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A Produção Científica em Gestão de Operações: Uma Análise do ENEGEP

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A Produção Científica em Gestão de Operações: Uma Análise do

ENEGEP

André Luís de Castro de Moura Duarte (EAESP/FGV) andreduarte@gvmail.br Áureo Magno Gaspar Pinto (IEPAC) a.gaspar@directnet.com.br Sebastião Ronaldo de Oliveira Filho (EAESP/FGV) sbrof@uol.com.br

Resumo

Resumo: O sucesso do curso de Engenharia de Produção, que passou a desenvolver grande parte dos trabalhos científicos em Gestão de Operações no Brasil, traduz-se em uma rica, ampla e variada pesquisa, espelhada no principal congresso da área, o ENEGEP – Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Esse artigo busca analisar a produção científica de operações no Brasil segundo a visão da Engenharia de Produção, analisando-se a evolução das publicações neste encontro e traçando-se um perfil do Encontro. Foram investigadas as escolas de origem dos autores, o peso relativo das diversas áreas temáticas e a quantidade de artigos por autores.

Palavras chave: Gestão de Operações, Administração de Empresas, Engenharia de Produção.

Introdução

A Engenharia de Produção é atividade profissional de grande relevância à melhoria da competitividade nacional. Inicialmente restrita às melhorias operacionais na indústria, tem ampliado sua participação para empresas de serviços e comércio, e seu escopo do chão de fábrica para as estratégias de gestão empresariais, dos modelos técnicos e simplesmente quantitativos para análises de sensibilidade e compreensão de variáveis de difícil quantificação. Esta ampliação multiespectral traduz-se em uma expansão na publicação científica na área, que de tão ampla pode tornar difícil a compreensão dos rumos a que se dirige esta pesquisa, bem como dos principais expoentes da matéria. A compreensão desta produção acadêmica, de suas principais linhas de pesquisa e instituições, aliadas a uma percepção histórica dos artigos, é subsídio relevante para a melhoria e sistematização do conhecimento, e este artigo busca estudar e detalhar o material apresentado no ENEGEP dos últimos cinco anos, enquanto principal expoente da pesquisa em Engenharia de Produção, traçando um perfil do Encontro, suas áreas de relevância, principais escolas e autores.

Metodologia

Realizou-se um levantamento quantitativo dos últimos cinco anos (de 1999 a 2003) dos artigos publicados nos Anais em CD Rom do Encontro Nacional de Engenharia de Produção, bem como um detalhamento destes dados para os anos de 2001 a 2003, partindo-se da presunção de que este evento seja altamente representativo da produção acadêmica brasileira em Engenharia da Produção. Excluímos desta análise os Trabalhos Internacionais e a área temática Horizontes da Engenharia da Produção, que foi descontinuada em 2000. Processos de Fabricação (dois trabalhos) e Projeto do Produto e Fábrica (20 trabalhos), presentes apenas em 1999, foram re-classificados junto à Gerência de Produção e Engenharia de Produto

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como área específica a partir do ano 2000, e Ensino de Engenharia de Produção passou a ser tratado de forma distinta apenas em 2001.

Foi também realizada uma pesquisa bibliográfica sobre o histórico e relevância da área de Operações, da Engenharia de Produção e do próprio Encontro.

Esta é uma pesquisa básica, exploratória e bibliográfica, que apenas identifica a situação apresentada, visando a adicionar conhecimentos que ajudem no progresso científico. A abordagem foi principalmente quantitativa com um protocolo de levantamento e análise para o tratamento das variáveis, sendo as principais o número de artigos aprovados por área temática, por autor e instituição de ensino.

A Gestão de Produção e Operações

As origens dos estudos em Operações se confundem com as origens da própria Administração de Empresas. O economista escocês Adam Smith em 1776, com seu livro A Riqueza das

Nações, foi um dos primeiros autores a tratar sobre as mudanças ocorridas nos sistemas

produtivos com os benefícios da divisão do trabalho. As tentativas de desenvolver teorias da administração são relativamente recentes, datando da revolução industrial nos séculos XVIII e XIX. A necessidade de coordenar elementos produtivos como tecnologia, matérias-primas e mão de obra fez surgir suas primeiras análises e escritos – o estudo de Operações pode ser visto como filho do Taylorismo e das outras teorias clássicas, agregado às contribuições posteriores das demais escolas de Administração e da Engenharia.

