• Nenhum resultado encontrado

Estudo comparativo entre quantitativos de materiais previstos e utilizados em determinada etapa de uma obra residencial unifamiliar no município de Augusto Pestana - RS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Estudo comparativo entre quantitativos de materiais previstos e utilizados em determinada etapa de uma obra residencial unifamiliar no município de Augusto Pestana - RS"

Copied!
73
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

LEONARDO BOFF SARTORI

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE QUANTITATIVOS DE MATERIAIS PREVISTOS E UTILIZADOS EM DETERMINADA ETAPA DE UMA OBRA RESIDENCIAL

UNIFAMILIAR NO MUNICÍPIO DE AUGUSTO PESTANA – RS

Ijuí 2019

(2)

LEONARDO BOFF SARTORI

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE QUANTITATIVOS DE MATERIAIS PREVISTOS E UTILIZADOS EM DETERMINADA ETAPA DE UMA OBRA RESIDENCIAL

UNIFAMILIAR NO MUNICÍPIO DE AUGUSTO PESTANA – RS

Trabalho de Conclusão de curso de Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção de título de Engenheiro Civil.

Orientadora: Profa. Me Thiana Dias Herrmann

Ijuí 2019

(3)

LEONARDO BOFF SARTORI

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE QUANTITATIVOS DE MATERIAIS PREVISTOS E UTILIZADOS EM DETERMINADA ETAPA DE UMA OBRA RESIDENCIAL

UNIFAMILIAR NO MUNICÍPIO DE AUGUSTO PESTANA – RS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Ijuí, 18 de dezembro de 2019

Prof. Thiana Dias Herrmann Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria - Orientador Lia Geovana Sala Coordenador do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA

Prof. Thiana Dias Herrmann (UNIJUÍ) Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria

Prof. Igor Norbert Soares (UNIJUÍ) Mestre pela Universidade de Passo Fundo

(4)

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por me conceder saúde e sabedoria para que eu consiga alcançar todos meus objetivos.

Aos meus pais pelo incentivo e educação que recebi e por todo o suporte para esta conquista, sempre presentes e incansáveis ajudando na busca dos meus objetivos.

À minha namorada Andressa, pela compreensão, apoio, incentivo e motivação nos momentos em que mais precisei.

À minha orientadora Profª Me. Thiana Dias Herrmann, por todo suporte, dedicação e disponibilidade, e que transmitiu seu conhecimento e dedicou seu tempo para que este trabalho alcançasse os objetivos propostos.

A todos meus amigos e colegas, que sempre me apoiaram nos momentos que precisei.

A todos os professores da trajetória acadêmica, que se dedicaram para que eu pudesse adquirir o máximo de conhecimento possível.

(5)

A persistência é o caminho do êxito. Charles Chaplin

(6)

RESUMO

SARTORI, BOFF LEONARDO. Estudo comparativo entre quantitativos de

materiais previstos e utilizados em determinada etapa de uma obra residencial unifamiliar no município de Augusto Pestana – RS. 2019. Trabalho de Conclusão

de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2019.

Planejar é uma técnica fundamental na vida cotidiana do ser humano desde os primórdios, e se tratando de construção civil além de ser fundamental, ela é indispensável, e juntando o planejamento com o controle de obras temos uma ferramenta estratégica crucial no desempenho de uma empresa e de um empreendimento. Quando usados de maneira adequada, possibilitam identificar os serviços mais representativos bem como seus custos e permitem a tomada de decisões antecipadas de ocorrências futuras e a traçar um programa de ação. Ambos os processos além de aliados, precisam ser colocados em prática com muita atenção, comprometimento e responsabilidade. Deste modo, o objetivo deste estudo é apontar as divergências existentes entre as quantidades previstas com o que realmente é utilizado na execução de uma edificação unifamiliar no município de Augusto Pestana - RS. Os resultados apontam para algumas divergências entre o quantificado previsto que no geral das etapas avaliadas somaram 23%. Os motivos pelos quais se deram estas diferenças foram principalmente a falta de organização do canteiro de obras, bem como a estocagem em alguns locais que eram inadequados para certos tipos de materiais, ocasionando as perdas dos mesmos e acarretando consequentemente um consumo mais elevado dos materiais. Com base nestes dados e informações pode-se perceber que o planejamento esteve ausente nas etapas acompanhadas e que por isso as tabelas SINAPI não se mostraram uma ferramenta muito eficiente para quantificação de alguns dos insumos avaliados neste trabalho. Porém, se o planejamento fizer parte das atividades da obra, as mesmas irão funcionar como parâmetro para orçamento e quantificações e podem ser aplicadas não só em municípios de pequeno porte, mas também no âmbito geral e regional de uma forma prática, segura e de confiança.

(7)

ABSTRACT

SARTORI, BOFF LEONARDO. Comparative study between quantitative and

expected materials used in a particular stage of a single-family residential work in the city of Augusto Pestana - RS. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso.

Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2019.

Planning is a fundamental technique in the daily life of human beings since the beginning, and in the case of civil construction, besides being fundamental, it is indispensable and combining planning and construction control, we have a crucial strategic tool in the performance of a company and of a venture. When properly used, they make it possible to identify the most representative services as well as their costs, and to make early decisions on future occurrences and outline a program of action. Both processes, besides allies, need to be put into practice with great attention, commitment and responsibility. Thus, the aim of this study is to point out the divergences between the predicted quantities and what is actually used in the execution of a single family building in the city of Augusto Pestana - RS. The results point to some divergences between the predicted quantified that in the overall of the evaluated steps totaled 23%. The reasons for these differences were mainly the lack of organization of the construction site, as well as the storage in some places that were unsuitable for certain types of materials, leading to their loss and consequently higher consumption of materials. Based on these data and information it can be seen that the planning was absent in the steps followed and that is why the SINAPI tables were not a very efficient tool for quantifying some of the inputs evaluated in this work. However, if planning is part of the work activities, it will act as a parameter for budgeting and quantification and can be applied not only in small municipalities but also at the general and regional level in a practical, safe and reliable manner.

(8)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Histórico de desenvolvimento do SINAPI ... 34

Figura 2 - Relação insumos e serviços da curva ABC ... 35

Figura 3 - Representação da curva ABC ... 36

Figura 4 – Delineamento da pesquisa ... 39

Figura 5 - Planta baixa ... 40

Figura 6 - fachada principal do projeto em 3D ... 41

Figura 7 – Fachada 3D ... 41

Figura 8 - Levantamento das alvenarias ... 44

Figura 9 – Forma de cálculo do volume ... 46

Figura 10 - Página de acesso para inicilização da pesquisa ... 47

Figura 11 - Criando orçamento ... 47

Figura 12 - Descrição da Obra ... 48

Figura 13 - Etapa da obra para orçamento ... 48

Figura 14 – Insumo ... 63

Figura 15 – Valor total excedido do insumo concreto usinado... 63

Figura 16 - Insumos excedidos com maior impacto no custo final ... 64

Figura 17 – Insumo mais excedido e seu impacto ... 65

(9)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Etapas acompanhadas ... 43

Quadro 2 – Quantitativos dos serviços de acordo com o SINAPI ... 50

Quadro 2 - Quantitativos dos serviços de acordo com o SINAPI ... 51

Quadro 2 - Quantitativos dos serviços de acordo com o SINAPI ... 52

Quadro 3 - Insumos quantificados através do SINAPI ... 52

Quadro 3 - Insumos quantificados através do SINAPI ... 53

Quadro 3 - Insumos quantificados através do SINAPI ... 54

Quadro 4 – Quantidade dos insumos utilizados em obra ... 54

Quadro 4 - Quantidade dos insumos utilizados em obra ... 55

Quadro 5 - Materiais utilizados que excederam o previsto pelo SINAPI ... 56

Quadro 6 - Materiais utilizados que apresentaram quantitativo inferior ao previsto pelo ... 58

