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Segurança contra incêndio e pânico em instalações elétricas de baixa tensão

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Academic year: 2021

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CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

GABRIEL ALVES PAIVA

SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO

FORTALEZA 2019

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SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO

Monografia apresentada ao Programa de Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Ceará, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Elétrica

Orientador: Prof. Dr. Raphael Amaral de Câmara

FORTALEZA 2019

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SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO

Monografia apresentada ao Programa de Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Ceará, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Elétrica

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Aprovada em: ___/___/______.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________ Prof. Dr. Raphael Amaral de Câmara

_________________________________________ Prof. Dr. Diego de Sousa Madeira

_________________________________________ Eng. Roberto Hugo Martins

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A Deus. Aos meus pais,

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AGRADECIMENTOS

Inicialmente agradeço de forma especial à minha mãe Aldair, por não medir esforços para que eu pudesse levar meus estudos adiante, por cada incentivo e orientação para me preparar não só para esse desafio, mas para a vida.

A minha tia Lilia, minha madrinha Eliane e toda minha família de coração que sempre estive presente quando precisei.

Aos amigos que fiz neste curso, e a partir de agora companheiros de profissão, que enfrentaram junto comigo os desafios desta jornada.

Aos meus amigos de colégio pelos momentos de descontração, às vezes um pouco exagerados, mas sempre necessários.

A todos os integrantes da coordenadoria de atividades técnicas do Corpo de Bombeiros do Ceará que me acolheram tão bem durante o período de estágio, em especial Cap. B.M. Roberto Hugo Martins pela atenção e disponibilidade durante este trabalho de conclusão.

A todos os professores do Departamento de Engenharia Elétrica da UFC que contribuíram com minha formação, em especial os professores da banca pelo tempo e dedicação concedidos.

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“Não é nossa função controlar todas as marés do mundo, mas sim fazer o que pudermos para socorrer os tempos em que estamos inseridos, erradicando o mal dos campos que conhecemos, para que aqueles que viverem depois tenham terra limpa para cultivar.”

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RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo analisar a normas técnicas de segurança contra incêndio em instalações elétricas bem como a norma de inspeção para instalações elétricas de baixa tensão sendo atualmente elaborada pelo Corpo de Bombeiros Militar do Ceará expondo os motivos pelos quais ela é necessária e a importância da fiscalização por parte do Corpo de bombeiros. A metodologia utilizada foi um estudo sobre o histórico de sinistros causados por falhas em instalações elétricas em residências e outros locais atendidos em baixa tensão e dos poderes e obrigações legais que conectam os projetos de engenharia ao corpo de bombeiros e uma análise das normas técnicas e suas consequências. Com este estudo concluiu-se que a difusão e o cumprimento das normas de segurança representam um papel fundamental na prevenção acidentes.

Palavras-chave: Corpo de Bombeiros. Prevenção contra sinistros. Normas Técnicas. Instalações em baixa tensão.

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ABSTRACT

The following work has as objective to analyze the technical regulation for inspection of low voltage electrical installations currently being developed by the Fire Department of Ceara and to present its motivation and the reasons why it’s important for the Fire Department to demand this kind of inspections. The methodology used was a study of the fires through history related to electrical installations at residences and other places with low voltage electrical grid. And of the legal obligations that connect the engineering projects and the Fire Department. And also, a technical analysis of the new regulation and its consequences. With this study was possible to conclude that the knowledge and following of Fire Safety Regulations has an essential in prevent accidents.

