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Fenótipo de fragilidade: quais itens são mais frequentes em um grupo de idosos de Belo Horizonte?

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frequentes em um grupo de idosos de Belo Horizonte?

Phenotype of frailty: which items are more frequent in a group of community-dwelling elderly of Belo Horizonte?

Cintia da Silva Freire Jardim1, Sheila Alves Gomes Tomaz1, Vanessa Gomes da Silva1, Silvia

Lanziotti Azevedo da Silva1, Rosângela Corrêa Dias1

1Universidade Federal de Minas

Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

Endereço para correspondência: Cintia da Silva Freire Jardim - Rua Wilson Soares Fernandes, 160 - Bairro Planalto, Belo Horizonte MG - CEP: 31730-700 Tel: (31) 9106 8827/3494 1785E-mail: cintiafreire@gmail.com

RESUMO

Objetivo: A fragilidade caracteriza-se por aumento da vulnerabilidade a fatores estressores, que resulta da diminuição das reservas fisiológicas devido ao acúmulo de deficiências nos múltiplos sistemas. Esse processo, associado à diminuição da capacidade de o indivíduo suprir a demanda imposta, culmina no aparecimento da fragilidade. Portanto, o objetivo aqui é apontar, entre os cinco itens do fenótipo de fragilidade, os mais frequentes na identificação de fragilidade e pré-fragilidade entre os idosos entrevistados no inquérito da Rede Fibra em Belo Horizonte. Métodos: O presente estudo é um subprojeto da Rede Fibra e utilizou uma amostra aleatória de 199 idosos do banco de dados do polo de Belo Horizonte. Neste estudo, foi realizada a estatística descritiva de todas as variáveis. Para isso, utilizou-se o pacote estatístico Statistical Package for Social Science (SPSS), versão 15.0. Resultados: A prevalência de fragilidade em nossa amostra foi de 14%, de forma que o item mais frequente foi a baixa velocidade de marcha tanto nos idosos frágeis (93,6%) como nos pré-frágeis (88,4%). Conclusão: A baixa velocidade de marcha foi o item mais recorrente entre os idosos frágeis e pré-frágeis. Assim, este deve ser um item que merece minuciosa observação por parte dos profissionais da saúde por melhor identificar condições de possível fragilidade em idosos. Palavras-chave: Envelhecimento, sarcopenia, marcha, idoso fragilizado.

ABSTRACT

Objective: Frailty is characterized by increased vulnerability to stressors that results from decreased physiological reserves due to increased disability in multiple systems. This process, coupled with the decrease in the individual’s ability to meet the demand imposed, culminating in the appearance of fragility. To identify, among the five items on the phenotype of frailty, which were more frequent in the investigation of Rede Fibra in Belo Horizonte- MG. Methods: This study is a subproject of Rede Fibra and used a random sample of 199 elderly from the database center of Belo Horizonte. This study was performed descriptive statistics for all study variables. For this, we used the Statistical Package for Social Science (SPSS), version 15.0. Results: The prevalence of frailty in our sample was 14%, and the most frequent item of the sample was running at low speed in both, the frail elderly (93.6%) as in the pre-frail (88.4%). Conclusion: The low-speed running was most common among frail and pre-frail elderly. So, this should be an item that deserves careful observation by health professionals for better conditions to identify possible frailty in the elderly.

(2)

iNTRODUÇÃO

O uso do termo fragilidade tem aumen-tado na última década tanto entre os profis-sionais da saúde como na literatura científica. São várias as definições de fragilidade

dispo-níveis,1 entre elas a proposta por Fried et al.,2

segundo os quais a fragilidade se caracteriza por um aumento da vulnerabilidade a fatores estressores que resulta da diminuição das re-servas fisiológicas devido ao acúmulo de

defi-ciências nos múltiplos sistemas.2 A base

bio-lógica para a síndrome da fragilidade é como

um ciclo vicioso.3 Esse ciclo enfoca a

sarcope-nia, que gera vulnerabilidade, perda da mo-bilidade, alterações na marcha e distúrbios de equilíbrio, os quais resultarão no

agrava-mento da própria sarcopenia.2,3 Tal processo,

associado à diminuição da capacidade de o indivíduo suprir a demanda imposta, culmina

na fragilidade.3 Uma vez frágil, o indivíduo

au-menta consideravelmente o risco de eventos adversos, como hospitalização,

institucionali-zação, incapacidade e quedas.2

A limitação na mobilidade tem sido re-conhecida como a componente-chave da fragilidade. Evidências recentes demons-tram que a redução da velocidade de mar-cha e a diminuição do nível de atividade fí-sica estão entre as primeiras manifestações

clínicas da fragilidade.4

O fenótipo de fragilidade

operacionaliza-do por Fried et al.5 baseia-se nos

componen-tes físicos da fragilidade e é composto por cinco itens:

• redução de peso autorrelatada maior ou igual a 4,5 kg ou 5% do peso corpo-ral no último ano;

• redução da força de preensão manu-al avmanu-aliada pelo dinamômetro manumanu-al

Jamar® ajustado de acordo com

gêne-ro e índice de massa corporal (IMC);

• exaustão autorrelatada por duas ques-tões da escala do Center of Epidemio-logic Studies – Depression (CES-D); • baixa velocidade de marcha, de

acor-do com o tempo gasto para percorrer 4,6 metros;

• diminuição do nível de atividade físi-ca, calculado pelo número das calorias gastas por semana valor obtido por meio do instrumento Minnesota

Lei-sure Time Activity.5,6

Entre os itens, idosos que não apresen-tam nenhum item positivo para fragilidade são considerados não frágeis; pontuação em um ou dois itens fazem com que o idoso seja considerado pré-frágil; se pontuar em mais de três itens, é considerado frágil.

