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Ao mistério da origem que vive na essência feminina

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Academic year: 2021

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A FENDA

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Ao mistério da origem que vive na essência feminina A todas as mulheres da minha vida; da minha mãe que me cuidou desde embrião até às que me guardarem na memória,

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9 Em Ti soam cantos silenciosos

a celebrar toda a existência, o mistério da púbere latência e os frémitos mais poderosos

Está nu o acto de amar, no oceano do Teu seio

e na fenda, Teu centro e enleio, onde a Lua se vai ocultar

Morra o atávico medo que profana a Tua luz e desacata o Teu segredo

Sheela Na Gig, nos espíritos crus a Tua metafísica vibrátil e essencial é Vulva e pórtico do Cálice original que ao mais puro de nós conduz.

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CAMPO

ABER

TO

O que procuro na tua carne viva não é ela, és tu!

o que procuro no teu sexo não é a rosa da sua substância,

as vibrações e o sal que temperam o fogo, nem as naturezas que lá habitam

e cravam o seu esporão na carne. O meu querer não aspira

ao perfume agridoce

ou à concha marinha do êxtase... O prazer e os espasmos

são um cálice vazado sobre o espelho do tempo. Há uma alma que se esconde de ti, em ti,

um espectro feito do absoluto. Na tua imaterialidade

procuro o coração e o sorriso. Por fim, sempre por um fim

que é um princípio no infinito circular, o que anseio ao percorrer-te

profundamente o vazio pleno, no centro do teu âmago,

é uma floração cósmica num campo amplo de ternura que me tome como a um lobo, faminto e terminal, no altar da natureza.

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Corre uma aragem morna e um raio de lua cheia; a aragem sempre retorna no tempo, ao correr da areia. No perfume doce e picante que exala de ti, Bea,

a tempo serei teu amante. Esse perfume enche a casa, regressa a ti

e ao parar extravasa. A casa tem mil janelas e só uma porta estreita. Pelas vidraças amarelas tem mil meninas à espreita… Procuro-te Bea, já te vi, posso perder todas elas, mas morro se fico sem ti. No centro do grande salão estás deitada no chão. Arqueias o corpo de neve, mostras a matriz e o coração, toda a lua em ti se atreve a lamber-te a ilusão

que, docemente, se oculta na gruta da emoção

e em sentimento se avulta

BEA

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13 no vértice, em oração,

das tuas pernas abertas onde moram certezas certas e as regras da precisão. Ofereces o corpo ao espaço que respira pelo salão vasto, as mil meninas te cobrem, unem-se sem embaraço,

mar, fluídos, ondas e um aroma casto um incenso que eu faço

no alto de onde te vejo.

O meu olhar é o corpo do traço na fresta da torre, ao centro…

vai nas línguas que juntas te cobrem, na atmosfera de aço

para a fissura onde entro. Eu sei que ao amanhecer quando todas se recolherem, mil virgens a adormecer, é quando te irei ver, Bea.

Sei que irei beber oceanos e licores na doce e rubra rosa, e à tua boca formosa darei os meus amores.

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LUPINO

Ama-me como se fora um lobo domado pela manhã

nos teus dedos amantes, no aroma do gengibre da sinfonia animal,

nas marés altas dos corpos feitas de leite e mel.

Com o espinho das minhas presas roçando o teu pulso leve,

ao meu cerrar das pupilas verás a acre doçura de um abandono vigil que irá pelo teu corpo, len-ta-men-te,

do rosto abaixo até mergulhar em ti lupino, sim,

mais humano e visceral, sôfrego de todas as formas de correr em ti e te amar. O oceano do mistério é só a conjugação dos olhares cruzados, nessa dança metafísica, no madrigal dos gemidos, no altar dos gritos roucos pelo cume dos sentidos. Numa boca a outra respira e juntas absorvem

o éden de ser ferino, és a deusa de um destino onde as garras se dissolvem.

