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AVALIAÇÃO DO IDEB DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO DO GRANDE ABC PAULISTA

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Academic year: 2021

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ISSN 2176-1396

AVALIAÇÃO DO IDEB DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO DO

GRANDE ABC PAULISTA

Arcy Pires Piagetti Jr1 - USCS Renata Hioni2 - USCS Paulo Sergio Garcia3 - USCS

Eixo: Avaliação da Educação Agência Financiadora: não contou com financiamento

Resumo

A qualidade da Educação Básica no Brasil tem sido monitorada, sobretudo, pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), criado em 2007 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e formulado para medir a qualidade do aprendizado nacional e estabelecer metas para a melhoria do ensino, que combina o desempenho dos alunos no Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), instituído em 1990, que é composto por um conjunto de avaliações externas que tem como principal objetivo realizar um diagnóstico da educação básica brasileira e de alguns fatores que possam interferir no desempenho do estudante, fornecendo indicativos sobre a qualidade do ensino ofertado para os estados, e na Prova Brasil, para os municípios, e o fluxo escolar. Os testes são aplicados na quarta e oitava séries (quinto e nono anos) do ensino fundamental, onde os estudantes respondem questões de língua portuguesa, com foco em leitura, matemática, com foco na resolução de problemas e um questionário socioeconômico. Este estudo analisa o IDEB dos municípios da região do ABC paulista, realizando várias comparações por meio de metodologia quantitativa. Analisou-se o índice, em cada uma das cidades, referente ao nível de Ensino Fundamental I e II. Foram considerados, na análise, o desenvolvimento das escolas, no que tange ao IDEB, ao alcance das metas estipuladas pelo INEP. Os resultados mostraram evolução gradual e contínua do índice no Ensino Fundamental I, nas esferas municipal e estadual, e um crescimento pequeno de 2013 para 2015 na maioria das escolas no Fundamental II, o que não vinha acontecendo. A realidade é um pouco mais dura em relação à

1Mestrando em Educação (USCS): Engenheiro Mecânico (UMC), pós-graduação em Administração Industrial

(Fundação Vanzolini_USP) e Administração Gerencial (FEA_USP), Professor da ETEC Jorge Street (SCS_CEETEPS).E-mail: arcy.junior@etec.sp.gov.br

2 Mestranda em Educação (USCS): Licenciatura Plena em Ciências Físicas e Biológicas (UNISA), Pedagoga

(UNINOVE). Especialização em Direito Educacional (CLARETIANO). Membro do Conselho Municipal de Educação de São Caetano do Sul. E- mail: renata.hioni@uscs.edu.br

3 Pedagogo, Mestre e Doutor em educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).

Possui Pós-Doutorado com a realização de estudos em escolas no Brasil e na Itália. É professor da Universidade Municipal de São Caetano do Sul no Curso de Pedagogia e no Mestrado Profissional em Educação. É coordenador do Observatório de Educação da Região do Grande ABC Paulista e membro do International Congress for School Effectiveness and Improvement (ICSEI). E-mail: garciaps@usp.br

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aprendizagem da matemática. Esses dados podem auxiliar as escolas no aprimoramento qualitativo da educação nas cidades da região.

Palavras-chave: Desempenho escolar, IDEB (região ABC), Ensino Fundamental, Qualidade

do Ensino.

Introdução

No Brasil, nas últimas décadas, a Educação Básica, sobretudo o Ensino Fundamental e Médio, vem sendo monitorada por meio de índices que avaliam o desempenho dos alunos em testes padronizados, utilizando também as taxas de aprovação e reprovação da escola.

Em nível nacional, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), criado pelo Decreto nº 6094 de 24 de abril de 2007, foi implantado para acompanhar e monitorar a qualidade das escolas de Ensino Fundamental, focando os 5º e os 9º anos. Tal índice combina o desempenho dos alunos nas disciplinas de Português e Matemática e o fluxo escolar.

A criação do IDEB representa uma iniciativa precursora no Brasil, pois a partir dele passou a ser possível acompanhar a qualidade da educação sob dois aspectos igualmente importantes: o rendimento escolar, traduzido pelas taxas de aprovação, reprovação e abandono, e a aprendizagem, captada por meio das médias de desempenho na Prova Brasil e no SAEB. A lógica deste indicador relaciona-se à ideia de que, em uma escola de qualidade, o aluno avança em seu percurso formativo, passa de ano e aprende, sem desperdiçar tempo com reprovações.

