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DISCUSSÃO SOBRE A RELAÇÃO ENTRE OS CONCEITOS: CAPITAL HUMANO E FUNCIONALIDADE. E CRÍTICA À RESPECTIVA INFLUÊNCIA TEÓRICA NO SISTEMA EDUCACIONAL 1

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DISCUSSÃO SOBRE A RELAÇÃO ENTRE OS CONCEITOS: CAPITAL

HUMANO E FUNCIONALIDADE. E CRÍTICA À RESPECTIVA

INFLUÊNCIA TEÓRICA NO SISTEMA EDUCACIONAL

1

TIMOTEO, Bruna Luiza de Oliveira2

Grupo de Reflexão Docente n. 17 – Experiências de História Local para um Ensino de História

Pluriepistêmico.

Resumo:

A problemática central da pesquisa é compreender o processo de inclusão escolar da pessoa com deficiência no Brasil. O procedimento metodológico escolhido foi à investigação a partir de uma escala reduzida, isto é, uma microanálise de duas escolas estaduais do município de Uberlândia (MG), a primeira de perspectiva inclusiva e outra de ensino especializado. O estudo empírico com o cotejamento de diversas fontes – como orais e escritas – e bibliografia, demonstrou que há uma luta pela permanência de espaços educacionais especializados tanto por parte da clientela, de seus familiares e dos docentes, a respeito disso, argumentam que as escolas “inclusivas” não incluem. Interlocuções que levaram a outros questionamentos: Quais são os mecanismos de exclusão no sistema educacional? A inclusão é condizente com o atual sistema educacional e econômico social? São as questões que estão sendo discutidas neste trabalho teórico, evidenciando como a teoria do Capital Humano e da Funcionalidade podem influenciar negativamente o sistema, impedindo a real inclusão que é a adaptação da escola as necessidades do estudante. O diálogo com autores como Marx, Engels, Frigotto, Ortega e Silva, nos auxilia a compreender historicamente as relações sociais, não tratando de uma instituição isolada, mas discutindo uma estrutura que corroborou com a ideia de um corpo/homem ideal, ao qual precisamos desconstruir.

Palavras-chave: Funcionalidade; Capital Humano; Inclusão Escolar.

1. Interdependência e historicidade do corpo

O corpo humano possui constituições subjetivamente variáveis e, essa multiplicidade de corpos, bem como, o fator da idade, gera entre eles e a natureza relações diversas. Marx e Engels afirmam que o “primeiro pressuposto de toda a existência humana, e, portanto de toda a história, ou seja, o de que todos os homens devem ter condições de viver para poder “fazer a história””(

MARX; ENGELS, 2008, p.21).

1 Trabalho desenvolvido com apoio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

(CAPES).

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2 Todavia, nos primeiros anos de vida as condições para a sobrevivência do ser humano

precisam ser supridas por outrem. Além disso, estudos arqueológicos tem encontrado desde o período “pré-histórico”3 vestígios de ossos que apresentam fraturas solidificadas e bem tratadas,

bem como, pinturas rupestres que indicam cuidados as lesões principalmente traumática, causadas por pedras, espinhos, flechas, lanças, garras ou presas de animais e, em conflitos entre inimigos. Acidentes cotidianos, cuja inexistência de intervenções rudimentares, levaria a extinção dos grupos (SILVA, 1987).

Ou seja, desde o período citado há indícios da dependência entre os sujeitos em todos os momentos de sua existência. Os autores mencionados afirmam que o homem principia a se distinguir dos animais quando começa a “produzir seus meios de existência”, que por sua vez, depende da “natureza dos meios” (MARX; ENGELS, 2008). É possível interpretar que os meios de existência também são aqueles ligados a reabilitação do corpo, o que pode significar o trabalho sob a natureza humana, isto é, forma de produção que corresponde ao cuidado de si e do outro – maneira de manifestar a vida.

No presente, podemos evidenciar tal aspecto, principalmente no campo da medicina e da mecânica, onde observamos intervenções cirúrgicas e a criação de órteses, próteses e os mais diversos dispositivos assistivos que alteram a relação que o sujeito possui com seu próprio corpo natural e, por conseguinte, com a natureza de uma forma mais ampla.