O fenótipo de fragilidade é uma das fer-ramentas disponíveis em busca da

caracteri-zação da fragilidade nos idosos,2 porém não

se sabe quais dos seus cinco itens mais se relacionam com a presença da Fragilidade. Estudos destes itens acrescentam informa-ções para o corpo de conhecimento existente e, baseado neles, espera-se ter informações para desenvolver modelos de diagnóstico, de-tecção precoce e tratamento da fragilidade a partir da utilização de instrumentos simples

e válidos para idosos brasileiros.7

O objetivo desse estudo foi identificar, en-tre os cinco itens do fenótipo de fragilidade

proposto por Fried et al.,2 quais foram os mais

frequentes na identificação de fragilidade e pré-fragilidade e a relação entre as variáveis independentes como variáveis sociodemográ-ficas e clínicas entre os idosos entrevistados no inquérito da Rede Fibra em Belo Horizonte.

MATERiAiS E MÉTODOS

O presente estudo é um subprojeto da Rede Fibra e utilizou um recorte também

aleatório do banco de dados do polo de Belo Horizonte. A amostra original é composta de 613 idosos, de forma que o recorte utilizado para esse trabalho foi de 199 idosos. Os ido-sos foram selecionados aleatoriamente para manter a representatividade significativa do número de idosos de cada setor censitário. O estudo da Rede Fibra foi aprovado pelo Comi-tê de Ética em Pesquisa da Universidade Fe-deral de Minas Gerais, Parecer n. Etic 187/07, e todos os entrevistados concordaram com a participação por meio da assinatura do Ter-mo de Consentimento Livre e Esclarecido. Tendo em vista que este estudo analisou um recorte dessa amostra, este foi aprovado pelo parecer mencionado.

O Estudo Rede Fibra utiliza um pro-tocolo padronizado com um conjunto de testes aplicados que avaliam as variáveis sociodemográficas, ocorrência de quedas, capacidade funcional, medidas antropo-métricas e depressão.

Em relação às quedas, realizavam-se as seguintes perguntas: O senhor(a) sofreu que-das nos últimos 12 meses? Se sim, quantas vezes? Foi utilizado o questionário Falls

Effi-cacy Scale-International (FES-I)8 para avaliar

a preocupação do idoso em cair ao realizar atividades. O escore obtido em nossa amostra foi de 23,4 (± 7,1). Foi usada a escala de de-pressão geriátrica (GDS-15) e obtivemos um escore 7,38 (± 1,9). As medidas antropomé-tricas realizadas foram peso (kg), altura, cir-cunferência braquial, circir-cunferência da cintu-ra e circunferência do quadril (cm).

Os dados relativos ao fenótipo de fragili-dade foram avaliados por meio da coleta de dados dos cinco itens propostos por Fried et

al.,2 da seguinte forma:

• A força de preensão manual foi men-surada pelo dinamômetro de Jamar (hydraulic hand dynamometer

Sa-ehan, modelo SH5001 – 973, Yang-deck – Dong, PO Box 426, Masan Free Trade Zone, Masan 630-728 KOREA). Para ser considerado frágil por esse critério, o idoso deve estar abaixo do percentil 20 da amostra total, ajustado por sexo e índice de

massa corporal (kg/m2).

• A perda de peso foi avaliada por per-gunta direta em busca do autorrela-to se o indivíduo apresenautorrela-tou perda maior ou igual a 4,5 kg ou perda maior ou igual a 5% do peso corporal nos úl-timos 12 meses.

• A exaustão foi verificada por meio da aplicação de duas questões da escala de depressão do Center for

Epidemio-logical Studies (CES-D).9 Foram

reali-zadas as seguintes perguntas aos par-ticipantes: “Sentiu que teve que fazer esforço para dar conta das suas tare-fas habituais?” e “Não conseguiu levar adiante suas coisas?” As respostas são em escala Likert (nunca ou raramen-te = 0; às vezes = 1; frequenraramen-temenraramen-te = 2; sempre = 3). Completou o crité-rio para fragilidade o indivíduo que pontuou 2 ou 3 em qualquer uma das duas questões citadas.

• A marcha foi analisada pelo tempo gasto para o idoso percorrer 4,6 me-tros dentro de uma distância de 8,6 metros livres, excluindo 2 metros para a aceleração e 2 metros para a desace-leração. Foi estabelecido como padrão o uso de um cronômetro Professional Quartz Timer da marca Kadio, modelo KD 1069. Os resultados foram ajusta-dos por estatura e sexo e foram consi-derados frágeis por este critério aque-les que apresentaram tempo acima do percentil 80 da amostra.

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iNTRODUÇÃO

O uso do termo fragilidade tem aumen-tado na última década tanto entre os profis-sionais da saúde como na literatura científica. São várias as definições de fragilidade

dispo-níveis,1 entre elas a proposta por Fried et al.,2

segundo os quais a fragilidade se caracteriza por um aumento da vulnerabilidade a fatores estressores que resulta da diminuição das re-servas fisiológicas devido ao acúmulo de

defi-ciências nos múltiplos sistemas.2 A base

bio-lógica para a síndrome da fragilidade é como

um ciclo vicioso.3 Esse ciclo enfoca a

sarcope-nia, que gera vulnerabilidade, perda da mo-bilidade, alterações na marcha e distúrbios de equilíbrio, os quais resultarão no

agrava-mento da própria sarcopenia.2,3 Tal processo,

associado à diminuição da capacidade de o indivíduo suprir a demanda imposta, culmina

na fragilidade.3 Uma vez frágil, o indivíduo

au-menta consideravelmente o risco de eventos adversos, como hospitalização,

institucionali-zação, incapacidade e quedas.2

A limitação na mobilidade tem sido re-conhecida como a componente-chave da fragilidade. Evidências recentes demons-tram que a redução da velocidade de mar-cha e a diminuição do nível de atividade fí-sica estão entre as primeiras manifestações

clínicas da fragilidade.4

O fenótipo de fragilidade

operacionaliza-do por Fried et al.5 baseia-se nos

componen-tes físicos da fragilidade e é composto por cinco itens:

• redução de peso autorrelatada maior ou igual a 4,5 kg ou 5% do peso corpo-ral no último ano;

• redução da força de preensão manu-al avmanu-aliada pelo dinamômetro manumanu-al

Jamar® ajustado de acordo com

gêne-ro e índice de massa corporal (IMC);

• exaustão autorrelatada por duas ques-tões da escala do Center of Epidemio-logic Studies – Depression (CES-D); • baixa velocidade de marcha, de

acor-do com o tempo gasto para percorrer 4,6 metros;

• diminuição do nível de atividade físi-ca, calculado pelo número das calorias gastas por semana valor obtido por meio do instrumento Minnesota

Lei-sure Time Activity.5,6

Entre os itens, idosos que não apresen-tam nenhum item positivo para fragilidade são considerados não frágeis; pontuação em um ou dois itens fazem com que o idoso seja considerado pré-frágil; se pontuar em mais de três itens, é considerado frágil.

O fenótipo de fragilidade é uma das fer-ramentas disponíveis em busca da

caracteri-zação da fragilidade nos idosos,2 porém não

se sabe quais dos seus cinco itens mais se relacionam com a presença da Fragilidade. Estudos destes itens acrescentam informa-ções para o corpo de conhecimento existente e, baseado neles, espera-se ter informações para desenvolver modelos de diagnóstico, de-tecção precoce e tratamento da fragilidade a partir da utilização de instrumentos simples

e válidos para idosos brasileiros.7

O objetivo desse estudo foi identificar, en-tre os cinco itens do fenótipo de fragilidade

proposto por Fried et al.,2 quais foram os mais

frequentes na identificação de fragilidade e pré-fragilidade e a relação entre as variáveis independentes como variáveis sociodemográ-ficas e clínicas entre os idosos entrevistados no inquérito da Rede Fibra em Belo Horizonte.

MATERiAiS E MÉTODOS

O presente estudo é um subprojeto da Rede Fibra e utilizou um recorte também

aleatório do banco de dados do polo de Belo Horizonte. A amostra original é composta de 613 idosos, de forma que o recorte utilizado para esse trabalho foi de 199 idosos. Os ido-sos foram selecionados aleatoriamente para manter a representatividade significativa do número de idosos de cada setor censitário. O estudo da Rede Fibra foi aprovado pelo Comi-tê de Ética em Pesquisa da Universidade Fe-deral de Minas Gerais, Parecer n. Etic 187/07, e todos os entrevistados concordaram com a participação por meio da assinatura do Ter-mo de Consentimento Livre e Esclarecido. Tendo em vista que este estudo analisou um recorte dessa amostra, este foi aprovado pelo parecer mencionado.

O Estudo Rede Fibra utiliza um pro-tocolo padronizado com um conjunto de testes aplicados que avaliam as variáveis sociodemográficas, ocorrência de quedas, capacidade funcional, medidas antropo-métricas e depressão.

Em relação às quedas, realizavam-se as seguintes perguntas: O senhor(a) sofreu que-das nos últimos 12 meses? Se sim, quantas vezes? Foi utilizado o questionário Falls

Effi-cacy Scale-International (FES-I)8 para avaliar

a preocupação do idoso em cair ao realizar atividades. O escore obtido em nossa amostra foi de 23,4 (± 7,1). Foi usada a escala de de-pressão geriátrica (GDS-15) e obtivemos um escore 7,38 (± 1,9). As medidas antropomé-tricas realizadas foram peso (kg), altura, cir-cunferência braquial, circir-cunferência da cintu-ra e circunferência do quadril (cm).

Os dados relativos ao fenótipo de fragili-dade foram avaliados por meio da coleta de dados dos cinco itens propostos por Fried et

al.,2 da seguinte forma:

• A força de preensão manual foi men-surada pelo dinamômetro de Jamar (hydraulic hand dynamometer

Sa-ehan, modelo SH5001 – 973, Yang-deck – Dong, PO Box 426, Masan Free Trade Zone, Masan 630-728 KOREA). Para ser considerado frágil por esse critério, o idoso deve estar abaixo do percentil 20 da amostra total, ajustado por sexo e índice de

massa corporal (kg/m2).

• A perda de peso foi avaliada por per-gunta direta em busca do autorrela-to se o indivíduo apresenautorrela-tou perda maior ou igual a 4,5 kg ou perda maior ou igual a 5% do peso corporal nos úl-timos 12 meses.

• A exaustão foi verificada por meio da aplicação de duas questões da escala de depressão do Center for

Epidemio-logical Studies (CES-D).9 Foram

reali-zadas as seguintes perguntas aos par-ticipantes: “Sentiu que teve que fazer esforço para dar conta das suas tare-fas habituais?” e “Não conseguiu levar adiante suas coisas?” As respostas são em escala Likert (nunca ou raramen-te = 0; às vezes = 1; frequenraramen-temenraramen-te = 2; sempre = 3). Completou o crité-rio para fragilidade o indivíduo que pontuou 2 ou 3 em qualquer uma das duas questões citadas.

• A marcha foi analisada pelo tempo gasto para o idoso percorrer 4,6 me-tros dentro de uma distância de 8,6 metros livres, excluindo 2 metros para a aceleração e 2 metros para a desace-leração. Foi estabelecido como padrão o uso de um cronômetro Professional Quartz Timer da marca Kadio, modelo KD 1069. Os resultados foram ajusta-dos por estatura e sexo e foram consi-derados frágeis por este critério aque-les que apresentaram tempo acima do percentil 80 da amostra.

