•
REDÚBLICA
Cotistas
estão
se
formando
Com
Programa
de
Ações
Afirmativas,
a
diferença
entre
brancos
epretos
nauniversidade
diminui
em82%
A12
ZERO
ENTREVISTA
O mundo encantado de Eli
Aos 82
anos,
aartista
plástica
exibe
um acervo
de quase duas mil obras
erevela
ter
compulsão
criativa
PÁGINAS'/5
TENDÊNCIAS
Redes sociais
prejudicam
Estudo indica que
orendimento
escolar cai quase
20%
com o usode
Facebook, Twitter,
Orkut...
•
EDITORIAL
DIRETO
DAREDAÇÃO
Quatro
edições após
as
reformas,
decolamos
rumo aos
30
anos
Final
deano étempode ba
lanço,
de avaliar realizações,
identificarobjetivos
não
alcançados,
eredefinir os rumosda vida.Paraumjornal
laboratório,
essaavaliação
tem
função
administrativa epeda
gógica.
É
nessahora que concluímos um processolongo
e detalhado dechecagem
do que funcionouedoquenão deu certo. Fizemos isso a cada
número,
desde agosto,mas agora épossívellançar
umolharmaisgeral.
Podemos adiantar
queosaldoé
positivo.
Aredistribuição
dos conteúdos em novaseditorias tem dado a
cada
edição
maisplu
ralidade de assuntos,
abrangência
jorna
lísticae
equilíbrio
temático. Os
ajustes
noprojeto
gráfico
estão quaseconcluídos,
deforma a oferecerum
visual mais
dínâmi-e
fotografias,
egarantimos
aperio
dicidade do
jornal.
Asmudanças
foramdrásticase oméritoéda
equipe
de alunos ealunas e dosmonitores
das
disciplinas (Jornal
LaboratórioeEdição
2-foto)
.À
equipe
cabem elogios,
mastambémprecisamos
reforçara
atenção
paraalguns
aspectos.Ostextos
podem
melhorar,
sempre. Ojornal precisa
oferecermaisreporta gensinvestigativas
eenfoques
criativos;
experimentação,
ousadia,
bomhumor,
atitude,
sentido deequipe,
_
disposição
e curiosidade
[ jornalística
precisam
nos'"
.f
acompanhar
permanen-,.
temente.
O
boeing
não che ga ao final daviagem,
faz apenas uma escala
técnica,
para troca detripulação,
ajustes
paramanutenção
elimpeza
da aeronave. Em março
de2012, prossegueovoo evocêé nossoconvidado
especial.
Venhaconosco!co e atraente para a
apresentação
das reportagens.Nossa
preocupação
em
ampliar
odiálogo
dojornal
com seusleitoresestáexpressonestapági
namesmo: nose-mailsetweetsque
reproduzimos
e nacolunado ombudsman,
quetemnospermitido
fazerautocríticas cadavezmais
dirigidas
paraoaperfeiçoamento
doZero.Neste semestre,
implementamos
umsistema maiseficienteeracional
de
distribuição,
buscamosaautossuficiênciana
produção
deinfográficos
Equipe
interrompeu
o fechamento paraoclique
OPINIÃO
ONDE
O LEITOR TEM VOZ"Gostaria
de,
em nomeda SociedadeVegetariana
Brasileira{SVB}Jazer sugestão
depauta
arespeito
dooeganismo/oegetarianismo
edireito dosanimais!" DanielRibeirosecretárioregionaldaSVB-Floripa
"O
jomal
lahoratorio Zeromostraque estáaserviço
dos melhoresinteressesuniiersuârios,
que éumdifusor
deinformações
importantes,
queestáconectadocom arealidadee,
sobretudo,
mostrarespeito
àsliberdades. Parabénsatodaaequipe
quecompõe
oZero"Roselane NeckeleLúcia Pacheco
candidatas à reitoria da UFSC
"Gostaria de
sugerir
aojornal
Zeroumamatéria arespeito
domovimento escoteiro(.
..)
Nunca vinenhum veículo de
informação, principaimente
impresso,
fazer alguma
matériacom aabordagem
educacional queomovimento escoteiro
proporciona
...Um
abraço
esemprealerta!"ValériaL. Fonseca
umaapaixonada pelomovimento escoteiro
"Parabénsà
equipe
pela
belaedição
dojornal
laboratório@zeroufsc sobreeleições
naUFse"Dauro Veras
@dauroveras
''Nova
edição
do @zeroufsc mantémtradição
do melhorjornal
laboratorio do Brasil. Parabénsaosfuturos colegas"
Alessandro Bonassoli
@Alebonassoli
"Lendo
jornal
Zero,feito
poralunos dejorn.
da UFSe. Bomtrabalho sobreeleição pi
reitor."GastãoCassel @gastaocassel ecomentários
ZERO
OMBUDSMAN
RICARDO BARRETO
Zero
esnobou
Gay
Talese
Um
ombudsman de
imprensa
maisdo queapontarerros,antesdetudoexistepara
defe�der
osi�teresses
e�ireit�s.
do leitor
(
ecidadão)
emreceber ínformacãoatual,
crível,
etícaedequalidade.
Nessaperspectiva
eobrigado pela
circunstância,
abdico do direito de analisara
edição
anterior paratratarde grave errocometido
pela redação,
pois
oimpossível
aconteceu:voucriticara
ausência,
oqueojornal
nãopublicou.
