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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA DIOGO DANIEL GASPARIN

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1 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

DIOGO DANIEL GASPARIN

DIAGNÓSTICO DO MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DE UMA EMPRESA DE URGENCIAS E EMERGENCIAS MÉDICAS EM

FLORIANÓPOLIS/SC

Palhoça 2015

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2 DIOGO DANIEL GASPARIN

DIAGNÓSTICO DO MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DE UMA EMPRESA DE URGENCIAS E EMERGENCIAS MÉDICAS EM

FLORIANÓPOLIS/SC

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de graduação e Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Ambiental e Sanitarista. Orientador: Prof. Silene Rebelo, Msc.

Palhoça 2015

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4 AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me dar saúde nesta caminhada árdua porém honrosa. Agradeço primeiramente a minha família, minha mãe Janete meu pai Nelci e meu irmão Rafael, por me darem educação e caráter, pois sem isso não teria vencido as etapas dessa jornada, e também o privilégio de cursar uma faculdade.

Agradeço minha vó Amélia por me ajudar em todas as vezes que precisei, pelas orações que a senhora fez por mim.

Agradeço fielmente a minha noiva Isadora, por acreditar em mim e na minha capacidade em horas que nem acreditei, por estar do meu lado sempre, nas horas mais difíceis por não me deixar desistir, e também por estar comigo nas horas mais felizes, obrigado minha companheira!

Agradeço minha prima Sandra, seu marido, o grande Juca-Bala, e toda sua família, vocês se tornaram também a minha família, me dando todo o suporte desde a minha chegada até o fim desta jornada, muito obrigado!

Meu primo Johnny, irmão e companheiro, que me deu o ponta pé inicial para que eu estivesse aqui hoje, tia Fátima e tio Valdecir por me receberem como filho e não medir esforços para me ajudar sou muito grato.

Agradeço ainda ao Estado de Santa Catarina que me acolheu com tanto carinho, aqui conheci pessoas que levarei para toda a vida.

A todos os meus mestres “professores guerreiros” por passarem todo seu conhecimento, em especial a professora Silene que esteve comigo desde o início, puxando a orelha sempre que necessário, porém com uma paciência imensurável.

Agradeço a todos meus colegas, pelas horas de alegria proporcionadas, em especial ao meu amigo Dário e Diogo.

Agradeço a empresa Help Emergências Médicas, por todo o apoio na realização deste trabalho, pela disponibilidade dos colaboradores e compreensão nas horas de ausência ao emprego em prol deste estudo.

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5 RESUMO

O aumento da população do planeta associado aos altos índices de consumismo, principalmente em áreas urbanas, leva a geração de quantidades exorbitantes de resíduos sólidos as quais apresentam relação direta com a deterioração dos recursos naturais. Países em desenvolvimento, como o Brasil, além da grande quantidade de resíduo gerada, tem que lidar com problemas ambientais decorrentes da deficiência na gestão dos resíduos sólidos urbanos, causador de graves impactos ambientais através da emissão desnecessária de gases poluentes e contaminações de recursos naturais. Destacam-se entre os diferentes tipos de resíduos sólidos, os provenientes de serviços de saúde. Estes além das questões ambientais comuns aos resíduos urbanos podem ocasionar problemas de contaminação nos locais de geração e, por isto, devem ter um gerenciamento diferenciado, devido aos riscos eminentes de seus componentes de natureza química, biológica ou radioativa. Para tanto, os geradores deste tipo de resíduo sólido devem elaborar e executar o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS), o qual é um importante instrumento de controle ambiental, exigido no processo de licenciamento ambiental de estabelecimentos geradores. O presente estudo teve como objetivo elaborar um diagnóstico do manejo dos Resíduos de Serviços de Saúde - RSS, para o setor de ambulâncias e farmácia de uma empresa de urgências e emergências médicas, em Florianópolis, em conformidade com as legislações e normas vigentes. Através de levantamentos in loco, documentais e bibliográficos pode-se verificar que os principais grupos de resíduos gerados nos ambientes analisados são os: biológicos, químicos e pefurocortantes/escarificante. O grupo de maior geração é composto por resíduos de classe A (infectantes). Durante as vistorias in loco, foi possível analisar as condições atuais de gerenciamento dos RSS, concluiu-se que o manejo atual efetuado na empresa apresenta etapas em total conformidade com as normas competentes, no entanto foi possível observar que ainda há algumas irregularidades a serem corrigidas, principalmente referentes a falhas no âmbito da correta segregação dos resíduos.

Palavras chave: Legislação Ambiental; Resíduos de Serviços de Saúde; Gerenciamento.

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6 LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Fluxograma para caracterização e classificação de resíduos, de acordo com

a NBR 10.004/2004. ... 20

Figura 2: Comparativo da geração de RSU no Brasil nos anos 2013 e 2014.. ... 21

Figura 3: Comparativo da coleta de RSU no Brasil nos anos 2013 e 2014.. ... 22

Figura 4: Destinação final dos RSU coletados no Brasil no ano de 2014. ... 23

Figura 5: Quantidade de RSS coletados nas regiões do Brasil nos anos de 2013 e 2014 (tx1000/ano) ... 32

Figura 6: Destino Final dos RSS coletados no Brasil em 2014 ... 33

Figura 7: Localização da Empresa de Urgências e Emergências Médicas ... 46

Figura 8: Software GENEX de gestão dos atendimentos. ... 59

Figura 9: Exemplo de embalagens para o acondicionamento de pilhas e baterias. ... 73

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7 LISTA DE FOTOGRAFIAS

Fotografia 1: Palestra de preparação aos funcionários de Urgências e Emergências Médicas, setembro de 2015. ... 47 Fotografia 2: Acondicionamento dos resíduos gerados nos atendimentos das UTI móveis, da empresa de Urgências e Emergências Médicas, setembro de 2015. ... 52 Fotografia 3: Acondicionamento Interno dos RSS no expurgo oriundo das UTI’s móveis da empresa de Urgências e Emergências Médicas, setembro 2015. ... 53 Fotografia 4: Armazenamento Externo dos resíduos Classe A na empresa de

Urgências e Emergências Médicas, setembro de 2015. ... 53 Fotografia 5: Coleta e Transporte do resíduo de serviços de saúde pela empresa terceirizada. ... 54 Fotografia 6: RSS produzidos pela farmácia na empresa de Urgências e Emergências Médicas, em setembro de 2015. ... 55 Fotografia 7: Pilhas e baterias descartadas na farmácia na empresa de Urgências e Emergências Médicas, em setembro de 2015. ... 56 Fotografia 8: Documentos de recolhimento de psicotrópicos vencidos na farmácia de Urgências e Emergências Médicas, em setembro de 2015. ... 56 Fotografia 9: Acondicionamento interno dos RSS da farmácia na empresa de

