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PROJETO DE RELATÓRIO

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Academic year: 2021

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PR\1042152PT.doc PE544.219v01-00

PT

Unida na diversidade

PT

PARLAMENTO EUROPEU 2014 - 2019

Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia

2014/2210(INI) 18.3.2015

PROJETO DE RELATÓRIO

sobre empresas familiares na Europa

(2014/2210(INI))

Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia Relatora: Angelika Niebler

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PE544.219v01-00 2/8 PR\1042152PT.doc

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PR_INI

ÍNDICE

Página PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU...3 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS...7

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PR\1042152PT.doc 3/8 PE544.219v01-00

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PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU

sobre empresas familiares na Europa (2014/2210(INI))

O Parlamento Europeu,

– Tendo em conta o artigo 17.º da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, – Tendo em conta os critérios para a definição de pequenas e médias empresas (PME)

estabelecidos pela Comissão Europeia em 2003,

– Tendo em conta o Plano de Ação «Empreendedorismo 2020» da Comissão Europeia (COM(2012)0795),

– Tendo em conta a sua Resolução, de 5 de fevereiro de 2013, sobre como melhorar o acesso das PME ao financiamento1,

– Tendo em conta a sua Resolução, de 15 de janeiro de 2014, subordinada ao tema reindustrializar a Europa para promover a competitividade e a sustentabilidade2, – Tendo em conta a Comunicação da Comissão intitulada "«Think Small First»: um

«Small Business Act» para a Europa" (COM(2008)0394), – Tendo em conta o artigo 52.º do seu Regimento,

– Tendo em conta o relatório da Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia e os pareceres da Comissão do Emprego e dos Assuntos Sociais e da Comissão dos Direitos da Mulher e da Igualdade dos Géneros (A8-0000/2015),

A. Considerando que a propriedade é protegida pelo disposto no artigo 17.º da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia;

B. Considerando que, de acordo com o relatório da Comissão Europeia de 2009, mais de 60% das empresas europeias são empresas familiares, representando 40 a 50% dos postos de trabalho no setor privado;

C. Considerando que, embora na maior parte dos casos as empresas familiares sejam PME, em alguns Estados-Membros um pequeno número de empresas familiares é responsável por grande parte do volume de negócios global de todas as empresas, desempenhando, assim, um papel decisivo em termos de criação de postos de trabalho e de crescimento e contribuindo para o sucesso económico do país3;

1Textos Aprovados: P7_TA(2013)0036. 2Textos Aprovados: P7_TA(2014)0032.

3Só na Alemanha, 17% dos trabalhadores inscritos na segurança social obrigatória trabalham em «grandes»

empresas familiares, com um volume de negócios anual de, pelo menos, 50 milhões de euros, as quais, apesar de representarem apenas 0,1% do total das empresas alemãs, são responsáveis por 20% do volume de negócios global de todas as empresas;

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PT

D. Considerando que o trabalho do grupo de peritos da Comissão sobre empresas

familiares já se encontra concluído há mais de 5 anos e que, desde então, não se registou ao nível da UE qualquer nova iniciativa que abordasse as necessidades e estruturas específicas das empresas familiares;

E. Considerando que não existe uma definição de «empresa familiar» que seja juridicamente vinculativa em toda a Europa;

F. Considerando que, devido à ausência de uma definição, não é possível recolher dados comparáveis nos vários Estados-Membros da UE, com vista a chamar a atenção para esta situação particular das empresas familiares;

G. Considerando que os critérios puramente quantitativos estabelecidos pela Comissão para a definição de PME respondem apenas de forma insuficiente à dimensão e às realidades das pequenas e médias empresas industriais, levando à exclusão de muitas pequenas e médias empresas familiares — ou geridas pelos proprietários — dos programas de apoio e da simplificação dos encargos administrativos;

H. Considerando que nem todos os 28 Estados-Membros possuem associações ou outras estruturas de representação das partes interessadas que se ocupem explicitamente dos interesses das empresas familiares;

