MOVIMENTO CONSTRUTIVO NACIONAL
ZALINDA ELISA CARNEIRO C�RTAXO
T,ESE SUBMETIP.A AO 'CORPO DOCE�TE DA ESCOLA DE BELAS-ARTES DA U
NI VERSlDADE· FJ.Eíl)E�·AL O.O RI O DE JANEIRO COMO PARTE DOS REOU IS I
-TOS NEC&SS·R.l0S. À, ·OBT�-��-· DO G,RAU DE MESTRE,
APROVADA POR:
RIO
QÊ JANEIRO
.,RJ -
l3RASIL
NOVEMBRO DÊ ,1992
in
(Q
F n ::^
!H
rs
rs
*CARTAXO, Zalinda Elisa Carneiro
rs
Concretismo brasileiro: a singularidade do mo
-vimento construtivo nacional
.
Rio de Janeiro, UFRJ,EBA, 1992
.
n
O O viiy 238f
.
OTese: Mestrado em Historia e Critica da Arte
.
3
.
Abstraçã
o2
.
Concretismo1
.
Artes4
.
Tesesr
\I
.
Universidade Federal do Rio de Janeiro-
EBA.II
.
Tí
tulor
\ n r\-n
r
'
n
rs
•• %z RN r-r\
Ao Professor João Ricardo Carneiro Moderno, pela ori
entação que imprimiu ao trabalho.
Ao Professor Guilherme Sias Barbosa, pela co-orienta
çao dada.
Ao Professor Aluisio Ramos Trinta, por haver assenti
do em participar da banca examinadora.
Em fim, a tais professores os melhores
agradecimen
tos, pois sem o seu obsequioso encaminhamento este trabalho
não seria possivel.
SINOPSE
No final da dicada de quarenta surge no Brasil um fo
co de reação contra o comodismo artístico manifestado pelos r�
manescentes do movimento modernista. Um grupo de jovens artis
tas une-se na tentativa de implantação de uma arte universal
- geométrica - compatível com a sociedade brasileira dos anos
"
cinquenta: industrializada. Adota-se como modelo artístico
o
Concretismo suíço adaptando seus preceitos às circunstâncias lo
cais. Contudo, os diferentes históricos dos movimentos concre
tos suiço e nacional ocasionaram práticas diferentes. O Concr�
tismo brasileiro assume uma postura singular ao conjugar
os
principies do movimento sulço e do Construtivismo europeu de
começo d0. século, caracterizando-se, ao contrário do modelo su
iço, como um Projeto Construtivo Nacional.
By the end of the forties, it emerges in Braz11 a core
of reaction against the artistic convenience pattern demonstrated
by the remnants of the modernist movement. A group of young
artists gets together in the attempt to implement a geometric
universal art-compatible with the now industrialized Brazilian
society of the fifties. The Swiss Concretism is adopted as a
stylistic model and its precepts are adapted to the local
circumstances. The different backgrounds of the national and
Swiss movements, however, result in different practices. The
Brazilian Concretism takes on a singular posture by uniting the
principles of the Swiss movement to the ones of the European
Constructivism of the beginning of the century, being
characterized, in opposition to the Swiss model, as a National
Constructivist Project.
o
n
o
r
\O
n
SUMÁ
R I O rNrs
1.
INTRODUÇ ÃO ..o
2 1 . 1.
J u s t i f i c a t i v a 1 . 2.
H i pót e s e ; 1 . 3.
O b j et i v o
1 . 4.
C r i tér i o m e t o d o lóg i c o 4 5 C\ 6 r~\ 2, DESENVOLVIMENTOr
\ 9 D o C o n st r u t i v i s m o i n t e r n a c i o n a l 2 . 1.
1.
O r i g e n s 2 . 1.
2.
M o v i m e n t o s r u s s o s 2 . 1.
3.
N e o p l a s t i c i s m o 2 . 1.
4.
B a u h a u s 2.1. r\ 9 3 0 5 5 /> 6 2 C o n c r e t i s m o s uí ç
o 9 6 2 . 1.
5.
D o C o n o r e t i s m o n a c i o n a l 2 . 2.
1.
O r i g e n s 2 . 2.
2.
D e s e n v o l v i m e n t o d o C o n c r e t i s m o p a u l i s t a-
-2 . -2.
3.
N e o c o n c r e t i s m o: a r e a v a l i aç ã
o d o s p r i n cí
-p i o s
c o n s t r u t i v o s
D a p r o d uç ã
o C o n c r e t a: a s i n g u l a r i d a d e d o m o v i m e n -t o c o n s t r u t i v o n a c i o n a l 2 . 3.
1.
O s p r i m e i r o s-
a a d oç ã
o d e u m v o c a b u lár i o g e o mé
t r i c o 2 . 3.
2.
C o n c r e t i s m o p a u l i s t a-
o d o g m a t i s m o d o m o-v i m e n t o
c o n s t r u t i v o
n a c i o n a l 1 0 7 2.2 . 1 0 7 r\ 1 2 5r
\ 1 3 7n
2 . 3.
r
\ 1 4 3r
\ ! 1 4 3 /O 154n
vt-r
>r
r
'2 . 3
.
3.
.
4s ingularidade do Concretismo na c i o n a l
165C
\2 23
.
CONCLUS
ÃO,
REFER
ÊNCIAS
BIBLIOGR
Á
FICAS
2 3 023 4
r
\.
BIBLIOGRAFIA
r\n
i n
r
\r
\r
\r
*ND
n
n
o
n
n
n
r
-O
n
r
\n
n
I? I ! I O
a
CZlr
r
> r* \1 . 1
.
