desde muito antes do crepúsculo, diga-se de passagem...). Então, se você ouvir por aí alguém falar em “Resumão do Vampiro”, “Constituição do Vampiro”... Já sabe, né? ;)

Bom, hoje estou aqui para lhe ensinar a disciplina mais legal dos concursos públicos: o Direito Constitucional. Se você não acha isso, tentarei mudar sua opinião ao longo do curso!

Afinal, eu tenho 3 missões bem claras nesse mundo dos concursos:

1- A primeira é lhe mostrar que o direito constitucional, mesmo os seus temas mais complexos, é um melzinho na chupeta de tão fácil. Para isso vou lhe ajudar a quebrar qualquer barreira no aprendizado;

2- A minha segunda missão é fazer com que você tire a nota 10 em Constitucional na prova, e por esse motivo vou lhe capacitar para buscar o 11;

3- A terceira missão é lhe convencer que você não só pode, como certamente será aprovado em qualquer concurso que deseje, basta ficar firme aqui comigo.

Estamos juntos?

Primeiro, deixa eu te contar um pouquinho sobre mim, para estreitarmos a amizade... Eu me casei com o Direito Constitucional há mais de 10 anos. Já são 12 anos “respirando concursos públicos”, sendo que sou servidor público federal há 18 anos, trabalhando como Militar e nos Poderes Executivo e Judiciário.

Sou ex-Oficial da Marinha do Brasil, graduado em Ciências Navais pela Escola Naval e Pós-graduado em Direito Constitucional.

Sou também criador e diretor do Nota11 Concursos, fundado em 2012 e também atuo como coordenador editorial, escritor e palestrante nas áreas de concursos públicos, negócios, aprendizagem, comunicação e desenvolvimento pessoal.

Entre os 10 livros que eu escrevi, destaca-se a "Constituição Federal Anotada para

Concursos" publicada pela Editora Ferreira, que persistiu firme pela crise editorial e já

está em sua 10ª Edição, além também da coordenação de dezenas de livros pela Editora Método, em especial a coleção 1001 questões comentadas, onde fui autor de 5 obras.

Qual o foco deste curso para o TRT 6ª Região:

Este curso será Este curso de Teoria, Macetes, Esquemas e Questões focado na banca FCC.

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Eventualmente poderei colocar uma ou outra questão de outra banca, para fins de fixação ou exemplificação, mas o foco é em questões FCC, que é o que interessa para nós. Beleza?

Neste curso, pretendo seguir o seguinte cronograma e disposição dos conteúdos:

Aula zero:Constituição: conceito, origens, conteúdo, estrutura

Aula 1: Normas constitucionais, Interpretação e Aplicabilidade das normas

Constitucionais. Princípios Constitucionais.

Aula 2: Da aplicabilidade e interpretação das normas constitucionais; vigência

e eficácia das normas constitucionais.

Aula 3 Princípios Fundamentais.

Aula 4: Teoria Geral dos Direitos e garantias fundamentais. Direitos e deveres

individuais e coletivos – Parte 1

Aula 5: Direitos e deveres individuais e coletivos – Parte 2

Aula 6: Direitos sociais. Direitos de nacionalidade, direitos políticos e partidos

políticos.

Aula 7: Organização político-administrativa do Estado. Estado federal brasileiro,

União, estados, Distrito Federal e municípios.

Aula 8: Administração Pública. Disposições Gerais. Servidores Públicos.

Aula 9: Fiscalização contábil, financeira e orçamentária. Poder Executivo.

Atribuições e responsabilidades do presidente da República.

Aula 10: Poder Judiciário – Parte 1 – Gerais, STF e STJ Aula 11: Poder Judiciário – Parte 2 – Tribunais Regionais

Federais e dos Juízes Federais; dos Tribunais e Juízes do Trabalho e Funções Essenciais à Justiça: Ministério Público; da Advocacia Pública; da Advocacia e da Defensoria Públicas.

Aula 12: Controle de Constitucionalidade:

Aula 13: Funções essenciais à Justiça e Ordem social: disposição geral; da

seguridade social. Vamos lá então...

Sumário

Princípios Fundamentais: ... 4

Como esse tema é cobrado em provas? ... 4

Conceito: ... 4

(4)

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Cobrança Doutrinária e Jurisprudencial: ... 16

Estados simples X Estados complexos: ... 22

Estados simples centralizados, desconcentrados e descentralizados: ... 22

Federação x Confederação: ... 22

Outras características do parlamentarismo: ... 26

Sistema diretorial de governo (governo de assembléia): ... 27

Monarquia Parlamentarista e Monarquia Presidencialista: ... 27

Tripartição funcional do poder: ... 29

A “separação” dos Poderes ao longo dos tempos: ... 30

Peculiaridades das funções do Poder no sistema atual: ... 31

Classificação doutrinária dos Princípios Fundamentais: ... 34

Outras questões sobre princípios fundamentais:... 35

Princípios Fundamentais:

Como esse tema é cobrado em provas?

Os princípios fundamentais são cobrados em concursos de duas formas:

1- Explora-se exaustivamente a literalidade do art. 1º ao 4º. Estes dispositivos devem estar completamente internalizados pelo candidato, em todas as suas palavras e detalhes.

2- Cobra-se muita doutrina sobre os conceitos intrínsecos a cada termo presente nestes dispositivos, como “Federação’, “República”, e etc.

Conceito:

Primeiro, vamos entender um pouco melhor o que seriam esses "Princípios Fundamentais":

• Conceito: São os princípios básicos da estruturação e organização do Estado e do seu Poder Político.

• Na Constituição: Vão do art. 1º ao 4º.

• Sinônimos: Princípios político-constitucionais (pois organizam o Estado, os que decorrem deles são os jurídico-constitucionais), -tudo que for relacionado ao termo "político" estará dando ideia de "organização"- são também chamados de normas-síntese, normas-matriz (pois sintetizam e servem de origem para diversos desdobramentos ao longo da Constituição).

• Princípios Fundamentais X Princípios Gerais do Direito:Não se pode confundir os princípios fundamentais com os princípios gerais do direito constitucional. Enquanto aqueles estão positivados na Constituição, estes formam um estudo teórico, são aplicáveis a vários ordenamentos.

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Questões para fixar:

1. (CESPE/Analista de Infraestrutura – MP/2012)Os princípios

fundamentais da Constituição Federal de 1988 (CF) designam as características mais essenciais do Estado brasileiro.

Comentários:

Exatamente isto, são os princípios fundamentais que “mostram a cara” do país, sua identidade, seus valores.

Gabarito: Correto.

2. (ESAF/Analista-SUSEP/2010 - Adaptada) Muito se tem falado acerca

dos princípios constitucionais. Sobre tais princípios, é correto afirmar que: a) É correto dizer que há distinção entre os princípios constitucionais fundamentais e os princípios gerais do direito constitucional.

b) as normas-sínteses ou normas-matrizes não têm eficácia plena e aplicabilidade imediata.

c) os princípios jurídico-constitucionais não são princípios constitucionais gerais, todavia não se constituem em meros desdobramentos dos princípios fundamentais.

d) quando a Constituição prevê que a ordem econômica e social tem por fim realizar a justiça social, não estamos diante de uma norma-fim, por não abranger todos os direitos econômicos e sociais, nem a toda a ordenação constitucional.