Urgências e Emergências Médicas, em setembro de 2015. ... 57 Fotografia 10: Dispositivo intravenoso do tipo cateter plástico, material usado na Atendimento Pré Hospitalar. ... 69 Fotografia 11: Compartimento para resíduos infectados nas UTI’s móveis da empresa de Urgência e Emergências Médicas, setembro de 2015. ... 70 Fotografia 12: Multibox para atendimento de APH da empresa de Urgência e

Emergências Médicas, setembro de 2015. ... 71 Fotografia 14: Armazenamento Externo da empresa de Urgência e Emergências Médicas, setembro de 2015. ... 74 Fotografia 15: Veículo de transporte de RSS da empresa de Urgência e Emergências Médicas, setembro de 2015. ... 75

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8 LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Classificação dos Resíduos Sólidos de acordo com a NBR 10.004/2004. .. 18 Quadro 2: Classificação dos Resíduos de Saúde de acordo com a RDC 306, de 7 de dezembro de 2004 da ANVISA. ... 28 Quadro 3: Classificação de resíduo, baseando na RDC 306 Anvisa/2004... 37 Quadro 4: Tipo de RSS identificados pelos funcionários entrevistados nos diferentes setores da empresa de Urgências e Emergências Médicas, setembro de 2015. ... 49 Quadro 5: Manejo de RSS pelos funcionários entrevistados nos diferentes setores da empresa de Urgências e Emergências Médicas, setembro de 2015 ... 51 Quadro 6: Verificação das Não Conformidades encontradas na empresa quanto ao gerenciamento de RSS. ... 62

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9 LISTA DE SIGLAS

ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABRELPE: Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais

ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária CNEN: Comissão Nacional de Energia Nuclear CONAMA: Conselho Nacional do Meio Ambiente EPI: Equipamentos de Proteção Individual

FISPQ: Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico MTE: Ministério do Trabalho e Emprego

NR: Norma Reguladora

PGRS: Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

PGRSS: Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde PNRS: Política Nacional de Resíduos Sólidos

RDC: Resolução da Diretoria Colegiada RSS: Resíduos de Serviço de Saúde RSU: Resíduos Sólidos Urbanos

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10 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ... 12 2. OBJETIVOS ... 15 2.1. OBJETIVO GERAL ... 15 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 15 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 16 3.1. RESÍDUOS SÓLIDOS ... 16

3.1.1. Classificação dos Resíduos Sólidos ... 17

3.1.2. Cenário dos Resíduos Sólidos no Brasil ... 21

3.1.3. Gerenciamento de Resíduos Sólidos ... 24

3.2. RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE ... 25

3.2.1. Classificação dos RSS ... 26

3.2.2. Cenário dos RSS no Brasil ... 32

3.2.3. Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde ... 35

4. MATERIAIS E MÉTODOS ... 41

4.1. COLETA DE DADOS ... 41

4.1.1. Treinamento dos colaboradores ... 42

4.1.2. Avaliação da Logística Atual. ... 42

4.2. ANÁLISE DE DADOS ... 44

4.3. PROPOSIÇÃO DE AÇÕES PARA O GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SAÚDE ... 44

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 45

5.1. O LOCAL DE ESTUDO ... 45

5.2. COLETA DE DADOS ... 46

5.2.1. Treinamento dos Colaboradores ... 46

5.3. AVALIAÇÃO DA LOGÍSTICA ATUAL ... 47

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5.4. NÃO CONFORMIDADES ... 61

5.4 AÇÕES PARA MELHORIA DO GERENCIAMENTO DE RSS ... 67

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 76

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 78

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12 1. INTRODUÇÃO

Fatores como o aumento contínuo da população no planeta, avanço do consumo determinado por incentivo da economia e, ainda, os fatores culturais levam a deterioração dos recursos naturais que se apresentam diretamente relacionados com a quantidade de resíduos sólidos produzidos.

Além do estímulo ao consumo oriundo do melhor poder aquisitivo da população, países em desenvolvimento tem que lidar com problemas ambientais decorrentes das deficiências na gestão dos resíduos sólidos urbanos (GRU). A falha na gestão dos resíduos além de causar impactos ao ambiente com a emissão desnecessária de gases poluentes e contaminações de solo e água, podem levar a questões de saúde pública através das doenças decorrentes da proliferação de vetores (GODECKE et al, 2012).

Dentre os resíduos sólidos gerados diariamente pelas sociedades contemporâneas estão os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS). Os RSS além das questões ambientais comuns aos demais resíduos, incorporam um preocupante risco quanto as contaminações nos locais de geração e gerenciamento dos mesmos, isto devido os riscos eminentes de seus componentes de natureza química, biológica ou radioativa (ANVISA, 2006 apud FERREIRA, 2014).

Como forma de orientar às obrigações instituídas aos geradores público e/ou privados de RSS, órgãos públicos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), editaram diversas normativas que definem e dirigem as ações a eles relacionadas, das quais se destacam a Resoluções da Diretoria Colegiada - RDC da ANVISA nº 306/2004, a Resolução CONAMA nº 358/2005.

As Resoluções citadas determinam os geradores de RSS, os serviços relacionados com: o atendimento à saúde humana ou animal (com inclusão dos serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo); os laboratórios analíticos de produtos para a saúde; os necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento; serviços de medicina legal; drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área da saúde, centro de controle de zoonoses; distribuidores de

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produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores, produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro, unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura, serviços de tatuagem, dentre outros similares.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) (Lei 12.305/2010), criada em 2010, tem como objetivo instituir os princípios, práticas e ferramentas associadas à gestão integrada e ao gerenciamento correto dos resíduos sólidos. Através da Lei nº 12.305/2010 foram implementadas as ferramentas quanto à prática e incentivo à disposição ambientalmente adequada, à coleta seletiva e à logística reversa no processo de gerenciamento dos RSU.

A PNRS dispõe ainda, sobre os aspectos sociais do gerenciamento dos RSU, mediante ao apoio as cooperativas e as associações de catadores, bem como dos aspectos culturais, e financeiros, a partir da educação ambiental, do consumo sustentável no âmbito da redução da geração de resíduos, assim como nos incentivos fiscais, financeiros e de crédito (BRASIL/2010).

No Art. 20º desta mesma lei, é possível obter-se informações especificas sobre quem está sujeito à elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), os estabelecimentos geradores de resíduos de serviços de saúde, definidos em lei como “os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária SNVS)”, estão entre os estabelecimentos obrigados a realizar o plano.

O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) é um importante documento parte fundamental do processo de licenciamento ambiental que tem como objeto os estabelecimentos geradores. O plano tem como princípios a não geração e a minimização dos resíduos, deve apontar e descrever sobre ações relacionadas a geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e por fim a destinação final dos RSS, o documento deve ater-se a garantir com o gerenciamento a proteção à saúde pública, e a preservação da qualidade do meio ambiente (BRASIL, 2010).