Algumas
semanas antes de ser concluídaaedição
quevocêlê,
foioferecida parauso uma entrevistaexclusiva com
Gay
Talese,
renomadoescritore
jornalista
americano,umdospilares
donewjournalism
e umdosmaiscélebresrepórteres
domundonosúltimos 50anos.Materialde boa
qualidade
que nenhum editorsensatorecusaria,antes,trataria depublicar
com amaiorurgência
-e comboa
empolgação.
Oinéditoéofato da
redação
preterir
eesnobaruminequívoco
furojornalístico,
resultado da ousadiaeaudáciadeuma
jovem
estudante docursodeJor
nalismo,
parapremiar
oprevisível,
ocostumeiro,
oprovinciano.
Eaqui,
surge tambémummonumental
equívoco pedagógico,
tratando-se deum cursodeJornalismo,
especialmente
onosso,certamentereferêncianacional, justamente
porsuaopção
por estaúnicahabilitação,
quetratamoscommuitaseriedade.
Oquese
ignorou
éumprimado
dojornalismo
e essênciadanoticiabilidade,
odainformação
nova,frescaeexclusiva.Casopudesse,
comoeditor,
ter um materialassim, nãohesitarianão sóempublicar
comodaroespaçomaisnobreefazermuitoalardenacapa,
pois
oque foi oferecidoéumdiamanteenãoumbrilhante.E,presumo,
qualquer
editor,
especialmente
deumjornallaboratório.
Lamentavelmente,
nãofoioque sedeu.OqueoZerofez foisonegar,esconder,
material devivointeresseparanosso
inegável público-alvo prioritário:
estudanteseprofessores
deJornalismo
assimcomoprofissionais.
Ecomonãosecriapúblico-alvo
pordecreto,
restamuito curiosaainsólita circunstância.Pois este
jornal já
fezesforços,
em outros tempos, para entrevistaralguns
dos maisimportantes
repórteres
brasileiros. Temos entrevistaslongas
comJosé
HamiltonRibeiro,
CacoBarcellos,
RicardoKotscho,
Clóvis
Rossi,
FernandoMorais,BobFernandes,
Percival deSouza,BernardoKucinski,
Lourival Sant'Anna, Luiz CláudioCunha,
MarceloCanellas,
MaurícioDias, jucaKfouriejuca
Varella,
entre osmaisrelevantes,
quetrataramde bastidoresda
profissão
edareportagem(algo
muitocaro aosestudantes),
além de ácidasabordagens
sobreimprensa
e oscontextospolíticos.E surgeachance de
publicar,
pela
primeira
vez,umdosrepórteres
mais
importantes
domundo,
íconenaprofissão
e acúpula
nega?!
Tristemomento,porque tal
decisão, míope,
contrariatudoqueseentende porboa
prática
jornalística
-e m-esmoestudantes sabem disso. O
episódio
traz outra
lição:
notícia boanãopublicada
tambémviranotícia. Ao assumirestafunção
jamais imaginei
medefrontarcomsituação
tãononsense.Recorriaoseditoresenenhuma das
justificativas
é convincente,lamentavelmente.Seriabom que
lembrassem,
quenossoprimeiro
objeto
éojornalismo.
Ejornalistas,
seguem sendoindispensáveis,
especialmentena
condição
de entrevistados.Jornalista, professor,ex-diretor deredaçãoe umdos criadores doZero.Por 15anos,
Barretocomandouojornallaboratórioe,no ano30dapublicação,assume como seu primeiroombudsman. Próximo decompletartrêsdécadas,oZeroassume odesafio de iniciarumarelaçãomaisabertacom seusleitores.
l
I.2£RQIIBBO
I �
I
PÁGINAZERO
As
PRIMEIRAS LINHASMudanças
visuais
marcam
três
décadas de
histórias
Reinvenções
de estilos determinam
a
identidade do
jornal
I
:iAPrimeira
edição
dojornallaboratório
docursoI
de
Jornalismo
daUFSCfoiconcluídaemsetembro de 1982 numapequena sala do
Departa
mento.
Preocupados
em"fazercaber"oconte. údo
na
página,
aequipe
coordenadaporCésarValente,
José
Gatti e outrosprofessores, lançou
oiPrimeiro
jornal
dotipo
emSanta Catarina. As .-_..._--doze
páginas
daedição
foramimpressas
naeditora
Mendes,
emBrusque,
com umatiragem
de três milexemplares.
Em formatotablóide,
acapadoprimeiro
Zerofoi
encabeçada
porumlogotipo
'desenhadoàmão porValente. "Não
ihouve
umadiscussão sobreoformato,como a
impressão
emtablóideeramais
acessível, diagramamos
ojornal
nessetamanho.Sefossestandard,
teríamosuma
página
maior,commais espaço para
preencher", justifica
Valente.O que
importava,
nocomeço,eraqueojor-nal tinha sido
impresso.
Valentecontaquenãohaviaumcuidadocomapartevisual."Analisandoo
arquivo
dojornal,
hámuitosproblemas gráficos
porquenaépoca
não dávamosênfaseaoplanejamento gráfico.
Agentefazia diagramação,
nãoestudavaartesgráficas.
Nossa maiorpreo-cupação
erafazeroconteúdoentrarnapágina.
