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Estudos de Caso em Administração da Informação: uma Década de História a partir dos Anais do Enanpad

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Academic year: 2021

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Estudos de Caso em Administração da Informação: uma Década de História a partir dos Anais do Enanpad

Autoria: Celso de Arruda Albuquerque, André de Souza Coelho Gonçalves de Andrade, Luiz Antonio Joia Resumo

O presente trabalho tem por objetivo analisar o uso do método de estudo de caso na área de Administração da Informação ao longo de dez anos de Enanpad, cobrindo a primeira década deste milênio, correspondente ao período de 2000 a 2009. O estudo de caso é o método mais utilizado na pesquisa em Administração da Informação, sendo por isso importante para a credibilidade da pesquisa na área a qualidade dos estudos de caso realizados. O quadro teórico de referência baseia-se na teoria de estudos de caso e sua aplicação na pesquisa em ciências sociais, em especial na Administração. A abordagem positivista de estudo de caso é adotada como paradigma para a avaliação dos estudos de caso publicados nos anais do Enanpad. São analisadas pesquisas metodológicas semelhantes, as quais servem de referencial para o presente trabalho, tanto no aspecto metodológico quanto para comparação dos resultados alcançados. O trabalho inclui o levantamento bibliográfico de 462 artigos apresentados na área de Administração da Informação do Enanpad, ao longo dos últimos dez anos. A partir desse levantamento, categoriza-se os artigos segundo diversos filtros conceituais e obtém-se agregados quantitativos. São analisados, em cada artigo: a declaração de que a pesquisa emprega método de estudo de caso; o uso de múltiplas fontes de evidência; a existência de análise qualitativa do problema; a declaração de abordagem de pesquisa; a realização de estudo de caso único ou múltiplo; e a declaração de unidade de análise. A partir dos dados consolidados, são analisados os resultados para cada característica, bem como a combinação destes fatores e suas conseqüências para a qualidade da pesquisa apresentada na área de Administração da Informação do Enanpad. Com o uso de séries históricas para as características citadas dos estudos de caso analisados, são discutidas tendências associadas ao uso do estudo de caso como método de pesquisa em Administração da Informação e sua aderência ao referencial positivista. A conclusão é de que tanto a quantidade quanto a qualidade dos estudos de caso em Administração da Informação têm aumentado ao longo do tempo, mas a melhora da qualidade não é um processo linear ou uniforme. Características como o uso de múltiplas fontes de evidência têm uma presença mais sólida, enquanto a freqüência da análise qualitativa do problema é mais irregular. A crescente proporção de estudos de caso únicos e a profusão de estudos exploratórios mostram que há pouco desenvolvimento ou teste de teorias, concentrando-se as pesquisas em explorar e descrever a realidade, o que denota pouca maturidade da pesquisa na área de Administração da Informação. Tal como hoje se apresenta, o pouco rigor metodológico dos estudos de caso apresentados na área de Administração da Informação do Enanpad afeta a credibilidade da produção acadêmica da área. Assim, o presente trabalho abre espaço para estudar as raízes dessa ausência de rigor metodológico e, com isso, visa contribuir para a melhoria da qualidade da pesquisa na área de Administração da Informação no Brasil.

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INTRODUÇÃO

Com a crescente submissão de artigos, o Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (Enanpad) é o evento nacional mais importante da área de Administração no país. Os programas de mestrado e doutorado procuram exibir sua produção no Enanpad, o que o torna um bom proxy da produção acadêmica em Administração no Brasil.

Dessa forma, os anais dos encontros da Enanpad são uma fonte segura para pesquisas bibliográficas, inclusive em Administração da Informação. Estes anais já foram previamente utilizados em pesquisas metodológicas por: Teixeira Júnior (2002), Gil, Licht e Oliva (2005), Diniz, Petrini, Barbosa, Christopoulos e Santos (2006), Lunardi, Rios e Maçada (2005), Oliveira, Maçada e Goldoni (2006), Durante e Maurer (2007), Zimmer, Ferreira e Hoppen (2007) e Albuquerque (2008). Contudo, nenhum desses trabalhos examinou o período de uma década. Zimmer et al. (2007) foram quem mais se aproximaram disto, ao analisar a validação e confiabilidade em pesquisas na área de sistemas de informação entre 1998 e 2006. Com o fim da década, nada mais apropriado que uma revisão de todo o período, em trabalho que se sobrepõe, total ou parcialmente, aos antes realizados.

Diversos destes trabalhos encontram, na análise dos trabalhos da área de Administração da Informação, o mesmo desafio: o que é, e como se utiliza o método de estudo de caso. Não há concordância entre os autores para uma pergunta muito simples, cuja resposta é necessária para balizar a análise do uso do método: o que é estudo de caso? Por isso é natural que os diversos autores que analisaram o uso do método apresentem respostas diversas e, como conseqüência, dados diversos para um mesmo período.

Em uma coisa os autores são unânimes: o estudo de caso é o método mais utilizado na pesquisa em Administração da Informação (Teixeira Júnior, 2002; Hoppen & Meirelles 2005; Lunardi et al. 2005; Albuquerque (2008). Este não é um fenômeno local, tendo sido primeiro identificado por Lee (1989) e confirmado por Lai and Mahapatra (1997). Por isso, a proposta deste trabalho é revisar toda a publicação em Administração da Informação no Enanpad de 2000 a 2009 e analisar os trabalhos que se classifiquem como ou incluam entre os métodos empregados para sua realização o estudo de caso. Por meio deste corte transversal, será possível examinar o progresso (ou não) do uso do método de estudo de caso em Administração da Informação, assim como responder à pergunta que orienta o presente trabalho: os estudos de caso realizados nos trabalhos apresentados na área de Administração da Informação no Enanpad seguem a metodologia proposta para estudo de caso positivista? REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O estudo de caso é um entre diversos métodos de pesquisa, mas o seu uso parece menos ortodoxo que os demais. Afinal, o que é um estudo de caso? Para essa pergunta tão difícil, o presente trabalho oferece duas respostas fáceis. Porém, o caminho até estas respostas não é tão simples assim. O caminho poderia começar nas três primeiras décadas do século passado, na produção sociológica da Universidade de Chicago, que Gil et al. (2005) identificam como a origem do uso do estudo de caso como método de pesquisa tal como hoje é conhecido. Contudo, na Administração, os estudos de caso só se popularizaram a partir da década de 1970 (Yin, 2005).