Hoje a área de Gestão de Operações faz parte do currículo da grande maioria das escolas de Administração do mundo inteiro, e é normalmente tratada como uma das ramificações básicas nos cursos de graduação e pós-graduação.

No Brasil, apesar de ser reconhecida dentro das escolas de Administração como uma área importante de ensino e pesquisa, observa-se uma desvalorização da Gestão de Operações. Arkader e Figueiredo (1994) confirmam que em meados da década de 90 apenas 5 escolas filiadas à ANPAD – Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração – indicavam ter áreas de operações em seus programas. Em quase todas, as áreas eram pequenas e tinham pouca oferta de disciplinas.

Talvez uma das possíveis causas para o esvaziamento da área de operações nas escolas de negócio do país seja o surgimento dos cursos de Engenharia de Produção que se tornaram referências importantes para a área. Apesar de recente – surgiram no Brasil em 1973 – estes cursos conquistaram rapidamente um espaço de destaque entre as engenharias.

A Engenharia de Produção no Brasil

Historicamente, a origem da Engenharia de Produção é a Engenharia Industrial surgida nos EUA, na virada do século XIX para o século XX, inserida em um processo de avanço da industrialização e crescimento econômico. No Brasil, o curso de Engenharia de Produção originou-se dentro das escolas de Engenharia Mecânica, nascendo em 1973, sendo reconhecida pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura em 1975, conforme a legislação da época:

Art. 1º - Compete ao Engenheiro de Produção o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo 1º da Resolução nº. 218, de 29 JUN 1973, referentes aos procedimentos na fabricação industrial, aos métodos e seqüências de produção industrial em geral e ao produto industrializado; seus serviços afins e correlatos.

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Fonte: Site da ABEPRO – Associação Brasileira de Engenharia de Produção http://www.abepro.org.br/legislacao2.htm

Conforme o texto acima, a colocação da engenharia de produção tem um contexto de estudo que representa as formas de inserção na engenharia como um todo, sendo que a interação com as engenharias técnicas são as mais diversas, voltadas sempre para o gerenciamento dos processos de produção e de serviços correlatos.

Segundo o professor Ricardo Naveiro (2004) da UFRJ e Diretor Técnico da ABEPRO - Associação Brasileira de Engenharia de Produção:

“A Engenharia de Produção se dedica ao projeto e gerência de sistemas que envolvem pessoas, materiais, equipamentos e o ambiente. Ela é uma engenharia que está associada as engenharias tradicionais e vem ultimamente ganhando a preferência na escolha dos candidatos à engenharia. Ela é sem dúvida a menos tecnológica das engenharias na medida em que é mais abrangente e genérica, englobando um conjunto maior de conhecimentos e habilidades. O aluno de engenharia de produção aprende matérias relacionadas a economia, meio ambiente, finanças, etc., além dos conhecimentos tecnológicos básicos da engenharia.”

Assim, esta engenharia trata do projeto, implantação e operação de sistemas integrados de homens, materiais, equipamentos e informações com vista a um melhor desempenho econômico com forte visão humana e ambiental. A concepção, a criação, a gerência de empresas, operação de fábricas, de processos industriais e de empresas de serviços, entre outras atividades, se situam no âmbito da Engenharia de Produção e o Engenheiro de Produção se encontra envolvido desde o estudo da localização da empresa, passando pelo estudo da sua viabilidade econômica, pelo estudo de tempos, qualidade, logística, determinação do mix de produção, operação e manutenção das instalações.

Ao analisar as diferenças dos enfoques entre a engenharia de produção e a administração de empresas, Naveiro (2004) coloca que a primeira possui um conteúdo tecnológico, isto é, existem disciplinas básicas de química, física e matemática complementadas por um conjunto de matérias de engenharia, tais como materiais, desenho técnico, eletro-técnica, automação industrial, e outras, sendo que o aluno estuda as matérias técnicas com menor profundidade que os seus colegas dos demais ramos da engenharia, como a elétrica e a mecânica.