Keywords: Fire Department. Fire Prevention. Technical Regulations. Low Voltage Installations.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 − Edifício Joelma 20

Figura 2 − Edificio Andraus 21

Figura 3 − Brasília Palace Hotel 22

Figura 4 − Incêndio no Centro de treinamento do Flamengo 23

Figura 5 − Museu Nacional 24

Figura 6 − Erros mais comuns em projetos 30

Figura 7 − Sinalização de quadros elétricos. 31

Figura 8 − Sinalização de proibição de utilização de elevador 32

Figura 9 − Esquemático de ligação recomendado 33

Figura 10 − Luminária de emergência autônoma 36

Figura 11 − Gerador a diesel 37

Figura 12 − Porta corta fogo 38

Figura 13 − Faixa de corrosão atmosférica no estado do Ceara 42

Figura 14 − Área de corrosão em fortaleza 42

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 − Acidentes de origem elétrica no Brasil... 17

Gráfico 2 − Mortes por choque elétrico por profissão... 18

Gráfico 3 − Incêndios por curto circuito... 18

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LISTA DE TABELAS

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABRACOPEL Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade CAT Coordenadoria de Atividades Técnicas

CBMCE Corpo de Bombeiros Militar do Ceara

CBMESP Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais IT Instrução Técnica

NBR Norma Brasileira Regulamentar

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Sumário

1. INTRODUÇÃO ... 15

2. MOTIVAÇÃO DAS NORMAS ... 17

2.1 Acidentes e Riscos em Instalações Elétricas ... 17

2.2 Ocorrências Históricas ... 19

2.2.1 Edifício Joelma ... 20

2.2.2 Edifício Andraus... 21

2.2.3 Brasília Palace Hotel ... 21

2.2.4 Centro Treinamento Flamengo ... 22

2.2.5 Museu Nacional ... 23 2.2.6 Outras Ocorrências ... 24 3. CORPO DE BOMBEIROS ... 25 4. NORMAS TÉCNICAS ... 28 4.1 Procedimentos ... 28 4.1.1 Requisitos Gerais ... 29

4.1.2 Áreas de Afluência de público ... 33

4.1.3 Áreas de risco específico ... 35

4.2 Instalações elétricas dos serviços de segurança contra incêndio e pânico ... 35

4.3 Procedimentos para Inspeção Visual ... 40

4.4 Documentação Final ... 44

5. CONCLUSÃO ... 46

(15)

1. INTRODUÇÃO

Desde o início de seu estudo a eletricidade sempre trouxe grandes questionamentos e desafios no quesito segurança. Seu leque diverso de usos permite que seja usada indiretamente por inúmeras pessoas sem a necessidade que elas saibam os princípios de funcionamento; Porém, ao contrário de outras fontes como combustão ou movimentos mecânicos, a eletricidade tem uma natureza “invisível” o que acaba tornando-a muito mais propicia a falhas que não serão vistas pelo usuário mas que podem gerar acidentes ou até fatalidades.

A expansão do uso de energia elétrica na atualidade alcançou um nível quase que universal de abrangência, especialmente quando se analisa grandes centros metropolitanos, basicamente todas as residências possuem equipamentos abastecidos via energia elétrica. Essa abrangência também se vê em termos de uso dos equipamentos, cada vez mais o mercado apresenta novos equipamentos que tradicionalmente usavam outra fonte e agora tem versões elétricas.

Esses mesmos centros urbanos também apresentam um grande desenvolvimento em termos de edificações. Com o aumento da população e sua densidade nas cidades temos estruturas cada vez maiores, mais complexas e mais próximas o que por sua vez as torna mais vulneráveis a sinistros.

Historicamente o do Corpos de Bombeiros sempre foi ligado intrinsicamente à função de combate de incêndios. Porém, com o desenvolvimento tecnológico e avanço cada vez mais rápido da expansão urbana percebeu-se que políticas de prevenção, não apenas de incêndios, mas sinistros em geral, são uma parte extremamente importante para evitar ou pelo menos minimizar as ocorrências e os danos causados por elas.

As principais formas de aplicar essa prevenção que temos em âmbito regional são as análises de projetos e vistorias por parte do Corpos de Bombeiros. É nesta função que atua o Corpo do Engenharia e Prevenção a Incêndio (CEPI).

