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PENSANDO NA VIDA (?): E NA CARREIRA, JÁ PENSOU? 1

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Academic year: 2021

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PENSANDO NA VIDA (?): E NA CARREIRA, JÁ PENSOU?

1

SANTOS, Anelise Schaurich dos

2

; SOBROSA, Gênesis Marimar Rodrigues

3

;

OLIVEIRA, Clarissa Tochetto de

4

; DIAS, Ana Cristina Garcia

5

Financiado com Bolsa de Pesquisa REUNI

1

Trabalho de Pesquisa para elaboração de Dissertação do Mestrado em Psicologia - UFSM

2

Curso de Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil

3

Mestrado em Psicologia da Saúde da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil

4

Curso de Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil

5

Curso de Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil E-mail: anelise_ssantos@hotmail.com; genesispsi@yahoo.com.br; clarissa.tochetto@gmail.com; anacristinagarciadias@gmail.com

RESUMO

Definir um projeto de futuro é um dos desafios enfrentados pelos jovens que chegam ao final do ensino médio. Dentre os fatores que interferem neste planejamento, o nível socioeconômico destaca-se como um determinante importante. Este trabalho apresenta os resultados parciais de uma pesquisa cujo objetivo é identificar quais as expectativas em relação ao futuro profissional de estudantes da terceira série do ensino médio que frequentam escolas públicas de Santa Maria. Foram aplicados questionários em 42 estudantes, de ambos os sexos, da terceira série do ensino médio. Verificou-se que a maioria deles pensa em prestar vestibular. Entretanto, há dificuldades que podem impedir o ingresso destes em um curso universitário, como passar no concurso vestibular, questões financeiras e conciliar estudos com trabalho. Apesar de a qualificação contínua ser vista como possibilidade de facilitação ou efetivação do projeto de vida do jovem, ela nem sempre é possível devido a limitações sociais e econômicas.

Palavras-chave: Trabalho; Emprego; Jovens.

1. INTRODUÇÃO

As atuais transformações no mercado de trabalho, geradas, principalmente, pela incorporação de novas tecnologias e práticas organizacionais a fim de aumentar a produtividade das empresas, produziu socialmente o fenômeno denominado crise estrutural do emprego ou crise do trabalho assalariado. A ciência e as técnicas inovadoras, que deveriam produzir melhores condições de vida e menor ocupação dos humanos nas tarefas de sobrevivência, garantindo-lhes mais tempo livre, acabou por gerar o desemprego

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estrutural ou o trabalho precarizado. Dessa forma, a exigência cada vez menor de trabalhadores, os quais estão sendo substituídos gradativamente pela tecnologia, faz com que os jovens se sintam mais angustiados com o fim do ensino médio e o dever socialmente imposto de ingressar no mercado de trabalho ou em um curso universitário (FRIGOTTO, 2005).

As dificuldades características da transição do ensino médio para o mercado de trabalho ou à universidade somam-se a obstáculos culturais e econômicos, em especial quando se pensa em jovens provenientes de comunidades de baixa renda. Essa transição pode estar associada a condições adversas, que influenciam tanto na passagem para o mercado de trabalho como na construção do projeto de vida dos jovens. Assim, muitas vezes, a inserção no mercado de trabalho e o desenvolvimento de um projeto de vida acabam sendo marcados pela busca de equilíbrio entre o ideal e o possível, isto é, entre aquilo que o jovem realmente gostaria de exercer e aquilo que suas condições sociais permitem que ele desenvolva (GONÇALVES et al., 2008).

Os jovens que têm a oportunidade de chegar ao fim do ensino médio são desafiados a definir um projeto de futuro. Eles devem consolidar, em apenas uma escolha, opções que integram profissão, formação e emprego (OLIVEIRA; PINTO; SOUZA, 2003). É provável que, por essa razão, a palavra futuro esteja diretamente associada ao trabalho e ao estudo, conforme afirma uma pesquisa realizado por Oliveira et al. (2005) sobre as representações sociais do trabalho em jovens do ensino médio. De acordo com os autores, a concomitância das duas atividades permite aos estudantes obter experiências e, possivelmente, ascender em uma carreira profissional, além de representar a possibilidade de melhor qualidade de vida e superação de sua atual condição de classe.

