• Nenhum resultado encontrado

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL"

Copied!
41
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

LOGÍSTICA REVERSA – IMPORTÂNCIA E APLICAÇÃO

Por: Tatiane da Silva Simonato

Orientador

Prof. Jorge Tadeu Viera Lourenço

Rio de Janeiro 2015

(2)

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

LOGÍSTICA REVERSA – IMPORTÂNCIA E APLICAÇÃO

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Logística Empresarial. Por: . Tatiane da Silva Simonato

(3)

AGRADECIMENTOS

....aos amigos e parentes, clientes, fornecedores, ao ambiente de trabalho,

(4)

DEDICATÓRIA

...dedica-se ao meu pai, minha mãe, meu querido noivo,...

(5)

RESUMO

Este estudo apresenta a Logística Reversa, área da Logística que surgiu visando o reaproveitamento de produtos e materiais após seu uso, reduzindo o prejuízo causado ao meio-ambiente. O objetivo desta área é gerenciar e operacionalizar o retorno de bens e materiais após sua venda e consumo, às suas origens, agregando valor aos mesmos. No mercado competitivo atual a logística reversa vem se tornando cada vez mais importante para as empresas na busca por redução de custos, elevação no nível de serviço e fidelidade por parte do cliente. O controle que a Logística Reversa faz sobre o ciclo de vida da mercadoria, planejando, operando e controlando o fluxo e as informações logísticas em relação ao retorno dos bens de pós-consumo e/ou pós-venda ao ciclo produtivo ou de negócios através dos canais reversos de distribuição agregam valores diversos as empresas, tais como: econômico, ecológico, legal, logístico e de imagem corporativa, entre outros – Conforme preconiza Leite, 2003. Diante da importância do tema e da carência de literatura sobre o assunto este estudo tem por objetivo destacar conceitos básicos sobre Logística e Logística Reversa, demonstrando a importância da Logística Reversa nas organizações dentro de um mercado cada vez mais competitivo, exigente e principalmente preocupado com o meio-ambiente.

(6)

METODOLOGIA

Este capítulo apresenta os aspectos referentes à metodologia de pesquisa utilizada no desenvolvimento desta tese. Estão relacionados o método de procedimento, o delineamento das etapas e os instrumentos de pesquisa, bem como a determinação do objeto de estudo e o procedimento de coleta de dados. Em seguida, são apresentadas as considerações sobre a análise de dados.

A abordagem do tema é feita de maneira qualitativa, de forma a explorar o assunto demonstrando sua importância e sua aplicação. Apresentando o tema de pesquisa, assim como a justificativa para sua escolha, os objetivos, as contribuições do estudo. Durante o trabalho de conclusão pode-se contemplar a revisão de literatura, que engloba os aspectos relacionados à Logística Reversa. Apresentam-se os diversos conceitos do tema, o seu papel, atividades e importância, razões para o retorno de produtos, fatores motivadores, formas de gestão para os fluxos reversos, citando a recuperação de valor dos produtos, o ciclo de vida, relação do tema com as questões ambientais, abordagem do tema com relação a embalagens retornáveis, e com relação ao descarte de resíduos.

Em bens de pós-consumo, abordamos a descrição dos produtos ou materiais constituintes cujo prazo de vida útil chegou ao fim, sendo assim considerados impróprios para o consumo primário, ou seja, não podem ser comercializados em canais tradicionais de vendas e como é possível a utilização da Logística Reversa e seus canais de distribuição reversos os CDRs.

Do ponto de vista estratégico da logística reversa temos a análise de pós-venda que tem por objetivo agregar valor ao produto, reinserindo-o na cadeia produtiva..

(7)

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 01

2. HISTÓRIA E EVOLUÇÃO ... 04

3. LOGÍSTICA REVERSA ... 13

4. OS BENS DE PÓS-CONSUMO E SEUS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO .... 17

5. OS BENS DE PÓS-VENDA E SEUS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO ... 22

6. CUSTOS EM LOGÍSTICA REVERSA ... 24

7. ESTRATÉGIA DA LOGÍSTICA REVERSA ... 26

8. CONCLUSÃO ... 29

9. REFERÊNCIAS ... 32

(8)

1. INTRODUÇÃO

Nos anos 80, o conceito de logística reversa ainda estava limitado a um movimento contrário ao fluxo direto de produtos na cadeia de suprimentos. Foi na década de 90 que novas abordagens foram introduzidas e o conceito evoluiu impulsionado pelo aumento da preocupação com questões de preservação do meio ambiente, através da pressão exercida pela legislação e órgãos fiscalizadores; e a constante busca pela redução de perdas por parte das empresas e distribuidores. As atividades de logística reversa passaram a ser utilizadas em maior intensidade nesta década principalmente nos Estados Unidos e Europa, onde o conceito clássico de logística já era mais consistente.

Segundo o Council of Logistics Management (1993, apud Leite, 2003, p. 151), “logística reversa é um amplo termo relacionado às habilidades e atividades envolvidas no gerenciamento de redução, movimentação e disposição de resíduos de produtos e embalagens”. A partir de então, as definições de logística foram abrangendo novas áreas de atuação incluindo todas as formas de movimentos de produtos e informações até o gerenciamento dos fluxos reversos.

Este é um conceito abrangente, em que o autor objetiva viabilizar o retorno de bens através de sua reinserção no ciclo de produção ou de negócios. Para que isso ocorra, deve haver uma etapa de análise destes bens de pós-venda e de pós-consumo no intuito de definir o estado destes bens e determinar o processo o qual deverá se submeter. A Figura 1 mostra as atividades típicas do processo logístico reverso.

Devido ao aumento da demanda do mercado consumidor, consequência da Revolução Industrial, aumento crescente da população mundial foi necessário a utilização de uma técnica ou sistema que atendesse esta nova demanda.

Dentro deste contexto, ressurge a ideia de logística, já usada a décadas atrás, mas até então desconhecida ou pouco conhecida no meio empresarial.

Segundo Ballou (1993), a Logística estuda a melhor forme de se atingir um melhor nível de rentabilidade na distribuição de produtos até o consumidor, planejando, organizando e controlando o movimento e estocagem, de forma a proporcionar facilidade no fluxo de mercadorias. A logística empresarial é

(9)

utilizada pelas organizações como ferramenta estratégica, pois no ambiente competitivo atual, onde o volume de bens oferecidos tem acelerado o processo de distribuição, ter o fornecimento do produto em tempo e local ideal é fundamental para que as empresas se destaquem no mercado.

A importância da logística para as organizações é um fato, pois a necessidade da cadeia de distribuição é fundamental para a transferência de produtos aos consumidores e empresas. O aumento no volume de bens produzidos trouxe junto com ele uma preocupação com o meio ambiente e tem despertado a consciência ecológica A preocupação quanto ao reaproveitamento dos produtos após seus descartes não acompanhou o desenvolvimento da distribuição dos produtos.

O aumento dos descartáveis e embalagens demonstra a despreocupação com o processo de reciclagem (Ballou, 1993). O consumo de embalagens, como garrafas pet, sacolas plásticas e produtos tecnológicos, celulares, computadores é cada vez maior, e o ciclo de vida cada vez menor, degradando, retirando do meio-ambiente uma quantidade muito maior de recursos que a natureza consegue renovar. As pessoas querem o que há de mais moderno e acabam deixando de lado bens a pouco comprados, com mínimo uso e ainda pior não dão uma destinação correta a esse “lixo”, jogando-os juntamente com o lixo comum, criando problemas à saúde pública e deixando o lado ambiental em segundo plano. Segundo Leite, 2003: grande parte dos produtos que são consumidos e depois descartados pode passar pelo processo de reciclagem e serem reaproveitados por meio de integração ao processo produtivo. Dentro deste contexto surge a Logística Reversa que tem como objetivo fazer o planejamento, implementar e controlar o fluxo inverso ao fluxo produtivo direto, procurando agregar valor a esses produtos, reintegrando-os ao processo produtivo e de negócios.

