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V Encontro Nacional da Anppas 4 a 7 de outubro de 2010 Florianópolis - SC Brasil

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V Encontro Nacional da Anppas

4 a 7 de outubro de 2010

Florianópolis - SC – Brasil

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Avaliação da Vulnerabilidade Socioambiental

no Município de São Paulo

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Carolina Gamba (UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO) Geógrafa e Mestranda em Geografia Humana – USP/Bolsista CNPq carolina.gamba@ig.com.br

Resumo

Diante do delineamento da sociedade de risco, em que a produção social da riqueza está sistematicamente associada à produção social dos riscos, estes passam por um processo de banalização crescente. O estado de exceção converte-se em estado de normalidade. Entendidos como uma construção social, os riscos relacionam-se intimamente ao conceito de vulnerabilidade, tanto socioeconômica quanto ambiental. Os contextos vulneráveis ampliam-se, sobretudo em áreas de maior pobreza, onde a capacidade de resposta aos diferentes impactos é bastante reduzida em termos de recursos e serviços. No ambiente urbano, diante da expansão crescente das áreas ocupadas por habitações subnormais, o problema é ainda mais evidenciado. Diante disto, este trabalho tem por objetivo apresentar elementos da vulnerabilidade socioambiental do município de São Paulo, com enfoque nos riscos de inundações e escorregamentos de encostas. Pretende-se mostrar que o estabelecimento e o zoneamento de níveis de vulnerabilidade são de grande importância para a definição da ocupação das chamadas “áreas de risco”, no sentido de priorizar ações emergenciais, bem como na análise e gestão de maneira integrada e preventiva.

Palavras-chave

Risco, vulnerabilidade, enchente, deslizamento, indicadores socioambientais.

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A Sociedade de Risco

A discussão sobre os riscos socioambientais torna-se cada dia mais intensa, em virtude da ocorrência frequente de eventos de crises e de catástrofes que envolvem diferentes situações. Segundo Beck (1992), vivemos em plena sociedade de risco, pois o acelerado processo de modernização capitalista tem gerado, num ritmo intenso, riscos potenciais de auto-ameaça civilizatória.

As falsas promessas de segurança da modernidade, com o objetivo de diminuir as desigualdades sociais, fizeram com que a sociedade se dispusesse a aceitar alguns efeitos secundários do sistema, como a poluição e a contaminação. Contudo, a modernização reflexiva, ou seja, a radicalização da modernidade, mostra-se ao mesmo tempo como solução e problema (BECK, 1997).

Justamente tal sofisticação da condição de ser no mundo, advinda da descoberta de novas técnicas que permitem à humanidade transformar o ambiente, tem impulsionado muitos riscos autoproduzidos. Segundo Zanirato et al. (2008), a novidade presente na sociedade atual não é o risco em si, mas sim a forma como ele é gerado e naturalizado a despeito de suas conseqüências.

O risco passa por um processo de banalização acentuado. Em que pese o fato da impossibilidade de eliminação de todos os tipos de risco, uma vez que viver é estar sujeito a ocorrências inesperadas, a grande maioria das pessoas enfrenta cotidianamente diversas situações “arriscadas” que poderiam ser evitadas, de alguma forma. Assim, sofre impactos diretos e/ou indiretos quando os riscos gerados pelo processo de modernização saem da potencialidade e convertem-se em sérios eventos de crise e, muitas vezes, de catástrofe.

A intensificação do processo de naturalização do risco relaciona-se com a idéia de progresso adotada pela civilização ocidental desde o século XVII, ou seja, da inevitabilidade do melhoramento contínuo de um meio ambiente natural, antigo e inacabado (PONTING, 1995). Tal otimismo, que entende o progresso sempre de uma perspectiva positiva, ou seja, como sinônimo de crescimento econômico, confunde e amplia a aceitação dos riscos como algo inevitável.

Na realidade, tal analogia se mostra cada vez mais equivocada, à medida que se verifica que, mesmo em pleno período técnico-científico-informacional (SANTOS, 2008), os grandes avanços científicos alcançados não se traduzem em melhores condições de vida para a maioria da população mundial. Na verdade, a maior parte do crescimento econômico baseia-se na degradação ambiental e em outros impactos sociais, que são ocultados (MARTÍNEZ-ALIER, 2007).