Esta popularização dos estudos de caso traz consigo um novo desafio: a integridade do método. Assim, surgem diversos questionamentos quanto à aplicabilidade dos estudos de caso à pesquisa em Administração. E este questionamento se reflete na percepção sobre a qualidade da pesquisa que utiliza o método de estudo de caso e os resultados que ela apresenta. Assim, ainda que amplamente empregado, o estudo de caso se torna um método marginal, na medida em que sua própria condição de método apropriado à pesquisa é questionada: “A indiscriminada utilização da denominação “estudo de caso” em estudos de

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outra natureza contribui para as críticas infundadas ao método, além de não contribuir para o reconhecimento da área de ADI como disciplina de referência no campo da Administração.” (Albuquerque, 2008, p. 1).

Para analisar este problema, é preciso chegar a um denominador comum sobre o que é um estudo de caso. Yin (2005) apresenta um framework metodológico para a realização de estudo de caso como ferramenta no estudo das ciências sociais. Ele se tornou um forte referencial teórico, inclusive no ramo da Administração. A própria definição do método de estudo de caso está intimamente ligada à visão de Yin. Por exemplo, Miguel (2005, p. 1) menciona: “O estudo de caso é um estudo empírico que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto da vida real, quando as fronteiras entre o fenômeno e o contexto que se insere não são claramente definidas”, fazendo o devido crédito a Yin. Já Gil

et al. (2005, p. 49) são ainda mais explícitos: “Para Yin (2001, p. 32), os estudos de caso

possibilitam investigar ‘um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos’”. Desta forma, a definição de estudo de caso dada por Yin, intimamente ligada à sua aplicação, se multiplica na doutrina, seja por citação direta ou indireta. A prevalência de Yin (2005) como fonte de referência conduz a citações como Campomar (1991, p. 97): “Yin (1990) apresenta a melhor explicação de como os estudos de casos podem ser feitos”.

Como bem aponta Alves-Mazzoti (2006), diversos estudos de caso desconsideram que o conhecimento científico desenvolve-se por um processo de construção coletiva, a partir de sua validação pela comunidade acadêmica, de acordo com sua confiabilidade e relevância. Ainda que existam outras modalidades de estudos de caso, como os estudos de caso críticos e os interpretativistas (Lee, 1991; Orlikowsky & Baroudi, 1991; Klein & Myers, 1999; Dubé & Parré, 2003), cada um com seus defensores, os estudos de caso de natureza positivista são predominantes na Administração (Gil et al., 2005) e na área de Administração da Informação (Diniz et al., 2006). Por isso, o presente trabalho realiza a análise dos estudos de caso publicados na área de Administração da Informação dos anais da Enanpad no período de 2000 a 2009 a partir da perspectiva positivista.

O estudo de caso positivista parte da premissa que existem relações a priori entre os fenômenos e que estas relações podem ser investigadas a fim de avançar a capacidade preditiva (Orlikowsky & Baroudi, 1991). É um método de pesquisa qualitativa que pode incluir evidências quantitativas (Benbasat, Goldstein, & Mead, 1987; Eisenhardt, 1989, Yin (2005; Myers, 2010), empírico, “que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos” (Yin, 2005, p. 32). O estudo de caso requer que existam múltiplas fontes de evidência, sem manipulação ou controle destas, que são depois analisadas em conjunto pelo pesquisador (Benbasat et al., 1987; Yin, 2005).

A abordagem de pesquisa do estudo de caso pode ser exploratória (o que), descritiva (quem ou onde) ou explanatória-causal (como e por que) (Yin, 2005). É a abordagem que conforma a pergunta de pesquisa. A fim de responder à pergunta de pesquisa, o pesquisador faz a definição do número de casos e a seleção destes, podendo ser o estudo de caso único ou múltiplo (Benbasat et al., 1987; Eisenhardt, 1989; Stake, 1998; Dubé & Parré, 2003; Yin, 2005). A definição do número de casos é uma função tanto das características dos casos em si quanto da abordagem de pesquisa (Eisenhardt, 1989; Lee, 1989; Yin, 2005). O caso ou casos a serem estudados não se confundem com a unidade de análise, que é a parte elementar ou indivisível do fenômeno (Stake, 1998; Dubé & Parré, 2003; Parré, 2004; Yin, 2005). Quando o estudo de caso é holístico, possui uma única unidade de análise para cada caso analisado, enquanto no estudo de caso incorporado, cada caso possui diversas unidades de análise incorporadas (Benbasat et al., 1987; Eisenhardt, 1989; Yin, 2005). Esta regra é válida tanto para estudos de caso únicos quanto múltiplos.

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Cada autor destaca um grupo de características do estudo de caso. Assim, para encontrar um denominador comum mínimo para a avaliação de estudos de caso, uma estratégia é analisar os trabalhos que antes procuraram fazer este tipo de avaliação. As pesquisas metodológicas realizadas por Teixeira Júnior (2002), Gil et al. (2005), Lunardi et al. (2005), Diniz et al. (2006), Zimmer et al. (2007) e Albuquerque (2008) funcionam como referencial para o presente trabalho.

Teixeira Júnior (2002) analisou 76 artigos publicados entre 1999 e 2001 nos Anais dos Encontros Anuais da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração. Ele identificou 55 ocorrências de estudos de caso no período, sendo 35 de estudos de caso único e 20 de estudos de caso múltiplo, o que colocava os estudos de caso, já àquela época, como o método mais utilizado em Administração da Informação.

Gil et al. (2005) analisaram os Anais do XXVI Enanpad, realizado em 2002. Entre os 54 trabalhos apresentados na área de Administração da Informação, identificaram cinco estudos de caso, sendo três estudos de caso único e dois múltiplos. Para chegar a este número, excluíram trabalhos que: se referiam a aspectos pontuais; foram elaborados apenas com base em relatórios e demonstrativos financeiros; ou possuíam apenas uma fonte de evidência. Os autores identificaram que muitas das pesquisas classificadas pelos autores como estudos de caso tiveram seus dados obtidos somente a partir de entrevistas e não poderiam ser assim classificadas como estudos de caso, observação que se confirmou neste presente trabalho. Gil

et al. (2005) apontaram também a confusão entre “estudo de caso” e “análise de casos”.

O trabalho de Lunardi et al. (2005) examinou não só os Anais da Enanpad, mas também as principais revistas de Administração do país, no período de 1997 a 2004, totalizando 334 artigos sobre sistemas da informação. Em sua análise dos artigos publicados no Enanpad, na área de Administração da Informação, Lunardi et al. (2005) encontraram a mesma quantidade de estudos de caso que o presente trabalho, para o período em comum. No período de 2001 a 2004, foram encontrados 68 estudos de caso dentre os 154 trabalhos apresentados no Enanpad (Lunardi et al., 2005). Porém, o texto não deixa claro o critério adotado em Lunardi et al. (2005) para classificar um artigo como estudo de caso ou não: auto-declaração ou análise do conteúdo. E, se realizada pelos autores a análise do conteúdo, quais critérios foram utilizados para classificar ou desclassificar um artigo como estudo de caso.