A formação em Engenharia de Produção inclui também matérias sobre administração, comércio, contabilidade e técnicas de gerência, marketing e RH, também aqui com menor profundidade que nos cursos de Administração. Historicamente essas matérias estão mais voltadas para a realidade industrial, embora recentemente a preocupação com empresas de serviços comece a ser notada. Nesse caso, o engenheiro de produção ainda depende de outros profissionais para resolver os problemas, tanto os de ordem tecnológica como os de ordem estratégica.

Esta formação eclética, aliada a um embasamento em raciocínio lógico e quantitativo, permite a inserção do Engenheiro de Produção de forma abrangente – há profissionais atuando nos setores industriais, de serviços, empresas públicas, agroindústria, financeiros e muitos outros. Atualmente existem 136 cursos de Graduação em Engenharia de Produção, mais 6 de especialização, 28 cursos de mestrado e 19 cursos de doutorado.

O ENEGEP

O ENEGEP, Encontro Nacional de Engenharia de Produção, foi iniciado em 1981 com o objetivo de ampliar os conhecimentos científicos específicos sobre gestão de operações e áreas correlatas. A partir de 1993, o ENEGEP ocorreu conjuntamente com o I Congresso

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quando ocorreu o I Congresso de Engenharia Industrial. A partir de 1986, o ENEGEP passou a ser uma das atividades organizadas com o apoio da Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO). Essa entidade agrega os profissionais, pesquisadores, estudantes e professores interessados no desenvolvimento da Engenharia de Produção no Brasil.

Atualmente o ENEGEP é classificado conforme as áreas abaixo: - Gerência de Produção;

- Qualidade;

- Gestão Econômica;

- Ergonomia e Segurança do Trabalho; - Engenharia do Produto; - Pesquisa Operacional; - Estratégia e Organizações; - Gestão da Tecnologia; - Sistemas de Informação; - Gestão Ambiental;

- Ensino de Engenharia de Produção.

Entre os anos de 2001 e 2003, foram aprovados 1.875 artigos no ENEGEP, produzidos por 2.811 autores ou co-autores, provenientes de 261 diferentes escolas. As escolas tiveram seus nomes indicados 4.659 vezes nestes artigos, obtendo-se as médias de 2,48 artigos por escola e 0,67 artigos por autor.

A distribuição do número de artigos aprovados nos ENEGEPs de 1999 a 2003 é apresentada na Tabela 1, com os ajustes anteriormente citados. Houve certa estabilidade no percentual de artigos por área temática, notando-se apenas uma diluição nos últimos três anos, em que Estratégia e Organizações, que participou com 113 papers (16,9%) em 2001 e caiu para 79 (13,6%) em 2003; Gerência de Produção decresceu de 176 artigos publicados (26,4%) em 2001 para 134 (23,0%) em 2003 (tabela 1 e gráfico 1).

O Encontro, nestes cinco anos, teve como focos centrais as áreas de Gerência de Produção (23,3% dos artigos), Estratégia e Organizações (19,1%) e Qualidade (14,9%). Nota-se que Qualidade, em que pese ter deixado de ser um modismo nas escolas de Administração, continua a ser foco dos Engenheiros de Produção. Estratégia e Organizações, pelo seu peso, pode ser um sinalizador da preocupação dos engenheiros em melhor entender as organizações como um todo, seus aspectos estratégicos e relações com o mercado. Isto pode causar alguma estranheza quando comparas-e com o estereótipo do engenheiro apenas como estudioso dos detalhes técnicos, operacionais e aspectos “micro” da organização.

Vale ressaltar que há um considerável aumento de trabalhos sobre Rede de Suprimentos que, no caso do ENEGEP, são enviados para a área de Gerência de Produção.

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ENEGEP - Áreas Temáticas 1999 2000 2001 2002 2003 TOTAL

Gerência de Produção 49 41 176 134 134 534

Estratégia e Organizações 94 59 113 92 79 437

Qualidade 60 28 77 90 87 342

Ergonomia e Segurança do Trabalho 56 17 61 36 47 217

Gestão Econômica 31 22 45 43 45 186

Gestão Ambiental 20 13 33 42 28 136

Pesquisa Operacional 29 14 23 36 29 131

Gestão da Tecnologia 16 37 22 37 112

Eng. do Produto / Proj. Produto e Fábrica / Proc. Fabricação 22 8 27 17 25 99

Ensino de Engenharia de Produção 20 33 23 76

Sistemas de Informação 28 55 53 49 23

Total de Artigos do ENEGEP (ajustado) 361 246 667 598 583 2293

Tabela 1 – Artigos Publicados no ENEGEP de 1999 a 2003

Fonte: Anais do ENEGEP, 1999 a 2003.