Leite (2003, p. 16-17) conceitua logística reversa da seguinte forma:

[...] área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-vendas e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômica, ecológica, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros.

(10)

Ao contrário da logística direta, a logística reversa por enquanto não conta com uma estrutura suficiente para fazer fluir, de forma eficiente, todos os resíduos, embalagens, produtos, entre outros gerados pela cadeia de distribuição direta.

A preocupação com a devastação dos bens ambientais, devido à explosão demográfica, à industrialização sem precedentes e à desenfreada competitividade por mercados verificada nas últimas décadas fez com que as empresas compreendessem que o gerenciamento logístico deveria ir além do ponto de consumo final. Elas entenderam que a competição real para a conquista dos consumidores deveria incluir, em suas estratégias empresariais, o meio ambiente. Nesse enfoque, o gerenciamento da logística reversa deve ser entendido como uma extensão do gerenciamento logístico. Em uma perspectiva de negócios, enquanto o gerenciamento logístico está preocupado com o fluxo de materiais e informações da montante para a jusante da cadeia produtiva, o gerenciamento da logística reversa está preocupado com o retorno dos resíduos de produtos, tornando-os inertes ao meio ambiente, ou das embalagens vazias e seus acessórios para serem reciclados e retornarem ao processo produtivo.

O objetivo deste estudo é entender melhor a Logística Reversa, abordando seus conceitos, sua importância e algumas de suas aplicações, o mesmo foi desenvolvido através de metodologia bibliográfica, descritiva e qualitativa.

(11)

2. HISTÓRIA E EVOLUÇÃO

“Da parte bélica dos militares, originou-se a logística”. (Brandão 1998). Este termo nunca foi tão utilizado como nos dias de hoje. Atualmente a logística é considerada fator de vantagem competitiva para as organizações.

A história da logística é dividida em diversas fases, segue abaixo as cinco fases identificadas pelos professores John 1. Kent jr e Daniel J. Flint (apud Fleury, Paulo Fernando:2000):

A primeira fase, denominada: “do campo de mercado”, teve início na virada do século XX, tinha como principal preocupação: o transporte para escoamento da produção agrícola e foi influenciada pela economia agrária.

A segunda fase, conhecida como: “funções segmentadas”, que ocorreu entre 1940 ao início de 1960, tinham como foco, identificar os principais aspectos de eficiência dos fluxos de materiais, enfatizando as questões do armazenamento e transporte, recebeu grande influencia militar diante do cenário da Segunda Guerra Mundial.

A terceira fase denominada de: “funções integradas”, vai do início de 1960 ao início dos anos 70, nesta fase é iniciada a visão integrada nas questões logísticas, explorando-se aspectos como custo total e abordagem de sistemas. A logística passa a ser utilizada como ferramenta para o gerenciamento das atividades de transporte de suprimentos e distribuição, armazenagem, controle de estoques e manuseio de materiais.

A quarta fase, conhecida como a era do “foco no cliente”, apresenta como foco a produtividade e custos de estoques, enfatizando a aplicação de métodos quantitativos. Esta fase aconteceu no período entre os anos 70 e meados dos anos 80.

Segundo Fleury (2000), a quinta fase que vai dos meados dos anos 80 até o presente, denominada de “a logística como elemento diferenciador”, tem como preocupação tratar o fluxo de materiais e informações dentro e fora das empresas, com objetivo de assegurar melhores resultados em termos de redução de desperdício e agregação de valor, considerando os diversos trade-offs, nesta fase a logística passa a ter um desenvolvimento revolucionário, empurrado pelas demandas ocasionadas pela globalização, pela alteração da economia mundial e pelo grande uso de computadores na administração.

(12)

Diante deste cenário surgiram os conceitos de Logística integrada e Supply Chain que proporcionaram oportunidades para aumentar a competitividade das empresas.

Para Fleury (2000) o conceito de logística integrada já é bastante utilizado, principalmente por conta da necessidade da produção enxuta e do Just in time, a partir do início dos anos 90 surge o Supply Chain Management que representa o esforço de integração dos diversos participantes do canal de distribuição por meio da administração compartilhada de processos-chave de negócios que interligam as diversas unidades organizacionais e membros do canal, desde o consumidor final até o fornecedor inicial de matérias-primas.

As novas tendências econômicas e tecnológicas transformaram a visão empresarial sobre logística. Segundo Fleury (2000), passou a ser vista não mais como uma simples atividade operacional, um centro de custo, mas sim como atividade estratégica, uma ferramenta gerencial, fonte potencial de vantagem competitiva.

Porém, conforme Ballou (1993) a logística empresarial não tem o mesmo significado para todas as pessoas, inclusive para aquelas que estão ativamente engajadas no assunto. Até o momento o campo não tem um título único para identificá-lo, como fizeram os setores de marketing e produção.

De acordo com a Associação Brasileira de Logística, a logística é definida como:

O processo de planejamento, implementação e controle do fluxo e armazenagem eficientes e de baixo custo de matérias primas, estoque em processo, produto acabado e informações relacionadas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do cliente.

No dicionário temos que a Logística é o ramo da ciência militar que lida com a obtenção, manutenção e transporte de material, pessoal e instalações.

A logística deve ser encarada como a área responsável pela otimização dos fluxos de operações, interagindo com diferentes setores da empresa, trocando informações e gerenciando conflitos.

Ballou (2003) sustenta que as empresas executam funções logísticas há muito tempo e que uma visão moderna é rearranjar as atividades existentes de modo que o bom gerenciamento seja facilitado. Isto significa que algumas atividades consideradas como responsabilidade única da produção ou do

(13)

marketing devem ser reagrupadas. Por exemplo: na interface entre produção e Logística temos a programação da produção, a localização industrial e as compras, já como exemplo de interface entre marketing e logística podemos citar: os padrões de níveis de serviço, a formação de preço, as embalagens e a localização dos depósitos.

A missão da logística, segundo Closs e Bowersox (2001), é satisfazer às necessidades do cliente, facilitando as operações de produção e marketing, procurando atingir estrategicamente uma qualidade predefinida de serviço ao cliente por meio de uma competência operacional que represente o estado-da-arte. Seu grande desafio é equilibrar as expectativas de serviços e os gastos de maneira a alcançar os objetivos do negócio.

Logo, a missão da logística é disponibilizar o produto e/ou serviço no local onde é desejado, no momento exato e com o menor custo possível.

Para Ballou (2006), os produtos e serviços só têm de fato valor, quando estão ao alcance dos clientes no local e momento apropriado para seu consumo, portanto a empresa que leva ao cliente um produto antes indisponível ou torne um estoque disponível no tempo certo, cria para o cliente valor que antes não existia.

Segundo Ballou (2006), dependendo da estrutura da organização e do tipo de gerenciamento é que se definem quais as atividades gerenciadas que compõem a logística, ainda segundo ele:

Os componentes de um sistema logístico típico são: serviços ao cliente, previsão de demanda, comunicações de distribuição, controle de estoque, manuseio de materiais, processamento de pedidos, peças de reposição e serviços de suporte, escolha de locais para fábrica e armazenagem (análise de localização), embalagem, manuseio de produtos devolvidos, reciclagem de sucata, tráfego e transporte, e armazenagem e estocagem.