(4)

• O nível de atividade física foi analisado por meio do questionário Minnesota Leisure Time Activity Questionare, que inclui diversas atividades realizadas pelo indivíduo, como caminhar e práticas es-portivas. Posteriormente, foi calculado o consumo energético em quilocalorias despendidas pelo indivíduo durante as atividades realizadas nos últimos quinze dias. Completou o critério para fragilida-de aqueles que ficaram abaixo do

per-centil 20 da amostra, ajustado por sexo.2

Os idosos que não apresentam nenhum item positivo para fragilidade são conside-rados não frágeis; pontuação em um ou dois itens indica idoso pré-frágil; e se pontuar em

mais de 3 itens, é considerado frágil.2

Neste estudo foi realizada a estatística des-critiva de todas as variáveis do estudo através de medidas de tendência central e dispersão, porcentagens e frequência das variáveis. Foi utilizado o pacote estatístico Statistical Packa-ge for Social Science (SPSS), versão 15.0.

RESULTADOS

A média de idade da amostra de 199 idosos avaliados era de 73,61 anos (± 6,63). Destes, 136 (68,3%) eram mulheres e 103 (51,8%) casados. A média de escolaridade na amostra estudada foi de 6,7 anos (± 5,6). Em relação à moradia, 32 (16,1%) idosos mora-vam sozinhos (Tabela 1).

Tabela 1. Características sociodemográficas da amostra (n = 199)

Sexo N. % Masculino 63 31,7 Feminino 136 68,3 Estado civil N. % Solteiro 24 12,1 Casado 103 51,8 Divorciado 8 4,0 Viúvo 64 32,2 Escolaridade N. %

Nunca foi à escola 10 5,0

Analfabetos 2 1,0 Primário 97 48,7 Ginásio 32 16,1 Científico 29 14,6 Superior 23 11,6 Pós-graduados 4 2,0 Não responderam 1 0,5

Os indivíduos foram avaliados quanto à presença ou ausência de doenças crônicas au-torrelatadas diagnosticadas por um médico no último ano. A comorbidade mais frequente foi a hipertensão (55,3%). No total, a média do número de comorbidades foi de 1,54 (± 1,42) e a média do número de medicamentos utiliza-dos foi de 3,55 (± 2,84).

Outra variável analisada constitui-se nas quedas autorrelatadas no último ano, de forma que 49 idosos caíram (24,6%), dentre estes, 26 caíram uma vez (53,06%) e 23 eram caidores recorrentes (46%). O hábito de fumar estava presente em 14 indivíduos (7%); 74 indivídu-os faziam uso de bebida alcoólica (37,2%).

A Tabela 2 mostra a ausência ou presença

de cada item do fenótipo de Fried2 em nossa

amostra. De acordo com esse critério, 29 ido-sos (14,6%) foram considerados frágeis, 25 não frágeis (12,6%) e 145 pré-frágeis (72,9%).

DiSCUSSÃO

O estudo identificou, entre os cinco itens do fenótipo de fragilidade proposto

por Fried et al.,2 quais foram os mais

fre-quentes na identificação de fragilidade e pré-fragilidade e a relação entre as variá-veis sociodemográficas e clínicas entre os idosos entrevistados no inquérito da Rede Fibra em Belo Horizonte.

A média de idade da amostra estudada foi 73,61 anos, a qual é inferior a encontrada na

maioria dos estudos,10,11 devido à média de

idade da população americana ser superior à brasileira. Contudo, esse resultado foi

se-melhante ao estudo de Vestergaard et al.12 no

qual a média de idade da amostra foi de 74,5 anos. No presente estudo, 68,3% da amostra era composta pelo sexo feminino, resultado semelhante ao encontrado em outros estu-dos, o que caracteriza a feminilização da

ve-lhice.2,10 A média de escolaridade da amostra

de 6,7 anos foi inferior a alguns estudos,2,10

já que esta é superior na população ameri-cana em comparação à população brasileira. Todavia, é semelhante ao estudo de

Ottenba-cher et al.13 no qual a média de escolaridade

foi de 5,1 anos. A porcentagem de idosos que vivem sozinhos, 16,1%, foi inferior a

encon-trada na maioria dos estudos,10,14 todavia,

semelhante ao estudo de Ravaglia et al.,15 no

qual 17,4% dos idosos moravam sozinhos. Em relação ao número e à frequência de comorbidades nossos resultados

corrobo-ram com estudos publicados previamente.2,5

Neste estudo, encontramos uma média de 1,54 (± 1,42) comorbidades por indivíduo de forma que as mais frequentes foram hiper-tensão arterial, artrite e doenças do pulmão.

Além disso, Lima-Costa et al.16 também

en-contraram resultados semelhantes aos nos-sos para hipertensão arterial e artrite.

Tabela 2. Frequência dos critérios de fragilidade na amostra (n = 199)

Critérios de fragilidade Amostra total Pré-frágeis Frágeis

% N. % N. % N.

Baixa velocidade de marcha 78,4 156 88,4 130 96,3 26

Baixo nível de atividade física 20,6 41 15,0 22 70,4 19

Baixa força de pressão manual 22,6 45 18,4 27 66,7 18

Perda de peso não intencional 18,1 36 14,3 21 55,6 15

(5)

• O nível de atividade física foi analisado por meio do questionário Minnesota Leisure Time Activity Questionare, que inclui diversas atividades realizadas pelo indivíduo, como caminhar e práticas es-portivas. Posteriormente, foi calculado o consumo energético em quilocalorias despendidas pelo indivíduo durante as atividades realizadas nos últimos quinze dias. Completou o critério para fragilida-de aqueles que ficaram abaixo do

per-centil 20 da amostra, ajustado por sexo.2

Os idosos que não apresentam nenhum item positivo para fragilidade são conside-rados não frágeis; pontuação em um ou dois itens indica idoso pré-frágil; e se pontuar em

mais de 3 itens, é considerado frágil.2

Neste estudo foi realizada a estatística des-critiva de todas as variáveis do estudo através de medidas de tendência central e dispersão, porcentagens e frequência das variáveis. Foi utilizado o pacote estatístico Statistical Packa-ge for Social Science (SPSS), versão 15.0.