Quadro 6 - Materiais utilizados que apresentaram quantitativo inferior ao previsto pelo SINAPI ... 59

(10)

LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas CA-50 Concreto armado 50kgf/mm²

CA-60 Concreto armado 60kgf/mm² CAIXA Caixa Econômica Federal CEF Caixa Econômica Federal

cm Centímetros

Fck Resistência Característica a Compressão IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

kg Quilograma l Litros m Metro m² Metros Quadrados m³ Metros Cúbicos ml Mililitro mm Milímetros NBR Normas Brasileiras

RS Rio Grande do Sul

SEBRAE Serviço de Apoios ás Micro e Pequenas Empresas SINAPI Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da

Construção Civil

un Unidade

UNIJUÍ Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

(11)

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 13 1.1 PROBLEMA ... 13 1.1.1 Questões de Pesquisa ... 14 1.1.2 Objetivos de Pesquisa ... 15 1.1.3 Delimitação ... 15 2 EMBASAMENTO TEÓRICO ... 16

2.1 PERDAS NO CANTEIRO DE OBRAS ... 16

2.2 PLANEJAMENTO DE OBRAS ... 21

2.2.1 Tipos de planejamento ... 26

2.2.1.1 Planejamento de longo prazo ... 26

2.2.1.2 Planejamento de médio prazo ... 27

2.2.1.3 Planejamento de curto prazo ... 29

2.3 CONTROLE DE OBRAS ... 29

2.4 ORÇAMENTO DE OBRAS ... 31

2.4.1 Levantamento quantitativo das atividades ... 32

2.4.2 SINAPI ... 33 2.5 CURVA ABC ... 35 3 METODOLOGIA... 37 3.1 MÉTODO DE ABORDAGEM ... 37 3.2 TÉCNICAS DA PESQUISA ... 38 3.3 CARACTERIZAÇÃO ... 40

3.4 LEVANTAMENTO DAS ATIVIDADES ... 43

3.4.1 Quantitativo de matérias para as alvenarias ... 44

3.4.2 Quantitativo de materiais para os revestimentos argamassados ... 45

3.4.3 Quantitativo de materiais dos elementos tridimensionais ... 45

3.5 SINAPI ... 46

3.6 CONTROLE DA OBRA E COMPARAÇÃO DO QUANTITATIVO ... 49

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 50

4.1 ATIVIDADES REALIZADAS E SEU LEVANTAMENTO ... 50

4.2 INSUMOS QUANTIFICADOS ATRAVÉS DO SINAPI ... 52

4.3 CONTROLE E QUANTIDADE DE INSUMOS UTILIZADOS ... 54

(12)

4.5 CURVA ABC ... 60

5 CONCLUSÃO... 67

5.1 SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS ... 68

6 ANEXOS ... 372

(13)

1 INTRODUÇÃO

Graças a sua representatividade na economia, a indústria da construção civil possui de números bem expressivos, porém, os desperdícios e perdas do setor são bastante elevados, percebe-se que estas perdas não são somente materiais e influenciam em várias outras ações, como comprometer um orçamento, exigir retrabalho, atrasar a entrega do projeto e alterar as qualidades dos serviços.

Segundo Souza (2005), perdas fazem parte de qualquer processo de produção, cabe apenas aos profissionais envolvidos da área entenderem tais perdas e compreenderem como lidar com elas quando se trata das quantidades e das suas causas para saber como se comportar diante de alguma situação inesperada.

Conforme o Sebrae (2016) a taxa de mortalidade das empresas pertencentes a área construção civil caiu de 48% em 2008 para 22% em 2012, o que está relacionado a resultados políticos e econômicos. Simultaneamente mostra que as empresas estão procurando melhorar seus planejamentos, para que consigam dentre outros fatores favoráveis, diminuir as perdas e as surpresas negativas no decorrer da execução de seus projetos.

A ausência de planejamento afeta e gera dificuldades na grande maioria das empresas da área da construção civil. Conforme Goldman (2004), um canteiro de obras bem organizado reduz significativamente as perdas dos materiais normalmente decorrentes de transportes e estocagens, além disso ocasionam maior rendimento de horas referentes ao transporte de materiais e seus deslocamentos nos ambientes de trabalho. Com a má elaboração do projeto de planejamento os resultados dos serviços não são claros, e os motivos dos excessos tanto pela perda de material como pelo tempo a mais de trabalho ficam difíceis de serem detectados.

1.1 PROBLEMA

Basta apenas uma visita em qualquer obra para perceber que muitos dos empreendimentos do mercado imobiliário não estão seguindo ou sendo executados conforme o previsto. Considerado por muitos um investimento de baixo risco e de boa rentabilidade, gestores ainda tem dificuldades na sua realização e no seu controle, refletindo esta lacuna indo desde a não obtenção dos lucros estimados ou

(14)

até mesmo lucro nenhum, até o não cumprimento dos prazos estipulados e esperados no negócio.

Segundo Vargas (1997), perda é aquilo que se gasta além do estimado para a andamento de um produto ou serviço além do que é estritamente necessário, como: mão de obra, material, tempo, dinheiro entre outros. O que muda um pouco na construção civil é o fato de que as perdas não envolvem apenas desperdício de materiais, mas também quando há a má utilização ou gestão quanto uso de materiais, mão de obra e equipamentos.

Quando os desvios são constatados, os mesmos já estão presos de uma forma muito forte ao produto ou ao seu processo, não existindo meios para reavaliar os procedimentos, analisa-los e se for preciso anula-los e refaze-los de uma forma alternativa para que garanta mais rentabilidade ao todo da obra, uma alternativa para o futuro que possa produzir efeitos positivos são ações que venham a compensar as perdas já ocorridas (ROCHA, 1994).

Assumpção (1996) defende que na grande maioria dos casos os objetivos do planejamento não estão obrigatoriamente no contexto da produção, mas quase sempre voltados para busca de estratégias que tornem viável ou que potencializem os resultados do empreendimento. Convém deixar claro o enfoque principal do controle na construção civil, por se tratar de produtos com ciclos longos, não seriados, onde os desafios não podem ser corrigidos, mas sim balanceados.

1.1.1 Questões de Pesquisa

Considerando a enorme importância do orçamento, controle e no planejamento na execução de uma obra, e sua relação direta com controle de custos, rentabilidade, negociação com fornecedores e cumprimento de prazos, com este estudo, pretende-se responder o seguinte questionamento: qual a diferença entre o quantitativo de materiais previstos e utilizados na realização de uma obra residencial?

(15)

1.1.2 Objetivos de Pesquisa

O objetivo geral é apontar as divergências existentes entre os quantitativos previstos dos materiais com o que realmente foi utilizado na execução de uma edificação residencial unifamiliar no município de Augusto Pestana - RS.

E os objetivos específicos são:

a) Identificar as etapas e serviços fundamentais para a realização de uma obra de construção civil;

b) Realizar o levantamento através do orçamento o quantitativo de cada um dos serviços;

c) Definir a quantidade precisa de materiais e seu custo partindo do quantitativo dos serviços;

d) Acompanhar a obra para verificação do quantitativo destes materiais e se estes realmente foram utilizados;

e) Realizar a comparação entre o previsto e o realizado.

1.1.3 Delimitação

Partindo de uma quantificação de uma edificação a ser executada no município de Augusto Pestana – RS, foram extraídos a quantidade necessária de materiais dos serviços necessários para a sua execução. Por meio de análise in loco e auxílio das tabelas SINAPI, foram mensuradas as quantidades de materiais que realmente foram utilizadas para a execução do serviço. Além disso, este trabalho tem a finalidade de constatar a existência ou não de divergências entre o quantificado (previsto) em conjunto com a tabela SINAPI e a quantidade efetivamente utilizada de materiais para a execução da obra.

(16)

2 EMBASAMENTO TEÓRICO

Neste capítulo apresentam-se referenciais teóricos sobre o que se baseou este estudo, bem como sua definição, as principais características para a realização deste projeto e demais conceitos ligados ao tema.

