BIOPROSPECÇÃO DE
SUBSTÂNCIAS COM POTENCIAL
ANTICÂNCER EM PLANTAS DO
SEMI-ÁRIDO NORDESTINO.
Profa. Leticia Veras Costa-Lotufo
lvcosta@secrel.com.br
Laboratório de Oncologia Experimental – LOE
Departamento de Fisiologia e Farmacologia
Mitoses freqüentes
Células anormais e
heterogêneas
Neovascularização
9
Proliferação descontrolada
9
Síntese anormal de DNA
9
Síntese de proteínas alteradas
9
Perda de inibição por contato
9
Desdiferenciação e perda da
função
9
Comprometimento do mecanismo
intrínseco de apoptose
9
Neovascularização
9
Poder de invasão e metástase
Núcleo
aumentado
CÂNCER
CÂNCER
ESTRATÉGIAS PARA O
TRATAMENTO DO CÂNCER
¾
Cirurgia
¾
Radioterapia
¾
Quimioterapia
¾
Imunoterapia (Vacinas)
¾
Hormonoterapia
¾
Bioterapia
¾
Inibidores da Angiogênese
¾
Anticorpos Monoclonais
Carcinogênese e quimioterapia
antineoplásica:
Invasão dos Vasos
Célula
Transformada
Células
neoplásicas
Tumor
Neovascularização
E-caderinas
Embolização
Adesão ao
Endotélio
Extravasament
Carcinógeno
1
1.
Quimioprotetores
2.
Antitumorais
3.
Antiangiogênicos
4.
Indutores de Rediferenciação
5.
Antimetastáticos
6.
Inibidores Mol. Adesão
2
3
4
5
6
6
S
S
í
í
ntese
ntese
Prospec
Prospec
ç
ç
ão
ão
Modelagem Molecular
Modelagem Molecular
POR QUE ESTUDAR PLANTAS COMO
PRODUTOS NATURAIS
• Diversidade estrutural
• Presença de oxigênio
• Centros quirais
C H3 C H3 OH CH3 O OR2 O CH3 O H AcO O O O O OH NH O O O O H O H O O O O O O H3CO OCH3 OH H C H3Taxol
Etoposido
POR QUE PESQUISAR DE NOVAS
DROGAS ANTICÂNCER?
¾
¾
Segunda causa de morte:
Segunda causa de morte:
em 2006 teremos mais de
em 2006 teremos mais de
470.000
470.000
novos casos e
novos casos e
200.000
200.000
ó
ó
bitos.
bitos.
¾
¾
Cura
Cura
em apenas
em apenas
30%
30%
dos tumores diagnosticados.
dos tumores diagnosticados.
¾
¾
Resistência
Resistência
das c
das c
é
é
lulas tumorais aos quimioter
lulas tumorais aos quimioter
á
á
picos
picos
anticâncer.
anticâncer.
¾
¾
Elevada
Elevada
toxicidade
toxicidade
das drogas atualmente usadas na
das drogas atualmente usadas na
terapêutica.
terapêutica.
¾
¾
Inespecificidade
Inespecificidade
pelas c
pelas c
é
é
lulas tumorais.
lulas tumorais.
¾
HITS
(Munro et al., 1999)
Probabilidade de encontrar um espécie ativa:
Amazon rain forest Atlantic forest Araucaria forest Cerrado (Scrub) Caatinga (Semi-arid) Fields Pantanal (Swamp) Dunes and Mangrove
Caatinga:
• “Floresta branca” ou “floresta
aberta”
• 900.000km
2
- 70% da região
nordeste
• Região biogeográfica com alto
grau de endemismo
• Por exemplo: Auxemma
(Boraginaceae), Apterokarpos
(Anacardiaceae), Neoglaziovia
(Bromeliaceae), e Fraunhofera
(Celastraceae)
Centro de Pesquisa e
Desenvolvimento de
Medicamentos da
UFC
UNESP
USP-SC
UFAL
INPA
UFBA
UF
PA
U
F
M
S
UF
RJ
U
F
PE
U
F
R
G
S
U
SP
-R
P
U
E
L
Q-U
FC
UV
A
NC
I
IC
M
Novas
colaborações
FLUXOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
Coleta e identificação de
material
Coleta e identificação de
material
Citotoxicidade
em 4 linhagens
tumorais (MTT)
Citotoxicidade
em 4 linhagens
tumorais (MTT)
Estudo do mecanismo
de atividade citotóxica
Estudo do mecanismo
de atividade citotóxica
Inibição do
desenvolvimento de
ovos do ouriço do mar
Inibição do
desenvolvimento de
ovos do ouriço do mar
