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Palestra. 1 Antecedentes. 2 O Programa. 3 Resultados Obtidos. 4 Continuação das Ações (Programa Ano IV) 1 Antecedentes

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Academic year: 2021

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Palestra

Título: O caso da revitalização da cotonicultura nas regiões Sudoeste e Médio São Francisco da Bahia com destaque especial para o vale do yuyu

Ernesto Marcos Lacerda Lédo1

1 – Antecedentes 2 – O Programa

3 – Resultados Obtidos

4 – Continuação das Ações (Programa Ano IV) 1 – Antecedentes

As regiões Sudoeste e Médio São Francisco, com destaque para o Vale do Iuiu, historicamente concentravam mais de 90% do plantio de algodão na Bahia, já tendo alcançado nos anos de ouro da cultura (década de 80 e parte inicial de 90) uma área cultivada de aproximadamente 330 mil hectares, com produtividade de até 1800 kg/ha nos anos excepcionais para o médio e grande produtor e, de até 1200 Kg/ha para os pequenos. Em termos médios, entretanto, tais rendimentos não ultrapassavam a casa do 1200 kg/ha, nos casos dos primeiros e, raramente atingia os patamares dos 900 kg/ha, em relação aos últimos. Estabelecendo um corte no tempo e no espaço, com alguma precisão, pode-se atribuir ao ano de 1992 como a data em que os anos de chumbo instalaram quase que definitivamente na lavoura algodoeira regional como atividade econômica e socialmente viável.

A partir daí, o somatório da crescente queda dos preços internacionais e dos altos juros internos juntou-se de forma indelével numa equação perversa que incluía: diminuição da produtividade, aumento violento dos custos de produção; principalmente, devido ao aumento populacional da praga do bicudo e ao esgotamento dos solos, submetidos por um longo período a formas de manejo absolutamente inadequado pelo uso intensivo da grade aradora, implemento utilizado correntemente como preferencial no preparo primário das terras, hoje considerado como pai e mãe do altíssimo grau de compactação dos solos, efeito verificado praticamente em todas as localidades. Como se fosse pouco, 92 é o ano UM do bicudo. Daí em diante, inversamente aos resultados econômicos da lavoura algodoeira, a praga do bicudo multiplicou-se indefinidamente, até que cedeu espaço pela quase inexistência de alimento: salvo residualmente e, apenas por alguns poucos e renitentes pequenos agricultores dispersos, deixou-se de cultivar algodão no Sudoeste e no Médio São Francisco. Desapareceu o “ouro

1 Engenheiro Agrônomo, Chefe do Centro de Profissionalização de Produtores Rurais do Vale do Iuiu – CENTREVALE, Secretário Executivo da Câmara Consultiva do Algodão – CCA/Bahia

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branco” do passado recente. Decretou-se a falência do modelo exploratório vigente, por absoluta falta de sustentabilidade ambiental, econômica e social.

O esfacelamento de uma das poucas fontes de emprego e renda, sem substituto no horizonte à vista, ensejou, entre 96/97, um pequeno hiato. Por iniciativa do Governo do Estado, via Secretaria da Agricultura/EBDA e Embrapa Algodão, com financiamento do Banco do Nordeste, num tremendo esforço de parceria com os agricultores, chegou-se a cultivar 120 mil hectares, alimentando de fato uma nova perspectiva para a região, mas os esforços foram baldados quando, com a safra quase a ponto de ser colhida, extemporaneamente, entre março e abril, choveu mais de trinta dias ininterruptos, período em que, além das chuvas torrenciais, o bicudo e a mosca branca puseram a pique a produção. Aquilo que a mosca e o bicudo não destruíram, o excesso de umidade nos capulhos se encarregou de liquidar por apodrecimento da fibra. Criou-se, a bem dizer, um trauma na memória regional, até que, no meio desse ambiente de “pós-guerra” surgissem outras iniciativas, como se verá em seguida.