2.1 PERDAS NO CANTEIRO DE OBRAS

Segundo Mattos (2015), para definir e explicar o que é perda deve ser levado em consideração a concepção de produção. A perda acontece quando uma quantidade de um determinado insumo é maior que a necessária. Portanto, perda é tudo que foi consumido e utilizado além da quantidade necessária para determinado serviço.

Souza (2005) afirma que o desperdício vem atraindo gradativamente leigos e profissionais de várias áreas da construção civil e isso tem gerado grande discussão, coloca ainda que tais perdas podem chegar a um terço do custo final de uma obra.

Limmer (2013) defende que existem perdas por não possuírem um planejamento de boa qualidade, o qual se define por um método em que se estabelecem objetivos, onde se discutem todas as possibilidades de ocorrência das situações que podem e vão acontecer, vinculam-se informações como um todo, e comunicam-se todos os resultados, tanto entre pessoas, unidades de trabalho, ou até mesmo entre empresas.

Segundo Mattos (2006), existem perdas capazes de serem evitadas e outras não, com relação a ferragem por exemplo, sempre haverá alguma sobra que não poderá ser utilizada, portanto tal perda é inevitável. Quando se trata de concreto, as perdas ocorrem no lançamento do mesmo, formas que irão deformar, fabricação mais que o necessário, restos que ficam na betoneira, entre outros. Porém, as maiores perdas deste quesito são de diferenças de dimensões, como nas lajes, reboco, chapisco e contra piso, tratando-se de madeiras, tais perdas ocorrem por sobras de corte e montagem. Outros causadores de desperdício são:

(17)

b) Armazenamento impróprio;

c) Manuseio e transporte impróprios; d) Roubo;

O problema da perda de materiais e insumos vai além do desperdício. Segundo Souza (2005), ocorre a perda de material sempre que se utiliza uma quantidade deste material ou insumo, maior que o realmete necessária; logo, em uma obra mal projetada, é possível haver utilização mais do que necessária de alguns insumos, gerando assim pouca eficiência no projeto. São classificadas por:

a) Perdas segundo o tipo de recurso consumido; b) Perdas segundo a unidade para sua medição;

c) Perdas segundo a fase do empreendimento em que ocorre; d) Perdas segundo o momento de incidência na produção; e) Perdas segundo sua natureza;

f) Perdas segundo a forma de manifestação; g) Perdas segundo sua causa;

h) Perdas segundo sua origem; i) Perdas segundo seu controle.

As elevadas perdas juntamente com a pouca produtividade e qualidade do setor, estão diretamente ligados às deficiências no planejamento e no controle das obras. Planejar é a garantia de respostas rápidas e de conhecimento do empreendimento, permitindo assim mais rendimento na condução dos trabalhos e contenção de problemas futuros (MATTOS, 2010).

O planejamento geral da obra pode envolver de forma tanto de forma direta quanto indireta o consumo e aquisição de materiais, podendo assim priorizar por necessidade de cada material e tipo de serviço, podendo ser influenciado pela análise dos consumos esperados. A maior interação entre planejamento e gestão do consumo é o orçamento, cuja importância está acima de uma mera estimativa de custo total da obra (SOUZA, 2005).

Conforme com Mattos (2006), durante a orçamentação é necessário que o construtor preste atenção quanto as perdas dos insumos que inevitavelmente irão ocorrer. As perdas têm diversas origens e só podem ser controladas ou combatidas até determinado ponto. Apesar dos altos números de desperdício que se encontram hoje, existe a crença de que tais perdas, de certa forma são normais devido a cultura

(18)

de que isto faz parte do método de construção, porém, isto influencia na lentidão da introdução de programas que visam a melhoria da qualidade nas obras. O controle e a contenção das perdas devem iniciar juntamente com a obra e realizado por toda a equipe construtora, os maiores casos de prejuízos são decorrentes dos desperdícios numerosos de materiais.

Golzález (2008) defende, para que tenha a redução efetiva dos desperdícios dos materiais, principalmente por perdas no armazenamento, seja instaurado e aplicado no momento certo a programação da obra, haja vista que esta está diretamente relacionada com o planejamento a curto prazo. Sua importância é de ordenar corretamente as atividades para que se torne possível alugar, contratar ou adquirir os equipamentos, materiais e mão de obra que se farão necessários na etapa adequada, prevenindo perdas e atrasos decorrentes de tal problema.

Uma das formas de economizar insumos é o reaproveitamento, pois os materiais não permanentes podem ser empregados mais de uma vez na obra. Quanto mais for reutilizado determinado insumo, menos custo a obra terá com aquele insumo. Tal prática irá depender de fatores que incluem qualidade na mão de obra, qualidade do material, cuidado no manuseio e do projeto (MATTOS, 2006).

As chances de obtenção de sucesso de quaisquer atividades sempre irão depender de um bom projeto e de uma boa programação. Souza (2005) acredita que um bom controle de produção também seja um ponto forte a ser sempre observado. Em particular na construção civil, indústria extremamente complexa, onde o processo se modifica ao longo da elaboração do produto, o controle torna-se ainda mais relevante.

Levando em conta a evolução tecnológica construtiva, condução das obras com aumento de velocidade, e muitas vezes não sabendo tomar as decisões adequadas para o cumprimento dos custos e prazos, gerando consequentemente atrasos e custos adicionais, entre outros problemas somados a estes citados. E, deste modo, devido ao grande número de obras sofrerem com o problema de planejamento e orçamentos mal realizados, e até mesmo sua ausência motivou-se a escolha do tema para este trabalho.

Assim sendo, este trabalho possui como proposta analisar as divergências de quantidade de materiais utilizados no canteiro de obras, em relação ao previsto no

(19)

projeto. E com isso, determinar o impacto nos custos, e analisar as consequências das perdas no resultado final do empreendimento.

Existem as perdas evitáveis e também as não evitáveis. Um bom exemplo são as ferragens que mesmo tentando utilizar ao máximo, sempre haverá alguma sobra que não poderá ser utilizada, portanto neste caso, a perda é inevitável. No caso do concreto, as perdas ocorrem no lançamento, formas que irão deformar, fabricação mais que o necessário, entre outros (MATTOS, 2006).

Souza (2005) defende que o problema da perda de materiais e insumos vai além do desperdício. Ela ocorre toda vez que se utiliza uma quantidade maior que a necessária. Logo em obras mal projetadas, é possível haver utilização mais do que necessária de alguns insumos, gerando, portanto, pouca eficiência no projeto. As perdas estão classificadas como:

a) Perdas segundo o tipo de recurso consumido: a produção de uma obra demanda um grupo de recursos, que podem ser classificados com dois maiores grupos: o dos recursos físicos onde normalmente são mais discutidos, onde se enquadram materiais, mão de obra e equipamentos, e o dos recursos financeiros onde a mesma pode estar consumindo mais unidades monetárias, podendo vir a ser consequência de perdas físicas, é bastante clara a necessidade de se separarem os 2 grupos para se melhorar a atuação sobre os mesmos (por exemplo, o operário deveria estar preocupado em não quebrar as placas cerâmicas, enquanto o setor de suprimentos estaria mais envolvido com o preço de diferentes placas cerâmicas disponíveis no mercado).

b) Perdas segundo a unidade para sua medição: as perdas podem ser medidas em diferentes unidades como volume, massa e unidades monetárias, vale lembrar que o valor das perdas pode alterar bastante se for adotado outra unidade de medida.

c) Perdas segundo a fase do empreendimento em que ocorre: ocorre toda vez que se estabelece um consumo de material superior ao teoricamente necessário, caso muito comum em superdimensionamentos com finalidade estético, sem ter a real necessidade.

d) Perdas segundo o momento de incidência na produção: na produção que ocorre grande parte das perdas nas obras, isto se dá pelo consumo excessivo

(20)

de materiais quando se faz necessário, ou simplesmente se opta por produzir os determinados materiais in loco.