Fracionamento
biomonitorado das
amostras (MTT)
Fracionamento
biomonitorado das
amostras (MTT)
Toxicidade em
Artemia salina
Toxicidade em
Artemia salina
Identificação dos
compostos ativos
Identificação dos
compostos ativos
Atividade
hemolítica
Atividade
hemolítica
Proliferacão celular
(MTT)
Proliferacão celular
(MTT)
Indução de apoptose
(anexina-V e BE/AO)
Indução de apoptose
(anexina-V e BE/AO)
Análise morfológica
(coloração por H/E)
Análise morfológica
(coloração por H/E)
Duplicação celular
(incorporação de BrdU)
Duplicação celular
(incorporação de BrdU)
Viabilidade celular
(exclusão por azul de tripan)
Viabilidade celular
(exclusão por azul de tripan)
Cinética celular
(curva de crescimento)
Cinética celular
(curva de crescimento)
Estudos in vivo
Sarcoma 180
Estudos in vivo
Sarcoma 180
ALGUNS
Auxemma oncocalyx
• Nome popular: Pau-branco
• Uso Popular: anti-séptico e
cicatrizante
• Alantoína
• Estudos químicos:
terpenóides quinonas e
hidroquinonas com
esqueleto C
16
SUBSTÂNCIAS ESTUDADAS
O
O
OH
CH
3O
OH
1 4 5 8 8a 4a 9 10 11 12 10a 9a 2 3 6 7O
O
CH
3O
O
CH
3O
O
O
CH
3O
OH
Cl
OH
O
O
CH
3O
OAc
CH
2OAc
O
O
CH
3O
OH
CH
2OAc
Oncocalixona A
Oncocalixona C
8,11-O-diacetiloncocalixona A
6-cloro-oncocalixona A
11-O-acetiloncocalixona A
A. Oncocalyx - Atividade citotóxica
Pessoa et al. 2000, Leyva et al., 2000, Pessoa et al., 2004.
Tabela 1. Atividade citot—xica da oncocalixona A e seus derivados.
Compostos
CI
50
* ( g/mL)
CEM
SW1573
Oncocalixona A (1) 1.4
+ 0.5
4.9 + 1.5
6-Cloro-oncocalixona A (2) 3.3
+ 0.7 **
4.7 + 0.1
8-O-Acetil-oncocalixona A (3) 2.0
+ 0.2
3.3 + 0.4
8,11-O-Diacetil-oncocalixona A (4) 3.5
+ 1.3 **
5.2 + 0.2
Amburana cearensis
COOH OH OH 1 O O OH O H OH OH 2 O O OH O H OCH3 OH 3 O O H O H O O O H OH H H H H OH O H OH 41 - Ácido protecatecuico 2 - Kampferol
3 - Isokampferídeo 4 - Amburosídeo
Platymiscium floribundum
PTEROCARPANOS
O
O
R
1R
2O
R
3R
4OCH
3H
H
R
1R
2R
3R
41 H H H
OH
2 H
CH
3H H
3 H
CH
3OCH
3H
4 OH H H H
5 H H H H
Militão et al., 2005. Planta Med. 71: 683-685.
Falcão et al., 2005. J. Nat. Prod. 68: 423-426.
Militão et al., 2006. Life Sciences 78: 2409-2417.
Pterocarpanos
Relação estrutura-atividade citotóxica
A
B
C
D
Substances 1
stcleavage
log (M)
3
rdcleavage
log (M)
Blastulae
log (M)
n
1
-5.01
± 0.07
d-5.14
± 0.09
e-5.12
± 0.05
d6
2
-6.34
± 0.06
c-6.83
±0.06
c-6.85
± 0.02
b3
3
-8.10
± 0.02
a-7.91
± 0.01
a-7.97
± 0.02
a4
4
-4.74
± 0.09
d-5.09
± 0.02
e-5.28
± 0.22
d6
5
-6.95
±0.03
b-7.24
± 0.04
b-6.92
± 0.02
b4
Doxorubicin
-4.95 ± 0.04
d-6.17
± 0.71
d-6.12
± 0.11
c4
Etoposide
-4,94 ± 0.11
d-
6.28
± 0.14
d-6.01
± 0.13
c4
Esses
dados ressaltam
a importância
da
metoxila no carbono 2 dos pterocarpanos para a
atividade antimitótica
Atividade antiproliferativa em células
tumorais e células normais in vitro
CI
50
-
μg/mL (μM)
CI 95% -
μg/mL
Composto
HL-60
HCT-8
MDA-MB-435
MCF-7
MX-1
SF295
PC-3
L929
2,3,9trimetoxipterocarpano0,09 (0,3)
0,07-0,12
0,7 (2,3)
0,3-1,6
0,2 (0,6)
0,08 – 0,7
0,7 (2,3)
0,4-1,4
1,3 (4,1)
0,7-2,3
0,5 (1,6)
0,2-1,4
1,3(4,1)
0,7-2,3
> 25
Doxorrubicina
0,02 (0,03)
0,01-0,02
0,04 (0,07)
0,03 - 0,05
0,47 (0,81)
0,34 - 0,65
0,20 (0,34)
0,17 - 0,24
0,076(0,13)
0,054-0,10
0,16(0,27)
0,13-0,23
0,45 (0,77)
0,38-0,68
n.d.
