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A PRESENÇA DOS SABERES PSI NA EDUCAÇÃO DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

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A PRESENÇA DOS SABERES PSI NA EDUCAÇÃO DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

Ana Priscilla Christiano1 Introdução

Este texto é parte de um projeto de pesquisa em fase inicial de desenvolvimento na PUCPR- Londrina, aprovado pelo programa de iniciação científica da instituição – PIBIC - PUCPR. Tem como tema os discursos psicológicos sobre a criança com necessidades educacionais no Brasil atual e possui relação direta como o projeto de pesquisa de doutoramento da autora, iniciado em 2012 na Faculdade de Educação da UNICAMP.

Tal tema surgiu a partir da constatação empírica da presença dos discursos psicológicos em diferentes meios de comunicação, científicos e não científicos que trazem orientações, esclarecimentos, reflexões que direcionam a construção de saberes e de intervenções sobre a criança pelos diversos sujeitos que dela se ocupam – os pais, os professores, os psicopedagogos, profissionais da saúde, donos de escolas e órgãos estatais.

Autores como Ariés (1981), Donzelot (1986), Pilloti e Rizzini (2009), Del Priori (2000) e Costa (2004) demonstraram, através de suas pesquisas e discussões, como as crianças tornaram-se objeto de investimento, atenção e cuidado a partir do século XVIII.

Ariès (1981), em seu estudo iconográfico demonstrou que a infância, enquanto categoria de investigação e intervenção foi inventada com a modernidade e passou por diversas mãos que sobre ela produziram o que Foucault (1997) chamou de saberes/poderes. Esta mesma linha de reflexão também foi adotada por diferentes autores do final do século XX e século XXI que também estudaram como a criança tornou-se alvo de intervenção das mais diversas instituições modernas.

Exemplo disso é o texto de Donzelot (1986) que mostrou como a família e a criança tornaram-se, ao longo do século XIX e XX, objetos de intervenção estatal na França, através dos atendimentos prestados em assistência social. Já Castell (1985) mostrou como aconteceu a passagem do atendimento em saúde mental, das mãos dos médicos para as mãos dos psicanalistas franceses. Nesta mesma linha de estudo, o livro “A arte de governar crianças” organizado por Pilotti e Rizzini (2009) discute como o atendimento a crianças e adolescentes foi formado no Brasil, desde a época colonial, até a atualidade.

Partindo da leitura destas e outras obras sobre a construção da infância enquanto categoria histórica e do conjunto de saberes/poderes que se organizaram em torno dela, nossa preocupação focou-se em compreender como isso tem acontecido com a criança com necessidades educacionais especiais, considerando que esta é mais uma subcategoria tomada, desde o século XVIII, como objeto de estudo e intervenção pelos especialistas, e em especial, os das áreas de Psicologia e Educação.

Sob um enfoque foucaultiano de estudo, é possível entender que, tanto o surgimento da psicologia, quanto das preocupações com o cuidado dado a criança só foram possíveis com a nova organização social, econômica e política que marcou as relações de saber – poder da modernidade.

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A respeito destas relações entre poder e saber que se organizaram a partir do século XVIII, Foucault (1997, p.19) esclarece que o poder que se exerce por meio de mecanismos sutis não o faz sem que se forme, se organize e se coloque em circulação um saber. Não há relações de poder sem que um campo de saber se constitua, como também, todo saber constitui novas relações de poder, pois, eles estão em mútua dependência. Isso porque poder e saber caminham juntos na construção e administração do sujeito moderno. Sujeito este que, nesta nova organização capitalista da sociedade, mudou sua forma de se relacionar, de sentir, de trabalhar e de cuidar de suas crianças.

Sobre este entrelaçamento entre saber e poder, Machado (1996, p.XXI) considera que o fundamental da análise entre poder e saber é que eles se implicam mutuamente, pois, em todo lugar onde se exerce o poder, ao mesmo tempo há a formação de saber e movimentos de resistência. Assim, o saber assegura o exercício do poder. Para Foucault (1997), com o início da modernidade se organizam um conjunto de saberes que legitimam poderes sobre as mais variadas categorias da população, dentre elas as crianças com necessidades educacionais especiais.