J U S T I F I C A T I V A
n
-n
/*>
A opção pelo tema
"
Concretismobrasileiron
deve-se inexistê
ncia de um estudo mais específico que aborde as origens,as características e o desenvolvimento de tal movimento
.
a
As
/•s
poucas publica
çõ
es sobre o assunto, de indiscutível qualida-de, por se tratarem de compila
ções
de documentos deé
poca, a presentam-se desprovidas de uma reflexã
o crí
tica sobre o mo-vimento nasua
totalidade. A existê
ncia de algunstamb
é
m se manifesta insatisfatória ao se manteremdeterminados aspectos fundamentais na compreens
ã
o do mesmo.n
r
\artigos
obscuros
r
\Pode-se detectar na vertente abstrata geométrica bra
-sileira dos anos cinquenta tr
ês
tipos de Concretismo: o dogrupo paulista Ruptura; o do grupo carioca Frente; e o de alguns artistas que trabalharam isoladamente sem se filiar a nenhum grupo —
é
o caso de Alfredo Volpi, Milton Dacosta, Rur
\bem Valentim, dentre outros.
O
O
O presente trabalho se deterá apenas na analisegrupo paulista Ruptura por este representar a express
ã
o mais contrario do Oradical do pensamento construtivo brasileiro
.
Aodas duas outras manifesta
çõ
es de Concretirmo no Brasil, or
\/o
3 ON
r
\grupo de S
ã
o Paulo pretendia atuar no sentido de implementaçã
o de um Projeto Construtivo Nacional.
Obedecendo ri^:d
_
te aos preceitos do Concretismo internacional (radicalizan
-do
-
os)
,o
grupo Ruptura, dentre ostr
ê
s concretismos d* :ctados no Brasil, pode ser considerado como o mais aut
ê
ntico(sen
ã
o o
unico)representante de
tal movimento emnosso pa
í
s.
o, n OS
r
\O
o,rs
Surgido oficialmente
em 1952
can
o respectivo manifes -to, o grupo paulista desenvolveu ampla produçã
o na década de
cinquenta
.
Quando em 1959o
grupo carioca lanç
ao
Neocoviretismo
constata
-
se o
prenuncio doencerramento
dopaulista ap
ó
suma
década de produçã
o.
Sera dessaespecificamente da década de cinquenta
,
que o presente trabalho se ocupara
.
O
r
\mov
1* ^nto
Or
\ produçã
o, ONo
o
n
o
o
o\o
O
, o> Osrs
r
*srs
1.2
.
HIP
ÓTESE
rs
Levanta
-
se como
hipóteseo
cará
ter singular do Concretismo nacional (representado pelo grupo Ruptura) frente
modelo su
íç
o,na qualos
diferentes histó
ricos de cada movimennacional e internacional
—
ocasionaram práticas diver-sas em respostas aos mesmos problemas
.
Tentar-
se-
ã
trar que a singularidade do movimento nacional
ê
na conjuga
çã
o dos princí
pios concretos e construtivos.
Daí
aop
çã
o pelotítulo:
"
Concretismo brasileiro
: a singularidadedo movimento
construtivo
nacional
99.
o
ao
n
r
\ too
demons-O
manifestar
\ r\ 'T OO
O
o
/Or
\r
\r
\ 1 . 3.
O B J E T I V Or
\r
> s~sO presente trabalho tem por objetivo o estudo e
a
anã
vanguardaartística nacional: o Concretismo
.
Como se deu a sua origeme o seu desenvolvimento s
ã
o fatores relevantes na compreen-lise de um movimento cons
^
°rado comoa
primeira; r\
s
ã
o do mesmo e aqui serã
o discutidos.
Alguns
autores
atentam para a singularidadedo
movi -mentoconcreto
nacional (representado
aquipela
sua exprès-s
ã
o mais radical, o grupo Ruptura), sem no entanto apontarTentar
-
se-
ã
espeeificar os elementos que conferem ao movimento
concreto
nacio-nal um caráter singular frente
ao
seumodelo
suíç
o.
os caracteres que o definem enquanto tal.
r
\o
A
~V,
r
>
r\
s
-
\1.4
.
CRIT
ÉRIO
METODOL
Ó
GICO
r
> r\Pode
-
se
observarno percurso
artí
stico nacionalconstante: a ado
çã
ode ura
estilointernacional
e a sua adap-ta
çã
o local.
O Concretisraon
ã
o fugiuã
regra.
Apoiando-
se
nospreceitos do Concretisrao internacional
,
o grupo paulistase
viu obrigado a
adaptar
tais princí
piosâs circunst
â
nciasto
-urna
^
r
\cais
.
o
Constatado tal fato, adotou
-
se uraa metodologia compa-A
rativa: através do confronto entre os movimentos concretos
'"A
paulistas e su
íç
o se detectarã
as características degrupo, e, conseq
ílenteraente
, os aspectos que fazem o Concre -tisraonacional
assumirura car
á
ter singular dentro do
quadro
cadainternacional
.
'A
. A
Assim sendo, o primeiro cap
í
tulo se ocupara dotrutivisrao internacional:
suas
origens, MovimentosNeoplasticisrao
,
Bauhaus e Concretisraosu
íç
o.