O IDEB apresenta, segundo Ronca (2013), alguns pontos positivos, como a articulação entre os conceitos de fluxo e de desempenho, favorecendo o entendimento da qualidade das escolas e dos sistemas, auxiliando os gestores e os professores na identificação de competências e dificuldades dos alunos nas disciplinas avaliadas – Português e Matemática. O IDEB auxilia também no diagnóstico, no monitoramento e no agrupamento de informações para a criação de políticas públicas, estabelecendo metas objetivas e individualizadas para cada escola, sistema de ensino, municípios e estados brasileiros. Tal situação tem o objetivo, entre outros, de controlar e elaborar ações para combater o fracasso escolar.

No entanto, o IDEB também apresenta várias limitações. De fato, não é possível assumir este indicador como dispositivo de compreensão da qualidade da Educação Básica. As avaliações em larga escala, utilizando somente dois fatores, o fluxo escolar e o desempenho dos alunos, associados diretamente com a questão da leitura e da matemática, não são capazes de captar a complexidade da escola.

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De acordo com Garcia (2015), a complexidade da escola não pode ser captada por um único indicador de qualidade, sendo esta relacionada a muitas outras dimensões. O autor afirma que não há um fator isolado que explique, por exemplo, o bom desempenho dos alunos. Existe um “campo magnético” formado por múltiplos fatores que sustentam e apoiam a aprendizagem e o bom desempenho dos estudantes. Outros autores (RUTTER et al, 1979) já tinham sinalizado que na escola existe uma grande variedade de mecanismos que atuam de forma combinada e que são mais intensos do que qualquer fator individual agindo isoladamente. Os mesmos pesquisadores sugeriram que há um tipo de ethos4 global da escola. Também Barbosa e Fernandes (2001), neste sentido, afirmam que são diversos os fatores que atuam concomitantemente, e em interação complexa, em vários níveis da inserção social, para determinar boa performance dos estudantes.

Em outro estudo, Garcia (2014) mostrou que não é justa a comparação entre escolas localizadas em áreas de risco, sem infraestrutura adequada, com professores mal formados e condições de trabalho precárias, atendendo jovens oriundos de famílias pobres, de baixa renda e com pais muitas vezes analfabetos, com outras instituições que estão situadas nos grandes centros, que apresentam boa infraestrutura, professores com formação adequada, estudantes de famílias com alto nível socioeconômico e com elevado capital cultural.

Há ainda a questão de que o IDEB tem induzido, por parte da mídia, uma forma de classificação entre as escolas que apresentam bons e maus resultados. Tal situação, de acordo com Soares e Xavier (2013), acaba ganhando um caráter mais punitivo, para muitas escolas, em vez de formativo, como era a ideia inicial, quando da criação do indicador.

Estudos sobre o IDEB, entre eles o de Roitman e Mozart (2001) e o de Vidal e Vieira (2011), que analisaram o comportamento do IDEB nos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental em 10 municípios cearenses, mostraram que os avanços neste indicador são maiores nos anos iniciais do que nos anos finais do Ensino Fundamental.

Na região do grande ABC, Garcia et al (2016), com dados de 2013, realizaram um estudo que analisou o IDEB das cidades, mostrando que o Ensino Fundamental I apresentava evolução contínua e Fundamental II crescimento ínfimo ou estagnação. Nesta pesquisa, com caráter mais amplo, analisando dados da esfera estadual e municipal, e dados mais atuais (2015) pretende-se investigar a situação do IDEB do Ensino Fundamental na mesma região

4 O conceito refere-se à questão de que cada escola possui um conjunto articulado de modos de

pensar, organizar e realizar a prática educativa e pedagógica e esta “cultura escolar” influencia a variabilidade dos efeitos educativos sobre os alunos.

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do ABC, realizado algumas comparações e buscando explicações para contextualizar os resultados encontrados.