O futuro coloca-se como um ideal a ser conquistado para os jovens do ensino médio. Para tanto, os estudantes precisam assegurar a sua própria formação através da escola formal, na medida em que o grau de escolarização é reconhecido por eles como pressuposto para a empregabilidade. Os jovens percebem as dificuldades de colocação no mercado de trabalho e atribuem à escolarização o diferencial na competitividade, uma vez que a associação ao sucesso profissional, normalmente, aparece referenciada à formação em nível superior. Os alunos da primeira a terceira série do ensino médio entendem a escola como o caminho para a construção de um futuro diferente daquele esperado em função das suas condições econômicas e sociais (OLIVEIRA et al., 2005).

Entretanto, nem todos os jovens possuem condições de realizar a formação profissional adequada ou com o mínimo de qualificações exigidas pela sociedade

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contemporânea. Muitas vezes, o ensino superior é apenas um sonho distante para os indivíduos das camadas mais desfavorecidas da sociedade, já que eles não recebem das escolas públicas condições de competir por vagas no sistema público de ensino superior em igualdade com os das camadas altas. Acrescenta-se a isso o fato de tais sujeitos serem privados do acesso a muitos dos saberes e práticas extra-curriculares que os das camadas altas detêm, tais como: computação, língua estrangeira, atividades desportivas, ampliando o fosso entre os dois grupamentos sociais. Além disso, quando os jovens provenientes de classes sociais inferiores conseguem ingressar em uma universidade, freqüentemente, não conseguem se manter no sistema, pois, normalmente, a jornada acadêmica impossibilita a conciliação do estudo com o trabalho. Portanto, o sucesso dos jovens que alcançam a universidade pública, embora apresentado como mérito acadêmico e intelectual, é, na verdade, possivelmente determinado sócio-economicamente (OLIVEIRA; PINTO; SOUZA, 2003).

Diante dessa realidade, a maioria dos jovens pertencentes a classes menos favorecidas que terminam o ensino médio deve partir diretamente para a busca de um emprego. Soma-se a isso, ainda, o fato de que com a evolução e as modificações ocorridas no mundo do trabalho, os indivíduos em busca de uma colocação no mercado necessitam de uma reorganização em termos da sua qualificação profissional e pessoal.

Ao considerar as modificações constantes no campo das ocupações profissionais, sua consequente dificuldade de ingressar no mercado de trabalho e o senso de identidade individual e reconhecimento social provenientes do sucesso e da satisfação no trabalho, revela-se importante explorar a visão dos jovens sobre trabalho e futuro. Assim, o presente estudo pretende identificar quais são as expectativas em relação ao futuro profissional em jovens estudantes da terceira série do ensino médio que freqüentam escolas pertencentes à rede pública no município de Santa Maria.

2. MÉTODO

Participaram deste estudo 42 estudantes da terceira série do ensino médio de ambos os sexos, que freqüentam escolas públicas no município de Santa Maria. As instituições situam-se em bairros caracterizados pelo nível socioeconômico desfavorecido dos moradores.

Aplicou-se questionários anônimos, coletivamente, em sala de aula. O mesmo contém questões abertas e fechadas, e foi especialmente desenvolvido para este estudo.

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Ele investiga aspectos relacionadas ao futuro, ao trabalho, ao término do ensino médio, às dificuldades esperadas por esses jovens em sua inserção profissional e às influências percebidas no processo de escolha profissional. A aplicação dos questionários durou trinta minutos aproximadamente.

Para o desenvolvimento do estudo, apresentou-se o projeto de pesquisa, com seus objetivos e procedimentos, às diretorias das escolas, sendo solicitada à autorização das mesmas para o desenvolvimento do estudo nas dependências dos colégios. Em um segundo momento, esse procedimento foi repetido com os professores, solicitando aos mesmos a autorização e a colaboração para realizar a pesquisa em seus períodos didáticos com cada uma das turmas. Neste momento, explicitou-se ao professor que este possui autonomia para permitir ou não o ingresso dos pesquisadores em sala de aula, mesmo que já tenha ocorrido o prévio conhecimento e autorização da diretoria da escola.