Diniz et al. (2006) analisaram 16 trabalhos na área de Administração da Informação do Enanpad que foram premiados ou receberam menção honrosa entre 1997 e 2004. A partir daí investigaram: unidade de análise, postura epistemológica, método e consistência da conclusão. Em todos os artigos por eles analisados, o estudo de caso foi o método de pesquisa escolhido, mas “essa definição não é acompanhada, em alguns deles, por um embasamento teórico relacionado ao método e razões da sua escolha, comprometendo seu rigor metodológico e consistência” (Diniz et al., 2006, p. 11).

Zimmer et al. (2007) analisaram a ocorrência e a qualidade da validação e da confiabilidade de pesquisas nos Anais do Enanpad no período 1998-2006. Em um primeiro filtro, os autores selecionaram as pesquisas empíricas, descartando os ensaios teóricos. Dos 239 artigos contendo pesquisas empíricas analisados, 145 eram estudos de caso, o que representa 53% da amostra. Destes estudos de caso, 70% continham múltiplas fontes de evidências. Assim como em Lunardi et al. (2005), não está claro, no trabalho desenvolvido por Zimmer et al. (2007), qual o critério adotado para classificar um artigo como estudo de caso ou não: auto-declaração ou análise do conteúdo. E, se realizada pelos autores a análise do conteúdo, quais critérios eles utilizaram para classificar ou desclassificar um artigo como estudo de caso.

Albuquerque (2008) analisou 320 artigos da área de Administração da Informação publicados nos Anais da Enanpad entre os anos de 2001 e 2007 e aplicou diversos filtros. O primeiro deles é a declaração do autor de utilizar estudo de caso, a partir do qual identificaram

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112 artigos em que os autores declararam utilizar estudo de caso. O segundo deles é a utilização de técnicas de análise de evidências e a existência de resultados de natureza qualitativa, a partir do qual apenas 64 restaram classificados como estudos de caso. Assim, dos 112 artigos em que os autores declararam realizar estudo de caso, 48 (43% do total) não podem ser assim classificados por não guardar qualquer semelhança com o método. Para Albuquerque (2008), a raiz do problema está no uso do mesmo termo, estudo de caso, para identificar não só o método propriamente dito, mas também para ilustrar uma argumentação, uma categoria ou uma condição.

METODOLOGIA DA PESQUISA

A partir da revisão bibliográfica foi possível encontrar as duas respostas fáceis para a pergunta difícil (o que é um estudo de caso). A primeira é que os trabalhos a serem analisados receberiam, como primeiro filtro, a própria declaração do autor de que se trata de estudo de caso ou que este é o método utilizado. A segunda é a adoção, como padrão para o presente trabalho, do modelo positivista de estudo de caso, como descrito por Sarker and Lee (2002), Paré (2004) e Yin (2005). Foram selecionados como critérios essenciais para a classificação como estudo de caso a presença de múltiplas fontes de evidência (Yin, 2005) e a análise qualitativa do problema, por meio de uma cadeia de evidências (Yin, 2005) ou, como descreve Paré (2004), de uma narrativa detalhada do estudo de caso.

A pesquisa consistiu de um levantamento bibliográfico dos trabalhos publicados nos anais da Enanpad na área de Administração da Informação nos anos de 2000 a 2009. Este levantamento foi realizado a partir dos anais eletrônicos da Enanpad, disponibilizados em CD. O método de levantamento foi a leitura individualizada da íntegra dos 459 artigos publicados no período. Foi desenvolvido um protocolo de pesquisa que incluía, primeiro, o lançamento em planilha Excel dos dados bibliográficos dos artigos (referência, autores e título), seguido de sua leitura. O banco de dados da pesquisa contém uma planilha principal com cerca de 10 mil campos de dados, ou seja, quase 20 campos por artigo, o que permitiu uma classificação cruzada dos mesmos, avaliando a presença simultânea de um ou vários elementos. A partir desta planilha principal foram geradas planilhas secundárias que contém dados consolidados, operações com esses dados e análises dos dados, as quais permitiram ainda gerar as planilhas que ilustram os resultados encontrados. Sempre que possível, foram utilizadas fórmulas para verificação da integridade dos dados.

A leitura dos 459 artigos foi auxiliada por ferramentas de busca dos softwares Word e Acrobat, conforme o formato em que o documento encontrava-se disponível. Foram utilizadas como palavras-chave para busca os termos: caso, estudo, fonte, “document”, “entrevi”, “question”, “explora”, “explana”, “descri”, causal e unidade. Alguns destes termos correspondem a partes de palavras cuja localização interessava à pesquisa, tendo sido utilizado somente parte delas para permitir uma busca por suas variantes. Contudo, para maior segurança, a leitura da íntegra dos artigos, ainda que abreviada, não foi abandonada.

O primeiro filtro empregado para selecionar os artigos foi a declaração dos autores de que a pesquisa realizada empregava, ao menos em parte, o método de estudo de caso. Artigos que apresentavam método aderente ao estudo de caso, mas não apresentavam opção clara pelo método, não foram classificados como estudo de caso. Importante notar que a declaração de que se tratava de estudo de caso nem sempre estava no título ou resumo do trabalho. Algumas vezes, tal declaração sequer aparecia na parte do texto que apresentava a metodologia. Em uma única ocasião, essa declaração apareceu no último parágrafo do texto.

A partir da declaração de que se tratava de estudo de caso ou de que era utilizado o método de estudo de caso, foi analisada a presença de duas características básicas dos estudos de caso: o uso de múltiplas fontes de evidência e a análise qualitativa do problema. A partir da perspectiva de estudo de caso positivista adotada, descrita por Sarker and Lee (2002), Paré

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(2004) e Yin (2005), foram considerados estudos de caso “puros”, os artigos que possuíam ambos os elementos.

Para fins de classificação, foi considerado que havia múltiplas fontes de evidência quando o artigo apresentava, ao menos nominalmente, de forma direta (declarando ser fonte) ou indireta (mencionando o uso) mais de uma fonte de evidência (Benbasat et al., 1987; Yin, 2005). Quando o autor declarava ter usado múltiplas fontes de evidência, mas apenas mencionava uma delas, o artigo foi considerado como tendo apenas uma fonte de evidências. Essa situação ocorreu com freqüência em artigos cuja fonte mencionada era um ou mais

surveys. Também não foram consideradas múltiplas fontes de evidência a repetição de um

mesmo instrumento como, por exemplo, a realização de várias entrevistas, ainda que com sujeitos diferentes ou ainda métodos de entrevista diferentes. Por outro lado, não se exigiu menção na análise do problema a múltiplas fontes de evidência, o que pode ter permitido a inclusão de trabalhos que, declarando ter utilizado múltiplas fontes, tiveram embasamento em apenas uma. Este é o caso de trabalhos apoiados basicamente em observações sobre entrevistas e que tenham declarado ter utilizado, também, como fonte de evidências, análise documental ou observação in loco.

