Estrutura da Matéria
Profª Fanny Nascimento Costa
(
fanny.costa@ufabc.edu.br
)
Aula 08
Átomos multieletrônicos; Spin;
Princípio da exclusão de Pauli; Periodicidade
Onde está o elétron?
Considerações / Mecânica Quântica
Como a Mecânica Quântica não é determinista a função de onda do sistema não pode especificar com exatidão a posição e o momento do sistema (princípio da incerteza).
Max Born, com uma interpretação estatística para a função de onda introduziu o quadrado da função de onda, e chamou de densidade de probabilidade |
Ψ
|2.Erwin Schrödinger (1887-1961)
Uma função de onda (
Ψ
) descreve a densidade de probabilidade (Ψ
2) de uma•
Schrödinger propôs uma equação que contém os termos onda e
partícula:
•
A resolução da equação leva às funções de onda:
n,l,m=
(x,y,z)
•
A função de onda fornece o contorno do orbital eletrônico –
Uma
aproximação estatística à posição do e
-.
•
O quadrado da função de onda fornece a probabilidade de se
encontrar o elétron, isto é, dá a densidade eletrônica para o
átomo.
Mecânica quântica – Equação de Schrödinger
2 2 2 2 2 2 2
8.
.
.(
).
0
(1 dimensão)
8
m
E V
h
h
d
V
E
m dx
Orbitais Atômicos para o H
Ψ
𝑛,𝑙,𝑚
= 𝑅 𝑟 ∙ 𝑌 𝜃, ϕ
Soluções para o átomo de Hidrogênio
A Equação de Schrödinger descreve a evolução de um estado
quântico. A partir desta equação não é possível determinar a
trajetória do elétron em torno do núcleo, mas, a uma dada energia
do sistema, obtém-se a região mais provável de encontrá-lo.
Átomos polieletrônicos
Todos os átomos neutros, exceto o H, tem mais de um elétron. Os elétrons em átomos polieletônicos ocupam orbitais semelhantes aos do átomo de H. Porém, as energias desses orbitais não são iguais às do átomo de H.
O núcleo de um átomo com muitos elétrons tem um número maior de cargas
do que o núcleo do H e atrai os elétrons mais fortemente, diminuindo sua energia. Entretanto, os elétrons também se repelem uns aos outros, o que aumenta sua energia.
Energias Relativas das Camadas
No átomo de H, onde não ocorre repulsão e- – e- todos orbitais de uma determinada
camada tem a mesma energia (E2s = E2p).
Em átomos polieletrônicos, as repulsões e- – e- fazem com que a energia dos orbitais
2p seja mais alta do que a de um orbital 2s. O mesmo ocorre na camada n = 3.
Como podemos explicar essas diferenças de energia?
No estado fundamental de um átomo com muitos elétrons, os elétrons ocupam os orbitais atômicos disponíveis, de modo a tornar a energia total do átomo a menor possível.
Distribuição Radial dos Orbitais
s
,
p
e
d
Carga Nuclear Efetiva
Um e- é atraído pelo núcleo e também é repelido pelos
demais elétrons.
Como resultado – ele está menos fortemente ligado
ao núcleo BLINDADO!
A blindagem reduz efetivamente a atração entre o
núcleo e os elétrons.
Dizemos que o e- experimenta uma carga nuclear
efetiva (Zef e) que é sempre menor que a carga nuclear real (Ze) devido as repulsões e- – e- que
“corrigem” a atração do núcleo.
Um e- s de qualquer camada pode ser encontrado em
uma região muito próxima ao núcleo e podemos dizer que ele pode penetrar através das camadas internas.