e) Perdas segundo sua natureza: as perdas físicas dos materiais podem ocorrer sob três diferentes tipos. Furto ou extravio, que gerlamente ocorre em obras de pequeno porte por justamente ter menor controle de entrada e saída de materias. Entulhos, que são as causas mais comuns das perdas onde literalmente se joga material fora que poderia ser reutilizado, e por último a perda incorporada que ocorre em dimensionamentos mal feitos como exemplos em lajes ou rebocos com expessura acima do especificado.

f) Perdas segundo a forma de manifestação: além das já citadas, roubo, entulho e incorporada, existem outras com diferentes formas de manifestação, como exemplo areia recebida com volume menor da emitida em nota fiscal, sacas de cimento empedradas, aço desbitolado dentre outros.

g)

Perdas segundo sua causa: as causas de uma certa perda seria a razão imediata para que ela tenha acontecido. Assim é que, para as várias manifestações possíveis, podem-se elencar as prováveis causas que por sua vez pode ser fruto de diferentes causas.

h) Perdas segundo sua origem: embora a causa da perda de blocos possa ter sido o uso de colher de pedreiro para executar seu corte, poder-se-ia citar como origem da mesma, a não-compatibilidade das dimensões das paredes com as dos componentes de alvenaria disponíveis, gerando a necessidade de corte dos mesmos. Portanto, a origem estaria na fase de projeto, apesar de a manifestação se associar à etapa de processamento intermediário da fase de produção

i) Perdas segundo seu controle: as perdas são separáveis, em duas parcelas, a evitável, e a denominada inevitável. À parcela evitável dá-se o nome de desperdício. A distinção do que seja desperdício, em relação à perda inevitável, depende do estabelecimento de critérios, os quais não são normalmente de forma geral, pode-se aceitar-se que o desperdício seja a parcela das perdas técnicas e economicamente evitável. Provavelmente, para empresas diferentes, o limite entre o evitável e o inevitável não seja exatamente o mesmo, dependendo do nível de tecnologia existente na empresa.

(21)

As elevadas perdas na construção civil juntamente com a produtividade baixa e qualidade do setor, estão diretamente ligadas às deficiências no planejamento e no controle das obras. Planejar é a garantia de respostas rápidas e de conhecimento do empreendimento, permitindo assim mais rendimento na condução dos trabalhos e contenção de problemas futuros (MATTOS, 2010).

2.2 PLANEJAMENTO DE OBRAS

Segundo Rodrigues (2013), o planejamento baseia-se em um grupo de conceitos e de metodologias disponíveis para serem utilizados no desenvolvimento de empreendimentos para alcançar os objetivos esperados. O principal objetivo de um bom gerenciamento é garantir, antes, de mais nada, o melhor desempenho juntamente com melhor qualidade de obra, respeitando o prazo e o custo estimado no planejamento do projeto. O planejamento está diretamente ligado com uma boa produtividade da obra, com uma boa qualidade e desempenho, gerando assim menos consumo e desperdício de materiais, mão de obra e equipamentos.

Gonzáles (2008) defende que o planejamento da construção consiste na organização para que a execução seja feita, e inclui o orçamento e a programação da obra. O orçamento contribui para o melhor entendimento das questões e melhor aproveitamento do tempo, conseguindo assim dividir as atividades e atender ao que se pede sem perder tempo e consequentemente material.

Mattos (2010) afirma que o planejamento busca antecipar os processos e métodos de construção da obra, gerando assim prazos e metas para a busca do objetivo. Podendo ser dividido em três etapas, sendo elas: o estudo do projeto, a definição da metodologia, a geração do cronograma e programações. Basicamente o planejamento é a sequência das operações que a empresa deve ter e seguir, é ele que apresenta aquilo que a empresa deve acompanhar para alcançar o objetivo esperado, na grande maioria dos casos estes objetivos relacionam tempo e economias em geral.

O planejamento se constitui em um dos principais fatores para o sucesso de qualquer empreendimento, seja ele qual for. Tratando-se de construção civil, faz-se necessário algum tipo de sistema que consiga canalizar informações e conhecimentos dos mais diversos setores e áreas, e posteriormente, direcioná-los

(22)

de tal forma que todas essas informações e conhecimentos sejam utilizados e reunidos como uma grande rede, para que ao findar a construção não haja divergências prejudiciais (GOLDMAN, 2004).

Segundo Mattos (2010) o planejamento é uma junção de amplas atividades, que envolve orçamento, compras, gestão de pessoas, entre outros. No momento em que um planejamento é aderido, o gestor utiliza vários métodos para priorizar suas ações, acompanhar o andamento de todos os serviços, comparar o estágio da obra com o apoio de base do planejamento, e tomar decisões em tempo hábil quando algum desvio é detectado. Destaca ainda, que o gestor, quando planeja uma obra, adquire elevado grau de conhecimento do empreendimento, sendo mais eficiente na condução dos trabalhos, e sabendo lidar com imprevistos quando se fazem necessários.

Segundo Limmer (2013) pode ser descrito como planejamento, os processos aonde se estabelecem os objetivos propostos, debatendo todas as possibilidades de ocorrência das situações previstas e imprevistas. Juntam-se todas as informações, e comunicam-se todos os resultados, tanto entre unidades de trabalho, entre departamentos de uma empresa, ou até mesmo entre as próprias empresas.

O planejamento maximiza a eficiência do empreendimento, pois de acordo com Mattos (2010), garante à obra os seguintes benefícios:

a) Conhecimento pleno da obra: pensar no trabalho poucos dias antes do início da obra pode ter resultados inesperados, por isso os profissionais devem estudar bem os projetos da obra para que possa fazer um planejamento de qualidade, evitar imprevistos indesejáveis e chegar no resultado final esperado.

b) Detecção de situações desfavoráveis: quando se consegue prevenir situações, oportunidade de prever o que pode se tornar desfavorável acaba surgindo, e junto com isso pode-se prever indícios de não conformidade, ganhando assim tempo para tomar medidas preventivas e de correção minimizando os impactos no custo e prazo, intervenções nas fases de execução ou finalização da obra podem não serem eficazes ou irreversíveis, tendo no global um custo bem maior se comparado a intervenções nas fases iniciais.

(23)

c) Agilidade de decisões: o controle junto com o bom planejamento da obra permite que o gestor possa ter conhecimento e confiança para poder tomar decisões de forma correta na hora certa, com agilidade e segurança.

d) Relação com o orçamento: com o fundamento de identificar a chance de melhorias no geral da obra, o orçamento deve andar lado a lado com o planejamento.

e) Otimização da alocação dos recursos: com o planejamento bem analisado, o gerente da obra pode ajustar as folgas existentes entre as etapas da obra, podendo assim nivelar seus recursos, alocar melhor seus equipamentos e materiais, e caso se faça necessário, ajustar despesas sem prejudicar a obra.

f) Referência para acompanhamento: o cronograma feito durante o planejamento da obra é de suma importância, pois permite que as etapas sejam acompanhadas e verificadas se o previsto está sendo realmente realizado conforme prazo estipulado.

g) Padronização: o planejamento norteia tanto o gestor quanto a equipe para que juntos possam formularem planos de ataque na obra, melhorando a comunicação entre todos os setores.

h) Referência para metas: com um planejamento de qualidade e cronogramas bem elaborados, a empresa pode criar planos de metas e cumprimentos de prazos para estimular as equipes na execução das etapas da obra.

i) Documentação e rastreabilidade: para melhor análise do andamento da obra, podem ser criados registros escritos dos trabalhos realizados no geral. Ter uma boa administração contratual também ajudam a empresa para futuras defesas em pleitos e mediações de conflitos internos.

j) Criação de dados históricos: sobre a criação do primeiro cronograma feito pela equipe de planejamento, a equipe tem a possibilidade de fazer comparação com obras semelhantes.

(24)

k) Profissionalismo: com um bom planejamento a empresa consegue transmitir uma boa impressão e inspira confiança por parte de investidores para negócios futuros.