Neste contexto, o presente trabalho buscou avaliar o manejo dos resíduos de serviços de saúde gerados por uma empresa de emergências e urgências médicas em Florianópolis/SC. O trabalho buscou pela caracterização

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e quantificação dos RSS tendo em vista o levantamento de informações para a elaboração de parâmetros de adequação do gerenciamento dos RSS da empresa. As ações propostas para a melhoria do manejo dos resíduos tiveram como meta principal contribuir para a melhor segregação dos resíduos promovendo a redução do seu volume e diminuição a incidência de acidentes ocupacionais. A correta segregação e destinação final dos RSS através do estimulo a reciclagem dos resíduos comuns, tende a reduzir os custos com o manejo dos RSS.

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15 2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste trabalho é a descrição de um diagnóstico do manejo dos Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde (RSS), para o setor de ambulâncias e farmácia de uma empresa de urgências e emergências médicas em Florianópolis, através da verificação das não conformidades com as legislações e normas vigentes.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Verificar a logística atual da empresa quanto ao gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde;

b) Caracterizar quali e quantitativamente os resíduos gerados na empresa; c) Levantar as conformidades e não conformidades;

d) Propor melhorias e adequações ao manejo atual dos Resíduos de Serviços de Saúde gerados.

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16 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. RESÍDUOS SÓLIDOS

Embora muitas vezes interpretados como termos de mesmo significado, “resíduos sólidos” e “lixo”, não são sinônimos. Conforme consta no Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (1996), o termo “lixo” significa:

1. Aquilo que se varre da casa, do jardim, da rua, e se joga fora; entulho. 2. Tudo que não presta e se joga fora. 3. Sujidade, sujeira, imundice. 5. Ralé, e em geral tudo que não presta e se deita fora, cisco; imundície,

A Norma Brasileira (NBR) 10.004/2004 elaborada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a qual estabelece a Classificação de Resíduos Sólidos, define resíduos sólidos como materiais de estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades, das mais diversas origens, desde industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. São incluídos na definição da norma também os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água.

Já a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) instituída pela Lei nº 12.305/2010, determina, no inciso XVI do artigo 3º, que os resíduos sólidos são materiais resultante de atividades humanas em sociedade. Inclui na definição os materiais, substâncias, objetos ou bens descartados em estado sólido ou semi-sólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornam inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água.

Sendo assim entende-se que os resíduos sólidos diferentemente do lixo ou rejeitos, são materiais onde ainda não foram esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis. Estes ainda têm outras possibilidades de uso, que não a disposição final.

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17 3.1.1. Classificação dos Resíduos Sólidos

A PNRS classifica os resíduos sólidos em seu artigo 13, de acordo com à sua origem e a periculosidade. O inciso I do artigo citado, define as classes de resíduos sólidos quanto a sua origem, as quais são:

a) Resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências urbanas;

b) Resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana; c) Resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”; d) Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”;

e) Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos na alínea “c”;

f) Resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais;

g) Resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS;

h) Resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis;

i) Resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;

j) Resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;

k) Resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios; (BRASIL, 2010).

No inciso II do artigo 13 da lei 12.305/2010 são definidas as classificação conforme a periculosidade dos resíduos sólidos. Tal classificação resume-se em duas classes, a classe dos resíduos perigosos e não perigosos. Sendo assim, os perigosos são aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental. E na classe dos resíduos não perigosos encontram-se aqueles resíduos que não são enquadrados como perigosos (BRASIL, 2010).

No âmbito da NBR 10.004/2004 a classificação de resíduos sólidos envolve, além da identificação de origem e periculosidade dos mesmos, a identificação dos resíduos através dos seus constituintes e a comparação

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destes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido (ABNT, 2004).

De acordo com a NBR 10.004/2004, a periculosidade dos resíduos sólidos apresenta-se dividida nas mesmas duas classes apresentadas na PNRS, no entanto a norma apresenta de forma detalhada as subclasses dos resíduos não perigosos, conforme apresentado no Quadro 1.

Quadro 1: Classificação dos Resíduos Sólidos de acordo com a NBR 10.004/2004.

CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DE ACORDO COM A NBR 10.004/2004

Classe I - Resíduos

Perigosos

Resíduo com propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas como inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade que apresentem risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices, ou riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada.

Classe II Resíduos Não perigosos: Classe II A – Resíduos Não inertes

Aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I ou classe II B, podem ter

propriedades, tais como

biodegradabilidade,

combustibilidade ou solubilidade em água.

Classe II B – Resíduos Inertes:

Aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I ou classe II A, podem ter

propriedades, tais como

biodegradabilidade,

combustibilidade ou solubilidade em água.

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A NBR 10.004/04 apresenta um fluxograma para auxiliar na classificação dos resíduos sólidos quanto ao risco à saúde pública e ao meio ambiente, onde os resíduos sólidos são classificados nos grupos descritos anteriormente (Figura 1).

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Figura 1: Fluxograma para caracterização e classificação de resíduos, de acordo com a NBR 10.004/2004.

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21 3.1.2. Cenário dos Resíduos Sólidos no Brasil

Conforme a PNRS os resíduos sólidos urbanos (RSU), englobam os resíduos domiciliares e de resíduos de limpeza urbana.

A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), anualmente publica um relatório com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil onde são apresentadas as circunstâncias da geração e gestão de resíduos sólidos no país.

Segundo a Abrelpe (2014) a geração total de RSU no Brasil no ano de 2014 foi de aproximadamente 78,6 milhões de toneladas. Com relação a este valor, quando comparado ao volume gerado no ano anterior, observa-se um aumento de 2,9%. Tal índice supera a taxa de crescimento populacional no país no período, que foi de 0,9%. Os dados de geração anual e per capita em 2014, comparados com 2013, são apresentados na Figura 2.

Figura 2: Comparativo da geração de RSU no Brasil nos anos 2013 e 2014..

Fonte: ABRELPE/2014.

Segundo a Abrelpe (2014), a coleta dos RSU atingiu um aumento de 3,20% quando comparados os anos de 2014 e 2013. A cobertura dos serviços de coleta de RSU alcançou um total de 71.260.045 toneladas no ano de 2014, isto correspondeu a cerca de 90% da quantidade gerada no país, ou seja, 7.323.360 toneladas de RSU deixaram de ser coletadas e, consequentemente, tiveram destino impróprio (Figura 3).

Em média a coleta de RSU per capita por ano no Brasil foi de 351,49 kg/hab/ano. O estado de Santa Catarina apresentou uma média de geração de

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resíduos per capita/ano bastante inferior à média nacional, com 252,95kg/hab/ano. Em contrapartida, o estado com maior geração de RSU per capita foi o Distrito Federal com 566,11 kg/hab/ano (ABRELPE 2014)..