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O caminho escolhido rumo ao desenvolvimento, que busca a homogeneização dos lugares e cujas técnicas acarretam na produção crescente de espaços de desigualdades, acaba por gerar sérios riscos, nas mais diversas escalas geográficas. Percebe-se que, em pleno século XXI, a idéia de exterioridade do homem em relação à natureza está fortalecida.

A ciência tradicional

Cresce a cultura da insegurança, bem como os questionamentos do papel da ciência tradicional quanto à legitimação dos riscos, uma vez que a mesma não consegue oferecer respostas a todas as incertezas, muitas delas de ordem epistemológica.

Observa-se um grave reducionismo da ciência à técnica, bem como a colocação da técnica como critério de legitimação política e ética (PEÑA, 2007). Tal situação acaba por restringir as decisões àqueles que detêm o conhecimento dito “válido”.

A definição de margens “aceitáveis” para diferentes tipos de riscos socioambientais traz em si incertezas de diferentes níveis. Além disso, a imensa maioria da população não participa das discussões sobre os riscos que a afetam diretamente, ainda que os discursos ressaltem a importância de se dar atenção às suas reais necessidades para a eficácia de qualquer política.

Segundo Folch (2000, p.49): “Estamos muito mais diante de uma crise ética e moral que

de uma crise de caráter técnico, ou inclusive econômico”. Certamente, configura-se uma crise

paradigmática. No momento atual, diferentes interesses vêm à tona e entram em conflito. Governos nacionais, organizações intergovernamentais e não-governamentais, empresas – se vêm obrigados a definir suas posições diante da sociedade de risco, que exige mudanças urgentes.

A promessa de crescimento econômico a todo custo para se chegar à redução das desigualdades sociais obviamente não foi cumprida. De acordo com Sachs (2007), a tomada de consciência da finitude do Planeta; a percepção da impossibilidade de um atalho para o desenvolvimento, por meio de injeções tecnológicas de efeito rápido; o “espectro malthusiano”; bem como a extrema deterioração ambiental fizeram com que o debate sobre os rumos do desenvolvimento se intensificasse a partir da década de 1960.

Cada vez mais se verifica a necessidade do desenvolvimento integral (SACHS, 2007), ou seja, que envolva as dimensões cultural, social, política e ambiental, além da econômica. Tal conscientização se evidencia, por exemplo, nos documentos decorrentes da ordem ambiental internacional atual (RIBEIRO, 2008b). Contudo, a forma como alcançá-lo diante de um modelo que tem por necessidade de sobrevivência a geração de desigualdade constitui um imenso problema, talvez sem solução.

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Os riscos surgem como uma das principais externalidades do sistema capitalista, mas também passaram a ser apropriados para a reprodução do capital. As indústrias de seguro e a produção de objetos para a prevenção do risco (BECK, 1992) constituem bons exemplos. Os mesmos possuem papel de destaque no processo de reestruturação do sistema. As tentativas de internalização dos riscos apontam, portanto, para a prevalência da lógica de mercado, em detrimento da busca por novos caminhos de desenvolvimento (LEFF, 2001).

Ribeiro (2001) destaca como o discurso sobre o desenvolvimento sustentável tem se tornado cada vez mais poderoso, ao mesmo tempo em que sofre adaptações segundo interesses diversos, desde uma real preocupação com a qualidade de vida das gerações presentes e futuras, até a defesa de um “capitalismo soft”, de modo a garantir sua manutenção com o mínimo de alterações.

Conceito de risco

Diversas áreas do conhecimento têm o risco como objeto de estudo. Tal fato se deve à multidimensionalidade intrínseca ao próprio conceito, uma vez que é possível falar em risco ambiental, econômico, social, político, de saúde, entre outros. Há, portanto, diferentes enfoques e, nos últimos anos, tendo cada vez mais clara a necessidade de apreender tal complexidade para a tomada de medidas eficazes, pesquisadores procuram desenvolver estudos interdisciplinares sobre o assunto, ainda que haja muito que caminhar neste sentido.

Dagnino e Júnior (2007, p.57) desenvolvem uma definição ampla do conceito, este que

“[...] se apresenta em situações ou áreas em que existe a probabilidade, susceptibilidade, vulnerabilidade, acaso ou azar de ocorrer algum tipo de ameaça, perigo, problema, impacto ou desastre”.

