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ANÁLISE DO IMPACTO DO PREÇO HORÁRIO NA EXPOSIÇÃO DOS CONSUMIDORES AO MERCADO DE CURTO PRAZO: ESTUDO DE CASO

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DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETROTÉCNICA

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM SISTEMAS DE ENERGIA

CLÁUDIO MACEDO

ANÁLISE DO IMPACTO DO PREÇO HORÁRIO NA EXPOSIÇÃO DOS

CONSUMIDORES AO MERCADO DE CURTO PRAZO:

ESTUDO DE CASO

(2)

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA

CATARINA – CÂMPUS FLORIANÓPOLIS

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETROTÉCNICA

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM SISTEMAS DE ENERGIA

CLÁUDIO MACEDO

ANÁLISE DO IMPACTO DO PREÇO HORÁRIO NA EXPOSIÇÃO DOS

CONSUMIDORES AO MERCADO DE CURTO PRAZO:

ESTUDO DE CASO

Trabalho submetido ao Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia de Santa

Catarina como parte dos requisitos para

obtenção do diploma no Curso Superior de

Tecnologia em Sistemas de Energia.

Professores:

Prof. Daniel Tenfen, Dr. Eng.

(3)
(4)
(5)

AGRADECIMENTOS

Não achei que seria tão difícil escrever essa parte do trabalho, são tantas

pessoas que tenho para agradecer. Gostaria de citar o nome de todos aqui, mas peço

desculpas se caso eu cometa o desplante de esquecer alguém.

Começo então, agradecendo à Deus, por ter me guiado durante esse longo

caminho, sem ele não teria a capacidade de chegar até aqui.

Agradeço com o maior amor que existe nesse mundo, e por quem faço o

possível e o impossível, as pessoas mais importantes da minha vida: minha mãe,

Maria Otilia de Souza, mulher guerreira que nunca nos deixou faltar nada, e que

mesmo com todas as dificuldades, sempre carregou um sorriso fácil em seu rosto: a

minha vó, Judite Maria Macedo, pelo carinho, cuidado e afeto: e ao meu pai, João de

Macedo, que mesmo distante nunca deixou de incentivar.

Aos meus irmãos, Lucas Belmiro Macedo, Andressa de Souza, que

acompanharam essa caminhada até aqui, e me incentivaram a seguir com firmeza e

nunca desistir.

A minha esposa Samara Lopes Cascaes pela compreensão e paciência

demonstrada durante o período do projeto, cuja presença sempre afetou

positivamente a minha vida, em todos os aspectos.

Aqui agradeço com carinho, o instituto Pe. Vilson Groh, pré-vestibular

Escrava Anastácia, onde fiz muitos amigos, e tive aula com excelentes professores,

que me ajudaram a realizar o sonho de entrar em um curso superior.

Aos meus amigos e compadres, agradeço por todo amor, força, incentivo e

apoio, em especial ao meu amigo Maiko Ademir Nunes pelas valiosas conversas e

incentivo ao longo desse caminho.

A todos os meus amigos do curso de graduação que compartilharam dos

inúmeros desafios que enfrentamos, sempre com espírito colaborativo, e em especial

aqueles que começamos o curso juntos, Álida Silva, Érica Nunes, Luiz Fernando Leite,

demos boas risadas juntos, e nos desesperamos juntos, em cada prova.

(6)

Não poderia de deixar de expressar aqui, meu agradecimento a ele,

chegamos a fazer algumas unidades curriculares juntos, depois viemos a nos tornar

colegas de profissão, e agora mais um amigo que a vida me deu, obrigado Lucas Brito,

pelo apoio incondicional, se hoje estou concluindo minha formação você faz parte

disso.

Ao meu professor orientador Dr. Daniel Tenfen, pelas valiosas

contribuições dadas durante todo o processo, sempre com uma presença cheia de

otimismo.

Também quero agradecer ao Instituto Federal de Santa Catarina, e o seu

corpo docente que demonstrou estar comprometido com a qualidade e excelência do

ensino. Por fim, a todos aqueles que contribuíram, direta ou indiretamente no

desenvolvimento desse trabalho de pesquisa, enriquecendo o meu processo de

aprendizado.

(7)

“Cada um de nós compõe a sua

própria história, e cada ser em si

carrega o dom de ser capaz, de ser

feliz”.

(8)

RESUMO

Devido à característica predominantemente hidrelétrica e às mudanças que vem

passando a matriz energética brasileira, com uma maior presença das Fontes Eólicas,

Solares e de Gás Natural, sendo as duas primeiras consideradas fontes intermitentes,

ou seja, que não apresentam geração constante ao longo do dia, observou-se a

necessidade de mudança também na precificação da energia elétrica. Assim, entrou

em operação, a partir de janeiro de 2021, o indexador de preço do Mercado de Curto

Prazo (MCP), o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) horário, que possui uma

maior granularidade de preços para cada hora do dia, o qual recentemente era

calculado com base semanal, para cada patamar de carga (Leve, Médio e Pesado).

Este trabalho apresenta um estudo de caso do impacto do PLD Horário em três

Consumidores, com características de consumo e ramos de atuação distintos. Para

realizar este estudo foi desenvolvida uma tabela de contabilização, que visa realizar

comparativos sobre as duas modalidades de precificação, e analisar os impactos

positivos ou negativos para os consumidores, com a alteração no cálculo do PLD.

Com o estudo de caso é possível analisar, principalmente, os impactos provenientes

da diferença de perfil de consumo, da diferença financeira dos preços semanais e

horários e da flexibilização do contrato.

Palavras-chave: Mercado de Curto Prazo. Preço de Liquidação as Diferenças.

Contabilização.

(9)

ABSTRACT

Due to the predominantly hydroelectric characteristic and the changes that the

Brazilian energy matrix is going through, with a greater presence of Wind, Solar and

Natural Gas Sources, the first two being considered intermittent sources, there was a

need for change also in the pricing of electricity. Thus, as of January 2021, the price

indexer of the Clearing Marketing (MCP), the Hourly Spot Price (PLD), which has a

higher price granularity for each hour of the day, came into operation, which was

recently calculated on a weekly basis, for each load level (Light, Medium and Heavy).

This paper presents a Case Study of the impact of the PLD Hourly on three

Consumers, with different consumption characteristics and areas of activity. In order

to carry out this study, an accounting table was developed, which aims to make

comparisons on the two pricing modalities, and to analyze the positive or negative

impacts for consumers, with the change in the PLD calculation. With the case study, it

is possible to analyze, mainly, the impacts arising from the difference in consumption

profile, the financial difference in weekly and hourly prices and the flexibility of the

contract.

