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Estado do Rio de Janeiro Prefeitura Municipal de Macaé Secretaria Municipal de Educação Pré-Vestibular Social A UNIVERSIDADE MAIS PERTO DE VOCÊ!

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Estado do Rio de Janeiro

Prefeitura Municipal de Macaé Secretaria Municipal de Educação

Pré-Vestibular Social

A UNIVERSIDADE MAIS PERTO DE VOCÊ!

Profª Michele Arruda AULA 19: TENDÊNCIAS OMTEMPORÂNEAS CONTEXTO HISTÓRICO:

Para compreender melhor o que é a literatura contemporânea, é interessante entender o contexto histórico da época. Muitas características dessa escola, que veremos quais são no próximo tópico, são explicadas pela sucessão de fatos transcorridos. Nos anos 60, sob o governo populista de Juscelino Kubitscheck, a população brasileira foi tomada por uma euforia política e econômica. Isso refletiu na cultura em diversos movimentos artísticos, como Bossa Nova, Cinema Novo, Vanguarda, teatro de Arena e a chegada da televisão. Então, com o golpe militar, que derrubou João Goulart, a euforia teve fim. O clima de censura e o medo se instauraram no país. Com o fechamento do congresso, jornais, revistas, filmes, músicas e peças de teatro censurados, o exílio de intelectuais, políticos e artistas que se opunham à ditadura militar, foi necessário usar disfarces na cultura. Os movimentos artísticos precisaram encontrar formas diferentes para se expressarem ou até mesmo acontecerem por “debaixo dos panos”. O tricampeonato da seleção brasileira de futebol foi usado como motivo nacionalista para silenciar o povo.

No final dos anos 70, o então presidente Figueiredo sancionou a Lei da Anistia, que permitiu o retorno dos exilados para o Brasil. Assim, o clima de otimismo voltou para os descontentes com a ditadura militar que, por sua vez, acabou em 1985 com movimento Diretas Já! Em 1898, foi eleito para presidente Fernando Collor de Mello, sendo deposto 2 anos depois.

CARACTERÍSTICAS:

Nas últimas décadas, a multiplicidade é um ponto marcante da cultura brasileira. Podemos dizer, que a literatura contemporânea brasileira é um apanhado de diversas escolas literárias anteriores. Sendo assim, suas características são:

* quebra do limite entre a arte erudita e a popular * intertextualidade

* ecletismo

* vários modos de narrativas * preocupação com o presente * temas do cotidiano

* engajamento social

* técnicas novas de arte e escrita * elaboração de contos e crônicas

* obras reduzidas (minicontos, mini crônicas, etc).

TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS DA LITERATURA BRASILIERA

As tendências contemporâneas da literatura brasileira são divididas em duas linhas. A primeira é a tradicional, que conta com autores e características pós-modernistas reformuladas. Como exemplo temos as vertentes do romantismo: regionalista; intimista; urbano-social; político; memorialista; experimentais e metalinguísticos.

A segunda é a alternativa, com autores que, de fato, queriam romper com o tradicional, lançando novas maneiras e estilos de expressar a sua arte. O destaque fica para a poesia, em que os sentimentos oprimidos pela ditadura ganham espaço.

CONCRETISMO

Em 1952, o grupo Noigrandes – liderado por Décio Pignatari e os irmãos Augusto e Haroldo Campos – publicou a primeira revista de ideias Concretistas no Brasil. Era um contraponto da nova produção poética proposta, porque a via como subjetiva demais, muito emotiva. Concordavam com a ausência de formalidades, pois a arte era toda revolucionária, mas queriam que refletisse o progresso e a crítica, de forma prática e objetiva. Em 1956 houve a Exposição Nacional de Arte Concreta em São Paulo, na qual a poesia concretista foi consolidada como uma nova vertente da literatura brasileira. Em 1961, o poema concretista paulista assume sua postura revolucionária, citando poetas russos: “sem forma revolucionária não há arte revolucionária”

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A distribuição gráfica das palavras são utilizadas para criar formas, fazer paronomásias (trocadilhos) e criar uma imagem visual da mensagem que se quer passar. Por este motivo, também é chamada de poema-objeto.

POESIA – PRÁXIS

A Poesia-práxis foi um movimento dissidente do concretismo, que buscava representar a matéria-prima

capaz de ser transformada, aberta. Guarda um aspecto dinâmico, a que davam o nome de “palavra-energia” em contraposição às formas estáticas, as chamadas “palavras-coisa” do concretismo.