Porto (2007, p.97) define o conceito de risco como “[...] a existência de uma ameaça

potencial ou já em ação decorrente de STAs2 perigosos que podem afetar ou já afetou a saúde de

uma pessoa, população ou ecossistema”.

Já o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) publicou, em 2004, o relatório “Reducing Disaster Risk: A Challenge for Development”, no qual define risco como “[...] a

probabilidade de conseqüências perigosas ou perdas esperadas (de vida, pessoas feridas, meios de vida, atividades econômicas interrompidas ou danos ambientais) decorrentes de interações entre desastres naturais ou antrópicos e condições vulneráveis. Risco é convencionalmente expressado pela equação Risco= Desastre + Vulnerabilidade” (ONU, 2004, p.136, tradução

nossa).

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Nos sistemas sócio-técnico-ambientais (STAs) confluem sistemas técnicos (tecnologias produtivas, de consumo ou relacionadas às infra-estruturas urbanas, de moradia e circulação), humanos (pessoas e comunidades que neles atuam, circulam e podem estar expostas aos riscos, bem como as organizações existentes) e ambientais (entendidos como os sistemas que produzem ou afetam os mecanismos vitais de suporte à vida, como o ar, a água e os alimentos) (PORTO, 2007, p.31).

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Para a geógrafa Veyret (2007, p.25), de maneira geral, o risco pode referir-se a “[...] tanto

um perigo potencial quanto sua percepção e indica uma situação percebida como perigosa na qual se está ou cujos efeitos podem ser sentidos”.

Justamente por envolver diversos fatores de percepção é que a subjetividade e a percepção natural dos riscos também constituem desafios para a psicologia. Segundo Zanirato et al. (2008, apud SLOVIC, 1987), os riscos não possuem um atributo específico, relacionado ao desastre. Cada fato define, pelo juízo humano, o risco e sua relação com o evento, a partir do conhecimento sobre ele.

Entende-se o risco, portanto, como uma construção social. Não é simplesmente um fator objetivo que se identifica no ambiente. Na verdade, o conceito está estreitamente relacionado à forma como os indivíduos e grupos sociais interpretam diferentes eventos, às situações que podem ou não representar um perigo.

Em concordância com Porto (2007), a concretização do risco depende basicamente de três aspectos gerais: da magnitude do perigo ou ameaça, da probabilidade de ocorrência e da extensão e vulnerabilidade das populações e territórios afetados. Diante da complexidade relacionada ao conceito de risco, é possível vislumbrar as dificuldades de seu estudo e, por conseqüência, do desenvolvimento de políticas sobre o tema.

Conceito de vulnerabilidade

Outro ponto de extrema importância é a estreita ligação entre risco e a vulnerabilidade. Segundo García-Tornel (1997), ainda que o termo vulnerabilidade seja geralmente utilizado como avaliação da possibilidade de um evento catastrófico ocorrer, ou como expressão de danos potenciais expressado em perda de bens ou de vidas humanas, na realidade é essencialmente:

“[…] o grau de eficácia de um grupo social determinado para adequar sua organização frente a mudanças no meio natural que incorporam risco. A vulnerabilidade aumenta em relação direta com a incapacidade do grupo humano para se adaptar à mudança, e determina a intensidade dos danos que pode produzir. O conceito de vulnerabilidade é, portanto, estritamente de caráter social” (GARCÍA-TORNEL, 1997, tradução nossa).

Ou seja, o grau de vulnerabilidade, tanto em termos ecológicos quanto social, relaciona-se com a capacidade de resposta frente a uma situação adversa, no relaciona-sentido da adaptação. Diante disto, não é difícil perceber que os contextos vulneráveis (PORTO, 2007) concentram-se principalmente em áreas de maior pobreza, carentes de recursos e serviços que possam diminuir sua fragilidade socioambiental diante de eventos de crise.

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Entretanto, em grande parte das abordagens metodológicas predomina uma visão externa ou intrínseca de natureza (CASTREE, 2001). O grau de vulnerabilidade é entendido, assim, como inerente a cada lugar ou população, o que tende a naturalizar um conceito que, semelhante ao risco, é essencialmente social.

Tal situação acaba por se refletir nas políticas públicas sobre o tema, como ações governamentais relacionadas a medidas paliativas em situações de crise, em que não há envolvimento da população alvo. Ou seja, em um contexto em que há pouca preocupação em mitigar ou mesmo diminuir a vulnerabilidade do grupo afetado, via políticas de prevenção participativas.