(10)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Agentes Institucionais do SEB ... 20

Figura 2 – Ambiente de Contratação Livre e Regulado ... 20

Figura 3 – Encademamento de Programas para o PLD ... 25

Figura 4 – Perfil de Consumo de CL1 em novembro de 2020 ... 35

Figura 5 – Perfil de Consumo de CL2 em novembro de 2020 ... 36

Figura 6 – Perfil de Consumo de CL3 em novembro de 2020 ... 37

Figura 7 – Perfil de consumo do CL1 por patamar de carga – Novembro de 2019 ... 38

Figura 8 – Perfil de consumo do CL1 por patamar de carga – Novembro de 2020 ... 38

Figura 9 – Contabilização Semanal X Horária (Patamar Leve) CL1 – Novembro

de 2019 ... 39

Figura 10 – Contabilização Semanal X Horário (Patamar Médio) CL1 – Novembro

de 2019 ... 40

Figura 11 – Contabilização Semanal X Horário (Patamar Médio) CL1 – Novembro

de 2019 ... 41

Figura 12 – Variação Impacto PLD CL1 – Novembro de 2019 ... 41

Figura 13 - Contabilização Semanal X Horária (Patamar Leve) CL1– Novembro

de 2020 ... 42

Figura 14 - Contabilização Semanal X Horária (Patamar Médio) CL1- Novembro

de 2020 ... 43

Figura 15 - Contabilização Semanal X Horária (Patamar Pesado) CL1– Novembro

de 2020 ... 44

Figura 16 - Variação Impacto PLD CL1 – Novembro de 2020 ... 44

Figura 17 - Perfil de consumo do CL2 por patamar de carga – Novembro de 2019

... 45

Figura 18 - Perfil de consumo do CL2 por patamar de carga – Novembro de 2020

... 45

Figura 19 - Variação Impacto PLD CL2 – Novembro de 2019 ... 46

Figura 20 - Variação Impacto PLD CL2 – Novembro de 2020 ... 47

Figura 21 - Perfil de consumo do CL3 por patamar de carga – Novembro de 2019

... 48

Figura 22 - Perfil de consumo do CL3 por patamar de carga – Novembro de 2020

... 48

Figura 23 - Variação Impacto PLD CL3 – Novembro de 2019 ... 49

(11)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Dados de Entrada – Contabilização PLD Horário ... 28

Tabela 2 – Projeção PLD ... 30

Tabela 3 – Resumo Contabilização ... 32

Tabela 4 – Consumo e Contabilização Semanal ... 33

Tabela 5 – Contabilização Horária e Impacto (Variação) ... 33

Tabela 6 – Energia Contratada CL1 ... 34

Tabela 7 – Energia Contratada CL2 ... 35

Tabela 8 – Energia Contratada CL3 ... 37

Tabela 9 – Comparativo Contabilização CL1 novembro de 2019 e 2020 ... 51

Tabela 10 - Comparativo Contabilização CL2 novembro de 2019 e 2020 ... 52

Tabela 11 - Comparativo Contabilização CL3 novembro de 2019 e 2020 ... 53

Tabela 12 – Comparativo das Contabilizações CL1, CL2 e CL3 - Novembro 2019

... 54

(12)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica

ABRACEEL – Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia

ACR – Ambiente de Contratação Regulada

ACL – Ambiente de Contratação Livre

CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica

CNPE – Conselho Nacional de Política Energética

CMSE – Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico

CPAMP

– Comissão Permanente para Análise de Metodologias e Programas

Computacionais do Setor Elétrico

CMO – Custo Marginal de Operação

CEPEL - Centro de Pesquisas de Energia Elétrica

ESS – Encargos de Serviços do Sistema

EPE – Empresa de Pesquisa Energética

ENEL – Ente Nazionale per l’energia Elettrica

FCF – Função de Custo Futuro

MCP – Mercado de Curto Prazo

MME – Ministério de Minas e Energia

ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico

PDO – Programação Diária da Operação

PLD – Preço de Liquidação das diferenças

RE- SEB – Reestruturação do Setor Elétrico Brasileiro

SIN – Sistema Interligado Nacional

(13)

SUMÁRIO

1

INTRODUÇÃO ... 13

1.1

Justificativa ... 14

1.2

Definição do Problema ... 14

1.3

Objetivo Geral ... 15

1.4

Objetivos Específicos ... 15

1.5

Estrutura do Trabalho ... 15

2

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 16

2.1

Setor Elétrico Brasileiro ... 16

2.1.1

Novo Modelo do Setor Elétrico Brasileiro ... 17

2.1.2

Agentes Institucionais do Setor Elétrico Brasileiro ... 18

2.1.3

Ambientes de Contratação de Energia ... 20

2.1.3.1

Ambiente de Contratação Regulado ... 21

2.1.3.2

Ambiente de Contratação Livre ... 21

2.2

Formação do Preço de Liquidação de Diferenças ... 23

2.2.1

NEWAVE, DECOMP e DESSEM ... 24

2.2.2

Preço de Liquidação das Diferenças Horário ... 24

3

DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA ... 27

4

ESTUDO DE CASO ... 34

4.1

Dados dos Consumidores ... 34

4.1.1

Dados do Consumidor CL1 ... 34

4.1.2

Dados do Consumidor CL2 ... 35

4.1.3

Dados do Consumidor CL3 ... 36

4.2

Análise e Resultado dos Consumidores ... 38

4.3

Resultados e Análises Comparativas ... 50

5

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 58

REFERÊNCIAS ... 60

APÊNDICES ... 62

APÊNDICE A – PLANILHA DE CONTABILIZAÇÃO PLD- DADOS DE ENTRADA 63

APÊNDICE B – PLANILHA PROJEÇÃO PLD ... 69

APÊNDICE C – RESUMO CONTABILIZAÇÃO CL1, CL2, CL3 ... 75

APÊNDICE D – RESUMO CL1 ... 75

APÊNDICE E – RESUMO CL2 ... 76

(14)

1 INTRODUÇÃO

O preço da energia elétrica no Brasil é valorado com base no resultado de

modelos matemáticos que, como resultado, apresentam o Custo Marginal de

Operação (CMO) do sistema, basicamente tem como referência as chuvas, carga de

energia, a entrada de novos projetos e a disponibilidade de geração e transmissão.

O objetivo é encontrar a solução ótima de equilíbrio entre o benefício

presente do uso da água e o benefício futuro de seu armazenamento, medido em

termos da economia esperada dos combustíveis das usinas termelétricas, atendendo

a carga (CCEE, 2020).