Importância da metoxila em C-2
O
O
H
3CO
H
3CO
OCH
3O
O
OCH
3H
3CO
H
3CO
O
O
OCH
3H
3CO
OCH
3CI
50
= 0,09 -1,30 µg/mL
CI
50
> 25 µg/mL
CI
50
> 25 µg/mL
Avaliação da atividade antiproliferativa
em células mononucleadas do sangue
periférico
Atividade do composto 2,3,9-trimetoxipterocarpano e da doxorrubicina em células
mononucleadas do sangue periférico
0
25
50
75
Controle
Doxorrubicina 10μg/mL
Pterocarpano 10μg/mL
24 h
48 h
72 h
*
*
*
*
N
ú
m
e
ro
d
e
cé
lu
las
(1
0
4
cel
/m
L
)
CICLO CELULAR:
M1 M2 M1 M2 M1 M2 M1 M2Controle
DMSO
2,3,9-trimetoxipterocarpano
5μg/mL
2,3,9-trimetoxipterocarpano
2,5μg/mL
Militão et al., 2006. Life Sciences 78:
2409-2417.
Estudo do mecanismo de
ação
2, trimetoxipterocarpano e
3,9-dimetoxipterocarpano
3,4-dihidroxi-9-metoxipterocarpano
e
3-hidroxi-9-metoxipterocarpano
Necrose
Parada no ciclo celular em G2/M e morte por apoptose
HL-60
HL-60
Imunofluorescência para citoesqueleto
24h
Adição
das drogas
24h
PBS
Fixadas e
Permeabilizadas
α-tubulina 24h
Ac-Cy5 3h
Faloidina-FICT
RNAse
PI
Zeiss LSM 510
Imunofluorescência para citoesqueleto
A
B
C
D
E
F
3-hidroxi-9-metoxipteroc
3,4-dihidroxi-9-metoxiptero
3,10-dihidroxi-9-metoxiptero
Imunofluorescência para citoesqueleto
MCF-7
T47 D
HS58T
BRL3A
Controle
actina,
tub
u
lina e n
ú
cleo
Tratad
o
actina,
tub
u
lina e n
ú
cleo
Tratad
o
(mito
se) tu
bulina
Imunofluorescência para citoesqueleto
Imagens da rede de microtúbulos (tubulina)
MCF-7
T47D
HS58T
BRL3A
Co
n
tr
o
le
tu
bu
li
n
a
Tr
atad
o
tu
b
u
lin
a
MCF-7
T47D
HS58T
BRL3A
Co
n
tr
o
le
tu
bu
li
n
a
Tr
atad
o
tu
b
u
lin
a
2,3,9-trimetoxipterocarpano:
• Parada do ciclo em prófase ou prometáfase
• Confirmado pelo índice mitótico e pela análise do DNA
por citometria de fluxo
• Aparentemente não possui atividade sobre os
microtúbulos
• Figuras semelhantes aos bloqueadores de EG5
(Monastrol) –
Mecanismo interessante!!!
AMIDAS DE Piper sp.
O O N O N O H3CO H3CO OCH3 OA
B
C
D
E
F
G
H
I
PIPERINA
PIPLARTINA
Relações estrutura-atividade de compostos
isolados de Piper spp.
O
O
N
O
Piperine
N
O
H
3CO
H
3CO
OCH
3O
Piplartine
Piplartina possui atividade antitumoral in
vitro e in vivo
Piperina apresentou atividade apenas em
modelos in vivo
D.P. Bezerra et al., Z. Naturforsch, 60, 539 (2005); D.P. Bezerra et al., Braz. J. Med. Biol.