Comentários:

Letra A - Correto.

Letra B - Errado. Os princípios fundamentais, em regra, definem a forma de Estado, a forma de Governo, estabelecem os fundamentos do Estado, e, assim, possuem eficácia plena. Existem exceções como as normas programáticas do art. 3º. No entanto está errado dizer os princípios fundamentais "não têm eficácia plena e aplicabilidade imediata", generalizando.

Letra C - Errado. Como vimos, os jurídico-constitucionais são desdobramentos dos político-constitucionais. Isso também não é uma afirmação 100%. Canotilho diz que "muitas vezes" são desdobramentos. De qualquer forma, está incorreta a questão. Mas nessa o examinador quase escorregou.

Letra D - Errado. Normas-fim são as normas que direcionam o poder público a alcançar um objetivo, uma norma programática. Segundo Canotilho, a determinação constitucional segundo a qual as ordens econômicas e social tem por fim realizar a justiça social constitui uma norma-fim, que permeia todos os direitos econômicos e sociais e os demais princípios informadores da ordem econômica são da mesma natureza.

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Cobrança literal dos Princípios Fundamentais – art. 1º ao 4º da Constituição: Predomina nos concursos a cobrança da literalidade, todas as bancas cobram o conhecimento dos art. 1ª ao 4º da Constituição e não raramente tentam confundir o candidato com os nomes que ali aparecem.

Para fins de cobrança “literal” dos princípios fundamentais, existem 4 coisas que

devem estar completamente decoradas, que são os fundamentos, os

objetivos fundamentais, os princípios que regem as relações internacionais e o objetivo do Brasil no Plano Internacional.

Atenção!!! Isso são pontos ganhos na prova, nunca esqueça, esqueça até do seu nome... mas nunca esqueça esses dispositivos.Segue uma tabela com alguns detalhes e mnemônicos:

FUNDAMENTOS (art. 1º):

(So-Ci-Di-Val-Plu)

▪ soberania; ▪ cidadania;

▪ dignidade da pessoa humana;

▪ valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; ▪ pluralismo político.

OBJETIVOS FUNDAMENTAIS (art. 3º):

▪ Construir uma sociedade livre, justa e SOLIDÁRIA;

▪ Garantir o desenvolvimento nacional;

ERRADICAR a pobreza e a marginalização e

REDUZIR as desigualdades sociais e regionais; e ▪ Promover o bem de todos, sem preconceitos de

origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. PRINCÍPIOS QUE REGEM AS RELAÇÕES INTER-NACIONAIS (art. 4º): (in-pre-auto-não- igual-defe-so-re-co-co) ▪ independência nacional;

▪ prevalência dos direitos humanos; ▪ autodeterminação dos povos; ▪ não intervenção;

▪ igualdade entre os Estados; ▪ defesa da paz;

▪ solução pacífica dos conflitos;

▪ repúdio ao terrorismo e ao racismo;

▪ cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

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OBJETIVO DO BRASIL NO PLANO INTERNACIONAL (art. 4º, §único):

▪ Buscar a integração política, econômica, social e

cultural entre os povos da AMERICA LATINA,

visando formar uma comunidade

LATINO-AMERICANA de nações.

Não esqueça também a literalidade do caput do art. 1º e seu parágrafo único e do art. 2º:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união

indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,

constitui-se em Estado Democrático de Direito (...).

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos

entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Mais tarde, veremos os desdobramentos dessas coisas, ok? Agora, trate de ficar repetindo isso tudo para você mesmo, até decorar cada palavrinha.

Para te ajudar nessa tarefa árdua, vamos ver questões que deixarão essa decoreba mais agradável:

3. (FCC/Analista- TRT- 3ª/2015) São fundamentos constitucionais

expressos da República Federativa do Brasil:

(A) soberania; cidadania; dignidade da pessoa humana; monopólio da economia estratégica; bicameralismo.

(B) soberania; cidadania; dignidade da pessoa humana; valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; pluralismo político.

(C) dignidade da pessoa humana; valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; centralismo político e democrático; defesa da família.

(D) cidadania; livre iniciativa; pluricameralismo; defesa da propriedade privada; defesa da família.

(E) dignidade da pessoa humana; valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; monopólio da economia estratégica; defesa social; defesa do meio ambiente.

Comentários:

Mais uma questão cobrando a literalidade... uma dessas não pode passar, os fundamentos expressos são Soberania, cidadania, dignidade da pessoa

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humana, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e pluralismo político

(SO, CI, DI VAL, PLU).

Gabarito: Letra B.

4. (FCC/Defensor DPE-RS/2014) Na Constituição Federal está previsto

que “A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.” Para tanto, ela traz como princípios pelos quais se rege nas relações internacionais, expressamente a

(A) construção de uma sociedade livre, justa e solidária e garantir o desenvolvimento nacional.

(B) erradicação da pobreza e a marginalização e redução das desigualdades sociais e regionais.

(C) prevalência dos direitos humanos, a solução pacífica dos conflitos e o repúdio ao terrorismo e ao racismo.

(D) soberania, a cidadania e a dignidade da pessoa humana.

(E) garantia dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político.

Comentários:

Questão cobrando os princípios que regem a RFB em suas relações internacionais previstos no art. 4°, quais sejam:

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional;

II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos

povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados;VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos;VIII - repúdio ao

terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso

da humanidade; X - concessão de asilo político. Gabarito: Letra C.

5. (FCC/Téc. Judiciário-TRE-RR/2014) Nos termos da Constituição de

1988, são fundamentos da República Federativa do Brasil, dentre outros,

(A) cidadania, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e inafastabilidade da jurisdição.

(B) dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e função social da propriedade.

(C) soberania, igualdade e liberdade.

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(E) soberania, cidadania e pluralismo político.

Comentários:

Viu a importância de saber a literalidade??? Mais uma SO-CI- Di-Val-Plu, confira: Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania; II - a cidadania

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político.

Gabarito: Letra E.

6. (FCC/Auditor- SEFAZ-PE/2014) A República Federativa do Brasil

rege-se, nas suas relações internacionais, pelos seguintes princípios: (A) concessão de refúgio e asilo político.

(B) observância das decisões dos organismos internacionais e defesa da paz. (C) repúdio ao terrorismo, ao racismo e à discriminação de gênero.

(D) cooperação entre os povos para o progresso da humanidade e autodeterminação dos povos.

(E) solução pacífica dos conflitos e respeito à neutralidade.

Comentários:

Mais uma questão sobre a literalidade. Vamos por partes.

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

I - independência nacional;

II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção;

V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz;

VII - solução pacífica dos conflitos;

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

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X - concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. Letra A... percebeu a pegadinha... o “refúgio” não é um princípio que rege a RFB nas relações internacionais, o asilo político que é um valor a ser observado. Letra B. Também errado, não tem previsão expressa na Constituição a observância das decisões dos organismos internacionais e defesa da paz, logo também errado.

Letra C. O repúdio ao terrorismo e ao racismo são princípios observados pela RFB no âmbito das relações internacionais, mas a discriminação de gênero não consta expressamente.

