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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CAMPUS ARAPIRACA/UNIDADE EDUCACIONAL PENEDO BACHARELADO EM ENGENHARIA DE PESCA JHENNIPHER DA SILVA PEREIRA

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CAMPUS ARAPIRACA/UNIDADE EDUCACIONAL PENEDO BACHARELADO EM ENGENHARIA DE PESCA

JHENNIPHER DA SILVA PEREIRA

INFLUÊNCIA DE VARIÁVEIS AMBIENTAIS SOBRE A PRODUÇÃO PESQUEIRA DO ESTUÁRIO E FOZ DO RIO SÃO FRANCISCO

PENEDO-AL 2020

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INFLUÊNCIA DE VARIÁVEIS AMBIENTAIS SOBRE A PRODUÇÃO PESQUEIRA DO ESTUARIO E FOZ DO RIO SÃO FRANCISCO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Bacharelado em Engenharia de Pesca da Universidade Federal de Alagoas/Unidade Educacional Penedo, como requisito parcial para a obtenção de grau de Bacharel em Engenharia de Pesca.

Orientador: Prof. Dr. Igor da Mata Oliveira Coorientador: Prof. Dr. Petrônio Alves Coelho Filho

PENEDO-AL 2020

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Aos meus pais, Vera e Pereira, por acreditarem em mim, e por terem se esforçado para que eu pudesse realizar meus sonhos, e muitas vezes abdicaram dos seus para que os meus se concretizassem.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Igor da Mata, que me recebeu no laboratório enquanto eu ainda estava no 1º período do curso, sendo sempre muito paciente, respeitoso e sempre disposto a ajudar e ensinar. O senhor é um exemplo de profissional e pessoa a ser seguido, a você meu MUITO OBRIGADA!

Ao meu Coorientador Prof. Dr. Petrônio Coelho Filho, por todo apoio, e ensinamentos, sempre muito paciente e brincalhão. O senhor é um professor incrível, e espero ser uma professora tão competente quanto o senhor.

À Ana Carla, que foi mais que uma amiga, foi como uma irmã, me ajudou, ouviu todos os meus lamentos, me deu sempre os melhores conselhos, e me apoiou em tudo. Obrigada!!!!!

À Wesley, que sempre esteve ao meu lado, cuidou de mim quando eu não consegui e me incentivou a correr atrás de todos os meus sonhos, sempre me apoiando e me encorajando a me especializar e melhorar como profissional e pessoa. Muito obrigada!!!

A todos os meus amigos em especial, Jussara, Vanessa, Raiane, Jéssica Luciane, Vanderson, Beatriz e Emeson muito obrigada por estarem ao meu lado durante todos esses anos, por tornarem minha estadia em Penedo mais divertida, e me ajudarem sempre que precisei. Vocês são incríveis!!!!!

A todos os docentes do curso de Engenharia de Pesca, em especial Prof. Juliett Xavier, obrigada por toda a ajuda e por todos os ensinamentos.

Aos meus avaliadores por todas as contribuições, que com certeza irão agregar ainda mais ao meu trabalho.

À DIVISÃO DE MEIO AMBIENTE da CHESF pela disponibilização dos relatórios técnicos com as informações necessárias para a realização do presente trabalho.

Ao CENTRO DE RECURSOS PESQUEIROS E AQUICULTURA 4ºsr em Betume da CODEVASF, pela disponibilização de dados meteorológicos utilizados nas análises, que foram fundamentais para a realização do presente trabalho.

Ao CNPq/UFAL pela concessão de bolsa PIBIC que foi fundamental para a minha permanência na universidade e desenvolvimento do meu trabalho.

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RESUMO

Estuários são considerados um dos mais importantes ambientes aquáticos para a vida animal costeira, que depende destes habitats e seus processos. No entanto, uma série de ações antrópicas podem alterar o aporte fluvial de água e matéria, como também, o aporte de material biogênico à zona costeira, afetando a produtividade, a rede trófica e a exportação de materiais aos oceanos com efeitos sobre a tradicional atividade pesqueira. O rio São Francisco, um dos maiores da América do Sul, possui um sistema de barragens em cascata ao longo de seu curso, instaladas especialmente para fins de geração de energia elétrica. Essas usinas, no entanto, apresentam impactos que são comuns ao processo de barramento, sendo mais notáveis no Baixo São Francisco, devido ao efeito cumulativo das ações a montante. Diante disso, o objetivo do presente trabalho foi avaliar como variações ambientais afetam a produção pesqueira no estuário do rio São Francisco. Os dados de desembarque pesqueiro foram coletados por iniciativa da colônia Z-19 com apoio e parceria do Laboratório de Investigação e Manejo da Pesca (IMAP), da UFAL Penedo. Os dados de pluviosidade foram cedidos pela CODEVASF (1994 a 2017), os quais foram submetidos a análise por trimestre, por meio do teste de Kruskal Wallis. Os dados de vazão foram obtidos pelo portal HIDROWEB da Agência Nacional das Águas (ANA). Para se avaliar alguma variação significativa nos dados de vazão do Baixo São Francisco por período, foi aplicado o teste t de Student. Os dados de salinidade foram cedidos pela Divisão de Meio Ambiente da CHESF. A influência da vazão sobre a intrusão salina e sobre a produção pesqueira foi analisada através de análises correlação (Pearson). A precipitação média anual observada para o período foi de 1.215 mm. 1º e 4° trimestres do ano foram classificados como período de menor pluviosidade da região, sendo classificado como período seco. Nesse período, são observadas maiores capturas de camarão sete barbas (Xiphopenaus kroieri) e elasmobrânquios na foz do rio São Francisco. Já o período chuvoso correspondeu aos 2° e 3° trimestres do ano, apresentando maiores desembarques de camarão branco (Litopenaus schmitti) e de peixes estuarinos. Inicialmente a vazão média do rio São Francisco era de 3.533 m³/s. Contudo, com a construção da UHE Xingó, a descarga fluvial para o Baixo São Francisco passou a ser regulada, e a vazão foi significativamente menor entre os períodos anterior e posterior à operação da mesma. Nos últimos anos, devido às secas, a vazão foi reduzida diversas vezes, chegando a apenas 500 m³/s em 2017. Esse evento coincidiu com uma maior salinidade no estuário nos meses de menor descarga fluvial, com a cunha salina chegando a 14 km a montante da desembocadura, atingindo uma importante estação de abastecimento de água para consumo humano, promovendo salinização da água consumida no município de Piaçabuçu. Dessa forma, foi observado que a vazão é o principal fator que controla a extensão da cunha salina no estuário (R2 = 0,83). Quando avaliada a influência da vazão sobre

a produção pesqueira no estuário, pôde-se observar uma correlação positiva entre os níveis de descarga fluvial e a produção de pilombetas (Engraulidae, R2 = 0,77), curimatã (Prochilodus sp., R2 = 0,52) e piaus (Leporinus spp., R2 = 0,58). Por outro lado, foi observada uma forte correlação negativa entre a vazão e a produção das tainhas (Mugil spp., R2 = 0,75), ou seja,

maior produção em períodos de menor vazão. O rio São Francisco vem sofrendo diversos impactos decorrentes da redução da descarga fluvial, com reflexos na salinização da água, em consequência da maior penetração da cunha salina e sobretudo alterando o ambiente e causando impacto sobre a produção pesqueira local, em especial de espécies endêmicas com hábito migratório.