Para que uma empresa tenha sucesso no seu processo logístico, é necessário estabelecer coordenação de um projeto de rede, fluxo de informações, transporte, estoque e armazenagem, manuseio de materiais e embalagem. Será apresentado a seguir um pequeno resumo sobre estas áreas:

Para Bowersox e Closs (2001), o projeto de rede tem como objetivo determinar a quantidade e a localização de todos os tipos de instalações

(14)

necessárias para execução do processo logístico é da rede de instalações que partem as decisões sobre estoque, volume e definição de qual local será feita a expedição, esta rede deverá ser flexível as exigências de oferta e demanda.

Atualmente a integração com clientes e fornecedores tem sido muito mais rápida e precisa com a utilização de soluções logísticas, criadas com o avanço da Tecnologia da Informação, um dos exemplos de solução logística é o EDI (Eletronic Data Interchange) que devido a sua capacidade de proporcionar o intercâmbio de documentos e informações entre empresas, faz o intercâmbio eletrônico entre as partes envolvidas na operação logística.

As informações logísticas compreendem dados em tempo real que influem em operações de empresas – fluxos de suprimento de materiais, status de produção, estoques de produtos, entregas aos clientes e pedidos recebidos, entre outras.

Do ponto de vista externo, as empresas devem manter comunicação sobre expedição e cobrança com fornecedores, instituições financeiras, transportadoras e clientes. As funções internas trocam informações sobre a programação de produção e dados de controle. (BOWERSOX E CLOSS, 2001)

Segundo Bowersox e Closs (2001), a integração baseia-se em quatro níveis de funcionalidade e suas respectivas decisões:

- Sistemas transacionais: nível em que ocorre a entrada de pedidos, alocação de estoques, separação de pedidos, expedição, formação de preço e emissão de faturas e pesquisa entre os clientes.

- Controle Gerencial: nível em que se realiza a mensuração financeira, do serviço ao cliente, da produtividade, da qualidade, onde também se gerencia os ativos e os custos.

- Análise de decisão: nível em que é feita a programação e roteamento dos veículos, gerenciamento dos níveis de estoque, configurações de redes/instalações e a integração vertical x terceirização.

- Planejamento Estratégico: nível onde acontece a formulação de alianças estratégicas, análise sobre o desenvolvimento e aperfeiçoamento de capacitações e oportunidades e análise do serviço ao cliente focada e com base no lucro.

Ainda segundo Bowersox e Closs (2001), são cinco os princípios necessários para que o sistema de informação possa apoiar o planejamento e operações da empresa:

(15)

• Disponibilidade em tempo hábil e com consistência

• Precisão nas atualizações, proporcionando rápido feedback aos níveis de controle;

• Sistema de informação logística que aponte: falhas e oportunidades; • Flexibilidade;

• Apresentação das informações com as melhores estruturas e ordenação.

Quanto ao estoque, à decisão de mantê-lo ou não é baseada a estrutura da rede de logística da empresa e no nível de serviço ao cliente, uma vez que estoques elevados geram altos custos, imobilização do capital de giro, deterioração, etc.”Devemos sempre ter o produto que você necessita, mas nunca podemos ser pegos com algum estoque” (Ballou, 1993).

O controle de estoque é necessário não somente para reduzir custos de aquisição, mas também para manter o nível de serviço ao cliente, assim como a eficiência das atividades de produção e distribuição.

Segundo Bowersox e Closs (2001) são funções do estoque:

• Especialização geográfica: analisar a necessidade de cada unidade possuir um estoque básico.

• Estoques intermediários: permite que o produto seja fabricado e distribuído em lotes econômicos superiores a demanda do mercado e acumulação de estoques de produtos não acabados entre operações, regularizando o fluxo as operações e amenizando incertezas.

• Equilíbrio entre suprimento e demanda: caracteriza-se pela operação que relaciona o tempo decorrido entre a produção e o consumo, buscando o equilíbrio entre a disponibilidade de materiais e demanda conciliando os aspectos econômicos da produção e variações de consumo.

• Gerenciamento de incertezas ou estoque de segurança: gerencia a incerteza de futuras vendas e os prazos de ressuprimento desde o envio do pedido até a chegada do material, amenizando o impacto da demanda. O estoque de segurança pode ser ajustado de acordo com as alterações políticas, econômicas ou internas da empresa.

(16)

Quanto ao transporte: Ballou (2003) sustenta sua importância por ser o responsável pelo deslocamento do estoque, diferencial para o mercado, etc. É também o elemento responsável por 2/3 do custo logístico.

Para Bowerson e Closs (2001) são essenciais para o desempenho do transporte: Custo (valor real para movimentação entre dois pontos geográficos), velocidade do transporte (tempo necessário para conclusão de uma operação incluindo todos os modais) e consistência (resultado da confiança no serviço de transporte).

Os principais fatores econômicos que influenciam o custo do transporte são:

• Distância: afeta, por exemplo, os custos de combustível, pedágio, mão-de-obra e manutenção do veículo.

• Volume: quanto maior o volume de carga, menor o custo por unidade, pois os custos fixos são diluídos, limitada ao peso máximo do veículo.

• Densidade: relação entre peso x espaço, cargas de maior densidade permitem que custos relativamente fixos de transporte sejam diluídos para peso maiores.

• Facilidade de acondicionamento e manuseio: o custo poderá variar de acordo com as dimensões, embalagens, pesos e responsabilidade frente a perdas e danos.

• Mercado: a intensidade e facilidade de tráfego afetam diretamente o custo do transporte.

Embora a revolução provocada pelo Just in Time, resposta rápida, distribuição de fluxo contínuo e entrega direto no ponto de venda tenham dinamizado o cenário das operações, a armazenagem continua desempenhando importante papel nas operações logísticas. Segundo Bowersox e Closs (2001), as principais vantagens econômicas da armazenagem são:

• Econômicas: redução direta dos custos logísticos, em função da quantidade de instalações. Sempre que houver redução do custo total o depósito justifica-se. São vantagens econômicas básicas do depósito:

- Consolidação de cargas: O depósito pode receber e consolidar vários produtos, de várias fábricas e até mesmo de várias empresas para envio a um

(17)

cliente específico numa só entrada conseguindo para as empresas um custo total de distribuição menor do que o custo de entrega individual direta.

- Break-Bulk: O depósito recebe do fabricante produtos para diversos clientes, os separa e providencia entregas locais. Viagens longas da fábrica par ao depósito são feitas com grande volume de carga permitindo maior rastreamento e menor custo.

- Cross-Dock: São recebidos produtos de fabricantes diversos que são movimentados de uma plataforma para outra para serem levados aos clientes. Suas vantagens são: transportes de cargas completas do fabricante para depósito e de lá para os varejistas, redução de manuseio uma vez que os produtos não permanecem estocados e uso eficiente da área de carregamento (plataformas) uma vez que os veículos recebem cargas completas.

- Processamento/adiamento: os produtos seguem para o depósito sem embalar e etiquetar, o que só será feito mediante pedido do cliente. Suas vantagens: minimizam-se riscos, efetuando-se o empacotamento final somente mediante pedido do cliente, volume de estoque reduzido, pois estocam produtos básicos e grande variedade de etiquetas e embalagens deixando para último momento a embalagem e etiquetagem.

- Formação de estoque: possibilita a formação de estoque sazonal ou de produtos agrícolas que são colhidos em épocas específicas, porém consumido durante todo ano, regularizando o fluxo, permitindo eficiência na produção dentro das restrições impostas por condições de suprimentos e clientes. Vantagens de Serviço: advêm de melhorias ligadas a tempo e localização.

• Vantagens de Serviço: advêm de melhorias ligadas a tempo e a localização. São vantagens básicas de serviço obtidas com a armazenagem: - Estoque ocasional: É colocado em depósitos estratégicos, certa quantidade da linha de produtos, de forma a possibilitar atender aos clientes durantes períodos críticos de comercialização, permitindo a colocação de estoques adjacentes a clientes-chaves, pouco antes do pico de vendas sazonais.