Para os autores mencionados, a maneira com que manifestamos a vida, está relacionada com o que é e, como é produzido. Em razão disso, podemos interpretar que ao voltarmos nossos esforços para o desenvolvimento de produtos que possibilitem vivências colaborativas e emancipadoras estamos ao mesmo constituindo um modo de vida mais humanitário.

Portanto, ao se relacionar com a natureza o homem altera ou mesmo elimina limitações do corpo através do tempo. A produção supre necessidades humanas, não necessariamente de um indivíduo – o criador pode ser tanto um utilizador do mecanismo e conhecimento como aquele que apreendeu a demanda do outro – pois, é a necessidade do ser social. Contudo, ao interpretarmos a seguinte frase:

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A maneira como os indivíduos manifestam sua vida reflete exatamente o que eles são. O que eles são coincide, pois, com sua produção, isto é, tanto com o que eles produzem quanto com a maneira como produzem. O que os indivíduos são depende, portanto, das condições materiais da sua produção (MARX; ENGELS, 2008, p.11).

É possível compreender que na primeira sentença “A maneira como os indivíduos manifestam sua vida reflete exatamente o que eles são”, há amplas possibilidades para o “ser” individual. No entanto, as frases seguintes podem ser significadas com uma restrição, pois, o “ser” coincide com o “produzir”, logo, para “ser” é preciso produzir – primeira limitação. De maneira, que pode ser caracterizado como um “ideal de homem” – o homem que produz.

Contudo, como discutia o corpo humano também é um produto social, ou seja, é dinâmico. Os aspectos que são compreendidos no presente como limitações individuais podem ser interpretadas como a incapacidade social de criar meios para a acessibilidade e inclusão, em outros termos, é possível tratar-se de uma limitação passageira da sociedade, não de um sujeito em isolado.

A despeito do referido em parágrafo acima, os mesmos autores elencam formas relacionais, que a partir de uma nova interpretação pode vir a contradizer o entendimento de que cada indivíduo deve produzir.

A primeira relação é a familiar, sendo esta natural – pois, produz a vida pela procriação – e social – produz a própria vida pelo trabalho. Acerca disso, compreendem que essa dupla relação sucede de um modo de produção ligado a um modo de cooperação – que é uma força produtiva que, determina junto a outras forças produtivas acessíveis aos homens, o estado social da humanidade.

Assim, “manifesta-se, portanto, de início, uma dependência material dos homens entre si, condicionada pelas necessidades e pelo modo de produção” (MARX; ENGELS, 2008, p.23,24). À vista disso, para os pesquisadores o começo da consciência que o homem vive em sociedade desperta com a consciência da necessidade de se relacionar uns com os outros.

Por conseguinte, a consciência é um produto social. No tocante, se referindo ao coletivo e, não somente a família em isolado, a cooperação é concebida como um poder social, podendo ser um meio para a eliminação da cisão entre o interesse particular e o interesse comum.

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4 Marx e Engels são uma das maiores referências à crítica ao sistema capitalista, todavia,

como pôde ser observado pelo diálogo proposto aqui, o faz pelo viés do modo de produção, embora, com perspectiva contrária ao sistema em questão. Assim, a importância de citá-los está na compreensão da restrição das análises no tocante a idealização dos homens e mulheres como trabalhadores e produtores.

Ao mesmo que se apreenda a contribuição de ambos no esclarecimento sobre a interdependência entre os sujeitos e da cooperação como fundamental ao progresso. O fato de não abordarem a pessoa com deficiência indica o período do texto em que se generalizavam os atores sociais.

Ortega, por sua vez, se refere especificamente ao grupo social em questão, como pesquisador do presente, expande a crítica ao capitalismo, investigando suas manifestações na instituição judicial e nas relações sociais. Esclarece que na linguagem jurídica o corpo legal coincide com o corpo mercantilizado da cultura de consumo, cuja qualquer alteração física está contida em contrato.

Assim, explica que a regulação pública do corpo, o constitui como propriedade, máquina ou direito de privacidade, ou seja, está cindindo do sujeito de direitos. De maneira, que se contrapõe a equiparação entre a relação que possuímos com o nosso corpo com a que temos com os bens materiais.

Conforme Ortega, as concepções liberais de propriedade no campo jurídico, definem os indivíduos que possuem controle sobre seus corpos como cidadãos autônomos, ao passo que os aqueles que não o tem são considerados como subcidadãos. Desta forma, evidencia-se uma “uma cidadania desigual”, conquistada em parcelas.