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1ª badana - O Tempo e o Espaço (detalhe) Pag. 4 - Serenidade

Pag. 6 - Metamorphosis II Pag. 7 - Metamorphosis I Pag. 8 - Sheela na Gig Pag. 10 - Sombra com Luz Pag. 12 - Papaia

Pag. 14 - Pulsão Pag. 16 - Mar

Pag. 18 - Aventura de Mar Pag. 20 - Gólgota (detalhe) Pag. 24 - Linhas

Pag. 26 - Maçãs do Futuro Pag. 28 - Ela

Pag. 30 - Sorriso semi-oculto Pag. 32 - Natureza

Pag. 34 - Luz Vibrante Pag. 36 - Jarro

Pag. 38 - Força Corrente Pag. 40 - A Essência Pag. 42 - A Fenda

Pag. 44 - A Origem e o Sonho Pag. 45 - Fenda na Poesia Pag. 46 - Asas

Pag. 48 - Sinais

Pag. 52 - A Mão e a Palavra Pag. 54 - Sinais do Tempo II Pag. 56 - Teia

Pag. 60 - Futuro Aberto (detalhe) Pag. 62 - Virtus (detalhe) Pag. 66 - Gryphus Pag. 68 - Artéria Pag. 70 - Cravo

Pag. 71 - Serenamente Agreste Pag. 72 - Vértice

Pag. 78 - O Chamamento do Olhar Pag. 80 - A Entidade

Pag. 82 - Sacra Aridez Pag. 84 - Manhã do Tempo Pag. 86 - Selene

Pag. 92 - Música em Voo Pag. 94 - Paixão da Terra

Pag. 98 - O Tempo e o Espaço (detalhe) Pag. 102 - Húmus

Pag. 104 - Garça Visível Pag. 105 - Fértil Ancestralidade Pag. 106 - Caminho

Pag. 108 -Espinho Róseo Pag. 1 1 1 - As Graças Pag. 112 - Formas

Pag. 114 - Amenos Gigantes Pag. 116 - Alaúde

01. Fenda Original 02. Campo Aberto

03. Água (voz: António Freitas)

04. Amêndoas e Menta (voz: Helena Carlos) 05. Navegar (voz: Helena Carlos)

06. O Absoluto e o Nada (voz: Jaime Costa) 07. Poema(s) A-O-Caso I (voz: Inês Fouto) 08. Poema(s) A-O-Caso II (voz: Inês Fouto) 09. Rimar ou não Rimar

10. Sermão ao Rio

11. Ao Correr da Água I (voz: Inês Fouto) 12. Ao Correr da Água II (voz: Inês Fouto) 13. Declaração

14. Poesia 15. Fogo Sagrado

16. Bodas Cósmicas (voz: António Freitas) 17. Céu Quântico

18. Galera (voz: Jaime Costa) 19. Salamandra

20. Uma Garça Transparente Descreve um Arco na Paisagem Ausente

21. Graça Dolorosa (voz: Pedro Giestas) 22. Revoada de Pardais (voz: Pedro Giestas) 23. ...!!!!!!!...

Agradecimentos

Faixas 3, 4, 5, 6, 16 e 18 gravadas na Mais Oeste rádio 94.2fm - Caldas da Rainha com a intervenção técnica de

Helena Carlos e Tiago Trincadeiro

A gravação das restantes faixas e trabalho de produção audio são da responsabilidade do autor do livro, António R.

Os poemas em que a voz não está identificada foram lidos por António R.

Por ordem alfabética dos nomes agradece-se a amizade e gentil colaboração de:

António Freitas - Helena Carlos - Inês Fouto Jaime Costa - Pedro Giestas - Tiago Trincadeiro

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5 Estudou na Escola Veiga Beirão e por outros lados. Tr a b a l h o u nos jornais “A Capital”e “ D i á r i o d e Notícias” e em projectos pessoais de publicidade e comunicação. Alternou bonanças com tempos alimentados pelo pão saído do forno de Lucífer.

Não come carne. Não bebe álcool. Não fuma. Come, bebe e fuma a vida, o sol e as cores do dia-a-dia.

Não aspira à santidade, mas faz o que pode para ser decente com todas as formas de vida, incluindo a humana, e tem uma relação pessoal, desalinhada e caótica, com o Mistério que vive nos vastos limites da consciência.

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Referências

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