Figura 3: Comparativo da coleta de RSU no Brasil nos anos 2013 e 2014.

Fonte: Abrelpe, 2014.

Ainda de acordo com a Abrelpe (2014), dentre as regiões do Brasil, a região sudeste (52,5%) é a que realiza a maior parcela da coleta de RSU no país, seguida pelas regiões nordeste com 22,2%, sul com 10,8%, centro-oeste com 8,1% e, por ultimo, a região norte com 6,4% da distribuição percentual do total de RSU coletados em 2014.

Com relação à destinação final dos RSU a situação no país manteve-se estável em relação aos anos anteriores a 2014, apresentando um percentual de 58,4% de destinação final adequada em 2014. No entanto a quantidade de RSU destinada a locais inadequados é consideravelmente preocupante, totalizando 29.659.170 toneladas no ano (Figura 4). Tais resíduos foram destinados para lixões ou aterros controlados, os quais não apresentam o conjunto de sistemas necessários para a proteção do meio ambiente e da saúde pública. Com relação a este aspecto o estado de Santa Catarina apresenta um índice de 71,9% da destinação final dos resíduos aos aterros sanitários, um desempenho superior a média do país (ABRELPE, 2014).

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Figura 4: Destinação final dos RSU coletados no Brasil no ano de 2014.

Fonte: Abrelpe, 2014.

Através dos dados apresentados pode-se concluir que existem metas definidas na PNRS que não foram atingidas, como por exemplo o cumprimento do fechamento de todos os lixões do país até o ano de 2014. No entanto observa-se que avanços vêm sendo paulatinamente implementados ao longo dos anos.

Segundo a PNRS a destinação final ambientalmente adequada é aquela em que se inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes, entre elas a disposição final. A disposição final de resíduos deve observar as normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos. No entanto para dar subsídios ao bom funcionamento da destinação final de todo resíduo sólido é fundamental que a segregação deste tenha sido realizada coerentemente com as normas vigentes, respeitando cada classe de resíduos de acordo com a NBR 10.004/2004.

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24 3.1.3. Gerenciamento de Resíduos Sólidos

A Lei nº 12.305/2010 que estabelece o PNRS, em seus incisos XI e X do artigo 3º define o gerenciamento de resíduos sólidos e a gestão integrada destes resíduos, como:

X - gerenciamento de resíduos sólidos: Conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei.

XI - gestão integrada de resíduos sólidos: gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável (BRASIL, 2010).

.

No Brasil a Política Nacional de Resíduos Sólidos constitui princípios, objetivos e instrumentos, direcionados à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, envolvendo os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis. Estão sujeitos a esta lei, pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos ou gerenciamento de resíduos sólidos.

Segundo o artigo 20 da Lei n° 12.305 estão sujeitos à elaboração do plano de gerenciamento de resíduos sólidos os geradores de resíduos dos serviços públicos de saneamento básico, de resíduos industriais, de resíduos de serviços de saúde, de resíduos de mineração, bem como os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que gerem resíduos perigosos ou que não sejam equiparados aos domiciliares, as empresas de construção civil, os responsáveis pelos terminais e outras instalações e as atividades agrossilvopastoris.

Ainda conforme estabelecido no artigo 21 da Lei n° 12.305, o plano de gerenciamento de resíduos sólidos deve conter no mínimo as seguintes informações: descrição do empreendimento; diagnóstico dos resíduos sólidos

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gerados (origem, volume e caracterização); quando houver plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, deverá ter explicitação dos procedimentos operacionais relativos às etapas do gerenciamento e a definição dos procedimentos operacionais; identificação das soluções consorciadas com outros geradores; ações preventivas e corretivas a serem executadas; metas e procedimentos relacionados à minimização da geração dos resíduos; se couber ações relativas à responsabilidade compartilhada; medidas saneadoras dos passivos ambientais e a periodicidade de sua revisão.

3.2. RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

Conforme a RDC nº 306/2004 da Agencia Nacional da Vigilância Sanitária (ANVISA), define-se os locais geradores de resíduos de serviço de saúde (RSS), como:

Todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamento; serviços de medicina legal; drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de tatuagem, dentre outros similares. (ANVISA, 2004)

A Resolução nº 358/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), em seu artigo 1º, define quais estabelecimentos se encaixam como sendo prestadores de serviços de saúde perante a resolução:

todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento (tanatopraxia e somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos; importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de tatuagem, entre outros similares.(CONAMA, 2005)

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A mesma resolução estabelece no inciso X, do artigo 2º que os RSS: são todos aqueles resultantes de atividades exercidas nos serviços definidos no art. 1º da mesma resolução. As características dos resíduos de saúde apresentam a necessidade de processos diferenciados em sua manipulação e gerenciamento, determinados RSS exigem tratamento prévio à sua disposição final.

3.2.1. Classificação dos RSS

Segundo a NBR 12.807/1993, que estabelece a terminologia dos Resíduos de Serviços de Saúde, o resíduo é todo material desprovido de utilidade para o estabelecimento gerador. O resíduo de serviços de saúde segundo a normativa é aquele resíduo resultante de atividades exercidas por estabelecimento de saúde gerador, dentre os resíduos de serviços de saúde a NBR 12.807/1993 divide-o em:

Resíduo comum: são os resíduos de serviço de saúde que não apresentam risco adicional à saúde pública;

Resíduo especial: são os resíduos de serviço de saúde do tipo farmacêutico, químico perigoso e radioativo;

 Resíduo farmacêutico: produto medicamentoso com prazo de validade vencido, contaminado, interditado ou não utilizado.  Resíduo infectante: são os resíduos de serviço de saúde que, por suas

características de maior virulência, infectividade e concentração de patógenos, apresenta risco potencial adicional à saúde pública.

Resíduo químico perigoso: Resíduo químico que, de acordo com os parâmetros da NBR 10004, possa provocar danos à saúde ou ao meio ambiente.

A RDC 306/2004 classifica os RSS em quatro diferentes grupos: Grupo A de resíduos infectantes, Grupo B de resíduos químicos, Grupo C de resíduos radioativos, Grupo D dos resíduos comuns e Grupo E de resíduos perfuro cortantes. A Resolução estabelece ainda subgrupos desta classificação que

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estão apresentados detalhadamente no corpo da resolução. O Quadro 2 mostra de forma objetiva as diferenças dentre os grupos de resíduos de saúde.

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Quadro 2: Classificação dos Resíduos de Saúde de acordo com a RDC 306, de 7 de dezembro de 2004 da ANVISA.