Houve uma redução no número de trabalhos ligados a Estratégia e um incremento dos estudos em Logística, Relacionamento e Gerenciamento na Cadeia de Valor, o que demonstra um alinhamento com as tendências internacionais e coerência com pesquisas de maior amplitude, como o trabalho de Arkader (2003) – esta tendência também pode ser observada no Gráfico 1.

0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0% 1999 2000 2001 2002 2003 Sistemas de Informação

Ensino de Engenharia de Produção

Eng. do Produto / Proj. Produto e Fábrica / Proc. Fabricação Gestão da Tecnologia

Pesquisa Operacional Gestão Ambiental Gestão Econômica

Ergonomia e Segurança do Trabalho Qualidade

Estratégia e Organizações Gerência de Produção

Gráfico 1 – Participação das Áreas Temáticas no ENEGEP – 1999 a 2003

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Os Autores e as Escolas

A quantidade de escolas participantes do Encontro vem em um crescendo – foram recebidos artigos com autores de 112 instituições em 2001, 118 em 2002 e 174 em 2003. Detalhando-se os 1.875 artigos por escola de origem, como apresentado na Tabela 2, constatamos que o relacionamento entre autores de diversas instituições ainda é limitado – a elaboração é fortemente concentrada dentro da mesma instituição, com 77% dos trabalhos tendo origem dentro de uma única escola, 20% com a participação de autores de duas escolas (geralmente próximas ou bastante ligadas) e apenas 3% dos papers elaborados por pesquisadores advindos de 3 ou mais escolas. Este qudro espelha a ainda incipiente colaboração entre os centros de ensino brasileiros, mas acreditamos que a tendência para a elaboração de redes de ensino e pesquisa à distância, facilitada pelos meios eletrônicos, deva propiciar um significativo incremento no inter-relacionamento e elaboração conjunta nos próximos anos, enriquecendo e integrando a produção científica em Engenharia de Produção e Operações.

Escolas Artigos % 1 1.444 77,0% 2 367 19,6% 3 60 3,2% 4 3 0,2% 5 1 0,1% Total 1.875 100%

Tabela 2 – Artigos Apresentados por Autores de Diversas Escolas

Fonte: Anais do ENEGEP, 2001 a 2003

A análise seguinte, apresentada na Tabela 3, contabilizou quantas vezes uma mesma escola é citada nos artigos, independente de haver um ou mais autores, visando a quantificar aproximadamente o peso da produção de cada instituição no evento como um todo. A participação das universidades, escolas federais e outras instituições públicas foi maciça, sendo baixa a penetração das pesquisas em Produção das instituições particulares. As dez principais escolas, todas elas públicas, participaram 2.524 vezes nos artigos publicados de 2001 a 2003, independente de autoria ou co-autoria, representando 54% do total – uma altíssima concentração da pesquisa e publicação na área.

A Universidade Federal de Santa Catarina foi a líder no período, com 447 autorias ou co-autorias. Entretanto, sua fatia reduziu-se de 2001 para 2003 (de 217 para 81 autorias) enquanto que houve um aumento de 119 para 160 autores com origem na USP, somados os campus de São Paulo e São Carlos. A terceira colocada é a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que teve 309 autores que a indicaram como instituição de origem.

Escola 2001 2002 2003 Total UFSC 217 149 81 447 USP 119 130 160 409 UFRGS 100 96 113 309 UFPE 54 69 114 237 UFRJ 58 75 83 216 UFSM 63 82 56 201 UFSCAR 76 44 70 190 UFF 35 85 68 188 UFRN 51 70 62 183 UNIFEI 46 40 58 144 Demais Escolas 573 699 863 2135 Total geral 1392 1539 1728 4659

Tabela 3 – Origem dos Autores e Artigos por Escolas, Independente da Primeira Autoria

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Foi contabilizado a seguir o número de vezes em que cada autor teve seu nome inscrito nos artigos, sendo ou não o primeiro autor, e agrupou-se os artigos que tiveram apenas um autor, dois autores, três e assim por diante, como apresentado na Tabela 4.