RESULTADOS

A média de idade da amostra de 199 idosos avaliados era de 73,61 anos (± 6,63). Destes, 136 (68,3%) eram mulheres e 103 (51,8%) casados. A média de escolaridade na amostra estudada foi de 6,7 anos (± 5,6). Em relação à moradia, 32 (16,1%) idosos mora-vam sozinhos (Tabela 1).

Tabela 1. Características sociodemográficas da amostra (n = 199)

Sexo N. % Masculino 63 31,7 Feminino 136 68,3 Estado civil N. % Solteiro 24 12,1 Casado 103 51,8 Divorciado 8 4,0 Viúvo 64 32,2 Escolaridade N. %

Nunca foi à escola 10 5,0

Analfabetos 2 1,0 Primário 97 48,7 Ginásio 32 16,1 Científico 29 14,6 Superior 23 11,6 Pós-graduados 4 2,0 Não responderam 1 0,5

Os indivíduos foram avaliados quanto à presença ou ausência de doenças crônicas au-torrelatadas diagnosticadas por um médico no último ano. A comorbidade mais frequente foi a hipertensão (55,3%). No total, a média do número de comorbidades foi de 1,54 (± 1,42) e a média do número de medicamentos utiliza-dos foi de 3,55 (± 2,84).

Outra variável analisada constitui-se nas quedas autorrelatadas no último ano, de forma que 49 idosos caíram (24,6%), dentre estes, 26 caíram uma vez (53,06%) e 23 eram caidores recorrentes (46%). O hábito de fumar estava presente em 14 indivíduos (7%); 74 indivídu-os faziam uso de bebida alcoólica (37,2%).

A Tabela 2 mostra a ausência ou presença

de cada item do fenótipo de Fried2 em nossa

amostra. De acordo com esse critério, 29 ido-sos (14,6%) foram considerados frágeis, 25 não frágeis (12,6%) e 145 pré-frágeis (72,9%).

DiSCUSSÃO

O estudo identificou, entre os cinco itens do fenótipo de fragilidade proposto

por Fried et al.,2 quais foram os mais

fre-quentes na identificação de fragilidade e pré-fragilidade e a relação entre as variá-veis sociodemográficas e clínicas entre os idosos entrevistados no inquérito da Rede Fibra em Belo Horizonte.

A média de idade da amostra estudada foi 73,61 anos, a qual é inferior a encontrada na

maioria dos estudos,10,11 devido à média de

idade da população americana ser superior à brasileira. Contudo, esse resultado foi

se-melhante ao estudo de Vestergaard et al.12 no

qual a média de idade da amostra foi de 74,5 anos. No presente estudo, 68,3% da amostra era composta pelo sexo feminino, resultado semelhante ao encontrado em outros estu-dos, o que caracteriza a feminilização da

ve-lhice.2,10 A média de escolaridade da amostra

de 6,7 anos foi inferior a alguns estudos,2,10

já que esta é superior na população ameri-cana em comparação à população brasileira. Todavia, é semelhante ao estudo de

Ottenba-cher et al.13 no qual a média de escolaridade

foi de 5,1 anos. A porcentagem de idosos que vivem sozinhos, 16,1%, foi inferior a

encon-trada na maioria dos estudos,10,14 todavia,

semelhante ao estudo de Ravaglia et al.,15 no

qual 17,4% dos idosos moravam sozinhos. Em relação ao número e à frequência de comorbidades nossos resultados

corrobo-ram com estudos publicados previamente.2,5

Neste estudo, encontramos uma média de 1,54 (± 1,42) comorbidades por indivíduo de forma que as mais frequentes foram hiper-tensão arterial, artrite e doenças do pulmão.

Além disso, Lima-Costa et al.16 também

en-contraram resultados semelhantes aos nos-sos para hipertensão arterial e artrite.

Tabela 2. Frequência dos critérios de fragilidade na amostra (n = 199)

Critérios de fragilidade Amostra total Pré-frágeis Frágeis

% N. % N. % N.

Baixa velocidade de marcha 78,4 156 88,4 130 96,3 26

Baixo nível de atividade física 20,6 41 15,0 22 70,4 19

Baixa força de pressão manual 22,6 45 18,4 27 66,7 18

Perda de peso não intencional 18,1 36 14,3 21 55,6 15

(6)

Em média, os idosos de nossa amostra utilizavam 3,55 (± 2,84) medicamentos de uso contínuo. Esse valor é semelhante ao

encontrado no estudo de Tinetti.17 A

impor-tância dessa variável está no fato de quanto maior o número de medicamentos, maiores

as chances de quedas.17 Essa relação tem

maior importância se lembrarmos que os idosos que mais usam medicamentos são aqueles com maior incapacidade e, conse-quentemente, os que possuem maior

possi-bilidade de quedas.17

Dos idosos entrevistados, 49 haviam ca-ído no último ano (24,6%); 26 caíram uma vez (53,06%); e 23 eram caidores

recorren-tes (46,94%). Siqueira et al.,18 em seu estudo

transversal sobre a prevalência de quedas entre idosos, encontraram um maior número de caidores (34,8%). Essa diferença pode ter ocorrido já que este estudo de 2007 apresen-tava 42% de idosos acima de oitenta anos, fase na qual o número de quedas aumenta consideravelmente. Porém em nossa amostra não realizamos tal divisão por faixa etária. Outro fator que poderia justificar um menor número de caidores em nossa amostra foi o fato de o idoso viver sozinho ou com

com-panheiro. No estudo de Siqueira et al.,18

ape-nas 29% dos idosos eram casados ou viviam com companheiro; já em nosso estudo esse número era de 51%. Assim, a ajuda mútua entre parceiros poderia explicar um menor número de quedas. Em relação ao número de caidores recorrentes, os resultados foram

se-melhantes aos nossos.18

A prevalência de fragilidade na amostra estudada (14,6%) foi superior à encontrada

na maior parte dos estudos.2,19,20

Possivel-mente, as diferenças dos resultados encon-trados devem-se às diferenças metodológi-cas e de pontos de cortes utilizados em cada

estudo. Alvarado et al.,20 por exemplo,

encon-traram 40,6% de idosos frágeis em São Paulo,

porém utilizaram como base o Projeto Saú-de, Bem-estar e Envelhecimento (Sabe), que leva em consideração os aspectos culturais e sociais para classificação da fragilidade. Fo-ram encontrados resultados semelhantes aos

nossos no estudo de Woods,14 em que 16,3%

dos idosos foram categorizados como frágeis

e no de Santos,21 com 13,2% frágeis. Esse fato

pode ser explicado devido à amostra ser pro-veniente do mesmo local e terem sido utiliza-dos os mesmos instrumentos.