Quanto à abordagem qualitativa do problema, foram aceitos artigos que apresentavam tanto a análise qualitativa pura quanto a análise quantitativa aliada à análise qualitativa, porque o estudo de caso pode conter, entre suas múltiplas evidências, dados quantitativos (Benbasat et al., 1987; Eisenhardt, 1989; Yin, 2005; Myers, 2010). Para fins de classificação, foram examinados não só a declaração do autor de que se tratava de pesquisa qualitativa ou quantitativa, mas também os resultados apresentados e a análise realizada. Assim, trabalho em que o autor declara fazer uma análise qualitativa, mas se apóia essencialmente em levantamentos quantitativos a partir dos quais são extraídas suas conclusões foi considerado quantitativo. Trabalho em que os dados quantitativos são analisados em conjunto com outras perspectivas, como, por exemplo, impressões retiradas de entrevistas, foi considerado como tendo uma abordagem qualitativa do problema.

A abordagem de pesquisa foi classificada como exploratória, explanatória (causal) ou descritiva (Yin, 2005). Também foram consideradas combinações destas abordagens, tendo sido encontradas todas as combinações possíveis das mesmas, incluindo um único caso de pesquisa que declara possuir, ao mesmo tempo, as três abordagens. A abordagem de pesquisa foi classificada a partir da declaração (direta ou indireta) presente no texto. Em muitos casos, havia uma declaração expressa, do tipo: “trata-se de um estudo de caso exploratório”. Ou ainda: “esta pesquisa tem o propósito de descrever”. Em outros casos, a declaração é vista na forma indireta, como: “o trabalho procura explorar”. Todas estas formas foram aceitas como declaração de abordagem. Contudo, a mera menção a uma abordagem de pesquisa, dentro da discussão metodológica, sem se referir à própria pesquisa, não foi considerada declaração de que tal abordagem foi adotada pelo autor. Por exemplo, diversos autores mencionaram abordagens possíveis, sem, contudo, adotá-las de forma explícita, em textos como: “Yin (2004) declara que o estudo de casos serve para pesquisas exploratórias”. Neste caso, não se considera que o autor tenha declarado uma abordagem de pesquisa, mas meramente apresentado uma discussão teórica sobre possíveis abordagens.

A existência de estudo de caso único ou múltiplo também foi classificada a partir da declaração dos autores (Benbasat et al., 1987; Eisenhardt, 1989; Stake, 1998; Dubé & Parré, 2003; Yin, 2005). Assim, uma vez que os autores declaram ter realizado estudo de caso múltiplo, não se analisou se esta classificação é própria ou imprópria. E o mesmo tipo de abordagem foi adotada para os estudos de caso que se declararam como caso único. Esta questão se torna ainda mais relevante quando se analisa a declaração de que o autor trabalha com unidade ou unidades de análise, outro aspecto avaliado na pesquisa, em conformidade com a definição de estudo de caso de Stake (1998) e Dubé and Parré (2003). A declaração de

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unidade de análise foi aceita quando o trabalho identifica uma ou mais unidades, sem discutir a propriedade desta identificação. Para facilitar a análise dos dados, foi incluída no banco de dados da pesquisa, sempre que possível, a própria declaração de unidade de análise do autor ou texto que a identifique.

Cabe ressaltar que a ausência de menção a trabalhos específicos, ainda que a discussão, em alguns pontos, incida sobre um único artigo ou traga reprodução ou adaptação de texto encontrado em algum artigo, é uma opção metodológica. Alguns autores, ao fazerem análises semelhantes, identificaram artigos analisados para exemplificar situações específicas (Lunardi

et al., 2005; Albuquerque, 2008). Outros não identificam individualmente artigos, trabalhando

apenas com os dados agregados (Gil et al., 2005; Oliveira et al., 2006). A opção metodológica por não identificar artigos, ainda que esta identificação esteja presente na base de dados que deu origem ao trabalho, procura dar ênfase aos resultados agregados e suas tendências, ao invés de levantar debate sobre a classificação de um artigo ou outro, ou ainda à qualidade ou aderência ao padrão positivista de estudos de caso dos trabalhos de determinado pesquisador, grupo de pesquisa ou programa de mestrado e doutorado.

Um limitante importante do trabalho é exatamente seu lado humano: os avaliadores ficam sujeitos a uma série de fatores que podem influenciar avaliações individuais, tais como humores, cansaço e outros. Por isso, a avaliação foi interrompida sempre que os avaliadores percebiam sinais de elementos que poderiam influenciar no processo, tendo a mesma sido repetida em alguns casos para maior clareza. Por outro lado, dado que a situação do uso do método de estudos de caso em Administração da Informação é avaliada a partir dos agregados anuais, eventuais erros em avaliações individuais possuem pouca ou nenhuma influência sobre os resultados da pesquisa ou sua análise.

RESULTADOS DA PESQUISA

Os resultados das análises dos trabalhos publicados nos anais do Enanpad nos anos de 2000 a 2009 são apresentados em agregados anuaís, a partir dos quais é discutida a representatividade dos trabalhos que declaram utilizar (não só exclusivamente) o método de estudo de caso, a presença dos requisitos básicos para a classificação dos mesmos como estudos de caso, a incidência de abordagem de pesquisa, o uso de estudos de caso simples ou múltiplos e a utilização do conceito de unidade de análise. A partir de combinações destes fatores, é possível analisar, ainda, as tendências para o uso do estudo de caso como método de pesquisa em Administração da Informação e a aderência dos estudos de caso ao referencial positivista.

A análise do quantitativo e do percentual de trabalho que se qualificam como estudos de caso ou declaram que utilizam o método de estudo de caso em sua pesquisa sobre o total de trabalhos apresentados na área de Administração da Informação ao longo da década demonstram um crescimento tanto absoluto quanto relativo (Tabela 1). Na primeira metade da década, a média era de 36 trabalhos por ano, média esta influenciada pelo alto número de trabalhos apresentados em 2002 (54 trabalhos). Na segunda metade, a média supera 56 trabalhos por ano. Por sua vez, os trabalhos que se qualificam como estudos de caso ou declaram que utilizam o método de estudo de caso em sua pesquisa, praticamente dobram em volume, passando de uma média de 11,6 na primeira metade da década para 22,8 na segunda metade. Na primeira metade da década, em média 33% dos trabalhos apresentados incluíam estudos de caso, número esse fortemente influenciado pelo pico de estudos de caso em 2003, ano no qual quase 60% dos trabalhos foram estudos de caso. Na segunda metade da década, esse percentual supera os 40%, ainda que em 2005 pouco mais de 30% dos trabalhos tenham sido estudos de caso, o que influenciou negativamente a média.