A Região do Grande ABC Paulista

A região do Grande ABC faz parte da região metropolitana de São Paulo. Sete cidades compõem a área. São os municípios de Santo André (SA), São Bernardo do Campo (SBC), São Caetano do Sul (SCS), Diadema (D), Mauá (M), Ribeirão Pires (RP) e Rio Grande da Serra (RGS).

Trata-se de uma região com mais de 2,5 milhões de habitantes, área de 635 km² (IBGE, 2014), PIB industrial aproximado de R$ 27 bilhões, sendo considerado o segundo do estado e o terceiro do país. Dados do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC (2013) mostraram que existem 44 mil estabelecimentos formais, gerando 800 mil empregos, mais ou menos 37 mil unidades comerciais e de serviços, com 530 mil empregos e 6,3 mil unidades industriais, conforme quadro 01 onde é indicado as características demográficas da região.

Quadro 01- Características demográficas da região:

Cidade População Área territorial

Km2 PIB (milhões) Posição do PIB IDHM 2010 Renda Familiar $ Santo André 704.942 175,781 17.664.718 33ª 0,815 1.499 São Bernardo do Campo 805,895 409,478 36.337.338 14ª 0,805 1.394 São Caetano do Sul 156.362 15,33 11.762.744 48ª 0,862 2.349

Diadema 406.718 30,796 11.786.624 47ª 0,757 917

Mauá 444.136 61,866 7.633.782 79ª 0,766 815

Rio Grande da Serra 47.142 36, 341 529.413 816ª 0,749 747 Ribeirão Pires 118.871 99,119 1.978.256 287ª 0,784 974 Fonte: IBGE – 2011

São Bernardo tem a maior área, população e PIB, mas São Caetano possui o maior Índice de Desenvolvimento Humano Municipal e a maior renda familiar.

Dados do Observatório da Educação da Região do Grande ABC, de 2015, mostram que as escolas, em geral, possuíam sala de professores e de diretoria, impressoras e copiadoras. Em termos de espaços destinados à educação especial, as unidades escolares contavam com sanitários (municipal: 66,2%; estadual: 20,8%), dependências para deficientes físicos (municipal: 45,5%; estadual: 17,4%) e sala de atendimento especial (municipal: 33,3%; estadual: 16,8%).

No Ensino Fundamental há, na região, 7.397 docentes das redes municipais e 13.778 da rede estadual. Quase 90% são mulheres que se consideram brancas, possuem algum tipo de especialização de 360 horas, e 50% estão com idade acima de 50 anos (Observatório da

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Educação do Grande ABC, 2015).

Metodologia

Este estudo investiga a situação do IDEB do Ensino Fundamental I e II, dos municípios da região do ABC na esfera estadual e municipal, realizado algumas comparações e buscando explicações para contextualizar os resultados encontrados.

Trata-se de um estudo que utiliza metodologia quantitativa, visando identificar e comparar os índices do IDEB de cada município, a partir do ano de 2007, buscando encontrar as diferenças, similaridades e possíveis relações entre eles. Em função do tamanho da amostra (sete municípios), não foi possível, na pesquisa aqui apresentada, a realização de testes estatísticos. Optou-se, então, por uma avaliação exploratória dos dados analisadas por meio de tabelas.

A região foi selecionada por se tratar de uma das mais ricas do país. Seu IDH-M médio, em 2010, era de, aproximadamente, 0,792. A população apresentava, em média, 10 anos de estudos e as escolas possuíam infraestrutura adequada para a aprendizagem dos alunos (ver item a região do grande ABC).

Para a obtenção das informações, foram utilizados dados do Censo Escolar de 2015, disponíveis no portal do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas5 e outros do Observatório de Educação da Região do Grande ABC Paulista.

As informações para este estudo, obtidas nessas duas fontes, foram distribuídas em três categorias: o IDEB dos municípios, metas estipuladas pelo Inep e variações entre IDEB e metas.

Os dados foram agrupados e analisados em tabelas, revelando o IDEB observado, as metas estabelecidas pelo Inep para cada uma das cidades, nos 5º e 9º anos, a partir do ano de 2007 até 2015 e as variações absolutas.

Resultados

Os resultados são apresentados revelando os dados do IDEB observados e as metas estabelecidas pelo Inep para cada uma das sete cidades, nos quintos e nonos anos, a partir do ano de 2007 e as variações absolutas.