Torna
-
se
funda-mental o
conhecimentodo
"
passado
construtivo"
do
Concretis-rao su
íç
opara
acompreens
ã
o desuas
principais caracterí
sti-Cons
-A /A russos,o
/Ai
u
r
V 7
O V
cas. O conhecimento do percurso construtivo torna
-
se de grande relevância
—
a ponto de se reservar umcapítulo para
assunto
—
na medida em que a produçã
o concreta paulistacorreu
a tal tendê
ncia durante todaa sua
breve existê
ncia.
o
O tal
re
-o
c
c
0 segundocap
í
tulo
se ocupar
á
do
Concretismo nacional:origens, desenvolvimento e dissid
ê
ncia.
Atravé
sda
descriçã
odo
percurso
do Concretismo nacional desdeo seu
se
verificará
qu
ã
o
diferenteocorreu
a penetraçã
o
construti-va
produ
çã
o concreta: a singularidadedo
movimento construtivonacional
", será o resultado da interpretaçã
o dos dados oferecidosprimeiro e segundo cap
í
tulos,quandose
verificará
a singula-suas
o
r
r
surgimentoO
O
O
va emnosso
país.
O terceiro e último capítulo,O
O
no
O
O
riedade do movimento Concreto nacional. Nos dois primeiros
itens
deste capítulotentar
-
se-
ã
apresentar a peculiaridadedo movimento paulista j
á
na sua fase prcconcretistaCna
qualos artistas elegem um vocabulário geom
é
trico que ainda nã
o êo concreto
)e
na sua fase concretista.
Contudo,ser
á
no últi
-n
r
o
o
r
'
mo
item
que se estabelecerá um confronto entre asrísticas (quatro
ao
todo) dos movimentos paulista
e suiç
o,caracte
-o
o
o
localizando, assim,
as
especificidades de cadagrupo.
r
•
O
r
A tentativa de
se documentar ao
má
ximoas
questõ
es
re
lativas ao tema será manifesta na constante transcri
çã
odeterminados trechos de depoimentos de artistas e cr
í
ticose
de manifestos
.
Com relaçã
o a iconografia deve-
se destac-
r adificuldade na obten
çã
o de reproduçõ
es coloridas.
Daí
asua
apresenta
çã
o
empreto
e branco./
—
N den
n
n
O
n
o
n
r
'
n
' r^t r\ r\ r's •
n
2 . 1.
D O
C O N S T R U T I V
1S M O
I N T E R N A C I O N A L
r
>
2.1.
1.
ORIGENS
OI
O in
í
cio do sé
culo XX foi marcado pela lut constantede um razoável numero de artistas contra um tipo de representa
çã
o artí
stica, predominante até
entã
o, comprometida comtradi
çã
o ocidental, clá
ssica, que se caracterizava, principal-mente,
pelamimesis
, ou
seja, um tipo deconcep
çã
o(resqu
í
cios renascentistas) que lida com a copia de objetos domundo sensível. Assim sendo, constata
-
se nesse sé
culo a presenç
a de diversos movimentos vanguardistas,cada
qualpostulando
e reivindicando teorias pr
ó
prias , divergentes entre si,r
\n
umapl
á
sticar
\ Oi 0\ masque mantinham um elemento em comum: a obra de arte
enquanto objeto aut
ó
nomo, inaugurando uma nova-
modernas
ã
o da realidade,caracter
izad^
l, sobretudo, por uma estrutura-çã
o temporal.
entendida
vi
-O
Pode
-
se localizarno
Expressionismo alemã
o o foco ge-rador de tais ideais,
quando
a
partir do mesmo, nas pa vras-/
~
\una accion
que serealiza".
1Torna
-
se
pertinente, portan-no
materiali
to,
classificaro
Expressionismo-
na
medidaem que
zou
umanova concep
çã
o
do objetoart
í
stico-
como
sendo
"categoria est
é
tica"
, ao
invé
s
de
mero "
movimento
uma
r\
ar
tis
tico
"
.
Negando todas as jã
enraizadas bases naturalistas na arte, a-bandonando
todo o racionalismo artístico ocidentalem
prol der
^
O
um irracionalismo de cunho oriental, o Expressionismo
caracte
-rizou
-
se por seu
anti-
classicismo.
Ao contrario do Cubismoque
r
\se fundamentava num racionalismo
-
realista, o Expressionismo a-r
\lem
ã
o desenvolveu-
se a partir de uma linha espiritua1 *^
ta.
Segundo P
.
Francastel,os
artistas da transiçã
o do seculo XIX para o XX
o
r
\"
e r a p e n h a r a m-
s e e m f i x a r e l e m e n t o s m o v e i s c o n tí
n u o q u e f o g e d a p e r c e pça o p a r a i n t e g r a--
l o s e m s i s t e m a s a b e r t o s e n a o m a i s r i g o r o s a, m e n t e s i mét r i c o s,
i s t o e,
e s t a b i l i z a d o s, l e s s e e s f o rça r a m p o r a p r o f u n d a r a e x p e r i e n -c i a d o r i t m o".
2 do .n
/"N e -L . /"NTal afirmativa descreve perfeitamente a busca dos ar
-tistas modernos que
encontraram
na abstraçã
o
a possibilidade deconcretiza
çã
o
dealgo que
nada
mais seria, senã
o
,
a
"consci
ência
do
mundo moderno"
.
De acordocom o
mesmo
autor,o
artista:S
^
O O M s e e s f o rça r a (.
.
.
) p o r c o n s e r v a rã
f o r m a u m c a rát e r a b e r t o,
v i v o.
0 o b j e t i v o p r e cíp u o s e rã
a m o b i l i d a d e e r a v e z d o e q u i lí
b r i o g e r a d o rr
\ 1ARGAN,
G.
C.