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Tabela 1: Estudos de caso entre os trabalhos apresentados na área de Administração da Informação do Enanpad (2000-2009)

Ano Total de trabalhos Declaração de que é estudo de caso Percentual de estudos de caso 2000 26 8 30,77% 2001 30 5 16,67% 2002 54 12 22,22% 2003 32 19 59,38% 2004 38 14 36,84% 2005 45 14 31,11% 2006 59 23 38,98% 2007 66 28 42,42% 2008 61 24 39,34% 2009 51 25 49,02% TOTAL 462 172 37,23%

Fonte: Banco de dados da pesquisa.

O ano de 2006 parece representar um turning point em favor dos estudos de caso: do aumento em 14 do número de trabalhos aceitos, 9 foram estudos de caso. Em 2009, por sua vez, o número de trabalhos apresentado caiu em 10, mas houve um aumento absoluto no número de estudos de caso (24 para 25). Com isso, fica claro tanto o crescimento em números absolutos quanto relativos dos trabalhos que se apresentam como ou incluem o estudo de caso entre os métodos de pesquisa utilizados. Considerada toda a década, os estudos de caso são 172 de um total de 462 trabalhos, o que representa mais de um terço do total.

A comparação com trabalhos anteriores permite verificar a adequação da abordagem adotada (Tabela 2). A comparação com Lunardi et al. (2006) fica prejudicada porque esses autores não explicitam qual o critério utilizado para classificar um artigo como estudo de caso ou não, sendo por isso normal a diferença encontrada: 50 no presente trabalho e 68 no de Lunardi et al. (2006) para o período entre 2001 e 2004. O número maior apresentado por eles leva a crer que incluíram trabalhos nos quais os autores não declararam ter utilizado estudo de caso, mas adotaram metodologia que leve a inferir tal conclusão. Zimmer et al. (2007) também encontram com regularidade um número maior de estudos de caso que os aqui apontados (com exceção para os anos de 2003 e 2005 em que os resultados se equivalem). Albuquerque (2008) apresenta os resultados mais parecidos, em boa parte pela identidade do critério utilizado para o primeiro filtro: auto-declaração. Ainda assim, Albuquerque (2008) identifica um estudo de caso a menos em 2001, um a mais em 2005 e três a menos em 2007 (Tabela 2). Isto é, uma diferença de cinco avaliações em 324 artigos existentes no período em comum. Isso demonstra que, apesar de variações individuais, em média o método de avaliação seguido em ambos os trabalhos consegue obter resultados com baixo grau de subjetividade.

A segunda etapa da análise dos trabalhos de Administração da Informação considerou apenas os artigos que passaram pelo primeiro filtro. Esses trabalhos foram analisados para verificar se continham análise qualitativa da questão e múltiplas fontes de evidências, conforme discutido na Metodologia da Pesquisa (Tabela 3).

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Tabela 2: Quadro comparativo de quantitativo de estudos de caso na área de Administração da Informação do Enanpad (2000-2009)

Ano Total Declaração de que é estudo de caso Teixeira Júnior (2002) Lunardi et al. (2006) Oliveira et al. (2006) Zimmer et al. (2007) Albuquerque e Joia (2008) 2000 26 8 9 15 2001 30 5 12 7 4 (29) 2002 54 12 22 12 (48) 2003 32 19 16 19 19 2004 38 14 3 17 (39) 14 2005 45 14 14 14 15 2006 59 23 30 23 2007 66 28 25 (69) 2008 61 24 2009 51 25 TOTAL 462 172 68

Fonte: Banco de dados da pesquisa, Teixeira Júnior (2002), Lunardi et al. (2005), Oliveira et al. (2006), Zimmer et al. (2007) e Albuquerque (2008). A comparação com Gil et al. (2005) não é incluída porque os autores não consideraram como filtro primário a declaração de que o trabalho utiliza estudo de caso, mas aplicaram diretamente seu filtro a todos os artigos da amostra. A comparação com Diniz et al. (2006) não é incluída porque os autores utilizaram uma amostra inicial reduzida, contendo apenas os trabalhos que foram premiados ou receberam menção honrosa.

( ) Entre parêntesis encontram-se o total de artigos da área de Administração da Informação no ano quando diferente do total encontrado nesta pesquisa.

Tabela 3: Presença absoluta de aspectos positivistas dos estudos de caso apresentados na área de Administração da Informação do Enanpad (2000-2009)

Ano Total Declaração de que é estudo de caso Análise qualitativa do problema Multiplas fontes de evidências Estudos de caso "puros" 2000 26 8 8 5 5 2001 30 5 5 2 2 2002 54 12 12 6 6 2003 32 19 14 14 12 2004 38 14 10 9 8 2005 45 14 13 12 12 2006 59 23 12 16 11 2007 66 28 25 21 21 2008 61 24 23 21 21 2009 51 25 23 18 18 TOTAL 462 172 145 124 116

Fonte: Banco de dados da pesquisa.

O que está claro na Tabela 3 é que a análise qualitativa do problema é uma característica mais freqüente do que o uso de múltiplas fontes de evidência (145 contra 124 trabalhos). Esta situação não muda quando compara-se as duas metades da década. Na primeira metade da década, em média 9,8 trabalhos por ano possuíam análise qualitativa do problema, enquanto somente 7,2 em média possuíam múltiplas fontes de evidência. Na segunda metade, o quadro não muda: em média 19,2 trabalhos por ano com análise qualitativa contra 17,6 em média com múltiplas fontes. A partir dos dados, também fica claro que, em números absolutos, a quantidade de trabalhos que apresentam análise qualitativa, múltiplas fontes e ambos os fatores ao mesmo tempo (estudos de caso “puros”) aumentou ao longo dos anos. Contudo, como o número de trabalhos que se enquadram na classificação inicial de estudos de caso

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também aumentou ao longo do tempo, estes números absolutos nada dizem sobre a melhora ou piora da qualidade ou “pureza” dos estudos de caso apresentados.