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O IDEB dos municípios: médias, metas e variações.

A distribuição do atendimento, Ensino Fundamental I e II da região do Grande ABC,

apresenta certas particularidades de acordo com as características sociais, econômicas e demográficas de cada cidade. São Caetano do Sul e Ribeirão Pires contam com escolas municipais de EFII, o que não acontece nos outros municípios, onde todo atendimento ocorre nas escolas estaduais. Em todas as cidades, a esfera estadual está presente no EFII.

As tabelas a seguir ampliam a compreensão sobre o IDEB de cada município.

A Tabela 01 sintetiza os dados observados em cada cidade, a meta dos 5º anos das redes municipais e a variação absoluta (IDEB X META), com início em 2007 até o ano de 2015.

Tabela 01: Dados Observado dos Quintos Anos –- Ensino Fundamental I (municipal) Esfera Municipal: Fund. I – Quintos anos –

IDEB OBSERVADO

META (Inep) VARIAÇÃO (IDEB X META)

Município 2007 2009 2011 2013 2015 2007 2009 2011 2013 2015 2007 2009 2011 2013 2015 Santo André 4,9 5,1 5,4 5,6 6,2 4,8 5,1 5,5 5,8 6,0 0,1 0 - 0,1 - 0,2 0,2 São Bernardo 5,1 5,5 5,8 6,0 6,8 4,9 5,3 5,6 5,9 6,1 0,2 0,2 0,2 0,1 0,7 São Caetano - 5,9 6,4 6,6 7,2 - - 6,2 6,4 6,6 - - 0,2 0,2 0,6 Diadema 5,0 5,2 5,4 5,9 6,3 4,8 5,1 5,5 5,8 6,1 0,2 0,1 - 0,1 0,1 0,2 Mauá - - - -* - - - - Ribeirão Pires 5,7 5,8 5,9 6,1 6,3 5,2 5,5 5,9 6,1 6,4 0,5 0,3 0 0 - 0,1 Rio Grande - - - - Fonte: IDEB 2013

* na cidade de Mauá somente uma escola participou do IDEB 2013 e esta não foi considerada na análise.

Em geral, no IDEB observado do Ensino Fundamental I, municipal, as cidades apresentaram crescimento nas notas e acompanharam de perto as metas estabelecidas pelo Inep. Muitas dessas metas já foram superadas pelas cidades. As variações entre o IDEB e as METAS são positivas para a quase totalidade dos casos, um sinal de evolução constante e contínua, iniciada em 2007. Em 2011, 2013 e 2015, São Caetano apresentou as maiores variações positivas.

São Bernardo do Campo e Diadema apresentaram o maior crescimento entre 2007 e 2015. Ribeirão Pires em 2007 e 2009. São Caetano, em 2015, apresentou as maiores variações absolutas positivas e a média mais alta (7,2).

Tabela 02 - Dados Observado dos Quintos Anos –- Ensino Fundamental I (Estadual): Esfera Estadual: Fund. I – Quintos anos –

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Município 2007 2009 2011 2013 2015 2007 2009 2011 2013 2015 2007 2009 2011 2013 2015 Santo André 4,9 5,5 5,8 6,0 6,7 5,1 5,4 5,8 6,0 6,2 - 0,2 0,1 0 0 São Bernardo - - - - São Caetano - - - - Diadema 5,0 5,2 5,4 5.9 6,7 4,8 5,2 5,6 5,8 6,0 0,2 0 - 0,2 0,1 0,7 Mauá 4,8 5,4 5,6 6,0 6,5 4,8 5,1 5,5 5,7 6,0 0 0,3 0,1 0,3 0,5 Ribeirão Pires 4,9 5,6 6 6,2 6,7 5,1 5,4 5,8 6,1 6,3 - 0,2 0,2 0,2 0,1 0,4 Rio Grande 4,3 4,8 5,2 5,2 6,2 4,3 4,6 5,0 5,3 5,6 0 0,2 0,2 - 0,1 0,6 Fonte: IDEB 2013

Os dados do IDEB observado do Ensino Fundamental I, esfera estadual, são bastante similares aos da municipal, com crescimento nas notas e acompanhamento próximo das metas estabelecidas pelo Inep. A maioria das cidades já alcançou ou superou tais metas. As variações entre o IDEB e as METAS são positivas para todos os casos em 2015, mostrando uma evolução no indicador. Diadema e Ribeirão Pires, em 2015, apresentaram os maiores indicadores. Todas as cidades conseguiram aumentar suas notas do ano de 2013 para 2015. Neste contexto, as maiores variações positivas foram realizadas pelos municípios de Diadema, Ribeirão Pires e Mauá.