E I A r t e M o d e r n o/
1 7 7 0-
1 9 7 0.
6a.
e d içã
o,
F e r n a n d o T o r r e s e-d i t o r
,
1984,
v o l.
2,
p.
3 6 6.
2FRANCASTEL,
P.
A R e a l i d a d e F i g u r a t i v a.
Sã
o P a u l o,
F e r s p e c t i v a,
1 9 8 2,
1 9 7.
O P* • ^r
\ C\ 11 d e i nér c i a.
f i x a r a s c o i s a s n u m a f o r m a q u e l u t a m e n t e l i v r e , p e r m a n eça e m m o v i m e n t o, g u i d a d e d o d e v i r1 1.
3 E l e s e e s f o rça r a, p o r t a n t o, p o r n a o s e j a a b s o p o i sê
d e t e r m i n a d a , m a s q u e a b e r t a s o b r e a a m b i-Considerando
tais palavrascomo
definiçã
o
do
car
á
ter
plástico
-
estrutural da obra de arte moderna, deve-
se acres-centar
que a nova visã
o
da realidade ("
moderna"
)materializa odinamismo,
"
vir
-
a
-
ser
"
,
teorizadopor
Bergson.
/-
No
Com
o
Cubismotem
-
se
em sí
ntese
a crise do figurativoe
a gé
nese
da abstraçã
o
: trata-
se darenova
çã
o
do espa
ç
o
plá
s -ticodo s
é
culo
XX,atrav
é
s
doabandono
da
perspectiva tradicio nal, conjugada a umarela
çã
o, ainda,tem
á
ticacom
objeto'-mundo vis
í
vel.
Tal relaçã
o,
podeser
encarada como um
hist
ó
rico da disciplina clá
ssica revelando assim, nada mais doque uma
revoluçã
o
interna, ou
seja, no pr
ó
prio sistema ociden-tal, e assim sendo
,
consolidando-
o
cadavez
mais, ao
invé
s
cumprir
o que
emaparê
ncia prometia: uma rupturacom
aO
í
n
do í^
resgateO
r
\ de tradi -/*Nç
ao
.
!^
Contudo, n
ã
o
se deve negligenciar o grande feito doCubismo: a elimina
çã
o do ilusó
rio na pintura.
A obra de arte,com o Cubismo, ganha autonomia nci medida em
que
nã
orepresen
-ta, ela e
.
Trata-
se da materiali2:açã
o de objetos únicos, logoreais
.
Assim sendo,foi a partir de tal movimento que a arte moderna se consolidou
.
O questionamento de Delaunay quantoprincípios utilizados pelo Cubismo resultou numa vis
ã
o
plã
sti.o
aos
ca que viria a influencer
profundamente
artistas vinculadosà
abstra
çã
o
geomé
trica de forma geral: a nã
o representaçã
o
dana
afetado e nã
o mimeticotureza, mas sim
o
resultado dacornu
nica
ç
ao
do homemcom a mesma
.
Delaunay esta inserido no que Apollinaire classificou
defini
çã
ode um grupo de pintores que se afastaram do tema reconhecível.
A
como
"
Cubismo Ôrfioo
"
("pintura
pura"
), ou seja, ao
n
Os artistas pertencentes a
tal
movimento trabalhavam plastica-mente
a partir deuma estrutura
interna pré
pria , nã
o se funda-r
\mentando
emrecursos
naturalistas.
Através da cor obtinham foi:n
ma e conteúdo
.
A produ
çã
o artística de Delaunay esteve em relaçã
o
direta (simult
ânea
) com o Cubismo, o Futurismo, Kandinsky eRaionismo
russo,
sendo a fonte originaria de alguns destes. DoCubismo
, o
artista criticavao car
á
ter
racionalista,cartesia
no, cl
á
ssico, e sua relaçã
o com o
Impressionismo-
impresses
imediatas; de Kandinsky diferenciou
-
se na medida emque
partiado contato com a natureza
-
comunicaçã
o homem/natureza revela^
do o n
ã
o visí
vel ; no Futurismo influenciou pela representaçã
ode dinamismo crom
á
tico; e no Raionismo pela transparê
ncia crisA o /A
r
\r
\ o talina da cor.
''“'NDelaunay, ou o movimento Õrfico, caracterizou
-
se pelabusca de uma univocidade com o universo
.
Desta forma materiali'“N
zou uma postura anti
-
intelectuai e anti-
humanista, ou seja, a-fastou
-
se
de qualquerrela
çã
o com o
particular-
pensamento//comportamento
humano.
r
\ 13 1 1...
o r e c o n h e c i m e n t o d o s u j e i t o m a nt e m a m e n t e n o i n u n d o d e o b j e t o s f i n i t o s, d a d i s t a n c i a e d o t e m p o m e n s u ráv e i s e d a c o m p r e e n sã
o ba1; s o m e n t e u m a c o n s t r uç ão p i c tór i c a p u r a , q u e p o s s a e v o l u i r t o t a l m e n t e o o l h o e a m e n -t e e m s u a m o b i l i d a d e c o n tí
n u a, p o d e rã
d a rS
m e n t e a i n t u iç ão d e s u a m e s m a e d en4 e x p a n s a o p a r a a b r a n g e r o m u n d o i n—
Osr
\ v e r c on c e n t r a ç a o e m S1 t e i r o.
OA
nova
linguagemplastica
proposta porDelaunay mate
-rializa uma concep
çã
o de
universo atravésde
um campode
ç
as dinâ
micas.
Trata-
se da representaçã
o
do próprio espaç
omovimento,em que a cor
ê
aú
nica realidade-
totalidade dore
-al
.