A partir da análise dos percentuais é possível ter-se uma visão mais clara da mudança do quadro ao longo dos anos (Tabela 4). Nos primeiros três anos, a análise qualitativa está presente em todos os trabalhos e múltiplas fontes de evidência em apenas metade deles, o que levou a um percentual médio de 56% de estudos de caso “puros”. Nos dois anos seguintes, há uma queda significativa da presença de análise qualitativa, voltando a mesma a estar presente em todos os casos em 2005. Nesse mesmo ano, há um pico no percentual de casos com múltiplas fontes, o que leva a um pico, também, de percentual de estudos de caso “puros”. Em 2006, há uma significativa queda na presença das duas características. E no período de 2007 a 2009, certa “estabilidade”: em torno de 90% de trabalhos com análise quantitativa e cerca de 80% com múltiplas fontes.

Tabela 4: Presença relativa de aspectos positivistas dos estudos de caso apresentados na área de Administração da Informação do Enanpad (2000-2009)

Ano Total Declaração de que é estudo de caso

% estudos de caso com análise qualitativa

% estudos de caso com múltiplas fontes

% estudos de caso "puros" 2000 26 8 100,00% 62,50% 62,50% 2001 30 5 100,00% 40,00% 40,00% 2002 54 12 100,00% 50,00% 50,00% 2003 32 19 73,68% 73,68% 63,16% 2004 38 14 71,43% 64,29% 57,14% 2005 45 14 92,86% 85,71% 85,71% 2006 59 23 52,17% 69,57% 47,83% 2007 66 28 89,29% 75,00% 75,00% 2008 61 24 95,83% 87,50% 87,50% 2009 51 25 92,00% 72,00% 72,00% TOTAL 462 172 84,30% 72,09% 67,44%

Fonte: Banco de dados da pesquisa.

Comparando-se as duas metades da década, vê-se que há uma estabilidade no percentual de trabalhos com análise qualitativa, 84% em ambos os períodos, e uma variação no percentual de trabalhos com múltiplas fontes de dados (evidências), 77% na segunda metade contra apenas 62% na primeira (Tabela 4). Essa variação no percentual de trabalhos com múltiplas fontes explica o crescimento do percentual de estudos de caso “puros” de 57% para 73% comparando as duas metades da década.

A análise da série histórica requer que se aponte, também, uma anomalia nos dados de presença absoluta de aspectos positivistas nos estudos de caso apresentados na área de Administração da Informação do Enanpad (Tabela 3). Em três dos dez anos, o número de estudos de casos “puros” é inferior ao número de estudos de casos com múltiplas fontes: 2003, 2004 e 2006. Isso significa que, nesses anos, existem trabalhos que possuem múltiplas fontes, mas não apresentam análises qualitativas dos dados, o que pode parecer uma inconsistência. Essa situação é possível quando múltiplas fontes são utilizadas para obter dados quantitativos, como, por exemplo, dados financeiros extraídos dos balanços e resultados quantitativos de surveys.

A análise da declaração de abordagem de pesquisa também mostra que tal elemento é cada vez mais valorizado nos estudos de caso (Tabela 5). Na primeira metade da década, menos de 50% dos trabalhos apresenta declaração de abordagem de pesquisa, apesar do grande volume de declarações neste sentido em 2002. Já na segunda metade da década, apesar do baixo número encontrado em 2007, quase 65% dos trabalhos possuem abordagem de

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pesquisa declarada. Excluídos os dois anos atípicos, pode-se ver um crescimento constante entre 2000 e 2008, com leve queda em 2009.

Tabela 5: Declaração de abordagem de pesquisa em estudos de caso apresentados na área de Administração da Informação do Enanpad (2000-2009)

Ano Declaração de que é estudo de caso Declaração de abordagem de pesquisa Percentual com abordagem declarada 2000 8 3 37,50% 2001 5 2 40,00% 2002 12 8 66,67% 2003 19 9 47,37% 2004 14 8 57,14% 2005 14 8 57,14% 2006 23 15 65,22% 2007 28 14 50,00% 2008 24 18 75,00% 2009 25 18 72,00% TOTAL 172 103 59,88%

Fonte: Banco de dados da pesquisa.

Dos trabalhos apresentados ao longo dos anos cuja abordagem de pesquisa é declarada, o destaque é para os estudos exploratórios, representando mais da metade do total de trabalhos com abordagem de pesquisa declarada (Tabela 6). O destaque negativo fica para os trabalhos puramente explanatórios, com apenas quatro exemplares distribuídos entre os anos de 2007 e 2008. Algumas combinações de problemas também se mostram pouco freqüentes, como trabalhos exploratórios/explanatórios (dois trabalhos em dez anos) e exploratórios/descritivos (um exemplar). Um trabalho de 2007 declara possuir todas as abordagens possíveis.

Tabela 6: Abordagens de pesquisa declaradas em estudos de caso apresentados na área de Administração da Informação do Enanpad (2000-2009)

Ano

Declaração de abordagem de

pesquisa

Exploratório Explanatório Descritivo Exploratório/ Explanatório Exploratório / Descritivo Explanatório / Descritivo Explanatório/ Explanatório/ Descritivo 2000 3 3 0 0 0 0 0 0 2001 2 1 0 0 0 1 0 0 2002 8 7 0 1 0 0 0 0 2003 9 8 0 1 0 0 0 0 2004 8 4 0 0 0 4 0 0 2005 8 5 0 0 1 2 0 0 2006 15 11 0 2 0 2 0 0 2007 14 5 2 2 1 2 1 1 2008 18 8 2 5 0 3 0 0 2009 18 14 0 1 0 3 0 0 TOTAL 103 66 4 12 2 17 1 1

Fonte: Banco de dados da pesquisa.

A partir da segunda metade desta década, encontramos uma maior diversificação das abordagens de pesquisa declaradas. Os raros trabalhos com abordagem explanatória aparecem nesta época. Os estudos descritivos, em número de apenas dois na primeira metade, passam a 10 na segunda metade. Surgem ainda estudos exploratório/explanatórios e um aumento dos exploratórios/descritivos de cinco na primeira metade para 12 na segunda metade.

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Comparando os resultados obtidos com os de Oliveira et al. (2006), pode-se ver a consistência da avaliação realizada (Tabela 7). No período de três anos coincidentes entre os dois estudos, de um total de 25 artigos analisados nesta pesquisa e 27 analisados por Oliveira

et al. (2006), encontra-se diferença de classificação somente em uma pesquisa exploratória

em 2003, duas pesquisas exploratórias em 2004 e uma exploratório/descritiva em 2004.