Um e- p penetra muito menos, pois o momento angular
do orbital impede a aproximação entre o e- e o núcleo
Distribuição Radial dos Orbitais
s
,
p
e
d
Carga Nuclear Efetiva
Por causa dos efeitos da penetração e da blindagem, a
ordem das energias dos orbitais em uma dada camada
em um átomo com muitos elétrons é, tipicamente:
Spin eletrônico e o princípio da exclusão de Pauli
•
O espectro de linhas de átomos polieletrônicos mostra cada linha como um
par de linhas minimamente espaçado
•
Stern e Gerlach planejaram um experimento para determinar o porquê
•
Um feixe de átomos passou através de uma fenda e por um campo
magnético e os átomos foram então detectados
•
Duas marcas foram encontradas: uma com os elétrons girando em um
sentido e uma com os elétrons girando no sentido oposto
Spin eletrônico e o princípio da exclusão de Pauli
•
Já que o spin eletrônico é quantizado, definimos
m
s= número quântico
magnético de spin =
½
•
O princípio da exclusão de Pauli:
dois elétrons não podem ter a mesma
série de 4 números quânticos
. Ou seja, cada orbital atômico não pode ser
ocupado por mais de dois elétrons.
•
Portanto, dois elétrons no mesmo orbital devem ter spins opostos
(emparelhados).
Spin eletrônico e o princípio da exclusão de Pauli
•
Na presença de um campo magnético, podemos elevar a degeneração
dos elétrons
Princípio da exclusão de Pauli
Dois elétrons, no
máximo, podem ocupar
um dado orbital
Dois elétrons, em um
átomo, não podem ter
o mesmo conjunto de
quatro números
Regra de Hund
•
As configurações eletrônicas nos dizem em quais orbitais os elétrons
de um elemento estão localizados
•
Três regras:
Os orbitais são preenchidos em ordem crescente de
n
Dois elétrons com o mesmo spin não podem ocupar o mesmo
orbital
(Pauli)
Para os orbitais degenerados, os elétrons preenchem cada
orbital isoladamente antes de qualquer orbital receber um
segundo elétron
(regra de Hund)
Configurações eletrônica condensadas
O neônio tem o subnível 2
p
completo
O sódio marca o início de um novo período
Logo, escrevemos a configuração eletrônica condensada para o sódio como
Na: [Ne] 3s
1- [Ne]
representa a configuração eletrônica do neônio
Elétrons mais internos: os elétrons no [Gás Nobre]
Elétrons de valência: os elétrons fora do [Gás Nobre]; elétrons da camada
mais externa.
Lembrando
: Para um dado número quântico principal, os elétrons se
aproximam menos do núcleo à medida que l aumenta e, como
resultado dos efeitos combinados de penetração e de blindagem, a
Os blocos da tabela periódica refletem a identidade dos últimos orbitais
que são ocupados no processo de preenchimento. O número do período é o
número quântico principal da camada de valência. O número do grupo está
relacionado ao número dos elétrons de valência.
O formato da tabela periódica
Bloco
Número de elétrons na camada de valência
s, d
G
p
G - 10
A forma moderna da tabela periódica reflete a estrutura eletrônica
fundamental dos elementos.
Tabela Periódica Atual
Propriedades Periódicas
RAIO ATÔMICO
As nuvens de elétrons não têm fronteiras bem definidas; logo, não é possível medir o raio exato de um átomo.
Quando os átomos se organizam como sólidos e moléculas, seus centros encontram-se em distâncias definidas uns dos outros.
O raio atômico é definido como sendo a metade da distância entre os núcleos de átomos vizinhos.
Propriedades Periódicas
RAIO ATÔMICO
A variação da carga nuclear efetiva na Tabela Periódica tem papel importante na explicação das tendências da periodicidade.
A carga nuclear efetiva cresce da esquerda para direita em cada período e cai rapidamente na passagem de um período para outro.
Propriedades Periódicas
Propriedades Periódicas
RAIO ATÔMICO
A variação em um período pode ser explicada pelo efeito do aumento da carga nuclear efetiva. A variação no grupo pela ocupação das camadas, com o aumento do número quântico principal.
Propriedades Periódicas
Propriedades Periódicas
RAIO IÔNICO
Todos os cátions são menores do que os átomos originais, porque os átomos perdem
um ou mais elétrons para formar o cátion e expõe seu caroço, que é, geralmente, muito menor do que o átomo neutro.
Os raios dos cátions crescem em cada grupo, porque os elétrons ocupam camadas com
números quânticos principais sucessivamente menores.