Sabendo-
se que o artista concretiza o resultado tumultuadoda rela
çã
o homem/natureza,
o que se conclui e a existê
nciauma sincroniza
çã
o entre dois espaç
os: o da civilizaçã
o
e o cósmico
.
for
-r
\ o, em O der
n
o
r
\"A
Torre Eiffel" , 1910 (Fig.
1)percebe
-
se jã
uma crí
ticaaos
cubistas analí
ticos-
cará
ter est
á
tico-
e a concretizaçã
o de uma nova concepçã
o plá
sticase desenvolveu ate o desaparecimento da figura
.
Nesta obra tem-
se a representaçã
o do dinamismo da vidamoderna
-
que foi ra-dicalizado pelos futuristas
-
e da conscientizaçã
ode
seu tem-po
: a Torre Eiffelcomo
í
ndicede uma
é
poca industrial,
trutiva
,
coletiva e dinâ
mica.Em sua fase cubista
O
que ONn
o
rN o* c.
ns
-OsFoi, contudo, com suas "Fen
ê
tres" segundo ele,rpk
O
Robert Delaunay apud Virginia Spate,
"
Orfismo".
In: STANGOS, N.,Conceitos da Arte Moderna
.
ed. orig. Rio de Janeiro, Jorge Zahar1991, p
.
67.
comp.
editor,
v. r\ V
n
c
o
n
n
n
n
n
o
r
>n
.n
r
>r
-
ir
>n
n
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r
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n
r
r
n
n
r
r
r
'r
'-O
n
O
r '
C
c 15r
n
nelas
abertas
vara
umanova
realidade
"
5 ou einsua
fasedos
r
'-o
"discos
"
(Figs.
2 e 3),
que Delaunay materializou seuinteres
-se: obras rítmicas através de um dinamism crom
á
tico.
O inte-ress do artista pelas teorias de Eug
è
ne Chevreul ~ lei do contraste simult
â
neo-
pode ser considerado comoresquí
cio de suafase impressionista (tamb
é
m Seurat sofreu tal influê
ncia)chegando a caracterizar
o
ponto central de suaobra
.
Osentido
dinâ
mico (movimento)da
corsobrep
õ
e
-
se a
problemasr
'n
n >o Ocromati
-r
\ V cos.
n
r
'Apesar de inaugurar
,
conforme visto, umapl
á
stica abstrata , a obra de Delaunay ainda estava desprovidade
um
sentido espacial-
que um Malevitch no futuro concreti-zou
-
na medida em que reduziasuas
composiçõ
es a representa-çõ
es cromáticas,
nã
o
escapandodo
velhoesquema
figura/fundo.
Assim sendo ,torna
-
se pertinente apontaro
trabalho destes ar-tistas
-
Delaunay e os orfistas-
comogerme
dos interesses pelo qual a arte moderna trilhou
.
concepção
n
n
n
o
o
r'n
O
O
O
n
r
r
Outro artista de igual import
â
nc parao
desenvolvi-r
r
mento
da arte moderna foi Franç
oisKupka
.
Sendo
um dos primei-ros artistas a pintar uma obra abstrata
defendia:
arte
sendo
umarealidade
abstrata
quer ser constituída de
ele
-c
nA
ohva d cr
n
n
rr6mentos
inventados.
n
r
'
o
Possuidor de conhecimentos diversos que iam da ciê
n-n
r
^JApud Ferreira Gullar, Etapas da Airt:e Contemporânea; do Cubismo ao Neocon
-cretismo
.
Sao Paulo, Nobr
'Apud Ferreira Gullar,
r
1985, p.
34.
t
.
, p.
40.
o,
1.6
r
\ : C\ «n
ANr
\n
r
^
r'2
-
Robert Delaunay.
’’Janelas simultâneas”
,FIG
.
n
r
\o
r
\r
\r
>
n
A\ A\ /^Sr
\ 'A /A A A" A Simultâneo nÇ 2”,Fig
.
3-
Robert Delaunay.
1913.
<
n
17
r
\cia moderna ao misticismo oriental, Kupka
,
com^ os seus contemr
\poraneos, estava sintonizado nos aspectos mais gerais da v
^
amoderna e, assim sendo, possu
í
a interesse especial pela ques-tã
o da representaçã
o do movimento. Desenvolveu trabalhosonde
o movimento se fazia através
de formas circulando no espaço, e através
de sequê
ncias planares (Figs.
4 e 5).
A repetiçã
oin-consciente de determinadas formas era encarada por Kupka como meio de transmiss
ã
o do conteúdo de sua consciênciaíntima asso
rs
o
A
n
n
ciada a uma significa
çã
o mais ampla: universal.
Aoqualquer alus
ã
o a um mundo visível , este artista tinha pc.in-tuito afastar a mente do particular e fazer o espectador apre
-ender o movimento da consci
ência.
eliminar
n
r
\n
A conscientizaçã
o geral do tempo por parte destesar-tistas manifestou-se na concretiza
çã
o de obras intimamente re-lacionadas a questão do movimento/tempo.
A sociedade do início
do século passou por
um processo de industrializaçã
o e moderni zaçã
o tecnológica que, somadas às novas teoriascriou uma nova concep
çã
o de realidade.
Delaunay e Kupka inaugu raram , plasticamente, um novo tipo de representaçã
o doinfluenciados por tal contexto
.
O interesse pela representaçã
o deste"
novo"
real, imperceptí
vel aolho
nu, foipelos Futuristas italianos
.