Tabela 7: Quadro comparativo de abordagens de pesquisa em estudos de caso apresentados na área de Administração da Informação do Enanpad (2003-2005)

Ano Explorat. Explorat. (Oliveira et al. ) Explanat. Explanat. (Oliveira et al. ) Descrit. Explorat. / Explanat. Explorat. / Explanat. (Oliveira Explorat. / Descrit. Explorat. / Descrit. (Oliveira et al. ) Explanat. / Descrit. Explorat./ Explanat./ Descrit. 2003 8 9 0 1 1 0 0 0 0 0 0 2004 4 6 0 0 0 0 0 4 3 0 0 2005 5 5 0 0 0 1 1 2 2 0 0 TOTAL 17 20 0 1 1 1 1 6 5 0 0

Fonte: Banco de dados da pesquisa e Oliveira et al. (2006).

A participação relativa das abordagens de pesquisa declaradas mostra que a participação dos estudos exploratórios caiu menos do que se imagina (Tabela 8). Os trabalhos exploratórios puros representavam 75% do total, na primeira metade da década, e somente 59% na segunda. Contudo, ao considerar-se todas as combinações que incluem a abordagem exploratória, estas representavam 95%, na primeira metade da década, e 81% na segunda. Considerada toda a década, trabalhos com abordagem exploratória pura são 67%, com abordagem combinada explanatória/descritiva quase 19% e descritiva pouco mais de 8%. As demais abordagens, puras ou combinadas, não apresentam participação significativa.

Tabela 8: Participação relativa dos problemas de pesquisa em estudos de caso apresentados na área de Administração da Informação do Enanpad (2000-2009)

Ano % Exploratório % Explanatóri o % Descritivo % Exploratório/ Explanatório % Exploratório / Descritivo % Explanatório / Descritivo % Explanatório / Explanatório / Descritivo 2000 100,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2001 50,00% 0,00% 0,00% 0,00% 50,00% 0,00% 0,00% 2002 87,50% 0,00% 12,50% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2003 88,89% 0,00% 11,11% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2004 50,00% 0,00% 0,00% 0,00% 50,00% 0,00% 0,00% 2005 62,50% 0,00% 0,00% 12,50% 25,00% 0,00% 0,00% 2006 73,33% 0,00% 13,33% 0,00% 13,33% 0,00% 0,00% 2007 35,71% 14,29% 14,29% 7,14% 14,29% 7,14% 7,14% 2008 44,44% 11,11% 27,78% 0,00% 16,67% 0,00% 0,00% 2009 77,78% 0,00% 5,56% 0,00% 16,67% 0,00% 0,00% TOTAL 67,02% 2,54% 8,46% 1,96% 18,60% 0,71% 0,71%

Fonte: Banco de dados da pesquisa.

Outro ponto estudado na pesquisa foi a realização de estudos de caso únicos ou múltiplos (Tabela 9). Observa-se que nos primeiros três anos desta década, os estudos de caso múltiplos foram maioria, com destaque para 2001, quando foram 80% do total. A partir daí, a proporção inverteu-se e os estudos de caso únicos são maioria. Influenciada por esses três anos, a participação de estudos de casos múltiplos na primeira metade da década chega a quase 50%, caindo para menos de 30% na segunda metade. Tal mudança age no sentido contrário da recomendação de que estudos de casos múltiplos são mais apropriados para a

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construção de teoria, dada a fragilidade da generalização dos resultados dos casos únicos, apesar de um caso revelador ser suficiente para invalidar uma teoria (Benbasat et al., 1987; Eisenhardt, 1989; Dubé & Parré, 2003; Yin, 2005).

Tabela 9: Uso de casos simples ou múltiplos em estudos de caso apresentados na área de Administração da Informação do Enanpad (2000-2009)

Ano Declaração de que é estudo de caso Estudo de caso único % estudo de caso único Estudo de caso múltiplo % estudo de caso múltiplo 2000 8 4 50,00% 4 50,00% 2001 5 1 20,00% 4 80,00% 2002 12 5 41,67% 7 58,33% 2003 19 15 78,95% 4 21,05% 2004 14 11 78,57% 3 21,43% 2005 14 8 57,14% 6 42,86% 2006 23 17 73,91% 6 26,09% 2007 28 22 78,57% 6 21,43% 2008 24 19 79,17% 5 20,83% 2009 25 17 68,00% 8 32,00% TOTAL 172 119 69,19% 53 30,81%

Fonte: Banco de dados da pesquisa.

Por meio de comparação dos dados desta pesquisa com os de Zimmer et al. (2007) (selecionados apenas os estudos de caso classificados por Zimmer et al. como qualitativos conforme filtro aplicado previamente nesta pesquisa – Tabela 4), apesar da diferença na seleção dos estudos de caso e, provavelmente, na avaliação de estudos de caso únicos ou múltiplos, o fenômeno de aumento da incidência de estudos de caso únicos a partir de 2003 é confirmado (Tabela 10). Se até 2002 os estudos de caso múltiplos eram maioria, a partir de 2003, inclusive em Zimmer et al. (2007), os estudos de caso simples passam a ser maioria. Contudo, Zimmer et al. (2007) apresentam proporções maiores de estudos de caso múltiplos do que as encontradas na presente pesquisa.

Tabela 10: Uso de casos simples ou múltiplos em estudos de caso apresentados na área de Administração da Informação do Enanpad (2000-2006)

Ano Declaração de que é estudo de caso Estudo de caso qualitativo (Zimmer et al. ) Estudo de caso único Caso único (Zimmer et al. ) Estudo de caso múltiplo Caso múltiplo (Zimer et al. ) 2000 8 11 4 3 4 8 2001 5 7 1 2 4 5 2002 12 20 5 8 7 12 2003 19 14 15 10 4 4 2004 14 12 11 7 3 5 2005 14 14 8 10 6 4 2006 23 19 17 11 6 8 TOTAL 95 97 61 51 34 46

Fonte: Banco de dados da pesquisa e Zimmer et al. (2007).

Por fim, foi analisada a incidência de declaração de unidade de análise (Stake, 1998; Dubé & Parré, 2003; Parré, 2004; Yin, 2005). Dada a opção metodológica de não analisar individualmente os trabalhos, não são transcritas aqui as unidades de análise identificadas (Tabela 11). Durante os três primeiros anos, nenhum artigo indicou unidade de análise. A

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partir daí a incidência desta indicação foi irregular, tendo como extremos apenas duas indicações em 2003 e nove indicações em 2009. A partir de 2006, a declaração de unidade de análise passa a ser mais freqüente, atingindo em média um terço do total de trabalhos que adotam o método de estudo de caso. Apesar disso, o destaque positivo é para o ano de 2004, em que 50% dos trabalhos declararam sua unidade de análise. Comparando as duas metades da década, na primeira apenas 12% dos trabalhos indicaram unidade de análise, enquanto na segunda metade quase 29% o fizeram. Os estudos de caso único foram os destaques, com 35 indicações de unidade de análise, contra apenas oito em estudos de caso múltiplos. No total do período, mais de 80% das indicações de existência de unidade de análise foram feitas em estudos de caso únicos, ficando o restante para estudos de caso múltiplos.