Em que pese ao ambiente externo ao governo do estado, para o senso comum regional, permanecesse uma aparência geral de imobilismo - e até de certa forma conformismo – governamental no tocante às questões relativas à cultura do algodão, convém registrar que, internamente o “fantasma algodão” nunca deixou de representar uma preocupação que verrumava diariamente o espírito de quantos estivessem envolvidos direta ou indiretamente no desenvolvimento econômico regional, seja o Secretário da Agricultura pessoalmente desafiado nas tentativas anteriores, sejam técnicos, agricultores e empresários da região.

Ao final dos anos 90, foi criado pela Secretaria da Agricultura e EBDA nas antigas instalações da Estação Experimental Deputado Gercino Coelho, no coração do Vale do Iuiu, na zona rural do município de Palmas de Monte Alto, o Centro de Profissionalização de Produtores Rurais do Vale do Iuiu, o Centrevale, um centro de treinamento dirigido à capacitação do agricultor familiar, com o objetivo específico de transferir - através de uma metodologia ao alcance desse público - conhecimentos teóricos e práticos que configurassem de forma bastante explícita o conceito de profissionalização do agricultor, no sentido que esse fosse instrumentalizado na percepção geral que uma atividade econômica por estar inserida num contexto de produção e comercialização global não podia ficar submetida, como ao longo da história, a voluntarismos e amadorismos que, quase sempre, redundava em muito trabalho e poucos resultados para aqueles. Desta forma, gradualmente, entre os anos 96 e 2002, foi-se estabelecendo uma clientela que freqüentava regularmente os cursos ali oferecidos, sendo capacitados no período: em Administração Rural Básica, 1571 alunos; em Manejo e Conservação do Solo e da Água, 830; Manejo Cultural do Algodão,462; Artesanato de Algodão, 174. Os cursos, com duração de 40 horas, foram (e são) ministrados por extensionistas rurais preparados especificamente dentro da metodologia andragógica, desenvolvida com maestria pelo educador Paulo Freire e consagrada mundo afora.

Conceitos de mercado, de globalização, de administração, de manejo e conservação de solo e água, dos requisitos específicos do cultivo e da qualificação do produto algodão foram transferidos paulatinamente, formando uma massa crítica favorável à implantação de um novo modelo exploratório, cujo foco fosse centrado na exigência dos requisitos da sustentabilidade ambiental, econômica e social. Não podia ser diferente, no período anterior não surgira

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nenhuma atividade exploratória em nível regional que substituísse a lavoura algodoeira nos seus aspectos de empregabilidade e distribuição de renda.

No mesmo período, foi criado pelo governo do Estado o Fundeagro e o Proalba, sendo o primeiro uma iniciativa no sentido de fornecer meios seguros e estáveis de recursos à pesquisa do algodão e o segundo, um programa onde o governo do estado através de renúncia fiscal, estimulasse os produtores a maiores investimentos em suas lavouras.

2 – O Programa de Revitalização da Cultura do Algodão (Anos I, II e III)

O governo, através da EBDA e seus técnicos lotados no CENTREVALE e Estação Experimental Gercino Coelho, partiu para a realização de um diagnóstico e de pesquisas que vieram apontar um caminho viável para a produção de algodão no Vale do Iuiu, Serra Geral e Médio São Francisco. Portanto, com base em ensaios científicos e levantamentos pedológicos, ficou provado que, muito mais que o ataque de pagas, escassez de chuvas e a falta de financiamento, o problema da baixa produtividade do algodão estava no solo que, manejado inadequadamente, apresentava, em toda região, níveis extremamente severos de compactação.

De posse de um diagnóstico bastante apurado em função da experiência acumulada em passado recente, onde se demonstrava por experiências práticas desenvolvidas em conjunto com uma parcela de pequenos agricultores que já ultrapassava o milhar - e, é bom que se diga, com importantes parcerias com alguns grandes produtores - estávamos razoavelmente aptos, diferentemente do passado, para aproveitar novas oportunidades intensivamente perseguidas pela EBDA. E estas surgiram, como sempre soe acontecer, a partir do ano agrícola 2002/2003, através de parceria entre a Secretaria de Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais/Secomp, Secretaria da Agricultura/Seagri, EBDA, ADAB, Agrufba, Fundeagro, Fundação Ba, Embrapa e Abapa foi criado o Programa de Revitalização do Algodão Ano I, seguido das versões II (2003/2004) e III (2004/2005), já entrando para a IV (2005/2006). Embora sempre sob a coordenação e execução do programa a cargo da EBDA, cada ano teve as suas peculiaridades. Com essa iniciativa inovadora o pequeno produtor rural pôde voltar ao mercado.