Para Hogan e Marandola Jr. (2006, p.35) “[...] a vulnerabilidade é evocada na tradição de

estudos sobre a pobreza enquanto um novo conceito forte, na esteira dos utilizados em outros

tempos como exclusão/inclusão, marginalidade, apartheid, periferização, segregação,

dependência, entre outros”.

A vulnerabilidade também pode ser vista como perda de resiliência (VEYRET, 2007). Este conceito foi definido, segundo a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), como a capacidade de um sistema, comunidade ou sociedade para resistir ou mudar no sentido de obter um nível aceitável de funcionamento e de estrutura. A resiliência é determinada pelo grau no qual o sistema social é capaz de se organizar, e a habilidade de ampliar sua capacidade de aprendizado e adaptação, inclusive de se recuperar de um desastre (UNDP, 2004, p.136).

Fatores de vulnerabilidade

Há, evidentemente, estreita relação entre vulnerabilidade e pobreza. Mas existem também outros fatores a serem considerados além das características econômicas dos grupos afetados. García-Tornel (1997) destaca elementos importantes, como a coesão social, além do marco jurídico e político.

A eleição e a implantação de meios técnicos de defesa também constituem fatores de vulnerabilidade: “Antes de tudo porque podem não existir, mas no caso de que existam porque

podem ser adequados ou não à função defensiva que se atribui a eles, incluindo um desenho desafortunado que os converta a eles mesmos em causa ou amplificador do desastre”

(GARCÍA-TORNEL, 1997, tradução nossa).

Por fim, este autor coloca o elemento cultural-educativo, no tocante à informação que chega à população sobre acontecimentos relacionados aos riscos, que por vezes acaba por gerar situações de “falsa segurança”, seja por parte de problemas na comunicação por conta da mídia,

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seja pela linguagem altamente tecnificada que não facilita o entendimento do risco de maneira adequada, por parte da maioria da população.

Diante da especificidade do objeto de estudo desta pesquisa, optou-se pela utilização do conceito de vulnerabilidade socioambiental, este que constitui: “[...] uma categoria analítica que

pode expressar os fenômenos de interação e cumulatividade entre situações de risco e degradação ambiental (vulnerabilidade ambiental) e situações de pobreza e privação social (vulnerabilidade social), apesar das limitações empíricas para operacionalização destas categorias analíticas” (ALVES, 2006, p.47).

Risco e vulnerabilidade em áreas urbanas

No ambiente urbano as situações de risco e de vulnerabilidade socioambiental se agravam muito. Nestas áreas, o próprio adensamento já amplia as condições de riscos diversos como, por exemplo, a poluição, ou a dificuldade de oferta de serviços a toda população.

Somam-se a tal contexto antigos problemas urbanos. A especulação imobiliária produz grandes vazios urbanos, além da concentração fundiária (CARLOS, 2001). Contudo, o grande fator de vulnerabilidade centra-se na produção desigual do espaço. Segundo Santos (1993), o capitalismo monopolista agrava cada vez mais as diferenças quanto à dotação de recursos, uma vez que a receita pública se dirige à cidade econômica, em detrimento da cidade social.

Em geral, a sociedade brasileira torna-se a cada dia mais urbana, mas sob padrões incrivelmente desiguais de qualidade de vida. As populações de baixa renda ocupam os lugares preteridos pela especulação imobiliária, em especial encostas íngremes e fundos de vale. Acabam por constituir grandes aglomerações de habitações subnormais, como favelas, sobretudo nas áreas periféricas das cidades, com infra-estrutura precária. Nas áreas centrais, ampliam-se os cortiços, ou seja, imóveis pouco conservados e geralmente habitados por mais de uma família (RODRIGUES, 1998, p.40).

Diante deste contexto, as populações de baixa renda lutam pelo direito à cidade. Esperam do Estado uma resposta à crise habitacional urbana. Desejam a concessão real de uso ou usocapião urbano, bem como a instalação de infra-estrutura adequada: “Os pobres urbanos

têm de resolver uma equação complexa ao tentar otimizar o custo habitacional, a garantia da posse, a qualidade do abrigo, a distância do trabalho e, por vezes, a própria segurança. Para alguns, como muitos moradores de rua, a localização próxima do trabalho [...] é mais importante que o teto. Para outros, o terreno gratuito, ou quase isto, compensa viagens épicas da periferia

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para o trabalho no centro. E para todos a pior situação é um local ruim e caro sem serviços públicos nem garantia de posse” (DAVIS, 2006, p.39).