Letra D, correto, a cooperação entre os povos para o progresso da humanidade e autodeterminação dos povos está prevista no art. 4°, IX.

Letra E. Errado, não consta junto à solução pacífica dos conflitos (art. 4°, VII menção à neutralidade.

Gabarito: Letra D.

7. (FCC/ Juiz- TRT-1/ 2014) Considere:

I. Pluralismo político. II. Soberania.

III. Independência nacional.

IV. Prevalência dos direitos humanos. V. Não-intervenção.

De acordo com a Constituição Federal, a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos princípios indicados APENAS em

(A) II, IV e V. (B) I e II. (C) II, III e IV. (D) III, IV e V. (E) I, III, IV e V.

Comentários:

Tanto o pluralismo político quanto a soberania são princípios fundamentais da RFB. Já a Independência nacional, a prevalência dos direitos humanos e a não-intervenção são valores que o Brasil adota em suas relações internacionais. Gabarito: Letra D.

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8. (FCC/ Assessor Técnico- ALE-RN/ 2013) Entre os princípios

fundamentais descritos abaixo, os que NÃO se encontram previstos na Constituição são

(a) a cidadania e os valores sociais do trabalho. (b) a autonomia do Estado e de seus Municípios. (c) o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular. (d) a dignidade da pessoa humana e a livre iniciativa. (e) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.

Comentários:

O plebiscito, o referendo e a iniciativa popular são formas de efetivação da soberania, desta forma, não são princípios fundamentais e sim um direito e garantia fundamental.

Gabarito: Letra C.

9. (FCC/ Juiz- TRT-1/ 2014) Entre os princípios que regem, segundo a

Constituição Federal, a República Federativa do Brasil nas suas relações internacionais, encontram-se os seguintes:

(A)defesa da paz, soberania nacional, não-intervenção e repúdio a todas as formas de tratamento desumano ou degradante.

(B)autodeterminação dos povos, cooperação entre os povos para o progresso da humanidade e promoção do bem-estar e da justiça social.

(C) defesa da paz, solução pacífica dos conflitos, não-intervenção e repúdio ao terrorismo e ao racismo.

(D)soberania nacional, proteção do meio ambiente ecologicamente equilibrado, não-intervenção e solução pacífica dos conflitos.

(E)cooperação entre os povos para o progresso da humanidade, proteção do meio ambiente ecologicamente equilibrado, promoção do bem-estar e da justiça social.

Comentários:

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

I - independência nacional;

II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos;

IV - não-intervenção;

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VI - defesa da paz;

VII - solução pacífica dos conflitos;

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Veja que a alternativa que contempla o enunciado é a letra C. Gabarito: Letra C.

10. (FCC/Técnico Judiciário-TRE-PR/2012)A Carta Africana dos Direitos

do Homem e dos Povos, assinada por Estados do continente africano em 1981, enuncia, em seu artigo 20, que todo povo tem um direito imprescritível e inalienável, pelo qual determina livremente seu estatuto político e garante seu desenvolvimento econômico e social pelo caminho que livremente escolher. Na Constituição da República Federativa do Brasil, o teor de referido enunciado encontra equivalência no princípio de regência das relações internacionais de: a) repúdio ao terrorismo e ao racismo.

b) construção de uma sociedade livre, justa e solidária. c) erradicação da pobreza e da marginalização.

d) autodeterminação dos povos. e) concessão de asilo político.

Comentários:

As opções das letras “A” e “E” são princípios que regem o Brasil nas relações internacionais, mas não é o que guarda relação com o enunciado, ou seja, não é isto que a questão está pedindo, atenção!

A letra “B” transcreve um dos objetivos da República Federativa do Brasil, conforme Art. 3º, I, logo também não é o gabarito. Enquanto a letra “C” se refere ao objetivo constante no art. 3º, III.

Logo, o item correto é a letra D, pois o enunciado se refere á autodeterminação dos povos, conforme descrito no Art. 4º, III da Constituição, que é justamente a independência que um Estado Soberano possui em face dos outros Estados Soberanos.

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11. (FCC/ Técnico Judiciário-TRF-2ª REGIÃO/2012) Quanto às relações

internacionais, o Brasil rege-se, segundo expressamente disposto no artigo 4º da Constituição Federal brasileira pelo princípio:

a) do juiz natural. b) do efeito mediato. c) da sucumbência

d) da igualdade entre os Estados e) da concentração

Comentários:

Das opções acima a única que está inserida no artigo 4º é a letra D. Gabarito: letra D.

12. (FCC/Ass. Legislativo - ALESP/2010)Constitui um dos fundamentos

da República Federativa do Brasil, de acordo com a Constituição Federal de 1988,

a) a garantia do desenvolvimento nacional. b) a não intervenção.

c) a defesa da paz.

d) a igualdade entre os Estados. e) o pluralismo político.

Comentários:

A letra A traz um dos "objetivos fundamentais" da República Federativa do Brasil (art. 3º).

As letras b, c e d trazem princípios que regem as relações internacionais (art. 4º) e não objetivos fundamentais.

A letra E é a única que traz corretamente um fundamento (art. 1º). Gabarito: Letra E.

13. (FCC/Ag. Técnico Legislativo - ALESP/2010)Ao tratar dos princípios

fundamentais do Estado brasileiro, a Constituição Federal estabelece que:

a) são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo, o Judiciário e o Ministério Público.

b) constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil erradicar as desigualdades econômicas, sociais e culturais.

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c) a República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política e cultural dos povos da América Latina, da Europa e da África, visando à formação de uma comunidade de nações.

d) todo o poder emana do povo, que o exerce diretamente conforme determina a legislação eleitoral.

e) a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelo princípio da não intervenção.

Comentários:

A letra A erra, pois o Ministério Público, embora seja considerado "na prática" um quarto poder, não é formalmente um dos Poderes do Estado. A Constituição adota à clássica teoria de Montesquieu que divide as funções do poder político em 3: Legislativa, Executiva e Jurisdicional.

Letra B - Pegadinha clássica - O que se quer erradicar é a pobreza e a marginalização. Se quer apenas "reduzir" as desigualdades. Não se pode vislumbrar um país sem desigualdades, isso é mais que utopia. O que se busca é que as desigualdades sejam "mínimas", "reduzidas".

Letra C - Europa e África??? Viajou! O correto seria apenas "América Latina", nos termos do parágrafo único do art. 4º.

Letra D - O correto seria "que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição".

Letra E - Aí sim... a FCC foi colocando um monte de casca de banana, e deixou a resposta certa lá na última!

Gabarito: Letra E.

14. (FCC/Técnico do TRT 7º/2009)Segundo a Constituição Federal, a

República Federativa do Brasil é formada:

a) pelos cidadãos dos quais emana o poder exercido por meio de representantes eleitos.

b) pelo conjunto de cidadãos aos quais são garantidos os direitos fundamentais. c) pela união dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

d) pela integração econômica, política e social de todos os Estados. e) pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal.

Comentários:

Essa questão explora a simples literalidade do art. 1º da Constituição. Gabarito: letra E!