O estilo apresenta a valorização da palavra em seu contexto extralinguístico, ligando-se à realidade social, com ênfase no ritmo, na palavra e no verso. Sua principal característica são as experimentações de caráter morfológico, brincando com a forma das palavras em busca de novas significações, resumidas pelo lema “palavras que geram outras palavras”.

POEMA – PROCESSO

De clara influência dadaísta, o poema processo se caracteriza pela utilização de signos visuais para construir significados artísticos, explorando as possibilidades poéticas dos signos não verbais. Assim, para o estilo, o uso da palavra é dispensável e seus integrantes refutam o verso como meio exclusivo da expressão ou da criação poética. O resultado são combinações inusitadas em que as imagens concentram significados e relacionam-se ocasionalmente com signos verbais a fim de produzir sentidos e contextos.

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POESIA SOCIAL

Surgida como contraposição ao movimento concretista, conta com diversos autores que estava junto do movimento vanguardista, mas que, a certa altura, sentiram que era o momento da retomada do verso discursivo na construção de uma poesia de resistência, que pudesse denunciar a opressão do momento e fazer duras críticas sociais. Para isso, era necessário que fosse construída com uma linguagem simples e cotidiana, de fácil entendimento. Faz parte desse movimento o renomado poeta Ferreira Gullar.

TROPICALISMO

Movimento artístico fruto dos festivais de música dos anos 60, foi o símbolo da contracultura no Brasil. Apresentava o humor, a irreverência e o vanguardismo como características principais e guarda uma relação direta com a antropofagia oswaldiana, na medida em que incorporava de referenciais estéticos eruditos, populares ou pop à sua produção artística e misturava as guitarras elétricas – marca registrada de ritmos estrangeiros – aos ritmos nacionais como samba, bossa-nova ou baião. Com isso, “deglutia” o estrangeiro e carnavalizava a cultura, partindo na defesa da identidade cultural brasileira. Dessa maneira, não encontrava limites estéticos para sua criação, rompendo com padrões e estruturas poéticas ou musicais “acadêmicas”.

POESIA MARGINAL

Com o principal intuito da denúncia e protesto, o estilo é formado por poemas espontâneos e pouco cuidados esteticamente, repletos de coloquialidade e ironia. O importante é a negação do modelo de arte e de estética: o poeta está à margem da sociedade. Assim, o experimentalismo estético corre ao lado da preocupação ideológica e geram efeitos surpreendentes. No estilo, são comuns as ações performáticas para divulgação de sua produção artística.

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PROSA

Assim como na Poesia, na Prosa o período pós-moderno caracteriza-se por uma pluralidade de tendências e estilos. A partir dos anos 70, vão-se quebrando limites entre os gêneros literários : romance e conto, conto e crônica, crônica e notícia; desdobram-se e acabam incorporando técnicas e linguagens, antes fora de seus domínios. Dessa forma, aparecem romances com ares de reportagens; contos parecidos com poemas em prosa ou com crônicas, autobiografias com lances romanescos narrativos que adquirem contornos de cena teatral; textos que se constroem por justaposição de cenas, reflexões, documentos...

O ROMANCE

O romance ora segue as linhas tradicionais, aprofundando-se e enriquecendo-as com novos temas; ora inova, criando novas nuances de prosa. Há diversos tipos de romance:

ROMANCE REGIONALISTA: Seguindo um caminho tradicional, iniciado desde o Romantismo, uma safra de bons escritores continua a retratar o homem no ambiente das zonas rurais, com seus problemas geográficos e sociais. Ex.: Mário Palmério (Vila dos Confins, Chapadão do Bugre), José Cândido de Carvalho (O Coronel e o Lobisomem), Bernardo Élis (O tronco), Herberto Sales (Além dos Maribus), Antônio Callado (Quarup), entre outros.

ROMANCE INTIMISTA: Na mesma linha de sondagem interior, de indagação dos problemas humanos, iniciada por Clarice Lispector, vários autores exploram o interior de personagens angustiadas, desnudando seus traumas, problemas psicológicos, religiosos, morais e metafísicos: Ex.: Lygia Fagundes Telles (Ciranda de Pedra, As Meninas), Autran Dourado (Ópera dos Mortos, O Risco no Bordado), Osman Lins

(O Fiel e a Pedra), Lya Luft (Reunião de Família ), Aníbal Machado (João Ternura), Fernando Sabino (O Encontro Marcado), Josué Montello (Os degraus do Paraíso), Chico Buarque (Estorvo), entre outros.

ROMANCE URBANO-SOCIAL: Documenta os grandes centros urbanos com seus problemas específicos: a burguesia e o proletariado em constante luta pela ascensão social, luta de classes, violência urbana,

solidão, angústia e marginalização. Ex.: José Condé (Um Ramo para Luísa), Carlos Heitor Cony (O ventre), Antônio Olavo Pereira (Marcoré), Marcos Rey, Luís Vilela, Ricardo Ramos, Dalton Trevisan e

Rubem Fonseca.