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which depends on these habitats and their processes. However, a series of anthropic actions can change the inputs of water and matter of biogenic material to the fluvial and coastal zone, affecting productivity, trophic web and the export of materials to the oceans, with effects on the traditional fishing activity. The São Francisco river, one of the largest in South America, is dammed along its course, installed especially for electric generation purposes. These plants, however, have common impacts, most notable in lower São Francisco, especially in the estuary and river mouth, due to the cumulative effects upstream. The aim of the work was to evaluate how environmental variations affect fishery production in the estuary of the São Francisco River. Landing data were collected by the Fishermen Association Z-19 with support and partnership from the Fisheries Research and Management Lab (IMAP), from UFAL Penedo. The rainfall data was provided by CODEVASF (1994 to 2017), which were submitted to analysis by quarter, using the Kruskal Wallis test. The water flow data were obtained by HIDROWEB site of the Agência Nacional das Águas (ANA). To evaluate any significant variation in the water flow, the Student t test was applied. Salinity data were provided by the CHESF Environmental Division. The influence of the water flow on the saline wedge and fishery production was analyzed using correlation analysis (Pearson). The average annual precipitation observed for the period was 1215 mm. 1st and 4th quarters of the year were classified as dry period, in which occurs high catches of Atlantic seabob shrimp (Xiphopenaeus

kroieri) and elasmobranchs, at the mouth of the São Francisco River. The rainy season

corresponded to 2nd and 3rd quarters of the year, presenting larger landings of southern white shrimp (Litopenaeus schmitti) and estuarine fishes. Initially, the average flow of the São Francisco River was 3533 m³ x s-1. However, with the instalation of the Xingó HPP, the river discharge to the lower São Francisco started to be regulated, and the water flow was significantly lower between the periods before and after its operation. In recent years, due to droughts, the water flow has been reduced several times, reaching just 500 m³ x s-1 in 2017. This event coincided with a higher salinity in the estuary in the months of lower river discharge, with the saline intrusion reaching 14 km upstream of the mouth, reaching an important water supply station for human consumption, causing salinization of the water consumed in the Piaçabuçu city. Thus, it was observed that the water flow is the main factor that controls the extension of the saline intrusion in the estuary (R2 = 0,83). A positive correlation could be observed between the levels of fluvial discharge and the production of anchovies (Engraulidae, R2 = 0,77), flannel-mouth characiforme (Prochilodus sp., R2 = 0,52) and head standers

(Leporinus sp., R2 = 0,58). On the other hand, a strong negative correlation was observed between water flow and mullets production (Mugil spp., R2 = 0,75), that is, greater production in periods of lower water flow. The Lower São Francisco River has been suffering several impacts resulting from the reduction of fluvial discharge, causing salinization of the water, changing the environment and impacting local fisheries production, especially of endemic species with migratory habit.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Estuário do rio São Francisco, indicando estados, municípios, principais comunidades

e localização das estações amostrais. ... 6

Figura 2: Média e desvio padrão das alturas pluviométricas mensais da região estuarina do Rio São Francisco no período de 1994 a 2017. ... 8

Figura 3: Relação da pluviosidade com a produção pesqueira do camarão sete barbas na região da foz do Rio São Francisco. ... 9

Figura 4:Relação da pluviosidade com a produção pesqueira do camarão branco na região da foz do Rio São Francisco. ... 9

Figura 5: Relação da pluviosidade com a produção pesqueira de peixes estuarinos no rio São Francisco. ... 10

Figura 6: Relação da pluviosidade com a produção pesqueira dos elasmobrânquios na região da foz do rio São Francisco. ... 10

Figura 7:Vazão anual na estação fluviométrica de Traipú – AL do período de 1977 a 2017. . 11

Figura 8:Vazão mensal do rio São Francisco na Estação Fluviométrica de Traipú-AL (1977-2017). ... 12

Figura 9: Estrutura Salina no estuário do rio São Francisco ... 13

Figura 10: Relação entre a vazão (m³/s) e a máxima intrusão salina (em km) no estuário do rio São Francisco. ... 14

Figura 11: Relação produção pesqueira e vazão no estuário do rio São Francisco. ... 15

Figura 12: Relação vazão e produção pilombeta (Engraulidae). ... 16

Figura 13: Relação vazão e produção da Tainha (Mugil, sp.). ... 17

Figura 14: Relação vazão e produção do piau (Leporinus, sp.). ... 17

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SUMÁRIO 1. Introdução ... 1 2. Objetivos ... 4 2.1 Objetivo Geral ... 4 2.2 Objetivos Específicos ... 4 3. Metodologia ... 5 3.1 Área de Estudo ... 5

3.2 Coleta e Análise de dados ... 6

4. Resultados ... 8

4.1 Pluviosidade e Produção Pesqueira ... 8

4.2 Vazão... 11

4.3 Salinidade ... 12

4.4 Vazão e Produção Pesqueira ... 14

5. Discussão ... 18

6. Conclusões ... 23

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1. INTRODUÇÃO

Estuários são considerados um dos mais importantes ambientes aquáticos para a vida animal costeira que depende destes habitats e seus processos, especialmente nas fases de desenvolvimento (BARLETTA & COSTA, 2009). No entanto, a construção de barragens e seus reservatórios em bacias de drenagens vêm alterando o aporte fluvial de água e matéria, como também, a composição de material biogênico à zona costeira, afetando a produtividade, a rede trófica e a exportação de materiais aos oceanos. Assim, alterações, naturais ou antropogênicas, sobre o regime de descarga dos rios na região de sua foz tem consequências para o desenvolvimento da rede trófica e o recrutamento de peixes em estuários e na zona costeira adjacente (ITTEKKOT et al., 2000).

Segundo Costa (2003), o represamento dos grandes rios para a construção de usinas hidroelétricas pode ser considerado como a primeira onda impactante nesses ambientes, provocando uma série de alterações nas características limnológicas nas áreas represadas e trecho à jusante, bem como a diminuição da biodiversidade da ictiofauna nativa e consequente redução da produção pesqueira.

O Rio São Francisco é um dos maiores rios da América do Sul, e considerado o maior rio inteiramente nacional, possuindo uma área de 639.000 km2, com 2.700 km de extensão, correspondendo a aproximadamente 8% do território nacional, abrangendo 6 estados e 521 cidades, sendo um dos mais importantes para fornecimento de água para consumo, geração de energia e pesca (BRITO & MAGALHAES, 2017; SILVA, et al., 2003; SILVA, et al., 2007).

