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Mapeamento das Áreas de Castanhais no Projeto de Assentamento Agroextrativista PAE- Botos/ Humaitá-AM

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Academic year: 2021

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Mapeamento das Áreas de Castanhais no Projeto de Assentamento Agroextrativista PAE- Botos/ Humaitá-AM

Mapping of the nuts in the Areas of Project of Nesting Agroextrativista PAE- Botos / Humaita -Am

PAES, Luciano Ferreira1; NOGUEIRA, Ana Claudia Fernades2 RODRIGUES, José

Cunegundes Weckner3; BORDINHON, André Moreira4; SILVA, Viviane Vidal da5;

1Universidade Federal do Amazonas, Humaitá, AM, ferreirapaes@hotmail.com; 2Universiade

Federal do Amazonas, Humaitá, AM, anamanaus@gmail.com. 3Universidade Federal do

Amazonas, Humaitá, AM, jose_cunegundes@yahoo.com.br; 4Universiade Federal do

Amazonas, Humaitá, AM, ambordinhon@gmail.com; 5Universiade Federal do Amazonas,

Humaitá, AM, silvavv@gmail.com;

Resumo: O uso dos recursos naturais não madeireiros é uma prática comum em

comunidades rurais amazônicas. Desta forma, este trabalho foi realizado no Projeto de Assentamento Agroextrativista Botos localizado no município de Humaitá/AM. O objeto central estava voltado ao uso sustentável da castanha-do-brasil, com vista a subsidiar a construção de um plano de uso comum dos castanhais presentes no PAE Botos. De acordo com dados levantados pelo Núcleo de Pesquisa e Extensão em Ambiente Socioeconomia e Agroecologia (NUPEAS) da Universidade Federal do Amazonas, na área do PAE Botos existem diversos conflitos que envolvem a coleta da castanha-do-brasil no período de outubro a março. Estão envolvidos neste conflito assentados do PAE Botos e proprietários de terras particulares localizadas no entorno do assentamento. Afim de identificar e mapear as áreas que são de direito dos assentados, o NUPEAS junto com o Instituto Nacional de Colonizaçao Reforma Agrária (INCRA) elaborou um plano de ação que foi dividido em quatro etapas. No entanto, este texto trará os resultados das duas primeiras etapas que consistiram na reunião de apresentação do projeto aos assentados e nas coletas dos dados de campo para o mapeamento dos castanhais.

Palavras-chave: Castanha do Brasil; Extrativistas; Conflitos, mapa.

Abstract: The use of the natural resources no loggers are a common practice on Amazonic

rural communities. In this way, this work was made on the Projeto de Assentamento Agroextrativista Botos, lacated in the Municipality of Humaitá/Am. The central object was aiming the sustainable use of Castanha-do-Brasil, aiming subsidize the construction of a plan of common use of the nuts areas present at PAE Botos. According with collected data for the Nucleo de pesquisa e Extensão em Ambiente, Socioeconomia e Agroecologia (NUPEAS) by Universidade Federal do Amazonas, on the area of PAE Botos, there’s a lot of conflicts that evolve the collect of Castanha-do-Brasil in the period of October to March. Are involved in this conflict settlers of the PAE Botos and field owners located around the settlement. Aiming

identify and map the areas which are rights of the settlers, NUPEAS with the Instituto Nacional de Colonização Agraria (INCRA) made a plant of action which was divided in four steps. However, this text will bring the results of the first two steps that consisted in the

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meeting presentation meeting of the project to the settlers and in the field data collect for the map of the nuts areas.

Keywords: Brazil nuts, extractive, conflicts, map.

Contexto

Este relato apresenta uma das várias atividades desenvolvidas pelo Núcleo de Pesquisa e Extensão em Ambiente, Socioeconomia e Agroecologia- NUPEAS, em comunidades rurais e assentamentos na região sul do Amazonas. O núcleo é financiado através do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela Chamada 081/2013 (MDA/MAPA/MCTI/MEC), e está vinculado ao Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente (IEAA) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), campus Humaitá/AM. A partir de trabalhos de iniciação científica, monografia e diagnósticos realizados desde 2010, no PAE Botos, identificou-se que existem vários conflitos que estão atrelados as formas de uso das áreas de castanhais dentro do perímetro do assentamento. Os projetos de assentamento agroextrativistas são considerados pelo INCRA como ambientalmente diferenciados e foram criados especificamente para a Amazônia com o objetivo de regularizar a situação fundiária de populações tradicionais que vivem em áreas de floresta sem nenhuma garantia de posse ou concessão legal de terra. Os conflitos ocorrem principalmente pela ausência de um mapeamento que possibilite a indicação de quais castanhais estão no perímetro do PAE-Botos.

Desta forma, a construção coletiva deste mapeamento municiaria os assentados de informações concretas sobre suas áreas de direito e quais áreas de fato não pertencem ao assentamento. Como aproximadamente noventa 90% dos moradores já residiam na área que hoje é o assentamento o mapa mental para a coleta da castanha muitas vezes não corresponde ao perímetro oficial da área. Tendo por base esses problemas, o trabalho apresenta como objetivo elaborar o mapa das áreas de castanhais do PAE, possibilitando a redução dos conflitos entre moradores das comunidades situadas dentro do Assentamento e a população do seu entorno.

Descrição da Experiência

Esta experiência teve início em agosto de 2016 com uma equipe multidisciplinar do NUPEAS em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas- IDAM, e o INCRA, gerência de Humaitá/AM. A partir de uma agenda de trabalho comum, organizou-se e realizou-se um encontro com os moradores do projeto de assentamento na escola da comunidade de Muanense. Este encontro tinha por objetivo elaborar um mapa mental das áreas de castanhais que são exploradas e consideradas pelos assentados como dentro do perímetro do projeto; e construir uma agenda de viagem para a coleta das coordenadas geográficas com o apoio dos assentados.

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O PAE Botos está localizado no sul do estado do Amazonas, município de Humaitá, distante 670 km de Manaus, capital do estado. De acordo com banco de dados do NUPEAS (2016), dentro do assentamento residem aproximadamente cem famílias distribuídas em 12 comunidades, numa área total de 101.394 hectares (INCRA, 2004). O acesso ao assentamento se dá somente por via fluvial e a castanha-do-brasil se destaca como um dos recursos naturais que contribui como a principal fonte de renda dos moradores do assentamento.

Na primeira etapa da experiência foi construída uma agenda de trabalho coletiva entre o NUPEAS e o INCRA/Humaitá. Por meio desta agenda reconheceu-se que as atividades de coleta da castanha-do-brasil é um dos principais tensores das relações sociais entre os assentados e a população do entorno do PAE. Desta maneira, como ainda não foi elaborado o Plano de Desenvolvimento do Assentamento (PDA) do PAE, constatou-se que a construção coletiva de um Acordo de Uso Comum dos Castanhais minimizaria os atuais conflitos e serviria como subsídio para a elaboração do PDA. Para a mobilização dos assentados o INCRA emitiu convites que foram fixados nos barcos que realizam transporte para a localidade, além de serem colocados avisos na rádio local convidando os interessados. O encontro para a apresentação da proposta e elaboração do mapa mental, que podem ser descritos desenhos concebidos a partir das observações sensíveis, da experiência humana no lugar e não se baseiam em informações precisas e rigorosamente estabelecidas (LIMA E KOZEL 2009)), ocorreu na escola rural Joao da Cruz que está localizada na comunidade Muanense. A escolha desta escola deveu-se a sua localização estratégica para a locomoção dos assentados. Como a distância entre uma comunidade e outra pode ser medida em tempo, numa distância de duas a até cinco horas, fazia-se necessário um local em que o acesso de todos e todas fosse facilitado.

O encontro para elaboração do mapa mental contou com a participação dos (as) assentados (as), sendo 30 homens e 10 mulheres, estudantes e professores da Universidade Federal do Amazonas -UFAM, técnicos do IDAM e do INCRA (figura 1). Após a explanação do debate do objetivo do encontro, bem como a anuência dos presentes, os participantes foram divididos em grupos de acordo com sua localidade. A equipe de animação foi dividida nos grupos e tinha como foco ajudar na construção do mapa sem, no entanto, interferir nas percepções de localização, espaço e distância dos assentados. Cada equipe recebeu lápis e pinceis e algumas folhas de papel madeira e os próprios extrativistas fizeram os desenhos de acordo com seus conhecimentos referentes a localização das áreas dos castanhais (figura 2).