O público, estimado em 10 mil pequenos agricultores distribuído em 30 municípios das regiões Sudoeste e Médio São Francisco, frustrado com o insucesso da safra 96/97, é o foco principal desse trabalho. O objetivo primordial, além de propiciar a geração local de emprego e renda é permitir, através de uma instrumentalização adequada que ele se capitalize novamente, via cultura do algodão. Todo aparato montado, se assenta na modalidade do fornecimento pelo estado de amparo na forma de: assistência técnica qualificada, capacitação, preparo do solo com subsolagem e insumos de primeira qualidade (semente deslintada, fertilizante, defensivo, pulverizador, EPI e pluviômetro), para que cada um deles possa cultivar, sem nenhum ônus, três hectares. Dentro dessa metodologia, para os três anos iniciais do Programa já foram atendidos: Ano I, 1.200 produtores, em 3 mil hectares; Ano II, 2.000, em 6 mil hectares; Ano III, 3.000, em 9 mil hectares. Para o Ano IV (2005/2006), estão previstos novamente o atendimento de 3.000, em 9 mil hectares.

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3 – Resultados Obtidos

Afora os resultados numéricos adiante apresentados, um dos maiores dividendos gerados pelo Programa de Revitalização da Cultura Algodoeira diz respeito à democratização da tecnologia de subssolagem, outrora inacessível ao agricultor familiar. O governo, a partir do segundo ano do programa, disponibilizou patrulhas mecanizadas que, deslocando-se pelos municípios tradicionalmente produtores de algodão, promoveu a descompactação das áreas destinadas ao plantio da referida fibra, fazendo com que, cada unidade de produção fosse mais que isso, constituindo-se em uma unidade de observação e demonstração do comportamento da lavoura algodoeira em solos descompactados mecanicamente.

Vale a ressalva de que, na primeira etapa de mecanização, o preparo do solo se deu de forma terceirizada, tendo logo a seguir, a partir da safra 2004/2005, o governo adquirido uma frota motomecanizada de 30 tratores de 140 CV, divididos em cinco patrulhas os quais, acompanhados de implementos básicos (subssolador, grade aradora e grade niveladora), passaram a executar o preparo do solo para os beneficiários do Programa.

Abaixo, alguns números que registram a amplitude e importância do Programa de Apoio à Revitalização da Lavoura Algodoeira no Sudoeste e Médio São Francisco:

RESULTADOS ANO I ANO II ANO III

Agricultores familiares atendidos 1.219 2.000 3.000 Área cultivada (Ha) 3.050 6.000 9.000 Produção total obtida (Kg) 4.293.600 12.600.000 8.930.550 Produção total obtida (Arrobas) 286.240 840.000 595.370

Valor da produção (R$) 6.000.000 15.000.000 6.200.000 Produtividade alcançada (Kg/Ha) 1.395 2.100 1.500 Produtividade alcançada (Arrobas/Ha) 93 140 100

Investimento governamental (R$) 1.350.000 2.350.000 12.000.000* Renda média por produtor (R$) 4.950 5.640 2.066

* Está incluso neste valor a aquisição de 30 tratores (140 C.V.) e equipamentos para gradagem, subsolagem e nivelamento.

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4 - Continuação das Ações (Programa Ano IV) METAS Previsto Municípios (n.º) 31 Produtores (n.º) 3.000 Ano I 1.200 Ano III 1.000 Ano IV – novos produtores 800

Área (ha) 9.000 Preparo do solo para produtores 2.200 Distribuição de Kits produtividade (n.º) – novos produtores

(insumos, equipamentos e preparo do solo) 800 Seminários (n.º) 3 Capacitação de técnicos (n.º) 2 Cursos monitoramento do Bicudo (n.º) 2

Unidades de demonstração (n.º) – capacitação de produtores 65 UEDs e 3.000 produtores Dias de campo 2

Referências

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