O Rio São Francisco possui um sistema de barragens em cascata, com 6 barragens ao longo de seu curso, os quais apresentam uma série de impactos ambientais, que são comuns a outros rios que sofreram processos de barramento. Os impactos são mais notáveis no Baixo São Francisco, em razão de alguns cumulativos das barragens a montante. Com isso, o Baixo Rio São Francisco sofreu uma redução da magnitude da vazão, além da perda da pulsação sazonal e interanual (MEDEIROS et al., 2011). Brito & Magalhães (2017) destacam que as águas de fluxo lento causam salinização, e extinção local de peixes que são historicamente importantes para a economia local, como o pintado

Pseudoplatystoma corruscans.

A UHE de Xingó, localizada no Baixo São Francisco, faz parte do sistema de geração de energia elétrica da CHESF (Companhia Hidroelétrica do São Francisco), tem

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como objetivo principal aumentar a oferta de energia elétrica e está em operação desde dezembro de 1994. Localiza-se entre os estados de Alagoas e Sergipe (09º37’S, 037º46’W), cerca de 2 km a montante da cidade de Canindé de São Francisco (SE), e cerca de 179 km da foz do rio, no trecho final do canyon que se inicia em Paulo Afonso (BA). Apresenta uma superfície aproximada de 60 km² e uma capacidade de armazenamento de 3,8 bilhões de m³ de água, sendo considerado o 5º maior canyon navegável do mundo. Para sua formação foram inundadas áreas pertencentes aos municípios de Paulo Afonso (BA), Olho D’água do Casado, Piranhas e Delmiro Gouveia (AL), e Canindé do São Francisco (SE) (CHESF, 2008).

Há ainda a questão da transposição das suas águas, a qual tem sido bastante criticada pelos seus impactos ambientais (LIMA, 2013). No seu relatório de impacto ambiental (RIMA, 2004), foram identificados 44 impactos ambientais, sendo 23 considerados como de maior relevância, dos quais 11 são positivos e 12 negativos, a ocorrer, cada qual, nas fases de planejamento e/ou instalação e/ou operação (STOLF et al., 2012).

O Projeto de transposição do rio São Francisco teve como objetivos principais captar água em dois pontos do rio e levá-la ao Semiárido Nordestino para prover água às populações, com a finalidade de promover o desenvolvimento (RIMA, 2004). No entanto, Henkes (2014) destaca que o relatório de impacto ambiental que (RIMA, 2004) não avaliou todas as possíveis consequências (impactos, danos e riscos). Por exemplo, aquelas decorrentes da cunha salina, da salinização de açudes, dos efeitos sobre o lençol freático, da geração de efluentes, da competição e dos conflitos entre os Estados da bacia doadora e da receptora, da viabilidade econômica da operacionalização do sistema, entre outros.

Problemas com os aspectos ambientais e sociais da bacia do rio São Francisco, principalmente a perda de biodiversidade da ictiofauna nativa e aspectos importantes da população residente na região da tomada d’água e a jusante foram excluídos nos vários estudos de inserção e de impacto ambiental, com exceção da avaliação da perda de energia gerada na cascata de hidroeletricidade a jusante da tomada de águas do rio São Francisco (ANDRADE, 2002).

Os problemas são inúmeros, como a poluição das águas devido à falta de saneamento básico. A falta de coordenação e integração nas ações governamentais também tem gerado problemas de erosão e assoreamento no rio, e desconexão deste com sua foz. A escassez pode levar ao desaparecimento da ictiofauna e da cultura

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marginalizada de pescadores e das comunidades ribeirinhas (Andrade, op. cit.). Por isso, caso se deseje que o rio São Francisco e seus afluentes continuem a desempenhar o papel que exercem hoje no fornecimento de água para usos múltiplos, na geração de energia elétrica, na pesca, deve-se começar imediatamente a avaliar esses impactos e investir na recuperação ambiental da bacia (CASTRO, 2011).

Fatores como o regime pluviométrico, irá influenciar diretamente em diversos fatores ambientais, como, a temperatura da agua, o regime de salinidade, concentração de oxigênio dissolvido, aporte de nutrientes e sedimentos (GILSON, 2011) influenciando nos padrões de distribuição e abundancia, bem como na captura de uma série de organismos, especialmente, espécies bentônicas como os camarões (BOCHINNI, 2012), e peixes estuarinos, por estimular o aumento das taxas de migração, reprodução e recrutamento (MEYNECKE, et al., 2006).

O fluxo de água doce afeta diretamente a disponibilidade de habitat, as interações tróficas e o comportamento de captura dos pescadores nos sistemas estuarinos e costeiros, uma vez que, a variação sazonal e interanual no fluxo de água doce irá influenciar a distribuição e abundância de peixes e invertebrados por meio de mudanças no crescimento, sobrevivência e recrutamento (GILSON, op. cit). Os volumes de descarga influenciam ainda em fatores como o regime de salinidade, turbidez, concentração de nutrientes disponíveis e concentração de detritos, que por sua vez afetam diretamente a composição da biota estuarina (PURTHLEBAUGH & ALLEN, 2010).

Atualmente o rio apresenta baixo rendimento pesqueiro devido ao caráter oligotrófico de suas águas empobrecidas devido às alterações antrópicas. Diante disso, há vários entendimentos a respeito da permanência e do futuro de populações tradicionais e suas formas de relações socioeconômicas, sendo importante uma reflexão sobre as formas de relações sociais baseadas em economia de subsistência, ou ainda, de um grupo social que preserva características consideradas tradicionais na sociedade contemporânea (OLIVEIRA, 2009). Segundo Nascimento (2013) a população dos municípios ribeirinhos do Baixo São Francisco é de 442.728 habitantes.

Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo caracterizar as condições ambientais atuais do estuário do rio São Francisco e analisar a influência das principais variáveis sobre a produção pesqueira do seu estuário e foz.

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2. OBJETIVOS

2.1 Geral: Avaliar a influência das alterações nas condições ambientais espaciais e temporais sobre a produção pesqueira no estuário do rio São Francisco.

2.2 Específicos

• Acompanhamento, registro e análise da produção pesqueira no estuário do Rio São Francisco.

• Analisar as condições ambientais do estuário do Rio São Francisco e suas alterações.

• Identificar e quantificar possíveis influências de fatores temporais e variações ambientais sobre a produção pesqueira

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3. METODOLOGIA

3.1 Área de estudo

O Baixo São Francisco (BSF) corresponde a 4% da bacia hidrográfica, constituindo-se na porção mais oriental. Ocupa uma extensão territorial de 30.377 km², abrangendo os estados da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. As principais atividades produtivas são a agricultura de sequeiro, agricultura irrigada, piscicultura, produção de açúcar e álcool e a pesca artesanal (CODEVASF, 2002).