Há muito tempo se discutia a mudança da base semanal para a base

horária, com a intenção de se aproximar ainda mais ao custo real de operação e

expansão do sistema elétrico. Uma das influências para tal mudança é devido à

presença cada vez maior na matriz energética de fontes renováveis de energia, que

antes tinha uma predominância hidrotérmica, sendo assim, o PLD horário faz uma

ligação maior com a real geração dessas fontes intermitentes. Além deste fator e

considerando o planejamento da expansão do Sistema Elétrico Brasileiro (SEB),

observou-se a necessidade da formação de preços de energia no Mercado de Curto

Prazo com maior granularidade temporal, de forma a captar melhor a volatilidade da

operação do sistema elétrico nacional (ENEL, 2019).

Não obstante, o PLD horário apresenta mudanças na contabilização dos

agentes do mercado de energia brasileiro e, de imediato, aos participantes do

Ambiente de Contratação Livre (ACL). Todos os contratos, de cada agente que

participa do ACL, são registrados na CCEE, sendo negociados livremente por

contratos de compra e venda de energia. Havendo variações entre a energia

contratada e os montantes gerados ou consumidos, estes são liquidados atualmente

utilizando como base o PLD. Uma das consequências disto é que todas as

negociações de energia no ACL dependem diretamente, quando há diferenças e a

energia é liquidada no chamado Mercado de Curto Prazo (MCP), ou indiretamente,

com base na previsão de preços futuros, do PLD.

(15)

1.1 Justificativa

O PLD, utilizado para valorar os volumes de energia liquidados no MCP,

historicamente é conhecido por ser bastante volátil. Por consequência,

significativamente imprevisível, tais características reduzem o grau de certeza dos

agentes econômicos do setor elétrico e aumentam consideravelmente os riscos

econômicos e financeiros (LEITE; CASTRO; TIMPONI, 2013).

Dentre agentes do ACL, os consumidores livres e, principalmente, os

especiais usualmente são os que menos possuem conhecimento para analisar estes

impactos da recente alteração do PLD, já tendo contratado uma assessoria para

realizar um estudo de viabilidade e auxiliá-los no processo de migração do Ambiente

de Contratação Regulado (ACR) para o Ambiente de Contratação Livre (ACL). Sendo

assim, entender os impactos das variações que a contabilização horária e semanal no

MCP apresenta é importante para estes consumidores e justifica este trabalho.

1.2 Definição do Problema

A partir de 2021, o PLD é calculado pela CCEE diariamente, para cada hora

do dia seguinte, com base no Custo Marginal de Operação (CMO), considerando a

aplicação dos limites máximos (horário e estrutural) e mínimo vigentes para cada

período de apuração e para cada submercado (CCEE, 2020).

Consumidores livres e especiais já possuem contratos de energia

registrados na CCEE e, de acordo com as regras atuais, devem ter toda sua energia

contratada. Como esta é uma tarefa difícil, alguns consumidores consideram uma

flexibilidade em seus contratos, pagando um pouco a mais para não ter este risco.

Ainda assim, pode haver diferenças entre o contratado e o consumido por parte

desses consumidores, sendo essas diferenças valoradas agora ao PLD horário.

Considerando isso, surgem as perguntas: Será que o PLD horário vai ter um impacto

financeiro significativo na fatura dos consumidores com contratos já estabelecidos?

Será que os consumidores deveriam alterar seus contratos?

(16)

1.3 Objetivo Geral

Apresentar, através da metodologia de contabilização desenvolvida, o

resultado da exposição ao MCP de três consumidores, e o impacto sobre a alteração

do preço semanal por patamar de carga, que passou a ser contabilizado hora a hora.

1.4 Objetivos Específicos

Para se alcançar o objetivo geral deste trabalho, propõem-se 3 objetivos

específicos:

a) Fundamentar a parte da contabilização atual, referente ao Mercado

Livre de Energia Elétrica;

b) Criar uma ferramenta para análise do impacto do PLD Semanal e do

PLD Horário;

c) Analisar alguns consumidores, com diferentes perfis de consumo e

flexibilidade de contrato, avaliar o impacto dessa nova modalidade de

precificação.

1.5 Estrutura do Trabalho

O trabalho está estruturado em cinco capítulos. Na Introdução se apresenta

um breve detalhamento sobre o modelo de precificação do MCP com a justificativa, o

problema da pesquisa e os objetivos. No Capítulo 2 é apresentada fundamentação

teórica baseada na legislação vigente, que descreve os principais conceitos do Setor

Elétrico Brasileiro, os órgãos que compõem o setor, os ambientes de contratação, a

formação e as modalidades de preço semanal e horário, e a metodologia dos modelos

computacionais para a formação do PLD. O Capítulo 3 discorre sobre a metodologia,

apresentando a ferramenta desenvolvida para realizar os comparativos entre as duas

modalidades de contabilização, semanal e horária. Os estudos de casos são

abordados no Capítulo 4, com o perfil de consumo dos consumidores, os contratos, e

as análises comparativas entre as contabilizações. Por fim, no Capítulo 5 são

realizadas as considerações finais destes estudos de caso e as sugestões de

trabalhos futuros.

(17)

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo são abordadas algumas definições importantes para um

melhor entendimento no tocante ao Setor Elétrico Brasileiro (SEB), os órgãos que

compõem o setor, os ambientes de contratação, a formação e as modalidades de

preço semanal e horário, e os modelos computacionais de otimização dos preços do

MCP.

2.1 Setor Elétrico Brasileiro

O SEB vem passando por reformas desde a década de 90, quando

ocorreram grandes privatizações das concessionárias e se estabeleceu um novo

marco regulatório no setor (ANEEL, 2008). Antes das reformas o setor era regido por

um sistema monopolista, considerado economicamente pouco eficiente, e não

possuía quase nenhuma normatização ou fiscalização por parte do governo. As

instituições que detinham o poder de fornecimento de energia na época poderiam

promover seus contratos de distribuição de energia elétrica da forma que achassem

essencial. As tarifas de energia nesse período também eram estipuladas pelas

empresas de energia, que poderiam fixar o valor que seria cobrado dos consumidores,

sem intermédio do governo (ANEEL, 2008).

A privatização do setor elétrico foi motivada pelo fato de que as empresas

estatais não eram geridas de uma maneira muito eficiente em algumas atividades

como, por exemplo, no corpo administrativo dessas empresas, nos quais muitos

governantes aproveitavam de sua posição estratégica para conseguir benefícios

próprios ou a pessoas próximas a eles (CUBEROS, 2008).