- Sortimento: depósitos que estocam certa variedade de produtos em antecipação ao pedido dos clientes, possuem ampla linha de produtos e limita-se a poucos lugares estratégicos. Sua vantagem é reduzir o número de fornecedores com quem o cliente tem que negociar, a variedade de produtos possibilita a formação de cargas maiores, reduzindo o custo de transporte.

(18)

- Combinação: As mercadorias de vários fabricantes ao chegarem são descarregadas e imediatamente combinadas com outras mercadorias, de acordo com o desejo do cliente ou segundo a necessidade do mercado. São obtidas reduções de tarifas de frete e do estoque.

- Apoio à produção: quando se trata de longos ciclos de produção justifica-se o estoque de componentes e materiais para os setores de montagem das fábricas, estes estoques visam alimentar os setores de montagem, de forma econômica e em tempo hábil.

- Presença de mercado: decorre da percepção, pela área de marketing de que os depósitos locais atendem mais rapidamente ás necessidades dos clientes, aumentando a participação no mercado e por consequência a lucratividade das empresas.

Segundo Bowersox e Closs (2001), o objetivo da movimentação de materiais é separar as cargas de acordo com as necessidades dos clientes. São três as principais atividades:

• Recebimento: a descarga dos veículos que chegam ao depósito é a primeira atividade da movimentação manualmente ou através de métodos mecanizados e/ou automatizados.

• Manuseio Interno: Transferência interna realizada para colocar os produtos recebidos em locais de armazenagem, para separar os produtos conforme pedidos dos clientes e transporte dos mesmos para área de expedição.

• Expedição: consiste em verificar e carregar as mercadorias nos veículos. Quanto mais investimentos forem feitos em equipamentos de manuseio de materiais maior será o aumento de produtividade, uma vez que se tratando de logística esta é uma atividade inevitável.

Durante a movimentação de cargas é necessário avaliar o melhor método do ponto de vista econômico, considerando a particularidade de cada operação com o objetivo de reduzir, combinar ou eliminar movimentos e/ou equipamentos desnecessários.

Ainda segundo Bowersox e Closs (2001), as embalagens podem ser classificadas como embalagens para o consumidor, que são adequadas para atender as necessidades e expectativas dos clientes e as embalagens industriais, que tem como finalidade atender a logística, facilitando a

(19)

armazenagem, manuseio e distribuição. São várias a s funções da embalagem tais como: proteção, alterar a densidade do produto, melhor utilizar o equipamento de transporte, etc.

Embora os objetivos da utilização de determinada embalagem possa ser conflitante, a importância e o benefício de sua evolução são significativos para o bom desempenho das operações logísticas.

Para Bowersox e Closs (2001), o ‘apoio ao ciclo de vida’ é um dos objetivos operacionais da logística moderna, prolongando-se além do fluxo direto dos materiais e à necessidade de considerar os fluxos reversos de produtos em geral. Hoje este ciclo influência as relações comerciais entre países exportadores e importadores, tendo como preocupações - de caráter ambiental - aspectos que vão desde o processo produtivo e seus produtos, até o uso e seu posterior descarte. Além da preocupação com os aspectos das normas técnicas dirigidas aos produtos, no que se refere ao dimensionamento dos valores limite em relação á questão ambiental, surgiu com o decorrer do tempo a preocupação com os processos de fabricação, buscando, dessa forma, a redução do impacto que tais processos causavam ao nosso planeta.

Segundo Leite (2002), a obsolescência e o aumento da descartabilidade dos produtos, observados recentemente têm provocado alterações estratégicas empresariais. Estas alterações se traduzem pelo aumento da “velocidade de resposta” em suas operações desde a concepção do projeto do produto até sua colocação no mercado, através da adoção de sistemas operacionais de alta “flexibilidade operacional” que permitam, além da velocidade do fluxo logístico, a flexibilidade para atender as exigências do cliente e adoção da “responsabilidade ambiental” em relação aos seus produtos após serem vendidos e consumidos, surgindo neste momento a Logística Reversa com grande importância no mercado atual.

(20)

3. LOGÍSTICA REVERSA

Leite (2003) descreve que a Logística Reversa é um tema pouco explorado e com conceito ainda evolução, devido ao crescente aumento do interesse empresarial e social quanto à questão ambiental, segue abaixo alguns conceitos retirados deste livro:

Em CLM (1993:323 apud LEITE, 2003, p.15): “Logística Reversa é um amplo termo relacionado às habilidades envolvidas no gerenciamento de redução de resíduo de produtos e embalagens...”.

Conceituando Logística Reversa Stock (1998: 20 apud Leite, 2003, p.15):

Logística Reversa: em uma perspectiva de logística de negócios, o termo refere-se ao papel da Logística no retorno de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais, disposição de resíduos, reforma reparação e remanufatura...

Segundo Leite (2003), o objetivo da logística reversa é possibilitar o retorno dos bens ou dos materiais que o compõem ao ciclo produtivo ou de negócios, agregando valor econômico, ecológico e legal ao planejar e operacionalizar o fluxo desde a coleta dos bens de pós-consumo e pós venda até a reintegração ao ciclo.

Para Nogueira, L.R. é o processo de planejar, implementar e controlar do fluxo de matérias-primas, estoque em processo e produtos acabados do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recapturar valor ou realizar um descarte adequado. E ressalta também que com a preocupação em preservar o meio ambiente, existe uma clara tendência de que a legislação ambiental caminhe no sentido de tornar as empresas cada vez mais responsáveis pelo ciclo de vida de seus produtos. Isto significa ser legalmente responsável pelo seu destino após a entrega dos produtos aos clientes e do impacto que estes produzem no meio ambiente.

Para Leite (2003) o aumento da preocupação da sociedade com os diversos aspectos do equilíbrio ecológico tem influenciado à estruturação e à organização dos canais reversos.

(21)

O aumento na descartabilidade dos produtos provoca desequilíbrio entre o que é descartado e com o que é reaproveitado, causando um dos maiores problemas atual que é a dificuldade encontrada para dispor o lixo urbano. Estas quantidades excedentes são visíveis em aterros sanitários, lixões, rios, mares, locais abandonados, etc.

Ainda segundo Leite (2003), as empresas para defenderem sua imagem corporativa e seus negócios procuram ações que amenizem os efeitos mais visíveis do impacto ao meio ambiente, assim como o governo e utilizam essa preocupação como forma de diferenciação estratégica para seus produtos e interesses políticos, posicionando-se o mercado com vantagem competitiva ligada ao aspecto ecológico.

Leite (2003, p.24) diz que: “As empresas modernas utilizam-se da Logística Reversa, diretamente ou por meio de terceirizações com empresas especializadas, como forma de ganho de competitividade no mercado”, pois as empresas perceberam que o retorno e a reintegração dos bens e/ou materiais que o compõem ao ciclo produtivo acrescenta valores de diferentes naturezas ao produto.

Leite (2003) descreve que para que o crescimento econômico aconteça minimizando os impactos ambientais foi criado o conceito de desenvolvimento sustentável que é utilizado tendo como base a ideia de atender às necessidades do presente sem comprometer as gerações futuras.

As legislações ambientais regulamentam a produção e uso de selos verdes que identificam os produtos ‘amigáveis’ ao meio ambiente, definem os produtos que podem ou não ser descartados em aterros sanitários, restringem o uso de matéria prima secundária, etc. Envolvendo diferentes aspectos do ciclo de vida útil de um produto, da fabricação e uso das matérias-primas até a disposição final ou a dos produtos que a constituem. Segundo Leite (2003) ainda em fase de propagação está o ERP - Princípio da Responsabilidade Estendida do produto que prega a ideia de que a cadeia industrial produtora ou o produtor devem se responsabilizar pelo seu produto até a decisão correta do seu destino após uso.