Também segundo Mattos (2010), planejamento da obra tem etapas bem definidas, não importando sua dimensão e complexidade, onde em cada etapa se coletam dados das etapas anteriores, agregando assim algo novo para evoluir no planejamento da obra, e aprender no decorrer da mesma. Para um bom planejamento deve ser seguido o roteiro com tais passos:

a) Identificação das atividades: equivale a todas as atividades que irão compor o cronograma da obra, tem grande importância pois se alguma atividade não for relacionada o cronograma estará inadequado, resultando em erros e atrasos futuros na execução da obra, e consequentemente custos adicionais.

b) Definição das durações: é quantidade de tempo que a atividade levará para ser executada, e depende da quantidade de serviço, da produtividade da equipe, e da quantidade de recursos disponibilizados na obra.

c) Definição da precedência: o planejador levanta as atividades analisando a particularidade de cada serviço e a dependência entre elas, para assim montar uma sequência de atividades, respeitando cada uma no seu determinado tempo.

d) Montagem do diagrama de rede: é a organização das atividades de forma gráfica, onde tem se a sequência lógica das atividades a serem realizadas, suas durações e dependências entre si, que possibilitam ao gestor e a equipe, ter melhor entendimento do projeto e do fluxo correto das atividades a serem executadas.

e) Identificação do caminho crítico: o diagrama de rede produz a sequência das atividades, onde é possível ver o caminho mais longo que será o prazo total da obra. Esse é considerado o caminho crítico, que deve ser monitorado constantemente pelo gestor, para ver se a obra está dentro do tempo estipulado no cronograma.

f) Geração do cronograma e cálculo das folgas: o cronograma apresenta de uma forma fácil de ser interpretada a posição de cada atividade no decorrer

(25)

do tempo. Com o cronograma em mãos se consegue a análise das atividades que não estão no caminho crítico, calculando suas folgas para que se possa transferir as atividades caso algum atraso ou imprevisto surja na obra.

Limmer (1997) conclui dizendo que durante a concretização de um projeto, os parâmetros definidos para a sua execução deverão ser devidamente controlados a fim de que os objetivos propostos sejam alcançados dentro dos padrões esperados e estabelecidos. Para isso, faz-se necessário o controle de projeto, onde basicamente sua função principal é detectar equívocos indesejados e prejudiciais.

Tratando-se das empresas de construção, o setor de planejamento técnico interliga-se senão com todos, com quase todos os outros setores da empresa. Para que se conheça como este mecanismo funciona, Goldman (2004) descreve a seguir o relacionamento do planejamento com os demais setores:

a) Setor de planejamento e setor de arquitetura: a partir das especificações a serem adotadas na obra, coordenação do projeto arquitetônico com outros projetos (cálculos de estrutura, instalações elétricas e hidrossanitárias, etc), novos materiais e serviços trabalhando em conjunto com a economia nos custos;

b) Setor de planejamento e setor financeiro: pela viabilidade econômica do empreendimento a partir do orçamento detalhado e cronograma físico-financeiro da obra, previsões de despesas da construção em períodos de interesse;

c) Setor de planejamento e o setor contábil: em função dos dados relativos às despesas de construção para posterior avaliação, planejamento e controle dos custos das obras;

d) Setor de planejamento e o setor de processamento de dados: partindo dos orçamentos, cronogramas físico-financeiros, controle de materiais e serviços, controle de despesas de construção, previsões financeiras, projetos, estão de contratos e relatórios físico-financeiros;

e) Setor de planejamento e o setor de tesouraria: pelo envio das previsões de despesas;

(26)

f) Setor de planejamento e o setor jurídico: em função do orçamento, cronograma físico-financeiro, NBR 12721, especificações, cronograma detalhado;

g) Setor de planejamento e o setor de compras: pela análise de propostas, sistema de concorrência para determinados serviços ou materiais, conferência de pedidos e preços atualizados.

h) Setor de planejamento e o setor de engenharia-obras: em relação às informações mensais de entrada de materiais, gastos, locais de utilização e quantidade em estoque, previsão de despesas, planilhas para obter produções efetuadas na obra, históricos técnicos de materiais e serviços.

2.2.1 Tipos de planejamento

Segundo González (2008), Bernardes (2012) e Mattos (2010), existem três tipos de planejamento: planejamento de longo prazo, planejamento de médio prazo, e planejamento de curto prazo.

2.2.1.1 Planejamento de longo prazo

Bernardes (2012) entende que o planejamento de longo prazo possui grande importância na gestão do empreendimento. Porém em virtude do ao alto grau de incerteza que há no ambiente de trabalho, esse planejamento deve ser apresentado com pouco detalhamento.

Conforme González (2008), o planejamento de longo prazo é mais global, com baixo grau de detalhamento, levando em consideração grandes definições, tais como emprego de mão de obra própria ou terceirizada, nível de mecanização, organização do canteiro de obra, prazo de entrega, forma de contratação (preço de custo ou empreitada), e relacionamento com o cliente. O plano inicial tem pequeno nível de detalhamento, em geral indicando itens maiores, como “fundações”, “estrutura”, “alvenaria” dentre outros.

Mattos (2010), defende que o planejamento de longo prazo consiste no primeiro nível de detalhamento do planejamento. Ela tem um cunho mais genérico, adequado aos níveis mais altos de gerência, contendo em sua descrição poucos itens,

(27)

geralmente apresentados em meses. A programação de longo prazo serve basicamente para a visualização geral das etapas.

Bernardes (2012) defende que o planejamento de longo prazo pode ser subdividido nas seguintes partes:

a) Coletar informações: nessa etapa todas as informações para o processo de planejamento são coletadas, podendo ser este para o planejamento de médio prazo no caos da obra já estar em fase de construção.

b) Preparar plano de longo prazo: a elaboração dos planos de longo prazo depende, além de outros, da disponibilidade financeira que a empresa possui para o empreendimento em questão, nesta preparação a utilização de ferramentas técnicas conhecidas se fazem presentes.

c) Gerar fluxo de caixa: caso haja diferenças entre receitas e despesas calculadas no princípio do planejamento deve-se gerar um novo fluxo de caixa, podendo assim o gestor redirecionar suas metas, sem problemas de indisponibilidade financeira.

d) Contratar mão de obra: Nesta etapa a necessidade de mão de obra é divulgada.

e) Comprar ou alugar equipamentos: etapa realizada pelo setor de suprimentos com os recursos recebidos da empresa, porém os diretores da empresa decidirão a compra ou aluguel de determinado equipamento.

2.2.1.2 Planejamento de médio prazo

A planejamento de médio prazo segundo Mattos (2010), consiste no segundo nível de detalhamento. Sua função básica é viabilizar a elaboração de um plano de compra de materiais e equipamentos, identificar a necessidade de novos recursos, treinar a mão de obra em tempo hábil e antever interferências. Mais detalhada do que a de longo prazo, essa programação serve bem aos gerentes da obra.

O planejamento de médio prazo tem a finalidade de mostrar ao gestor para que ele possa organizar as atividades subsequentes das atividades que já estão sendo realizadas. Neste nível de planejamento pode haver diferenças de uma empresa para outra quando se tratando dos procedimentos adotados. Em obras de conclusão rápida e com alto grau de incerteza, podem ser utilizadas estratégias de

(28)

planejamento de quatro semanas, com ciclos de controle semanais. Porém em obras lentas e com baixo grau de incerteza, pode-se utilizar estratégias de planejamento de até quatro semanas, com ciclos mensais para replanejamento se algo não ocorrer como o planejado, (COELHO, 2003).

De acordo com González (2008), o nível de planejamento de médio prazo trabalha com atividades ou serviços a serem executados nos próximos 4 a 6 meses. Nesse nível de planejamento se atenta para a remoção de empecilhos perante a produção, através da identificação com antecedência da necessidade de compra de materiais ou contratação de um número maior de funcionários.