Res, 39, 801 (2006)
CITOTOXICIDADE DA PIPLARTINA
• CI
50
= 0.7 a 1.7 μg/mL em células tumorais
• Baixa seletividade- CI
50
= 14.34 μg/mL em células
mononucleares de sangue humano
• Ensaios de genotixicdade sugerem que a piplartina inibe a
Topoisomerase do tipo-II
Requisitos estruturas para atividade
citotóxica
N
O
O
OCH
3CH
3O
CH
3O
Piplartine N-3’,4’,5’-trimethoxydihidrocinnamoil-dihidropyridin-2-one (1)OH
O
OCH
3CH
3O
CH
3O
3’,4’,5’-trimethoxycinnamic acid (2)O
O
OCH
3CH
3O
CH
3O
OH
O-3,4,5-trimethoxycinamoil-1,2-ethanodiol (3)2 carbonilas
α,ß-insaturadas
N O H3CO H3CO OCH3 OPiplartina
Não citotóxico
Não citotóxico
Não citotóxico
S-3,4,5-trimethoxycinamoil-benzene (4)
S
O
OCH
3CH
3O
CH
3O
H
N
O
OCH
3CH
3O
CH
3O
NH
2 N-3,4,5-trimethoxycinamoil-1,2-aminoethane (5)2 carbonilas
α,ß-insaturadas
N O H3CO H3CO OCH3 OPiplartina
Não citotóxico
Não citotóxico
Requisitos estruturas para atividade
citotóxica
Atividade antitumoral
in vivo
Dia 0
inoculação do tumor
2 x 10
6cels/animal
Região da axila
Dia 1 - 7
Tratamento
Droga 10 e 25 mg/m
2i.p.
Dia 10
Sacrfício dos animais
Parâmetros observados:
Peso do tumor
Fígado
Baço
Rins
O percentual de inibição do crescimento tumoral (IT) foi calculado pela fórmula:
IT (%) = [(A-B)/A] x 100
onde A = média dos pesos do tumor no grupo controle e B = peso do tumor nos animais
tratados.
Requisitos para atividade
antitumoral in vivo
Presença do grupamento
Metilenedioxifenil
O
O
N
O
Piperina
D.P. Bezerra et al., Braz. J. Med. Biol. Res, 39, 801 (2006);
D.P. Bezerra et al., J. Appl. Toxicol (in press)
O
O
NH
CH3
O
CH3
Piperlonguminina
Resultados promissores
D.P. Bezerra et al., J. Appl. Toxicol (in press)
Differential count of leukocytes (%) Drug Dose (mg kg-1) Hemoglobin
(g dL-1)
Platelet (107cells L-1)
Total leukocytes (103cells L-1)
Eosinophil Lymphocyte Neutrophil Monocyte Saline - 14.15 ± 0.41 8.91 ± 0.47 5.66 ± 0.52 0.98 77.52 16.2 5,3 10% DMSO - 13.25 ± 0.53 7.42 ± 0.59 4.25 ± 0.43 0.8 69.62 23.0 7.0 5-FU 10 12.49 ± 0.53 8.02 ± 0.39 3.04 ± 0.23 a 1.3 55.4 a 40.0 a 3.3 Piplartine 50 14.34 ± 0.83 6.98 ± 0.45 6.69 ± 0.44 1.3 78.5 12.9 7.3 5-FU + Piplartine 50 + 10 13.59 ± 0.21 7.42 ± 0.59 5.73 ± 0.77 c 0.79 65.9 26.9 6.4 Piperine 50 11.98 ± 0.73 8.62 ± 0.29 5.69 ± 0.66 1.6 70.4 18.7 9.3 5-FU + Piperine 50 + 10 12.69 ± 0.47 6.35 ± 0.49 4.98 ± 0.38 c 1.7 67.4 25.6 5.3 Saline - 13.02 ± 0.32 7.1 ± 0.65 8.18 ± 0.53 a 1.0 56.8 a 39.5 a 2.7 10% DMSO - 12.04 ± 0.53 8.6 ± 0.53 7.95 ± 0.78 a 1.0 53.9 a 42.3 a 2.8 5-FU 10 12.42 ± 0.49 9.2 ± 0.62 3.32 ± 0.42 a,b 1.6 52.3 a 42.9 a 3.2 Piplartine 50 14.58 ± 0.72 9.5 ± 1.20 9.65 ± 1.05 a 0.9 69.2 26.4 3.5 5-FU + Piplartine 50 + 10 12.45 ± 0.69 9.4 ± 0.78 6.19 ± 0.98 d,c 1.9 72.6 b 21.0 b 4.5 Piperine 50 13.48 ± 0.52 9.3 ± 1.43 6.74 ± 0.79 a 0.9 65.9 27.2 6.0 5-FU + Piperine 50 + 10 12.35 ± 0.49 8.4 ± 1.02 5.79 ± 0.43 b,c 1.1 69.0 b 24.5 b 5.4