Leite (2003) descreve que adotando uma visão moderna de marketing social, ambiental e responsabilidade ética empresarial, as empresas podem observar o quanto suas imagens corporativas são comprometidas com as

(22)

questões ambientais e que as ações dirigidas à preservação ambiental criam uma imagem diferenciada da empresa como vantagem competitiva. E, é esta preocupação com a imagem corporativa e com os problemas ecológicos que contribuem para uma melhor estruturação e organização dos canais reversos.

Várias empresas incentivam o sistema de reciclagem e reuso e investem em treinamento para os colaboradores e sociedade em programas de conscientização ambiental, com o objetivo de confortar as legislações locais ou garantir a continuidade dos negócios.

A implantação da Logística Reversa pode reverter grandes benefícios às organizações, tanto no aspecto econômico como também à imagem institucional dentro do ambiente na qual a mesma está inserida, pois reflete a preocupação com o meio-ambiente e a sociedade. “Economias com a utilização de embalagens retornáveis ou com o reaproveitamento de materiais para produção têm trazido ganhos que estimulam cada vez mais novas iniciativas” (LACERDA, 2002, p.2).

“As iniciativas relacionadas à logística reversa têm trazido consideráveis retornos para as empresas” (LACERDA, 2002, p.2).

O reaproveitamento de materiais é um dos processos que fazem parte da dinâmica da logística Reversa, e é um dos aspectos que mais possibilidades possuem para se agregar valor aos materiais retornáveis no processo inverso.

Podemos considerar dois tipos de fluxos de bens: o fluxo direto e o fluxo reverso. Segundo Leite (2003) são denominados fluxos diretos as quantidades de produtos ou materiais movimentados na cadeia de distribuição direta e

fluxos reversos aquelas que se movimentam no sentido inverso. O ideal é que

haja equilíbrio entre os dois fluxos, porém como o fluxo reverso ainda é menor que o fluxo direto, acontece à poluição.

Como grande elemento diferenciador podemos utilizar a ferramenta do Supply Chain Reverso, que oferece eficiência operacional e redução de custo, no que tange o gerenciamento da cadeia de suprimento reversa, considerando o impacto dos fatores econômicos, legislativos, ecológicos, entre outros.

Segundo Leite (2003), o Supply Chain Reverso pode ser entendido como suporte que permite o fluxo dos materiais de pós-consumo até a sua reintegração ao ciclo produtivo ou o retorno do bem usado ao mercado. Esta

(23)

rede de empresas garante os processos de reciclagem ou de reuso dos bens após a utilização original dos mesmos, mas para que este fluxo apresente condições de custo, oferta e qualidade consideráveis é necessário que a empresa desenvolva tecnologia adequada, operação logística harmônica e interesse do mercado consumidor pelos produtos elaborados a partir de materiais reciclados ou dos produtos em reuso.

Leite (2003) divide os canais de distribuição em duas categorias: Pós-consumo e Pós-venda, a serem vistos a seguir:

(24)

4. OS BENS DE PÓS-CONSUMO E SEUS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO

Os bens de pós-consumo são os produtos ou materiais constituintes cujo prazo de vida útil chegou ao fim, sendo assim considerados impróprios para o consumo primário, ou seja, não podem ser comercializados em canais tradicionais de vendas. No entanto não quer dizer que não possam ser reaproveitados. Isso é possível graças à utilização da Logística Reversa e seus canais de distribuição reversos os CDRs.

Segundo Leite (2003), a Logística Reversa atua no equacionamento e operacionalização do fluxo físico e das informações logísticas dos bens de pós-consumo, ou seja, bens que mesmo depois de utilizado por seu proprietário final, ainda continuam em condições de reutilização e que retornam ao ciclo de negócios ou produtivos por meio de canais específicos, devendo planejar, operar e controlar o fluxo de retorno destes produtos classificados em função do seu estado de vida e origem:

• Em condições de uso: bem que depois de descartado pelo seu proprietário permanece em condição de uso, adentrando no canal reverso de reuso em mercado de segunda mão.

• Fim de vida útil:

- Bens duráveis ou semiduráveis: depois de desmontados os componentes podem ser reaproveitados ou remanufaturados retornando ao mercado secundário ou indústrias outra parcela é destinada a reciclagem.

- Bens descartáveis: quando possível retornam a reciclagem industrial voltando ao ciclo produtivo através do mercado correspondente ou encontram a disposição final nos aterros sanitários, lixões e incineração com recuperação energética.

Conforme Leite (2003), a vida útil de um bem é o tempo decorrido de sua produção até o momento em que o primeiro proprietário se descarta dele, podendo ser estendida quando há o interesse de se prolongar sua utilização ou disponibilização por outras vias (coleta de lixo urbana, seletiva, outras, passando a ser caracterizado bem de pós-consumo, são consideradas então três categorias de bens:

(25)

• Bens descartáveis: produtos que em geral duram apenas algumas semanas, raramente mais que seis meses. Ex: Pilhas, suprimentos para computadores, fraldas, etc.

• Bens duráveis: sua vida útil varia de anos a décadas. Ex: automóveis, eletrodomésticos, etc.

• Bens semiduráveis: tempo de vida útil de alguns meses, raramente superior a dois anos. Ex: baterias de celulares, baterias de automóveis, etc.

Para Leite 2003, o avanço tecnológico, o surgimento de novos materiais com menor custo e/ou melhor, desempenho e a obsolescência mercadológica dos produtos têm aumento a descartabilidade e por consequência reduzido o ciclo de vida dos produtos. Como o valor destes bens obsoletos não entusiasma o comércio de segunda mão, o consumidor fica propenso a consumir um bem novo com técnica e mercados atualizados.

Ainda para Leite são sinais de tendência à descartabilidade:

• Lançamentos de novos produtos: as empresas modernas utilizam como fator de competitividade o lançamento de novos produtos, seja por fatores como moda, status, novas tecnologias, etc. Ex: indústria de celulares.

• Lixo Urbano: é visível nos lixões de todo o mundo o crescimento da descartabilidade dos produtos, reduziu-se a quantidade de lixo orgânico e aumentou a quantidade de produtos descartáveis.

• Produção de computadores: Para cada 03 computadores produzidos, dois são descartados. Esses computadores e seus periféricos confirma a tendência à descartabilidade.

• Produção de materiais plásticos: Grande parte das embalagens de vidros, foram substituídas por plástico, notamos nos córregos e rios e em diversos locais das cidades a poluição causada pelo descarte indevido destes materiais. Ex: Garrafas descartáveis de PET.

• Produção de automóveis: O grande número de veículos produzidos e também reciclados anualmente nos países, também serve de exemplo para descartabilidade.

Segundo Leite (2003), com a redução de vida dos produtos é necessário um grande giro de estoque para manter os produtos atualizados, com isso é

(26)

crescente o número de produtos devolvidos nas cadeias reversas o que exige maior velocidade e equacionamento mais rápido destes produtos. Os ciclos de vida dos produtos reduziram muitos produtos classificados como duráveis transformaram-se em semiduráveis e os semiduráveis em descartáveis. O volume dos produtos de pós-consumo aumentou demasiadamente superando os meios tradicionais de disposição final o que exigiu que se equacionasse o retorno destes produtos e/ou materiais.

Ainda segundo Leite (2003), os CDRs de bens de pós-consumo, são as etapas de comercialização por onde passam os resíduos industriais e os bens de utilidade ou seus materiais constituintes, até serem reintegrados ao processo produtivo, por meio de subsistemas de desmanche, reciclagem ou reuso, ou seja, depois de descartados pelos consumidores os produtos de pós-consumo são coletados e reintegrados ao ciclo produtivo como bens de segunda mão ou convertidos em partes, subconjuntos e materiais constituintes, dando inicio às atividades comerciais, industriais e de serviços reversos. São exemplos de fontes de suprimento de produtos e materiais de pós-consumo: Coleta de lixo urbano, coleta seletiva, desmanche de bens duráveis, comércio de segunda mão, os resíduos industriais e catadores domiciliares.