Bernardes (2012) afirma que é neste nível de planejamento que as metas que foram propostas no longo prazo são detalhadas e separadas em pacotes de trabalho. Complementa ainda que as etapas mais relevantes envolvidas nesta fase do planejamento são:

a) Coletar informações: as informações utilizadas nesta etapa de planejamento são coletas tanto no longo prazo como também no curto prazo, podendo assim o gestor conseguir preparar melhor o campo de trabalho para o planejamento a seguir que é de curto prazo.

b) Analisar fluxos físicos: visa reduzir os conflitos que eventualmente ocorrem entre as equipes que trabalham ao mesmo tempo, no mesmo campo, sendo assim de suma importância, além disso verificam os pacotes de trabalho, reduzindo a movimentação inadequada de materiais.

c) Prepara o plano de médio prazo: pode ser elaborado através de diagramas, apresentando assim graus de detalhamento maiores e mais complexos com os apresentados no longo prazo.

d) Contratar mão de obra: nessa etapa, é feito o processo de seleção e contratação de mão de obra qualificada, tendo em vista que a mesma deve ocorrer dentro do prazo programado para que futuramente não se tenha problema no curto prazo.

(29)

2.2.1.3 Planejamento de curto prazo

Para Gonzalez (2008), o planejamento de curto prazo enfatiza a execução propriamente dita. Neste planejamento é desenvolvida uma programação para o tempo de 4 a 6 semanas, detalhando minuciosamente as atividades a serem executadas. Nesse caso a garantia do fornecimento de materiais e mão de obra já está garantida, assim como o conhecimento do ritmo que a obra irá tomar. Adota-se a ideia de produção protegida contra os efeitos da incerteza, ou seja, as atividades programadas têm maior chance de ocorrerem sem empecilhos.

Para Mattos (2010) o planejamento de curto prazo consiste no terceiro nível de detalhamento. Ela é a programação em nível operacional feita para os engenheiros de campo, mestres e encarregados, é ideal para identificar as causas pelas quais as tarefas da semana atrasaram ou não iniciaram conforme o planejado. Seu alcance é semanal ou quinzenal e sua função é estabelecer diretrizes claras e imediatas.

Segundo Bernardes (2012), o planejamento de curto prazo, busca orientar de forma direta a execução das etapas da obra, tendo como base os pacotes de trabalho fixados no médio prazo, é ainda neste nível que as ferramentas e equipamentos são disponibilizados aos trabalhadores. As etapas essenciais envolvidas no curto prazo são:

a) Coletar informações: nessa etapa são utilizadas todas as informações detalhadas do plano de curto prazo.

b) Prepara o plano de curto prazo: após a coleta de todas as informações para o desenvolvimento deste plano, são realizadas as propostas do curto prazo para as semanas seguintes e discutidas entre os gestores.

c) Executar a obra: essa etapa ocorre no dia da obra, através das propostas do processo de planejamento.

2.3 CONTROLE DE OBRAS

Ao longo da execução da obra, o progresso da produção é controlado e monitorado, e os resultados dessas informações são utilizadas parar atualizar os planos e preparar relatórios sobre a prática da obra (FORMOSO, 1991). A qualidade do controle e do monitoramento está diretamente ligada à qualidade do

(30)

planejamento elaborado com antecedência e com a qualidade do acompanhamento físico-financeiro do empreendimento, pois, quanto melhor a organização da empresa e da obra, maior a probabilidade de as informações estarem coerentes, tendo como resultado um bom controle e consequentemente mais sucesso ao findar a obra (GOLDMAN, 2004).

Para Limmer (2013), o maior objetivo do controle de obras é identificar os equívocos e assegurar que seja cumprido aquilo que foi planejado, garantindo que execução e planejamento andem juntos e sem divergências. Tal controle representa o final do ciclo do gerenciamento de uma obra, com constante acompanhamento do que foi executado e analisando com os resultados obtidos, com o propósito de comparar com o planejado, e identificar os desvios que por ventura ocorreram estabelecendo condições para corrigir os desvios encontrados.

Goldman (2004) destaca que assim como o planejamento, o controle da obra é de suma importância para o empreendimento, para isso o controlador deve possuir um vasto conhecimento dos mais diversos serviços que irá controlar e se deparar. Limmer (2013) estabelece que para que o controle tenha maior eficiência, deva existir um sistema que se encaixe com as particularidades que cada projeto possui, sistema esse capaz de:

a) associar-se com as outras funções do projeto;

b) tornar-se econômico, para explicar seu custo operacional;

c) autorizar e adiantar que a gerência seja informada um rápido prazo sobre os desvios, com intuito de que as ações corretivas possam ser iniciadas dentro do prazo previsto;

d) ser do conhecimento de todos e ao mesmo tempo acessível aos envolvidos no processo;

e) possuir agilidade para ajustar-se rapidamente às mudanças do ambiente organizacional.

Cimino (1987) aponta que as melhorias nas condições construtivas para que o produto final entregue tenha uma melhor qualidade, acontece pelo fato de existir um bom controle. O gestor deve estar atento para que não haja desaprovação na qualidade final do produto entregue, podendo trazer constrangimento.

Segundo Bernardes (2012), grande parcela do controle feito dentro das empresas não é formal, não utilizando indicadores para o planejamento produção,

(31)

dificultando no momento em que é necessário tomar decisões de ações corretivas. Tal controle é desenvolvido dentro da própria empresa, entre troca de informações entre as equipes de produção, o engenheiro e o mestre de obras. Complementa também que o processo de controle não formal pode trazer agilidade nas decisões momentâneas, porém podem surgir dificuldades sequentes na execução de atividades novas.

Limmer (2013), diz que há dois tipos de sistemas de controle. O primeiro é denominado de princípio da execução, aonde as variações e os desvios são comunicados ao gestor depois de elas ocorrerem, sendo que o gestor não é informado se a execução ocorreu como esperado. O segundo é chamado de princípio da previsão, onde o gestor é informado com frequência a respeito de todos os resultados obtidos durante a obra, independente se a obra está ou não saindo como o planejado.

Formoso (1991) afirma que quando o controle não é feito de forma dinâmica e somente baseado na troca de informações verbais entre engenheiro e o mestre de obras, desejando um curto prazo de execução e sem relação com o plano de longo prazo, o mesmo resultará em mau uso e perdas de recursos.

2.4 ORÇAMENTO DE OBRAS

Segundo Goldman (2004) o orçamento da obra é a mais importante das informações que o empreendedor deseja conhecer ao estudar qualquer projeto. Seja ele para dar lucro ou não. Entende-se que a construção implica gastos consideráveis independente de qualquer situação, por isso se faz necessário em qualquer caso saber se o empreendimento estudado será ou não viável.

De acordo com Mattos (2006) quanto mais detalhado e especificado for o projeto, mais retorno positivo ele trará para o gestor e para a obra. O gestor poderá ter mais detalhes para a execução do seu empreendimento, controlando assim melhor seus custos, e a obra por sua vez terá mais qualidade.

Um orçamento pode ser definido como a determinação dos gastos totais necessários para a realização de um projeto, de acordo com um plano de execução previamente estabelecido, gastos convertidos em termos quantitativos (LIMMER, 2013). Para González (2008) um orçamento se define como uma previsão de quanto

(32)

o empreendimento irá custar. O custo total da obra é a soma de todos os valores gastos para a implementação do empreendimento, sendo que o preço final é o custo total da obra somado ao lucro esperado.

Por parte empresarial, para se obter um bom planejamento, precisa-se ter um bom e confiável orçamento. Coelho (2001) diz que orçamento compreende o levantamento da quantidade de serviços necessários e executados na obra, seus preços unitários e o preço total da obra. Além disso, o levantamento quantitativo de serviços deve conter a descrição dos serviços, com suas respectivas unidades de medida, e o quantitativo de materiais que serão utilizados.