Aos poucos,fomossentindoanecessidade do
jornal
terumacara". Nosprimeiros
númerosdoZero nãohaviaumpadrão
gráfico,
as fontes variavam pouco,pois
eram escassas;usavam-seastrêsouquatroquea
gráfica disponibilizava.
"Para que o
jornal
tivesseumvisualdiferente,
asolução
eracomprarLetraset(fontedetransferência da
Mecanorma),
como alfabeto emdiversasfontes."Os
repórteres
escreviamamatéria epassavam para adiagramação.
Odiagramador
tinhaquedaruma solução
para queotítuloentrasse,dotamanhoque
fosse,
napágina
junto
com amatéria.Ojornal
eramontado numa folha
quadriculada
(dia
grama)
edepois
enviadoparacompo-sição. Às
vezes,naetapadecomposição,
otextoestourava,
quando
issoaconteciaseaplicava
umvelhoconceitodeedição:
o"cortepelo pé". "Esperava-se
queorepórter
tivessedeixadoomais
importante
naprimeira
partedamatéria,
parapoder
cortarosúltimos
parágrafos.
Apressão
nofechamentoerafazer caberas matériasnas
páginas,
não deixarbonito",
observa Valente.Experiência
em
edições
especiais
O
professor
Henrique
Finco nãofezmuitas
mudanças
noprojeto
propostoporBarreto,
quando
assumiuacoordenação
doZero,em1997. Duasedições
específicas
tiverammudanças
radicaisnoplanejamento gráfico.
"Em uma dasedições,
não lembro adata nem onúmero,
fizemos ojornal
noformato standard."
A outraproposta
gráfica
foiemformatoA3 e um
papel
mais sofisticadode
tipo
craft(que
combina resistênciaemaciez,decor
parda)
emnovembrode 1997. Aidéia desta
edição
foi inspirada
nosdazibaos, jornais
muraischineses,
e nospasquins, jornais
muraisdaáreado Mediterrâneo.
"Ele foi
projetado
tanto para serfixadoem uma
parede,
paraumaleitura
coletiva,
quepropicia
atroca deDezembro de 2011
novos
sentidos,
quanto para ser lidoindividualmente. O 'Zero Dazibao'
teve que ser rodado em
rotoplana,
oque éum
complicador
em termosde custo, mas éexcelente em termosderecursos e
qualidade
gráfica.
Opapel
craft
foi escolhido devidoa suaresistência,
e também para marcar umadiferença
destaedição
emrelação
àsoutras",
explica
Finco.Haviatambém
provocação.
Emalgumas
edições,
omapa múndi apareciacomo um
selo,
com o sul voltado para cima. "Era um estranhamentoem
relação
ànossaposição
comopaís
periférico,
subvertendoas representações
que fazem denóseque tambémincorporamos.
Lembroque muita gente ficou
indignada
comaquilo:
surtiuefeito",
relembraFinco.o
TEM
SOLUÇÃO?
1997:
professor
Finco testoupapel craft
e formatostandardLogotipo
muda várias
vezes ao ano
Antes dologotipo atual,
publicado
pela
primeira
vez emde zembro de 1985,já
tinhamsido testadas cincoopções
diferentes.Depois,
sóemdezembrode1994,
conforme o
arquivo
dapublica
ção,
houve umamudança
sutil nologo
doZeroespecial
Bienal coordenadopelo professor
Carlos Alberto AdiVieira.Em
1996,
ologo
mudou trêsvezes e em 1997 outrastrês.Em
1998, 2000e 2001
surgiram
al gunslogos
diferentes,
mas sempre queBarretoretomavaa coor
denação
sua marcavoltava. Pelosexemplares
queaindarestamnoarquivo
são32mudanças
decor,semcontarasinúmeras
variações
de tamanho do
atuallogotipo.
ZE
��....�4.�;biJI<tC _1t_"'��""1'1$ 2011: todacoloridaZERO
Aedição
de agosto de 1993 foiaprimeira impressa
com cor. Detalhes comofios,
títulos,
boxesealgumas
ilustrações na cor azul davam à
capa, central e contracapa uma nova fase. Nas
edições
seguintes
vermelho, amarelo,
roxo,
verde,
laranja
eatérosaforam
impressos
nacapa dojornal
laboratório. As fotos coloridas aparecem apenasem
1996.
Aimpressão
das 16páginas
em cor é muito recente. A
primeira
edição
in teiramente colorida foi a demaio desteano.
JoiceBalboa
joicebalboa@gmail.com
ZERO ENTREVISTA
ELI
H
ElL•
"Arte
é
a
expulsão
dos
seres
doloridos
em
grandes quantidades
num
parto
colorido"
Artista
plástica
é conceituada
em
todo
o
mundo,
mas
guarda
obras
em seu acervo na
Capital
uem passa
pela SC-401,
na alturadeSanto Antônio de
Lisboa,
quasenãovê àdireitaum
portão
de fer robemvermelho,
todo trabalhado comformas decorações
ecriaturas as Atrásdaquele
portão
estáoMundo 1Heil,
um museu comquase duas milobras daartista
catarinense,
quepoderiam
muitobemestaragorasendovistasemParisou em
Nova
Iorque,
mascontinuamno acervopessoal
dela,
emFlorianópolis.
Entrarno Mundo Ovo écomoingressar
numoutropaís,
onde Eli éarainhae as suasobrassão motivode
adoração.
