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EDIFICAÇÕES. Técnicas construtivas Memória de aula 03 MARCAÇÃO DE OBRA

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Academic year: 2021

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Professora Carolina Barros

EDIFICAÇÕES

Técnicas construtivas

Memória de aula 03

MARCAÇÃO DE OBRA

1. LOCAÇÃO DA OBRA

A locação de uma obra consiste em marcar no solo a posição de cada um dos elementos constitutivos da obra, reproduzindo em tamanho natural o que a planta representa em escala reduzida. A execução da locação, sempre na presença do engenheiro ou arquiteto, deve ser feita com o maior rigor possível, utilizando equipamentos e técnicas que garantam o perfeito controle das dimensões do edifício. Deve-se dar preferência a equipamentos eletrônicos (teodolitos, níveis a laser) e materiais de boa qualidade (tábuas, pontaletes, marcos, tintas), lembrando que a locação é o ponto de partida da obra e que definirá todo o controle da edificação.

A locação do edifício deve ser iniciada pelos elementos da fundação (estacas, tubulações, sapatas isoladas ou corridas, entre outros). Depois de executadas, pode ser necessária a locação das estruturas intermediárias (blocos e baldrames). Estes elementos são demarcados pelo eixo, definindo-se posteriormente as faces, se necessário. Por exemplo, sapatas corridas, baldrames e alvenarias.

No projeto de implantação, o edifício sempre está referenciado a partir de um ponto conhecido e previamente definido. A partir deste ponto, passa-se a posicionar (locar) no solo a projeção do edifício desenhado no papel.

É comum ter-se como referência os seguintes pontos:

ƒ · o alinhamento da rua;

ƒ · um poste no alinhamento do passeio; ƒ · um ponto deixado pelo topógrafo quando

da realização do controle do movimento de terra; ou· uma lateral do terreno.

Para ilustrar estes referenciais, suponha a necessidade de implantação de uma casa térrea de área 10x15m², em um terreno de 20x40m² de área. Neste caso, no projeto de implantação, deverá existir um referencial fixo a partir do qual seja possível definir o perímetro da casa e os seus recuos com relação aos limites do terreno. Este referencial poderá ser o próprio alinhamento do terreno, caso ele esteja corretamente definido, ou mesmo o alinhamento do passeio, como exemplifica a figura

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A demarcação poderá ser realizada totalmente com o auxílio de aparelhos topográficos (teodolito e nível), com o auxílio de nível de mangueira, régua, fio de prumo e trena, ou ainda, um misto entre os dois. A definição por uma ou outra técnica dependerá do porte do edifício e das condições topográficas do terreno.

O processo topográfico é utilizado principalmente em obras de grande extensão ou em obras executadas com estrutura pré-fabricada (de concreto ou aço), pois neste caso, qualquer erro pode comprometer seriamente o processo construtivo. Nos casos de edifícios de pequena extensão, construídos pelo processo tradicional, é comum o emprego dos procedimentos “manuais".

Em quaisquer dos casos, porém, a materialização da demarcação exigirá um elemento auxiliar que poderá ser constituído por simples piquetes, por cavaletes ou pela tabeira (também

denominada tapume, tábua corrida ou gabarito).

Os métodos mais utilizados são: ƒ Processo dos cavaletes.

ƒ Processo da tábua corrida (gabarito)

ƒ Procedimentos que antecedem a locação da obra:

- O terreno deve estar limpo (capinado) e, preferencialmente, na cota de arrasamento das fundações (estacas ou sapatas).

- É necessário conseguir a referência inicial que pode ser um ponto definido no terreno e um rumo ou uma parede de construção vizinha. A referência mais comum em obras urbanas é o alinhamento predial que geralmente é marcada por equipe de topógrafo da prefeitura ou por empresa prestadora de serviços contratada pela município.

- estudar os projetos.

- Providenciar todos os equipamentos e ferramentas necessários;

ƒ Equipamentos e ferramentas necessárias para se realizar a locação de uma obra:

- teodolitos e níveis; - nível de mangueira;

- trena metálica de 30 metros (jamais usar trena de lona, plástico ou metro de madeira); - linhas de nylon;

- nível de pedreiro; - Prumo;

- Arame;

- tinta esmalte (cores vermelha e branca), marreta, martelo e pregos etc.

Termos utilizados na locação de obras

Cota de arrasamento ou de respaldo – é a cota da face superior das estacas ou sapatas. Esquadros - são gabaritos ou triângulos retângulos, com lados de 30, 40 e 50 cm, ou 60, 80 e

100, ou ainda, 90, 120 e 150 cm. Para esquadros maiores podem-se usar trenas com lados de 3, 4 e 5 metros ou mais.

Piquetes – pequenas estacas de madeira que servem para marcar o local de execução de um

elemento estrutural.

Pontos notáveis – são pontos de referência iniciais, como por exemplo: alinhamento de parede

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Testemunhos - marcos de concreto que geralmente marcam a existência de um piquete para

realizar conferências no gabarito.

Tolerância – é o erro admitido nas marcações (até 3 mm no lado maior do esquadro de 5

metros).