Tabela 11: Declaração de unidade de análise em estudos de caso apresentados na área de Administração da Informação do Enanpad (2000-2009)

Ano Declaração de que é estudo de caso Declaração de que há unidade de % declaração que há unidade de Declaração em casos únicos % de declaração em casos únicos Declaração em casos múltiplos % de declaração em casos múltiplos 2000 8 0 0,00% 0 - 0 -2001 5 0 0,00% 0 - 0 -2002 12 0 0,00% 0 - 0 -2003 19 2 10,53% 2 100,00% 0 -2004 14 7 50,00% 6 85,71% 1 14,29% 2005 14 2 14,29% 2 100,00% 0 -2006 23 8 34,78% 4 50,00% 4 50,00% 2007 28 8 28,57% 8 100,00% 0 -2008 24 7 29,17% 7 100,00% 0 -2009 25 9 36,00% 6 66,67% 3 33,33% TOTAL 172 43 25,00% 35 81,40% 8 18,60%

Fonte: Banco de dados da pesquisa.

CONCLUSÃO

A partir da análise dos dados resultantes da pesquisa bibliográfica e sua comparação com os resultados obtidos por outros autores, foi possível avaliar o uso de estudos de caso em Administração da Informação na última década de Enanpad. Além do seu crescente uso, que passa de 30% para 40% dos trabalhos apresentados da primeira para a segunda metade da década (Tabela 1), há também um crescimento idêntico na qualidade dessas pesquisas. Utilizando-se dois filtros (múltiplas fontes de evidências e análise qualitativa) para identificar estudos de caso “puros” a partir de uma perspectiva positivista, há um aumento de 57% para 73% entre as duas metades da década.

Enquanto a freqüência da presença de múltiplas fontes aumentou e parece se estabilizar em torno de 90%, o percentual de estudos com análise qualitativa tem comportamento mais irregular, com grande variação ao redor dos 80% (Tabela 4). A quantidade de estudos de caso “puros” (sob uma perspectiva positivista) sofre os efeitos (negativos) desta instabilidade na presença de análise qualitativa.

A existência de declaração de abordagem de pesquisa, que demonstra certo rigor metodológico, apresenta uma tendência clara de crescimento. Passou de menos de 40% no início da década para mais de 70% ao seu final, o que pode ser visto como um grande progresso. Por outro lado, o campo de Administração da Informação ainda é amplamente dominado por pesquisas exploratórias. Esta tem como característica desenvolver hipóteses para orientar pesquisas posteriores, sendo típicas de áreas em que o conhecimento está em seus estágios iniciais de desenvolvimento (Yin, 2005). O diminuto número de pesquisas explanatórias indica que muito está sendo explorado ou descrito, mas nada está sendo em

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verdade explicado. De acordo com os estágios de programas de estudo de caso proposto por Benbasat et al. (1987), a realização de pesquisas exploratórias representa a geração de hipóteses, mas essas pouco são testadas por falta de estudos explanatórios. Tal situação leva a um grande descrédito quanto à qualidade da pesquisa e a capacidade de criação de teoria na área de Administração da Informação.

A crescente proporção de estudos de caso únicos, na medida em que não são casos críticos destinados a negar a validade de teoria, tampouco servem para gerar hipóteses ou confirmá-las, na medida em que os casos múltiplos é que são adequados para esses fins (Benbasat et al., 1987 Eisenhardt, 1989; Stake, 1998; Dubé & Parré, 2003; Yin, 2005). Assim, o aumento de estudos de caso simples e a prevalência de estudos exploratórios parecem indicar que a área de Administração da Informação retorna à infância do estudo de caso, em pesquisas que visam explorar e descrever a realidade sem, contudo, criar ou testar qualquer teoria a respeito da mesma. O crescimento das declarações de unidade de análise, por outro lado, parece apontar no sentido do uso do estudo de caso como unidade de análise tal como definido por Stake (1998). Contudo, a pouca precisão na indicação da unidade de análise, que muitas vezes contraria a escolha prévia de estudo de caso único ou múltiplo, aliada à ausência de referência ao próprio Stake (1988), indicam que tal pode não ser verdade. Apesar de Yin (2005) colocar a unidade de análise como um dos elementos a serem explicitados em seu modelo positivista de estudo de caso, esta indicação ainda é imprecisa e demonstra pouco domínio do método.

Se os prognósticos para o uso de estudos de caso, ao menos sob o referencial positivista, parecem pouco promissores, a seqüência histórica de artigos sobre o uso de estudos de caso na área de Administração da Informação, à qual se integra o presente trabalho, demonstra o interesse dos pesquisadores da área sobre o assunto (Teixeira Júnior, 2002; Lunardi et al,. 2005; Diniz et al., 2006; Zimmer et al.,2007; Albuquerque,2008). Tal como é hoje, a falta de rigor metodológico afeta a todos e traz descrédito, não só a quem utiliza o método, mas a toda a produção científica da área.

O presente trabalho abre, portanto, espaço para uma pesquisa mais profunda sobre o tema, buscando observar as raízes desse problema. Para isso, o próprio banco de dados da pesquisa pode ser utilizado para identificar os autores que utilizam estudo de caso segundo o referencial positivista e os que não o fazem e, no caso destes, realizar pesquisa bibliográfica para descobrir que o arcabouço metodológico se baseiam para a realização de estudos de caso. Também é possível ampliar o mesmo tipo de análise para o domínio dos programas de pesquisa, identificando os programas que produzem estudos de caso sob o paradigma positivista e os que não o fazem. Estas linhas de pesquisa têm grande sinergia com os trabalhos sobre redes de pesquisa em Administração da Informação como Braga, Gomes e Ruediger (2008) e Rossoni e Hocayen-da-Silva (2008).

O presente trabalho segue uma longa linha de pesquisa sobre o uso do método de estudos de caso em Administração, especialmente em Administração da Informação, que começa bem antes da década estudada. Espera-se que esse tipo de pesquisa adentre a nova década que agora se inicia, na medida em que o estudo de caso continua sendo o método de pesquisa mais utilizado em Administração da Informação. A análise dos estudos de caso publicados na área de Administração da Informação do Enanpad na última década produz um claro retrato da pesquisa na área no país e explicita o problema da falta de qualidade metodológica de grande parte dos estudos de caso. Assim, espera-se ter contribuído para a melhoria futura da qualidade da pesquisa realizada na área de Administração da Informação no Brasil.

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