A área de estudo está inserida na região do baixo São Francisco, abrangendo os limites foz, estuário e áreas de influência (Figura 1). Estes limites estão situados na divisa entre os estados de Alagoas e Sergipe, compreendendo a área de entorno da desembocadura do rio São Francisco no Oceano Atlântico Sul a uma latitude e longitude de 10º 36’S e 36º 26’W, respectivamente (MEDEIROS et al., 2011). Essa área corresponde aos municípios de Piaçabuçu-AL e Brejo Grande-SE. Ambos municípios se localizam às margens do São Francisco, sendo as últimas cidades na bacia hidrográfica deste nos seus respectivos estados, compondo o rico e complexo ecossistema estuarino e foz do São Francisco.

Piaçabuçu apresenta grande contingente de pescadores, onde se desenvolve pesca marinha, estuarina e ribeirinha, sendo considerado o maior produtor de pescados de Alagoas, especialmente devido a pesca de arrasto de camarões. Já Brejo Grande sofreu com a evacuação de uma comunidade inteira (“Cabeço”) devido à erosão e avanço do mar a menos de 2 décadas.

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Figura 1: Estuário do rio São Francisco, indicando estados, municípios, principais comunidades e localização das estações amostrais.

3.2 Coleta e Análise dos dados

Os dados de pluviosidade (1994-2017) foram obtidos por uma estação meteorológica, no Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da CODEVASF (4a SR Betume, em Neópolis-SE). A definição dos períodos seco e chuvoso foi determinado por meio do teste Kruskal Wallis. O clima do estuário do rio são Francisco foi classificado segundo a escala de Koppen, descrita por Alvares et al., (2014).

Para análise da influência da precipitação sobre alguns dos principais recursos produzidos na região, foram selecionados os seguintes: camarões marinhos sete barbas e branco; peixes estuarinos carapebas, tainhas e robalos, e elasmobrânquios. Essa seleção se baseou na representatividade dos desembarques e/ou ocorrência dentro do estuário, cuja variabilidade ambiental é mais susceptível à pluviosidade.

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Os dados de desembarque em Piaçabuçu (2014 a 2017) foram coletados através de um trabalho integrado do Laboratório de Investigação e Manejo da Pesca (IMAP) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) com a colônia de pescadores Z-19.

Os dados referentes à vazão (1977 a 2017) foram obtidos pela estação fluviométrica de Traipú (AL) (localizada a cerca de 120 km do estuário do rio São Francisco) e acessados na plataforma digital HIDROWEB da Agência Nacional das Águas (ANA). Foi aplicado um teste de hipótese (t de Student, 0,05) para avaliar a diferença de medias nos períodos antes e após da implantação e funcionamento da Usina Hidroelétrica de Xingó (UHE Xingó). Para avaliar a influência da vazão sobre a produção pesqueira no estuário do rio São Francisco, foram selecionadas espécies endêmicas no rio são Francisco com grande importância cultural e econômica, e que são mais susceptíveis as variações ambientais, utilizando o índice de correlação de Pearson, sendo elas: curimatã, piau, pilombeta e tainha.

Os dados referentes à salinidade (2016 e 2017) foram obtidos por meio de relatórios técnicos disponibilizados pela Divisão de Meio Ambiente da CHESF. Os mesmos foram coletados em 22 pontos ao longo do estuário do rio São Francisco (ESF) (Figura 1), durante os instantes de maré enchente e maré vazante, totalizando ciclos de doze horas de coleta, na superfície e fundo, utilizando uma sonda multiparâmetros da marca Horiba, série U-50. Esses dados foram organizados de acordo com período seco e chuvoso, e foram ilustrados em forma de mapas com gradientes de salinidade. Para gerar o gradiente foi feita uma interpolação pelo método Inverso da distância pela potência (IDW), conforme descrito por Mazzini & Schettini (2009), utilizando o programa QGIS versão 2.14. O Sistema de projeção utilizado na elaboração dos mapas foi UTM, e o sistema de coordenadas foi o SIRGAS 2000, zona 24s.

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4. RESULTADOS

4.1 Pluviosidade e Produção Pesqueira

O clima da região de entorno da foz do rio São Francisco é do tipo subtropical, havendo a presença de ventos fortes constantes, favorecendo a ocorrência de baixa taxa de precipitação nesse local (MEDEIROS, 2003), classificado, segundo a escala de Koppen como predominante do tipo As’ (quente e úmido, com chuvas de inverno).

Durante o período de estudo, as maiores médias pluviométricas foram observadas no 2º e 3º trimestre do ano, especialmente em maio (241,7 mm), junho (204,1 mm) e julho (175,7 mm). Já as menores médias ocorreram no 1º e 4º trimestre (dez=19,4 mm; nov=30,8 mm; out=45,6 mm), havendo diferenças significativas entre os dois conjuntos de meses supracitados (Kruskall Wallis p =5,99-29) (Figura 2). A precipitação média anual

observada para o período analisado (1994 a 2017) foi de 1.216,7 mm (min=682,5 em 2016 e máx=1725,3 em 2009).

Figura 2: Média e desvio padrão das alturas pluviométricas mensais da região estuarina do Rio São Francisco no período de 1994 a 2017.

O camarão sete barbas (Xiphopenaeus kroyeri) é a espécie mais desembarcada em termos de peso em Piaçabuçu. No período estudado, foi desembarcado um total de 1.323,28 t, com média 33,06 t ao mês. As maiores capturas ocorreram no período de agosto a novembro, que corresponde ao período de diminuição da precipitação (Figura 3). Na área de estudo, a captura de camarões marinhos é proibida em dois períodos: 1º de abril a 15 de maio e de 1º de dezembro a 15 de janeiro (Instrução Normativa do IBAMA n. 14 de 2004). Em decorrência disso, não houve capturas nos meses de dezembro e abril.

0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 300,0 350,0 400,0

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Altu ra s P lu viomé trica s (m m )

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Figura 3: Relação da pluviosidade com a produção pesqueira do camarão sete barbas na região da foz do Rio São Francisco.

O camarão branco (Litopenaeus schimitti) é o principal recurso pesqueiro em valor na região. Foi desembarcado no porto de Piaçabuçu um total de 182,57 t no período 2014-2017. As maiores capturas ocorreram em 2014 entre maio e julho; em 2015, entre julho e setembro; em 2016, novamente entre maio e julho; e em 2017 entre junho e agosto, havendo tendência de maior captura desta espécie durante o período de maior pluviosidade(Figura 4).

Figura 4:Relação da pluviosidade com a produção pesqueira do camarão branco na região da foz do Rio São Francisco.

