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EDUCAÇÃO E FENOMENOLOGIA: REPENSANDO PRÁTICAS E SABERES NA EDUCAÇÃO

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EDUCAÇÃO E FENOMENOLOGIA: REPENSANDO PRÁTICAS E

SABERES NA EDUCAÇÃO

Francyelly da Silva Felix1

Mirian Marques Andrade2

Marcus Cézar de Borba Belmino3

RESUMO

Buscou-se através do método bibliográfico, pensar a educação numa abordagem fenomenológica existencial e quais as contribuições da mesma para uma nova prática de ensino. Segundo o levantamento bibliográfico a fenomenologia existencial traz como proposta de ensino a autonomia, permitir que o conhecimento proposto pela escola esteja coerente com a realidade do educando, buscando uma maior interação entre alunos, professores e a escola, dando importância à experiência; o que se faz viável através do retorno as coisas mesmas. A educação sendo como multidimensional, o ensino-aprendizado deve partir da curiosidade e da descoberta, e o contexto escolar deve permitir que esse aluno desenvolva suas possibilidades de existência. Esse paralelo foi tratado para repensar-se no método tradicional de aprendizagem sugerindo que a contribuição fenomenológica existencial venha adentrar o campo escolar provocando assim mudanças significativas nesse processo. Desta forma, parte-se de um principio de se entender o que é educação, quais contribuições e qual a visão de homem segundo a mesma, tendo como base um comprometimento com o aluno, que propicie o desenvolvimento de tais possibilidades e que ele seja agente significador das suas experiências.

Palavras-Chave: Fenomenologia, Educação, Experiência

INTRODUÇÃO

A escola atua como um dos principais mediadores entre o conhecimento e as relações com o mundo, será apresentado a proposta fenomenológica existencial para o processo ensino-aprendizagem, que tem como pressuposto básico a autonomia do individuo. Aonde a mesma contrapõe-se ao modelo tradicional de ensino, o qual se apresentará as principais características em seguida.

Campos (2007), diz que a aprendizagem começa antes do nascimento do sujeito e se prolonga até a sua morte. Percebeu-se que durante a gestação as crianças já respondem a manifestação de afeto. Portanto, a aprendizagem se faz de grande importância na vida do sujeito, pois a partir deste processo, o mesmo irá desenvolver comportamentos, reproduzir culturas, formas de relacionamentos, práticas religiosas e desenvolver sua personalidade.

A abordagem tradicional é embasada pelos pressupostos do positivismo, onde o homem é visto como um organismo que pode ser avaliado pelos seus papéis sociais. Sua prática educacional vem de um modelo autoritário, hierárquico de modo que esse ensino estabeleça uma relação de dominação, associado a praticas políticas conforme diz Capalbo, (2008). De acordo com Mizukami (2011), nessa abordagem o homem é visto como um receptor passivo de informações, não sendo exigido um pensamento crítico a respeito do

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francyellyfelix@gmail.com

2 miriiandrade@hotmail.com 3 marcuscezar@leaosampaio.edu.br

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conhecimento passado e transmitindo o que essas informações lhe possibilitarão conhecer o mundo.

Seguindo esta mesma linha de raciocínio “a abordagem tradicional é caracterizada pela concepção de educação como um produto, já que os modelos a serem alcançados estão pré-estabelecidos [...]’’(MIZUKAMI,2011,p.11). Com estes modelos pré-pré-estabelecidos, temos uma relação assimétrica entre professor-aluno, onde o primeiro deterá o conhecimento e ao segundo caberá adotar tais modelos de forma irreflexiva.

Em contrapartida, segundo Angerami-Camon (2011), Na abordagem fenomenológica existencial o homem é visto como sujeito de experiências, e que a partir destas experiências suas maneiras de ser no mundo, constituirá como um ser único e singular. Dentro desta concepção de homem, busca-se compreender o ser como universal dando ênfase a experiência concreta do individuo. Este é visto como ser ativo, responsável, agente significador de si mesmo e de suas experiências no mundo.