A primeira reforma envolveu a privatização das companhias operadoras e

teve início com a Lei no 9.427, de dezembro de 1996, que instituiu a Agência Nacional

de Energia Elétrica (ANEEL) e determinou que a exploração dos potenciais hidráulicos

fosse concedida por meio de concorrência ou leilão, em que o maior valor oferecido

pela outorga (Uso do Bem Público) determinaria o vencedor (ANEEL, 2008).

A reforma do setor elétrico só ganhou mais força a partir de 1997, por meio

da implementação de uma série de medidas regulatórias/provisórias, em grande parte

proposta pela empresa de consultoria Coopers & Lybrand, dando origem à Lei

(18)

9.648/98, o que acabou influenciando em diversas privatizações de distribuidoras de

energia elétrica pelo país (SILVA, 2017). A segunda ocorreu em 2004, com a

introdução do Novo Modelo do Setor Elétrico estabelecido pela Lei 10.848, de 15 de

março de 2004, que teve como objetivos principais: garantir a segurança no

suprimento, promover a modicidade tarifária, e promover a inserção social, em

particular pelos programas de universalização (como o Luz para Todos), sua

implantação marcou a retomada da responsabilidade do planejamento do setor de

energia elétrica pelo Estado (ANEEL, 2008).

2.1.1 Novo Modelo do Setor Elétrico Brasileiro

O Novo Modelo do SEB se ergueu nos pilares do Projeto RE-SEB (Projeto

de Reestruturação do Setor Elétrico Brasileiro), e tinha como meta central, reestruturar

o modelo antigo, o qual atingiu a geração, transmissão, distribuição, consumo e

comercialização de energia elétrica. Seu objetivo principal era ter um setor

economicamente eficiente, e garantir investimentos para a ampliação da liquidação

da energia (ANEEL, 2008).

Uma das principais alterações promovidas em 2004 foi a substituição do

critério utilizado para concessão de novos empreendimentos de geração por meio de

leilões. Passou a vencer os leilões o investidor que oferecesse o menor preço para a

venda da produção das futuras usinas e, além disso, o novo modelo instituiu dois

ambientes para a celebração de contratos de compra e venda de energia: o Ambiente

de Contratação Regulada (ACR), exclusivo para geradoras e distribuidoras, e o

Ambiente de Contratação Livre (ACL), do qual participam geradoras,

comercializadoras, importadores, exportadores e consumidores livres (ANEEL, 2008).

Foi dada ênfase especial à figura do consumidor livre que havia sido

introduzida pela Lei n° 9.074, de julho de 1995. Inicialmente, para poder participar do

mercado livre e ser um agente consumidor livre, o consumidor deveria atender alguns

pré-requisitos, como ser atendido em tensão igual ou superior a 69 kV e ter demanda

contratada acima de 10 MW. Posteriormente, esses limites foram alterados, sendo

que a demanda contratada deveria estar acima de 3 MW e, atualmente, não existe

condicionante vinculado à tensão de fornecimento para consumidores ligados a partir

(19)

de julho de 1995. Por meio da nova Portaria n° 465/2019, os limites de contratação

estão sendo reduzidos de forma gradativa, portanto, o consumidor que desejar

participar do ACL e ter o direito de negociar energia com qualquer fornecedor deverá

respeitar alguns critérios (MME, 2019).

A Portaria MME n° 514, de 27 de dezembro de 2018, apresenta o seguinte

cronograma de redução de requisitos para os consumidores do Mercado Livre de

Energia (BRASIL, 2018):

a) a partir de 2021, o consumidor com demanda igual ou acima de 1.500

kW;

b) a partir de 2022, o consumidor com demanda igual ou acima de 1.000

kW; e

c) a partir de 2023, o consumidor com demanda igual ou acima de 500 kW.

A partir das reformas do SEB, o modelo de 2004 estabeleceu, em termos

institucionais, os atuais e principais órgãos e entidades relacionadas com o Setor que

cuidam da parte de regulação e fiscalização, segurança do sistema de fornecimento

de energia, implementação de políticas e operação do sistema interligado nacional,

que são apresentadas no próximo subtítulo.

2.1.2 Agentes Institucionais do Setor Elétrico Brasileiro

Ao ser implantado em 2004, o atual modelo do SEB criou instituições e

alterou funções de outras já existentes, sendo estas (CCEE, 2019):

a) Agência Nacional de Energia Elétrica

– ANEEL: Autarquia que deve

regular e fiscalizar a geração, transmissão, distribuição e

comercialização de energia elétrica;

b) Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico

– CMSE: É um órgão sob

coordenação direta do Ministério de Minas e Energia

– MME. Sua

principal função é de acompanhar e avaliar a continuidade e a

segurança do suprimento elétrico no Brasil;

c) Conselho Nacional de Política Energética

– CNPE: É um órgão

(20)

República no que tange à formulação de políticas e diretrizes da

universalização do acesso à energia no Brasil;

d) Empresa de Pesquisa Energética – EPE: É uma instituição vinculada ao

Ministério de Minas e Energia. Seu objetivo é a prestação de serviços

com estudos e pesquisas para subsidiar o planejamento do SEB;

e) Ministério de Minas e Energia

– MME: É o órgão do poder executivo

responsável pela condução das políticas energéticas do país. Suas

principais obrigações incluem a formulação e a implementação de

políticas para o setor energético;

f) Operador Nacional do Sistema Elétrico

– ONS: É a instituição

responsável por operar, supervisionar e controlar a geração de energia

elétrica no Sistema Integrado Nacional - SIN e por administrar a rede

básica de transmissão de energia elétrica no Brasil;

g) Câmera de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE: É responsável

pela operação contábil de compra e venda de energia elétrica no Brasil.

Ela possui entre outras funções, o cálculo do PLD.

Além dos agentes institucionais, há também outros agentes participantes

do SEB, conforme Figura 1 que mostra a hierarquia dos agentes institucionais. Estes

agentes podem ser do ACR (vendedores e distribuidores) ou do ACL (agentes

geradores, comercializadores, consumidores livres/especiais, importadores e

exportadores de energia) melhores explicados no item 2.1.3.

(21)

Figura 1 – Agentes Institucionais do SEB

Fonte: CCEE (2019).

2.1.3 Ambientes de Contratação de Energia

O Setor Elétrico Brasileiro, antes da sua reformulação, tinha como base

uma estrutura monopolista com maciça presença estatal em todos os seus

segmentos. A partir do novo modelo que entrou em vigor em 2004, passou a contar

com dois ambientes de contratação de energia, o Ambiente de Contratação Livre

(ACL), e o Ambiente de Contratação Regulada (ACR), conforme Figura 2.