Tainhas, carapebas e robalos são capturados com redes de emalhar de mono e multifilamento, com diferentes tamanhos de malhas, e na mesma área. Por isso, esses

0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Jan Mar Mai Jul Set Nov Jan Mar Mai Jul Set Nov Jan Mar Mai Jul Set Nov Jan Mar Mai Jul Set Nov

2014 2015 2016 2017 Plu vios id ad e (m m ) Pro d u ção P es q u eira (t)

Camarão sete barbas (t) Precipitação Mensal (mm)

0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 2 4 6 8 10 12 14

Jan Mar Mai Ju

l Se t N o v

Jan Mar Mai Ju

l Se t N o v Jan Mar Mai Ju l Se t N o v

Jan Mar Mai Ju

l Se t N o v 2014 2015 2016 2017 Plu vios id ad e (m m ) Pro d u ção P es q u eira (t)

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grupos de peixes foram agrupados para análise. Juntos, apresentaram uma produção média mensal de 9,76 t, com maiores capturas especialmente nos meses de abril, junho e julho, que correspondem ao período chuvoso na região (2º e 3º trimestres) (Figura 5).

Figura 5: Relação da pluviosidade com a produção pesqueira de peixes estuarinos no rio São Francisco.

O período com a maiores capturas de elasmobrânquios ocorreu no 1º e 4º trimestres do ano (períodos mais secos), com maiores capturas especialmente no mês de janeiro com média de 4,07 t, (Figura 6).

Figura 6: Relação da pluviosidade com a produção pesqueira dos elasmobrânquios na região da foz do rio São Francisco. 0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 5 10 15 20 25 30

Jan Mar Mai Jul Set Nov Jan Mar Mai Jul Set Nov Jan Mar Mai Jul Set Nov Jan Mar Mai Jul Set Nov

2014 2015 2016 2017 Plu vios id ad e (m m ) Pro d u ção P es q u eira (t)

Peixes estuarinos (t) Pluviosidade Mensal (mm)

0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 1 2 3 4 5 6 7 8

Jan Mar Mai Ju

l Se t N o v

Jan Mar Mai Ju

l Se t N o v

Jan Mar Mai Ju

l Se t N o v Jan Mar Mai Ju l Se t N o v 2014 2015 2016 2017 Plu vios id ad e (mm ) Pro d u ção P es q u eira (t)

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4.2 Vazão

A vazão do rio São Francisco foi regularizada para o patamar operacional média de 2.060 m³/s após a construção da UHE Xingó. Pôde-se observar, que até 1994 (início de operação da UHE Xingó) a vazão média do rio no trecho era de 3.533 m³/s. Já nos últimos anos, o rio São Francisco vem sendo submetido a sucessivas reduções de vazão. Em 2013 foi autorizado através da resolução N° 442/2013 a redução da vazão à jusante das barragens de Sobradinho e de Xingó para 1.100 m³/s, inicialmente até novembro de 2013, sendo prorrogada diversas vezes, até ser reduzida para 800 m³/s em 2015, com mais duas reduções posteriores, até chegar ao limite de 550 m³/s em 2017 (Figura 7).

Figura 7:Vazão anual na estação fluviométrica de Traipú – AL do período de 1977 a 2017.

Antes implantação e operação da UHE Xingó (1977 – 1994) a sazonalidade da vazão do baixo São Francisco era bem definida, atingindo um máximo de 12.676,93 m3/s (março/1979) durante o período seco, e um mínimo de 1.316,79 m3/s (agosto) durante o período chuvoso na região do Baixo São Francisco, com uma média anual de 2.784,47 m3/s.

Já no período posterior ao início de operação da UHE Xingó (1995 – 2017) pôde-se obpôde-servar uma perda quapôde-se que total da sazonalidade hidrológica, com valor máximo de 5.983,87 m3/s (fevereiro/2007), mínima de 556,16 m3/s (novembro /2017) e média anual de 1.746,97 m3/s. Quando analisado estatisticamente, foi observada diferença

altamente significativa entre a vazão média dos períodos de antes e depois de operação da UHE Xingó (p < 0,01) (Figura 9). Após o início de operação da UHE Xingó foi

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 1977 1979 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 Vaz ão m³/s Ano

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12

observado uma redução de 62,9% da descarga fluvial para o estuário do rio São Francisco (Figura 8).

Figura 8:Vazão mensal do rio São Francisco na Estação Fluviométrica de Traipú-AL (1977-2017).

4.3 Salinidade

Maiores valores de salinidade foram observados sempre nas camadas de fundo e nas estações próximas a desembocadura.

Durante o período chuvoso, a salinidade superficial da água variou entre 0 e 2,68 (Figura 9). O valor máximo ocorreu na estação ESF_09, sendo classificadas como águas oligohalinas. Nas estações representativas dos pontos de captação para abastecimento urbano ESF_23 em Piaçabuçu e ESF_32 em Brejo Grande, foram observados os valores de 0,08 e 0,00 respectivamente.

O período seco apresentou valores da salinidade na superfície da água superiores aos valores observados no período chuvoso, variando entre 0,06 e 3,95 (ESF_10, a 6,03 km da foz) (Figura 9).

Nas estações de captação foram observadas salinidades de 0,17 (ESF_23) e 0,06 (ESF_32).

Já na camada de fundo, durante o período chuvoso, a salinidade variou entre 0 e 15,47 (Figura 9), com intrusão máxima de 11 km a montante da desembocadura (estação ESF_24, salinidade 1,48). Nas proximidades das estações de captação de água, a salinidade de fundo, apresentou valores de 0,45 (ESF_23) e 0,01 (ESF_32).

Durante o período seco, a salinidade de fundo variou entre 0,06 e 20,04 (Figura 9), com intrusão máxima de 12 km a montante da desembocadura. As estações ESF_23 e ESF_32 apresentaram salinidade de 1,32 e 0,06, respectivamente.

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 Vaz ão m³/s

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Figura 9: Estrutura Salina no estuário do rio São Francisco

Portanto, durante o período chuvoso, a água no estuário do rio São Francisco é classificada como águas oligohalinas e mesohalinas, na superfície e no fundo respectivamente. Já durante o período seco, foi classificada como oligohalinas e polihalinas, na superfície e no fundo respectivamente.

Em ambos os períodos, nas camadas de superfície e fundo, a salinidade observada foi superior ao definido pela resolução do Conama n°357/2005, no qual considera-se águas salobras quando a salinidade for superior a 0,05, sendo, desta forma, impropria para o consumo humano. A tabela 1 mostra os valores máximos e mínimos de salinidade no estuário durante o período de estudo.

Tabela 1: Valores máximos e mínimos de salinidade no estuário do Rio São Francisco.

Período Chuvoso

Superfície Fundo

Max Min Max Min

2,22 (ESF_12) 0,00 (ESF_30) 15,47 (ESF_D1) 0,01 (ESF_32) Período Seco

Superfície Fundo

Max Min Max Min

4,65 (ESF_10) 0,05(ESF_29) 20,60 (ESF_D1) 0,05 (ESF_29)

Em outubro de 2016, a cunha salina foi observada até a estação ESF_21, localizada a 11 km a montante da desembocadura com 3,81 de salinidade de fundo e 0,11 de

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superfície, e uma vazão de 889 m³/s. Em dezembro do mesmo ano (2 meses depois), com uma vazão média mais baixa (794 m³/s), a cunha salina foi observada além da estação ESF_23 (13 km a montante da desembocadura), apresentando salinidade de fundo de 3,14 e 0, 27 na superfície, indicando uma tendência de aumento na penetração de água salina no estuário, com a redução da vazão.