15. (FCC/Técnico-TCE-GO/2009) Considere as seguintes afirmações sobre

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I. A República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados, Municípios e Distrito Federal.

II. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes ou diretamente, nos termos da Constituição.

III. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, dentre outros, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária e a garantia do desenvolvimento nacional.

Está correto o que se afirma em a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas. d) I e II, apenas. e) I, II e III. Comentários:

A questão pediu "princípios fundamentais", então, estará correta qualquer coisa que estiver do art. 1º ao 4º da Constituição, vamos ver:

I- Correto. Literalidade do Caput do art. 1º.

II- Correto. Literalidade do parágrafo único do art. 1º III- Correto. Literalidade do art. 3º, I e II.

Gabarito: Letra E.

16. (FCC/Técnico-TRT 15ª/2009)Sobre os princípios fundamentais da

República Federativa do Brasil, é correto afirmar que

a) foi acolhido, além de outros, o princípio da intervenção para os conscritos. b) dentre seus objetivos está o de reduzir as desigualdades regionais. c) um dos seus fundamentos é a vedação ao pluralismo político. d) o Brasil rege-se nas suas relações internacionais, pela dependência nacional. e) a política internacional brasileira veda a integração política que vise à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Comentários:

Mais uma vez, buscaremos qualquer coisa que esteja do art. 1º ao 4º da Constituição:

Letra A - Não existe isso... conscrito é aquela pessoa que está no serviço militar obrigatório, não há lógica alguma na afirmação.

Letra B - Correto. Art. 3º, III.

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Letra D - O correto seria "independência".

Letra E - Errado. O Brasil deve buscar esta integração (CF, art. 4 parágrafo único)

Gabarito: Letra B

17. (FCC/TRT 18ª/2009)Quanto aos Princípios Fundamentais, considere:

I. A República Federativa do Brasil, formada pela união dissolúvel dos Estados e dos Municípios, constitui-se em Estado Democrático de Direito.

II. São Poderes da União, dependentes entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

III. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição da República Federativa do Brasil.

IV. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelo princípio da concessão de asilo político.

Está INCORRETO o que consta APENAS em a) I e IV. b) I e II. c) III e IV. d) II e III. e) II e IV. Comentários:

I - Errado. A união é indissolúvel. II- Errado. Eles são independentes. III- Correto. CF, art. 2º.

IV- Correto. CF, art. 4º, XI. Gabarito: Letra B.

Cobrança Doutrinária e Jurisprudencial:

Agora vamos ir um pouco mais fundo nesse buraco.

Já falamos que os princípios fundamentais são as normas-síntese, ou seja, aquele pontinho de onde deriva quase tudo que está por vir no ordenamento jurídico.

Imagine você o quanto de coisa implícita não está presente nestes 4 artigos? É muita coisa... mas, vamos devagarzinho que tudo será resolvido, não é nenhuma loucura não!

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Primeiro, vamos analisar o que diz o art. 1º da CF:

A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito (...).

Veja que ela traz palavras que nos remetem à "República", "Federação", "Democracia"...

Então, temos os seguintes institutos da organização do Estado: Forma de Governo: República

Forma de Estado: Federação

Regime de Governo ou

Político: Democracia (mista ou semi-direta)

Sistema de Governo: Presidencialismo (art. 84 da CF)

MACETE DO VAMPIRO

Para decorar a Forma de Estado, Forma de Governo, Sistema de Governo e Regime Político lembre-se:

1) A “Forma” encontra-se no nome “República Federativa do Brasil”, sendo que a Forma de Estado é a Federação (só lembrar de “estado federal”) e a Forma de Governo é a República.

2) Lembre-se ainda que:

• O “Presidente é Sistemático” (Sistema de Governo = Presidencialismo); e

• O “Regime é Democrático” (Regime de Governo = Democracia mista ou semidireta).

E o que quer dizer uma "Forma de governo", uma "Forma de Estado" ou um "Sistema de governo"???

Vamos lá:

a) Forma de governo– É a maneira como se dá a instituição do poder na

sociedade e como se dá a relação entre governantes e governados. Quem deve exercer o poder e como este se exerce.

Basicamente, são as repúblicas (todos exercem o poder) e as monarquias (só um exerce o poder). O Brasil não adotou como forma de governo a monarquia, escolheu para si a república, ou seja, o modo de distribuição do poder na sociedade ocorre com este nas mãos de todo o povo, daí a palavra “república” – res publica (coisa pública).

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MACETE DO VAMPIRO

• República vem de “res” + “pública’ = a coisa é pública, de todos. Logo, pressupõe o princípio da igualdade, busca do bem comum, transparência e tudo mais relacionado.

• Já a monarquia vem de “mono” + “arquia” = poder nas mãos de um. Logo, pressupõe a pessoa passar a vida toda no poder e ainda passar para seus herdeiros.

Decorrência disso:

República (Res – Publica) = a “coisa” é de todos com princípio da igualdade e busca do bem comum, logo:

• Temporariedade do mandato dos governantes;

• Necessidade de transparência e prestação de contas; e

• Necessidade de eleição periódica para a definição dos representantes do povo (eletividade).

Monarquia (mono + arquia) = Poder de um, logo:

• Vitaliciedade; e

• Hereditariedade dos governantes.

Atenção!!!

1- O art. 2º dos ADCT dispõe: "no dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, através de plebiscito, a forma (república ou monarquia constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que devem vigorar no País". O plebiscito aconteceu e definiu através do voto popular que o Brasil seria uma república presidencialista.

2- A forma de governo republicana não está presente entre as chamadas "cláusulas pétreas" (vide CF, art. 60, §4º), ou seja, não está presente naquela relação das disposições que não podem ser abolidas (ou reduzidas) de nossa Constituição.

3- Embora não seja uma cláusula pétrea, a forma republicana é um princípio constitucional sensível (CF, art. 34, VII), ou seja, um princípio que se não for observado poderá ensejar em uma intervenção federal.

18. (FCC/Agente de Fiscalização-ARTESP/2017)Considere:

I. Elegibilidade dos representantes, ou seja, as autoridades são investidas no poder pela eleição, que poderá ser direta ou indireta.

(19)

Página 19 de 42 | www.ricardoalexandre.com.br II. Temporariedade do mandato.

III. Responsabilidade dos governantes, os quais devem prestar contas de seus atos.

IV. Trata-se da mais antiga forma de governo ainda em vigor.

No que concerne às características da forma de governo republicana, está correto o que consta APENAS em

a) I e IV. b) II e III. c) I, II e III. d) I, II e IV. e) III e IV. Comentários:

Vamos ver o esquema do Vampiro:

República (Res – Publica) = a “coisa” é de todos com princípio da igualdade e busca do bem comum, logo:

• Temporariedade do mandato dos governantes;

• Necessidade de transparência e prestação de contas; e

• Necessidade de eleição periódica para a definição dos representantes do povo (eletividade).

Monarquia (mono + arquia) = Poder de um, logo:

• Vitaliciedade; e

• Hereditariedade dos governantes.