A ordem de frequência dos itens do fenó-tipo entre os idosos frágeis encontrada nesse estudo difere dos encontrados por Fried et

al.,2 que obteve o baixo nível de atividade

fí-sica como o item mais frequente, seguido de baixa velocidade de marcha, baixa força de preensão manual, autorrelato de exaustão e perda de peso, o que diferiu dos achados do presente estudo, no qual o item mais pontu-ado foi a baixa velocidade de marcha, tanto nos idosos frágeis, presente em 93,6% deles, como nos pré-frágeis, aparecendo em 88,4% dos idosos deste grupo.

Há evidências crescentes na literatura de que as limitações funcionais, particularmen-te o desenvolvimento de uma marcha lenta,

são preditivos de fragilidade.22 Pinedo et al.,19

em um estudo transversal e descritivo, mos-trou que 64% dos idosos classificados como pré-frágeis provavelmente devem evoluir em pouco tempo para fragilidade, e a maior parte deles apresentava baixa velocidade de

mar-cha. Além disso, Rotman et al.,10 em um

estu-do longitudinal, concluíram que a baixa velo-cidade de marcha é o critério mais fortemente associado aos efeitos adversos, como quedas,

hospitalização e incapacidades crônicas.10

A avaliação da velocidade da marcha é um importante critério para a identificação da fragilidade. Esses dados sugerem que esse instrumento pode representar a avaliação

mais adequada de um item único para ser im-plementado como avaliação clínica rotineira. Uma vez selecionada a população vulnerável, programas preventivos poderiam ser

aplica-dos para a prevenção de desfechos adversos.22

O segundo item mais frequente encon-trado nos indivíduos frágeis da amostra foi baixo nível de atividade física, presente em

70,4% destes. Chipperfield23 demonstrou

em seus estudos que, quando comparados idosos sedentários com os mais ativos, os sedentários apresentaram maior risco para mortalidade, além de maior risco de

doenças e incapacidade,23 as quais se

rela-cionam com a fragilidade.7

Entre os idosos pré-frágeis, o item baixo nível de atividade física apareceu em tercei-ro lugar, presente em 15% dos idosos. Faber

et al.24 analisaram a aplicação de dois tipos

de programas diferentes de exercícios físicos em indivíduos frágeis e pré-frageis, e a fragi-lidade foi avaliada e baseada na classificação

de Fried et al.2 Os resultados encontrados

de-monstraram que um programa de exercício de moderada intensidade teve efeitos positi-vos no desempenho físico em idosos pré-fra-geis, porém foram pouco significativos em idosos frágeis. Essa questão remete a uma reflexão sobre a importância do diagnósti-co prediagnósti-coce de fragilidade para a intervenção adequada no nível de atividade física de ido-sos da comunidade em geral.

O item preensão manual foi o tercei-ro mais frequente entre os idosos frágeis (66,7%) e segundo nos idosos pré-frágeis (18,4%). Esses resultados foram similares

aos encontrados por Fried et al.2 (20%) para

idosos frágeis.

A baixa força de preensão manual tem sido considerada um importante fator as-sociado a limitações funcionais,

hospitali-zação e mortalidade.25 Xue et al.,26 em um

estudo longitudinal com 420 idosas não frágeis, observaram como a fragilidade pro-gride a partir de manifestações iniciais

ba-seado no fenótipo proposto por Fried et al.2

De acordo com os resultados encontrados, a fraqueza muscular foi o item mais fre-quente e preditivo de início da fragilidade. Esses dados propõem que a redução da for-ça de preensão manual pode ser um sinal de sobreaviso importante para o início da fragilidade e que perda de peso e exaustão podem ajudar a identificar as mulheres com maiores riscos de eventos adversos. Tendo em vista que nossa amostra se compõe na maioria por idosos pré-frágeis (45%), po-de-se supor que estes se encontram no pe-ríodo de transição entre níveis de

fragilida-de indicado por Xue et al.,26 o que justifica a

prevalência dos critérios encontrados. O quarto item foi a perda de peso não intencional tanto entre os idosos pré-frágeis (14,3%) quanto entre frágeis (55,6%). Na velhice, ocorre uma perda rápida e involun-tária de peso corporal e massa magra. Sarco-penia, perda de massa e força muscular con-tribuem para o comprometimento funcional

segundo Bales e Ritchie.27 Contudo, a perda

de peso, geralmente, decorre de uma redu-ção na ingestão de alimentos, e sua possível etiologia inclui uma série de causas

fisioló-gicas e não fisiolófisioló-gicas.12 No estudo de

Hub-bard et al.,28 a curva de fragilidade avaliada

pelo IMC mostrou que tanto o menor quanto o maior IMC apresentaram as associações mais relevantes com a fragilidade. Dessa for-ma, uma justificativa para esse item ter sido um dos menos frequentes dá-se, provavel-mente, pela sua subjetividade e pelo fato de um IMC alto também possuir forte correla-ção com a fragilidade.

