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GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS NA UE COMO FONTE POTENCIAL DE CONFLITOS NA PENÍNSULA IBÉRICA.

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Academic year: 2021

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GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS NA UE COMO FONTE

POTENCIAL DE CONFLITOS NA PENÍNSULA IBÉRICA.

Proposta de Comunicação

A presente proposta de comunicação tem por base a Dissertação de Mestrado realizado no âmbito do Mestrado de Relações Internacionais e Estudos Europeus ministrado na Universidade de Évora subordinado ao titulo em epigrafe.

Atendendo à evolução dos parâmetros climático no Planeta Terra e ao modo como se prevê que tal venha a afetar o Homem num expectável curto de tempo, verifica-se que apesar dos avisos de décadas, a conduta e decisões por parte dos governos tem sido demasiado escassa perante a gravidade do problema e neste caso de igual forma a UE tem realizado poucas iniciativas de prevenção e ação sobre esta problemática.

Nos últimos 100 anos o clima global tem sofrido profundas alterações especialmente na temperatura, precipitação e radiação solar, alterando de uma forma geral o equilíbrio das reservas de água em várias partes da Europa. De acordo com a especificidade da região, os resultados têm-se traduzido de forma diferente.

Os estudos atuais preveem que as alterações climáticas possam ainda vir a acelerar num futuro próximo, pondo a descoberto uma série de fraquezas, derivado da ausência de respostas e estratégias atempadas para minimizar tais efeitos. Com o continuar do degelo dos glaciares é esperado um aumento no nível médio do mar entre 13 e 68 cm até 2050, só devido à expansão térmica, podendo atingir um máximo de 25 metros quando conjugado com o pior cenário no que diz respeito ao degelo dos glaciares e dos

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2 pólos. Estima-se que a subida de 1 metro do nível médio do mar poderá afetar 13 milhões de pessoas diretamente somente na Europa, podendo chegar indiretamente aos 60 milhões de pessoas.

A União Europeia é uma terra de águas partilhadas. Cerca de 60% da superfície da UE correspondem a bacias hidrográficas que atravessam, pelo menos, uma fronteira nacional, e todos os Estados-membros, com exceção de Chipre e de Malta, contêm troços de, no mínimo, uma região hidrográfica internacional, sendo a água um elemento essencial à vida humana, a sua gestão torna-se critica principalmente perante a sua iminente gradual escassez, bem como à deterioração da sua qualidade.

O trabalho realizado procurou com base em dados bibliográficos, estudos realizados e dados disponíveis analisar e entender o modo como a evolução dos parâmetros climáticos, sobre a água doce poderá influenciar o território da UE, os seus cidadãos e atividades bem como o relacionamento entre os mesmos, atendendo à extensão do citado território, da diversidade cultural, da especificidade de cada região, mas acima de tudo derivado ao facto de a União Europeia, ainda não ter terminado o seu processo de integração política, onde conflituam ainda interesses nacionalistas, tal como a recente crise económica veio comprovar. Visa ainda aprofundar em particular a situação da Península Ibérica, atendendo a que as relações entre Portugal e Espanha sobre as questões da água nunca foram pacíficas e quais os desafios que se apresentam.

A União Europeia iniciou uma abordagem à problemática da gestão dos recursos hídricos em 2000 tendo concebido a Diretiva Quadro “Água”, em torno de um conceito inovador em termos legislativos, tendo definido prazos para a sua concreta aplicação em todos os Estados membros. Decorridos dez anos e com o agravar das alterações climáticas, verifica-se que a implementação da Diretiva não tem cumprido a sua calendarização e objetivos na preservação dos recursos hídricos, nomeadamente água doce na sua plenitude. Resta saber como é que este esforço conjunto ainda poderá ser um instrumento na cooperação internacional e não um instrumento nefasto e gerador de conflitos na ocasião em que os recursos hídricos começarem a escassear.

A Diretiva 2000/60/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 23 de Outubro de 2000- vulgarmente denominada como Diretiva Quadro “Água”, que procura estabelecer

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3 um enquadramento jurídico que visa proteger e recuperar a qualidade da água na Europa, bem como assegurar a sua utilização sustentável a longo prazo.