Observação 1: O fato de termos eleições indiretas não invalida o caráter republicano, vide o caso Brasileiro, onde existe possibilidade de ocorrer, excepcionalmente, eleições indiretas para Presidente pelo Congresso Nacional. Observação 2: A forma mais antiga de governo ainda em vigor é a Monarquia... Só lembrar das grandes Monarquias Teocráticas do Egito Antigo e as que são citadas na Bíblia... A República é neném perto delas.

Gabarito: Letra C.

19. (FCC/Auditor- SEFAZ-PI/2014) O art. 1º da Constituição Federal, ao

afirmar que “a (I) República (II) Federativa do Brasil (...) constitui-se em (III) Estado Democrático de Direito”, definiu, respectivamente, os seguintes aspectos do Estado brasileiro:

(A) sistema político, forma de Estado e forma de governo. (B) forma de governo, sistema político e sistema jurídico.

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(C) forma de governo, forma de Estado e regime de governo. (D) sistema político, forma de Estado e sistema jurídico. (E) forma de governo, sistema jurídico e sistema político.

Comentários:

Vamos seguir o “Macete do Vampiro”?

- A “Forma” encontra-se no nome “República Federativa do Brasil”, sendo que a Forma de Estado é a Federação (só lembrar de “estado federal”) e a Forma de Governo é a República.

- Lembre-se ainda que:

• O “Presidente é Sistemático” (Sistema de Governo = Presidencialismo); e • O “Regime é Democrático” (Regime de Governo = Democracia mista ou

semidireta).

Logo, temos que a ordem correta é forma de governo, forma de Estado e regime de governo.

Gabarito: Letra C.

20. (FCC/DPE-SP/2009) O princípio republicano, que traduz a maneira

como se dá a instituição do poder na sociedade e a relação entre governantes e governados, mantém-se na ordem constitucional mas hoje não mais protegido formalmente contra emenda constitucional.

Comentários:

Está correta, pois definiu-se corretamente o que seria a "forma de governo" - no Brasil, a "república" - e corretamente asseverou que esta forma de governo não é mais uma cláusula pétrea, ou seja, é algo que não está protegido contra emendas constitucionais (vide CF, art. 60 §4º). Lembrando que, no entanto, a república continua sendo um princípio constitucional sensível (CF, art. 34, VII) ou seja, um princípio que se não observado pelos entes da Federação, poderá ensejar uma "intervenção federal" da União no Estado ou Distrito Federal que esteja ofendendo tal princípio.

Gabarito: Correto.

b) Forma de Estado– O modo de exercício do poder político em função do

território.

O Brasil adota como forma de Estado a federação, ou seja, o modo de dis-tribuição geográfica do poder político se dá com a formação de entidades autôno-mas (vide art. 18). Essa autonomia se manifesta por meio de três ou quatro facetas (dependendo do doutrinador):

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• Autogoverno: capacidade de os entes escolherem seus governantes sem interferência de outros entes;

• Auto-organização: capacidade de instituírem suas próprias constituições (no caso dos Estados) ou leis orgânicas (no caso dos Municípios e do DF); • Autolegislação*: capacidade de elaborarem suas próprias leis por meio

de um processo legislativo próprio, embora devam seguir as diretrizes do processo em âmbito federal;

• Autoadministração: capacidade de se administrarem de forma independente, tomando suas próprias decisões executivas e legislativas.

MACETE DO VAMPIRO

Costumo dizer que as facetas que os entes possuem para exercer sua autonomia formam a “GOLA” da autonomia, veja:

AutoGoverno Auto-Organização AutoLegislação Auto-Administração

ATENÇÃO!

1- Para alguns doutrinadores não haveria a separação entre auto-organização e

autolegislação.

2- O CESPE, por exemplo, é muito louco com isso, ora adota as quatro facetas,

ora funde a autolegislção com a autoorganização. Assim como fazem alguns doutrinadores. Assim, você não deve considerar uma questão certa ou errada de cara, só porque está trazendo 3 ou 4 facetas, certo?

3- Aqui, estamos falando de autonomia, não de soberania. A soberania, que a

Constituição adota em seu art. 1º, I, como um fundamento da República Federativa do Brasil (definida como o poder supremo que o Estado brasileiro possui nos limites do seu território, não se sujeitando a nenhum outro poder de igual ou superior magnitude e tornando-se um país independente de qualquer outro no âmbito internacional) irá se manifestar apenas na pessoa da República Federativa do Brasil, entendida como a união de todos os entes internos, representando todo o povo brasileiro, povo este que é o verdadeiro titular da soberania.

4- Nem mesmo o ente federativo "União" possui soberania, a União possui

apenas autonomia tal como os Estados, Distrito Federal e Municípios. A República Federativa do Brasil é única soberana e que se manifesta internacionalmente como pessoa jurídica de direito internacional.

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Estados simples X Estados complexos:

Um Estado pode se desenhar territorialmente com o reconhecimento ou não de autonomias regionais. Quando houver repartições regionais dotadas de autonomia, estaremos diante de um Estado complexo ou composto. Quando não houver autonomias regionais com poder de se auto-organizarem, estaremos diante de um estado simples ou unitário.

Os estados complexos são basicamente as federações e as confederações (embora existam outros tipos menos comuns como a União real ou União Pessoal).

Estados simples centralizados, desconcentrados e descentralizados:

Os estados, ainda que sejam simples, podem ser divididos em:

o Centralizados ou puros – é aquele Estado onde todo o Poder Executivo, Legislativo e Judiciário encontra-se centralizado em uma única esfera, e não há qualquer delegação de funções ou atribuições às autoridades regionais.

o Desconcentrados – Embora seja formado também por uma única esfera de Poder, centralizada, existe a presença de autoridades locais, que exercem poderes em nome do governo central, facilitando a resolução de conflitos e aproximando o poder central da população.

o Descentralizados – Existe uma maior autonomia das regiões que serão inclusive dotadas de personalidade jurídica, não havendo, no entanto, a autonomia para legislar.

Federação x Confederação:

Em uma federação temos um Estado fracionado em unidades autônomas. Nas confederações as unidades não são simplesmente autônomas, elas são soberanas. Assim, a federação é uma união indissolúvel, ou seja, os entes não têm o direito de secessão. Já nas confederações, os Estados podem se separar do bloco.

Características da nossa Federação:

1) Indissolubilidade: isso ocorre pelo fato de os entes não possuírem o

direito de secessão;

2) Cláusula pétrea expressa: a Constituição protegeu expressamente a

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assim que uma emenda constitucional possa vir a dissolver a Federação ou ofender o pacto federativo (autonomia dos entes federados);

3) Federação por segregação ou movimento centrífugo:

diferentemente dos EUA, onde havia vários Estados que se “agregaram” (movimento centrípeto) para formar um país, no Brasil tinha-se apenas um Estado que se desmembrou em outros.

4) Federalismo de 2º grau (ou 3º grau, para alguns autores e CESPE):

até a promulgação da Constituição Brasileira de 1988, os Municípios não possuíam autonomia, a federação então era formada apenas pelas esferas federal e estadual. Após a promulgação da Constituição vigente, o país passou a ter um federalismo que alguns autores chamam de 2º grau (outros de 3º grau), reconhecendo os Municípios como autônomos e, assim, adotando uma espécie bem peculiar de federação.