Importância para a economia

1. Salienta que as empresas familiares demonstram uma elevada responsabilidade social em relação ao seu pessoal e, em princípio, ponderam o futuro da empresa de forma mais sustentável e a mais longo prazo («empresário respeitável») do que as empresas que não são geridas por grupos familiares, dando, assim, um contributo mais importante para a competitividade da Europa e para a criação e conservação dos postos de trabalho; 2. Sublinha que as empresas familiares, até pela sua própria história, estabelecem uma

forte ligação ao lugar onde se encontram, criando, por conseguinte, postos de trabalho no espaço rural e em regiões menos atrativas; exorta, por conseguinte, a Comissão e os Estados-Membros a providenciarem as infraestruturas necessárias, com vista a assegurar a competitividade das empresas;

3. Observa que, em particular, as empresas familiares altamente especializadas desempenham um papel importante como fornecedoras de empresas de maiores dimensões e, dada a perspetiva intergeracional a longo prazo da sua atividade económica, garantem às empresas que abastecem uma grande segurança material e, desse modo, contribuem de forma significativa para o crescimento económico; Financiamento

4. Observa que as empresas familiares apresentam frequentemente uma quota de capital próprio claramente superior à das empresas não familiares, que esta elevada quota de capital próprio promove a estabilidade económica das empresas e de toda a economia, criando simultaneamente espaço para mais investimento na empresa, que, por isso, não deve continuar a ser restringido;

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PT

5. Apela aos Estados-Membros, neste contexto, para que tomem providências no sentido

de impedir que as normas nacionais relativas ao imposto sobre as sucessões e as

doações e à tributação das empresas tenham um efeito discriminatório no financiamento por capitais próprios, tão importante para as empresas familiares; recorda, a este

propósito, que na Hungria foi abolido o imposto sucessório sobre o capital de exploração;

6. Sublinha que a segurança do financiamento das empresas a longo prazo constitui, hoje, um fator de competitividade de importância decisiva; salienta, neste contexto, a

relevância da solidez estrutural dos mercados financeiros no plano internacional; exorta a Comissão a certificar-se de que, no quadro da regulamentação dos mercados

financeiros, não sejam criados encargos desnecessários para as empresas; Desafios

7. Observa que 35% das empresas que não investem em mercados estrangeiros não o fazem por falta de conhecimentos acerca desses mercados; exorta a Comissão e os Estados-Membros, por conseguinte, a disponibilizarem, sobretudo às empresas familiares de menores dimensões, informações sobre as possibilidades de

internacionalização e a empenharem-se num melhor intercâmbio de experiências e boas práticas; insta os Estados-Membros, além disso, a prestarem apoio aos planos de

internacionalização, nomeadamente sob a forma de serviços de informação para empresas ou ainda de garantias de crédito à exportação, e a eliminarem os obstáculos comerciais;

8. Observa que 87% dos empresários de empresas familiares manifestam a convicção de que manter o controlo da empresa é um dos fatores decisivos para o sucesso1; regista que, segundo o Plano de Ação da Comissão «Empreendedorismo 2020»2, a transmissão de uma empresa de geração em geração constitui o maior dos desafios para as empresas familiares;

9. Exorta a Comissão e, sobretudo, os Estados-Membros a corrigirem o enquadramento jurídico da transmissão de empresas familiares, assim como a criarem instrumentos financeiros específicos para a transmissão, por forma a evitar problemas de liquidez, garantindo a continuidade das empresas familiares e impedindo as vendas desesperadas; Perspetivas

10. Insta a Comissão a encomendar estudos que analisem a importância da propriedade para o sucesso e a continuidade de uma empresa e identifiquem os desafios específicos com que se confrontam as empresas familiares; exorta ainda a Comissão a recolher dados suficientes sobre as empresas familiares em cada um dos Estados-Membros, a fim de permitir uma comparação da situação das empresas familiares, além de promover o intercâmbio de exemplos de boas práticas;

11. Insta a Comissão a preparar uma avaliação de impacto sobre a possibilidade de uma

1European Family Business Barometer, junho de 2014. 2COM(2012)0795.