Entretanto, como bem ressalta Davis (2006), mesmo em áreas periféricas, grande parte dos assentamentos de baixa renda caracterizados como invasões, na realidade funciona por meio de um mercado imobiliário invisível. Para o autor, a urbanização irregular constitui a “privatização das invasões”.

Tal fato amplia ainda mais as dificuldades da população marginalizada pelo mercado habitacional formal, uma vez que esta se vê obrigada comprar terras de empresários que adquirem terrenos vagos e que realizam o loteamento sem respeito às leis de zoneamento ou aos padrões de fornecimento de serviços.

Em geral, tais lotes apresentam o mínimo das condições de urbanização. A esperança reside na posterior instalação de infra-estrutura por parte do Estado, via políticas de urbanização de favelas, uma vez que políticas habitacionais tradicionais não conseguem atender as demandas deste segmento populacional.

Assim, percebe-se que nas áreas urbanas a vulnerabilidade socioambiental se mostra ainda mais intensa, se considerarmos todos os fatores de vulnerabilidade. Por conta da produção desigual do espaço urbano segundo a lógica de mercado, nas áreas mais pobres se verificam diversos tipos de situação de risco, estreitamente interligadas.

A vulnerabilidade socioambiental apresenta níveis bastante elevados, por conta da limitada capacidade de adaptação da população frente a eventos extremos adversos, agravada pela vulnerabilidade institucional no sentido de desenvolver planos de gestão dos riscos dirigidos a estes grupos.

Além disso, nos últimos anos, observa-se a ampliação do número de eventos que envolvem situações de risco nas cidades, relacionados, sobretudo às enchentes e deslizamentos. Também se verifica que as áreas de maior vulnerabilidade frente a esses eventos de pluviosidade são justamente aquelas mais vulneráveis em termos socioeconômicos, que abriga a população de baixa renda ou sem renda para pagar pelo aluguel de uma moradia. Para eles, viver em áreas de risco não é uma opção, mas a alternativa possível (RIBEIRO, 2008a).

Vulnerabilidade às enchentes e deslizamentos no município de São Paulo

A região de município de São Paulo é “... caracterizada pela presença de uma topografia

de espigões tabuliformes, de níveis escalonados, e por extensas baixadas contendo terraços fluviais descontínuos e alongadas e largas planícies de inundação” (AB’ SABER, 1957, p.20).

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Até meados do século XX, a urbanização paulistana ficou praticamente restrita aos terrenos mais favoráveis à ocupação. Segundo Ab’ Saber (1957), a cidade soube escolher e selecionar as áreas de compartimento de planalto onde foi implantada, seguindo as diretrizes mais lógicas do meio geográfico regional. Nas zonas de relevo de morros que envolvem a bacia sedimentar de São Paulo viam-se “... apenas capoeiras, pastagens reduzidas, assim como restos

de matas degradadas, eucaliptais e algumas raras quadras de culturas itinerantes, granjas e sítios de hortaliças...” (AB’ SABER, 1957, p.25).

Segundo o Relatório GEO Cidades (2004), a partir da década de 1970 a expansão da mancha urbana dirigiu-se para as áreas de relevo mais acentuado das periferias, estas que apresentam remanescentes de Mata Atlântica, importantes mananciais e solos bastante suscetíveis à erosão. Constituem, portanto, zonas desfavoráveis à habitação.

Ainda de acordo com este documento, neste mesmo período intensifica-se o processo de favelização da cidade, por meio de duas dinâmicas: a primeira relacionada à expulsão das camadas mais pobres da população dos anéis centrais via mecanismo de preços (valor dos aluguéis, imóveis, serviços); a segunda de modo a impedir que as migrações de população de baixa renda e escolaridade ultrapassassem os anéis periféricos.

Assim, o avanço da urbanização nas regiões periféricas deu-se sem levar em conta as características naturais do meio físico. Os terrenos foram terraplanados para a implantação de conjuntos habitacionais, ou cortados e aterrados para criação de lotes, engendrando diversas situações de risco a escorregamentos (SÃO PAULO, 2004). Cumulativamente a tal processo, o desmatamento de tais áreas acarretou na exposição do solo aos processos erosivos, de modo a intensificar o assoreamento dos cursos d’água e o agravamento dos episódios de inundação.