GRUPO SUBGRUPO RESÍDUO

Grupo A - Resíduos com a possível presença de agentes biológicos

GRUPO - A.1 Culturas e estoques de microrganismos resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os

hemoderivados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética. Estes resíduos não podem deixar a unidade geradora sem tratamento prévio.

GRUPO - A.2 Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a

processos de experimentação com inoculação de microrganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anatomopatológico ou confirmação diagnóstica. Devem ser submetidos a tratamento antes da disposição final.

GRUPO - A.3 Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso

menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou seus familiares.

GRUPO - A.4 Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores; filtros de ar e gases aspirados de área

contaminada; membrana filtrante de equipamento médico-hospitalar e de pesquisa, entre outros similares; sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter

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agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons; tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo; recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenham sangue ou líquidos

corpóreos na forma livre; peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anátomo-patológicos ou de confirmação diagnóstica; carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações; cadáveres de animais provenientes de serviços de assistência; Bolsas

transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão..

GRUPO - A.5 Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou escarificantes e demais materiais

resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons.

Grupo B – Resíduo Químico

GRUPO - B

Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.

- Produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos; imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais, quando descartados por

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serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos e os resíduos e insumos farmacêuticos dos Medicamentos controlados pela Portaria MS 344/98 e suas atualizações.

- Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes.

- Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores).

- Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas

- Demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10.004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).

Grupo C - Resíduo Radioativo Grupo – C Resíduo radioativo

Os rejeitos radioativos devem ser segregados de acordo com a natureza física do material e do radionuclídeo presente, e o tempo necessário para atingir o limite de eliminação, em conformidade com a norma NE - 6.05 da CNEN. Os rejeitos radioativos não podem ser considerados resíduos até que seja decorrido o tempo de decaimento necessário ao atingimento do limite de eliminação. Grupo D – Resíduos Comum Resíduos comum

Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.

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31 Grupo E – Resíduos Perfurocorta nte Resíduos Perfurocortan te

Lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares;micropipetas;lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares.

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32 3.2.2. Cenário dos RSS no Brasil

A legislação pertinente ao gerenciamento dos RSS confere aos geradores a responsabilidade pelo tratamento e destino final destes. Grande parte dos municípios responsabiliza-se em realizar esta atividade apenas para os RSS gerados em unidades públicas de saúde. Em função disto e, também, da PNRS ainda estar sendo implementada, os dados existentes sobre a situação dos RSS são somente os pertinentes as unidades públicas de saúde. Conforme a Abrelpe (2014), dos 5.570 municípios brasileiros, 4.526 prestaram em 2014, total ou parcialmente, serviços atinentes ao manejo dos RSS, chegando a um valor médio de 1,3 kg por habitante/ano. Isto representou um crescimento de 5,0% na quantidade de RSS coletada pelos municípios em 2014 em comparação a 2013.

O maior índice de coleta de RSS por habitante ocorre na região sudeste do país, onde 2,149 kg/hab/ano são coletados, sendo que a Figura 5 apresenta a quantidade de RSS coletados pelos municípios do país e suas regiões. (ABRELPE, 2014).

Figura 5: Quantidade de RSS coletados nas regiões do Brasil nos anos de 2013 e 2014 (tx1000/ano)

Fonte: Abrelpe, 2014.

Segundo a Abrelpe (2014) 44,5% dos municípios incineraram os seus RSS no ano de 2014, 21,9% utilizam a autoclave como método de tratamento

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dos resíduos onde posteriormente são depositados em aterros sanitários, 2,5% recebem tratamentos por micro-ondas, e 31,1% caracterizados como outros, ou seja, tiveram a destinação direta em aterros, valas sépticas e lixões, destinos estes mais vulneráveis a contaminações (Figura 6 ).

Figura 6: Destino Final dos RSS coletados no Brasil em 2014

Fonte: Abrelpe, 2014.

Por fim, como a coleta de RSS executada pela maioria dos municípios brasileiros é parcial isto contribui significativamente para o desconhecimento sobre a quantidade total gerada e o destino real dos RSS no Brasil. Tal situação dificulta o bom planejamento para um gerenciamento de qualidade dos RSS gerados no país. O diagnóstico atual quanto à geração, coleta e tratamento deste tipo de resíduo possibilitaria detectar-se ainda a existência de contaminações ambientais oriundas do descaso com a destinação final dos RSS e o quanto estes estão impactando o ambiente.

Segundo dados citados por Sinoti et al. (2009 apud IPEA, 2012) em conformidade com a Organização Mundial da Saúde (OMS),partindo-se do pressuposto que seja realizada a perfeita segregação dos RSS, considera-se que aproximadamente 80% destes apresentam risco similar aos resíduos domésticos, 15% aos biológicos, aos quais boa parte destes não necessitam tratamento, 1% resíduos são perfurocortantes, 3% são resíduos químicos e farmacêuticos e 1% possuem características diferentes das mencionadas.

A Resolução Conama nº 358/2005 em seu artigo. 14 torna obrigatória a segregação dos RSS na fonte e no momento da geração. A segregação deve ocorrer levando-se em consideração as suas características e com objetivo de

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reduzir o volume dos resíduos a serem tratados e dispostos, buscando garantir a proteção da saúde e do ambiente.

Esta mesma Resolução Conama nº 358/2005, em seu Art. 2º, inciso XII, o sistema de tratamento de resíduos de serviços de saúde como:

Formado por um conjunto de unidades, processos e procedimentos que alteram as características físicas, físico-químicas, químicas ou biológicas dos resíduos, podendo promover a sua descaracterização, visando a minimização do risco à saúde pública, a preservação da qualidade do meio ambiente, a segurança e a saúde do trabalhador.(CONAMA, 2005)

Já a disposição final de resíduos de serviços de saúde, definida no inciso XIII deste mesmo artigo, corresponde “a prática de dispor os resíduos sólidos no solo previamente preparado para recebê-los, de acordo com critérios técnico-construtivos e operacionais adequados, em consonância com as exigências dos órgãos ambientais competentes”.( CONAMA, 2005)

A problemática associada aos RSS e o seu adequado gerenciamento, fundamentam-se não apenas na representatividade do volume gerado, visto esta ser relativamente baixa quando comparada aos RSU, a grande preocupação quanto aos RSS dá-se sobretudo devido ao potencial de risco que estes representam à saúde pública e ao ambiente (FERREIRA, 2014).