Quando
abrematrancaepermitem
apassagem,lá estáaartista:umasenhora
baixinha,
de
óculos,
cabelosencaracolados,
nomelhorestiloavóassando biscoitos.O corpo
frágil
disfarça muitobema
energia
quetemdesobra,
aos82 anos.Assimque
cumprimenta
alguém
com umbeijo
norosto,nãopara mais-de falar.Foi assimcom areportagemdo Zero, aquem EliHeil
acompanhou
porumpasseio
de quase trêshoras
pelo
Mundo Ovo,semprecom aschaves namão,abrindo todasasportas.Foiuma
polêmica
aderrubada dasestátu asde Adãoe Evaque ficavam naentrada,
para que houvesse a
duplicação
da rodovia. Comofoi?
Omundo inteiro
ligou.
Foiumabarbaridade!Luteidoisanosparaque não acontecesse,mas me tapearammuito. Mas não adiantou nada.
Foiumacoisaterrível. Em cincominutos,des truíram.Veioa
máquina
aqui,
euestavalá den tro, foi televisão...Então,
filmaram?Ah,
mas eutavanamídia todaavida! O povotodo,
auniversidade,
elesqueriam
virtudo depreto. Todos forammeus
amigos.
Emuma semaninha
só,
duas mil pessoas pararam paraassinarumabaixo assinado.OBrasil todo! No
Palácio
[do
governo], já
nãotinhamaislugar
onde colocarascartas,osofícios.
Asenhoratem
algum apoio
paramanteroMundoOvo?
Não tenho
ajuda
deninguém.
É
umalutapra eu conservarissoaqui,
e eutrabalhomuito.Vo-ZERO
cês não
imaginam
aquantidade
de obras que eufiz.Enão sãoobrasparecidas.
São 199téc nicasetipos
de volumequeeujá
crieiatéhoje!
Tenho 59anos deasma.
Quem
nãosabe,
olhaassimepensa que éfácil.Eu tive que passar
pela
serpentepraencontraromundo maravilhoso.
Tive que passar por tudo. Vomitando
criações,
euvomitava muito nocomeço. Convulsões de
criações,
porqueerademais,
sabecomoé?Minha
cabeça
era umvulcão. Manchavivente,euqueria
sermanchavivente,nãoqueria
teressecorpopra nãoestarsofrendo. Daíquetemafase
de
decomposição,
parecia
queo meubraço
tavapra láepra cá.Então,eu
digo:
Sou artistacuja
mente ficou
grávida
cincoanos pararenascer e nascer emborbotões.Aarteparamiméa expulsão
dosserescontidos, doloridos,
emgrandes
quantidades
numpartocolorido. Eufaço
todaahistória.
Essas convulsões artísticas permanecem
até
hoje?
Não,porque
consegui
controlaro meucérebro.Elenão parava. Eudizia que trabalhava 24
ho-ras por
dia,
porque minhacabeça
funcionavademais.Umvulcão.Mas
depois-consegui
colocar océrebronamão,fazê-lo
girar
efazer tudoqueeuquero.Ahoraqueeuquero,eu
faço.
De vez emquando
escapa.Maseucontrolo.Eantesda
doença,
antesdeteressaexplo
são
artística,
a senhorajá
sentiaalguma
coisa?Eununcatinhavistoum
quadro
depintura
emtodaaminha vida.Issofoi
quando
meuirmãotrouxeum
quadro
deumpintor,
nemconheciapintor
nenhum...Olheie disse:Ah!Mas issoaíeu também
faço!
Massempretensão
alguma,
né? Foram as
palavras
domomento. Eu nempensavaserartista.Achoqueeutinhaumvul
cãodentro demim, espetarame
plufl Explodiu.
Explodiu
deumamaneiraquenãoparoumais.Então,
oprimeiro
quadro
que eufiz foi umagalinha
e um ovobemgrande.
Daíescrevi: Arainha do
galinheiro pôs
um ovogigante.
Voufazer umaboa fritada! E daípronto, foi tudo
muito
rápido.
Comdoisanosdepintura
eujá
tinhasido convidadaparaexporemParis. Dois
anosde
pintura!
Passei vinteepoucos anos semvenderuma obra. Não erapara
vender,
era umacoisa que eutinha
aqui,
pra botar para foramesmo.O meucaso era diferente.
Agora,
souobrigada
a medesfazer, já
fizum mu seu.Quer
dizer,
o museutemasobrastombadasetudo.Paraficar.
o que
significa
teressemuseu? Eumesmanemacreditoqueeufizissotudo,
essabarbaridade toda.Uma pessoa
simples, fraca,
eu nãosou muitoforte.
Quando
ouvem EliHeil,
vãonaexposição
esperando
aquela
mulherona.
Quando
meconhecem,
aí dizem:Como?Como? Como? Como équeessa
mãozinha fez isso tudo?Omeu caso
já
é um caso muitofalado, estudado,
por críticosdearte,de tudo. Aindanão viumapessoa que dissesse:Que
coisahorrível! Os críticos de arte não têm
umquefalou mal demim. Bemantes,
fiquei
entreosdez do mundo.É
queeu sou umapessoa quenão contaparaos outros,que nãobotano
jornal.
Eudigo
assim, quantomaiseusubo,
maishumildefico.
Que
venhamascoisas,éclaro,
agenteficacontente.Como a senhora
gostaria
que aspessoas vissema suaobra?
As
crianças,
osolhinhos delasbrilham,
assim. A gente vê que eles gostam.