Assim, para Foucault (1997, p.19):

[...] as relações de poder (com as lutas que as atravessam ou as instituições que as mantêm) não desempenham, em relação ao saber, unicamente um papel de facilitação ou de obstáculo; não se contentam em favorecê-lo ou estimulá-lo, em falsificá-lo ou limitá-lo; poder e saber não estão ligados um ao outro pelo simples jogo dos interesses ou das ideologias; logo, o problema não consiste tão-somente em determinar como o poder faz com que o saber lhe seja subordinado e o faz servir a seus próprios fins, tampouco como se imprime sobre ele e lhe impõe conteúdos e limitações ideológicas. Nenhum saber se forma sem um sistema de comunicação, de registro, de acumulação, de deslocamento, que é em si mesmo uma forma de poder, e que está ligado, em sua existência e em seu funcionamento, às outras formas de poder, nenhum poder, em compensação, se exerce sem a extração, a apropriação, a distribuição ou a retenção de um saber.

Sobre esta questão Machado (apud FOUCAULT, 1996, p. XXII) complementa:

Cada vez mais se impõe a necessidade do poder se tornar competente. Vivemos cada vez mais sob o domínio do perito. Mais especificamente, a partir do século XIX, todo agente do poder vai ser um agente de constituição de saber, devendo enviar aos que lhe delegaram um poder, um determinado saber correlativo do poder que exerce. É assim, que se forma um saber experimental ou observacional. Mas a relação ainda é mais intrínseca: é o saber enquanto tal que se encontra dotado estatutariamente, institucionalmente, de determinado poder. O saber funciona na sociedade dotado de poder. É enquanto é saber que se tem poder.

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Estes saberes formam-se com o intuito de garantir a Educação da criança com NEES, ao mesmo tempo em que permitem que se realize sobre ela um governo bastante efetivo, que demarca como devem ser as intervenções, como ela deve desenvolver-se, quais os profissionais que dela devem ocupar-se, como os pais devem educá-las e enfim, qual o lugar que ela deve ocupar na sociedade moderna.

Nesta pesquisa, interessa uma das áreas de conhecimento que compõe estes saberes: a Psicologia, que estabelece-se como área de saber reconhecidamente científica no século XIX, elege a criança, já nas primeiras discussões do século XX como um de seus principais objetos de estudo e de intervenção.

Segundo Ferreira (2005, p. 32), um dos marcos desta vinculação é o surgimento da Psicometria, que acontece quando “o Ministério da Educação francês demanda ao psicólogo Alfred Binet um teste que ordene as turmas conforme as suas capacidades intelectuais, e não mais quanto a suas idades”.

Historicamente atrelada a Educação, a Psicologia pode contribuir para as propostas de intervenção desta, legitimando através dos conhecimentos produzidos, como deveriam professores e educadores proceder junto à criança. Sobre este relação entre Educação e Psicologia temos a discussão realizada por Massimi (2005) que mostra como estas duas áreas caminham juntas desde o início do século XX, entrelaçando-se em uma relação ora de convergência, ora de divergência.

Mas como, hoje, organizam-se as reflexões sobre a Educação de crianças com NEES? Quais os pressupostos teóricos da psicologia que respaldam estas reflexões? Quais os pesquisadores mais citados? Quais as relações feitas entre os teóricos da Psicologia e as propostas de intervenção?

Estes questionamentos serviram como base da problematização do projeto de pesquisa de doutorado em andamento na Faculdade de Educação da UNICAMP e impulsionaram o recorte aqui apresentado. A hipótese é que muitos dos discursos sobre a Educação de crianças com NEES são constituídos, ainda hoje, com base em saberes psicológicos que podem estar na contramão da abertura de possibilidades de vida mais autônoma para esta parcela da população, estabelecendo procedimentos e intervenções que apenas legitimem seu governo da forma mais abrangente e integral possível, ou seja, gerenciando aquilo que Foucault (1997) chamou de biopoder.