Existem ao menos duas situações preocupantes quanto à falha no gerenciamento dos RSS, uma delas é o descarte sem critério de segregação, onde o material infecto-contaminado é levado ao descarte em lixo comum, contaminando os demais resíduos. Além de oferecer risco à saúde dos trabalhadores que coletam estes resíduos, causando impactos a saúde pública, este tipo de destinação impacta o ambiente visto a possibilidade deste entrar em contato com o solo e recursos hídricos. Outra situação também preocupante trata-se da generalização dos resíduos infectantes. Nem todo material presente em serviços de saúde necessita de tratamento destinado aos infectocontagiosos. Embalagens plásticas dos materiais (quando não entraram em contato com material contaminado), por exemplo, não devem ser destinadas como infectocontagiosas e sim como material para reciclagem. A destinação final especial para materiais que poderiam ser reciclados elevam os custos dos serviços. Assim sendo, é necessário um estudo de caracterização,

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dos resíduos para se determinar a correta origem dos RSS em cada estabelecimento (NAIME 2004).

Sendo assim, é fato de que a segregação dos diferentes tipos de resíduos no momento de sua geração conduz, certamente, à minimização de resíduos perigosos, em especial àqueles que requerem tratamento prévio à sua disposição final (ANVISA 2006).

3.2.3. Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde

Segundo o inciso X do artigo 2º da Resolução Conama nº 358/2005 os RSS devido a suas características, devem ter processo de manejo diferenciado dos demais resíduos no que refere-se a exigência ou não de tratamento prévio à sua disposição final.

A Resolução Anvisa RDC nº 306/2004, define o gerenciamento do RSS como um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente.

Segundo a Anvisa (2006) os procedimentos que devem ser adotados em cada etapa do manejo dos resíduos, desde o manejo, segregação, acondicionamento interno, tratamento interno, acondicionamento externo, identificação, coleta e transporte interno, coleta externa, transporte externo e destinação final, devem observar rigorosamente as Normas Técnicas pertinentes e possibilitando que se estabeleça de forma sistemática e integrada, em cada uma de suas etapas, metas, programas, sistemas organizacionais e tecnologias, compatíveis com a realidade local.

É importante que o gerenciamento de RSS envolva as fases de planejamento dos recursos físicos, dos recursos materiais e da capacitação dos recursos humanos envolvidos no manejo dos RSS (FERREIRA, 2014).

É de responsabilidade dos estabelecimentos geradores de RSS a elaboração e implantação do Projeto de Gerenciamento de Resíduos de

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Serviços de Saúde (PGRSS), através da designação de profissionais para os cargos de responsável pela elaboração do PGRSS e responsável pela coordenação da execução do PGRSS.

Para bom funcionamento do gerenciamento dos RSS, o PGRSS deve ser elaborado em conformidade com as normas relativas a cada etapa do processo. Segundo a Anvisa, é de fundamental importância que as recomendações para cada etapa do gerenciamento sejam respeitadas:

MANEJO: O manejo dos RSS é entendido como a ação de gerenciar os resíduos em seus aspectos intra e extra estabelecimento, desde a geração até a disposição final.

SEGREGAÇÃO: Consiste na separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos. ACONDICIONAMENTO: Consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo.

IDENTIFICAÇÃO: Consiste no conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações ao correto manejo dos RSS. A identificação deve estar aposta nos sacos de acondicionamento, nos recipientes de coleta interna e externa, nos recipientes de transporte interno e externo, e nos locais de armazenamento, em local de fácil visualização, de forma indelével, utilizando-se símbolos, cores e frases, atendendo aos parâmetros referenciados na norma NBR 7.500 da ABNT, além de outras exigências relacionadas à identificação de conteúdo e ao risco específico de cada grupo de resíduos. (ANVISA, 2004)

A identificação deve estar em local de fácil visualização e utilizando símbolos, cores e frases conforme descrito no Quadro 3.

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Quadro 3: Classificação de resíduo, baseando na RDC 306 Anvisa/2004.

Grupo Símbolo Identificação Onde usar

A - INFECTANTES

Rótulo:

Fundo: branco, Desenho e contornos: pretos, Símbolo e a inscrição: RESÍDUO

INFECTANTE

Recipientes de

acondicionamento, carro de coleta interna, contêineres e

na porta do abrigo de resíduos dos grupos A e E

B - QUIMICOS

O pictograma depende do tipo de periculosidade: corrosividade, reatividade, toxicidade e inflamabilidade

Rótulos:

Desenho e contornos: pretos, Símbolo: que caracteriza a periculosidade do resíduo químico

Identificar os recipientes de acondicionamento, carro de coleta interna, contêineres e abrigo de resíduos químicos. Usar rótulo de acordo com o risco, preconizado na NBR

7500/2003 da ABNT, e a inscrição de RESÍDUO

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38 C - RADIOTIVOS

Rótulo Fundo: amarelo

Símbolo: trifólio de cor púrpura em Inscrição: REJEITO RADIOTATIVO

Recipientes de acondicionamento(sacos plásticos, caixas, carro de coleta interna e os locais de

armazenamento para decaimento

D - COMUM

O pictograma do Grupo D depende do tipo de material reciclável

Rótulos

Fundo: cores específicas, de acordo com o tipo do material reciclável:

Papel: azul Plástico: vermelho Vidro: verde Metal: amarelo Orgânico: marrom Madeira: preto

Rejeito: cinza para o

resíduo que não tem mais utilidade

Recipientes de acondicionamento, contêineres, carro de coleta

interna e os locais de armazenamento de recicláveis

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39 E -

PERFUROCORTANTES

Rótulo Fundo: branco,

Desenho e contornos: pretos, Símbolo de resíduo infectante e a

inscrição

RESÍDUO PERFUROCORTANTE

Recipientes de acondicionamento de materiais perfurantes, cortantes e abrasivos; carro de coleta interna; contêineres

e na porta do abrigo de resíduos dos grupos E, se

estes forem exclusivos Fonte: Adaptado de FEAM - Fundação Estadual do Meio Ambiente, 2008.

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TRANSPORTE INTERNO: Consiste no traslado dos resíduos dos pontos de geração até local destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo com a finalidade de apresentação para a coleta.

ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO: Consiste na guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados, em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado à apresentação para coleta externa. Não poderá ser feito armazenamento temporário com disposição direta dos sacos sobre o piso, sendo obrigatória a conservação dos sacos em recipientes de acondicionamento.

ARMAZENAMENTO EXTERNO: Consiste na guarda dos recipientes de resíduos até a realização da etapa de coleta externa, em ambiente exclusivo com acesso facilitado para os veículos coletores.

COLETA E TRANSPORTE EXTERNOS: Consistem na remoção dos RSS do abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de tratamento ou disposição final, utilizando-se técnicas que garantam a preservação das condições de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente, devendo estar de acordo com as orientações dos órgãos de limpeza urbana.

TRATAMENTO: Consiste na aplicação de método, técnica ou processo que modifique as características dos riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de contaminação, de acidentes ocupacionais ou de dano ao meio ambiente. O tratamento pode ser aplicado no próprio estabelecimento gerador ou em outro estabelecimento, observadas nestes casos, as condições de segurança para o transporte entre o estabelecimento gerador e o local do tratamento.