Diante dessa visão, no modelo de ensino-aprendizagem fenomenológico, de acordo com Capalbo (2008), a educação enquanto fenômeno social não pode ser analisada de forma individual e descontextualizada, tendo em vista que nos constituímos a partir da relação com o outro, num movimento de sair de si mesmo e chegar até o outro (GILES, 1989). Sendo assim para a fenomenologia o encontro com o outro é de fundamental importância para a significação da experiência, e que dentro do contexto escolar essa relação deve ser dada de maneira proativa, entre a gestão escolar, professores e alunos. E que a educação tem que ser vivida tal como ela é, permitindo a autonomia do sujeito e uma relação horizontal, permitindo uma vinculação com a experiência, e não uma educação por acumulação de informações sem uma reflexão critica sobre o que está sendo aprendido

Para isso propõe-se um retorno às coisas mesmas através do quais novos significados serão atribuídos aos objetos que se apresentam á consciência, uma vez que, ”a consciência dá sentido ao mundo, ela é a origem de todo significado, ele é doadora de significado, fazendo com que o mundo apareça como fenômeno significativo para a consciência.” (CAPALBO, 2008, p.128).

Capalbo, (2008) enuncia que o significante é mais importante do que o significado, porque a partir daí isso impulsionará a procurar e desenvolver novos descobertas. Sendo assim pode-se pensar ensino-aprendizagem como um processo que tem que ser dado pelo aluno, à descoberta e a curiosidade tem que partir dele e não de uma necessidade da escola ou da sociedade, mas, ele poderá desenvolver suas potencialidades de acordo com as suas experiências e subjetividade.

Assim para a aprendizagem ser efetiva, o mundo não deve ser apresentado como ‘’[...] um simples objeto de conhecimento [...]’’este deve ‘’[...] se tornar a experiência mais gratuita, o solo originário, manifesto, [...]’’[..]pela percepção” (SILVA,2011,p.60). “No entanto, nem sempre nos enveredamos pelas perguntas e nos expomos ao confronto com as coisas, mas torna-se mais fácil relatar o que outros disseram e discutir como eles disseram, examinando a sua coerência no dizer e a completude do que disseram” (PEIXOTO; HOLANDA, 2011, p.18).

A proposta fenomenológica existencial diz que todo indivíduo tem múltiplas possibilidades de existência, mas que as coisas não podem subsistir sem que haja uma significação, seus gestos, suas experiências e linguagem são formas de reinicio de si mesmo e para que isso se der é necessário que o sujeito queira ser e esteja aberto a experienciar, Critelli (2007). Diante desta visão, a educação pode ser vista como processo multidimensional não ficando, apenas, á cargo do aluno sua aprendizagem. Para desenvolver as possibilidades, que foram citadas acima, este aluno precisa está inserido em um contexto que lhe propicie um mínimo de condições. Assim, a má qualidade de ensino não pode ser atribuída ao aluno, uma

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vez que inúmeras variáveis fazem parte deste procedimento, como advogam Fernandes, Machado & Rocha (2007).

Portanto considera-se imprescindível a desconstrução da hierarquia presente na relação professor-aluno, para que este consiga se ver como agente significador nesta relação. Para que isto seja possível, é necessário que o professor, enquanto mestre aprenda “ainda muito mais do que o aluno, justamente porque deve aprender a ‘deixar aprender’ ’’, (HEIDEGGER In SILVA, p.64, 2011). Em outras palavras, é preciso que o professor-mestre reconheça neste aluno um ser livre e de possibilidades, capaz de significar suas próprias experiências e construir significado. Esta nova relação deve ser baseada no dialogo, que possibilita a democratização do contexto escolar e das formas de ensino que buscará aproximar-se, ao máximo, da realidade ali presente, ao invés de equalizá-las.

A escola não se exime deste papel, atuando como promotora de cidadãos, desenvolvendo a autonomia do sujeito, produzindo uma educação libertadora e democrática. Permitindo que os seus alunos sejam conscientes do seu papel, sendo participativos, criativos e capazes de modificar sua situação social. (MATOS; NASCIMENTO; PETROLA, 2010).

Se falarmos em transformação de realidades sociais, falamos em uma escola que busca ofertar a seus alunos instrumentos para tal, ou seja, uma escola que os capacita para lidar com impasses do cotidiano, uma vez que, os significados construindo nesse contexto escolar serão condizentes com a realidade vivenciada além deste, tendo como objetivo buscar uma maior participação de professores e alunos nesse processo de ensino-aprendizagem permitindo ao aluno ser um agente significador de sua aprendizagem.