As Tabelas 03 e 04 evidenciam o entendimento sobre o IDEB de cada município, mostrando o indicador observado em cada cidade, a meta projetada dos 9º anos das redes municipais e estaduais e a variação absoluta (IDEB X META) com início em 2007.

Tabela 03: Dados Observado dos Nonos Anos –- Ensino Fundamental II (Municipal) Esfera Municipal: Fund. II – Nonos anos –-

IDEB OBSERVADO META (Inep) VARIAÇÃO (IDEB X META)

Município 2007 2009 2011 2013 2015 2007 2009 2011 2013 2015 2007 2009 2011 2013 2015 Santo André - - - - São Bernardo - - - - São Caetano - 5,7 5,2 5,3 6,0 - - 5,9 6,1 6,4 - - - 0,7 - 0,8 - 0,4 Diadema - - - - Mauá - - - - Ribeirão Pires 4,8 5,3 5,4 5,4 5,4 4,9 5,0 5,3 5,7 6,0 - 0,1 0,3 0,1 - 0,3 - 0,6 Rio Grande - - - - Fonte: IDEB 2013

* Na cidade de Mauá somente uma escola participou do IDEB 2013 e esta não foi considerada na análise.

Três municípios, São Caetano, Mauá (não entrou na amostra por ter somente uma escola) e Ribeirão Pires, realizavam o atendimento de alunos no Ensino Fundamental II na esfera municipal. Em 2015, ano da última aferição, as cidades ou avançaram ou se mantiveram estáveis no IDEB. Apesar disso, as duas cidades analisadas tiveram variação negativa entre o observado e a meta de 2015, sendo que Ribeirão apresentou a pior variação

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(0,6 negativo).

Tabela 04 – Dados Observado dos Nonos Anos - Ensino Fundamental II: Esfera Estadual: Fund. II – Nonos anos –- IDEB

OBSERVADO META (Inep) VARIAÇÃO (IDEB X META)

Município 2007 2009 2011 2013 2015 2007 2009 2011 2013 2015 2007 2009 2011 2013 2015 Santo André 4,2 4,5 4,2 4,2 4,5 4,2 4,3 4,6 5,0 5,3 0 0,2 - 0,4 - 0,8 - 0,8 São Bernardo 4,2 4,4 4,3 4,5 4,6 4,3 4,4 4,7 5,1 5,4 - 0,1 0 - 0,4 - 0,6 - 0,8 São Caetano 4,6 4,5 4,7 4,9 5,2 4,5 4,7 4,9 5,3 5,7 0,1 - 0,2 - 0,2 - 0,4 - 0,3 Diadema 3,8 4,1 4,2 4,5 4,7 3,9 4,0 4,3 4,7 5,1 - 0,1 0,1 - 0,1 - 0,2 - 0,4 Mauá 4,1 4,2 4,4 4,4 4,7 4,1 4,2 4,5 4,9 5,2 0 0 - 0,1 - 0,5 Ribeirão Pires 4,3 4,7 4,6 4,8 5,1 4,2 4,3 4,6 5,0 5,4 0,1 0,4 0 - 0,2 - 0,4 Rio Grande 3,9 4,1 4,2 4,2 4,6 4,0 4,2 4,5 4,8 5,2 - 0,1 - 0,1 - 0,3 - 0,6 - 0,6 Fonte: IDEB 2013

No Ensino Fundamental II, esfera estadual, os municípios conseguiram aumentar suas notas em relação ao ano de 2013, mesmo sendo um aumento pequeno. Tal situação, apesar de indicar certo avanço no IDEB, tem de ser analisada com cautela, pois em 2013 e 2015 todas as cidades tiveram variação negativa entre o indicador e a meta, sinalizando uma situação de alerta nesta esfera e nível de ensino. Isto indica que nenhum dos municípios cumpriu a meta estabelecida pelo Inep.