DISPOSIÇÃO FINAL: Consiste na disposição de resíduos no solo, previamente preparado para recebê-los, obedecendo a critérios técnicos de construção e operação, e com licenciamento ambiental de acordo com a Resolução CONAMA nº.237/97. (ANVISA, 2004) É determinado pela Anvisa (2004) que se mantenha uma cópia do PGRSS disponível para consulta da autoridade sanitária ou ambiental competente, dos funcionários, dos pacientes e do público em geral. Segundo a Anvisa (2004), deve-se também promover a capacitação inicial e continuada dos recursos humanos engajados no serviço gerador de RSS, assim como das empresas prestadoras de serviço relacionadas ao gerenciamento dos RSS. É necessário que se exija das empresas prestadoras de serviços terceirizados a apresentação de licença ambiental para o tratamento ou disposição final dos resíduos de serviços de saúde. É importante que haja constantemente um monitoramento e avaliação do PGRSS por meio de indicadores, para que o plano funcione com eficácia e eficiência desejada.

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41 4. MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho consistiu numa pesquisa exploratória e descritiva, de natureza quali-quantitativa. Pesquisas exploratórias são bastante específicas, corriqueiramente é realizada em forma de um estudo de caso, esta como as demais pesquisas também exige um levantamento bibliográfico. A característica descritiva da presente pesquisa refere-se ao objeto de estudo e descrição, compreendido pelo gerenciamento de RSS da empresa, pesquisas deste tipo geralmente adquirem forma de levantamentos (GIL, 2008).

Teve como local de estudo foi a Empresa de Urgências e Emergências Médicas Santa Catarina.

A finalidade da pesquisa foi analisar a atual situação dos RSS na referida empresa, através de levantamentos bibliográficos e in loco, entrevistas com profissionais da área, como técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos e motoristas socorristas, visitas ao cotidiano da empresa e em seus prestadores de serviço de coleta e destinação final dos RSS.

Esta pesquisa gerou como produtos o diagnóstico dos RSS e propostas de melhoria para um efetivo gerenciamento dos RSS, embasado nas legislações e normas vigentes.

Antes de iniciar a pesquisa realizou-se a apresentação do trabalho para os gerentes de setores de farmácia e Unidade de Suporte Avançado e Unidade de Suporte Básico (UTI´s móveis), devido serem estes os geradores de RSS dentro da logística da organização empresarial. Buscou-se com a apresentação, o apoio destes para a realização tanto do treinamento da equipe de cada setor como para os levantamentos necessários para a elaboração do diagnóstico da atual situação dos RSS.

O método adotado para o desenvolvimento desta pesquisa baseou-se nas atividades descritas a seguir.

4.1. COLETA DE DADOS

Para avaliação do sistema de geração e acondicionamento de resíduos de serviços de saúde foram realizadas as atividades descritas a seguir junto

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aos colaboradores dos setores de atendimento direto a saúde (ambulâncias e farmácia) da empresa.

4.1.1. Treinamento dos Colaboradores

Para realizar a coleta de dados, foi solicitado a enfermeira Jéssica Santos da Fontoura Rosa, com registro do conselho profissional Coren nº 22153-1, que elaborasse uma palestra de conscientização sobre o tema para os trabalhadores da empresa

4.1.2. Avaliação da Logística Atual.

A avaliação da logística foi realizada em três etapas principais, não sequenciais, descritas a seguir.

4.1.2.1 Aplicação de Questionário

A fim de se obter um panorama da situação atual dos RSS nos setores de UTI’s móveis e farmácia, foi aplicado um questionário (Apêndice 1), adaptado de Kremer (2014), aos motoristas socorristas, técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos e farmacêuticos.

O questionário apresenta questões quanto ao tipo de RSS gerados, o manuseio correto dos mesmos e a destinação final adequada destes.

4.1.2.2 Diagnóstico dos RSS Gerados

A segunda etapa consistiu no diagnóstico dos resíduos gerados nas UTI’s móveis e na farmácia através da segregação e pesagem destes. Tal levantamento ocorreu durante três semanas no mês de setembro de 2015.

Nesta etapa foi realizado o acompanhamento direto dentro das ambulâncias para a verificação da geração de resíduos e a forma como estes são manejados. Como nas UTI’s móveis o RSS é gerado durante o

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atendimento ao cliente em sua residência ou em ambientes público, fora da sede da empresa, o RSS é acondicionado no interior da UTI em um local apropriado para este tipo de resíduo até a volta do veículo à sede. Em seguida o material foi reservado em sala fechada e devidamente identificado, o qual posteriormente foi pesado, fotografado e registrado em planilha de controle durante o período de análise determinado. Na empresa as UTI’s funcionam em dois turnos de trabalho, onde 2 UTI’s são disponibilizadas durante o dia e outras 2 UTI’s durante a noite.

No setor farmacêutico os RSS gerados não possuem um fluxo diário. Sendo assim, foram feitos levantamentos semanais durante o mesmo período de análise das UTI’s, onde também se realizou a pesagem, registro fotográfico e registro em planilha de controle.

Após cada processo de pesagem e registros, o material foi encaminhado ao acondicionamento externo para posterior coleta e destinação final.

4.1.2.3 Levantamento de Dados Administrativos

Buscou-se nesta etapa realizar o levantamento dos dados administrativos já existentes, como o número de associados, a relação de atendimentos diários, os contratos com serviços terceirizados de coleta, transporte, tratamento e destinação final dos RSS. Tais informações são importantes para a verificação de como é tratada a questão dos RSS pela empresa.

Nesta etapa foram coletados dados também junto a empresa terceirizada responsável pela coleta, tratamento e destinação final dos RSS, a Proactiva. Para tanto foi realizada uma visita a sede da empresa, no dia 29 de outubro de 2015, quando pode-se obter informações quanto aos seus procedimentos de trabalho e logística. Com isso pode-se obter esclarecimentos quanto a qualidade dos serviços prestados, comprovação do tratamento e destinação final disponibilizados pela empresa contratada.

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4.2. ANÁLISE DE DADOS

A análise dos dados levantados foi realizada de forma quali-quantitativa. A situação atual do manejo dos RSS da empresa foi analisada de forma qualitativa através da verificação das conformidades e não conformidades existentes dentro da realidade dos procedimentos adotados pela empresa em relação as leis e resoluções e normas vigentes.

Para a análise quantitativa dos dados utilizou-se do software Excel, através deste foi possível elaborar representações gráficas, a fim da melhor compreensão dos dados coletados e, por consequência da situação atual da empresa quanto a geração RSS. Estas informações possibilitam a identificação de possíveis falhas de logística, que acarretam desde danos a saúde e ao meio ambiente até gastos financeiros desnecessários.