Triangulação – verificação do esquadro com os triângulos retângulos.

2. PROCESSO DOS CAVALETES

Os alinhamentos são fixados por pregos cravados em cavaletes. Estes são constituídos de duas estacas cravadas no solo e uma travessa pregada sobre elas.

Devemos sempre que possível, evitar esse processo, pois não nos oferece grande segurança devido ao seu fácil deslocamento com batidas de carrinhos de mão, tropeços, etc...

Cavaletes

Depois de distribuídos os cavaletes, previamente alinhados conforme o projeto, linhas são esticadas para determinar o alinhamento do alicerce e em seguida inicia-se a abertura das valas

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3. PROCESSO DA TÁBUA CORRIDA (GABARITO)

Este método se executa cravando-se no solo cerca de 50cm, pontaletes de pinho de (3" x 3" ou 3" x 4") ou varas de eucalipto a uma distância entre si de 1,50m e a 1,20m das paredes da futura construção, que posteriormente poderão ser utilizadas para andaimes.

Nos pontaletes serão pregadas tábuas na volta toda da construção (geralmente de 15 ou 20 cm), em nível e aproximadamente 1,00m do piso. Pregos fincados nas tábuas com distâncias entre si iguais às inter-distâncias entre os eixos da construção, todos identificados com letras e algarismos respectivos pintados na face vertical interna das tábuas, determinam os alinhamentos.

Nos pregos são amarrados e esticados linhas ou arames, cada qual de um nome interligado ao de mesmo nome da tábua oposta. Em cada linha ou arame está materializado um eixo da construção. Este processo é o ideal.

Marcação sobre gabarito

Processo da Tábua Corrida – Gabarito

Como podemos observar o processo de "Tábua Corrida" é mais seguro e as marcações nele efetuadas permanecem por muito tempo, possibilitando a conferência durante o andamento das obras. Não obstante, para auxiliar este processo, pode-se utilizar o processo dos cavaletes.

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4. TRAÇADO

Tendo definido o método para a marcação da obra, devemos transferir as medidas, retiradas das plantas para o terreno. Quando a obra requer um grau de precisão, que não podemos realizar com métodos simples devemos utilizar aparelhos topográficos. Isto fica a cargo da disciplina de topografia, cabendo a nós, para pequenas obras, saber locá-las com métodos simplificados.

TRAÇADO DE ÂNGULOS RETOS E PARALELAS

É indispensável saber traçar perpendiculares sobre o terreno, pois é através delas que marcamos os alinhamentos das paredes externas, da construção, determinando assim o esquadro. Isto serve de referência para locar todas as demais paredes.

Um método simples para isso, consiste em formar um triângulo através das linhas dispostas perpendicularmente, cujos lados meçam 3 - 4 e 5m (triângulo de Pitágoras), fazendo coincidir o lado do ângulo reto com o alinhamento da base.

Traçado de ângulos retos e paralelas sobre o gabarito Outro método consiste na utilização de um

esquadro metálico (geralmente 0,60x0,80x1,00m) para verificar o ângulo reto

O esquadro deve ficar tangenciando as linhas sem as tocá-las, quando as linhas ficarem paralelas ao esquadro garantiu o ângulo reto.

Traçado de ângulos retos e paralelas sobre o gabarito utilizando esquadro metálico

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TRAÇADO DE CURVAS

A partir do cálculo do raio da curva (que pode ser feito previamente no escritório) achamos o centro e, com o auxílio de um arame ou linha, traçamos a curva no terreno (como se fosse um compasso).

Traçado de curva de pequeno raio

Este método nos fornece uma boa precisão, quando temos pequenos raios. No caso de grandes curvas, podemos utilizar um método aproximado, chamado método das quatro partes. Consiste em aplicar, sucessivamente, sobre a corda obtida com a flecha precedente, a quarta parte deste último valor. Encontram-se assim, por aproximações sucessivas, todos os pontos da curva circular.

Portanto, com o auxílio do gabarito, inicialmente devemos locar as fundações profundas do tipo estacas, tubulações ou fundações que necessitam de equipamentos mecânicos para a sua execução, caso contrário podemos iniciar a locação das obras pelo projeto de forma da fundação ("paredes").

5. LOCAÇÃO DE ESTACAS

Serão feitas inicialmente a locações de estacas, visto que qualquer marcação das "paredes" irá ser desmarcada pelo deslocamento de equipamentos mecânicos. O posicionamento das estacas é feito conforme a planta de locação de estacas, fornecida pelo cálculo estrutural.

A locação das estacas é definida pelo cruzamento das linhas fixadas por pregos no gabarito. Transfere-se esta interseção ao terreno, através de um prumo de centro.

No ponto marcado pelo prumo, crava-se uma estaca de madeira (piquete), geralmente de peroba, com dimensões 2,5x2, 5x15, 0 cm.

Utilizando o gabarito, podemos passar todos os pontos das estacas para o terreno, utilizando como já descrito a linha o prumo de centro e estacas de madeira:

Locação da estaca

Após a execução das estacas e com a saída dos equipamentos e limpeza do local podemos efetuar, com o auxílio do projeto estrutural de formas a locação das "paredes".