Obs.: importante salientar que a Constituição de 1988 inovou ao prever os

Municípios como integrantes da federação. Em provas de concursos, deve-se ter cuidado com isto, pois, para o Direito Constitucional Geral, a federação ocorre apenas entre Estados. Não existe a figura dos Municípios como entes autônomos integrantes do conceito de federação – uma particularidade do Brasil.

5) Federalismo cooperativo: existe uma repartição de competências de

forma que cada ente federativo contribuirá para a finalidade do Estado, havendo a previsão de competências que são comuns a todos, além de colaborações técnicas e financeiras para a prestação de alguns serviços públicos e repartição das receitas tributárias. Destacam-se nesse conceito as figuras dos consórcios públicos, convênios entre os entes federativos e a instituição pelos Estados das regiões metropolitanas para que possam articular um desenvolvimento igualitário de seus Municípios.

6) Federalismo assimétrico: não existe uma homogeneidade entre os

entes federativos, há uma clara disparidade entre os diversos estados da federação, criando diversas peculiaridades regionais.

21. (FCC/AJAA-TRT 8ª/2010) As finalidades básicas do princípio da

indissolubilidade do vínculo federativo são

a) a unidade nacional e a necessidade descentralizadora.

b) o direito de secessão e a prevalência dos interesses da União sobre os Estados, Distrito Federal e Municípios.

c) o direito de secessão e a necessidade de auto- organização.

d) dúplice capacidade de auto-organização dos Estados e Municípios e sujeição aos interesses da União.

e) dúplice capacidade de auto-organização dos Estados e Municípios e o direito de secessão.

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A Constituição versa logo em seu art. 1º que a República Federativa do Brasil constitui uma “união indissolúvel”. Assim, a “indissolubilidade” é uma característica básica da nossa federação, ou seja, é terminantemente vedada qualquer ação de “secessão”. Os Estados e Municípios não podem se separar do vínculo federativo, eles não possuem esse “direito de secessão”.

Como isso já sabemos, de cara, que estão erradas as letras B, C e E.

Uma das finalidades desse vínculo, que se estabelece na forma de um “federalismo cooperativo”, é a necessidade descentralizadora. Os governos locais (municipais) estão mais próximos da população, conseguindo observar de perto as necessidades da população, estes interesses locais (municipais) são harmonizados pelos governos regionais (Estaduais) e por sua vez pelo governo federal. A letra A é a correta.

A letra D fala ainda da “sujeição aos interesses da União”. Embora indissolúvel, a nossa federação é formada por entes autônomos, sem qualquer sujeição de interesses de um em relação ao outro, isso por que todos os entes da federação (Municípios, Estados, Distrito Federal e União), são dotados da “quádrupla” (ou “tríplice”) autonomia.

Gabarito: Letra A.

22. (FCC/TCE-CE/2006)Confederação é a união permanente de dois ou

mais Estados-membros, os quais, conservando sua autonomia político-administrativa, abrem mão de sua soberania, em favor do Estado Federal.

Comentários:

Os Estados que formam uma confederação, diferentemente dos que formam uma federação, são soberanos. Eles possuem o direito de secessão, ou seja, de se separar do bloco. A união deles acontece para que se aumente a força representativa internacional.

Gabarito: Errado.

23. (FCC/TCE-CE/2006) Estado simples é aquele formado por mais de um

Estado com alguns ou vários poderes públicos internos funcionando ao mesmo tempo.

Comentários:

O Estado simples é aquele unitário, onde não existe descentralizções do poder político. Assim, erra o enunciado ao falar em "formado por mais de um Estado" e "vários poderes públicos internos". Essas característica seria na verdade referentes a Estados complexos (federações e confederações) e não a Estados Unitários.

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c) Regime Político – Sem conceito pacífico na doutrina. Dizemos que é a forma

pela qual se dá a “regência” das decisões políticas do Estado.

No Brasil, o regime é o democrático misto (semidireto ou participativo). O

regime democrático pode ser basicamente de 3 formas:

I –Direto (democracia direta): em que o cidadão exerce o poder por si, sem representantes;

II – Indireto (democracia representativa): que ocorre quando o cidadão se

faz representar, concedendo poderes a terceiros, para, em seu nome, exercerem o poder soberano; e

III – Misto (democracia semidireta ou participativa): quando, por vezes,

o cidadão exerce o poder diretamente, e, por outras, por intermédio de representantes.

Essa democracia mista ou semidireta foi eleita como o regime político

brasileiro como vemos no preâmbulo e art. 1º da Constituição, assim, quem é responsável por reger a política brasileira é o povo, o detentor do poder, que direciona as ações do governo de duas formas:

1- Diretamente, através do uso do plebiscito, referendo e da iniciativa popular, ou

2- Indiretamente, através dos representantes eleitos pelo próprio povo.

24. (FCC/TCE-CE/2006) Democracia semidireta é aquela que se caracteriza

pela eleição de representantes do povo, por meio do voto, dotada de mecanismos de participação popular direta, como o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular.

Comentários:

A democracia mista ou semi-direta é o regime político adotado pelo Brasil e caracteriza-se justamente pelo fato de os governantes serem eleitos para representar o povo, e em nome dele exercerem o Poder. Porém, o povo resguarda uma parcela do exercício que se dará através de:

• Plebiscito (Consulta popular antes de se fazer algo);

• Referendo (Consulta popular para ratificar ou não algo que já foi feito); e

• Iniciativa Popular (Propositura de leis ordinárias e complementares através

da iniciativa dos próprios cidadãos que subscrevem o projeto de lei). Gabarito: Correto.

25. (CESPE/TJAA – TRE-BA/2017) A Constituição Federal de 1988

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Nesse sentido, o instrumento constitucional que materializa uma consequência advinda do princípio invocado é o(a):

a) plebiscito.

b) filiação partidária. c) greve.

d) alistamento militar.

e) livre expressão da atividade intelectual.

Comentários:

A nossa democracia é mista. O povo exerce seu poder, em regra, por meio de seus representantes eleitos, mas existem 3 instrumentos para que ele possa exercer seu poder diretamente, que foi o cobrado pela questão: o plebiscito, o referendo e a inciativa popular.

Gabarito: Letra A.

d) Sistema de governo – Modo por meio do qual se relacionam os órgãos

dos Poderes do Estado (especialmente Executivo eLegislativo).

Existem basicamente dois sistemas de governo: o presidencialismo e o

parlamentarismo.

No Presidencialismo, o Poder Executivo tem uma grande independência em relação ao Legislativo. No parlamentarismo ocorre uma maior dependência entre estes poderes já que eles atuam em colaboração.

Chefe de Estado

É o membro do Poder Executivo que exerce o

papel de representante do Estado,

principalmente no âmbito externo, mas também como representante moral perante o povo, no âmbito interno.

Chefe de Governo

É o membro do Poder Executivo responsável por chefiar o governo, ou seja, a direção das políticas públicas em âmbito interno.

• No presidencialismo, temos a unicidade da chefia.

• No parlamentarismo, temos uma dualidade de chefia. Existe uma pessoa como o chefe de Estado e outra como chefe de governo

Outras características do parlamentarismo:

• O Poder Legislativo, por ter legitimidade democrática, é o responsável pelo “controle do governo”, não se limitando a fazer as leis, mas tomando decisões políticas fundamentais para o país.