São considerados dos ciclos reversos dos produtos de pós-consumo:

• Ciclo Reverso Aberto: para Leite (2003), este CDRs é constituído por materiais extraídos de diferentes produtos de pós-consumo e reintegrados ao ciclo produtivo substituindo matérias-primas novas na fabricação de diferentes produtos. Não há distinção da origem do produto, mas sim foca a matéria-prima que o constitui.

Sua característica é a especialização pela natureza do material constituinte, os produtos são escolhidos pelos agentes das cadeias reversas por possuírem maior percentagem do material de interesse, maior facilidade de extração, etc.

Por exemplo, a Reciclagem.

• Ciclo Reverso Fechado: que segundo Leite (2003), é constituído por materiais retirados de determinado produto de pós-consumo e utilizados para fabricação de um produto similar. Por interesses diversos (ex. tecnológico)

(27)

todas as fases desta cadeia reversa visam à revalorização do material constituinte.

Sua característica é a alta eficiência no fluxo reverso devido à importância econômica do uso de seu material constituinte.

Por exemplo, as baterias de automóveis.

Os canais de distribuição reversos de pós-consumo dos bens duráveis e semiduráveis são:

• Canal de distribuição reverso de reuso

Segundo Leite (2003), havendo condições e interesse de uso integral do bem ele é coleta e encaminhado ao mercado se segunda mão, geralmente é adquirido por comerciantes de remanufatura, especializados (ex. automóveis) ou intermediários que arrematam lotes de bens em empresas para negociarem posteriormente. Este mercado representa uma parcela importante da economia reversa no mundo, embora seus valores ainda sejam estimados e pouco documentados. Este canal define-se como aquele onde há extensão do uso de um produto de pó-consumo.

• Canal de distribuição reverso de reciclagem

Para Leite (2003, p.7), “Reciclagem é o canal reverso de revalorização, em que os materiais constituintes dos produtos descartados são extraídos industrialmente, transformando-se em matérias-primas secundárias ou recicladas que serão reincorporadas à fabricação de novos produtos”.

Segundo Leite (2003), após não haver mais condições de utilizar determinado produto de pós-consumo, este produto é coletado e enviado ao processamento de sucata ou desmanche onde será desmontado e extrairão seus materiais constituintes e outros resíduos. Em alguns países os próprios fabricantes do bem se responsabilizam pela coleta dos produtos após descarte. Após o desmanche alguns componentes são enviados direto ao mercado de segunda mão, outros são remanufaturados e posteriormente também são encaminhados para o mercado de segunda mão, existe também os componentes que impossibilitados de serem reaproveitados por

(28)

extraídos ou separados são encaminhados à disposição final em aterros ou à incineração com aproveitamento de energia.

Quanto aos bens descartáveis Leite (2003) aponta que: o fluxo reverso destes produtos inicia-se na sua captação através da coleta seletiva, coleta do lixo urbano e coleta informal. Após a coleta estes materiais são selecionados, separados e comercializados por sucateiros que realizam a prensagem deste material para melhorar a densidade para transporte e comercialização. Este material é negociado com fabricantes de matérias-primas originais ou com indústrias de reciclagem que geram materiais secundários que são comercializados com indústrias de fabricações de bens diversos ou de fabricação de matérias-primas onde substituíram em parte ou totalmente as matérias-primas novas.

E os CDRs de pós-consumo de resíduos industriais para Leite (2003) é uma fonte de matéria-prima secundária de maior confiabilidade, pois apresentam maior qualidade que os outros por serem habitualmente separados e selecionados pela natureza de produto e embalados para transportes. Trata-se de sobras das indústrias não utilizáveis em reciclagens internas, materiais considerados sucatas, etc. Esta fonte tende-se a reduzir devido aos avanços tecnológicos e ao esforço da qualidade total que trata o cuidado com o desperdício de materiais.

(29)

5. OS BENS DE PÓS-VENDA E SEUS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO

Para Leite (2003), esta área atua no equacionamento e operacionalização do fluxo físico e das informações logísticas dos bens de pós-venda, com pouco ou sem uso, que retornam a cadeia de distribuição direta após serem devolvidos por razões comerciais, avarias no transporte, defeitos ou falhas de fabricação, entre outros. Seu objetivo é agregar valor a um produto que é devolvido, planejando operando e controlando o fluxo dos produtos que retornam por problemas como:

• Garantia / qualidade: produtos com defeitos de fabricação ou de funcionamento ou com avarias no produto e na embalagem. Estes produtos podem ser consertados e/ou reformados retornando ao mercado primário ou secundário.

• Comerciais: produtos em liquidação de estação de vendas, ponta de estoque, mercadorias consignadas e outros que retornam ao ciclo de negócios em outro canal de vendas.

• Validade: produtos que retornam por estarem vencidos ou com problemas observados após a venda, o famoso Recall.

• Substituição de componentes: componentes de bens duráveis e semiduráveis que após remanufaturados (quando tecnicamente possível) retornam ao mercado primário ou secundário ou se não for possível reaproveitá-los são enviados à reciclagem ou para uma disposição final.

Do ponto de vista estratégico a logística reversa de pós-venda tem por objetivo agregar valor ao produto, reinserindo-o na cadeia produtiva. Segundo Leite (2003), “Os valores agregados são principalmente de ordem econômica, ambiental, social, legal e de imagem corporativa.”. A partir dos conceitos apresentados, entende-se que a Logística Reversa dos produtos de pós-venda tem como objetivo, providenciar o retorno dos produtos aos centros produtivos ou de negócios, agregando valor aos mesmos.

Para Leite (2003), dentro do processo inverso da logística, o ponto de partida do produto de pós-venda passa a ser o consumidor ou então o próprio ponto de venda. Os produtos que apresentam condições de reaproveitamento

(30)

passam por um processo de reforma ou mesmo são inseridos em mercados secundários. Podem também retornar direto para o processo de produção onde passam pela reciclagem para o reaproveitamento da matéria-prima que os compõem. O retorno dos produtos dos produtos de pós-venda ocorre em maior parte por meio dos canais de distribuição direta. Podendo ser através do próprio consumidor para o ponto de venda que o atendeu, deste para o distribuidor que o forneceu, ou mesmo direto para o fabricante.

Um dos aspectos de maior interesse para logística reversa e que tem contribuído para seu afloramento na estratégia empresarial é a flexibilidade de retorno de mercadorias, por meio de contratos específicos ou por iniciativas próprias de bem servir aos clientes, agregando-lhes valor financeiro ou de outra natureza. (LEITE, 2003, p.206)

As empresas modernas utilizam a Logística Reversa de pós-venda como fator de competitividade, obediência a legislação, garantia da imagem corporativa, etc.

Segundo Leite (2003) são exemplos de canais reversos de pós-venda:

• Setor editorial: Esse canal apresenta um grande fluxo reverso por causa do curto tempo de vida útil deste tipo de produto. Na grande maioria dos casso o retorno desses produtos já esta previsto, muitos estão consignados.

• Setor automotivo: As principais causas para o retorno de produtos de pós-venda desse segmento são os desmanches de veículos que já não tem mais condições de transitarem. O excesso de peças nos estoques das revendas também são causas do fluxo reverso deste setor.

• Setor varejista de confecções: Nesse segmento o fluxo reverso geralmente é produto de saldos de estoques, mercadorias que não conseguiram ser vendidas. Portanto são negociados com outras empresas que acabam adquirindo esses produtos, dando assim condições para a renovação de estoques de novas coleções. Nessa categoria não há uma prévia negociação para retorno aos fabricantes, esses produtos acabam sendo vendidos em mercados secundários.

