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Academic year: 2021

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TÍTULO: CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO PARA ESPÉCIES DE ACANTHACEAE EM BERTIOGA, SP, BRASIL

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): ROBERTA KEYLA KOJIMA AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): MARA ANGELINA GALVÃO MAGENTA ORIENTADOR(ES):

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1 RESUMO

A pesquisa realizada teve como objetivo a criação de chave de identificação das espécies pertencentes à família Acanthaceae ocorrentes no Parque Estadual da Restinga de Bertioga. Acanthaceae é uma família composta tipicamente por ervas a subarbustos ou lianas, em geral com folhas opostas, flores pentâmeras com corola zigomorfa e gamopétala, androceu oligostêmone e fruto com cápsula loculicida e deiscência explosiva que apresenta distribuição basicamente pantropical, compreendendo cerca de 250 gêneros e 2500 espécies; no Brasil, ocorrem cerca de 41 gêneros e 450 espécies e, em São Paulo, ocorrem 18 gêneros com cerca de 73 espécies. Nas comunidades de restinga de Bertioga foram registrados oito táxons: Aphelandra ornata (Nees) T. Anderson, Aphelandra prismatica (Vell.) Hieron., Herpetacanthus rubiginosus Nees, Hygrophila costata Nees, Justicia carnea Lindl., Justicia cf. schenckiana Lindau, Lepidagathis diffusa (Ness) Lindau., e Ruellia sp. Palavras-chave: Acanthaceae, Restinga, Bertioga.

1. INTRODUÇÃO

Para Araújo & Henriques (1984) e Cerqueira (2000), vegetação de restinga pode ser definida, no sentido botânico, como comunidades fisionomicamente distintas, que sofrem influência flúvio-marinha e marinha. Esta formação vegetal ocorre sobre os depósitos arenosos costeiros. No litoral Sudeste do Brasil, a costa se apresenta cheia de pequenas enseadas, com praias estreitas e costões rochosos, em decorrência de sua formação geológica (ARAÚJO 1987). Devido à diversidade topográfica e condições ambientais da região, as restingas apresentam ampla biodiversidade de comunidades e espécies vegetais (ARAÚJO, 1984).

Segundo Lacerda & Esteves (2000) devido ao longo tempo de ocupação e à urbanização acelerada, as restingas se encontram degradadas, total ou parcialmente.

As informações sobre as comunidades vegetais da flora em restinga para o litoral central do Estado de São Paulo ainda são escassas e não foram completamente estudadas, diferente do que ocorre no litoral dos Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, que possuem diversificados levantamentos e descrições de flora em restinga (PEREIRA & ARAÚJO, 2000). Assim, existe uma lacuna de

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2 conhecimento a ser preenchida sobre a vegetação das restingas desse estado.

Alguns caracteres da família Acanthaceae como folhas oposto cruzadas e inflorescência do tipo espiga também são compartilhados por outras famílias da ordem Lamiales. Dessa forma, a família ainda necessita de uma sinapomorfia que a caracterize (MCDADE et al., 2008). Análises florísticas mantêm as Acanthaceae em seu sentido mais amplo, apesar de não haver definições claras entre os táxons infrafamiliares (BRAZ, 2002). Estudos filogenéticos baseados em dados moleculares associados a estudos relacionados à morfologia do pólen, assim como características da morfologia externa, foram utilizados como ferramentas para a delimitação de três subfamílias: Thunbergioideae, Nelsonioideae e Acanthoideae. Schwarzbach & McDade (2002) incluíram a família Avicenniaceae em Acanthaceae, passando para subfamília Avicennoideae, baseado em análises filogenéticas e morfológicas.

Apesar da grande representatividade da família no Brasil, o reconhecimento e a identificação específica de seus representantes nacionais se torna muito difícil devido à inexistência de trabalhos taxonômicos recentes e abrangentes. Isso decorre do fato das espécies brasileiras se encontrarem, em sua maioria, pouco delimitadas, com nomenclatura desatualizada e problemas de tipificação (PROFICE & ANDREATA, 2011).

2. OBJETIVOS

I. Ampliação do conhecimento sobre a composição florística do Parque Estadual da Restinga de Bertioga e disponibilização de informações para o subsídio de planos de manejo e estudos de impacto ambiental.

II. Revisão da identificação e elaboração de chaves de identificação dos táxons listados por Martins et al. (2008).

3. METODOLOGIA

Foi utilizada abordagem bibliográfica, descritiva e exploratória para a pesquisa. A pesquisa bibliográfica consistiu na consulta necessária a materiais publicados em livros, artigos, teses e dissertações. A pesquisa descritiva se caracteriza por

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3 registrar, analisar e correlacionar os fatos ou fenômenos, e assumiu a forma de estudo descritivo. O cunho exploratório da pesquisa se justifica pelo fato de existirem poucos estudos sobre o objeto de estudo em questão (CERVO & BERVIAN, 2002). Foram utilizados procedimentos usuais em estudos taxonômicos, com levantamento bibliográfico e estudo morfológico e taxonômico. A identificação dos táxons foi possível através de consultas aos bancos de dados de herbários informatizados disponíveis no no INCT Herbário Virtual Flora e Fungos (www.inct.splink.org.br) (INCT, 2014) e Lista de Espécies da Flora do Brasil (2014) e a estudos de taxonomia de Acanthaceae.