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6. LOCAÇÃO DA FORMA DE FUNDAÇÃO "PAREDES"

Devemos locar a obra utilizando os eixos, para evitarmos o acúmulo de erros provenientes das variações de espessuras das paredes.

Em obras de pequeno porte ainda é usual o pedreiro marcar a construção utilizando as espessuras das paredes. No projeto de arquitetura adotamos as paredes externas com 25 cm e as internas com 15 cm, na realidade as paredes externas giram em torno de 26 a 27 cm e as internas 14 a 14,5cm difícil de serem desenhadas a pena nas escalas usuais de desenho 1:100 ou 1:50, por isso da adoção de medidas arredondadas que acumulam erros. Hoje com o uso de softwares específicos ficou bem mais fácil.

7. SEQUENCIA DE LOCAÇÃO DE OBRA

A seguir são descritos passos que devem ser seguidos na locação de uma obra, usando ferramentas adequadas, antes de iniciar a locação da obra, o terreno deve estar limpo (capinado) e, de preferência, na cota de arrasamento das fundações. A locação é então iniciada a partir de um ponto conhecido e previamente definido. Pode-se ter como referencia os seguintes pontos: o alinhamento da rua; um poste no alinhamento do passeio; um ponto deixado pelo topógrafo; uma lateral do terreno. a) Conferir a referência e limitar o terreno a partir do alinhamento, marcando os limites do terreno;

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b) Marcar uma das faces (pode ser a frontal) do gabarito a 1,2 metros da futura construção (1,2 a 1,5 m), considerando como a obra vai ficar no terreno (recuo - o alinhamento frontal recuado em 5 metros), a partir do alinhamento predial;

c) Confeccionar a face escolhida com estacas ou pontaletes (3"x3" ou 3"x4") espaçados de 1,5 a 3,0 metros e alinhados rigorosamente por uma das faces (esticar uma linha de nylon). Depois de consolidados no terreno, os pontaletes devem ser nivelados (nível de mangueira), cortados no topo a uma altura de 40 a 50 cm do solo (até 1 a 1,2 m) e ter pregado na sua face interna tábuas (de boa qualidade) de 1"x6" (pode ser 1"x4") devidamente niveladas;

d) A partir da primeira face, marcar e confeccionar as demais faces do gabarito, usando triângulos retângulos (gabaritos) para garantir a ortogonalidade do conjunto (esquadro), conferindo sempre até travar todo o conjunto com mãos-francesas e contraventamento, se necessários;

e) Pintar o gabarito, preferencialmente, com tinta esmalte branca (pode ser látex);

f) Dependendo do método de locação utilizado ou da existência de projeto de locação, faz-se a marcação no topo da tábua interna colocando pregos em alturas diferentes para identificar eixos, faces laterais de paredes etc. Marcar na tábua a linha de pilares com tinta esmalte vermelha; g) Marcar todos os pontos de referência na tábua sempre usando trena metálica e efetuar a conferência (mestre, engenheiro ou arquiteto). Um bom método de conferência é o inverso, ou seja,voltar do último ponto marcado, fazendo o caminho inverso da locação;

h) Com duas linhas de nylon n.80 (preferência arame de aço recozido n.18) esticadas a partir das marcações do gabarito e no cruzamento das linhas transferir as coordenadas das estacas (sapata ou elemento que venha a ser executado) para o terreno, usando um fio de prumo (250 g) marcar o ponto exato da estaca (centro), cravando um piquete (pintado de branco);

i) No caso de haver movimentação de equipamentos pesados (bate-estacas, máquinas e caminhões) procederem à cravação com um rebaixo em relação ao terreno e marcar o local do piquete.

j) No caso da necessidade de se traçar uma curva de pequeno raio, acha-se o centro desta a partir do cálculo do raio da curva (que pode ser feito previamente no escritório), e, com o auxílio de um arame ou linha, traça-se a curva no terreno (como se fosse um compasso).

l) Colocar proteções e avisos da existência do gabarito para evitar abalroamento e deslocamentos que possam por em risco a exatidão do controle geométrico da obra. Alertar para que não utilizem o gabarito como andaime, apoio para materiais, passarelas etc.

ANOTAÇÕES

1 - Nos cálculos dos volumes de corte e aterro, os valores são mais precisos se o número de seções for maior.

2 - Na execução do gabarito, as tábuas devem ser pregadas em nível.

3 - A locação da obra deve, de preferência, ser efetuada pelo engenheiro ou conferida pelo mesmo. 4 - A marcação pelo eixo, além de mais precisa, facilita a conferência pelo engenheiro.

5 – Verificar os afastamentos da obra, em relação às divisas do terreno.

6 – Constatar no terreno a existência ou não de obras subterrâneas (galerias de águas pluviais, ou redes de esgoto, elétrica ) e suas implicações.

7 – Verificar se o terreno em relação às ruas está sujeito a inundação ou necessita de drenagem para águas pluviais.

8 – Confirmar a perfeita locação da obra no que se refere aos eixos das paredes, pilares, sapatas, blocos e estacas.

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