Cristalização de Proteinas
Glaucius Oliva
Instituto de Física de São Carlos - USP
Centro de Biotecnologia Molecular Estrutural - CEPID/FAPESP
Passos na análise de cristais de
proteínas por difração de raios-X
• Cristalização
• Coleta de dados de difração de raios-X
• Resolução do problema das fases
Substituição isomórfica múltipla Substituição molecular
MAD
• Interpretação dos mapas de densidade
eletrônica
• Refinamento da Estrutura
Obtaining adequate protein single crystals is the major bottleneck in the process of elucidating a new structure.
Adequate crystals means: • highly ordered
• diffraction to high resolution • suitable size (~0.1mm or less)
Fatos históricos
Friedrich Ludwig Hünefeld
“I have occasionally seen in almost dried blood… rectangular crystalline structures which under the microscope had sharp edges and were bright red.”
(1840 – foi o 1º relator de um cristal proteico) John H. Northrop James B. Sumner Wendell M. Stanley
Cristalização proteica: Nobel em 1946 1a. Est. Crist. Biomolecular (B12; 1957): Nobel em 1964 Max Perutz John Kendrew Nobel em 1962. Hemoglobina/Mioglobina 122 anos! Princípios da Cristalização de Proteínas: 1. Proteína pura e homogênea 2. Solubilidade proteica e precipitação
• Contatos hidrofóbicos; salting in e salting out 3. Supersaturação
• Nucleação
4. Crescimento do cristal 5. Qualidade cristalina
• padrão de difração e limite de resolução
Obtenção de Proteinas para
Cristalização
• Obtenção de proteínas solúveis, puras (“grau
cristalização”) e na quantidade necessária
(tipicamente multiplos de miligramas) é o
gargalo inicial mais crítico para um projeto de
cristalização de proteinas
• Purificação direta da fonte natural
• Expressão heteróloga recombinante
Produção heteróloga de proteínas ‐ O que é?
Por que é importante produzir proteínas heterólogas? Proteína Pura e Homogênea Fontes mais comuns de heterogeneidade • Contaminadas por DNA ou proteínas não relacionadas • Oxidação das cisteínas • Modificações pós‐traducionais • Estados de oligomerização • Isoformas • População de moléculas mal enoveladas • Flexibilidade estrutural
Temperatura de expressão
77 kDa 50 kDa 98 kDa
Escolha do organismo
Outras proteínas de fusão
Dicas de manipulação de proteínas para
cristalização
• Mantenha‐a pura (> 90‐95% em PAGE) e concentrada (> 10 mg/ml) • Seja gentil com sua proteína:
– Evite a formação de espuma
– Manter em gelo durante o trabalho com ela e armazená‐la corretamente, evitando ciclos de congelamento /
descongelamento – Filtro
– Caracterize a pureza, homogeneidade e estabilidade da proteína por PAGE, DLS e / ou MS
– Evite a liofilização
– Evitar o uso de precipitação com sulfato de amônio como etapa final de purificação
Protein
crystal
growth
from
solution:
nucleation
growth
Mas o que significa cristalização? É um fenômeno de transição de fase! Proteína sai da solução para uma fase cristalina, através da indução de supersaturação (depende da solubilidade da proteína). Como? • Adição de agente precipitante (batch) • Remoção de água (difusão de vapor) • Troca de solvente (diálise) • Difusão livre por uma interface • Mudança de pH • Combinaçao Remover água da camada de solvatação Diagrama de Fase para a SolubilidadeParâmetros que afetam solubilidade proteica
• pH
• Temperatura
• Força iônica
• Solventes orgânicos
• Polímeros orgânicos
Dependência da solubilidade proteica em relação à alguns parâmetros ‐ pH Dependência da solubilidade proteica em relação à alguns parâmetros ‐ pHDependência da solubilidade proteica em relação à alguns parâmetros ‐ Temperatura • Temperature manipulates solubility and supersaturation of the sample – normal solubility: in low ionic strength solubility increases with temperature – retrograde solubility: in high ionic strength solubility decreases with temperature • It is convenient to set up trials at different temperatures, e.g. 4°C and room temperature (RT) • RT must be as controlled as possible. • Attention to temperature changes during plate viewing!. In temperatures other than RT, minimize condensation.