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• Por ser o responsável por controlar o governo, o Parlamento pode destituir o Gabinete (o conjunto dos Ministros), por razões exclusivamente de ordem política. (Diferente do Presidencialismo, onde o impeachment é só para o Presidente e acontece em razão de crimes de responsabilidade). • O chefe do Executivo não é eleito pelo voto popular. As funções executivas

serão desempenhadas por um primeiro-ministro, escolhido pelo partido que detiver a representação majoritária no Poder Legislativo, de forma que ele tenha apoio do Parlamento para governar.

Sistema diretorial de governo (governo de assembléia):

Deixando de lado o Presidencialismo e o Parlamentarismo, é importante ainda citarmos o chamado sistema de governo diretorial. No sistema diretorial, ou “governo de Assembléia”, existe um diretório (órgão colegiado) formado por membros do parlamento, e é este diretório que irá exercer o poder. Desta forma, praticamente inexiste o Poder Executivo, já que ele está completamente subordinado ao Parlamento que inclusive é responsável por eleger os membros daquele Poder.

Monarquia Parlamentarista e Monarquia Presidencialista:

O presidencialismo é um sistema político típico das repúblicas, porém nada obsta que haja (excepcionalmente) uma monarquia presidencialista.

A distinção básica entre o presidencialismo e o parlamentarismo está na unicidade da chefia naquele e na dualidade de chefia que ocorre neste.

Nas monarquias atuais típicas - monarquias parlamentaristas - temos o rei como chefe de Estado, porém o governo fica nas mãos do parlamento através do primeiro-ministro.

Em uma monarquia presidencialista, teríamos a unicidade de chefia nas mãos do Monarca, que seria não só chefe de Estado, mas também seria o líder do governo. Essas monarquias têm a tendência de se tornarem absolutistas, por isso são evitadas.

Muita dúvida é gerada pelo fato de na Espanha termos o "rei" e o "presidente". Acontece que a Espanha é uma monarquia parlamentarista, o nome "presidente" nada mais é do que denominação dada ao primeiro-ministro daquele país.

26. (FCC/Agente de Fiscalização-ARTESP/2017) No sistema parlamentarista,

a) o Parlamento não poderá destituir o Gabinete (conjunto de Ministros) por razões exclusivamente de ordem política.

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b) o Poder Legislativo, representado pelo Parlamento Nacional, além de fazer leis, também é responsável pelo controle do governo, tomando posições políticas fundamentais.

c) as funções executivas serão desempenhadas por um Primeiro-Ministro, que poderá ou não ser escolhido pelo partido com maior representação no Poder Legislativo.

d) os países com sistemas parlamentares são sempre monarquias constitucionais, não se admitindo, no parlamentarismo, a forma de governo republicana.

e) Chefe de Estado e Chefe de Governo são cargos exercidos necessariamente pela mesma pessoa.

Comentários:

Excelente questão que nos permite fazer um resumo do sistema parlamentarista de governo, vamos lá:

• Dualidade de chefia – Temos um chefe de governo (Primeiro-ministro) e um chefe de Estado (Rei ou Presidente).

• O Poder Legislativo, por ter legitimidade democrática, é o responsável pelo “controle do governo”, não se limitando a fazer as leis, mas tomando decisões políticas fundamentais para o país.

• Por ser o responsável por controlar o governo, o Parlamento pode destituir o Gabinete (o conjunto dos Ministros), por razões exclusivamente de ordem política. (Diferente do Presidencialismo, onde o impeachment é só para o Presidente e acontece em razão de crimes de responsabilidade). • O chefe do Executivo não é eleito pelo voto popular. As funções executivas

serão desempenhadas por um primeiro-ministro, escolhido pelo partido que detiver a representação majoritária no Poder Legislativo, de forma que ele tenha apoio do Parlamento para governar.

Gabarito: Letra B.

27. (FCC/TCE-CE/2006) Parlamentarismo é a forma de governo em que há

profunda independência entre os Poderes Legislativo e Executivo, que são exercidos por pessoas diferentes, podendo o Primeiro-Ministro indicado pelo Chefe do Executivo, ser destituído por decisão da maioria do Legislativo, através da aprovação de moção de desconfiança.

Comentários:

Parlamentarismo é sistema de governo e não forma de governo, esta seria Monarquia ou República.

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28. (FCC/TCE-CE/2006) Sistema diretorial de governo, é aquele no qual

existe total subordinação do Poder Legislativo ao Executivo, que concentra, em sua totalidade, o poder político estatal, sendo que o colegiado de governantes é indicado pelo Chefe do Executivo, para exercício do mandato com prazo indeterminado.

Comentários:

No sistema diretorial, ou “governo de Assembléia”, existe um diretório (órgão colegiado) formado por membros do parlamento, e é este diretório que irá exercer o poder. Desta forma, praticamente inexiste o Poder Executivo, já que ele está completamente subordinado ao Parlamento que inclusive é responsável por eleger os membros daquele Poder. Assim, a questão encontrasse completamente às avessas.

Gabarito: Errado.

Tripartição funcional do poder:

CF, art. 2º. São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

1- Esta é uma cláusula pétrea, não pode ser abolida (ou reduzida) de nossa Constituição.

2- Este artigo mostra que ao mesmo tempo em que os Poderes são independentes, são também harmônicos entre si, o que forma o chamado “sistema de freios e contrapesos” (check and balances), onde um Poder vai sempre atuar de forma a impedir o exercício arbitrário na atuação do outro. Exemplos de "freios e contrapesos" são vários na Constituição: o poder de veto exercido pelo Presidente aos projetos de lei, a necessidade de aprovação do Senado para que o Presidente possa nomear certas autoridades (elencadas pela Constituição), o controle que o Judiciário exerce sobre atos públicos que violem os dispositivos da Constituição ou das leis, entre outros.

3- Decorrente do sistema de freios e contrapesos, tem-se também a formação, em cada Poder, das funções típicas e atípicas. As típicas seriam aquelas precípuas de cada um; as atípicas seriam as funções que seriam precípuas de outro Poder.

Poder Função típica Função Atípica Executivo Administrar Julgar e Legislar

Legislativo Legislar e fiscalizar através do controle externo Julgar/ Administrar

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P.S – Alguns doutrinadores não aceitam a função de “julgar” no Poder Executivo,

porém, essa não é a minha posição, mas é, por exemplo, a posição do

CESPE.

Embora a Constituição tenha elencado 3 Poderes do Estado, seguindo a famosa teoria da "separação dos poderes" de Montesquieu, atualmente o uso do termo "separação dos poderes" ou "divisão dos poderes" é alvo de críticas. O Poder do Estado para a doutrina majoritária é apenas um (unicidade do poder político), e assim como a sua soberania, é indelegável (o interesse do povo não pode ser usurpado) e imprescritível (não se acaba com o tempo). Desta forma, o que se separa ou se divide não é o Poder do Estado (Poder Político) e sim as funções deste Poder, daí termos a aplicação da expressão "tripartição funcional do Poder" (ou "distinção das funções do poder").