A vista disso defende a integralidade do corpo e da personalidade, constituindo o sujeito, assim, acrescenta que “o status de deficiência de uma pessoa (...) tem que ser incorporado no desenvolvimento de uma teoria da justiça. Essa mudança concederia às pessoas com deficiência um status de cidadania plena”. (ORTEGA, 2015, p.232)

A relevância das discussões sobre corpo dependência e interdependência se fortalece ao analisarmos pessoas com deficiências físicas e cognitivas graves. Pois, mesmos as lutas recentes das minorias sociais se fundamentam na ação própria do resistente – falando por si mesmo. O

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5 que coaduna com a visão marxista daquele que “faz história” que é o que produz algo material

ou intelectual.

Para esses casos Ortega expressa uma “ética da tutela” que não deve ser relacionada ao paternalismo. Para ele seria uma forma das pessoas com deficiência terem seus direitos atendidos.

Neste aspecto é possível que ampliemos certos conceitos, pois, condicionar a identificação e o pertencimento a lutas sociais segundo a autonomia e autorepresentação também é exclusão. É plausível compreendermos como processo produtivo toda relação entre seres humanos que cria afetos, cuidados e inovações tecnológicas e sociais.

2. Escola Humanizada

Assim como, o modo de produção é histórico também é o “homem ideal”, sendo diferente conforme o tempo e espaço. No tocante, os padrões de funcionalidade auxiliam na definição de “normalidade” e “anormalidade” nos estudos psicológicos e psicanalíticos, no período moderno e contemporâneo.

A problemática a respeito dessa discussão é a rejeição aos que são considerados “improdutivos”, quando que historicamente as maiores barreiras ao grupo foram as atitudinais e, a concentração das forças na autodestruição da própria espécie do que em seu progresso.

Como já foi citado, conhecimentos e dispositivos artificiais possibilitaram a inclusão de boa parte da população com deficiência nas formas produtivas. Todavia, provisório historicamente ou não, “não ser funcional” não deveria ser compreendido como um problema, mas porque segue sendo?

Em análise do modelo produtivo como condicionante da manifestação da vida, deparamo-nos com a exclusão do “não funcional” nos diferentes aspectos em que nos expressamos. Assim, discutimos a teoria da educação como Capital Humano, presente no senso comum e em componentes da intelectualidade, que corrobora com o modelo econômico capitalista de produção e, influencia as concepções e a relação com o sujeito “não funcional” desde o ambiente formal de ensino.

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6 A teoria da educação como Capital Humano se baseia na ideia da “educação como

produtora de capacidade de trabalho, potenciadora de trabalho e, por extensão, potenciadora da renda, um capital (social e individual), um fator do desenvolvimento econômico e social” (FRIGOTTO, 2006, p, 16). Nesse sentido a prática pedagógica está voltada para atender as necessidades do mercado.

O desemprego, o subdesemprego em crescimento no Brasil e em outras partes do mundo, com o aumento dos níveis educacionais, apresenta a inveracidade da teoria do Capital Humano que, por sua vez, acorre na responsabilização e culpabilização subjetiva pelo “fracasso” educacional e trabalhista, legitimando o sistema fundamentado na desigualdade e exclusão social.

De maneira, que apesar de não corresponder à realidade a respectiva teoria continua presente como expectativa de mobilidade social e, como fator na organização escolar. Nessa perspectiva, o ensino caracteriza-se pela necessidade de produzir o que é improdutivo, atividades que não possuem significado para quem a aplica ou para quem a realiza, isto é, a escolarização se expressa pelo prolongamento desqualificado e alienação das massas.

No estudo empírico do processo de inclusão escolar, encontram-se pais que consideram que a presença de estudantes com deficiência irá prejudicar o desenvolvimento das aulas, numa atitude Capacitista – subestimando a capacidade alheia – preconceituosa e discriminatória. Ademais, é possível interpretar que a perspectivas desses pais corresponde a teoria do Capital Humano, pois, a ideia de escola é extremamente limitada e exclusiva a determinados grupos.

Além disso, nas escolas observadas, sendo elas: Escola Estadual Bueno Brandão – de educação inclusiva – e Escola Estadual Novo Horizonte – de ensino especializado – foi possível identificar que na primeira, apesar de possuir uma grande clientela de estudantes com deficiência esses são principalmente sensoriais – com uma grande concentração de pessoas surdas. Ao contrário da segunda escola que atende um maior número de pessoas com deficiências graves. Assim, interpreta-se que a integração, isto é, o acolhimento de estudantes que se adaptam a escola está mais presente do que a inclusão que é a adaptação da escola ao estudante.