Após os professores terem concordado em colaborar, explicou-se aos estudantes os objetivos e procedimentos da pesquisa, assim como os riscos e benefícios de sua participação, convidando os mesmos a integrar o estudo. Os jovens puderam optar por participar ou não do mesmo. Aqueles que desejaram participar receberam um TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido). Participaram da pesquisa apenas os jovens maiores de 18 anos e os menores que trouxerem o TCLE assinado pelos pais. Após a aplicação, o material utilizado foi recolhido e acondicionado de modo a manter o sigilo sobre a identidade de cada um. Os dados coletados, após a análise, foram arquivados junto ao departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) por cinco anos, sob responsabilidade da orientadora da pesquisa. As respostas foram submetidas a uma análise de conteúdo e de frequência das respostas.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O presente estudo encontra-se em andamento, constituindo-se em uma pesquisa para a elaboração de dissertação de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFSM. O mesmo já foi submetido para a avaliação do Comitê de Ética dessa universidade. Após aprovado, submeteu-se à qualificação e foram feitos os devidos ajustes, encontrando-se, atualmente, na fase de coleta de dados. Então, os resultados aqui apresentados referem-se a uma amostra preliminar de 42 alunos de Ensino Médio de uma escola pertencente à rede pública de ensino. Essa amostra foi composta por estudantes de

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ambos os sexos, sendo 60% mulheres e 40% homens. A média das idades dos partcipantes é de 17,76 anos, possuindo uma variação de 16 a 26 anos.

Neste estudo, 52,3% dos alunos trabalham atualmente, 23,8% já trabalharam, mas não estão trabalhando no momento, e 16,6% deles nunca trabalharam. A partir disso, percebe-se que esses jovens já possuem contato direto com o mercado de trabalho. Conciliar estudos com trabalho pode trazer algumas vantagens para estes estudantes, tais como obter experiências, e aumentar as chances de ascender em uma carreira profissional, a possibilidade de melhorar a qualidade de vida e a superação da sua atual condição econômica (OLIVEIRA et al, 2005).

A primeira opção desses estudantes após concluir Ensino Médio consiste em começar uma faculdade (38%), fazer um curso pré-vestibular (23,8%), trabalhar (19%) e ingressar no serviço militar (14,2%). Sabe-se que o projeto profissional depende de valores, crenças, habilidades, experiências e objetivos de cada indivíduo. Esses elementos compõem projetos mais realistas ou mais fantasiosos, dependendo da realidade de cada um. Geralmente, o trabalho é associado à independência financeira, ganhando um sentido de projeto de vida, um projeto de independência. Além disso, é comum a valorização dos estudos e do curso superior, como se este fosse uma garantia de sucesso profissional (DIAS; SOARES, 2007).

A maioria dos estudantes participantes deste estudo (95,2%) pensa em fazer vestibular. O restante não pensa (2,4%) ou ainda não sabe (2,4%). Estes resultados reforçam a idéia de que a principal alternativa dos jovens que chegam ao fim do ensino médio corresponde ao ingresso na educação superior (SPARTA; GOMES, 2005). Essa busca pela continuidade dos estudos denuncia o valor atribuído à qualificação profissional como estratégia para alcançar melhores condições de vida (PRATTA; SANTOS, 2007) e como diferencial competitivo para a colocação no mercado de trabalho, uma vez que o sucesso profissional, normalmente, aparece associado à formação em nível superior (OLIVEIRA et al, 2005).

Apesar de a maioria dos estudantes ter a intenção de prestar vestibular, 54,7% deles acreditam que encontrarão alguma dificuldade para frequentar um curso universitário. As principais dificuldades apontadas consistem em passar no vestibular (38%), dificuldades financeiras (33,3%) e conciliar estudos com trabalho (30,9%). Sabe-se que a formação oferecida pelo currículo dos cursos universitários revela-se, muitas vezes, insuficiente para uma boa preparação profissional, já que exige dos alunos a busca ativa de outras fontes de conhecimento e experiências (TEIXEIRA; GOMES, 2004). Então, supõe-se que a qualidade

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da formação profissional dos jovens participantes deste estudo dependerá das oportunidades de estágios remunerados e bolsas, se conseguirem ingressar em um curso superior. Desta forma, será possível diminuir as necessidades financeiras ao mesmo tempo em que adquirem conhecimento e experiências na sua área de estudo. Isto porque jovens provenientes de classes economicamente menos favorecidas nem sempre conseguem se manter no sistema em virtude de a jornada acadêmica impossibilitar a conciliação com o trabalho (OLIVEIRA; PINTO; SOUZA, 2003).