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alteração da definição europeia de PME, que data de 2003, substituindo os critérios puramente quantitativos por critérios qualitativos, que tenham também em conta o regime de propriedade da empresa e respeitem a interligação de propriedade, controlo e direção, e, de um modo geral, o caráter personalizado da governação da empresa, bem como o impacto que essa alteração teria nas empresas familiares, nomeadamente em matéria de auxílios estatais e de elegibilidade das empresas;

12. Exorta a Comissão a estabelecer entretanto, no âmbito da sua avaliação do impacto da regulamentação, um «teste empresas familiares» com base no teste PME, a fim de se poder identificar antecipadamente os efeitos de certos atos legislativos nas empresas familiares, evitando-lhes, desse modo, procedimentos burocráticos dispensáveis; 13. Insta a Comissão a constituir a nível interno um grupo de trabalho permanente que se

ocupe especificamente das necessidades e peculiaridades das empresas familiares, apresente regularmente relatórios ao Parlamento e aos Estados-Membros e esteja à disposição das empresas familiares como interlocutor ao nível europeu para questões específicas, nomeadamente as que se relacionam com a legislação europeia;

14. Exorta a Comissão a fomentar o espírito empresarial em toda a UE e a criar um ambiente de excelência ao nível económico;

15. Insta a Comissão a elaborar uma comunicação que analise o papel das empresas familiares, tendo em vista um reforço da competitividade da economia europeia

até 2020, bem como um roteiro em que se discriminem as medidas que podem revigorar as empresas familiares da UE em termos do seu contexto económico e do seu

desenvolvimento;

16. Encarrega o seu presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho e à Comissão.

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EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

A primeira prioridade das diretrizes políticas da próxima Comissão Europeia, apresentadas no início do seu mandato, no verão de 2014, pelo Presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, é a promoção do emprego, do crescimento e do investimento, aliás, com boas razões: a crise financeira e económica levou a que, em toda a UE, cerca de 25 milhões de pessoas estejam desempregadas, ascendendo o número de jovens desempregados com menos de 25 anos de idade a mais de 5 milhões. O produto interno bruto sofreu durante a crise, em alguns Estados-Membros, uma queda de dois dígitos1.

Os primeiros sinais, embora modestos, do sucesso de uma gestão mais rigorosa das políticas económicas e orçamentais da UE são já evidentes e a economia europeia começa lentamente a crescer. A Comissão Europeia prevê para 2015 um crescimento do produto interno bruto (PIB) de 1,3% (contra 1,1% no ano anterior) e para 2016 de 1,9% (em comparação com 1,7% no ano anterior). No entanto, a Europa pode fazer ainda melhor; o nosso potencial está longe de se ter esgotado. O importante é criar para as nossas empresas um clima de investimento favorável e fomentar o espírito de empreendedorismo em toda a UE.

As nossas empresas familiares, em especial, podem desempenhar um papel decisivo na gestão da crise financeira e económica e na retoma da economia. Mais de 60% das empresas da União Europeia são empresas familiares, representando 40 a 50% dos postos de trabalho no setor privado. Foi esta a conclusão a que chegou o grupo de peritos da Comissão Europeia no seu relatório final já em 2009.