A produção acadêmica ainda não é uma rotina na vida da maioria dos autores. 72% destes (2.027) tiveram apenas um trabalho aprovado no período, e 15% (418) tiveram dois trabalhos. Entretanto, houve um pequeno percentual de autores com um elevado número de participações – 30 autores participaram dez ou mais vezes de artigos (independente de ter sido primeira autoria ou não) nestes três anos, revelando uma elevadíssima taxa de produção acadêmica. Autores Artigos % 1 2.027 72,1% 2 418 14,9% 3 163 5,8% 4 76 2,7% 5 35 1,2% 6 30 1,1% 7 13 0,5% 8 7 0,2% 9 12 0,4% 10 9 0,3% 11 4 0,1% 12 3 0,1% 13 4 0,1% 14 3 0,1% 15 2 0,1% 17 2 0,1% 21 1 0,0% 22 2 0,1% Total 2.811 100,0%

Tabela 4 – Quantidade de Autores e Artigos Publicados, Independente da Ordem de Autoria

Fonte: Anais do ENEGEP, 2001 a 2003

A produção individual foi avaliada considerado-se o número de vezes em que cada autor participou de artigos, independente de ser o primeiro autor ou não (Tabela 5). Os dez principais participantes tiveram seus nomes inscritos 171 vezes de 2001 a 2003. Os campeões de produção foram João Batista Turrioni (EFEI/UNIFEI), Rubens Eugênio Barreto Ramos (UFRN) e Osmar Possamai (UFSC), cada um com mais de 20 participações no período.

Autor Escola Total

João Batista Turrioni UNIFEI 22 Rubens Eugênio Barreto Ramos UFRN 22

Osmar Possamai UFSC 21

Flávio Sansom Fogliatto UFRGS 17

Sérgio Marques Júnior UFRN 17

Carla Schwengber Ten Caten UFRGS 15

Leoni Pentiado Godoy UFSM 15

Lia Buarque de Macedo Guimarães UFRGS 14 Rosângela Maria Vanalle UNIMEP 14 José Luís Duarte Ribeiro UFRGS 14

Tabela 5 – Autores com Maior Número de Publicações

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Conclusões

A Engenharia de Produção teve e tem um histórico consistente de crescimento e colaboração com o desenvolvimento nacional, com uma significativa produção acadêmica e inserção nas instituições e empresas. O ENEGEP é certamente o mais representativo evento em Engenharia de Produção, com uma significativa participação de instituições de ensino e autores. A colaboração entre escolas para a elaboração de papers ainda é restrita (77% dos artigos foram elaborados por autores de uma mesma escola) e esta também é uma produção solitária (72% dos artigos foram elaborados por um único autor), em que pese alguns profissionais terem obtido altíssimas taxas de aprovação de artigos. Das 261 escolas contabilizadas com artigos aprovados, dez acumularam 54% dos trabalhos, o que indica também uma elevada concentração da produção acadêmica, notadamente em algumas poucas instituições públicas.

As principais áreas temáticas do ENEGEP, nos últimos cinco anos, foram Gerência de Produção, Estratégia e Organizações e Qualidade, que concentraram grande número de artigos, em que pese uma mais ampla distribuição destes nos últimos anos, com “fatias” mais equilibradas entre as áreas. Evidencia-se uma maior preocupação dos engenheiros com temas ligados à estratégia e gestão de organizações, e redução dos artigos de caráter mais técnico e operacional.

Este é um trabalho inicial, ainda bastante restrito à análise quantitativa, e certamente diversas análises e correlaçõe poderiam ser estabelecidas em um estudo mais profundo. Será fundamental em um segundo momento desta pesquisa, desenvolver também um estudo mais qualitativo do congresso, observando-se em detalhes como os pesquisadores realizam suas pesquisas, quais as suas práticas e metodologias mais comuns e se há uma quantidade maior de trabalhos empíricos ou não, mensurando-se a qualidade e profundidade da produção. Bibliografia

ABEPRO, Associação Brasileira de Engenharia de Produção, 2004. Endereço Eletrônico:

http://www.abepro.org.br/legislacao2.htm

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NAVEIRO, R. ABEPRO, Associação Brasileira de Engenharia de Produção, 2004. Endereço Eletrônico: http://www.abepro.org.br/saiba_mais_1.htm

Referências

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