Variables to force supersaturation:
Temperature
Dependência da solubilidade proteica em relação à alguns parâmetros ‐ Sais Forca ionica = Log(S) = β – Ks(I) Dependência da solubilidade proteica em relação à alguns parâmetros – Polímeros Orgânicos (PEGs)Log(S) = β – KscPEG • Não existe pegging in• Competição pelas
Nucleação e Crescimento A colisão entre moléculas podem induzir a formação de agregados cristalinos Dis tância (Å) supersaturação Ta manho médio d a agr eg aç ão Nucleação crítica Metaestável zona de nucleação Crescimento cooperativo Separação (centro) Separação média Diâmetro molecular médio de 40 Å A formação de uma massa crítica que permita o crescimento cristalino Concentração de lisozima (mg/mL) O processo de cristalização procede em duas fases: Nucleação e Crescimento Termodinâmica da Cristalização Métodos de Cristalização Difusão de vapor: gota sentada [ppt]gota= [ppt]reservatório 2 A concentração no reservatório mantem‐se praticamente a mesma [ppt]gota= [ppt]reservatório Reservatório Reservatório O equilíbrio acontece com a difusão de vapor O volume da gota diminui, aumentando a concentração de ambos precipitante e proteína Gota contém: proteína + sol. reservatório + aditivos + ligantes + etc... Reservatório contém: agente precipitante + solução tamponante + aditivos, etc... Proteína + sol. reservatório: normalmente 1:1, 2:1 e 1:2 § § Exceção para os precipitantes voláteis Ao final do processo (na gota): a) Aumento na [ppt] b) Aumento na [proteína] Energia de ativação para vencer a barreira da nucleação
Equilíbrio da solução Na maioria das vezes é um processo rápido horas dias (3 a 5) Independente do precipitante, o processo inicia‐se rapidamente e desacelera de acordo com a diferença de concentração de precipitante entre a gota e o reservatório O equilíbrio é dependente da temperatura Tempo (horas) % equilíbr io Dados experimentais + 4˚C ∆ 25˚C Adaptado de Fowlis et al 1988. J. Cryst. Growth 90:117. O equilíbrio cessa no momento em que a pressão osmótica das duas soluções se igualam Diagrama de Cristalização para Difusão de Vapor Diagrama de Cristalização para Difusão de
Vapor
Crystallization strategies: how to
optimize crystallization trials
•Sparse Matrix (“random”)
Biased samplings of crystallization parameters selected from literature
•Grid Screens
One or two parameters systematically varied
•Incomplete factorials
all parameters varied
simultaneously and randomly statistically balanced
Exemplo do espaço 3D de Cristalização Matriz Esparsa
• Condições de cristalização são baseadas em um número limitado de soluções e agentes precipitantes (screens), escolhidos de acordo relatos científicos de sucesso na cristalização de macromoléculas • Muitos diferentes tipos de screens são disponíveis no mercado • Os screens cobrem uma vasta gama de soluções tamponantes, pH,
aditibos e agentes precipitantes
• Nota: screenis do tipo “matrizes esparsas” envolvem uma
aleatoriedade intencional no tocante às possíveis combinações de condições que funcionaram anteriormente
JBScreen Family JBScreen Classic The JBScreen Classic Kits 1‐10 cover 240 (10 kits x 24 conditions each) of the most prominent conditions for protein crystallization. Their compositions result from mining of literature data of several thousands of crystallized proteins. JBScreen represents the selected statistically most successful buffers that yielded protein crystals suitable for X‐ray diffraction. BScreen Basic Based on the classic sparse matrix crystallization screen published first by Jancarik and Kim in 1991, it contains 96 unique reagent mixtures for screening a wide range of pH and various salts and precipitants. JBScreen Membrane The optimized screen for hydrophobic and membrane proteins JBScreen Kinase A highly effective crystallization screen based on data analyses of published kinase structures JBScreen Nuc‐Pro A highly effective sparse matrix screen based upon extensive screening of the PDB, with focus on entries by structural genomic initiatives, the BMCD and other protocols. JBScreen PEG/Salt Efficient screening of PEG 3350 and PEG 5000 MME versus 48 different salts JBScreen Pentaerythritol
A systematic crystallization screen based on pentaerythritol polymers as precipitants developed by Ulrike Demmer from the Max‐Planck‐Institute for Biophysics in Frankfurt.
JBScreen PACT ++
Systematic screen for pH, anion, cation testing in the presence of polyehtylene glycol
JBScreen JCSG ++ Optimized sparse matrix screen developed by the Joint Center for Structural Genomics (JCSG) Pi‐Screens Developed at the MRC Cambridge ‐ Crystallization Screens for soluble and integral membrane proteins based on Pi sampling strategy JBScreen Wizard A highly effective random sparse matrix screen for crystallizing proteins, peptides, nucleic acids and macromolecular complexes Otimização da Condição de Cristalização hit hit Sal contra PEG screen Sal contra PEG screen pH contra PEG screen pH contra PEG screen
Materiais usados em cristalização de Proteínas mosquito HoneyBee Cristalização em larga escala Cristalização manual + ALGUNS EXEMPLOS DE CRISTAIS DE PROTEÍNAS: