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Reflexões sobre o Processo Ensino Aprendizagem em Ambientes Virtuais

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Academic year: 2021

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Reflexões sobre o Processo Ensino Aprendizagem em Ambientes

Virtuais

Siony da Silva1

Resumo

A incorporação dos recursos tecnológicos na educação tem promovido modificações na forma de ensinar e aprender a distância.

O avanço no desenvolvimento dessas ferramentas têm possibilitado seu emprego nas plataformas de aprendizagem ou Ambientes Virtuais de Aprendizagem criando um local em que o aluno pode participar de forma ativa e colaborativa.

Este artigo tem por objetivo refletir sobre os recursos de comunicação e informação disponíveis nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem como recursos para a criação de um aprendizado autônomo, participativo e colaborativo.

Palavras-chave: Interação, Ambientes Virtuais de Aprendizagem, Educação a

Distância.

Abstract

The incorporation of technological resources in education has promoted changes in the way of teaching and learning at a distance.

The breakthrough in the development of these tools have enabled its use in learning plataforms or Virtual Learning Environments by creating a place where students can participate actively and collaboratively.

1

Mestre em Educação

Professora do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia de São Paulo sionysilva@gmail.com

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This article aims to reflect on the communication and information resources in Virtual Learning Environments available as resources for the creation of an autonomous learning, participatory and collaborative.

Keywords:Interaction, Virtual Learning Environments, Distance Education

Introdução

O emprego dos recursos tecnológicos tem proporcionado grandes reflexões sobre a forma de ensinar e aprender presencialmente ou a distância.

Criar cursos a distância implica em elaborar um planejamento, formado por uma equipe multidisciplinar e que tenha como objetivo um aprendizado em que o aluno seja autônomo e participe de um ambiente de colaboração e interação entre os participantes, com uma proposta “na qual a tônica é o estudo e a construção de certo conhecimento, em equipe”. (OKADA, 2009, p. 80).

Pallof, Pratt (2002), destacam os seguintes elementos para que um curso à distância tenha sucesso: honestidade (os participantes têm que ter a sensação de segurança e confiar nas pessoas que participam do grupo); correspondência (deve haver interação); respeito; pertinência (estimular o aluno a relacionar o conteúdo aprendido à experiência de vida); franqueza (os participantes devem ter a possibilidade de fazer e receber comentários em um ambiente de respeito e confiança) e autonomia.

Isto implica em comprometimento com o aprendizado por parte dos profissionais da educação e dos alunos. As tecnologias são recursos que auxiliam esse processo.

Faremos com as tecnologias mais avançadas o mesmo que fazemos conosco, com os outros, com a vida. Se somos pessoas abertas, as utilizaremos para comunicar-nos mais, para interagir melhor. Se somos pessoas fechadas, desconfiadas, utilizaremos as tecnologias de forma defensiva, superficial. Se somos pessoas autoritárias, utilizaremos as tecnologias para controlar, para aumentar o nosso

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poder. O poder de interação não está fundamentalmente nas tecnologias mas nas nossas mentes.(MORAN, 2009, p. 11)

Ambientes Virtuais de Aprendizagem

Atualmente, existem muitos ambientes que disponibilizam interfaces para a administração dos cursos, planejamento, implantação, gestão e avaliação dos alunos em cursos à distância. Dessa forma, o professor embasado em uma teoria pedagógica, tendo conhecimento do conteúdo e dos recursos tecnológicos pode elaborar o curso, utilizando várias mídias (som, imagem, texto) e interfaces de interação. Os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs), entre eles Moodle, Teleduc, Sakai, passam a ser utilizados em cursos semipresenciais (blended-learning) ou totalmente à distância, e com isso, provocam uma modificação na forma de ensinar e aprender.

Ambientes virtuais de aprendizagem são espaços na Web constituídos de hipertextos, de links de acesso a informações e de ferramentas de comunicação. São espaços possíveis de interações sociais sobre ou em torno de um objetivo comum, que nesse caso é a produção de conhecimento e o desenvolvimento de aprendizagem e de saberes. Não é a interface em si o mais importante e sim as operações que a interface permite que ocorram e o plano pedagógico que sustenta o processo de aprendizagem. Essas operações estão relacionadas à apropriação do ambiente, à percepção dos espaços existentes e aos fluxos de comunicação que permitem que ocorram as interações e co-operações entre os aprendentes. (SOARES, LUCIANO, 2004, p3)

O professor nesse ambiente incentiva, orienta e estimula o aprendizado individual e em grupo. Para isso, estabelece um clima de respeito, segurança e afetividade entre os participantes.

Algumas interfaces no ambiente que poderão ser utilizadas nessa interação: - perfil: local onde os participantes disponibilizam informações para que o grupo possa conhecê-los;

- fórum: local onde os participantes fazem comentários sobre determinado tema proposto pelo professor. Este ambiente possibilita a comunicação entre o grupo, e por

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ser um ambiente assíncrono, o aluno terá tempo de ler o comentário dos colegas/professor, refletir e fazer a sua contribuição;

- chat: comunicação síncrona. Esta ferramenta possibilita a conversa entre os participantes do grupo. Em muitas situações é um recurso utilizado para que o grupo se conheça, ou para tratar de um tema previamente definido pelo professor;

- correio eletrônico: contato entre os participantes do grupo;

- glossário: os alunos disponibilizam conteúdos que poderão ser acessados pelo grupo;

- wiki : ambiente para elaboração conjunta de um texto. Através desse recurso, o aluno elabora junto com colegas atividades textuais que poderão ser editadas por todos. Essa ferramenta estimula o respeito às colocações dos colegas e a responsabilidade dos conteúdos que são elaborados;

- diário de bordo: possibilita a reflexão do aluno sobre seu aprendizado;

- videoconferência: os participantes têm a oportunidade de ouvir e ver os participantes do grupo;

- café virtual: local onde os participantes tratam os mais variados temas. Mais um local de descontração e de grande importância para o fortalecimento do grupo;

- portfólio – ferramenta que pode ser utilizada para o aluno armazenar trabalhos desenvolvidos durante o curso;

- recursos disponibilizados pelo curso: através dos materiais (vídeos, textos, sons) o aluno tem acesso aos conteúdos para que posteriormente possa participar das atividades de interação.

Convém destacar que somos pessoas com diferenças culturais, e de aprendizagem, e na medida do possível devemos proporcionar vários recursos para atender a essa diversidade. Além disso, os conhecimentos prévios dos alunos deverão ser valorizados, para que os novos conteúdos tenham significado no processo de aprendizagem do aluno.

Base Pedagógica

Muitos autores enfatizam o processo ensino-aprendizagem em EaD sob a ótica sociointeracionista de Vigotsky.

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Vigotsky postulava que todos os processos psicológicos superiores apareciam primeiramente no ambiente das relações sociais sob a forma de processos intermentais, passando posteriormente para o processo intramental ou processos individuais. A justificativa da origem social nos processos psicológicos superiores origina-se, segundo Vigotsky, na mediação feita pelos instrumentos que podem ser físicos (ferramentas que modificam o ambiente) ou psicológicos (signos, em especial a linguagem), sendo esta relação do ser humano com estes instrumentos, uma relação ativa e transformadora. (SALVADOR, 1999)

A função dos instrumentos deve levar necessariamente a mudanças nos objetos, sendo um processo orientado externamente, dirigido para o controle e domínio da natureza, enquanto a função dos signos constitui uma atividade interna, para controle do próprio indivíduo. (VIGOTSKY, 1998, p.73)

Os signos são mediadores que atuam nos processos psicológicos superiores, possuindo a capacidade de ordenar e modificar a mente, em um processo em que o ser humano regula sua conduta conforme os significados dados a esses símbolos. Dito de outra forma, os signos são estímulos artificiais por meio dos quais o ser humano controla e regula sua conduta de acordo com o significado a eles atribuído. Esse processo diferencia a espécie humana das demais espécies, por permitir o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores, com a passagem do controle do ambiente, para o controle individual, de forma consciente e ativa. (RATNER, 1995)

O ser humano é um ser social e, portanto gera alterações no ambiente e sofre as alterações do ambiente. Nesse sentido, o aluno aprenderá com as interações feitas pelos colegas e pelo professor e terá uma participação ativa, gerando intervenções no grupo. Mas para que o aprendizado ocorra de fato, há necessidade de que o conteúdo a ser ministrado possua um significado para o aluno, o que impõe que o mesmo esteja bem estruturado, possuindo um significado em si mesmo, de tal forma que o aluno possa relacionar o que já sabe, com o que estiver aprendendo, criando novas potencialidades como fontes futuras de significados em um processo contínuo e dinâmico de atribuição de significados.

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Interação entre os Participantes

A aprendizagem deve ser um ato prazeroso, criativo que incorpore a reflexão, o questionamento, a pesquisa e o compartilhamento de angústias, inquietações, descobertas e alegrias.

Neste cenário, o aluno interage com alunos e professores. Através dessa interação, o aluno entra em contato com outras culturas, informações, é questionado e questiona.

A interação e a cooperação entre professores, alunos e participantes de um curso a distância visa não apenas instruir, treinar ou adquirir conhecimentos e habilidades. Essas atividades buscam ir além dos conteúdos previstos e desenvolver comportamentos de interação, sociabilidade e comprometimento social, essenciais para a formação de bons cidadãos. (KENSKI, 2005, p. 5)

O professor acompanha a participação dos alunos, responde a dúvidas, orienta, incentiva a participação e cria um ambiente de cordialidade e colaboração.

Frente a este cenário, o professor, deverá:

- conhecer o conteúdo da disciplina e os recursos que serão usados para que o ambiente de participação aconteça;

- conhecer o perfil dos alunos (quais as expectativas quanto ao curso, conhecimentos dos recursos disponibilizados no curso, etc);

- manter um ambiente de cordialidade, respeito e afetividade; - dar estímulos positivos, incentivando a participação do aluno; - estimular a participação em atividades em grupo;

- responder rapidamente as dúvidas dos alunos; - desafiar, questionar e orientar os alunos.

O aluno deverá ter capacidade de se adaptar a um ambiente que se modifica rapidamente, acessando novas fontes de informações e assimilando-as. Dessa forma constrói sua autonomia, torna-se responsável pelo seu aprendizado e pela busca de

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informações, que ao serem contextualizadas, passam a ser compartilhadas no ambiente de aprendizagem com o professor e com os colegas.

Aprender depende também do aluno, de que ele esteja pronto, maduro, para incorporar a real significação que essa informação tem para ele, para incorporá-la vivencialmente, emocionalmente. Enquanto a informação não fizer parte do contexto pessoal - intelectual e emocional - não se tornará verdadeiramente significativa, não será aprendida verdadeiramente. (MORAN, 2009, p. 2)

Considerações Finais

A aprendizagem deve ser um processo dinâmico, prazeroso, que estimule e desafie a busca pelo conhecimento ao longo da vida.

Os AVAs possuem recursos que podem ser empregados para essa finalidade. Para isso há necessidade de elaboração de um projeto que esteja embasado em uma proposta pedagógica centralizada no aluno.

O professor acompanha e orienta o desenvolvimento do aluno. O processo educacional se torna dinâmico. O professor também aprende nessa interação.

O aluno passa a ser responsável pelo seu aprendizado, interagindo com professores e colegas em um ambiente de respeito e de participação e na elaboração de novas informações que ao serem contextualizadas, irão gerar novos conhecimentos compartilhados com o grupo, em um ciclo contínuo de aprendizagem coletiva.

A interação entre os participantes colabora para a criação de um aprendizado coletivo e individual. Assim, professores e alunos buscam informações, contextualizam e disponibilizam através dos recursos de comunicação. O aluno vai construindo a autonomia através desse contato.

Importante ressaltar que estamos vivendo em uma sociedade do conhecimento. Isto implica na necessidade das pessoas possuírem o conhecimento de realizar a pergunta correta para que possam acessar a informação da qual elas necessitam. Dessa forma, o aluno terá que aprender a aprender, a ser independente, proativo e saber conviver em grupo.

Os AVAs aliados a um planejamento embasado na aprendizagem contextualizada, que valorize os conhecimentos prévios do aluno, o compartilhamento

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das informações no grupo e a construção da autonomia podem colaborar para o aprendizado permanente.

Referências Bibliográficas

KENSKI, V. M. Gestão e uso das Mídias em Projetos de Educação a Distância. Revista E-Curriculum, São Paulo, v. 1, n. 1, dez-jul 2005-2006. Disponível em: http://redalyc.uaemex.mx/pdf/766/76610106.pdf . Acesso em: 20 Out. 2010.

MORAN, J. M. Mudar a forma de ensinar e de aprender com tecnologias, 2009. Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/uber.htm. Acesso em: 12 Nov. 2010. OKADA, S. A intermediação pedagógica múltipla no universo das TIC e Moodle. In: Alves, L.; Barros, D.; Okada, A. (Orgs.) Moodle: Estratégias Pedagógicas e Estudos

de Caso. Salvador: EDUNEB, 2009, 394p.

PALLOF, R., PRATT, K. Construindo comunidades de aprendizagem no

ciberespaço, 2002.

RATNER, C. A psicologia sócio-histórica de Vygotsky. Porto Alegre:Artes Médicas, 1995.

SALVADOR, C. C. Aprendizagem escolar e construção do conhecimento. Porto Alegre:Artes Médicas, 1994.

SOARES, E. M. S. do; Luciano, N. A. Formação continuada de professores no

contexto das tecnologias digitais, 2004. Disponível em:

http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/016-TC-A2.htm. Acesso em: 16 Jun. 2008.

VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo:Martins Fontes, 1998 6ª edição.

Referências

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