Quando
eu atendiacrianças
decinco anos, eles faziam uma filaaqui
naportadomuseu.
Quando chegou
umrapazinho, depois
devertudo,
dissenafrente das
crianças
todas: Meu Deusdo céu! Mascomo adona Eli é linda! Ele nãoolhou paramim.
Porque
elepoderia
dizer queadona Eli é velha. Ele olhoua aura.Elemeviudentroda obra. Todosriram,
ascrianças.
Issoéoque dáa
satisfação,
né?Meu maiorprazer éver aspessoas olhandoasmi
nhas obras.
Aí,
euseique fizumacoisaque todo mundo fica admirado. Só
quemnãofica admiradoéobitolado.
amor.
Aqui
é a minha sala de parto[Eli
Heilmostraseuateliê].
Ochão é tudoumpainel.
Umpainel
todo trabalhado. Botei isso
aqui [referindo-se
ao
plástico
que cobre opiso]
porque oshomens vãomexer no teto.Quan
do me deu o AVC
[Acidente
VascularCerebral],
eufiz quase200metrosdepainéis.
Fazunsquatroanos, maisou menos.Doença,
idade,
nada disso influenciaa suaobra?
Eu não pensonaidade.Eusósintoque
o meucorponãodá pra fazeroqueeu
quero fazere oquetemnaminhaca
beça.
Omeucérebro é bemmaior.Elevem me
puxando
decorda. Masdeumjeitinho
oude outro,vouefaço.
Antesde fazeresses
painéis,
eucheguei
aqui
umdiaedisse:É,
euacho quenãotenhomaisresistência.Voufazercoisas
menores.Foi
quando
deuoAVCe euAsenhoracomeçou
pintando?
Não.Primeiro,fiz de
lápis
decera.Depois perguntei
promeuirmãocomo osoutros
pintores pintavam.
Seelesusa vampincel,
eu tinha que fazer umacoisa diferente. Tem coisa
aqui
queeu nemsei maisoque é. Seestivesse
tudo exposto, aí é que eu
gostaria
dever, sabe?
Às
vezesvêmaqui
mevisitar pessoasdefora.Embaixadores,
prince
sas,
embaixatrizes,
eelesmedizemquese eu estivesseemoutro
lugar
esse ia Eli Heilseorgulha
de suatécnica serúnica emtodo omundo ser omaiormuseudo mundo.Umavezuma
princesa
medisse:Sevocêmoras se no meulugar,
vocêteriaumordenado,
umaquantidade
de dinheiro para conservarisso aí e ainda umsalário paraasenhora. Eunão procuro isso.Elesé quedeveriamme
procurar!
Portudo queeu
já
fizefoidivulgado.
Eujá
saíemmaisde três milpublicações.
OAnjo
Pássaro foiinspirado
em um sonhoemede5 metroso fato de ter sido mãe e mulher
aparecenas suasobrastambém? Eu acho que aparece, né?
Aparece
ofizquase 200metrosde
painéis.
Vocêsnãoachamisso
inexplicável?
Eusempre
digo,
quem não acreditaemDeuspode
passaraqui
que vaipassara acreditar.
É
incrívelo que eupassei
parafazer isso tudo.Alidebaixo está tudo cheio.Poisontemmesmo eufuimexer
ali,
nem eu mesmosabia queeutinhafeitoesse
quadro!
outra, cada fiozinho tem que enxu
gar paraeu colocarooutro fiozinho. Sabecomoé?Paranão misturar. Não
é
jogado.
Issoaqui
étrabalhado.Uma vez, veioumartistadoRiodeJaneiro.
Um artista
importante daqueles
quedisse:
Eli,
porfavor, já
sou seuamigo,
meensinaessatécnica?Comoéqueasenhora fazessesfios?Eunão ensino
mesmo.
Porque,
vocêsabe,
muita coi saqueeufiz,
inventeinahora. Aténofornoeu
já
boteiquadro.
Pra tinta nãoespalhar,
eu botonofornopor poucotempo. Eu
faço
tudo. No começo, eunão
quis
trabalhar compincel.
Masagoravai
tudo, mão,
pincel, pé.
Umavez,eu
machuquei
umacartolina todinhano
pé.
Inventava,eutinhainventado.Ficouó!
A senhora se baseia em
algum
artista,
como nessequadro
queparecea arte abstratado
Jackson
Pollock?É
umfiozinho detinta.Esseaíapessoaolhaedizassim: Pareceumfulano de tal...Paralá!Nãotemnadaa ver com
fulano de tal.
Porque
elesjogam
atinta,
né,
elesjogam.
Omeuédiferente,
completamente.
Não existeninguém
no mundo.
Ninguém
vai fazer isso,sem aminhatécnica não vaifazer. E
•
Marilia Labes
mariliagold@gmail.com
ThiagoMoreno
thiagobmoreno@yahoo.com.br
Coleção
pessoal
da artista reúnequase 2milobrasemexposição
no museuque ficana SC-401 Escultura trazJesus
Cristo cercado poranimais naSanta Ceia•
OXIGÊNIO
TEMPO
LIVRE E IDEIAS FRESCASDiversão
de
criança
é
na
escola
(de samba)
Parceria
entre
Consulado
e
grupo comunitário leva cultura
e
esporte
a
moradores da Caieira
Um
grupode meninos
joga
futebolnobem-cuidado camposintético daAssociaçãodos
Empregados
da Eletrosul(Elase),
umdos clubes mais cotados de
Florianópolis.