Em janeiro de 2017, a intrusão da cunha salina ocorreu até a estação ESF_23, a qual está localizada a 13 km a montante da desembocadura, com salinidade de 3,32 na camada de fundo e 0,33 na superfície, com vazão média de 802 m³/s. Em novembro do mesmo ano, a vazão do rio São Francisco observada foi de 556 m³/s. Neste período a cunha salina chegou até a estação ESF_31 localizada a aproximadamente 15 km a montante da desembocadura do rio, com salinidade de fundo de 1,23 e 0,51 de superfície.

Desta forma, pode-se observar que, a intrusão salina no estuário está intimamente ligada aos valores de descarga fluvial do rio, apresentando uma correlação entre a descarga fluvial e a máxima intrusão salina (km) de 83% (Figura 10).

Figura 10: Relação entre a vazão (m³/s) e a máxima intrusão salina (em km) no estuário do rio São Francisco.

4.4 Vazão x Produção Pesqueira

A tabela 1 mostra os valores de captura durante o período estudado, e se houve aumento ou diminuição durante o referido período. Pôde-se observar que houve uma redução significativa na produção pesqueira das pilombetas, curimatãs, e piaus, e aumento da captura da tainha.

Tabela 2: Produção pesqueira das espécies analisadas durante o período de estudo.

y = -74,263x + 1750,5 R² = 0,8339 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 11 12 13 14 15 16 Vaz ão (m³/s )

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Nome Comum Classificação Taxonômica Habitat 2014 (tons) 2015 (tons) 2016 (tons) 2017 (tons) Total (tons) Variação 2014 – 2017 (%) Aumento/ Diminuição pilombeta Engraulidae (Principalmente Anchoviela lepidentostole) Estuário 123,22 107,94 95,1 23,01 349, 27 435,50 Diminuição

tainhas Mugil spp. Estuário 12,5 19,8 20,42 31,09 84,11 148,72 Aumento piau Leporinus sp. Rio 2,7 2,78 2,13 1,01 8,62 175, 24 Diminuição

curimatã Prochilodus sp. Rio 1,58 0,96 0,61 0,36 3,51 338,88 Diminuição

Total 140,0 131,48 118, 26 55,47 445,51 152,38

Quando relacionado a produção pesqueiras destas espécies com a vazão, foi observado tendência no aumento da captura das tainhas com a redução da vazão, e redução da produção pesqueira das pilombetas, piaus e curimatãs com a diminuição da vazão (Figura 11).

Figura 11: Relação produção pesqueira e vazão no estuário do rio São Francisco.

As pilombetas (Engraulidae) representaram a segunda maior biomassa desembarcada, a qual é capturada dentro do próprio estuário. Sua pesca é realizada com rede de emalhar de superfície diariamente, exceto nos finais de semana e feriados, quando é realizada raramente e por poucos pescadores. As pilombetas apresentaram uma média mensal de 9,06 t, sem variação significativa ao longo do ano. No entanto, em 2017, houve uma significativa redução na produção da pilombeta, podendo estar associado a sobrepesca e alterações no meio, como a intrusão salina no estuário decorrente da redução

500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 140.000 Pil o mb et a Ta in h a Piau Cu ri matã Pil o mb et a Ta in h a Piau Cu ri matã Pil o mb et a Ta in h a Piau Cu ri matã Pil o mb et a Ta in h a Piau Cu ri matã 2014 2015 2016 2017 Vaz ão m³/s Pro d u ção P es q u eira (t) Produção Vazão

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da vazão. Nesse caso, foi observada uma correlação de 77% na produção de pilombeta com a vazão (Figura 12).

Figura 12: Relação vazão e produção da pilombeta (Engraulidae).

As tainhas são capturadas com redes de emalhar de mono e multifilamento, com malhas que variam de acordo com o tamanho. Durante o período de estudo foi desembarcado média mensal de 2,59 t, com maiores capturas especialmente nos meses de abril, junho e julho. Como não há período de defeso definido a tainha, em Piaçabuçu os pescadores param de capturar esta espécie no mesmo período de defeso das espécies de piracema. Quando relacionado a vazão, pode-se observar uma forte correlação na captura desta espécie com a diminuição da vazão (75%), considerando que a tainha é uma espécie estuarina, o aumento na produção pode estar associado ao aumento da salinidade no interior do estuário devido a redução da vazão (Figura 13).

y = 0,0148x - 6,7701 R² = 0,7716 0 2 4 6 8 10 12 14 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 Pro d u ção P es q u eira (t) Vazão m³/s

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Figura 13: Relação vazão e produção da Tainha (Mugil, sp.).

Os piaus apresentaram uma média mensal de captura de 0,28 (t). Quando avaliada a influência da vazão sobre a sua produção, foi observada uma correlação de 58%, ou seja, apresentando maiores capturas com maior descarga fluvial (Figura 14).

Figura 14: Relação vazão e produção do piau (Leporinus, sp.).

Durante o período estudado, foram desembarcados 3,51 t de curimatã, que representa apenas 0,09% do total desembarcado em Piaçabuçu (média = 113,12 kg/ mês). Por ser um peixe de piracema, a sua captura é proibida entre 01 de novembro a 28 de fevereiro (IN IBAMA nº 50, 2007).

Quando analisada a influência da vazão com a sua produção, foi observada uma correlação positiva (52%) (Figura 15).

y = -0,0053x + 7,5382 R² = 0,7584 0 1 2 3 4 5 6 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 Pro d u ção P es q u eira (t) Vazão m³/s y = 0,4449x - 159,55 R² = 0,5873 0 100 200 300 400 500 600 700 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 Pro d u ção P es q u eira (t) Vazão m³/s

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Figura 15: Relação vazão e produção pesqueira anual do curimatã (Prochilodus sp.). 5. DISCUSSÃO

A pluviosidade se caracteriza com duas estações marcadas: uma mais chuvosa, entre os meses de abril e agosto, e outra seca, entre setembro e março e mínimas em outubro (MEDEIROS, 2003). A contribuição da pluviosidade para os níveis de vazão no baixo são Francisco são de apenas 0,7%, contudo os anos hidrológicos de 2004 e 2007 se caracterizaram por elevadas precipitações pluviométricas, gerando elevadas vazões, em alguns períodos, superiores à capacidade de armazenamento dos reservatórios das barragens, o que causou a abertura das comportas (MEDEIROS et al., 2015).

Quando avaliada a influência da pluviosidade sobre a produção pesqueira do camarão sete barbas, foi observada tendência de captura no período seco. Branco (2005) observou maiores ocorrências da espécie no período de verão e outono, e explica que isto está relacionado com o recrutamento. Branco et al. (1999), observou uma queda abrupta na frequência de ocorrência e comprimento médio do Xiphopenaeus kroyeri na foz do rio Itajaí-Açú – SC no inverno, e explica que a abundância relativa desta espécie está significativamente relacionada com oscilações de temperatura e salinidade da água de fundo ao longo do ano. No entanto, os baixos valores de capturas nesses períodos (de maior precipitação), acontece devido ao fato de haver dificuldade de permanência nas áreas de pesca, devido à ocorrência de ventos mais fortes.

