Simulado Aberto Nacional
UNICAMP
CADERNO DE REDAÇÃO
Instruções para a realização da prova
• Neste caderno você deverá elaborar 2 textos (Texto 1 e Texto 2). • Os dois textos são de execução obrigatória.
• Os textos devem ser feitos a caneta esferográfi ca azul ou preta.
• Utilize apenas o espaço reservado (pautado) para escrever seus textos.
Atenção
1. Preencha todos os campos de identifi cação, na última página deste caderno. 2. Os rascunhos não serão considerados
3. Textos a lápis não serão corrigidos.
4. A nota de Redação será o resultado da soma dos pontos atribuídos pelo avaliador aos 2 textos produzidos.
Realização
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PROPOSTAS DE REDAÇÃO
Tema 1
Recentemente, o Senado Federal aprovou uma lei que reserva 50% das vagas nas universidades federais para alunos que cursaram o Ensino Médio em escolas públicas. O projeto, que já tinha passado pela Câmara dos De-putados, vai para a mesa da presidente Dilma Rousseff, que pode sancioná-lo, vetá-lo ou alterar alguns de seus artigos. Sobre essa questão, leia a reportagem a seguir:
Senado aprova lei que dá 50% das vagas em federais para alunos da rede pública
Da porcentagem, metade será destinada a estudantes cuja renda familiar é igual ou inferior a 1,5 salário mínimo por pessoa; paralelamente, serão aplicados também critérios raciais
07 de agosto de 2012 | 22h 31 Débora Bergamasco, de O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA — O Senado aprovou nesta terça-feira, 7, Projeto de Lei que prevê que 50% das vagas em uni-versidade federais sejam reservadas para quem cursou o ensino médio integralmente em escolas públicas, unificando assim a divisão das vagas por cotas sociais e raciais. De autoria da deputada federal Nice Lobão (PSD-MA), a proposta, já aprovada na Câmara, ainda tem de passar pela sanção da presidente Dilma Rousseff, que é entusiasta do projeto.
Dessa porcentagem, metade será destinada a estudantes cuja renda familiar é igual ou inferior a 1,5 salário mínimo por pessoa. Paralelamente, para os 50% de todas as vagas da instituição de ensino, serão aplicados também critérios raciais. Estudantes autodeclarados negros, pardos e indígenas terão cotas proporcionais ao número desse grupo de pessoas que vivem no Estado onde está localizada a universidade, com base em dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não importando a renda per capita do aluno.
Em São Paulo, por exemplo, aproximadamente 30% da população se declara negra, parda ou indígena. Já na Bahia, esse número chega aos cerca de 70%. No caso de não preenchimento dessa cota racial, as vagas rema-nescentes serão ocupadas por estudantes que fizeram todo o ensino médio na rede pública.
Um ponto polêmico — mas já resolvido — a do projeto de Lei foi o artigo que previa adotar como critério de seleção do cotista o “coeficiente de rendimento”, obtido por meio de média aritmética das notas do aluno. Senadores fecharam um acordo com o governo para que a presidente Dilma vete esse artigo e mantenha a se-leção utilizando o vestibular, orientação do Ministério da Educação. Essa foi uma estratégia montada para que o projeto fosse aprovado exatamente como votado pelos deputados. Caso sofresse alguma alteração, a proposta teria de voltar para a Câmara para nova apreciação e atrasaria ainda mais a aprovação do projeto.
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), o único a se posicionar contra o assunto, considera que essa lei trará “um abalo muito grande na qualidade de ensino das universidades federais que já não andam bem”. Para ele, a reserva de vagas nesses moldes é inconstitucional. “Os colegas votaram a favor por medo da pressão dos chamados ‘movimentos’ ligados ao governo. Sou contra essa diferenciação por raça e não tenho medo desses movimentos. O branco pobre não é filho de senhor de escravos”, disse ao Estado.
Já o senador Paulo Paim (PT-RS) comemorou a aprovação. “É uma reparação de anos e anos de exclusão racial e social. Não é justo que o preto e pobre trabalhe de dia para pagar a universidade e estudar à noite en-quanto o branco descansa o dia todo”. E concluiu dizendo que “a minoria que é contra o projeto infelizmente tem o poder e é bem articulada”.