Oi científicas, /"N real, o desenvolvido rp
Em 1909 o poeta Marinetti inaugurou o Movimento Futu
-rista com o respectivo manifesto
.
Trantando-se de uma manifes-ta
çã
o voltada para a literatura, pintores influenciados tais idé
ias lançam no ano seguinte os:Futuristas
"
e"
PinturaFuturista
:Manifesto
T
écnico".
T
por
'
Ti"
Manifesto
dos
PintoresCO I CNI O ' r » •
.
H CO O • rH +J > o c cO P-
, O ï rH cO CL D t*
: •rH o o » c cO L -(JH I » o HH (-
MC
C
C
C
C
C
C
C
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C
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G
C
C
C
C
C
C
C
C
C
C
t
C
C
C
C
C
C
E
C
e
C
C
C
C
C
G
C
20
r
\G
.
C.
Argan aponta o Futurismoitaliano
como o primei-ro movimento de vanguarda , na medida em quen
o
"s e d e n o m i n a a sí
a1 m o v i m i e n t o q u e a l a r t e u n i n t e r e s i d e o l o g i c o y q u e d e l i b e r a d a m e n t e p r e p a r a y a n u n c i a u n a a l t e r a c i o n r a -d i c a l d e l a c u l t u r a y l o s c o s t u m b r e s, a l n e -g a r e n b l o q u e t o d o e l p a s a d o y a l c o n f i e r er
\r
\ s u s t i t u i r O l a b u s q u e d a m e tód i c a p o r u n a a u d a z e x p e r i m e n t a c i o n e s t i lí
s t i c a y téc n i c a.
1,7O
r
\Neste sentido
,
constatado o sentimento de ruptura com toda a tradiçã
o e o empenho na descoberta de uma nova realida-de, pode-
se apontar o Futurismo como consequência diretaExpressionismo
-
arte como ação que se realiza, destituída dos
fundamentos classicizantes-
cabendo ao Cubismo apenas uma in-terfer
ência
formalista.
n
dor
\ « or
\rs
o "N o s s o a n s e i o d e v e r d a d e jã
n a o p o d e s e r a p a g a d o p e l a F o r m a n e m p e l a C o r T r a d i c i o n a i s.
rs
0 g e s t o, p a r a n o s,
j a n a o s e r a r a d o d o d i n a m i s m o u n i v e r s a l : a s e n s aça o d i nâ
m i c a u m m o m e n t o p a s e r a, d e c i d i d a -e t -e r n i z a d ars
m e n t e t a l.
c o m o„
0
rs
rs
O dinamismo perseguido pelos futuristas
ê
caracteriza do especificamente por uma nova relaçã
o
sujeito/realidade.
Senuma obra tradicionalista e mim
é
tica o espectador encontra-se"
fora
"
da obra, com estes artistas italianos o objetivotrai ê a localiza
ção
do mesmo no centro da obra:rs
r
\cen-r
r
\rs
rs70
p.
cit.
, p.
377.
8"Pintura Futurista:Moderna
.
la. ed.
, Sao Paulo, Martins Fontes, 1988,/^\
manifesto técnico"
.
In: CHIPP, H.
B.
- Teorias da Arte295
.
P-n
n
o
21 "A c c n s t r uça o d o s q u a d r o s e t r a d i c i o n a l.
O s p i n t o r e s s e m p r e n o s c o i s a s e st u p i d a m e n t e m os t r a -e p e s s o a s c o l o c a d a s d i a n t e d e nos.
ra m C o l o c a r e m o s o e s p e c t a d o r n o c e n t r o d o d r o.
"
9 q u a-n
A condi
çã
opara
a concretizaçã
ode
tal estado ser encontrada nas palavrasdos
pró
prios artistas:pode O "P a r a f a z e r o e s p e c t a d o r v i v e r n o c e n t r o d o q u a d r o , c o m o d i s s e m o s e m n o s s o m a n i f e s t o, e s t e d e v e s e r a s
í
n t e s e d a q u i l o q u e l e m b r a m o s ».
1 0 e d a q u i l o q u e v e m o s.
Partiu de Carr
ã
a ideia-
"Colocaremos
oespectador
no centro
do
quadro"
-
logo apó
s uma experiê
ncia por ele vi.venr\
ciada
.
O artista descreve emsua
autobiografia as obtidasno funeral
de Galli, em
1904: havendogrande
por parte do povo, somado com a interven
çã
o da cavalaria poli-cial , e, vendo
-
se impelido no meio da multidã
o, a unicapercep
çã
o obtida pelo artista foi a de braç
os, pernas, cavalos, co-res , movimentos, enfim , uma cena completamente tumultuada, im
-percept
í
vel quanto aosseus
detalhes.
A partir de tal experiê
ncia
,
Carrã
concluiuque
a sensaçã
odo espectador frente
aobra
deveriaser a
mesma: preplexidade.
Em"
0Enterre do
anarquis-ta
Galli
"
, de 1911 (Fig.
6), o
artista materializa a conturba-çã
oprovocada
pela açã
o representada,
e que, neste sentido, coloca o espectador no centro da obra ao lev
ã
-
lo a experimentartais sensa
çõ
es.
Como disse Boccioni,"
queremos representar nã
oa impress
ã
ooptica
ou analí
tica, mas aexperiencia
psí
quicaimpressões
r
\ r\ tumulto O r\ n Ov Oso
r
\n
o. O O O C\ - Id., ibid.
, p.
295.
10Introduçao ao catalogo da exposição inaugurada em Bernheim-Jeune, Id., ibid
.