Figura 2 – Ambiente de Contratação Livre e Regulado

(22)

2.1.3.1

Ambiente de Contratação Regulado

É o ambiente que participam as concessionárias de geração e distribuição.

A maioria da compra de energia nesse ambiente se dá através de leilões coordenados

pela ANEEL e organizados pela Câmara de Comercialização de Energia. As

distribuidoras compram seus montantes de energia elétrica para que possa ser

distribuído a seus consumidores finais.

De acordo com Aguiar (2008), é neste ambiente que estão os

consumidores cativos constituindo as cargas de suas respectivas distribuidoras,

sendo estas remuneradas via tarifas. Logo, antes de qualquer iniciativa de migração,

é importante que o consumidor conheça sua estrutura tarifária e saiba exatamente o

quanto paga pela energia no ambiente cativo, uma vez que sua escolha dependerá

de custos e riscos associados a cada ambiente.

Portanto, no ACR, o consumidor cativo não tem poder para negociar preço,

fica sujeito às tarifas de fornecimento impostas pela ANEEL, além do acionamento

das bandeiras tarifárias que indicam se a energia vai custar mais ou menos em função

da geração. A alternativa atual para alguns consumidores diminuírem seus os custos

com energia elétrica são as aplicações de eficiência energética e a instalação de micro

e minigerações, reguladas pela Resolução Normativa ANEEL 482/2012.

2.1.3.2

Ambiente de Contratação Livre

A ideia para a criação de um ambiente competitivo vem da possibilidade de

podermos separar o produto, que é a energia elétrica, do serviço, que é o transporte

da mesma, sendo alocados separadamente na conta de consumo de energia elétrica

o custo relativo à produção e o relativo à entrega (CLÍMACO, 2010).

Neste ambiente podem participar todos os geradores não cotistas,

comercializadores e consumidores livres, com total liberdade para negociarem seus

contratos de compra e venda de energia, incluindo prazos, volumes, preços e multas

rescisórias (RIBEIRO, 2015).

Ainda segundo Ribeiro (2015), no Brasil, a opção de migração para um

ambiente de contratação livre é facultativa ao consumidor, desde que este possua

(23)

características mínimas de demanda contratada e nível de tensão. O nível de tensão

deixou de ser exigido em janeiro de 2019, segundo a Lei n° 13.360 de 17 de novembro

de 2016.

Vantagens do Mercado Livre (ABRACEEL,2019):

a) Poder de escolha: O consumidor toma as decisões referentes à compra

de energia, podendo escolher a fonte desejada, o período de

contratação, eventuais flexibilidades e necessidades específicas e seus

parceiros comerciais (ABRACEEL, 2019);

b) Competitividade: A permanente concorrência entre geradores e

comercializadores pelo atendimento aos consumidores torna o mercado

livre mais competitivo, reduzindo preços e promovendo aumento da

eficiência, também estimula a inovação em relação aos produtos e

serviços disponibilizados, dessa forma, o mercado livre possibilita uma

diminuição nos gastos com eletricidade, torna os consumidores livres e

especiais mais competitivos em seus respectivos ramos de atividade

(ABRACEEL, 2019);

c) Flexibilidade: Todas as condições de contratação de energia são

negociadas livremente entre o consumidor e o fornecedor, tais como

preço, volume, prazo, fonte de geração, forma de reajuste e

flexibilidades contratuais, entre outros aspectos, a negociação pode

envolver, por exemplo, preços e quantidades diferentes conforme a

época do ano (ABRACEEL, 2019);

d) Previsibilidade: Uma vez firmado o contrato, o consumidor consegue

prever os custos de energia elétrica, os riscos associados a mudanças

repentinas nas revisões de tarifas de energia não são percebidos pelos

consumidores do mercado livre, pois os preços estão previamente

definidos no horizonte do contrato, portanto, é muito importante que os

consumidores do mercado livre considerem a possibilidade de fazer

contratos de longo prazo (ABRACEEL, 2019).

No momento, este é o mercado livre de energia elétrica no Brasil

(ABRACEEL, 2020):

(24)

a) 30% da energia elétrica consumida no país;

b) 80% do consumo industrial;

c) 42% da geração de energia renovável no Brasil;

d) 34% da expansão do parque gerador nacional em construção estará no

mercado livre, com investimento de R$ 33 bilhões nos próximos 5 anos;

e) 34% é a redução dos preços da energia no mercado livre em

comparação às tarifas praticadas pelas distribuidoras no mercado

regulado;

Estima-se que mais de 190 bilhões foram economizados pelos

consumidores que optaram pelo mercado livre nos últimos 17 anos (ABRACEEL,

2020).

2.2 Formação do Preço de Liquidação de Diferenças

Fazer contratações de energia no Mercado Livre pode possuir muitas

vantagens. Além de o consumidor poder escolher a fonte da sua energia, ele pode

negociar o preço que irá pagar por ela, mas, para fazer uma boa negociação é preciso

entender como é a formação desse preço.

As negociações de energia no ACL sofrem influência do PLD. O PLD é

calculado em base ex-ante (considerando informações previstas de disponibilidade e

carga). A CCEE faz uso de modelos matemáticos que são aprimorados

continuamente, considerando as condições ligadas à oferta e à necessidade de

energia.

(25)

2.2.1 NEWAVE, DECOMP e DESSEM

A metodologia para determinação do PLD é operacionalizada através dos

programas NEWAVE, DECOMP e DESSEM. A seguir apresenta-se uma breve

descrição desses programas, além dos limites mínimo e máximo do PLD estipulados

pela ANEEL (CCEE, 2020):

a) NEWAVE: Modelo computacional de otimização utilizado no

planejamento da operação de sistemas hidrotérmicos de médio prazo

(até 5 anos) e discretização mensal, com representação individualizada

do parque termelétrico e agregação por Reservatórios Equivalentes de

Energia - REE para as usinas hidrelétricas (CCEE, 2020);

b) DECOMP: Modelo computacional de otimização utilizado no

planejamento da operação de sistemas hidrotérmicos de curto prazo

com horizonte utilizado oficialmente de 2 meses e discretização

semanal para o primeiro mês (CCEE, 2020);

c)

DESSEM: Modelo computacional de otimização utilizado no

planejamento da operação de sistemas hidrotérmicos de curtíssimo

prazo com um horizonte utilizado oficialmente de até 7 dias (CCEE,

2020).