4.3. PROPOSIÇÃO DE AÇÕES PARA O GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SAÚDE

Com base nos dados obtidos e analisados nas etapas anteriores da pesquisa, assim como, pela análise criteriosa das legislações e normas vigentes, foi possível avaliar a situação da empresa quanto ao gerenciamento de RSS gerados pelas UTI’s móveis e pela farmácia.

A partir disto, pôde-se propor melhorias e adequações ao atual sistema de manejo dos RSS da empresa.

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45 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1. O LOCAL DE ESTUDO

A empresa em estudo atua na área de atendimento pré-hospitalar (APH) de Urgências e Emergências Médicas, onde o atendimento é realizado fora do ambiente hospitalar, podendo ocorrer na residência do paciente associado ou em qualquer outro local em que este se encontre.

A empresa foi inaugurada em 1996, com 2 mil pessoas associadas ao plano de serviços, hoje atende cerca de 40 mil pessoas, representando o crescimento de 111% ao ano.

A Empresa de Urgências e Emergências Médicas é constituída por uma central telefônica de triagem, composta por técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos capacitados para atender os pacientes 24h por dia. Os atendimentos são codificados de acordo com a emergência, urgência, consulta, remoção eletiva ou teleorientação.

Na edificação matriz da empresa é situada a central telefônica, setores administrativos, garagem com disponibilidade para 10 ambulâncias de unidade de suporte básico - UTI’s móveis que contam com uma equipe de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e motoristas socorristas. A empresa tem uma farmácia própria, equipada com os medicamentos necessários para a execução dos serviços.

Segundo dados da empresa, cerca de 95% (2014) dos casos de atendimentos são resolvidos no local, sem que haja necessidade de remoção ao hospital, por consequência os locais de geração de resíduos de saúde são justamente as UTI’s móveis, visto que todo material utilizado nos atendimentos é acondicionado dentro das ambulâncias. Outro potencial gerador de resíduos de saúde é a farmácia particular da empresa.

A sede da empresa fica no bairro Capoeiras no município de Florianópolis (Figura 7).

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Figura 7: Localização da Empresa de Urgências e Emergências Médicas

Fonte: Google Earth 2015.

5.2. COLETA DE DADOS

5.2.1. Treinamento dos Colaboradores

Através da palestra foi possível relembrar o conhecimento já estudado dos colaboradores em suas formações, quanto à importância do gerenciamento de RSS. Com isso buscou-se obter maior atenção dos colaboradores ao tema. A palestra também foi de fundamental importância para um levantamento de dados mais eficaz, ou seja uma segregação dos RSS mais precisa em relação a realidade atual. Visto o comprometimento dos colaboradores a identificação correta dos resíduos na sua geração (Fotografia 1).

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Fotografia 1: Palestra de preparação aos funcionários de Urgências e Emergências Médicas, setembro de 2015.

Fonte: Autor, 2015.

5.3. AVALIAÇÃO DA LOGÍSTICA ATUAL

Os resultados obtidos através do levantamento das informações pertinentes ao manejo de RSS da empresa estão descritos nos itens a seguir.

5.3.1. Resultados dos Questionários

Os resultados obtidos através dos questionários aplicados aos trabalhadores das UTI’s móveis e da farmácia foram importantes para o levantamento preliminar das características do manejo de RSS realizados na empresa.

Primeiramente foi percebido, através do acompanhamento do trabalho dos colaboradores assim como na maneira com que foram respondidos os questionários, que funcionários que estão diretamente envolvidos na geração dos RSS encontram-se desatentos ao correto manejo dos resíduos gerados no âmbito de trabalho, visto a devido a grande preocupação quanto à qualidade dos procedimentos médicos realizados, esquecem-se da correta segregação e manuseio dos resíduos.

Os Quadro 4 e Erro! Fonte de referência não encontrada. apresentam

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5.3.1.1. Tipos de resíduos Gerados por Setor

O Quadro 4 apresenta o tipo de resíduo que é gerado no ambiente de trabalho do entrevistado, identificado pelo grupo de classificação pertencente ao resíduo.

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Quadro 4: Tipo de RSS identificados pelos funcionários entrevistados nos diferentes setores da empresa de Urgências e Emergências Médicas, setembro de 2015.

SETOR GRUPO A GRUPO B GRUPO C GRUPO D GRUPO E

BIOLÓGICO QUÍMICO RADIOATIVO COMUM PERFUROCORTANTE

UTIs Móveis A1 - Resíduos resultantes de atenção à saúde de indivíduos com contaminação biológica - enzimas utilizadas nos procedimentos

Tóxicos/inflamáveis/corrosivos: álcool, acetona, clorexidina para procedimentos de eletrocardiograma - Descartáveis de vestuário sem contaminação biológica;

Lamina de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, lamina de bisturi e lancetas A4 - recipientes com

secreções

Material utilizado em antissepsia

Farmácia - Drogaria vencida (tóxicos, inflamáveis e

reativos -

Embalagens de medicamentos (plástico, vidro, papelão)

Lamina de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, lamina de bisturi e lancetas - vencidos

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Analisando-se as repostas pôde-se perceber que a empresa não gera resíduos do grupo C (radioativos). Assim os RSS gerados nas UTI’s móveis são dos grupos: A(biológico), B(químico), D(comum) e E(perfutocortante). Os resíduos de classe A, ou seja, os infectantes, correspondem a grande maioria dos resíduos gerados na empresa.

Segundo o questionário aplicado, na farmácia são gerados apenas resíduos de classe B, D e E.

5.3.1.2. Manejo de RSS Gerados

Quanto ao cotidiano do manejo de RSS no funcionamento da empresa, pode-se observar, a partir do questionário aplicado e o acompanhamento in loco dos serviços realizados, que as etapas do gerenciamento ocorrem de forma distinta entre os setores em estudo.

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Quadro 5: Manejo de RSS pelos funcionários entrevistados nos diferentes setores da empresa de Urgências e Emergências Médicas, setembro de 2015

SETOR SEGREGAÇÃO ACONDIC. IDENTIFIC. ARMAZ. INTERNO TRANSP. INTERNO ARMAZ. EXTERNO COLETA

EXTERNA TRANSP.EXTERNO DESTINO FINAL RECICLAGEM

UTIs Móveis Realizada posteriormente Sacos transparentes\ Tetrapack Sim Sim, lixeira acoplada na lateral da unidade - Sim Empresa

coletora Veículo especial

Aterro Sanitário\Incinerado Não Farmácia Realizado no momento da Geração Caixas de papelão \ Descarpack Sim Sim, em recipientes apropriados Manual No Expurgo, devidamente identificado - - - Sim, papel e plástico Fonte: Autor, 2015.

Referências

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