(31)

6. CUSTOS EM LOGÍSTICA REVERSA

Por traz dessa evolução dos conceitos de logísticas reversa, está o conceito mais amplo do “ciclo de vida” do produto. Três considerações devem ser sistematicamente feitas sobre o ciclo de vida do produto:

Sob ponto de vista logístico: a vida de um produto não termina com sua entrega ao cliente. Produtos se tornam obsoletos, danificados, saturados em sua função ou simplesmente não funcionam e devem retornar ao seu ponto de origem para serem adequadamente descartados, reparados ou reaproveitados;

• Sob o ponto de vista financeiro: além dos custos dos produtos até sua venda, devem ser também considerados outros custos relacionados a todo gerenciamento do fluxo reverso;

• Sob ponto de vista ambiental: avaliar o impacto que o produto produz ao meio ambiente durante toda a sua vida.

Acrescente–se a isto, o fenômeno do aumento das descartabilidade dos produtos em geral, como consequência do acelerado desenvolvimento tecnológico que a humanidade tem experimentado. Leite (2003) cita alguns sinais de tendência da descartabilidade, entre eles, a velocidade de lançamento de novos produtos, como uma das características da competitividade das empresas modernas. A esses sinais, deve-se acrescentar o fato do crescimento do segmento de embalagens, itens altamente descartáveis, que tem se adaptado e contribuído significativamente, para as modificações mercadológicas e logísticas requeridas na distribuição física.

Ao se tratar de logística reversa, as organizações passam a ter responsabilidade pelo retorno do produto à empresa, quer para reciclagem, quer para descarte ambientalmente correto, portanto, o sistema de custeio deverá ter uma abordagem ampla como o Custeio do Ciclo de Vida Total, que permite a gestão dos custos “do berço ao túmulo”, isto é, o ciclo de vida do produto abrange desde o início da pesquisa e desenvolvimento até o término de suporte ao cliente.

A adoção do custeio de ciclo de vida total não invalida os sistemas tradicionais como: custeio meta e custeio baseado em atividades (ABC). O

(32)

custeio de ciclo de vida total abrange os demais proporcionando a visibilidade dos custos por todo o ciclo de vida do produto.

Portanto, o ciclo todo pode gerar receitas durante seu ciclo de vida que possibilitem o ressarcimento dos custos.

O papel da logística reversa na estratégia empresarial é que definirá o tipo de sistema de informações gerenciais que será desenvolvido, porém, o maior problema é a falta de sistemas prontos e a necessidade de se desenvolver sistemas próprios talvez por ser um tema recente, as empresas tentam se aproveitar da estrutura existente de logística.

A aplicação do processo de logística reversa oferece um melhor desempenho para redução dos custos, segundo Lacerda (2000), devido à obtenção de economia com a utilização de embalagens retornáveis e reaproveitamento de materiais.

Ao estender para o conceito de Supply Chain Management(SCM), que trata do gerenciamento do fluxo de materiais e informações de toda a cadeia de suprimentos, desde os fornecedores dos produtores decomponentes, passando pelos montadores finais, distribuidores chegando até o consumidor final, segundo Porter (1986) o completo conhecimento da cadeia à qual cada empresa pertence apresenta oportunidades de vantagens competitivas para toda a cadeia, principalmente no que tange a redução de custos logísticos.

Consequentemente, a falta de sistemas informatizados que se integrem ao sistema existente de logística empresarial, a dificuldade em medir o impacto dos retornos de produtos e/ou materiais, e o fato do fluxo reverso representar custos, deverão obter mais atenção por parte dos gestores, porque as empresas que forem mais rápidas terão uma maior vantagem competitiva em termos de custos menores ou melhora no serviço ao consumidor.

(33)

7. ESTRATÉGIA DA LOGÍSTICA REVERSA

As alterações no mercado têm exigido das empresas um esforço no sentido de aumentar sua competitividade para se manter nos negócios. Neste sentido, atividades que reforcem uma vantagem competitiva para as empresas são ressaltadas devido à sua importância no estabelecimento de um relacionamento com o cliente. A logística reversa se destaca como uma destas atividades e deve ser mais bem compreendida.

A base de uma vantagem é a diferença entre uma empresa e seus concorrentes. Neste sentido, a estratégia é “a busca deliberada de um plano de ação para desenvolver e ajustar a vantagem competitiva de uma empresa” (HENDERSON, 1998, p. 5).

Uma empresa deve criar e sustentar uma vantagem competitiva para que, através da elaboração e implementação de uma estratégia competitiva, ela consiga atingir uma posição competitiva favorável na indústria.

Para isso, é essencial que a empresa conheça profundamente a estrutura industrial do setor de atuação. Assim, a vantagem competitiva é utilizada por ela para se defender contra as forças competitivas básicas (ameaça de entrantes, poder de negociação dos fornecedores, poder de negociação dos compradores, pressão dos produtos substitutos e a intensidade da rivalidade entre os concorrentes já existentes) ou influenciá-las a seu favor (PORTER, 1986, p. 22).

Uma forma de sobreviver num mercado de acirrada concorrência é a diferenciação de produtos e serviços como vantagem competitiva e também para dominar diferentes tipos de mercados. A diferenciação dos serviços em logística é uma forma de oferecer uma vantagem competitiva frente aos concorrentes, por proporcionar mais valor ao cliente. Com isso uma empresa pode diferenciar sua marca e fidelizar clientes por oferecer um nível de serviço mais elevado.

A logística contribui para o sucesso das organizações não somente por propiciar aos clientes a entrega precisa de produtos, mas também por promover suporte ao produto após sua venda ou consumo. Uma meta comum a vários negócios é conquistar os clientes de forma que eles não queiram o risco e a incerteza da troca de fornecedor. Há muitos modos para desenvolver

(34)

vínculos que dificultem esta troca. Um deles é o fornecedor oferecer a seus clientes um serviço de retorno rápido e eficaz de mercadoria não vendida ou defeituosa e a habilidade de creditar os clientes de forma justa.

A logística reversa é estrategicamente utilizada para permitir aos participantes do elo seguinte da cadeia, tais como varejistas e atacadistas, reduzir o risco de comprar produtos que podem não ser “de venda quente”, ou seja, de venda rápida. O uso estratégico da capacidade de logística reversa aumenta os custos de mudança de fornecedores. Este aumento no nível de serviço fortalece a cadeia de valor de uma empresa que, se bem configurada, reforça sua vantagem competitiva.

Para ser visualizada e compreendida, a vantagem competitiva não pode ser analisada sob o ponto de vista da empresa como um todo, pois ela se origina nas atividades segmentadas como produção, projeto, marketing, logística, dentre outras. Cada atividade pode fornecer uma vantagem competitiva à empresa. Assim, a logística reversa pode ser utilizada estrategicamente por fornecer outras oportunidades que, muitas vezes, interagem entre si visando sempre um incremento nas vantagens estratégicas. São eles:

• Adequação às questões ambientais: A conscientização sobre a conservação não é só uma questão de moda e, sim, uma reorientação da produção e do consumo para o crescimento sustentável. Para isso, a logística deve minimizar o impacto ambiental, não só dos resíduos oriundos das etapas de produção e do pós-consumo, mas dos impactos ao longo do ciclo de vida dos produtos. O marketing de consumo está sendo substituído por uma visão voltada para o desenvolvimento sustentável e, com isso, garante vantagem competitiva aos produtos e projeta as empresas em mercados mais exigentes.