Para fazer a análise e definir se determinada edificação apresenta um nível de segurança adequado para o uso é necessário que sejam elaboradas normas mínimas a serem seguidas pelos projetistas e que serão fiscalizadas para que se possa dar ou não a liberação de uso da edificação. Atualmente, esse conjunto de regras possui 18 Normas Técnicas (NT’s). Porém, a complexidade dos projetos e a pluralidade de estruturas a ser analisadas se faz necessário expandir o conjunto de normas. Devido ao grande uso da eletricidade e seus perigos algumas destas novas normas sendo desenvolvidas focam em áreas de projetos elétricos, como sistemas de proteção a descargas atmosféricas, instalações em subestações entre outras.

(16)

O objeto de estudo deste trabalho será segurança contra incêndio e pânico em instalações elétricas de baixa tensão, em especial as normas a serem seguidas em projeto e exigidas em uma eventual inspeção. Atualmente não há obrigações de inspeção de instalações elétricas no Ceará e nem na maioria dos estados do Brasil, apenas a corporação de São Paulo possui uma instrução técnica neste sentido.

A partir do trabalho de estágio na coordenadoria de atividades técnicas de corpo de bombeiros do Ceará durante o semestre 2018.2, que tinha entre outros objetivos auxiliar no desenvolvimento destas novas normas que ainda estão sendo finalizadas para serem publicadas, e entrevista com engenheiros do CBMCE que estão atualmente trabalhando no desenvolvimento de uma norma especifica para inspeção de instalações elétricas de baixa tensão (A futura NT-19), será apresentado primeiramente os motivos de necessário fazer uma inspeção de tais instalações. Posteriormente os motivos para que a fiscalização seja por parte do Corpo de Bombeiros e finalmente apresentação dos principais pontos que devem vir a ser abordados em uma norma inspeção.

Para definir estes pontos principais será tomado como base diversas normas já existentes como a Instrução Técnica 41 do corpo de bombeiros de são Paulo, que já define justamente essa inspeção naquele estado embora com um escopo menor que o pretendido pela corporação cearense. Assim como as normas da ABNT, da própria concessionaria de energia local (ENEL) e outras recomendações do CBMCE ainda não abordadas por normas existentes.

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2. MOTIVAÇÃO DAS NORMAS

A motivação principal de ter cada vez mais normas e regulamentações no que diz respeito às normas de segurança em projetos nas mais diversas áreas de engenharia são as lembranças dos erros que levaram à grandes desastres e acidentes no passado e a tentativa de cada vez mais evitar ou pelo menos diminuir os seus danos.

2.1 Acidentes e Riscos em Instalações Elétricas

No curso da história a expansão das instalações elétricas nem sempre foi acompanhada de medidas de segurança adequadas. Seja por falta de conhecimento e tecnologia, inexistência de normas e fiscalização ou por erros de projeto muitas instalações foram e ainda são feitas de modo que deixam chances de falhas elétricas que podem levar a danos significantes.

Hoje embora existam as tecnologias avançadas de proteção ainda existem muitas ocorrências de acidentes elétricos. Uma grande parte destes acidentes ocorrem não em instalações de alta periculosidade como subestações e áreas industriais, mas em áreas residenciais.

Segundo os dados levantados anualmente pela ABRACOPEL (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade) em 2015, dos 590 acidentes fatais relacionados à eletricidade, 162 pessoas morreram em locais considerados residenciais. E como pode ser visto no gráfico 1 o número de acidentes de origem elétrica tem aumentado no decorrer dos anos.

Gráfico 1: Acidentes de origem elétrica no Brasil

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De acordo com dados levantados pela ABRACOPEL, conforme gráfico 2, a maior porcentagem de mortes por choques elétricos acontece com pessoas que não trabalham com sistemas elétricos, o que mostra o grande perigo ao qual as pessoas são expostas durante o uso de equipamentos cotidianos sem a devida proteção.

Gráfico 2: Mortes por choque elétrico por profissão.