O item exaustão foi o menos frequente entre os idosos pré-frágeis (11,6%) e frágeis (37%). A exaustão tem sido recentemente

(7)

Em média, os idosos de nossa amostra utilizavam 3,55 (± 2,84) medicamentos de uso contínuo. Esse valor é semelhante ao

encontrado no estudo de Tinetti.17 A

impor-tância dessa variável está no fato de quanto maior o número de medicamentos, maiores

as chances de quedas.17 Essa relação tem

maior importância se lembrarmos que os idosos que mais usam medicamentos são aqueles com maior incapacidade e, conse-quentemente, os que possuem maior

possi-bilidade de quedas.17

Dos idosos entrevistados, 49 haviam ca-ído no último ano (24,6%); 26 caíram uma vez (53,06%); e 23 eram caidores

recorren-tes (46,94%). Siqueira et al.,18 em seu estudo

transversal sobre a prevalência de quedas entre idosos, encontraram um maior número de caidores (34,8%). Essa diferença pode ter ocorrido já que este estudo de 2007 apresen-tava 42% de idosos acima de oitenta anos, fase na qual o número de quedas aumenta consideravelmente. Porém em nossa amostra não realizamos tal divisão por faixa etária. Outro fator que poderia justificar um menor número de caidores em nossa amostra foi o fato de o idoso viver sozinho ou com

com-panheiro. No estudo de Siqueira et al.,18

ape-nas 29% dos idosos eram casados ou viviam com companheiro; já em nosso estudo esse número era de 51%. Assim, a ajuda mútua entre parceiros poderia explicar um menor número de quedas. Em relação ao número de caidores recorrentes, os resultados foram

se-melhantes aos nossos.18

A prevalência de fragilidade na amostra estudada (14,6%) foi superior à encontrada

na maior parte dos estudos.2,19,20

Possivel-mente, as diferenças dos resultados encon-trados devem-se às diferenças metodológi-cas e de pontos de cortes utilizados em cada

estudo. Alvarado et al.,20 por exemplo,

encon-traram 40,6% de idosos frágeis em São Paulo,

porém utilizaram como base o Projeto Saú-de, Bem-estar e Envelhecimento (Sabe), que leva em consideração os aspectos culturais e sociais para classificação da fragilidade. Fo-ram encontrados resultados semelhantes aos

nossos no estudo de Woods,14 em que 16,3%

dos idosos foram categorizados como frágeis

e no de Santos,21 com 13,2% frágeis. Esse fato

pode ser explicado devido à amostra ser pro-veniente do mesmo local e terem sido utiliza-dos os mesmos instrumentos.

A ordem de frequência dos itens do fenó-tipo entre os idosos frágeis encontrada nesse estudo difere dos encontrados por Fried et

al.,2 que obteve o baixo nível de atividade

fí-sica como o item mais frequente, seguido de baixa velocidade de marcha, baixa força de preensão manual, autorrelato de exaustão e perda de peso, o que diferiu dos achados do presente estudo, no qual o item mais pontu-ado foi a baixa velocidade de marcha, tanto nos idosos frágeis, presente em 93,6% deles, como nos pré-frágeis, aparecendo em 88,4% dos idosos deste grupo.

Há evidências crescentes na literatura de que as limitações funcionais, particularmen-te o desenvolvimento de uma marcha lenta,

são preditivos de fragilidade.22 Pinedo et al.,19

em um estudo transversal e descritivo, mos-trou que 64% dos idosos classificados como pré-frágeis provavelmente devem evoluir em pouco tempo para fragilidade, e a maior parte deles apresentava baixa velocidade de

mar-cha. Além disso, Rotman et al.,10 em um

estu-do longitudinal, concluíram que a baixa velo-cidade de marcha é o critério mais fortemente associado aos efeitos adversos, como quedas,

hospitalização e incapacidades crônicas.10

A avaliação da velocidade da marcha é um importante critério para a identificação da fragilidade. Esses dados sugerem que esse instrumento pode representar a avaliação

mais adequada de um item único para ser im-plementado como avaliação clínica rotineira. Uma vez selecionada a população vulnerável, programas preventivos poderiam ser

aplica-dos para a prevenção de desfechos adversos.22

O segundo item mais frequente encon-trado nos indivíduos frágeis da amostra foi baixo nível de atividade física, presente em

70,4% destes. Chipperfield23 demonstrou

em seus estudos que, quando comparados idosos sedentários com os mais ativos, os sedentários apresentaram maior risco para mortalidade, além de maior risco de

doenças e incapacidade,23 as quais se

rela-cionam com a fragilidade.7

Entre os idosos pré-frágeis, o item baixo nível de atividade física apareceu em tercei-ro lugar, presente em 15% dos idosos. Faber

et al.24 analisaram a aplicação de dois tipos

de programas diferentes de exercícios físicos em indivíduos frágeis e pré-frageis, e a fragi-lidade foi avaliada e baseada na classificação

de Fried et al.2 Os resultados encontrados

de-monstraram que um programa de exercício de moderada intensidade teve efeitos positi-vos no desempenho físico em idosos pré-fra-geis, porém foram pouco significativos em idosos frágeis. Essa questão remete a uma reflexão sobre a importância do diagnósti-co prediagnósti-coce de fragilidade para a intervenção adequada no nível de atividade física de ido-sos da comunidade em geral.

O item preensão manual foi o tercei-ro mais frequente entre os idosos frágeis (66,7%) e segundo nos idosos pré-frágeis (18,4%). Esses resultados foram similares

aos encontrados por Fried et al.2 (20%) para

idosos frágeis.