Vale ressaltar aqui que as discussões realizadas sobre os estudos de Foucault, das relações de poder e saber, muitas vezes são reduzidas a uma tentativa de compreender como legitima-se a dominação de uns sobre os outros. Entretanto, esta não é a óptica do autor. Como salienta Fonseca (1995) e Veiga-Netto (2011) a grande preocupação de Foucault está na constituição do sujeito moderno, seja este, a criança, o louco, o deficiente, o encarcerado ou ainda aqueles sujeitos que começaram a ser estudados somente no século XX, como o idoso ou o adolescente.

Ao estudar a constituição do sujeito moderno, Foucault reporta-se ao funcionamento das instituições modernas, as estratégias de governo e de controle do indivíduo e da população, desenvolvendo conceitos como o de disciplina e de biopoder que servem como ferramentas de análise para compreendermos hoje outros sujeitos do mundo moderno como as crianças com

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Assim, problematizar os discursos educacionais sobre a criança, nesta perspectiva, não é realizar uma análise crítica desta produção, estabelecendo critérios valorativos de certo ou errado nestes discursos, pois esta não seria condizente com os estudos de Foucault.

O que se pretende com esta pesquisa, então, não é realizar uma análise crítica do material produzido, nem analisar estas produções discursivas e sim mapear e discutir como os saberes psi perpassam pela Educação, o que pode contribuir para uma melhor articulação entre estas duas áreas de saber e ainda para a constituição de saberes que não visem adaptar e administrar a criança com NEES e sim conhecê-la e prepará-la para uma vida o mais autônoma possível em nossa sociedade.

1. Objetivo

O objetivo deste projeto de pesquisa é identificar os saberes da área de Psicologia presentes atualmente nas discussões teóricas sobre a Educação da criança com necessidades educacionais especiais.

2. Método Delineamento:

Trata-se de uma pesquisa qualitativa, exploratória e documental. A realização de uma pesquisa exploratória justifica-se pela necessidade de um conhecimento ampliado do tema proposto, visto que a priori este tema tem sido pouco investigado e não foi encontrado nenhum tipo de material que contivesse seu Estado da Arte. Já o estudo documental foi escolhido por, segundo Triviños (1992), fornecer ao investigador a possibilidade de informação através de análise teórica de material pré-selecionado de acordo com os objetivos aos quais a pesquisa se propõe.

Como já mencionado, o autor de direcionará a análise será o filósofo Michel Foucault. Um dos conceitos utilizados para discussão será o conceito de biopoder, proposto por Foucault (1997), articulando-o as discussões deste autor sobre o governo dos sujeitos e da população. Apesar do foco permanecer sobre o biopoder, abordar a sociedade disciplinar e a sociedade de controle é parte fundamental para a compreensão deste conceito e consequentemente para a análise do material selecionado, pois como apontou Souza e Gallo (2002) biopoder e poder disciplinar são tecnologias complementares, a primeira porém, centrada na objetivação do corpo e do indivíduo e a segunda centrada na objetivação da vida enquanto espécie, enquanto população a ser gerida pelo Estado.

Segundo Foucault (1997, p.86), com o surgimento da “razão do Estado” aconteceu uma série de transformações na organização da sociedade e um desenvolvimento de técnicas e estratégias de governamento das pessoas, ao mesmo tempo tratadas como indivíduos e como população. A este conjunto de saberes/podereres com técnicas específicas, ele chamou de Biopolítica.

Assim, ainda seguindo Foucault (1997, p.89), a Biopolítica pode ser entendida como “[...] a maneira pela qual se tentou, desde o século XVIII, racionalizar os problemas propostos à prática governamental, pelos fenômenos próprios a um conjunto de seres vivos constituídos em população: saúde, higiene, natalidade, raças...”.