METODOLOGIA

O método utilizado na elaboração dessa pesquisa é o método bibliográfico, podemos defini-lo “como o ato de procurar, recolher, analisa, interpretar e julgar as contribuições teóricas sobre um certo assunto”(LUDWIG, 2009, p. 51). E para isso o pesquisador entra em contato com todo material já publicado, como artigos, revistas, livros, jornais, teses, monografias entre outros. Lakatos & Marconi (2010) diz que a pesquisa bibliográfica não é uma mera repetição daquilo que já foi escrito, mas uma releitura daquilo que está sendo analisado a partir de novas perspectivas, sendo assim a pesquisa foi realizada por um levantamento bibliográfico através de artigos e livros, discutindo a educação com o modelo fenomenológico existencial.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Considerando a escola como um dos mediadores entre o individuo e o conhecimento, apresentou-se a proposta fenomenológica existencial para o processo ensino-aprendizagem, que tem como pressuposto básico a autonomia do individuo, tal proposta contrapõe-se ao modelo tradicional de ensino. A abordagem tradicional é embasada no positivismo, onde o homem é visto como um organismo, sendo um receptor passivo e transmissor desse conhecimento, esse conhecimento dado pela educação bancaria vem sendo reproduzida em algumas escolas do Brasil. Sendo assim foi trazido dentro da abordagem fenomenológica existencial o homem visto como sujeito de experiências, e que a partir destas experiências suas maneiras de ser no mundo, constituirá como um ser único e singular, buscando compreender a experiência concreta do individuo. Através da consciência os sujeitos dão sentido ao mundo, assim, para a fenomenologia existencial o encontro com o outro é de fundamental importância para a significação da experiência, onde a escola deve está implicada nesse processo produzindo assim sujeitos autônomos, em que não só o aluno venha ser o responsável, mas, aonde a escola, professores e pais venham está implicados. O método utilizado é foi de fundamentação bibliográfica buscando as principais contribuições da mesma

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para uma nova prática de ensino. Tendo isso em vista, foi pensada uma proposta humanista que traz em sua teoria a importância da implicação do sujeito dentro do contexto educacional e como ele re-significar suas experiências.

CONCLUSÃO

Percebe-se a necessidade de se pensar outros métodos de ensino-aprendizagem, onde a educação seja ponderada como libertadora dando ao sujeito a oportunidade de expressar suas formas de subjetividade e criatividade, tendo uma participação ativa, atuando como um agente significador de suas experiências transformando-as e recriando-as. Ou seja, métodos de ensino-aprendizagem que possam auxiliar o individuo a ser autônomo. E tendo isso em vista, foi pensada uma proposta humanista trazida pela fenomenologia existencial que apresenta em sua teoria a importância da implicação do sujeito dentro do contexto educacional e como ele re-significa suas experiências. Traz consigo o desenvolvimento da autonomia do sujeito, a relação entre professor e aluno com um olhar mais próximo, aonde se faz necessário que os professores dêem subsídios para que esses alunos possam desenvolver-se para a significação das mesmas.

REFERÊNCIAS

ANGERAMI-CAMON, V.A.A (org). Psicoterapia e Brasilidade. São Paulo: Cortez editora.2011.

CAPALBO, C. Fenomenologia e ciências humanas. Aparecida, SP: idéias e letras, 2008. CRITELLI, D.M. Analítica do sentido: uma aproximação e interpretação do real de orientação fenomenológica. 2. Ed. São Paulo: Brasiliense, 2007.

FERNANDES, A.M.D; MACHADO, A.M; ROCHA, M.L. Novos possíveis no encontro da

psicologia com a educação. São Paulo: Casa do psicólogo, 2007.

GILES, T.R. História do existencialismo e da fenomenologia. São Paulo : E.P.U, 1989. LAKATOS, E. M; MARCONI, M.A. Fundamentos de metodologia científica. 7. Ed. São Paulo: Atlas, 2010.

LUDWIG, A.C.W. Fundamentos e práticas de metodologia científica. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

MATOS, T.G.R; NASCIMENTO, V. S; PETROLA, D. A F. Educação e libertação: a tessitura de saberes pela práxis. Fortaleza: Premius, 2010.

MIZUKAMI, M.G.N. Temas básicos de educação e ensino. São Paulo: E.P.U, 2011

PEIXOTO, A.J; HOLANDA, A.F. Fenomenologia do cuidado e do cuidar: perspectivas multidisciplinares. Curitiba: Juruá, 2011.

SILVA, C.A.F. Fenomenologia e educação: uma abertura recíproca. Semina: Ciências sociais e humanas; Londrina, v.32, 2011.

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