A Diretiva estabelece uma abordagem inovadora da gestão da água com base nas bacias hidrográficas, as unidades geográficas e hidrológicas naturais, e estabelece prazos concretos para os Estados membros protegerem os seus ecossistemas aquáticos e obrigando os Estados a concertarem-se na gestão dessas mesmas bacias hidrográficas internacionais.

A incapacidade de implementação e o desinteresse demostrado por alguns países demonstra que apesar do cenário grave que se apresenta para a União Europeia, não é motivo suficiente para promover a conciliação de esforços entre os vários Estados membros. Para além deste fator, a incapacidade governativa e de imposição da UE em matérias cruciais de segurança e sustentabilidade não possui a devida acutilância que o caso merece derivado a se tratar de um fator estratégico para toda a União.

Sendo igualmente a UE, um dos principais destinos de imigração dos povos de África, bem como da Europa Central e atendendo aos estudos existentes verifica-se que o envelhecimento da população europeia é igualmente um fator a ter em conta atendendo a uma perspetiva futura, onde a incapacidade de regeneração da população terá de ser equacionada de outra forma. Atendendo ainda que num cenário de migrações derivadas da escassez de recursos, os atuais problemas serão exponenciados e poderão ter de ser aplicadas medidas mais duras e restritivas com as inegáveis implicações dai decorrentes. Atendendo a que os principais rios que estão em território português provêm de Espanha, demonstrando a elevada dependência portuguesa em termos de abastecimento de água doce, mas também para utilização quer na agricultura, quer na industria, perante um cenário de escassez, importa equacionar se os atuais tratados se manterão em vigor e qual a posição que cada um dos países tomará à medida que a situação se agravar. Neste aspeto é importante realçar que as relações entre os dois países nesta área sempre foram conturbadas, tendo existido inclusive alguns episódios de violação dos Tratados assinados.

Procurou-se ainda determinar eventuais mecanismos de resolução da gestão dos recursos hídricos, mas também dos eventuais conflitos entre Estados membros em

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4 particular entre Portugal e Espanha, indicando os prováveis pontos de conflitualidade, percebendo a sua motivação e abrangência das implicações que dai poderão advir. Das conclusões que se chegou após a analise de dados e da bibliografia que serviu de base à realização da Dissertação, salienta-se a necessidade de apostar ao nível da UE de um conjunto de politicas nomeadamente nas áreas educacionais, de preços e quotas, investimentos em estruturas chave, novos modelos de gestão agrícola, investigação e desenvolvimento e organizações transnacionais de gestão das bacias hidrográficas. No que diz respeito à estrutura prevista para a comunicação, a mesma será baseada numa apresentação com recurso ao Prezzi, com a duração de cerca de 20 minutos. Palavras-chave: gestão recursos hídricos, alterações climáticas, conflitos na UE, Península Ibérica

Fernando Miguel Magano Martins Aluno UEvora n.º 7570

fermmartins@gmail.com 961103416

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5 BIBLIOGRAFIA

European Commission (2009) - Guidance document No. 24 – River basin management in a changing climate.

European Environment Agency (2001) - Sustainable water use in Europe: Sectoral use of water. Copenhaga.

European Environment Agency (2001) - Sustainable water use in Europe: Demand management. Copenhaga.

European Environment Agency (2001) - Sustainable water use in Europe: Extreme hydrological events: floods and droughts. Copenhaga.

European Environment Agency (2009) - Water resources across Europe — confronting water scarcity and drought. Copenhaga.

EUWI (2009) – Annual Report.

Food and Agricultural Organization of United Nations (2008) – Climate Change, Water and Food Security. Roma.

Henson, Robert (2009) – Alterações Climáticas. Civilização Editores. Porto. Intergovernmental Panel on Climate Change (2008) – Climate Change and Water,

Technical Paper VI. Genebra.

Intergovernmental Panel on Climate Change (2007) - Climate Change 2007 - Synthesis Report.

Jones, J. Anthony (2010) – Water sustainability: a global view. Hodder Education Parlamento Europeu (2000) – Directiva 2000/60/CE

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6 World Health Organization (2002) – Water and Health in Europe. Finlandia.

Referências

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