Esta tentativa de racionalização também chegou as crianças com necessidades educacionais especiais. Organizam-se então, discussões, conferências, encontros e regulamentações sobre

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os cuidados, os atendimentos, a educação, a garantia de direitos e muitos outros ditos, tomados como enunciados e adotados como regimes de verdade e que envolvem o governo e especificamente o Estado enquanto propositores e organizadores desta prática governamental. Desta forma, a intenção de trabalhar com discursos sobre as crianças com necessidades educacionais a partir destes conceitos foucaultianos parte do pressuposto daquilo que já foi discutido por alguns autores, como Lunardi (2001), por exemplo: a proposta da Educação Inclusiva é sim um novo paradigma, mas não deixa de conter estratégias de governamento da população com necessidades educacionais especiais, cabendo ao pesquisador compreender como estas estratégias se formam. Nesta perspectiva, compreender estas estratégias só é possível através da análise dos discursos, tidos como produções de saberes-poderes, que se organizam em torno de determinadas categorias de estudo, no caso aqui proposto – das crianças com NEEs.

Algumas considerações sobre uma análise a partir da teoria foucaultiana

A preocupação em relacionar os conceitos de Foucault a uma metodologia de pesquisa acompanha a autora desde o Mestrado. Na época, ainda muito centrada em uma definição metodológica, relacionada a um referencial teórico e a estratégias de investigação. Arqueologia ou genealogia? Cartografia? Análise do discurso? Pesquisa-ação, intervenção, análise documental? Estas e outras tantas questões acompanharam boa parte da realização da pesquisa e da confecção da dissertação.

As primeiras respostas para estas questões surgiram a partir das leituras realizadas dos livros Caminhos Investigativos I (COSTA, 2007) e Caminhos Investigativos II (COSTA, 2002) e também de outros artigos de alguns autores que compõem o corpo teórico destes livros. Atualmente, a relação entre metodologia de pesquisa e a perspectiva de Foucault, se dá pela conhecida metáfora da “caixa de ferramentas” descrita por Foucault (apud VEIGA-NETO; LOPES, 2007) e defendida por autores como Veiga-Neto e Lopes (2007) e Fischer (2003). Esta ideia parte do princípio que Foucault não deixou uma teoria fechada, através da qual, caberia ao pesquisador realizar uma leitura da realidade a fim de desvendar, criticar os discursos obscuros ou trazer a tona uma verdade absoluta. O que Foucault deixou foi um conjunto de proposições teóricas, ferramentas que podem dar visibilidade a práticas discursivas formadoras de relações de saber/poder e constituidoras do sujeito moderno.

Assim, segundo Foucault (apud VEIGA-NETO; LOPES, 2007, p.951), pensar a teoria como uma caixa de ferramentas consiste em pensá-la como um conjunto de instrumentos com lógica própria e relacionada às relações de poder e aos embates em torno destas, o que implicaria em considerar que “[...] a pesquisa não pode ser feita senão pouco a pouco, a partir de uma reflexão (necessariamente histórica em algumas de suas dimensões) acerca de determinadas situações”.

Reflexão esta que Foucault (2000, p. 65), propõe que seja feita a partir da genealogia e não da análise crítica, o que o distancia das perspectivas teóricas ligadas à Teoria Crítica e ao Marxismo.

Isso porque Foucault entende que as análises críticas não deixam, em última instância, de buscar uma unificação dos discursos, uma verdade absoluta que nada tem a ver com o conceito de “regimes de verdade” elaborado por este autor. Nas análises críticas as

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relações de forças, formadoras destes regimes de verdade são desconsideradas, o que não acontece na genealogia, visto que, esta consiste justamente em trabalhar com a “formação efetiva do discurso”. (FOUCAULT, 2000, p.65).