2.2.2 Preço de Liquidação das Diferenças Horário

A partir de janeiro de 2021 o PLD é calculado em base horária. No período

de abril de 2018 até a efetiva implementação do preço horário, paralelamente ao

cálculo oficial do PLD em base semanal, a CCEE também realizava o cálculo do Preço

Horário “Sombra” (CCEE, 2020). A iniciativa teve como principal objetivo antecipar os

eventuais impactos da adoção do preço horário, calculado ex-ante (no dia anterior)

pelo modelo DESSEM, com base em informações previstas (CCEE, 2020). Assim, o

fluxo de encadeamento de programas computacionais ficou conforme Figura 3. Além

do encadeamento são também apresentadas as formas em que este é realizado

(pelas Funções de Custo Futuro) e a periodicidade dos modelos.

(26)

Figura 3 – Encademamento de Programas para o PLD

Fonte: CCEE (2020).

A intenção de se implantar preços horários não é recente, pois era prevista

desde a primeira publicação da Resolução ANEEL 290/2000, que foi revogada em

2002 pela Resolução ANEEL 446. A justificativa de não se usar preços horários era

devido à grande proporcionalidade de geração hidráulica, com reservatórios na

operação do sistema, o que conferia previsibilidade e baixa volatilidade à operação

(ENEL, 2019).

Segundo Rigone (2018), com a precificação horária haverá uma operação

personalizada e, especialmente, um maior aproveitamento dos recursos naturais

disponíveis com as renováveis. Além disso, o CMO e o PLD deverão estar mais

próximos da operação real, com o mercado mais competitivo e atrativo. Além disto é

previsto uma maior participação dos agentes e, com isso, os consumidores deverão

ter preços mais justos.

Para Sales e Hochstetler (2019), a mudança para uma precificação horária

visa à refletir melhor as condições de oferta e demanda no sistema para otimizar as

decisões de investimento, operação e consumo. Ou seja, o grande objetivo é sinalizar

no intervalo de mais curto prazo, o valor econômico da energia a cada hora que ela é

produzida e consumida.

Espera-se, com este modelo, haver maior aderência do preço à realidade

operativa, dada sua maior granularidade, maior assertividade na previsão das

variáveis de entrada dos modelos que impactam o resultado, como afluências,

previsão de vento, disponibilidade de geração e transmissão, curva de carga e outros.

Ainda, é possível elencar alguns benefícios da maior discretização temporal na

formação de preço, com impactos em todos os tipos de agentes como (ENEL,2019):

a) Possibilidade de criação de novos produtos e serviços, com maior

dinamismo aos contratos de energia: produtos com inúmeras

(27)

combinações de prazos e flexibilidades, produtos de capacidade,

produtos de entrega de ponta, etc.;

b) Desenvolvimento mais assertivo do mercado de serviços ancilares;

c) Desenvolvimento e avanço de tecnologias de armazenamento;

d) Aceleração do desenvolvimento da já difundida Resposta da Demanda.

Ou seja, foi de suma importância, para o Setor Elétrico Brasileiro a

implementação do novo modelo de PLD Horário, tendo em vista que deverá trazer

inúmeros benefícios.

(28)

3 DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA

Para que se tornasse possível alcançar o objetivo do trabalho foi

desenvolvida uma Tabela de Contabilização com a variação do preço no Mercado de

Curto Prazo (MCP). A tabela mostra um comparativo entre o PLD calculado e

divulgado semanalmente pela CCEE, com o PLD Horário que será divulgado

diariamente.

A tabela foi desenvolvida com:

a) Dados de Entrada: Apresenta o submercado que os consumidores

possuem seus contratos, o ano de medição que será utilizado nas

comparações 2019 e 2020, será utilizado um período de 30 dias sobre

referência de mês de novembro, a flexibilidade de contrato e o montante

contratado, bem como o perfil de consumo hora a hora, coletado em

uma base de dados reais dos agentes, e o PLD Horário e Semanal

coletados no site da CCEE;

b) Projeção de PLD Semanal e PLD Horário;

c) Resumo Geral da Contabilização Semanal e Horária;

d) Três resumos (P1, P2, P3): Exibe uma tabela de consumo de cada

consumidor sobre os patamares de carga (Leve, Médio e Pesado), um

comparativo entre as contabilizações horária e semanal, um impacto

(Variação) que expõe a diferença em entre os valores de cada

contabilização, bem como os totais mensais consumidos e

contabilizados.

Para um breve detalhamento da tabela, é apresentado o Perfil de

Consumo 1, conforme Tabela 1.

(29)

Tabela 1 – Dados de Entrada – Contabilização PLD Horário

Fonte: Elaborado pelo Autor baseado em CCEE (2021).

Todos os perfis dos consumidores foram considerados para um período de

30 dias, contendo o consumo e os valores praticados a cada hora, num patamar de

24 horas. Para título de apresentação, é apresentado apenas um período de 24 horas.

A Tabela 1 é composta pelos seguintes itens:

a) Submercado: Onde o contrato de energia do Consumidor foi registrado;

b) Ano de Medição: Referente ao ano de 2019 e 2020 utilizados na análise;

c) Mês de Medição: Será utilizado o mês de novembro de 2019 e 2020

para realizar os comparativos de cada consumidor;

d) Números de Dias: Será aplicado um período de 30 dias, para

apresentação da tabela, foi exposto apenas o intervalo de um dia;

e) Flexibilidade: É uma segurança a mais nos contratos de energia, para

consumidores que costumam ter flutuações inesperadas em seu

consumo, que se constitui pelos limites mínimos e máximos aplicados

aos volumes mensais de energia;

Submercado

Sul

Flexibilidade

10%

Ano de Medição

2019

Contrato (MWm)