, p.
299.
O
Paris
.
n
r
\r
> Ar
\r
\n
A AO
ANr
\n
AN An
AN 1»asr.
As O AN v io
FIG
.
6-
Cario Carrã
.
"
0 enterro do anarquistaGalli"
, 1911.
r
\ Or
\n
r
\n
o
o
o
o
r
>O
A
O
23 /"'SA
rrl 1total.
A
r
>0 dinamismo representado em tais obras, nada mais
ê
,sen
ã
o, o ritmo
particular de cada objeto, sua forç
a interior.
Atravé
s de linhas-
forç
a
(linhas de cada objeto que apontam astend
ê
ncias desuas
forç
as) o espectadorvê
-
se envolvido pela obra
.
A
o
AA
A
O repert
ó
rio bá
sico dos futuristas-
metró
pole,energia
,
movimento mecâ
nico, etc.
-
pode ser encontradoluz,
A
nas
A
obras de seus principais representantes: Umberto Boccioni,
"
Materia"
, 1912 (Fig.
7); Gino Severini,"
Hier
óglifodin
â
micodo
Bal
Tabarin"
, 1912 (Fig.
8); Carlo Carr'(Fig.
6); GiacomoBai-la ,
"
Luzde Rua"
,
1909 (Fig.
9); Luigi Russolo,"Compenetra
çã
o
de oasas
eluzes
nanoite
"
, 1913
(Fig.
10).
Deforma
geralpo
-'"'N
A
A
o
de
-
se
apreender nasobras
futuristas, noque
se refere
aoformalismo: desenvolvimento de divisionismo crom
á
tico; relaçã
ocom
o
Cubismo-
crisedo
figurativo e gé
nese
do abstrato;j
á
um prenú
ncio da Op Art nas obras de Baila,
por exemplo"
In-terpenetra
çã
oIridescente
n9
1"
, 1912 (Fig.
11).
A
seu e,A
A
A
n
A
Apesar da brevidade de sua exist
ê
ncia,o
deu in
í
cioá
s
questõ
es bá
sicasque outros
movimentos,
aposteriores, tentaram prosseguir
.
Pode-
se apontar sua profundainflu
ê
ncia nos Movimentos russosFuturismo
A
elen
n
Raionismo, SuprematismoConstrutivismo
-
fruto da divulgaçã
o efetuada porpor ocasi
ã
o de sua visitaà
Russia, e seus desdobramentose A A Marinetti no
A
A
1 1Apud Norbert Lynton, "
Futurismo"
.
In: STANGOS, N., op.
cit•, P-
73.
o
24c
o
o
r
C
P
p
n
P
p
p pr
\p
P
pP
p
p
P
P
P
P
P
(O pP
P
P
P
P
P
"
Materia"
, 1912.
FIG
.
7-
Umberto Boccioni.
P
% ^n
r
P" p^ p^r
'r
* \f A 25
n
O
n
n
o
O
n
n
n
o
n
n
n
r
- FIG.
8-
Gino Severini.
"
Hieroglifo dinâmico do Bal Tabarin", 1912.O
n
r
*r
r
n
rv
r
" rs r^ JT'r
\ RNr\
n
D
9-
Giacomo Balia.
"Luz da rua"
,1909.
FIG.
r
>
/ '"Nrs
r
^
Luigi Russolo
.
"Compenetraçaode casas e luzes na noite",
1913
.
FIG.
10o
r
\n
n
r
' r (rs
2 1C
\ r ir
\n
on
n
n
n
n
n
n
A ^-
Nn
n
/^sn
FIG
.
11-
Giacomo Balia.
"
Interpenetração iridescente n? 1", 1912.
r
*.r
'r
>r
> r^r
Neoplasticismo, Bauhaus e Concretismo su
íç
o. Claro que as dife renças entre o Futurismo e os demais movimentos são evidentes.
A leitura que se quer estabelecer do movimento italiano,
caso,
é
ade
um foco originador dasformula
çõ
es dos movimentos posteriores desenvolvidos a partir de especificidadesfixou-se na
"imita
çã
o"
do movimentoespa
ço mec
â
nico, os Construtivistas e Neoplã
sticospara um dinamismo tempo-espacial via Einstein e Bergson
.
Contu do, de comum apreende-
se a relaçã
o obra/espaço real: se no Cu-bismo se observa uma duraçã
o interior da obra, notem-se , atrav
é
s de uma dinamizaçã
o , um movimentoexterior
, ru-mo ao espaç
o físico
.
no O O oontex-tuais.
Se o Futurismo no evoluíram Oo
Futurismoo
s~\Também as esculturas futuristas foram de profunda re-lev
ância para o desenvolvimento das tendê
nciasBoccioni (Fig
.
12) defendia a utilizaçã
o de materiais nã
o con vencionais, naquele contexto-
planos transparentes de vidro, de chapa metálica, arames, assim como a utilizaçã
ode
ilumina-çã
o elé
trica na estrutura da obra,
fenomenizando-
atamb
é
m utilizados pelos artistas construtivos, como Pevsner e Gabo.
A própria significaçã
o da obra será
mantida por estes: a revelaçã
o da energia contida nas estruturas, e a continuidade dos elementos forma/espaço.
construtivas
.
r
\ OC
\ que serão r\o
Uma vez apresentada, em linhas gerais
,
a evoluçã
o da construçã
o do pensamento plástico moderno, que se caracterizafundamentalmente numa
"
matemá
ticainterior
"
, seguem-
se o estu-do e a analise dos movimentos de car
á
ter geomé
trico resultan-tes dos artistas e movimentos até
entã
o analisados, e que tiver
\n
n
29n
r
>r
\n
n
n
n
n
n
n
n
r 4Í' *.-
:'• Ti.