Por outro lado, nas áreas centrais mais baixas da cidade prevalecem os riscos associados às inundações, onde as águas da chuva encontram maiores dificuldades para infiltração. Tal fato se deve à impermeabilização do solo e à obsolescência do sistema de drenagem (SÃO PAULO, 2004). Tais áreas de várzea, na grande maioria, são habitadas precariamente por populações de baixa renda que, sem escolha, ficam às margens dos córregos sujeitos às inundações, bem como a processos erosivos e de solapamento dos taludes marginais.

As medidas governamentais para resolver os problemas associados aos riscos e vulnerabilidades do município de São Paulo têm envolvido ações estruturais, como obras de engenharia; e outras de caráter não estrutural - ações de planejamento, fiscalização do uso e ocupação do solo e convivência com as situações de risco via planos de proteção civil baseados em sistemas de alerta de condições meteorológicas.

Obviamente tais medidas não são suficientes. Com uma população estimada em 11.037.593 habitantes (IBGE, 2009), verifica-se a incidência da pobreza em pelo menos 28% deste total (IBGE, 2000). Os 96 distritos do município, distribuídos numa área aproximada de

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1.523 km2 e governados por meio de 31 subprefeituras, apresentam características extremamente discrepantes.

No Habisp (2010), sistema de informações que reúne dados sobre a habitação de interesse social da cidade, atualmente estão cadastrados 1565 favelas, os 1152 loteamentos irregulares e 1885 cortiços do município. O desenvolvimento de medidas com vistas a diminuir as desigualdades internas para atingir padrões nacional e internacionalmente estabelecidos constitui um enorme desafio.

Alterações climáticas

Existem muitas incertezas quanto às afirmações do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) no que se refere aos cenários de aumento de precipitações para a totalidade do país. As técnicas atuais permitem apenas o desenvolvimento de cenários na escala geográfica regional, ainda com pouca precisão. Mesmo com a utilização do downscaling, não há como eliminar o grande grau de incertezas na realização de uma análise a nível municipal.

Contudo, é preciso adotar o princípio da precaução e, assim, considerar as estimativas de aumento da intensidade de precipitação para a região centro-sul, ainda que o volume das chuvas seja avaliado como o mesmo das décadas anteriores. Isto é, o mesmo volume de água se precipita de modo mais intenso que antes, por meio de fortes chuvas que chegam a atingir mais de 150 mm em poucas horas!

Além disso, ressalta-se que o ambiente urbano, pela densidade de sua ocupação e concentração de atividades, induz mudanças importantes na microescala, como as “ilhas de calor” (LOMBARDO, 1985). Os prédios também servem de obstáculo aos ventos, de forma a alterar o fluxo natural e a desviar as correntes de ar, o que acaba por afetar a ocorrência e intensidade da precipitação (LOMBARDO, 1985). As massas de ar frio precipitam-se intensamente em pontos localizados, sobretudo nas áreas com grande impermeabilização do solo e baixos índices de arborização, o que resulta em alagamentos de vias, congestionamentos, perda de moradia da população de baixa renda, prejuízos materiais e morte, sobretudo de moradores das áreas de risco.

Segundo Ribeiro (2008) é preciso encarar as mudanças do clima como uma possibilidade de melhorar as condições de vida de uma parte expressiva da sociedade, alijada dos benefícios gerados pelo consumo, mas que será seriamente afetada. Ou seja, problemas urbanos que de qualquer forma precisam ser resolvidos.

Nesta pesquisa busca-se analisar a vulnerabilidade socioambiental às enchentes e escorregamentos em sua multiplicidade de fatores, ou seja, com vistas a captar os processos

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econômicos, sociais e ambientais que configuram tais contextos vulneráveis. Escolheu-se o município de São Paulo como estudo de caso. É a maior metrópole brasileira e, portanto, exemplo vital para o desenvolvimento de políticas públicas eficazes sobre o tema.