Fonte: ABRACOPEL, 2019

Quando se trata de falhas residenciais um dos maiores temores, em geral, é a ocorrência de incêndios. Historicamente causas elétricas já provocaram acidentes de altíssimas proporções. De acordo com o levantamento da ABRACOPEL (gráfico 3), embora as tecnologias de prevenção de incêndio e proteção elétrica estejam em constante desenvolvimento, o número de ocorrências geradas por curto circuito só tem aumentado nos últimos anos

Gráfico 3: Incêndios por curto circuito

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Segundo o mesmo levantamento o número de mortes nestes incêndios tem sido relativamente baixo em relação ao número de ocorrências. Por outro lado, o número de ocorrências que levaram a incêndios é muito maior que aqueles que não (conforme gráfico 4), o que mostra que o perigo de chamas é algo real e muito presente na sociedade.

Gráfico 4: Dados gerais de curto-circuito

Fonte: ABRACOPEL, 2019

Esses números apresentados pela ABRACOPEL são adquiridos através de um sistema de alertas da internet, portanto são apenas parciais, a própria associação estima um número pelo menos três vezes maior de acontecimentos.

Essa alta recorrência possui um leque variado de causas, mas uma grande quantidade dos incidentes, especialmente em locais residenciais, se deve à falta de projetos elétricos adequados e de fiscalização destes projetos.

2.2 Ocorrências Históricas

Algumas das situações mais lembradas evolvendo acidentes elétricos tendem a ser aquelas que levaram à incêndios residenciais. Por sua natureza imprevisível e inesperada, estes tendem a deixar uma marca na memória da população tanto pelas vítimas e danos que causam quanto pela sensação de medo, insegurança e vulnerabilidade que as pessoas podem estar expostas em seu próprio lar.

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2.2.1 Edifício Joelma

Ocorrido no dia 1° de fevereiro de 1974 o incêndio que atingiu o Edifício Joelma (figura 1) em São Paulo ficou marcado como uma das maiores tragédias desse tipo no Brasil. Além do alto número de vítimas (188 mortos e 345 feridos) e do escopo do incêndio que rapidamente se alastrou pelos 25 andares do prédio, esse incêndio também chamou atenção pelo local. Em geral se relaciona incêndios residenciais a prédios antigos e sem manutenção, porém neste caso era um prédio com apenas 3 anos de inauguração.

Não havia na época preparo para uma ocorrência dessa magnitude, o prédio não possuía dispositivos de combate a incêndio e o próprio corpo de bombeiros não estava preparado para enfrentar algo de tamanhas proporções.

Investigações posteriores apontaram que a causa do incêndio foi um curto-circuito em um aparelho de ar condicionado. Devido a precariedade da instalação a justiça considerou um incêndio criminoso processando um engenheiro, o gerente de uma empresa de ar condicionado e três eletricistas de omissão, negligência e imperícia.

Figura 1: Edifício Joelma

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2.2.2 Edifício Andraus

Localizado na região central de São Paulo, o Edifício Andraus (ver figura 2) foi acometido por um incêndio de altas proporções em 24 de fevereiro de 1972, uma sobrecarga no sistema elétrico em um dos primeiros andares do prédio iniciou as chamas que se espalharam rapidamente tomando o prédio e também se espalhando por edificações próximas, causando um total de 16 mortos e 330 feridos.

Figura 2: Edifício Andraus

Fonte: São Paulo Antiga, 2008

2.2.3 Brasília Palace Hotel

Ocorrido em 5 de agosto de 1978 o incêndio do Brasília Palace Hotel (figura 3) é uma demonstração de quão simples pode ser o início de um incêndio de grandes proporções. O fogo começou com uma cafeteira elétrica que foi esquecida ligada na tomada, mas rapidamente se espalhou. O hotel estava com todos seus quartos lotados. O fato de ser uma estrutura relativamente baixa facilitou a evacuação das pessoas e não houve fatalidades. Porém, o prejuízo material foi muito grande obrigando o estabelecimento a ser fechado por anos.

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Figura 3: Brasília Palace Hotel

Fonte: Arquivo/CB/D.A Press - 5/8/78

2.2.4 Centro Treinamento Flamengo

Instalações elétricas de aparelhos de ar-condicionado continuam a ser uma questão perigosa atualmente. Em 08 de fevereiro de 2019, um incêndio iniciado por um curto-circuito em um desses aparelhos iniciou um incêndio que atingiu o dormitório do Centro de Treinamento do Clube Flamengo (figura 4), vitimando fatalmente 10 jovens com idades entre 14 e 16 anos.