Segundo Limmer (2013) para que o orçamento de um projeto esteja completo ele deve satisfazer as seguintes finalidades:

a) Terá de ter definido o custo de cada serviço ou atividade que será executado no decorrer da obra, para que ao final de todas atividades o gestor possa ter o custo total da obra;

b) Após seu término ele deve estar firmado em forma de documento contratual, servido de base na hora dos pagamentos e faturamentos, para a empresa que irá executar o empreendimento;

c) Servirá como referência para que o gestor possa analisar se os recursos descritos e orçados para a obra estão de acordo com o que o orçamento promete.

d) Deve ser um instrumento de direção na hora da execução do projeto, fornecendo informações técnicas confiáveis para que a empresa possa se garantir e concorrer em alto nível no mercado de trabalho.

Para realização do levantamento de quantitativos dos materiais, pode ser utilizado várias ferramentas como softwares, planilhas, pesquisas de mercado, mas uma das formas mais utilizadas é com o auxílio da tabela SINAPI.

2.4.1 Levantamento quantitativo das atividades

O levantamento quantitativo é uma das principais etapas que o orçamentista deve abordar, mas em algumas vezes ele pode não ter essas informações de forma detalhada, principalmente quando não possuir projetos completos (MATTOS, 2006).

(33)

Para Limmer (2013) o levantamento quantitativo de atividades deve ser realizado ainda na fase de planejamento da obra, e deve atender a um grau de detalhamento compatível com o controle que o gestor pretende ter e seguir na obra executada.

Este levantamento, segundo Dias (2011), é um ponto muito importante no planejamento de um orçamento, e deve ser conduzido com firmeza pelo orçamentista da obra, que através da análise do projeto, das especificações técnicas e plantas organizadas poderá obter um levantamento confiável do mesmo. Para Coelho (2001) o levantamento deve ser realizado pelo orçamentista, tendo ele em mãos a maior quantidade possível de projetos e informações, entre eles estão os projetos de estrutura, arquitetônicos e complementares, além de memoriais descritivos.

Mattos (2006) ainda destaca que essa parte é a mais exigente para o orçamentista, pois ele deve ter grande cuidado e ao mesmo tempo competência com leitura de projetos, consulta de tabelas de engenharia, cálculo de áreas e volumes, entre muitos outros itens que compõem o orçamento. As memórias de cálculos devem trazer informações claras e devem ser fáceis de manipular, para facilitar o entendimento de outras pessoas que para algum fim necessitam utilizar tais tabelas, possam trabalhar sem grandes dificuldades de entendimento.

Segundo Souza (2005), as evidências mostram informações tanto de qualidade como de quantidade que medem e avaliam o procedimento de diferentes tópicos do objeto do estudo. Seu levantamento cria um conjunto de informações podendo ser muito para auxiliar quanto à tomada de decisões, o que torna o processo muito útil. De acordo com Goldman (2004), o levantamento quantitativo de atividades pode ser feito tanto manualmente, quanto por meio de programas computacionais, dependendo da disponibilidade e tempo que o orçamentista dispõe.

2.4.2 SINAPI

Conforme a instituição Caixa Econômica Federal (2017), o SINAPI é o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil, que estabelece critérios para elaboração do orçamento de obras da construção civil amparado por lei. A lei de diretrizes orçamentárias desde 2003 é usada como limitador de preços e serviços que usam recursos do orçamento geral da união.

(34)

A CAIXA e o IBGE compartilham toda a gestão do SINAPI. A Caixa Econômica Federal (CEF) é responsável por todo suporte técnico que envolve os serviços de engenharia, onde estão relacionadas todas as especificações de insumos, composição de serviços e orçamentos de referência, além de todo processamento de dados. Já o IBGE, tem como responsabilidade fazer a pesquisa mensal de preços, o tratamento dos dados e a formação dos índices, sendo os dados coletados são realizada em estabelecimentos comerciais, sindicatos da construção civil e indústrias (CEF, 2017).

Para que esses dados possam ser utilizados nos orçamentos, a CEF disponibiliza a partir de links em suas páginas no site, os preços e custos do SINAPI. Podendo o usuário consultá-los, preenchendo as tabelas com dados dos projetos e retirando assim os quantitativos desejados.

Figura 1 - Histórico de desenvolvimento do SINAPI

(35)

2.5 CURVA ABC

Mattos (2008) descreve a curva ABC de insumos como uma relação destes em ordem decrescente de custos. No alto encontram-se os principais insumos da obra se tratando de custo, e à medida que vai descendo, surgem os insumos com menos significado. O nome "curva" procede do gráfico traçado apresentando o percentual acumulado de cada insumo em relação ao valor acumulado total da obra.

A Curva ABC é apresentada com a descrição, unidade, quantidade, custo unitário, custo total e as percentagens unitária e acumulada de cada insumo. Exibe os insumos classificados em ordem decrescente de valor, o que auxilia o engenheiro a identificar os principais materiais, operários e equipamentos necessários à obra. A denominação, Curva ABC, decorre da denominação das faixas.

Uma obra é composta por inúmeras atividades, que demandam equipamentos, materiais e mão de obra (LIMMER, 2013). Tanto para quem vai orçar a obra, quanto para quem gerir, é fundamental saber quais são os principais insumos, o total e qual sua representatividade (MATTOS, 2014). Limmer (2013) frisa como existem muitos itens a serem controlados, faz-se necessário diferenciar os itens de maior importância dos de menor.

Figura 2 - Relação insumos e serviços da curva ABC

(36)

Limmer (2013) explica que a classe A são os itens mais importantes e merecem tratamento especial por parto do gerenciamento da obra, quando se trata de acompanhamento e de controle. A classe C representa os itens de menor relevância e merecem atenção circunstancial. Já a B situa-se em posição intermediária entre as duas anteriormente citadas. As Classes foram divididas em três faixas de percentuais, que citados por Mattos (2014), são os seguintes:

1. Faixa A: engloba os insumos que perfazem 50%;

2. Faixa B: engloba os insumos entre os percentuais acumulados entre 50% e 80% do custo total

3. Faixa C: todos os insumos restantes.

Mattos (2014) destaca que o nome “curva” vem do gráfico que poder ser traçado mostrando a percentagem acumulada de cada insumo no valor acumulado da obra (Figura 3).

Figura 3 - Representação da curva ABC

(37)

3

METODOLOGIA

3.1 MÉTODO DE ABORDAGEM

A pesquisa baseou-se em definir um objeto de estudo no município de Augusto Pestana/RS, e através disto, foram escolhidas as etapas de contrapiso, alvenarias e revestimentos argamassados, lajes, vigas e pilares para realizar o estudo dos materiais que foram previstos e materiais que realmente foram utilizados nesta obra, tornando-o assim um estudo de caso. Visa identificar as possibilidades de divergência entre o previsto e o utilizado, quais os possíveis fatores influenciadores e as características do mesmo, definir opções de controle e retirar dados dos efeitos provenientes destas possíveis causas negativas ou positivas que o objeto de estudo forneceu, como para esse trabalho se realizou coleta de dados numéricos de campo e em documentos, caracterizando-se como pesquisa quantitativa.

Neste acompanhamento que se deu diariamente, foram feitas aferições dos materiais utilizados nas quais, e ao final comparado tal quantitativo com os materiais gastos na execução das mesmas. Com a finalidade de aferir se existem diferenças entre o que foi utilizado e o quantitativo previsto pelas tabelas SINAPI.

O levantamento quantitativo é uma das principais etapas que o orçamentista deve abordar, mas em algumas vezes ele pode não ter essas informações de forma detalhada, principalmente quando não possuir projetos completos (MATTOS, 2006).

A pesquisa quantitativa de acordo com Moreira (2002), se preocupa com a medição objetiva e quantificação dos resultados. Esse tipo de pesquisa busca sempre a exatidão, aferição e perfeição, procurando impedir distorções nas análises e análise dos dados, o que de certa forma visa assegurar as conclusões obtidas diante dos estudos, salienta ainda que de maneira contrária a pesquisa qualitativa, abdica total ou quase totalmente das abordagens matemáticas no tratamento dos dados, trabalhando geralmente com as palavras oral e escrita, com sons, imagens, símbolos dentre outros.