O Poder a que nos referimos, é o Poder Político, que continua uno, porém, exercido através das funções executiva, legislativa e judiciária. Lembrando que o titular deste Poder é o povo, e os agentes ao exercerem cada uma destas funções devem agir em nome do povo. É oportuno que relembremos agora as características do Poder Político:

Unicidade - Ele é apenas um, indivisível. Impede-se, assim, que haja

conflitos ou fracionamentos criando interesses diversos daquele que é o real interesse do povo.

Titularidade do Povo - "Todo o poder emana do povo" - O povo é o

titular da soberania e são os seus interesses que irão prevalecer.

Imprescritibilidade - Este poder é permanente, não se acaba com o

tempo.

Indelegabilidade - O povo não pode abrir mão de seu poder. Embora

haja representantes, estes sempre agem em nome do seu povo.

A “separação” dos Poderes ao longo dos tempos:

Falamos em Montesquieu. Cabe-nos observar como aqueles nossos antigos amigos dividiam as funções do Poder Político:

Aristóteles (384 a.C – 322 a.C.) É considerado o primeiro pensador a dividir

as funções do Estado, discorreu sobre o tema em sua obra “A Política”, e fazia isto através do que chamava de:

• Função Deliberante (“Primeiro Poder”) – aquela que seria responsável por

tomar as decisões fundamentais;

• Função Executiva (“Segundo Poder”) – que iria administrar e executar as

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• Função Jurisdicional (“Terceiro Poder”).

John Locke (1632 – 1704): Tratou novamente do tema, segundo ele,

existiriam três poderes que se converteriam em dois: o Poder Legislativo, o Poder Executivo e o Poder Federativo. O Poder Federativo seria responsável pela manutenção das relações com outros Estados, isso se fazia através de alianças (feudos, origem do termo federalismo), administrando, assim, a segurança e o interesse público externo. Locke, porém, afirmava que o Executivo e o Federativo, embora desempenhassem distintas funções, deveriam estar nas mesmas mãos, fundindo-se em um, sob pena de levar ao caos o seu exercício.

Divisão Clássica - Montesquieu (1689 – 1755): Em sua obra “O Espírito das

Leis”, dividiu as funções em Legislativa, Executiva e Judiciária, divisão esta que foi, em princípio, formalmente adotada pela República Federativa do Brasil na Constituição de 1988.

Aristóteles Deliberante (1º Poder)

Executiva (2º Poder) Jurisdicional (3º Poder)

John Locke Legislativa Executiva

Federativa Montesquieu Legislativa

Executiva Judiciária

Recomendo decorar apenas aquelas funções "singulares" a cada um dos pensadores, que estão destacadas no quadro acima.

Peculiaridades das funções do Poder no sistema atual:

Embora a Constituição Federal tenha adotado o poder político com suas funções distribuídas por “três Poderes”, a realidade se mostra mais complexa. A existência no Brasil do Ministério Público e dos Tribunais de Contas, por si, já é suficiente para relativizar esta tripartição. Embora, não seja um consenso, nem nos parece viável, a existência de um “quarto poder”1, achamos correto, ao menos, aceitar a existência de uma “quarta função do poder político”, assim,

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tais órgãos (MP e Tribunal de Contas) poderiam estar enquadrados em uma chamada “função fiscalizatória”2.

A função legislativa, poderia ainda estar dividida em espécies: legislativa constitucional, legislativa ordinária e a normativa infralegal.

Na função executiva, poderíamos ainda distinguir3a “função administrativa

propiramente dita” que é basicamente a gestão da máquina pública, da “função de governo” que seria a função política, exercendo o direcionamento das políticas públicas e funções co-legislativas (sanção, promulgação e publicação das leis).

Jurisprudência:

• Segundo o STF, as competências dos Entes e dos Poderes, e os mecanismos de freios e contrapesos estão previstos na Constituição Federal, sendo vedado à Constituição Estadual inovar criando novas hipóteses de interferências de um poder em outro (ADI 3046).

• Também se configura inconstitucional novas exigências de aprovações, como, por exemplo, a não observância do prazo de 15 dias – art. 83, CF – para a necessidade de licença pela Assembléia Legislativa para que o Governador ou Vice venha se ausentar do país (ADI 738).

• Ofende o princípio da independência e harmonia entre os poderes, sendo assim, inconstitucional a norma que subordina convênios, acordos, contratos e atos de Secretários de Estado à aprovação da Assembléia Legislativa (ADI 676).

29. (FCC/Juiz- TRT-1/2016)Foi um dos princípios extraídos de

Montesquieu, em sua obra O Espírito das Leis, mais especificamente no capítulo sobre a Constituição da Inglaterra, que se acha expresso na Constituição de 1988 e que é considerado cláusula pétrea:

(a) Autonomia do Poder Judiciário. (b) A Federação.

(c) A soberania popular.

(d) A separação dos Poderes.

(e) A autonomia dos Estados da Federação.

Comentários:

2 Como também entende José Luiz Quadros Magalhães, em MAGALHÃES, José Luiz Quadros de.

A teoria da separação de poderes. Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n. 489, 8 nov. 2004.

Disponível em: <http://jus.uol.com.br/revista/texto/5896>. Acesso em: 11 abr. 2011.

3 Como também faz José Afonso da Silva – Curso de Direito Constitucional Positivo. 33ª Ed., pg.

(33)

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A divisão clássica dos poderes, adotada pela Constituição de 1988, foi proposta por Montesquieu, em sua obra “O Espírito das Leis”, que dividiu as funções em Legislativa, Executiva e Judiciária, e esta separação foi gravada como cláusula pétrea pela Constituição de 1988. Ou seja, uma disposição constitucional que não poderá ser abolida por emenda constitucional (CF, art. 60 §4º).

Gabarito: Letra D.

30. (FCC/Técnico Judiciário-TRE-SP/2012) O mecanismo pelo qual os

Ministros do Supremo Tribunal Federal são nomeados pelo Presidente da República, após aprovação da escolha pelo Senado Federal, decorre do princípio constitucional da:

a) separação de poderes b) soberania

c) inafastabilidade do Poder Judiciário d) cidadania

e) solução pacífica dos conflitos

Comentários:

Veja que na escolha de Ministros do Supremo, membros do Poder Judiciário, há a participação de membros do Poder Executivo e do Poder Legislativo, em aplicação da harmonia entre os poderes, o chamado “sistema de freios e contrapesos” (check and balances), onde um Poder vai sempre atuar de forma a impedir o exercício arbitrário na atuação do outro. Assim, tal mecanismo decorre do princípio da separação dos poderes, correta a assertiva “A”.

Gabarito: Letra A.

31. (FCC/TCE-SP/2011)Considera-se função atípica do Poder Executivo,

sob a ótica do princípio da separação de poderes, a previsão constitucional segundo a qual compete ao Presidente da República

a) vetar e sancionar projetos de lei.

b) suspender a eficácia de lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal.

c) editar decretos e regulamentos para a execução de leis.

d) nomear Ministros do Supremo Tribunal Federal, após arguição pelo Congresso Nacional.

e) editar leis delegadas e medidas provisórias.

Referências

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