Já com relação ao camarão branco, maiores capturas ocorreram no período de maior pluviosidade. Mesmo capturados pela mesma frota, as duas espécies apresentaram padrão

y = 0,1969x - 81,653 R² = 0,5253 0 50 100 150 200 250 300 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 Pro d u ção P es q u eira (t) Vazão m³/s

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diferente no que diz respeito à pluviosidade. A distribuição do Camarão branco está amplamente relacionada a oscilações de temperatura, salinidade e pluviosidade, evidenciando maiores capturas durante o pico da época de chuvas (SANTOS et al. 2008). Gunter & Hildebrand (1954) em estudo realizado na costa do Texas, sugeriram que as maiores capturas do camarão branco em períodos chuvosos estariam associadas a diminuição da salinidade local e aumento dos nutrientes, favorecendo o desenvolvimento da espécie.

Os peixes estuarinos tainhas carapebas e robalos apresentaram tendência de captura nos períodos de maiores pluviosidades. Diversos autores observaram maiores capturas da tainha nos picos de época de chuva (SILVA, 2010; AYUB, 2010) e isto pode estar associado ao seu ciclo de vida, no qual, precisam migrar das águas estuarinas até as regiões de mar aberto, e as larvas migram até os estuários costeiros, onde habitam águas rasas e quentes na zona entre marés. Esse ciclo reprodutivo sugere que períodos mais úmidos podem estimular a migração da tainha dos estuários e, portanto, aumenta sua capacidade de captura (MEYNECKE, et al., 2006). O aumento da produção pesqueira do robalo em períodos de maiores pluviosidades também foi associado ao seu ciclo reprodutivo, uma vez que durante o período chuvoso essa espécie migra dos rios até regiões estuarinas, afim de se reproduzir formando grandes grupos (PERERA-GARCIA, et al., 2011). A alta produção da carapeba durante os períodos chuvosos está associada à alimentação, em períodos chuvosos a produtividade dos sistemas fluvio-marinhos é maior, aumentando a descarga do rio, levando uma maior quantidade de matéria orgânica e nutrientes dissolvidos, aumentando a disponibilidade de alimentos (CASTILLO-RIVERA, et al., 2005). No entanto, há de se considerar que, como não há período de defeso definido para os peixes estuarinos, em Piaçabuçu os pescadores afirmam parar a pesca destes e de outros recursos no mesmo período de defeso das espécies de piracema (01 de novembro a 28 de fevereiro (IN IBAMA nº 50, 2007)), receosos com a fiscalização. Por outro lado, essa incongruência abre uma brecha para que esses pescadores recebam o seguro defeso.

Os elasmobrânquios apresentaram maiores capturas em períodos mais secos. Isso pode ser devido ao fato dos tubarões procurarem a costa para nascimento e crescimento de indivíduos jovens (MOTA, 2008), ou devido ao direcionamento do esforço de pesca para a captura de camarões nesta época, sendo os elasmobrânquios, particularmente as raias, fauna acompanhante desta modalidade de pesca (COSTA & CHAVES, 2006).

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As barragens promovem alterações físicas, químicas e biológicas na água e nos sedimentos armazenados nos seus reservatórios, influenciando processos hidrológicos e biogeoquímicos nos rios, estuários e ecossistemas costeiros, bem como a modificação do regime natural de descarga os rios (MEDEIROS et al., 2011; MEDEIROS et al., 2014).

Foram observadas alterações significativas no regime de descarga fluvial do rio São Francisco após a construção e início de operação da UHE Xingó, no qual, houve uma redução de até 62,9% da vazão natural do rio, acabando com os fenômenos de cheias e secas que ocorriam naturalmente ao longo do ano (MEDEIROS et al., 2014). Alcérreca-Huerta et al., (2019) observou que após a construção do sistema de barragens no rio Grijalva houve a perda quase que total da sazonalidade hidrológica local, com uma redução de 46,97% da vazão média do rio quando comparada ao período antes do início da operação das 4 barragens.

Fenômenos de cheias e seca são comuns em rios tropicais de todo o mundo, modificam a composição de espécies dos desembarques, alterando as taxas de imigração e emigração estuarina devido a mudanças na salinidade, alterando a disponibilidade de habitat de diversas espécies (GILSON, 2011).

A redução da descarga fluvial irá influenciar diretamente em diversos fatores hidrológicos como: a concentração de nutrientes, material em suspensão, aporte de sedimentos e a intrusão salina no estuário (MEDEIROS, et al., 2011; MEDEIROS, et al., 2014). Os mesmos autores afirmam ainda que as vazões afluentes no rio São Francisco são determinantes para a intensidade da salinidade no estuário, assim como a sua extensão a montante da foz, sendo a vazão o principal fator controlado pelo homem que determina a magnitude e extensão da cunha salina no estuário, corroborando com os resultados observados no presente trabalho, no qual foi observado uma correlação de 83% entre os níveis de vazão e a intrusão salina no estuário.

O estuário do rio São Francisco classifica-se como de cunha salina, onde há uma interface distinta entre a água da descarga fluvial e a água do mar (PRITCHARD, 1967). Durante o período de estudo as águas superficiais no estuário do rio são Francisco foram classificadas como oligohalinas em ambos os períodos (seco e chuvoso) e polihalinas e mesohalinas nas camadas de fundo, no período chuvoso e seco respectivamente. Os níveis pluviométricos poderão influenciar nos níveis de salinidade supondo-se que o aumento das médias pluviométricas irá reduzir a salinidade nas regiões costeiras (FONTELLES-FILHO, 1986).

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Em ambos os períodos, nas camadas de superfície e fundo, a salinidade observada foi superior ao definido pela resolução do Conama n°357/2005, no qual considera-se águas salobras quando a salinidade for superior a 0,05, sendo, desta forma, impropria para o consumo humano, chegando até a estação de captação de água para a cidade de Piaçabuçu-AL. Devido a salinização da água, o ponto de captação de água para o abastecimento da cidade de Piaçabuçu foi transferido para 6 km acima da antiga estação de captação (ESF_23), próxima ao povoado Penedinho (AESB, 2019).

Em 2013, águas marinhas inundaram uma aldeia costeira próximo a Piaçabuçu e 400 moradores tiveram que ser removidos de suas casas, e atribuem este acontecimento ao barramento das águas, fazendo com que o rio perca sua força e a água marinha consiga penetrar mais facilmente. 25.000 habitantes da região também lutam com a salinização da água (água com uma concentração de sal de 7 g/ litro), que polui o fornecimento de água potável e causa problemas de saúde, como início precoce hipertensão na população jovem (Brito & Magalhães, 2017).