Segundo Gil (2002), um estudo de caso consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outras metodologias, ainda explicita que essa modalidade pode ser dividida em várias etapas como: formulação

(38)

do problema, definição da unidade-caso, determinação do número de casos, elaboração do protocolo, coleta de dados, avaliação e análise dos dados e preparação do relatório.

Assim, o projeto tem como característica ser um estudo de caso que se utiliza tanto de pesquisas bibliográficas quanto comprometimento em acompanhar a etapa da obra para a conclusão do presente trabalho, baseado nesta metodologia, pode-se observar a necessidade de comparar o valor orçado do valor real.

Triviños (1987) estabelece que estudo de caso é uma categoria de pesquisa cujo objeto é uma unidade que se analisa com mais profundidade. Tendo como objetivo aprofundar ainda mais a descrição de determinada realidade.

Os estudos de caso podem ser constituídos tanto de apenas um, quanto de múltiplos casos. A justificativa da utilização de um único é quando o caso estudado é único ou extremo, como, por exemplo, uma empresa que apresenta características peculiares referente à solução de seus conflitos de trabalho ou tem problemas administrativos peculiares (GIL, 2002).

3.2 TÉCNICAS DA PESQUISA

Como propósito, este estudo consistiu-se em acompanhar e descrever as etapas construtivas de uma obra de construção civil, aonde a mesma comparou e identificou os materiais quantificados e utilizado na mesma. E, posteriormente se elaborou diagnósticos que mostrou qual foi o resultado final e se este está de acordo com o propósito da construção civil se tratando de orçamento e planejamento de obras. Caracterizando-se assim, como um estudo de caso.

Segundo Gil (2002), o fator inicial para a constituição de uma científica, é conhecido pelo delineamento da pesquisa. No planejamento da pesquisa é que envolve a criação de diagramas e a coleta de dados, tendo como principal objetivo possibilitar que futuras pesquisas sejam executadas com excelência e que tenham resultados semelhantes.

(39)

Tem-se a possibilidade de dividir o delineamento em duas etapas, na primeira etapa se realiza a pesquisa através de informações impressas como: livros, revistas, documentos impressos ou eletrônicos. Já na segunda etapa utilizam-se pesquisas realizadas por meio de dados obtidos através de estudos feitos por outras pessoas ou até experimentos, apresentando a pesquisa experimental com seus resultados, o levantamento, estudo de caso, pesquisa de ação e participante. A Figura 2 apresenta o método de abordagem proposto para a realização da pesquisa.

Fonte: Autoria própria (2019).

O trabalho foi iniciado realizando uma detalhada revisão bibliográfica sobre orçamento, planejamento e controle de obras de construção civil. A partir dos conceitos analisados, foi definida a obra para o estudo de caso e realizado um levantamento quantitativo de atividades necessárias para a execução da obra, efetuando-se o controle de todo o levantamento do quantitativo dos serviços, com um acompanhamento diário da execução da obra, através da confirmação de todos os materiais recebidos por meio das notas fiscais. Para a estimativa de custos do imóvel, realizou-se pesquisa de preços de materiais nas tabelas SINAPI nos meses de agosto, setembro e outubro de 2019, assim como as atividades necessárias para a execução de cada etapa juntamente com análise de todos os projetos e memoriais descritivos utilizados durante a obra.

Também, a partir da abordagem qualitativa se buscou a compreensão e interpretação de dados qualitativos e por fim, foi realizada uma análise comparativa entre orçado e executado, para verificar a existência de diferenças entre os dois métodos analisados.

(40)

3.3 CARACTERIZAÇÃO

Conforme demonstra a Figura 3, a residência unifamiliar utilizada no estudo de caso, possui um pavimento com área total de 268,50m², e dispõe dos seguintes espaços: depósito, lavanderia, duas varandas, varanda gourmet, sala de estar, sala de jantar, cozinha, brinquedoteca, garagem, uma suíte, dois dormitórios e um banheiro.

Figura 5 - Planta baixa

(41)

As Figuras 4 apresentam a fachada principal da residência elaborada em projeto 3D.

Figura 6 - fachada principal do projeto em 3D

Fonte: A & M Arquitetura (2019)

Fachada principal em perspectiva 3D

Figura 7 – Fachada 3D

(42)

As fundações foram do tipo indiretas com estacas do tipo escavada. A perfuração das estacas e seus respectivos diâmetros e profundidades foram respeitados conforme projeto específico, ao total foram 5 blocos com 4 estacas de 3 metros cada com concreto usinado com resistência de 25 MPa. O nível de concretagem respeitou a altura da viga projetada. As dimensões, seções e especificações de ferragens foram seguidos conforme projeto específico, que foram de 16mm.

Nas alvenarias foram utilizados tijolos maciços com medidas de 21x10,5x5cm, tendo todas as paredes realizadas com o tijolo no sentido meia vez, tendo assim a espessura do próprio tijolo com 10,5 cm. Os vãos das esquadrias foram rigorosamente controlados, foram feitas vergas e contra vergas de concreto armado com treliças soldadas executado com formas de tábuas de pinus conforme projeto específico.

A argamassa de assentamento foi produzida em obra no traço 5:1, onde foram utilizados seis baldes de 10 litros de areia média para um balde de igual tamanho de cimento, para complementar e deixar a argamassa mais maleável foi adicionado aditivo fluidificante, na quantidade recomendada pelo fabricante. Pelo fato de os tijolos não terem uma boa uniformidade, as juntas de argamassa tiveram uma variação na sua espessura, tendo uma alternância entre 2 e 3 cm.

Na montagem das formas das cintas e vigas da laje foram utilizadas tábuas de pinus com 30 cm de largura, 2,5 cm de espessura e 3 metros de comprimento. A montagem da laje foi realizada com vigotas e tavelas do tipo pré-moldada, onde o fornecedor entregou o material após aferir a quantidade necessária. O concreto utilizado na laje foi do tipo usinado com resistência de 25 Mpa, sendo assim lançado no local desejado através de bomba mecânica.

O revestimento das paredes foi feito com argamassa produzida na obra, tendo sido realizado em primeiro momento o chapisco das paredes para melhor aderência da argamassa que foi aplicada após a cura do mesmo. Para o chapisco foi usado o traço 3:1, com 3 baldes de areia para cada balde de cimento. O acabamento das paredes foi feito com argamassa fina com o traço 6:5:1.

Referências

Documentos relacionados

As principais determinações do Plano de Contingência da Peste Suína Clássica BRASIL, 2004b, para os estados incluídos da zona não livre de PSC são: todos os casos suspeitos devem

Para Zaú 1998, o ambiente de borda contem certas caraterísticas e estas podem ser perceptíveis em três níveis distintos de intensidade: 1 estrutura física da vegetação, onde

Este capítulo tem uma abordagem mais prática, serão descritos alguns pontos necessários à instalação dos componentes vistos em teoria, ou seja, neste ponto

Assim, nosso percurso vai abarcar primeiro algumas questões relativas a cibercultura – tais como a simulação, a imaterialidade, a alteração de conteúdo – tendo em vista que

Não podemos deixar de dizer que o sujeito pode não se importar com a distância do estabelecimento, dependendo do motivo pelo qual ingressa na academia, como

Como atualmente ainda grande parte da comercialização de plantas e extratos ou óleos vegetais é feita em farmácias e lojas de produtos naturais, onde preparações vegetais

Podem quantificar seu desempenho (prazo, matéria- prima, pessoal) e qualificar seus serviços com base em informações internas e externas. É importante que a

Nesses anos (anos letivos 1984/85 e 1985/86) houve várias atividades que envolveram o CRPD e filarmónicas da ilha (entr. No ano letivo seguinte o professor Francisco Paquete apenas