Analisando os dados dos municípios, em Santo André, Ensino Fundamental I, escolas estaduais e municipais, houve um crescimento no IDEB, que superou as metas estipuladas pelo Inep. No Fundamental II, também houve um pequeno crescimento (0,3), comparado com 2013, mas toda a cidade permaneceu com a nota abaixo das metas idealizadas.

Em São Bernardo do Campo, esfera estadual, o crescimento tem sido constante e atingiu 6,8 em 2015, bem superior à meta que era de 6,1. No Fundamental II, houve um crescimento muito pequeno (0,1), porém abaixo da meta que era de 5,3.

Em São Caetano do Sul, escolas municipais, Ensino Fundamental I, os resultados vêm melhorando ano a ano e atingiram a maior marca do grande ABC (7,2), superando de longe a meta de 6,6. No Fundamental II, houve um crescimento de 5,3, em 2013, para 6,0, em 2015. Na esfera estadual, também aconteceu um aumento da nota (4,9 para 5,2), mas a meta do Inep ainda não foi cumprida (5,7).

Na cidade de Diadema, Ensino Fundamental I do estado, os resultados vêm avançando constantemente, desde 2007 (5,0) até 2015 (6,7). No Fundamental II, o município tem aumentado seu rendimento, mas de forma muito lenta. Em 2015, ainda não superou a meta do Inep que era de 5,1.

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6,5 em 2015, superando a meta (6,0). No segmento do Fundamental II, o aumento foi pequeno (0,3) e não superou a meta que era de 5,2.

No município de Ribeirão Pires, Fundamental I, escolas municipais, a nota em 2007 era de 5,7 e alcançou em 2015 a média de 6,3. Na rede estadual, o IDEB chegou a 6,7, superando a meta do Inep (6,3). No Ensino fundamental II, municipal, o indicador vem se mantendo constante deste 2011 (5,4), bem abaixo da meta (6,0). O indicador estadual atingiu 5,1, com ligeiro aumento em relação à 2013, mas abaixo da meta do Inep.

Em Rio Grande da Serra, esfera estadual, Ensino Fundamental I, o IDEB vem avançando de forma contínua (4,3 em 2007 para 6,2 em 2015), superando a meta. No Fundamental II, a média também melhorou, saindo de 3,9 em 2007 para 4,6 em 2015. No entanto, abaixo da meta do Inep (5,2).

O que se depreende desses dados, em geral, é que o EFI, municipal e estadual, em toda a região do ABC Paulista, apresenta crescimento gradual, constante e contínuo. No Fundamental II é possível se verificar um crescimento pequeno de 2013 para 2015, em todas as cidades, mas este ainda tem ficado abaixo da meta estabelecida pelo Inep.

Os dados deste estudo não se coadunam com outros encontrados por Roitman e Mozart (2001) e Garcia et al (2016), que mostraram, em geral e na região do grande ABC, que existiam avanços visíveis nos anos iniciais do Ensino Fundamental, mas que o mesmo não vinha ocorrendo nos anos finais, onde era notória uma estagnação dos resultados.

Considerações finais.

Este estudo mostrou a situação do IDEB do Ensino Fundamental I e II dos municípios da região do ABC na esfera estadual e municipal, realizado algumas comparações e buscando explicações para contextualizar os resultados encontrados. Ele permite aos especialistas e gestores escolares compreenderem melhor a qualidade do ensino na região. Trata-se de uma pesquisa realizada em uma das áreas mais ricas país.

Uma das conclusões importantes deste estudo relaciona-se à questão de que os índices de qualidade de ensino, na região no Ensino Fundamental II, em geral, têm crescido a partir de 2013, contrariando estudo anteriores. No Ensino Fundamental I, a situação é a mesma, ou seja, de crescimento gradual e contínuo.

A partir dos resultados deste estudo, projetos podem ser criados para fortalecer e melhorar a qualidade de ensino das escolas da região do Grande ABC. Uma tarefa que fica em

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aberto para futuros estudos.

REFERÊNCIAS

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