Os nomes atuais dos gêneros e espécies foram conferidos nas páginas de Internet: The Plant List e Lista de Espécies da Flora do Brasil. Os autores foram citados conforme Brummitt & Powell (1992).

4. DESENVOLVIMENTO

Consultas aos trabalhos citados nos estudos de taxonomia da família e aos bancos de dados online de literatura taxonômica foram feitos para a realização do levantamento bibliográfico.

A análise morfológica e taxonômica das espécies foi realizada com base nas coleções de Acanthaceae do município de Bertioga depositadas nos acervos do herbário da Universidade Santa Cecília (HUSC).

O trabalho compreendeu a revisão das identificações das espécies elaboração de uma chave de identificação para as mesmas.

Imagens de algumas das espécies ilustram o trabalho.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A família Acanthaceae compreende cerca de 250 gêneros com 2500 espécies (WASSHAUAUSEN, 1969), amplamente distribuídas nos trópicos e não muito representadas em regiões temperadas (MABBERLEY, 1997), com seus indivíduos ocupando predominantemente o interior de matas mesófilas. No Brasil, a família ocorre em praticamente todas as formações vegetais, principalmente nos domínios das florestas pluviais (PROFICE & ANDREATA, 2011) e é constituída

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4 aproximadamente por 41 gêneros e 450 espécies. No Estado de São Paulo, ocorrem 18 gêneros e 73 espécies (PROFICE et al. 2014). A consulta ao herbário HUSC evidenciou a presença de 16 exsicatas de representantes da família Acanthaceae, coletadas no Parque Estadual Restinga de Bertioga: cinco de Aphelandra, quatro de Justicia, duas de Herpetacanthus, uma de Hygrophila, uma de Lepidagathis, e três de Ruellia. No trabalho de Martins et al (2008), foram encontrados oito táxons, com quatro espécies identificadas sem dúvidas. Neste trabalho, foi acrescentada a identificação de Lepidagathis diffusa (Ness) Lindau. Além disso, foi feita a confirmação da identificação de Herpetacanthus rubiginosus Nees, compondo os seguintes táxons: Aphelandra ornata (Nees) T. Anderson, Aphelandra prismatica (Vell.) Hieron., Herpetacanthus rubiginosus Nees, Hygrophila costata Nees, Justicia carnea Lindl., Justicia cf. schenckiana Lindau, Lepidagathis diffusa (Ness) Lindau., e Ruellia sp. A figura 1 mostra a imagem de três dos táxons encontrados.

4.2. Chave artificial para as espécies de Acanthaceae de Bertioga (SP)

1. Flores solitárias ou inflorescência do tipo racemo; corola não bilabiada .. Ruellia sp. 1´. Inflorescência do tipo tirso ou espiga.

2. Corola amarela a alaranjada.

3. Lâminas com menos de 10 cm compr. ... Aphelandra ornata 3’. Lâminas com mais de 10 cm comp. ... Aphelandra prismatica 2’. Corola lilás, roxa, rosa ou púrpura.

4. Inflorescência do tipo tirso congesto ... Hygrophila costata 4’. Inflorescência do tipo tirso laxo ou espiga.

5. Margem foliar lanceolada; lâminas com mais de 10 cm compr. . ... ... Justicia carnea 5’. Margem foliar ovada ciliada; lâminas com até ca. 5 cm compr. ... ... Justicia cf. schenckiana 6. Cálice com segmentos desiguais ... Lepidagathis diffusa 6’. Cálice com segmentos subiguais ... Herpetacanthus rubiginosus

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Figura 1: Fotos: A. Aphelandra prismática (Vell.) Hieron.; B. Lepidagathis diffusa (Ness)

Lindau.; D. Ruellia sp. (Fotos: A. Carlos Venicio Cantareli; B. Paulo S. Penteado Sampaio; C-D. Mara A. G. Magenta)

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho constou da revisão das identificações de herbário e chave de identificação dos táxons previamente identificados como: Aphelandra ornata (Nees) T. Anderson, Aphelandra prismatica (Vell.) Hieron., Herpetacanthus rubiginosus Nees, Hygrophila costata Nees, Justicia carnea Lindl., Justicia cf. schenckiana Lindau, Lepidagathis sp., e Ruellia sp., da família Acanthaceae, realizada por meio de revisão da literatura pertinente e análise de tipos nomenclaturais.