Os ânions são maiores que os átomos originais. Isso pode ser atribuído ao aumento do
Propriedades Periódicas
Propriedades Periódicas
ENERGIA DE IONIZAÇÃO
É a energia necessária para remover elétrons de um átomo na fase gás.
A primeira energia de ionização, I1, é a energia necessária para remover um elétron de um átomo neutro na fase gás. 𝐶𝑢 𝑔 → 𝐶𝑢+(𝑔) + 𝑒−(𝑔)
A segunda energia de ionização, I2, é a energia necessária para remover um elétron de um cátion com carga unitária na fase gás. 𝐶𝑢+(𝑔) → 𝐶𝑢2+(𝑔) + 𝑒−(𝑔)
Propriedades Periódicas
ENERGIA DE IONIZAÇÃO
As EI decrescem com o aumento de n
em um grupo porque, nos períodos sucessivos, o elétron mais externo ocupa uma camada afastada do núcleo e, portanto, a ligação com o núcleo é mais fraca. Mas a carga efetiva cresce da esquerda para a direita em um período. Assim, em cada período as EI geralmente crescem pois o elétron mais externo está mais preso.
Elementos com baixa EI devem formar cátions facilmente e devem conduzir eletricidade no estado sólido. Elementos com EI altas não devem formar cátions facilmente ou conduzir eletricidade no estado sólido.
Propriedades Periódicas
Propriedades Periódicas
Propriedades Periódicas
Propriedades Periódicas
AFINIDADE ELETRÔNICA
É a diferença de energia entre o átomo neutro e seu respectivo ânion, ou seja, Eea = E(E) - E(E-).
E(g) + e
Efeito do Par Inerte
A tendência a formar íons com carga duas unidades mais baixa do
que a esperada para o número do grupo.
IMPACTO DAS PROPRIEDADES PERIÓDICAS
SOBRE OS MATERIAIS
CARACTERÍSTICAS DOS METAIS E NÃO-METAIS
Metais Não-Metais
Propriedades Físicas
Bons condutores de eletricidade Maus condutores de eletricidade
Maleáveis Não Maleáveis
Dúcteis Não Dúcteis
Lustrosos Não Lustrosos
Tipicamente: Tipicamente:
Sólido Sólido, líquido ou gás
Alto ponto de fusão Baixos pontos de fusão
Bons condutores de calor Maus condutores de calor
Propriedades Químcas
Reagem com ácidos Não reagem com ácidos
Formam óxidos básicos Formam óxidos ácidos
Formam cátions Formam ânions
Bibliografia
- Brown, T., Química a Ciência Central, Pearson Education, 9ª Edição, 2005.
- Atkins P., Jones L.,
Princípios de Química: Questionando a Vida Moderna e o
Meio Ambiente
, 3a. Ed., 2006, Bookman.
- Eisberg, R., Resnick, R.,
Física Quântica
, Editora Campus, 1ª Edição, 1979.
- Halliday,
D., Resnick, R., Walker, J.,
Fundamentos de Física IV
, LTC Livros
Técnicos e Científicos, 8ª. ed., 2009.
- Tipler, P.A.,
Física Moderna
, Guanabara Dois, 1981.
Exercícios Recomendados
1. Explique por que, num átomo multieletrônico, um elétron no subnível 2s está preso mais fortemente ao núcleo do que um elétron no subnível 3s.
2. Explique por que, num átomo multieletrônico, um elétron no subnível 3s está preso mais fortemente ao núcleo do que um elétron no subnível 3p. Explique por que essa mesma tendência não é observada num átomo neutro de hidrogênio.
3. Explique os conceitos de carga nuclear efetiva e efeito blindagem.
4. Em que região da tabela periódica encontramos os maiores átomos? E os menores? Explique estas tendências com base na estrutura atômica dos diversos elementos. 5. O que é afinidade eletrônica? Qual é a relação entre afinidade eletrônica e carga
nuclear efetiva? Com base em sua resposta, explique a relação entre os valores da afinidade eletrônica para oxigênio e flúor.
6. Organize os elementos dos seguintes conjuntos na ordem decrescente do raio atômico: (a) enxofre, cloro, silício; (b) antimônio, bismuto, fósforo.