Vestindo o mesmouniforme- camisa
branca, calção
azulechuteirasjá
gastas-, eleschamamoprofessor
acadasuspeita
defalta.No final dapartida,
reúnem-seerepetemastrêsregrasdo técnico:nãofalarpalavrões,
não
brigar
com oscolegas
enãodesrespeitar
otreinador.O que acontececaso as normas
sejam
quebradas?
"Agentenãopode
maisjogar",
diz umdosgarotos.
Eleemais114
crianças
ejovens
do bairro daCaieiraparticipam
doprojeto
Transformar,
umaparceria
da escola de samba Consuladoe oGrupo
deTrabalho ComunitárioCatarinense
(GTCC). É
naquadra
daescola que fica aadministração
desseprojeto
edoCaieira 21-programa
paralelo
- ondesãorealizadas atividadescomo abateria-mirime asoficinas demestre-sala e
porta-bandeira. "Queremos
trazeracultura paramaispertodacomunidade.Atodo tempopassamosvalores humanos:
cidadania, ética, respeito
ao
próximo",
afirmaaidealizadoradoCaieira 21earte-educadora,
Graça
Carneiro.
Suafala deixa claraa
função pedagógica
dessasiniciativas,demonstra danastrêsregras doprofessor
deEducação
FísicaMauricio Lima.Cedidopela
Prefeitura deFlorianópolis pelo
convênioentreoGTCCe aSecretariada
Educação,
Lima começouadar aulasparaosmeninos doCaieiraemfevereiro.
Depois
denove mesesdetrabalho, já percebe
umamelhoradecomportamento."Agentetemqueestarciente quearealidade delesédiferente danossa.A
relação
com afamília,
oambiente ondemoram,oenvolvimentocom as
drogas.
Elestêmumamalíciaque muitoadultonão tem."Quando perguntadas
sobreoquefariamsenão estivessemali,
dizemem coro:"soltandopipa!".
Umou outrofala"jogando videogame".
Nenhumadelas,
noentanto,negaapreferência pelo
futebol. "A gentejogava
em unsbecosno morro.Era ruimporque tinha
lajota,
areia,óleoqueimado."
Aqui
émelhor?O"sim"vem
acompanhado
deumbalançar
decabeças
coletivo. União daIlha ofereceoficinas desambaTrabalho
educativo
aproxima
moradores
A mesma resposta afirmativa é
dada
pelos
jovens
do Morro doMo-ol'l
cotó,
queparticipam
da oficina de 61mestre-salae
porta-bandeira
daCopa
Lord. Isaías Hualisson
Cardoso,
13anos,
participa
dasaulashá doisanos."Não querosair
daqui
nunca.Se nãofosse a
escola,
estaria nacomunida desemfazernada,
vendotelevisão.E isso vicia."Quem
coordenaoprojeto
éCarlos Alberto deMaia, o"seu"Terri,
que tem 46 anos de
Copa
Lorde foipordezanos o seu
principal
mestre-sala. "Estou ensinandooque
aprendi
nesseperíodo",
contao fundador daescolinha.
Scarlett Sandra de
Oliveira,
16anos, não sabia sambar até o ano
passado. Aprendeu
aandardesalto,
aterpostura e a sermais
responsável,
já
que nãopode
faltarnosensaios. Aoficina também mudou a ideia que
WilliansYuriPinto,14anos,tinhaso
breofuturo.
Planejando
ser oprimei
ro mestre-sala daescola,
oestudante descobriu que é isso quequer fazernos
próximos
anos. A atividade - eseusbenefícios- ficamrestritosa
ape
nasseis casaisde
jovens,
quepodem
vira serocasal
princípal
da escola.Mais
amplo,
oprojeto
daassociação
de moradores local emparceria
com a Unidos daColoninha,
escoladesamba docontinente, atendemais
Atividades
gratuitas
proporcionam
oportunidades
aosjovens
Copa
Lord incentivamestre-sala eporta-bandeira
Protegidos
é
a
mais
antiga
da
Capital
e
não
tem
projetos
sociais
Iniciativaprepararitmistas
de aindanãoterum
projeto social,
aUniãoestáconstruindo
laços
comaLagoa
daConceição.
Omestrede
bateria,
AndréCardone,afirmaquea
criação
deprojetos
promovidos pela
Uniãoda Ilhaésóuma
questão
detempo.Umjá
estáacaminho. "Percussão corpoe alma:
preparando
a comunidade para ocarnaval" foi
aprovado pela
Lei Rouanete
depende
dacaptação
derecur sos.A iniciativa vaiofereceraulasdepercussão, expressão
corporal
edan ça paraosjovens
de 12a18anosque moram naLagoa.
Oprojeto
poderá
sermaisumabre-alas da escola.
Ingrid Fagundez
ingrid.fagundez@gmail.com
MariliaLabes
mariliagold@gmail.com
Dezembro
de 2011
de 100
crianças
ejovens
do bairro.Aparceria
inclui aulas defutebol,
de mestre-sala eporta-bandeira
e bateria-mirim. A diretora social daasso
ciação
eex-presidente
daColoninha,
TâniaRamos,
explica
que láotraba lho é educativo epretende
integrar
acomunidade à escola de samba du
rantetodooano.