Assim que sancionada pela presidente Dilma, a lei modificará todo o sistema de divisão de vagas das uni-versidades federais. Atualmente, quase todas elas utilizam algum sistema de cota social, racial ou de gênero, que deixarão de lado para adotar este modelo único. A lei não modifica em nada o sistema de adesão nas uni-versidades estaduais nem nas particulares, que poderão continuar a escolher se adotam ou não algum sistema de cotas. Segundo o texto aprovado pelo Senado, a aplicabilidade desse sistema será revisada em dez anos.
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) ainda não se posicionou oficialmente sobre o tema. Mas nos bastidores, a informação é que a maciça maioria dos reitores é contra essa lei por entender que ela fere a autonomia das universidades.
http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,senado-aprova-lei-que-da-50-das-vagas--em-federais-para-alunos-da-rede-publica,912878,0.htm
Sabendo que a presidente Dilma está inclinada a sancionar o projeto, escreva a ela uma carta, defendendo a sanção ou sugerindo o veto (total ou parcial), expondo as razões que levam você, estudante pré-universitário, a concordar ou não com a lei aprovada no Congresso Nacional.
Tema 2
Imagine que, ao ler a seção de cartas de leitor de um jornal de grande circulação, você depare com uma polê-mica em relação à legislação que proíbe o cigarro em locais fechados. Na página “Opinião” do jornal O Estado
de S. Paulo, foram publicadas em 10 de abril de 2009 estas três cartas no “Painel do leitor” (os nomes foram
substituídos pelas iniciais para preservar a privacidade dos leitores):
“Apresento aqui minhas congratulações a todos os antitabagistas que estão de acordo com essa lei absurda. Parabéns, vocês agora têm disponíveis todos os bares, restaurantes, hotéis, as antigas áreas reservadas para fumo etc. para seu bel-prazer, já que, em sua cruzada, nem sequer permitem que existam locais exclusivos para fumantes. Parabéns, todos os locais públicos de diversão e vida social agora são exclusivamente vossos. Acho que vou embarcar nessa onda e exigir que o governo comece, em vez de restringir, a banir todos os atos que me incomodam e que são potencialmente danosos a minha saúde”
(W. I. F., São Paulo, SP)
“É incrível a reação do brasileiro médio contra medidas civilizadoras como a lei seca, a lei antifumo e toda regu-lamentação que vise à boa convivência entre as pessoas. Todos extravasam o mais arrogante impulso egoísta. O governo brasileiro é signatário da convenção-quadro da OMS, o maior tratado de saúde pública internacional jamais concebido. E o governador José Serra apenas regulamentou o que está lá: acabou com a desfaçatez dos ‘fumódromos’, onde cinicamente se considerava que a fumaça ficaria parada somente sobre a cabeça de quem a produz. E os garçons? O Inca já provou que eles têm 30% mais chance de câncer de pulmão do que a média da população. É justo?”
(H. K., Belo Horizonte, MG)
“A propósito da lei que proíbe o fumo em locais públicos fechados, gostaria de questionar o governador José Serra: a restrição se aplicará a todos os espaços — incluindo presídios, onde o cigarro foi institucionalizado como moeda corrente — ou só àqueles frequentados pelo cidadão de bem? Em tempo: não sou fumante, mas defensor intransigente das liberdades individuais.”
(E. N., Mogi das Cruzes, SP)
Como podemos constatar, a “Lei Antifumo” provocou diferentes reações nos leitores, que expressaram dife-rentes posicionamentos sobre ela, com argumentos para defender os respectivos pontos de vista. Você decide, então, participar da discussão, enviando uma carta de no máximo 15 linhas ao jornal, com um comentário crítico sobre a mesma lei, em resposta aos 3 leitores, concordando com certas opiniões e discordando de outras.
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Nome legível: Turma: Inscrição: Unidade:Quadro de Avaliação
Textos Grade específi caAdequação à proposta Grade
holística (*) Totais por texto Total geral Gênero Propósito Interlocução
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(*) Elementos de textualidade (coesão, coerência, progressão) Recursos linguísticos e discursivos
Autonomia do texto/efeito de verdade Marca autoral