%~
ï?-J-V<r.
r
\ t:'•-—
**Vrs
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-«-
f **'*. <TJ•< w a .4*M. •,.•*.J* V »•>- :r*-. »/'ivu 7; i-
;
.-r
> • ' ::&
g.*V '?*•' ii . ? -ri—
—
'-
-i *I
3 %r L-
_ «T>J '•".An
> •*M /i. .?:
4 < s. * 2 '*
>» r^tir~ -rV'i r\ * rj?v -J. ^ * Ä .«*•* r-
\i
1
r
\ ’’Construção dinamica 1914.
Umberto Boccioni.de um galope: cavalo e casa
”
,FIG
.
12 •n
r
>
n
\n
n
30
r
^
.rain
eco
noBrasil a
partirdos anos
cinquenta.
o 2.1.2
.
MOVIMENTOS
RUSSOS r*sr
> 2.1.2.1.
Raio nismon
Em 1909 j
á
se podia encontrar uma produçã
o raionista ,o
apesar
de, somente em
1912/seus
principaisLarionov e Gontcharova ,
lan
ç
arem o respective) manifesto.
representantes
, oo
O
O
Tal movimento
ê
considerado como a síntese de
trê
s outros: o Orfismo, o Cubismo e o Futurismo
.
Do primeiro, Lario-nov e Gontcharova admitem influ
ê
ncia de Delaunay na transparê
ncia cristalina da cor; do segundo , percebe
-
se toda a estruturado
espaç
o moderno inaugurada pelo mesmo,
edo
ú
ltimo tem-
se odinamismo
luminoso.
O
n
0 interesse pict
ó
rico dos raionistasnos problemas de luz e luminosidade, onde, a claridade
raios representados criava no espa
ç
o estruturas nítidas
lembram as formas geom
é
tricas dos cristais (Figs.
13 e 14).
A -travé
sde tal estrutura
çã
o
pl
á
stica , os raionistas criaram uma relaçã
o tempo-
espacialque
se aproximada quarta
dimensã
o.
concentra*.•
-
se O dosO
quen
! Or
\ "A t e l a (r a i o n i s t a) dã
a i m p r e s são d e d e s l i -z a r e p a r e c e e s t a r f o r a d o t e m p o e d o ço;
d e l a e m a n a u m a s e n s aça o rí
a m o s c h a m a r d e q u a r t a d i m e n são, u m a q u e s e u c o m p r i m e n t o e s u a l a r g u r a, j u n t a d o sà
p r o f u n d i d a d e d o s r a i o s d e c o r, s a o o s ún i c o s s i n a i s d o m u n d o q u e n o s r o d e i a.
T o d a s a s o u -t r a s s e n s aç õe s q u e n o s v e m t u r e z a i n t e i r a m e n t e d i v e r s a.
O e s p a-d o q u e n o s p o d e -vez O d a t e l a s a o d e n a » »1 2
-n
o
1 2LARIONOV apud Ferreira Gullar, op
.
c i t.
» P-
1 2 0 ./> 3 1 *r\
r
\ rN r\ RN /"NFIG. 13 - Natalia Gontcharova. "Luzes eletricas", 1912.
r>
r
\Laríonov
.
Paisagem raionista ,FIG. 14 - Miklail
O
r
\r
^
32Consciente das ideias
de sua
é
poca,
Larionov nadar
\mais fez, senão , expressar visualmente as teorias de tempo e
espa
ç
o formuladas pelos matemá
ticos Arthur Cayley edo fil
õ
sofo-
fisico Ernst Mach edo f
í
sicoAlbert
Felix
o
,Eins
-Klein ,r\
tais teorias, outro fator de grande import
â
n-tein
.
Somadas acia para o desenvolvimento da arte moderna russa foi o contato
dos jovens artistas com as obras modernas dos mestres
Matisse, Picasso , etc,
-
por intermé
dio dos colecionadores Sergei Shchukin e Ivan Morozov , em Moscou , que
-
nas com opublico
.
Al
é
m deste fato,
contribuíramtamb
é
m algu-mas publica
çõ
es
informando a respeitodos
progressos Fauvista,
euro -peusO
dividiam-n
••"“NCubista, Futurista e de outras escolas.
Apesar do Raionismo ter estado constantemente
ciado ao Futurismo, Larionov sempre negou qualquer rela
çã
o.
Defendia
que suas
obras estavam longe das alusõ
es literá
riasfigurativas
do
Futurismo.
Neste sentido,
estavacerto,
na medi^
da em que o Raionismo
rompeu
oú
ltimov
í
nculo
do cubismocom
a objetividade.
Desta forma,
pode-
se considerartal
movimento co mo possuidorde
relaçã
o com
o Futurismo italiano em termos evolutivos: todo o questionamento plástico de luminosidade futu
-rista (Baila , por exemplo, Fig
.
9) foi radicalizado pelos Raionistas a ponto de ser o único motivo da obra excLuindo , assim ,
qualquer alus
ã
o a um mundo sensí
vel.
asso
-O eO
O Or
\o
Ainda em termos de evolu
çã
o, pode-
se apontar um alunoO
de
Larionov, Malevitch,como
o grande conquistador daquilo queos futuristas inauguraram
, que
Larionov prosseguiu eeste
ú
ltimo conquistou: a fenomeniza
çã
o do espaç
o real.
Assim comoO
os