Muitos jovens apresentam dúvidas no momento da escolha profissional e, até mesmo, desconhecem suas possibilidades de escolha (DIAS; SOARES, 2007). Nestes casos, a informação pode ser uma estratégia fundamental. As principais fontes de informação dos jovens desta pesquisa sobre as profissões são: a Internet (71,4%), os pais (54,7%), a televisão (50%), os jornais (47,6%) e os amigos (45,2%). As razões que levam os estudantes a conversar com os amigos sobre esta temática vão desde a troca de informações sobre profissões, cursos e universidades, até o apoio emocional no momento da própria escolha profissional e o incentivo para estudar para o vestibular (PEREIRA; GARCIA, 2007).

Através de uma análise preliminar simplificada dos dados tabulados, pode-se perceber ainda que a maioria dos participantes relatou, até o momento, não perceber a influência de qualquer terceiro no que diz respeito a suas escolhas profissionais futuras. Esse fato vai de encontro ao que afirmam Pereira e Garcia (2007), pois para esses autores, familiares e professores são percebidos pelos jovens como possuidores de um forte poder de influência, atuando diretamente sobre as decisões que eles tomam. Já os amigos, segundo a percepção dos jovens, atuam de maneira mais indireta sobre suas decisões, através de conversas e trocas de informações. Assim, os primeiros parecem atuar diretamente sobre a profissão a ser escolhida e, em contrapartida, os segundos cooperariam entre si, através da troca de informações e críticas. Contudo, os participantes deste estudo até o momento não identificam essa influência.

4. CONCLUSÃO

A partir da investigação das expectativas e perspectivas de futuro em jovens estudantes do ensino médio, pertencentes a classes sociais de baixa renda, foi possível obter resultados preliminares que retratam o que jovens estudantes de ensino médio das escolas da rede pública de Santa Maria, de fato, pensam sobre seu futuro profissional.

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Percebe-se que, para eles, é comum conciliar estudos com trabalho, uma vez que maioria está trabalhando ou já trabalhou. Esses adolescentes planejam dar continuidade aos estudos, pois a maioria relata pensar em prestar vestibular, mesmo que fazer um curso superior não seja sua primeira opção após concluir o ensino médio. Entretanto, os participantes citam alguns fatores que constituem obstáculos para frequentar a universidade, tais como dificuldade em passar no próprio vestibular, dificuldades financeiras e, ainda, conciliar estudos com trabalho. Então, conclui-se que a qualificação continua nem sempre é possível devido às limitações sociais e econômicas, embora seja considerada possibilidade de facilitação ou efetivação do projeto de vida do jovem.

REFERÊNCIAS

DIAS, M. S. L.; SOARES, D. H. P. (2007). Jovem, mostre a sua cara: um estudo das possibilidades e limites da escolha profissional. Psicologia Ciência e Profissão, v. 27, n. 2, p. 316-331.

FRIGOTTO, G. Concepções e mudanças no mundo do trabalho e o ensino médio. In: ENSINO MÉDIO INTEGRADO: CONCEPÇÕES E MUDANÇAS. São Paulo: Cortez, 2005.

GONÇALVES, H. S. et al. (2008). Problemas da juventude e seus enfrentamentos: um estudo de representações sociais. Revista de Psicologia Social, v. 20, n. 2, p. 217-225.

OLIVEIRA, D. C.; FISCHER, F. M.; TEIXEIRA, M. C. T. V.; SÁ, C. P. (2005). A Positividade e a Negatividade do Trabalho nas Representações Sociais de Adolescentes. Psicologia: Reflexão e Crítica, v. 18, n. 1, p. 125-133.

OLIVEIRA, M. C. S. L.; PINTO, R. G.; SOUZA, A. S. (2003). Perspectivas de futuro entre adolescentes: universidade, trabalho e relacionamentos na transição para a vida adulta. Temas em Psicologia da SBP, v. 11, n. 1, p. 16-27.

PEREIRA, F. N.; GARCIA, A. (2007). Amizade e escolha profissional: influência ou cooperação?. Revista brasileira de orientação profissional, v. 8, n .1, p. 71-86.

PRATTA, E. M. M.; SANTOS, M. A. (2007). Opiniões dos adolescentes do ensino médio sobre o relacionamento familiar e seus planos para o futuro. Paidéia, v. 17, n. 36, p. 103-114.

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TEIXEIRA, M. A. P.; GOMES, W. B. (2004). Estou me formando... E agora? Reflexões e perspectivas de jovens formandos universitários. Revista Brasileira de Orientação Profissional, v. 5, n. 1, p. 47-62.

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