Cada equipe produziu um (01) um mapa, nesta etapa do trabalho foram construídos seis (06) mapas, quando todas as equipes finalizaram a construção do mapa mental foram convidados para uma única sala onde todos os mapas foram dispostos de forma visível, dando início a elaboração de um único mapa a partir dos trabalhos realizados em cada equipe. Com a montagem desse mapa os extrativistas

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começaram a fazer algumas correções apontando que tinham castanhais localizados no local errado, ou outras áreas estavam com nomes trocados, castanhais inexistentes, além de castanhais que as equipes não haviam colocado no mapa.

A segunda etapa do trabalho foi a coleta dos pontos em lócus (figura 3), para elaborar o mapeamento das áreas pertencentes ao assentamento que são utilizadas pelos extrativistas. Nesta etapa participaram dois técnicos pertencentes ao NUPEAS e os assentados que participaram da reunião e conheciam as áreas dos castanhais. O trabalho foi dividido em três fases, na primeira a equipe realizou o mapeamento na região do lago do Carapanatuba e contou com o apoio dos assentados Raimundo, José e Mario, nessa região foram visitados 16 (dezesseis) áreas de castanhais. As distâncias entre os mesmos chegavam até 30 quilômetros, contudo a equipe sempre retornava para pernoitar na residência do senhor Raimundo. Aara se locomover até as áreas de coleta a equipe teve que caminhar e em algumas situações foi usado motor de popa (rabeta).

Figura 1. Reunião com os extrativistas do PAE-Botos

Fonte; NUPEAS, 2016.

Figura 2. Elaboração dos mapas mentais Fonte; NUPEAS, 2016.

Figura 3. Coleta dos pontos para elaborar o mapa com a localização dos castanhais

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Em outra etapa o trabalho foi realizado próximo a comunidade do Pirapitinga, onde a equipe teve o apoio de dois assentados o senhor Valdino e seu irmão José. Nesta região do assentamento foram visitados 06 (seis) castanhais e para chegar até os mesmos foram realizadas caminhada e utilizado o motor de popa, nesta área a equipe teve que pernoitar nos castanhais. Para finalizar esta etapa de mapeamento a equipe visitou as áreas de coleta na região do lago do Botos e foram visitados 12 (doze) castanhais. Nesta localidade a equipe teve o apoio de dois extrativistas o senhor Pedro Onofre e seu Fura. Para chegar até os castanhais foi realizada somente caminhadas, sendo necessário pernoitar nos castanhais.

Resultados

Na realização desta atividade foi possível perceber que os moradores do PAE Botos têm interesse em resolver os conflitos gerados pelo uso castanhais dentro do projeto. Durante o encontro para elaboração do mapa mental foi relatado que há anos se tenta resolver esta situação junto aos órgãos competentes, contudo estes nunca chegaram a ser resolvidos.

Com a realização desta atividade a equipe foi observado que a coleta da castanha por parte dos moradores é desenvolvida com muito sacrifício e dificuldades, pois a grande maioria das áreas de exploração desse recurso fica distante das comunidades, fazendo com que em muitos casos os moradores sejam obrigados a deixar esposa e filhos sozinhos em casa enquanto passam de dias colhendo castanha.

Outra grande dificuldade que foi relatada pelos assentados e observado pela equipe são as distâncias que estes precisam carregar as sacas com as castanhas até o local onde realizam a venda. O acesso é difícil tanto por via terrestre quanto fluvial. A equipe encontrou algumas dificuldades no decorrer da experiência, nesse período as pessoas que trabalham com a colheita da castanha estão realizando outras atividades fora do assentamento, pois a coleta é realizada entre outubro a março. Em alguns locais foi difícil encontrar pessoas que pudessem acompanhar o trabalho em campo, outro problema é que algumas pessoas que não participaram da reunião onde foi explicado como funcionaria o trabalho e se intitularam os donos desses castanhais colocam dificuldades para realizar o trabalho achando que este poderia trazer problemas para os mesmos futuramente.

Referências

INCRA. Instituo Nacional de Colonização e Reforma Agraria. Portaria INCRA/SR (15) AM/N 08/2004.

LIMA, A. M. L.; KOZEL, S. Lugar e mapa mental: uma análise possível. Universidade Estadual de Londrina, Departamento de Geociências. Geografia. V. 18, n. 1, jan. /Jun. 2009.

Referências

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