Adelir
Crispin,
65 anos,conhecidaporTia
Nininha,
concorda.Naescoladesde1981,acredita queoprocesso de
preparação
para aavenidajá
é umaforma de unir obairro. Ela
ajuda
acosturar as fantasias e
percebe
queesteéummomentoemqueos mora
dores se reúnem.Além de promover
integração,
oprojeto
afasta os maisjovens
dasruas edasdrogas.
"Mostra mosque existemopções
enão apenas adotráfico,
dacriminalidade",
concluiaeducadora
Graça
Carneiro.ZERO
Aescola de sambamais
antiga
deFlorianópolis
éaProtegidos
daPrincesa. Mas nem os ensaios da agre
miação nem a
produção
de carrosalegóricos
são realizados no morrodo
Mocotó,
ondeaProtegidos
surgiu
em1948.
Issofazcom queaescolaacabeafastada da comunidade.
Edgar
daRosaéumdos diretores ereconhece queaagremiação
se expandiu,
incluindopessoasdeoutrasáreas."Hámuitotempo,90% daPro
tegidos
erade moradores domorro." Noentanto, adiversidadenãoéencaradacomo
algo
negativo. "É
legal,
nãoficaem umnúcleo só."
Outro
diretor,
LecoPadilha,
confirmaa
importância
do trabalhosocial das escolas.
Participar
da bateria,por
exemplo, ajudaria
osjovens
afocarseusesforços
emalgo produ
tivo. Como a
Protegidos
nãooferece atividadessociais,esseauxílio ficariarestritoàsoficinas de bateria.
Sessenta anosmais
jovem
queaProtegidos,
aUniãoda Ilhaestáem seu terceiro ano de trabalho. Em1993,umgrupo de
amigos
sejuntou
para formar uma bateria. A
partir
dela, surgiu
um blococarnavalesco,
que
ganhou popularidade
e setransSítios
subaquáticos
são
escavados
no
litoral
de
se
Arqueólogos
recuperam história de navio do século XVII
fh
pirata
inglês
Thomas Frinsemaissetetripu
'ii;;
lantesfugiram
do Pacíficoabordo deumaem-....•.
l.'Jt.'.:.�
barc�ção
precisavaroubada dade reparos,coroae oshomens,
espanhola.
de�
aguabarcoe',.\"
comida. ResolveramaportaremFlorianópolis,
ondeacabarampresoseenviadosaSantos
(SP).
Frins prometeu
vingança
evoltouem1687,
quando
matouFrancisco DiasVelho,
entãoresponsável pela
Ilha deNossaSenhora doDesterro. O que
poderia
terficado apenasnoimaginário
popular
aospoucostomouformaacada peça encontradapelo
Projeto
deArqueologia Subaquática
(PAS)
nonaufrágio
dapraia
dosIngleses.
Os
exploradores
doprojeto
acreditamqueaembarcação
afundadasetratado barco de ThomasFrins. Nela foi
en-contrado umcarregamentode
botijas,
como asqueeramlevadas
pelos
piratas.
Apartir disso,
aONG PASrealizousuapesquisa
emduasetapas:aprimeira
de reconhecimentoe asegunda, aprovada pela
Marinhaem2004,
deremoção
dosobjetos,
fasequefuncionouaté2009.Aototal foram10milpeçasencontradase30 mil
fragmentos.
Botijas,
pedras
de rosárioerelógios
solaressãoalguns
dos
objetos
expostosnoMuseudoNaufrágio,
localizadonasede daONG,nocantodireito da
praia
dosIngleses,
emFlorianópolis.
NarbalCorrêa,
atualpresidente
doProjeto,
dizquea
preocupação
hoje
érecuperaraspeças quejá
foram retiradas.Aintenção
éconstruir, apartir
dopróximo
ano,umlaboratórioparatratar
objetos orgânicos,
como a madeira docasco,mas o
projeto
seguesemfinanciamento.Museu do
Naufrágio,
nosIngleses, abriga
peçasresgatadas pelos pesquisadores
daONGPASDificuldades
retardam
pesquisas
marinhas
A
pesquisa
subaquática
enfrenta difi culdades na burocracia para conseguir autorizações
do governo, além deser cara e
exigir
muitos investimentos. Oúnicoprojeto
deresgatesubaquático
em andamento
aprovado pela
Marinha é o
Projeto
BarraSulque,desde2006,
recebeu1milhãoe300 milreaisda
Fundação
deAmparo
àPesquisa
eInovação
do Estado deSanta Catarina(FAPESC)
paraexplorar
osvestígios
da nau SanSteban,
napraia
de Naufragados,
extremosul deFlorianópolis.
A maiorpartedesse dinheiroéutilizada paraaluguel
deequipamentos,
contratação
demergulhadores
e nalocação
do barco parairaté osítio
arqueoló
gico.
Gabriel
Corrêa, primo
de Narbalefundador do
projeto,
estavafazendomergulho
contemplativo
em 2005 quando encontrou uma âncora de quatro
metros, diferente das fabricadas atu
almente. Enviou uma foto do
obje
to para técnicos portugueses, que o
identificaramcomopertencentea um
galeão
do séculoXVI.Após conseguir
oinvestimentonecessárioe a
permissão
para
explorar aquelas águas,
osmer-Dezembro de 2011
Ancora achadaem
mergulho contemplativo
iniciouoprojeto
gulhadores
retiraram do mar duaslápides,
sendo queumatemobrasãoda
Espanha,
além de umapedra
emformato
triangular,
semelhante à lo calizadaem PortoSeguro (BA).