Todos os táxons da Reserva Ecológica pertencem à subfamília Acanthoideae, que se distingue pela presença de frutos com deiscência explosiva e retináculos (SCOTLAND & VOLLESEN 2000). Entre os gêneros, Aphelandra pertence à tribo Acanthae e as demais à tribo Ruellieae.

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6 A pouca quantidade de materiais bibliográficos sobre estudos morfológicos e taxonômicos da família Acanthaceae é um fator que dificulta a confirmação e comparação dos dados coletados das amostras existentes no Herbário da Universidade Santa Cecília (HUSC) e aqueles obtidos por outros pesquisadores.

Ao examinar exsicatas depositadas no Herbário HUSC, foi possível identificar Lepidagathis diffusa (Ness) Lindau, e confirmar a identificação de Herpetacanthus rubiginosus Nees, citadas respectivamente como Lepidagathis sp. e Herpetacanthus aff. rubiginosus Nees por Martins et al. (2008).

Entre as contribuições relevantes da pesquisa realizada estão a melhor compreensão da morfologia das espécies, através dos caracteres citados na chave, a identificação de dois táxons até agora com denominação incerta, além de apontar para a necessidade de trabalhos que visem maior conhecimento da família e, consequentemente, da flora brasileira.

7. FONTES CONSULTADAS

ARAÚJO, D.S.D. Comunidades Vegetais. P. 157. In: L.D. Lacerda, D.S.D. Araújo, R. Cerqueira & B. Turq (orgs.). Restingas; origem, estrutura, processos. Niterói, CEUFF. 1984.

ARAÚJO, D.S.D. Restingas: Síntese do Conhecimento para a Costa Sul-sudeste Brasileira. Pp. 333-334. In: Anais do I Simpósio sobre Ecossistemas da Costa

Sul e Sudeste Brasileira. V. 1. Águas de Lindóia. São Paulo, ACIESP. 1987.

ARAÚJO, D.S.D. & HENRIQUES, R.P.B. Análise florística das restingas do Estado do Rio de Janeiro. Pp.159-193. In: L.D. Lacerda; D.S.D. Araújo; R. Cerqueira & B. Turq (orgs.). Restingas; origem, estrutura, processos. Niterói, CEUFF. 1984.

BRAZ, D.M.; CARVALHO-OKANO, R.M.; KAMEYAMA, C. Acanthaceae da Reserva Florestal Mata do Paraíso, Viçosa, Minas Gerais. Revista brasileira de Botânica. 25: 495–504. 2002.

BRUMMITT, R.K. & POWELL, C.E. Authors of Plant Names. Kew. Royal Botanic Gardens, 1992. 732p.

CERQUEIRA, R. Biogeografia das Restingas. Pp. 65-75. In: F.A. Esteves & L.D. Lacerda (eds.). Ecologia de restingas e lagoas costeiras. Macaé, NUPEN / UFRJ.

(8)

7 2000.

CERVO, A.L. & BERVIAN, P.A. Metodologia Científica. 5. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall. 2002. 242 p.

INCT - Herbário Virtural da Flora e dos Fungos. Disponível em:

<http://inct.splink.org.br/>. Acesso em: 15 Ago. 2014.

LACERDA, L. D. & ESTEVES, F. A. Apresentação – Restingas brasileiras: 15 anos de estudos. Pp. II-VII. In: F. A. Esteves & L. D. Lacerda (eds.). Ecologia de

restingas e lagoas costeiras. Macaé, NUPEM / UFRJ. 2000.

LIMA, M. R. Estratégias de Propagação para Espécies Subarbustivas de

Acanthaceae Juss. com Potencial Ornamental. Tese (Mestrado em Botânica)

Programa de Pós-graduação em Botânica. Universidade de Brasília. Brasília, DF.

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Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/>. Acesso em: 14 Mar. 2014.

MABBERLEY, D.J. The plant-book: a portable dictionary of the vascular plants.

Cambridge University Press, Cambridge. 1997.

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Caracterização Florística de comunidades vegetais de restinga em Bertioga, SP, Brasil. Acta bot. Bras. 22(1): 249-274. 2008.

MCDADE, L. A.; DANIEL, T. F.; KIEL, C. A. Toward a Comprehensive Understanding of Phylogenetic Relationships Among Lineages Of Acanthaceae S.L. (Lamiales).

American Journal of Botany. 95: 1136-1152. 2008.

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PROFICE, S.R.; KAMEYAMA, C.; CÔRTES, A.L.A.; BRAZ, D.M.; INDRIUNAS, A.; VILAR, T.; C. PESSOA; EZCURRA, C.; WASSHAUSEN, D. Acanthaceae in Lista de

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8 Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB33>. Acesso em: 25 Ago. 2014.

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2014.

WASSHAUSEN, D.C. & SMITH, L.B. Acantáceas. Flora Ilustrada Catarinense (R. Reitz, ed.). Herbário Barbosa Rodrigues, Itajaí. 1969.

Referências

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