• Redução de custo: O reaproveitamento de materiais e a economia com embalagens retornáveis fornecem ganhos que estimulam novas iniciativas e esforços em desenvolvimento e melhoria dos processos de logística reversa. Na reciclagem de latas de alumínio há uma economia de 95% da energia elétrica que é expressivo quando se considera que a energia elétrica representa 70% do custo de fabricação do alumínio (LEITE, 2003, p. 121).

(35)

• Razões competitivas: Uma forma de ganho de vantagem competitiva frente aos concorrentes é a garantia de políticas liberais de retorno de produtos que fidelizam os clientes. Dessa forma, empresas que possuem um processo de logística reversa bem gerido tendem a se sobressair no mercado, uma vez que podem atender aos seus clientes de forma melhor e diferenciada do que seus concorrentes, isto é, ganham competitividade por oferecerem um serviço valorizado pelo cliente.

• Diferenciação da imagem corporativa: Muitas empresas estão utilizando logística reversa estrategicamente e se posicionando como empresa cidadã, contribuindo com a comunidade e ajudando as pessoas menos favorecidas. Com isso, as empresas conseguem um aumento do valor da marca e muitas vezes de seus produtos também. Estas políticas podem não ser a razão pela qual todos os clientes compram seus produtos, mas elas são consideradas um forte incentivo de marketing.

• Elevação do nível de serviço oferecido ao cliente: A logística reversa é uma estratégia para agregar valor ao produto de várias formas, desde fornecer uma ferramenta de apoio ao marketing de relacionamento com o consumidor após a compra até oferecer um serviço orientado para a preservação ambiental. Esta elevação no nível de serviço deve ser no sentido de desenvolver uma vantagem competitiva sustentável para as empresas, visto que as melhorias introduzidas no serviço ao cliente de uma empresa não são facilmente copiadas pelos competidores como o são as mudanças no produto, no preço e na promoção.

No caso do canal reverso de latas de alumínio e de papel, a atividade dos catadores é capaz até de sustentar famílias de baixa renda. Segundo estimativas do Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE, 1999), existiam cerca de 200 mil catadores no Brasil em 1999. A reciclagem, que começou como um trabalho informal, atualmente se tornou uma opção de emprego estável, principalmente pela implantação de cooperativas de reciclagem.

(36)

8. CONCLUSÃO

Através deste estudo procurou-se verificar a evolução e ampliação do conceito de logística, assim como a inserção da logística reversa com grande importância no cenário de aumento da consciência ambiental dos consumidores, busca de margens de contribuições aos negócios, fidelização de clientes através de um diferencial competitivo e legislações mais exigentes.

Verificou-se que o crescimento do consumo, a descartabilidade, o avanço tecnológico tem contribuído significativamente para o esgotamento dos meios de descartes definitivos existentes, os métodos atuais de acomodação desses efluentes não são suficientes para atender o volume de material descartado diariamente.

O reaproveitamento do pós-consumido, como matéria-prima ou na reutilização vem sendo sinalizado a bastante tempo como alternativa para a solução do problema citado acima.

O aumento da consciência ambiental dos consumidores tem levado as empresas a buscarem ações que associem a sua imagem a imagem de empresa ecologicamente responsável, utilizando a logística reversa para superar os novos desafios e exigências de um mercado globalizado e competitivo.

A logística reversa serve de base para planejar, implementar e gerenciar o fluxo dos produtos captados depois de consumidos, sinalizando benefícios em vários sentidos.

Do ponto de vista ambiental a logística reversa contribui para amenizar os impactos ambientais; do ponto de vista social na geração de novos postos de trabalho,no ponto de vista comercial segue como diferencial competitivo para as organizações que a utilizam, contribuindo para o posicionamento estratégico das empresas, estabelecendo uma relação positiva entre organização e sociedade e economicamente contribui para o reaproveitamento das matérias-primas reduzindo custos no processo produtivo.

Procurou-se também através deste estudo demonstrar que vencendo as barreiras impostas pela Logística Reversa e a popularizando, será prolongada a duração dos recursos, principalmente os não renováveis e os renováveis poderão ser utilizados de uma forma muito mais consciente e eficiente,

(37)

minimizando os impactos ambientais causados principalmente pelo desperdício do mesmo e que as empresas além de reduzirem custo irão manter junto à sociedade a imagem de empresa com responsabilidade ambiental o que futuramente não será mais um diferencial e sim uma obrigação para certificações.

A logística reversa é ainda, de maneira geral, uma área com baixa prioridade. Isto se reflete no pequeno número de empresas que tem gerências dedicadas ao assunto. Pode-se dizer que se estar em um estado inicial no que diz respeito ao desenvolvimento das práticas de logística reversa. Esta realidade, como vimos, está mudando em resposta a pressões externas como um maior rigor da legislação ambiental, a necessidade de reduzir custos e a necessidade de oferecer mais serviço através de políticas de devolução mais liberais.

Esta tendência deverá gerar um aumento do fluxo de carga reverso e, é claro, de custo. Por conseguinte, serão necessários esforços para aumento de eficiência, com iniciativas para melhor estruturar os sistemas de logística reversa. Deverão ser aplicados os mesmos conceitos de planejamento que no fluxo logístico direto tais como estudos de localização de instalações e aplicações de sistemas de apoio à decisão (roteirização, programação de entregas).

Isto requer vencer desafios adicionais visto ainda à necessidade básica de desenvolvimento de procedimentos padronizados para a atividade de logística reversa. Principalmente quando se refere à relação indústria - varejo, nota-se que este é um sistema caracterizado predominantemente pelas exceções, mais do que pela regra. Um dos sintomas desta situação é a praticamente inexistência de sistemas de informação voltados para o processo de logística reversa.

A logística reversa vem sendo reconhecida como a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes ao retorno de bens ao seu ciclo produtivo de origem ou à sua destinação, como matéria-prima, a outro ciclo produtivo. O bem pode retornar em forma próxima à original, como retorno pós-vendas, ou em forma de resíduos, rejeitos ou refugos, como retorno pós-consumo.

(38)

A fronteira entre logística direta e reversa não é estritamente definida, na medida em que os conceitos de matéria prima e de cliente final podem ser relativizados em algumas cadeias produtivas.

Conclui-se que a logística reversa se insere em um processo de revisão conceitual da manufatura, na medida em que esta passou a discutir os impactos econômicos e ambientais da produção mais limpa em suas estratégias de negócios. O estudo oportunizou um aprendizado dinâmico na área de logística reversa, uma vez que está busca conciliar a distribuição logística de forma sustentável com o meio ambiente.

Referências

Documentos relacionados

Na análise geral, observando o P-valor, demonstrou-se que as variáveis Despesa Geral, Renda per capita, Produto Interno Bruto, Despesa per capita, Desempenho Verde das Despesas,

O fato de essas bactérias serem encontradas principalmente em tecidos reprodutivos não é um acaso, já que são capazes de alterar aspectos reprodutivos em seus

Embora a seleção de mutações de protease não tenha sido observada em indivíduos não submetidos a tratamento anterior com terapia antirretroviral (TARV) no estudo APV30002 e

Durante o tempo em que Moisés conduziu os filhos de Israel pelo Durante o tempo em que Moisés conduziu os filhos de Israel pelo ddes eser ertto, o, a a ggra rand nde e fo forç

Conforme apresentado inicialmente, o presente artigo teve como objetivo principal discutir algumas questões que tecem as estreitas e complexas relações entre

• Os saches de Fosfina, dos absorventes e o pó residual, desativados e secos, deverão ser enviados para o local de recebimento de embalagens, indicado na Nota Fiscal de Venda em

EXECUTOR: Serviço de Estatística e Computação

João Cândido de Oliveira, Nº 115, Cidade Jardim, Goiânia – GO, CEP: 74423-115 www.anhanguera.edu.br Administração ou Ciências Contábeis (Ver requisitos mínimos) Análise e