Indicadores socioambientais

Diferentes áreas do conhecimento estudam maneiras de determinar o grau de vulnerabilidade social e ambiental, ainda que a integração entre estes dois tipos ainda seja recente (VEIGA, 2010). Um caminho bastante interessante é a utilização de indicadores socioambientais, que: “[...] podem proporcionar orientações para a tomada de decisões de modos

variados. Eles podem traduzir conhecimentos científicos físicos e sociais em unidades manejáveis de informação que podem facilitar o processo de decisão. Eles podem ajudar a medir e calibrar o progresso por meio de metas de desenvolvimento sustentáveis. Eles podem proporcionar um aviso antecipado, anunciando o alarme em tempo para prevenir prejuízos econômicos, sociais e ambientais. Eles também são ferramentas importantes para comunicar ideias, pensamentos e valores porque como uma autoridade disse, “Nós mensuramos o que valorizamos, e valorizamos o que nós mensuramos” (ONU, 2001, tradução nossa).

A busca por indicadores socioambientais remonta a, pelo menos, 40 anos (VEIGA, 2010). Portanto, caminha ao lado da evolução das discussões ambientais, desde o começo da década de 1970, com o Relatório os Limites do Crescimento, do Clube de Roma (1972), a Conferência de Estocolmo (1972), o documento Nosso Futuro Comum (1987) e, sobretudo, a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (1992).

Segundo Veiga (2010), até o começo da década de 1990 a maioria das tentativas de desenvolvimento de indicadores socioambientais partiam do cálculo do produto (seja interno ou nacional, bruto ou líquido) para a geração de indicadores de bem-estar econômico ou de progresso genuíno. As dimensões social e econômica eram consideradas categorias separadas, de forma que a primeira constituía-se no objetivo e a segunda como o meio para atingi-lo (SCANDAR NETO, 2006).

Com o passar do tempo, quando tal idéia de crescimento econômico como sinônimo de desenvolvimento e qualidade de vida passou a ser cada vez mais questionada, os pesquisadores buscaram novos caminhos para a obtenção de indicadores socioambientais mais representativos da realidade. Sob uma ótica integradora, procurou-se desenvolver indicadores que considerassem todas as dimensões do desenvolvimento – social, econômico e ambiental, atribuindo a todas a mesma importância. O Produto Interno Bruto (PIB), aos poucos, perdeu relativamente seu espaço.

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Segundo Scandar Neto (2006), é importante ressaltar que, embora a grande maioria dos autores veja na criação e ampla aplicação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) a prova maior da diferenciação das noções de crescimento econômico e desenvolvimento, não se pode, contudo, olvidar dos inúmeros esforços realizados, desde os anos 1960, no sentido da criação de indicadores sociais, que constituíram um verdadeiro e louvável movimento.

Atualmente existe uma profusão de indicadores socioambientais, a serem aplicados nas diversas escalas geográficas. Resultam de trabalhos de órgãos internacionais, governos nacionais e locais, organizações não-governamentais, empresas, universidades, entre outras instituições.

Os indicadores constituem instrumentos muito úteis para o desenvolvimento e monitoramento de políticas públicas. Também são de fundamental importância na disseminação de informações para a sociedade em geral. Por meio da utilização de diversos indicadores em conjunto, é possível realizar diagnósticos com vistas à identificação de vulnerabilidades. É o que se pretende neste trabalho.

Metodologia

Este trabalho visa apresentar elementos que caracterizam a vulnerabilidade socioambiental da população de renda mais baixa do município de São Paulo, associada aos riscos de inundações e escorregamentos de encostas. Por vulnerabilidade entende-se um conjunto de fatores que levam à condição de risco um conjunto populacional. No caso de São Paulo, a ocupação de áreas de encostas íngremes e de várzeas foi considerada como central na definição da vulnerabilidade socioambiental.

Primeiramente foi realizada uma revisão bibliográfica acerca dos conceitos de risco e de vulnerabilidade, bem como de outros temas a eles relacionados. Em seguida, partiu-se para uma análise das vulnerabilidades socioambientais presentes em áreas urbanas, com enfoque nos riscos de enchentes e de escorregamentos de encostas no município de São Paulo.

Depois, foi feita pesquisa no tocante aos principais indicadores socioambientais desenvolvidos a partir da década de 1970, aplicados nas diferentes escalas geográficas. A intenção foi verificar sua aplicabilidade, tanto no tocante aos sistemas de indicadores quanto aos sintéticos (do tipo índice). Também se realizou análise bibliográfica de alguns indicadores socioambientais desenvolvidos para contextos específicos, sobretudo para o caso de São Paulo e para a mensuração de riscos de enchentes e de deslizamentos.