Essesvestígios
estavama umaprofundidade
de8a12metros,em uma
região
combaixa
visibilidade,
o queprejudica
otrabalho dos
pesquisadores.
"É
a mes macoisa que escavar emdunas. Vocêtiraaareiaeela
volta,
hámuitacorrenteza",
reclama Corrêa.A nau San Sebastian foi encontrada
em umpontodistante da
primeira
ân cora localizada.Existeapossibilidade
de outros barcos estarem enterrados
na mesma
região.
Osul dailhaera umponto de reabastecimento de caças,
água
emadeira para asembarcações
que
viajavam
rumo àBaciadoriodaPrata. Deacordo com olevantamento
feito
pela
historiadoraÂngela
Salva dornapesquisa
sobreapercepção
dopatrimônio
culturalsubaquático pela
comunidade dosIngleses,
ocorreram 46naufrágios
somente em Florianópolis.
"Alocalização
exatadessasembarcações
nãoédivulgada
paraevitardepredações
eroubos dosvestígios
arqueológicos",
ressaltaahistoriadora.ZERO
ESPAÇO
OCUPADO E TRANSFORMADOJ Sitioarqueológicocosingleses
,
PesquisaIndica queonaufráqlcocorreuem'687 Os trabalhos desenvolvidosnaembarcação
roubadapelo piratainglêsThomas Frins são
pioneirosemgeorreferenciamento.Cada peça foicatalogada, fotografadaedesenhadaem
escala realantesdeserremovida.Aong PAS �, quer agoratrataraspeçasresgatadasdomar
fi'
SítioarqueológicodeNaufragados Afundouemjaneirode 1583 Acredita-se queaembarcação
encontradapelos pesquisadores
da Barra Sul éa nauSanSteban,
que afundouemjaneirode 1583.É
consideradoonaufrágiomaisantigo pesquisadonoBrasil. Oprojeto
Barra Sulpretenderetirarumcanhão debronzenoinício de2012 $ubmal1rlo .f; lJ.513 1i" Naugráglo em:19dejulho de1943 NaufríigloOrion oj.em21 deagosto 'Fde 1915 }"NaufrágioUlyem17 Yde outubro de 1957 RiO Pardo -Naufrágioem1839
Mergulhadore�encontraramoque acreditam
�
ser obarco RioPardo,ouFarroupilha,..
, comandado parGiuseppe Garibaldi,que
naufragouantesda Tomada deLaguna.O grupo queodescobriu esperapelomergulho
de reconhecimento parateracomprovação.
A lei que
regulamenta
apesquisa
dopatrimônio
subaquático
recebe críticas porpermitir
quemergulha
doressem
formação
naárea recebamaautoriza
ção
paraexplorar
ossítios.Segundo
Ângela
Salvador,
issovaicontraasreco
mendações
daUnesco: "Todavezque vocêescavaum
sítio,
você vai destrui "lo.É
preciso
documentar tudooquefazcomriqueza
de detalhes". AMarinha tema
opção
desóaceitarprojetos
quetenham umarqueólogo-mergulhador,
requisito cumprido
pelasONGs.
O
pagamento
derecompensas
pela remoção
dosbens de valor
artístico,
históricoou
arqueológico
éoutroponto
polêmico.
Os
objetos
pertencemaoEstado, mas ocontrato
pode
preverumaindenização
deaté 70% do valor das peças. Essaprática
também nãosegueas nor mas internacionaisepode
transformara
pesquisa
arqueológica
ematividade comercial.GabrielCorrêa,
doBarra
Sul,
garanteque elee oirmão não receberam nada: "A Marinhae o
Instituto do Patrimõnio His tóricoeArtístico Nacional
(lphan)
fizeramum acordoparanãohaveressa inde
nização
enquantoa leinãoé atualizada".
Passado da
Capital
está
no mar
Naufrágio
nãoéoúnicotipo
de sítioarqueológico
embaixod'água.
Existemos sítiossantuáriose ritu
alísticos
-com oferendaspara Ie
manjá,
porexemplo
-,depositários
oude abandono
-quando
olixoéencaminhado parao mar
-e oster restressubmersos- sítiosterrestres
que foram encobertos devidoao au
mentodo nível dosoceanos.
"Florianópolis
temgrande
potencial em sítios
subaquáticos.
Porficar numa
ilha, grande
parte das atividadesaolongo
desuahistóriatem
relação
com omar, através dapescae de
portos",
contextualizaahistoriadora
Ângela
Salvador.A
arqueóloga
doGrupo
dePesquisa
emEducação
Patrimonial eArqueologia
(GRUPEP)
da Unisul de Tubarão(SC),
Deisi Farias, destacaa
importância
do estudo dessesvestígios
para entenderopassado
deSanta Catarina, que tem uma tra
dição
costeira: "Apesquisa
arqueológica subaquática
contribui para entender a história dosprimeiros
colonizadores,
ajuda
a entender amovimentação
que acontecia naregião
e que não foiregistrada,
etambém
explica
arelação
entre apopulação
e omar, areligiosidade
e apesca".
Luisa Pinheiro
Iuisapsilveira@gmail.com
Mariana Della Justina
marianadeliajustina@gmail.com
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