As empresas familiares pensam a mais longo prazo do que as empresas que não são geridas pelos seus proprietários, pois querem certificar-se de que continuarão a ter sucesso ao longo das gerações seguintes. Existem em muitos Estados-Membros da UE empresas consolidadas que já vão na 3.ª, na 4.ª ou na 5.ª geração. Esta história de sucesso deve, naturalmente, ter continuidade. Devido ao seu próprio historial, muitas empresas familiares estabelecem uma relação de lealdade extremamente forte com o local onde se encontram, contribuindo, assim, de forma decisiva para garantir a competitividade da Europa e a criação de postos de trabalho. No entanto, apesar do papel tão importante que desempenham na nossa economia, a

importância que a nível político lhes é atribuída é muito pouca. De facto, a Comissão Europeia estabeleceu já em 2003 uma definição de pequenas e médias empresas (PME) à escala europeia. Um grupo de peritos da Comissão Europeia tentou em 2009 seguir este exemplo e estabelecer uma definição de empresa familiar. Esta não é, porém, juridicamente vinculativa, pelo que não é aplicada nos diversos Estados-Membros. Em virtude desta situação, muitas empresas familiares que não são abrangidas pela definição de PME, embora estejam muito longe de ser um grande grupo empresarial, ficam excluídas de certas

oportunidades de financiamento, não sendo, por outro lado, libertadas de certas obrigações. Esta situação conduz inevitavelmente a procedimentos burocráticos desnecessários, que representam, especialmente para as empresas familiares, uma enorme sobrecarga.

Além disso, muitas empresas familiares tentam compulsivamente manter-se abrangidas pelos

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critérios estabelecidos pela Comissão para as PME. As consequências são evidentes: não são admitidos novos trabalhadores e evita-se o aumento dos lucros e do volume de negócios, impedindo automaticamente o crescimento futuro.

Outro problema suscitado pela não existência de uma definição é a dificuldade em comparar a situação das empresas familiares em todos os Estados-Membros da UE. O grupo de peritos da Comissão verificou em 2009, no âmbito do seu mandato, a existência de mais de 90 diferentes definições de empresa familiar em toda a UE. A comparação das peculiaridades, das

dificuldades e de outros aspetos é, consequentemente, impossível.

Existe ainda um desafio fundamental com que todas as empresas familiares se veem

confrontadas, mais cedo ou tarde: a questão da sucessão na direção da empresa. Anualmente, ocorrem em toda a Europa cerca de 450 000 transmissões de empresas, que, por sua vez, garantem postos de trabalho a um total de cerca de 2 milhões de pessoas. Devido às muitas dificuldades associadas a essas transmissões, calcula-se que todos os anos cerca de

150 000 empresas se vejam obrigadas a fechar, perdendo-se com isso 600 000 postos de trabalho1. Deve, pois, ser estabelecido a nível político um enquadramento adequado, que evite esta perda de postos de trabalho. A transmissão de empresas no seio das famílias é, sobretudo, dificultada pelas normas nacionais relativas ao imposto sobre as sucessões e as doações e à tributação das empresas. Muitos donos de empresas familiares optam por uma solução sob a forma de fundação ou de «compra» por administradores externos. Deste modo, porém, a família acaba por perder em grande parte o controlo da empresa. Na opinião dos empresários, porém, manter o controlo da empresa é um dos fatores decisivos para o sucesso.

Mais de 6 anos depois da conclusão dos trabalhos do grupo de peritos da Comissão sobre empresas familiares, é, por conseguinte, urgente voltar a prestar atenção a este importante setor empresarial. Precisamos urgentemente de mais dados, números e factos relativos a todos os Estados-Membros, a fim de melhor compreender os problemas e desafios das empresas familiares e promover o intercâmbio de boas práticas. É pouco provável que venhamos a precisar de novas disposições legislativas concretas ao nível europeu (à exceção do que se refere às normas nacionais em matéria de fiscalidade). Trata-se, sobretudo, de chamar a atenção dos políticos para este importante setor empresarial e de prestar ajuda onde a ajuda é necessária. Um bom ponto de partida seria, por exemplo, a introdução (a título transitório) de um «teste para as empresas familiares» realizado no âmbito da avaliação do impacto da legislação, com o objetivo de perceber se as alterações da legislação da União eventualmente projetadas terão repercussões ao nível das empresas familiares - e, em caso afirmativo, quais.

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