No estuário do rio Itajaí-Açu, em condições de descarga em torno de 300 m³/s, a penetração de água marinha alcança aproximadamente 18 km a montante da desembocadura. Contudo, com o aumento da descarga para valores superiores a 1.000 m³/s, a água salgada é totalmente expulsa da bacia estuarina. Dessa forma, a vazão é o principal fator controlador da hidrodinâmica estuarina (SCHETTINI, 2002).

A biologia e a ecologia dos peixes em grandes rios estão fortemente ligadas ao regime hidrológico, contudo, os diversos impactos causados pela utilização da água para outros fins como uso na agricultura e barramento para geração de energia, causam uma alteração no meio, afetando diretamente os recursos aquáticos vivos e da pesca (WELCOMME & HALLS, 2004).

Quando relacionados os níveis de descarga fluvial com as capturas das pilombeta, xiras e paius, foi observado uma correlação entre redução na captura de espécies migratórias endêmicas do rio São Francisco, com a redução da vazão fluvial. Nos últimos 15 anos houve uma considerável redução na captura de espécies migratórias endêmicas do rio são Francisco Prochilodus argenteus, Pseudoplatystoma corruscans, Leporinus

obtusidens e Salminus hilarii, em contrapartida, houve um aumento na captura de

espécies estuarinas como o robalo (Centropomus sp.) (BARLETTA, et al., 2016). Em 2003 a captura da curimatã no estuário do rio são Francisco já se encontrava em aparente declínio, compondo apenas 4% do volume de pescado desembarcado, no entanto, ainda

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era considerada a principal espécie para a economia local (GUTBERLET & SEIXAS, 2003), no presente estudo a produção da curimatã compõe apenas 0,09% do pescado desembarcado no município de piaçabuçu. Os pescadores dos povoados Cabeço e Saramém, afirmaram observar mortandade de curimatãs e piaus durante os períodos de cheias no estuário do rio São Francisco e atribuíram esta ocorrência ao fato da correnteza levar estes organismos até regiões próximas a desembocadura, com salinidade superior ao suportado pelas espécies (SOUZA & NEUMANN-LEITÃO, 2000). A regulação dos rios por barragens pode impor restrições drásticas (se não o impedimento completo) aos peixes migratórios e àqueles que desovam nas planícies de inundação com consequências importantes para a pesca comercial e a ecologia dos rios (SATO & GODINHO, 2003; BARLETTA, et al.,2016)

Este padrão de captura foi observado também por Hoguane & Armando (2015) em estudo realizado no rio Zambeze - Moçambique, no qual observou que os níveis de descarga fluvial do rio eram responsáveis por 50% das capturas da família Engraulidae, os quais utilizam os estuários e manguezais como locais de desenvolvimento larval, por possuir abrigo adequado contra predadores e boa disponibilidade de alimento (AYUB, 2010; HOGUANE & ARMANDO,2015). No Brasil ocorrem nove gêneros e 25 espécies que pertencem à família Engraulidae, das quais, nove habitam somente a água doce, sendo distribuídas nas bacias do rio Amazonas e São Francisco (LOEB, 2009; SILVA, 2015).

Os estuários são considerados como corredores migratórios e áreas de refúgio para uma variedade de espécies de peixes em diferentes estágios da vida (BARLETTA & BLABER, 2007). As mudanças sazonais das assembleias de peixes estuarinos podem ser determinadas por uma combinação de flutuações temporais da abundância de espécies de peixes induzidas por chuvas, reprodução e recrutamento de espécies de estuários, marinhos e de água doce (BARLETTA, et al., 2005).

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6. CONCLUSÕES

A região estuarina do Rio São Francisco apresenta baixa precipitação, especialmente de setembro a dezembro. A estação chuvosa correspondeu ao período de maio a julho. Em geral, os meses com valores mais baixos de precipitação corresponderam a maiores desembarques de camarão sete barbas, podendo estar associado ao recrutamento, ou à dificuldade de permanência nas áreas de pesca devido a ocorrência de ventos fortes. No caso dos elasmobrânquios, a alta produtividade no período seco pode estar associada ao fato dos tubarões procurarem a costa para reprodução, nascimento e crescimento de indivíduos jovens.

Já o camarão branco, e peixes estuarinos (carapebas, robalos e tainhas) apresentaram maior produção em períodos de maior precipitação. Para o camarão branco, esta relação pode ser associada as oscilações de temperatura, e aumento da disponibilidade de nutrientes. No que refere aos peixes estuarinos, esta relação pode estar associada a maior disponibilidade de alimento, e migrações reprodutivas.

O rio São Francisco vem sendo submetido a sucessivas reduções de vazão nos últimos anos, as quais passaram a ser controladas, pela UHEs e barragens ao longo do rio. As reduções foram autorizadas pelos órgãos ambientais para garantir regularidade na geração de energia. A UHE Xingó age como reguladora da vazão no baixo São Francisco, e a partir da sua implantação foi observada significativa redução de vazão, ao que tudo indica a principal responsável pela intrusão da água marinha no estuário, a qual atingiu até 15 km. Essa nova dinâmica tem forte influência sobre a produção pesqueira local: aumenta a captura de espécies marinhas, como tainhas e reduz a captura de espécies endêmicas, como curimatã, piaus e pilombetas, decorrente da alteração do ambiente, modificando a disponibilidade de alimentos e os movimentos migratórios realizados pelas referidas espécies.

No entanto, diversas outras pressões agravam a situação e comprometem seus mais diversos usos. Secas, desmatamento, assoreamento, poluição, falta de saneamento e ocupação desordenada, observadas ao longo não apenas do Baixo SF, mas ao longo de toda a bacia, apresentam reflexos evidentes no abastecimento de água, agricultura, pesca entre outros. Isso evidencia que não apenas a instalação de UHEs, mas também muitas outras atividades e ações ilegais ao longo do rio pressionam e comprometem o seu

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funcionamento. e requerem mais fiscalização, afim de que, os impactos decorrentes de tais ações sejam minimizados.

Ações antrópicas estão comprometendo a capacidade cíclica, restando, somente, intervir em prol da mitigação de tais impactos já transcorrentes e elaborar políticas públicas que beneficiem o rio e seu povo, as quais necessitam ser baseadas em informações atualizadas e cientificamente embasadas. De posse dessas informações, torna-se possível planejar a atividade e intermediar conflitos, sejam eles de ordem técnica, social, econômica ou ambiental.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AESB. Com investimentos da CASAL, Piaçabuçu (AL) volta a ser abastecida com regularidade. 2019. Disponível em: <http://www.aesbe.org.br/com-investimentos-da-casal-piacabucu-al-volta-a-ser-abastecida-com-regularidade/>. Acesso em 21 de agosto de 2019.

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ALVARES, C. A.; STAPE, J. L.; SENTELHAS, P.C.; GONÇALVES, L. M.; SPAROVECK, G. Koppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische

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