Nessa acepção a educação é Funcionalista e destinada a sujeitos funcionais, se formando para o vir a ser – como trabalhadores. A tese de Frigotto explicita que a relação que a escola possui com o capital é de mediação. Uma vez que, a escola não é orgânica ao capitalismo,

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7 embora, no interior do sistema tenda a se associar a seus interesses. Ainda sim, por não ser

intrínseca ao respectivo modo de produção, pode se articular aos interesses antagônicos ao capitalismo.

A diferença existente entre o sistema produtivo e a escola, permite que essa seja o espaço em que professores e estudantes: aprendam, ensinem e criem uns com os outros em sua diversidade.

A inclusão de estudantes que não se comunicam por nenhuma linguagem falada ou de sinais e que pouco correspondem de forma típica aos estímulos dos colegas e professores; indicam a necessidade de se criar novas formas de expressão em um novo sistema educacional, menos competitivo e mais colaborativo.

Precisa-se construir uma escola de qualidade em que se apreende e produz saberes sociais de interesses humanizados, em que se compreenda a historicidade do estudante e que o seu presente seja mais relevante que os objetivos futuros, nisso consiste nossas esperanças.

3. Considerações Finais

A escola não é uma instituição em isolado, é preciso reiterar as interdependências, este é um espaço que pertence à sociedade e que precisa se identificar com ela. O movimento para a inclusão tem muita representatividade dos responsáveis pelas pessoas com deficiência, lembrando que, apesar, do foco neste trabalho ser este grupo social, o movimento significa incluir todos os estudantes, o que só será possível pelo diálogo entre estes, suas famílias, os profissionais da educação e a sociedade em geral.

O estudo em questão se refere a um processo em desdobramento, então, porque denominá-lo previamente como processo inclusivo? Observa-se que: “ocorrem mudanças no ser social que dão origem a experiência modificada; e essa experiência é determinante, no sentido de que exerce pressões sobre a consciência social” (THOMPSON, 1981, p.16). Isto é, não há um processo inclusivo finalizado, mas há evidências sobre sua existência como expectativa no presente e das pressões que estão sendo feitas – as experiências históricas inclusivas –, construindo a possibilidade da inclusão como o vir a ser no futuro.

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Bibliografia:

FRIGOTTO, Gaudêncio. A produtividade da escola improdutiva. São Paulo: 8ª ed. Cortez, 2006. MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Oposição entre a concepção materialista e idealista. A ideologia em geral e em particular a ideologia alemã. In: A Ideologia Alemã. São Paulo, Martins Fontes, 2008.

ORTEGA, Francisco. Deficiência como um desafio para uma teoria da justiça corporal. In: PINHEIRO, Roseni; GERHARDT, Tatiana Engel; SILVA Jr., Aluísio Gomes da; LEO, Pablo Francisco Di; PONCE, Marisa; VENTURIELLO, María Pía; (Org.). Cultura do Cuidado e o Cuidado na Cultura: dilemas, desafios e avanços para efetivação da integralidade em saúde no Mercosul. 1ª ed. Rio de Janeiro: CEPESC/ IMS-UERJ/ABRASCO, 2015. 227p a 239p.

SILVA, Otto Marques da. A epopeia ignorada : a pessoa deficiente na história do mundo de ontem e de hoje. São Paulo: CEDAS, 1987.

THOMPSON, E. P. Miséria da teoria ou planetário de erros. Rio de Janeiro, Ed, Zahar, 1981.

Fontes Orais:

Entrevistada nº1 - Entrevista realizada em 10 de março de 2020 com profissional da vice-direção/gestão na Escola Estadual Bueno Brandão. Acervo da pesquisadora.

Entrevistada nº2 - Entrevista realizada em cinco de março de 2020, com docente efetiva do Atendimento Educacional Especializado (AEE) na Escola Estadual Bueno Brandão. Acervo da pesquisadora.

Entrevistada nº3 - Entrevista realizada em seis de março de 2020 com mãe de estudante da Escola Estadual Novos Horizontes. Acervo da pesquisadora.

Referências

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