0,211

Mês de Medição

Novembro

Número de Dias

30

Dia

Hora

Consumo

Patamar de Carga PLD Semanal (Atual) PLD Horário

01/11/2019

0:00

0,042 MWh

LEVE

R$

297,16

R$

428,66

01/11/2019

1:00

0,045 MWh

LEVE

R$

297,16

R$

425,20

01/11/2019

2:00

0,043 MWh

LEVE

R$

297,16

R$

423,16

01/11/2019

3:00

0,041 MWh

LEVE

R$

297,16

R$

422,46

01/11/2019

4:00

0,042 MWh

LEVE

R$

297,16

R$

422,71

01/11/2019

5:00

0,041 MWh

LEVE

R$

297,16

R$

423,75

01/11/2019

6:00

0,040 MWh

LEVE

R$

297,16

R$

429,91

01/11/2019

7:00

0,485 MWh

LEVE

R$

297,16

R$

437,19

01/11/2019

8:00

0,668 MWh

MÉDIO

R$

305,73

R$

456,23

01/11/2019

9:00

0,719 MWh

MÉDIO

R$

305,73

R$

474,37

01/11/2019

10:00

0,650 MWh

PESADO

R$

305,73

R$

486,61

01/11/2019

11:00

0,327 MWh

PESADO

R$

305,73

R$

488,51

01/11/2019

12:00

0,045 MWh

PESADO

R$

305,73

R$

484,47

01/11/2019

13:00

0,335 MWh

PESADO

R$

305,73

R$

484,49

01/11/2019

14:00

0,588 MWh

PESADO

R$

305,73

R$

486,51

01/11/2019

15:00

0,536 MWh

PESADO

R$

305,73

R$

484,08

01/11/2019

16:00

0,484 MWh

PESADO

R$

305,73

R$

483,95

01/11/2019

17:00

0,528 MWh

PESADO

R$

305,73

R$

455,51

01/11/2019

18:00

0,040 MWh

MÉDIO

R$

305,73

R$

456,01

01/11/2019

19:00

0,042 MWh

MÉDIO

R$

305,73

R$

462,04

01/11/2019

20:00

0,043 MWh

MÉDIO

R$

305,73

R$

456,62

01/11/2019

21:00

0,043 MWh

MÉDIO

R$

305,73

R$

454,92

01/11/2019

22:00

0,041 MWh

MÉDIO

R$

305,73

R$

447,47

01/11/2019

23:00

0,042 MWh

MÉDIO

R$

305,73

R$

434,99

PERFIL DE CONSUMO 1

(30)

f) Contratos (MWm)

1

: É a quantidade de energia contratada estabelecida

em Megawatt médio durante um período de tempo.

A tabela 1 também é composta por 6 colunas:

a) Primeira Coluna – Dia: Compreende um período de 30 dias;

b) Segunda Coluna – Hora: Um intervalo de 24 horas;

c) Terceira Coluna – Consumo: Em cada hora do dia;

d) Quarta Coluna – Patamar de Carga: Contabilizado em cada hora do

mês, pode ser Leve, Médio ou Pesado;

e) Quinta Coluna – PLD Semanal: Foi adicionado o valor do PLD em base

semanal, em cada patamar de carga, dados obtidos da CCEE;

f) Sexta Coluna – PLD Horário: Foi adicionado o valor do PLD em base

horário, um valor para cada hora do dia, dados obtidos da CCEE.

1

Como o mês em questão apresenta 30 dias, o número de horas total é de 720 (30 dias x

24 horas). Por fim, para determinar o montante de energia utilizada, basta dividirmos o consumo de

151,92 MWh período mensal de 30 dias, pela quantidade de horas encontradas (720 h), conforme:

• MWm =

151,92MWh

(31)

A Tabela 2 inicialmente apresenta:

a) Primeira Coluna: Montante do Contrato em MWm;

b) Segunda e terceira coluna: Flexibilidade do Contrato.

Tabela 2 – Projeção PLD

Fonte: Elaborada pelo Autor baseado em CCEE (2021).

A Tabela 2 tem como base o mesmo princípio da Tabela 1, com o Dia, Hora,

Submercado, Patamar de Carga e os valores de PLD. No entanto, foram adicionadas

as colunas de contabilização semanal e horária, para avaliar se a variação de

consumo é maior que a flexibilidade do contrato, e em quais horários haverá uma

maior exposição do consumidor.

A Equação (1) foi desenvolvida em uma planilha eletrônica e usa a função

SE, que corresponde ao modelo de cálculo da Contabilização Semanal e Horária

𝑆𝐸 = (𝐶𝑂𝑁𝑆 > 𝐶𝑂𝑁𝑇𝑅𝐴𝑇𝑂𝑀𝐴𝑋; (𝐶𝑂𝑁𝑇𝑅𝐴𝑇𝑂𝑀𝐴𝑋 − 𝐶𝑂𝑁𝑆); 𝑆𝐸 (𝐶𝑂𝑁

< 𝐶𝑂𝑁𝑇𝑅𝐴𝑇𝑂𝑀𝐼𝑁; (𝐶𝑂𝑁𝑇𝑅𝐴𝑇𝑂𝑀𝐼𝑁 − 𝐶𝑂𝑁𝑆); 0))𝑋 𝑃𝐿𝐷

(1)

Sendo:

Flexibilidade Flexibilidade

-10%

10%

0,211 MWm

0,190 MWm

0,232 MWm

01/11/2019

0:00

Sul

0,042 MWh

LEVE

R$

297,16

R$

428,66

R$

43,95

R$

63,40

01/11/2019

1:00

Sul

0,045 MWh

LEVE

R$

297,16

R$

425,20

R$

43,06

R$

61,61

01/11/2019

2:00

Sul

0,043 MWh

LEVE

R$

297,16

R$

423,16

R$

43,65

R$

62,16

01/11/2019

3:00

Sul

0,041 MWh

LEVE

R$

297,16

R$

422,46

R$

44,25

R$

62,90

01/11/2019

4:00

Sul

0,042 MWh

LEVE

R$

297,16

R$

422,71

R$

43,95

R$

62,52

01/11/2019

5:00

Sul

0,041 MWh

LEVE

R$

297,16

R$

423,75

R$

44,25

R$

63,10

01/11/2019

6:00

Sul

0,040 MWh

LEVE

R$

297,16

R$

429,91

R$

44,54

R$

64,44

01/11/2019

7:00

Sul

0,485 MWh

LEVE

R$

297,16

R$

437,19

-R$

75,15

-R$

110,57

01/11/2019

8:00

Sul

0,668 MWh

MÉDIO

R$

305,73

R$

456,23

-R$

133,27

-R$

198,87

01/11/2019

9:00

Sul

0,719 MWh

MÉDIO

R$

305,73

R$

474,37

-R$

148,86

-R$

230,97

01/11/2019

10:00

Sul

0,650 MWh

PESADO

R$

305,73

R$

486,61

-R$

127,76

-R$

203,35

01/11/2019

11:00

Sul

0,327 MWh

PESADO

R$

305,73

R$

488,51

-R$

29,01

-R$

46,36

01/11/2019

12:00

Sul

0,045 MWh

PESADO

R$

305,73

R$

484,47

R$

44,30

R$

70,20

01/11/2019

13:00

Sul

0,335 MWh

PESADO

R$

305,73

R$

484,49

-R$

31,46

-R$

49,85

01/11/2019

14:00

Sul

0,588 MWh

PESADO

R$

305,73

R$

486,51

-R$

108,81

-R$

173,15

01/11/2019

15:00

Sul

0,536 MWh

PESADO

R$

305,73

R$

484,08

-R$

92,91

-R$

147,11

01/11/2019

16:00

Sul

0,484 MWh

PESADO

R$

305,73

R$

483,95

-R$

77,01

-R$

121,91

01/11/2019

17:00

Sul

0,528 MWh

PESADO

R$

305,73

R$

455,51

-R$

90,47

-R$

134,79

01/11/2019

18:00

Sul

0,040 MWh

MÉDIO

R$

305,73

R$

456,01

R$

45,83

R$

68,36

01/11/2019

19:00

Sul

0,042 MWh

MÉDIO

R$

305,73

R$

462,04

R$

45,22

R$

68,34

01/11/2019

20:00

Sul

0,043 MWh

MÉDIO

R$

305,73

R$

456,62

R$

44,91

R$

67,08

01/11/2019

21:00

Sul

0,043 MWh

MÉDIO

R$

305,73

R$

454,92

R$

44,91

R$

66,83

01/11/2019

22:00

Sul

0,041 MWh

MÉDIO

R$

305,73

R$

447,47

R$

45,52

R$

66,63

01/11/2019

23:00

Sul

0,042 MWh

MÉDIO

R$

305,73

R$

434,99

R$

45,22

R$

64,34

Contabilização

Horária

Contrato

Contabilização

Semanal

Dia

Hora

Submercado

Consumo

Patamar de Carga

PLD Semanal

PLD Horário

(32)

CONS = Consumo; (retirar as bolinhas)

CONTRATOMAX = Contrato + %Flexibilidade (No caso é 10%);

CONTRATOMIN = Contrato - %Flexibilidade (No caso é 10%);

PLD = Preço de Liquidação das Diferenças Semanal e Horário.

Portanto, se o CONSUMO for maior que a o CONTRATOMAX (contrato

mais a flexibilidade de +10%), o cálculo será a diferença entre o CONTRAMAX e o

CONSUMO, resultando na compra do excedente no MCP.

Caso contrário deverá ser analisado se o CONSUMO for menor que o

CONTRAMIN (contrato mais a flexibilidade de -10%): se sim, o cálculo será a

diferença entre o CONTRATOMIN e o CONSUMO, resultando na venda do excedente

no MCP; se não, o consumo estará dentro da Flexibilidade, então não existe exposição

ao PLD (resultado será 0).

A Tabela 3 a seguir apresenta a seguinte estrutura:

a) Primeira Coluna – Dia: Esta coluna é composta pelos trinta dias do mês;

b) Segunda Coluna e Terceira Coluna - Contabilização Semanal e Horária

(Custo Total): Representam os valores expostos em cada dia, é o

somatório das exposições ao MCP do consumidor, registrados num

período de 24 horas;

c) Quarta coluna - Impacto (Variação): É a diferença expressa em reais

(R$) e percentual (%) hora a hora das contabilizações semanal e

horária, que o consumidor terá de créditos ou débitos na liquidação

financeira.

(33)

Tabela 3 – Resumo Contabilização

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021).

A Tabela 4 e a Tabela 5 apresentam um somatório dos montantes

consumidos em cada dia do mês de novembro para cada patamar de carga, os valores

que deverão ser pagos sobre o consumo, e a diferença (impacto) dos valores

contabilizados entre a contabilização semanal e horária, que é o custo ou o ganho que

o consumidor terá entre as modalidades de preços no MCP.

R$

%

01/11/2019

-R$

291,16

-R$

505,03

-R$

213,88

-73,46%

02/11/2019

R$

839,81

R$

1.226,67

R$

386,86

46,07%

03/11/2019

R$

1.253,30

R$

1.819,23

R$

565,93

45,16%

04/11/2019

-R$

350,49

-R$

626,86

-R$

276,37

-78,85%

05/11/2019

-R$

393,67

-R$

819,92

-R$

426,25

-108,28%

06/11/2019

-R$

173,42

-R$

319,71

-R$

146,30

-84,36%

07/11/2019

-R$

346,91

-R$

593,20

-R$

246,29

-70,99%

08/11/2019

-R$

523,45

-R$

813,20

-R$

289,74

-55,35%

09/11/2019

R$

1.038,17

R$

1.499,80

R$

461,63

44,47%

10/11/2019

R$

1.197,16

R$

1.692,99

R$

495,83

41,42%

11/11/2019

-R$

243,60

-R$

381,38

-R$

137,77

-56,56%

12/11/2019

-R$

737,34

-R$

1.130,58

-R$

393,24

-53,33%

13/11/2019

-R$

823,50

-R$

1.286,73

-R$

463,23

-56,25%

14/11/2019

-R$

518,10

-R$

846,89

-R$

328,79

-63,46%

15/11/2019

-R$

539,61

-R$

755,82

-R$

216,21

-40,07%

16/11/2019

R$

954,73

R$

1.393,43

R$

438,70

45,95%

17/11/2019

R$

1.261,78

R$

1.800,55

R$

538,77

42,70%

18/11/2019

-R$

453,76

-R$

740,71

-R$

286,94

-63,24%

19/11/2019

-R$

720,24

-R$

1.377,26

-R$

657,02

-91,22%

20/11/2019

-R$

932,40

-R$

1.433,78

-R$

501,38

-53,77%

21/11/2019

-R$

654,59

-R$

1.059,83

-R$

405,23

-61,91%

22/11/2019

-R$

533,11

-R$

891,34

-R$

358,23

-67,20%

23/11/2019

R$

1.131,29

R$

1.636,88

R$

505,59

44,69%

24/11/2019

R$

1.265,88

R$

1.797,98

R$

532,10

42,03%

25/11/2019

-R$

403,83

-R$

623,35

-R$

219,52

-54,36%

26/11/2019

-R$

905,40

-R$

1.347,76

-R$

442,36

-48,86%

27/11/2019

-R$

625,22

-R$

926,81

-R$

301,59

-48,24%

28/11/2019

-R$

621,78

-R$

947,32

-R$

325,54

-52,36%

29/11/2019

-R$

545,63

-R$

831,39

-R$

285,77

-52,37%

30/11/2019

R$

373,13

R$

511,29

R$

138,16

37,03%

Total Mensal

-R$

2.021,98

-R$

4.880,05

-R$

2.858,07

141%

Dia

Impacto (Variação)

Perfil de Consumo 1

Contab. Semanal

(Custo Total)

Contab. Horária

(Custo Total)

Referências

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