Desta forma:

A crítica analisa os processos de rarefação, mas também de reagrupamentos e de unificação dos discursos; a genealogia estuda sua formação ao mesmo tempo dispersa, descontínua e regular. Na verdade, estas duas tarefas não são nunca inteiramente separáveis; não há, de um lado, as formas de rejeição, da exclusão, do reagrupamento ou da atribuição; e, de outro, em nível mais profundo, o surgimento espontâneo dos discursos que, logo antes ou depois de sua manifestação, são submetidos à seleção e ao controle. A formação regular do discurso pode integrar, sob certas condições e até certo ponto, os procedimentos do controle (é o que se passa, por exemplo, quando uma disciplina toma forma e estatuto de discurso científico); e, inversamente, as figuras do controle podem tomar corpo no interior de uma formação discursiva (assim, a crítica literária como discurso constitutiva do autor): de sorte que toda tarefa crítica, pondo em questão as instâncias do controle, deve analisar ao mesmo tempo as regularidades discursivas através das quais elas se formam; e toda a descrição genealógica deve levar em conta os limites que interferem nas formações reais. Entre o empreendimento crítico e o empreendimento genealógico, a diferença não é tanto de objeto ou de domínio mas, sim, de ponto de ataque, de perspetiva e de delimitação (FOUCAULT, 2000, p.65).

Enfim, para este autor, ao adotar uma perspectiva genealógica, torna-se possível analisar as práticas discursivas e não discursivas para além de suas regularidades e com elas, os enunciados, os ditos sobre determinado grupo de pessoas que juntos chegam a constituir regimes de verdade sobre aquele grupo.

Por enunciados, entende-se, a partir de Fischer (2001; 2003) um conjunto de ditos, de ideias, de escritos que ao mesmo tempo formam e atravessam o discurso e que constituem uma formação discursiva, que ao se juntar com outras formações discursivas passa a ser adotada como regime de verdade.

É neste ponto que está a intersecção entre as proposições de Foucault descritas aqui, através de autores como Fischer (2001, 2003), Veiga-Neto (2011), Veiga-Neto e Lopes (2007) e o objeto de estudo nesta pesquisa, visto que trata-se de uma pesquisa qualitativa, de orientação genealógica, e portanto histórica, mas não historiográfica, de um conjunto de saberes/poderes presentes em documentos.

Fonte de dados

A fonte utilizada para a coleta de dados será composta de reportagens, entrevistas e demais conteúdos de quatro revistas não científicas destinadas, principalmente a profissionais da área

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da Educação de crianças e adolescentes. Serão analisadas reportagens presentes em revistas como: Nova Escola, Revista do Professor, Revista Educação e Revista Educar para crescer. Procedimentos:

Para a realização desta pesquisa serão seguidos os seguintes passos:

- pesquisa bibliográfica das produções recentes que abordem o tema da pesquisa proposta. - levantamento das edições impressas destas revistas;

- levantamento das edições on-line destas revistas;

- delimitação da intersecção temporal entre a qual a pesquisa será fechada; - leitura integral do material coletado;

- seleção do material a serem analisado;

- estabelecimento de categorias de análise relacionadas ao conteúdo encontrado e que possibilite responder ao objetivo proposto;

- análise e discussão dos dados coletados; - elaboração de relatório final da pesquisa;

- elaboração de material de divulgação dos resultados da pesquisa em periódicos pertinentes e em eventos científicos.

3. Resultados esperados

Com esta pesquisa espera-se encontrar, nas revistas analisadas, textos destinados a pais e professores sobre a Educação de crianças com NEEs que tratem de sua aprendizagem, de sua inserção na escola, de seu comportamento, de seu desenvolvimento. Espera-se também encontrar junto a estes textos, discursos da área de Psicologia usados muitas vezes para subsidiar teoricamente as reflexões e intervenções propostas. Com este material em mãos será possível fazer esta intersecção, contribuindo para um maior conhecimento sobre esta relação entre Psicologia e Educação no que se refere ao atendimento as crianças com NEEs.

4. Referências

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