A baixa força de preensão manual tem sido considerada um importante fator as-sociado a limitações funcionais,

hospitali-zação e mortalidade.25 Xue et al.,26 em um

estudo longitudinal com 420 idosas não frágeis, observaram como a fragilidade pro-gride a partir de manifestações iniciais

ba-seado no fenótipo proposto por Fried et al.2

De acordo com os resultados encontrados, a fraqueza muscular foi o item mais fre-quente e preditivo de início da fragilidade. Esses dados propõem que a redução da for-ça de preensão manual pode ser um sinal de sobreaviso importante para o início da fragilidade e que perda de peso e exaustão podem ajudar a identificar as mulheres com maiores riscos de eventos adversos. Tendo em vista que nossa amostra se compõe na maioria por idosos pré-frágeis (45%), po-de-se supor que estes se encontram no pe-ríodo de transição entre níveis de

fragilida-de indicado por Xue et al.,26 o que justifica a

prevalência dos critérios encontrados. O quarto item foi a perda de peso não intencional tanto entre os idosos pré-frágeis (14,3%) quanto entre frágeis (55,6%). Na velhice, ocorre uma perda rápida e involun-tária de peso corporal e massa magra. Sarco-penia, perda de massa e força muscular con-tribuem para o comprometimento funcional

segundo Bales e Ritchie.27 Contudo, a perda

de peso, geralmente, decorre de uma redu-ção na ingestão de alimentos, e sua possível etiologia inclui uma série de causas

fisioló-gicas e não fisiolófisioló-gicas.12 No estudo de

Hub-bard et al.,28 a curva de fragilidade avaliada

pelo IMC mostrou que tanto o menor quanto o maior IMC apresentaram as associações mais relevantes com a fragilidade. Dessa for-ma, uma justificativa para esse item ter sido um dos menos frequentes dá-se, provavel-mente, pela sua subjetividade e pelo fato de um IMC alto também possuir forte correla-ção com a fragilidade.

O item exaustão foi o menos frequente entre os idosos pré-frágeis (11,6%) e frágeis (37%). A exaustão tem sido recentemente

(8)

explorada como um instrumento único de avaliação de fragilidade. Contudo apresenta

resultados contraditórios.22 Cansaço

autorre-latado nas atividades diárias foi considerado um preditor de incapacidade e mortalidade independente e forte, itens estes relaciona-dos com fragilidade no estudo de

Schultz--Larsen e Avlund.29 Contudo, a fadiga não foi

associada a desfechos clínicos no estudo de

Rothman et al.10 Esse item tem sido aceito

como um sintoma comum do

envelhecimen-to segundo o estudo de Bouzubar30 no qual

17% dos homens e 28% das mulheres acima de 75 anos se sentem cansados durante a re-alização das atividades de vida diária. Fadi-ga em pessoas idosas está associada a vários fatores, incluindo posição social (posse de moradia e renda individual), fraqueza

mus-cular, comorbidades e depressão;16 além

dis-so, é o principal sintoma de várias doenças

crônicas.22 Provavelmente, uma das maiores

limitações é a subjetividade desse critério, já que não se tem um parâmetro exato do que está realmente sendo avaliado, o que pode justificar a menor frequência desse item no presente estudo.

CONCLUSÃO

A fragilidade está relacionada a conse-quências adversas, que levam o idoso a limita-ções muitas vezes irreparáveis. São fundamen-tais, portanto, estudos que analisem a identifi-cação dos itens do fenótipo para utilização de medidas preventivas rápidas e precoces.

Em nossa amostra de idosos comunitários de Belo Horizonte, a baixa velocidade de mar-cha foi o item mais frequente entre os idosos frágeis e pré-frágeis. Assim, pode-se crer que esse deve ser um item de minuciosa observa-ção por parte dos profissionais de saúde por melhor predizer a fragilidade. Portanto, a in-vestigação desse desfecho funcional deve ser incluída na avaliação ampla do idoso. Mais

es-tudos são necessários para o desenvolvimento de um instrumento único e simples que identi-fique o idoso frágil precocemente, o qual pode-ria ser aplicado facilmente nos níveis básicos de saúde. Além disso, sugerimos estudos lon-gitudinais na população brasileira para enten-dermos a progressão da fragilidade e, assim, tratá-la de melhor modo.

CONFLiTOS DE iNTERESSE

Os autores declaram não haver conflitos de interesses pertinentes.

REFERÊNCiAS

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(9)

explorada como um instrumento único de avaliação de fragilidade. Contudo apresenta

resultados contraditórios.22 Cansaço

autorre-latado nas atividades diárias foi considerado um preditor de incapacidade e mortalidade independente e forte, itens estes relaciona-dos com fragilidade no estudo de

Schultz--Larsen e Avlund.29 Contudo, a fadiga não foi

associada a desfechos clínicos no estudo de

Rothman et al.10 Esse item tem sido aceito

como um sintoma comum do

envelhecimen-to segundo o estudo de Bouzubar30 no qual

17% dos homens e 28% das mulheres acima de 75 anos se sentem cansados durante a re-alização das atividades de vida diária. Fadi-ga em pessoas idosas está associada a vários fatores, incluindo posição social (posse de moradia e renda individual), fraqueza

mus-cular, comorbidades e depressão;16 além

dis-so, é o principal sintoma de várias doenças

crônicas.22 Provavelmente, uma das maiores

limitações é a subjetividade desse critério, já que não se tem um parâmetro exato do que está realmente sendo avaliado, o que pode justificar a menor frequência desse item no presente estudo.

CONCLUSÃO

A fragilidade está relacionada a conse-quências adversas, que levam o idoso a limita-ções muitas vezes irreparáveis. São fundamen-tais, portanto, estudos que analisem a identifi-cação dos itens do fenótipo para utilização de medidas preventivas rápidas e precoces.

Em nossa amostra de idosos comunitários de Belo Horizonte, a baixa velocidade de mar-cha foi o item mais frequente entre os idosos frágeis e pré-frágeis. Assim, pode-se crer que esse deve ser um item de minuciosa observa-ção por parte dos profissionais de saúde por melhor predizer a fragilidade. Portanto, a in-vestigação desse desfecho funcional deve ser incluída na avaliação ampla do idoso. Mais

es-tudos são necessários para o desenvolvimento de um instrumento único e simples que identi-fique o idoso frágil precocemente, o qual pode-ria ser aplicado facilmente nos níveis básicos de saúde. Além disso, sugerimos estudos lon-gitudinais na população brasileira para enten-dermos a progressão da fragilidade e, assim, tratá-la de melhor modo.

CONFLiTOS DE iNTERESSE

Os autores declaram não haver conflitos de interesses pertinentes.

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