ROMANCE POLÍTICO: A censura calou, durante um tempo, as vozes dos meios de comunicação de massa, fazendo com que o romance passasse a suprir essa lacuna, registrando o dia-a-dia da história, fazendo surgir novas modalidades de prosa:

a) paródia histórica. Ex.: Márcio de Sousa (Galvez, o Imperador do Acre), Ariano Suassuna (A Pedra do Reino), João Ubaldo Ribeiro (Sargento Getúlio).

b) o romance reportagem, com emprego de linguagem jornalística e enredos com relatos de torturas, como veículo de denúncia e protesto contra a opressão. Ex.: Ignácio de Loyola Brandão (Zero, não Verás País Nenhum), Antônio Callado (Quarup, Reflexos do baile), Roberto Drummond (Sangue de Coca-Cola) e Rubem Fonseca (O Caso Morel).

c) o romance policial, com aspectos urbanos e políticos aparece na ficção de Marcelo Rubens Paiva (Bala na Agulha) e de Rubem Fonseca. Este último, considerado o melhor nesse gênero, escreveu "A Grande Arte", "Bufo & Spallanzani" ,"Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos", dentre outros.

d) o romance histórico, que consegue fundir narrativa policial, fatos políticos e abordagem histórica, tem grandes representantes, como a obra "Agosto", de Rubem Fonseca, que retrata os acontecimento políticos que levaram Getúlio Vargas ao suicídio e "Boca do Inferno", de Ana Miranda, que retrata a Bahia do século XVII e os envolvimentos políticos e amorosos de Gregório de Matos. Fernando Morais, seguindo esta linha, escreve "Olga", a história da esposa de Luís Carlos Prestes, entregue aos alemães nazistas pelo governo de Getúlio.

No Realismo Fantástico e no Surrealismo, alguns escritores constroem metáforas que representam a

situação do Brasil utilizando situações absurdas e assustadoras. Ex.: Murilo Rubião é o pioneiro (O Pirotécnico Zacarias, O Ex-Mágico); J. J. Veiga (Sombras de Reis Barbudos, A Hora dos Ruminantes);

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ROMANCE MEMORALISTA / AUTOBIOGRÁFICO: Essa tendência surge na ficção brasileira na década de 80, misturando autobiografia, relatos de viagens memoriais e reflexões de intelectuais que viveram no exílio ou foram testemunhas das atrocidades cometidas pelo regime militar.

Ex.: Pedro Nava (Baú de Ossos),Érico Veríssimo (Solo de Clarineta I e II), Fernado Gabeira(O que é isso Companheiro? e O Crepúsculo do Macho), Marcelo Rubens Paiva (Feliz Ano Velho).

ROMANCE EXPERIMENTAIS E METALINGUÍSTICOS: Desenvolvem novas técnicas de narrativa e trabalho linguístico que apresentam estrutura fragmentária. Ex.: Osman Lins (Avalovara), Ignácio de Loyola Brandão (Zero), Ivan Ângelo (A Festa), Antônio Callado (Reflexos do Baile).

O CONTO E A CRÔNICA

A partir dos anos 70, houve uma verdadeira explosão editorial do conto e da crônica, por serem narrativas curtas, condensadas, e atenderem à necessidade de rapidez do mundo moderno. Novas dimensões foram introduzidas no conto tradicional: subversão da sequência narrativa, interiorizarão do relato, colagem de flashes e imagens, fusão entre poesia e prosa, evocação de estados emocionais.

A crônica, texto ligeiro, de interpretação imediata, com flagrantes do cotidiano, também passou a agradar o leitor, tornando-se popular. Autores que se destacam nesses dois gêneros:

Contos: Lygia F. Telles, Osmar Lins, Murilo Rubião, Autran Dourado, Homero Homem, Moacyr Scliar, Oto Lara Resende, Dalton Trevisan, J. J. Veiga, Nélida Pinon, Rubem Fonseca, João Antônio, Domingos Pelegrim Jr,Ricardo Ramos, Marina Colasanti, Luís Vilela, Marcelo Rubens Paiva, Ivan Ângelo e Hilda Hilst.

Crônica: Rubem Braga,Vinícius de Moraes, Paulo Mendes Campos, Raquel de Queiroz, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Álvaro Moreira, Sérgio Porto (Stanislau Ponte Preta), Lourenço Diaféria, Luís Fernando Veríssimo e João Ubaldo Ribeiro.

Referências

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