Ao partir deste embasamento teórico, partiu-se para a criação de um indicador socioambiental que auxilie na verificação das áreas mais vulneráveis aos riscos de enchentes e

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de deslizamentos de encostas no município de São Paulo. Foram selecionadas variáveis relacionadas à renda, escolaridade e infra-estrutura urbana.

Intencionando a aplicação do novo indicador em outras localidades, houve a preocupação de escolher um banco de dados que disponha de informações para o conjunto dos municípios brasileiros. Assim, optou-se pelo Censo Demográfico 2000, realizado pelo IBGE, ainda que tais dados não estejam totalmente atualizados.

A escala escolhida foi a dos setores censitários, que corresponde à unidade de coleta do Censo Demográfico, definido como um agrupamento contínuo de aproximadamente 300 domicílios. Também é preciso ressaltar que a mesma também apresenta limitações, uma vez que, segundo Alves (2006), tal agregação por área impede uma análise da vulnerabilidade na escala das famílias e domicílios. Mesmo diante deste problema, o objetivo do trabalho é avaliar a vulnerabilidade das populações residentes no território, e não somente a área em si.

Após o estudo das variáveis sociais, as mesmas serão associadas a outros indicadores relacionados ao sítio urbano do município, como declividade, cobertura vegetal e pluviosidade. Elaborar-se-á uma classificação referente aos diferentes níveis de vulnerabilidade às enchentes e movimentos de massa no meio urbano.

Pretende-se inserir as informações obtidas num Sistema de Informação Geográfica (SIG) e, a partir do trabalho com os dados pelo método de overlayer (sobreposição de mapas), desenvolver cartografias temáticas que auxiliem na identificação das principais áreas de risco a tais eventos. Intenciona-se definir um zoneamento que aponte as áreas prioritárias à ação de redução de vulnerabilidade.

Também estão sendo feitos trabalhos de campo para observação direta, de forma a fazer um estudo qualitativo sobre os fatores de vulnerabilidade.

Resultados Alcançados

Os resultados obtidos até o presente momento permitem associar áreas de elevada declividade e de expansão natural dos cursos de água como as principais fontes de risco socioambiental no município de São Paulo. Preteridos pela reprodução do capital imobiliário, tais lugares acabaram ocupados pela população de baixa renda, que se sujeita a escorregamentos e alagamentos que muitas vezes levam à morte.

Verifica-se a intensificação da vulnerabilidade socioambiental, sobretudo nestes locais que, carentes de recursos e de infra-estrutura, apresentam menor resiliência diante de eventos

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extremos e, portanto, demandam ações prioritárias para redução das desigualdades socioambientais (ALVES, 2007), tanto preventivas quanto de emergência.

Percebe-se que qualquer medida no sentido da redução das vulnerabilidades socioambientais necessariamente terá que se ocupar de resolver o problema crônico da falta de moradia e de infra-estrutura adequada para a população de baixa renda, ou seja, da produção desigual do espaço urbano. É preciso também considerar o contexto histórico e as características específicas dos grupos sociais em questão. Um fator crucial é própria percepção do risco por parte da comunidade, que deve necessariamente participar de todo o processo.

Em vista de toda esta complexidade, obviamente qualquer medida no tocante aos riscos de enchentes e deslizamentos de terra deve ser resultado de estudos detalhados.

Considerações Finais

A realização de um diagnóstico espacializado das áreas de risco do município de São Paulo certamente favorece o desenvolvimento de políticas públicas que visam à redução das vulnerabilidades locais aos impactos dos eventos de crise e de catástrofe.

Neste sentido, os indicadores socioambientais propriamente ditos, desenvolvidos especificamente para avaliação dos riscos de enchentes e de deslizamento de encostas, neste estudo de caso, constituem ferramentas extremamente importantes no tocante à identificação das áreas mais vulneráveis a tais ocorrências.

Ao utilizar uma escala de desagregação que permite uma análise mais profunda dos fatores sociais e ambientais (setor censitário), o indicador desenvolvido pode contribuir para a criação e a implementação de medidas apropriadas às necessidades heterogêneas de um município como São Paulo, que apresenta imensos contrastes em seu território. Além disso, o indicador pode ser aplicado em outros municípios, ainda que não se possa olvidar das especificidades socioambientais de cada localidade.

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Sites Consultados

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