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Figura 4: Incêndio no Centro de treinamento do flamengo.

Fonte: Reprodução/TV Globo, 2019

2.2.5 Museu Nacional

O incêndio no Museu Nacional (figura 5) localizado no Rio de Janeiro foi um dos mais marcantes na atualidade no Brasil. Ocorrido em setembro de 2018 embora não tenha tido vítimas humanas casou um dano irreparável e incalculável ao acervo nacional.

Após meses de investigação, o laudo inicial pericial da Polícia Federal aponta que o incêndio começou em um dos três aparelhos de ar-condicionado do auditório localizado no térreo do museu. Segundo este, houve um curto-circuito em um dos aparelhos, aparelhos estes que apresentavam certas falhas de instalação. Um não apresentava aterramento e não havia disjuntores individuais para cada equipamento, conforme recomendado pelo fabricante.

Figura 5: Museu Nacional

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2.2.6 Outras Ocorrências

Embora incêndios sejam os principais eventos que prendem a atenção do público existem também vários outros acidentes relacionados à energia elétrica que podem vir a causar vítimas.

Um exemplo disso que ganhou destaque na mídia foi em junho de 2018 quando um estudante de Tiangua-Ce morreu em decorrência de uma descarga elétrica enquanto seu aparelho celular estava carregando no computador.

Ocorrências assim sempre geram um certo medo nas pessoas de usar os equipamentos elétricos/eletrônicos. Porém, em grande parte poderiam ser evitados se os locais apresentassem uma instalação elétrica bem projetada e protegida.

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3. CORPO DE BOMBEIROS

A história mostra que algumas das maiores tragédias ocorrem nos locais cotidianos, dos quais as pessoas não suspeitariam que haveria algum perigo. Esse perigo constante e intrínseco da vida em grandes metrópoles se agrava com o fato da sociedade brasileira, em geral, não colocar a devida importância em medidas de prevenção.

Quando ocorrem grandes acidentes existe um debate sobre as medidas de segurança para evitar que se repita, porém muitas vezes este é um debate passageiro que não gera efeitos duradouros, a menos que seja proposto em forma de leis e fiscalizações.

No Brasil, a segurança de projetos ainda é algo para o qual uma parcela da população não dá tanta importância. Nas grandes cidades, é comum ver construções de pequeno e médio porte sem a presença de projetos adequados. Existem, claro, cada vez mais fiscalizações dos Conselhos de Engenharia e outros órgãos afins para obrigar a presença de um profissional qualificado quando necessário. Contudo, raramente esta fiscalização se estende para a análise real do projeto e do que foi executado. O pensamento geral tende a ser obrigar que haja um profissional que possa vir a ser responsabilizado no caso de falhas futuras. Isto tem um efeito até certo ponto, porém não é algo perfeito, em especial pelo fato que boa parte dos acidentes ocorrem em instalações e estruturas com um certo tempo de uso e por melhor que seja o projeto a manutenção e utilização correta são fundamentais para a segurança.

Em vista disso algumas cidades no Brasil, como por exemplo Fortaleza, tentam criar leis obrigando inspeções preventivas periódicas. Só que este é um processo complicado e lento, que enfrenta uma série de dificuldades tanto técnicas quanto econômicas.

Nesse contexto o Corpo de Bombeiros desponta como um dos principais órgãos de fiscalização estatal. Em seu início, era visto como um organismo com a função única de combater incêndios, porém com o passar do tempo e o avanço das tecnologias estudos mostram que a prevenção tem resultados muito superiores que o combate. Cada projeto de segurança bem feito pode evitar inúmeras tragédias no futuro.

Para que a corporação possa fazer essa fiscalização no estado do Ceará foi homologada a lei estadual número 13.556 em dezembro de 2004, que estabelece em seu artigo primeiro o poder do CBMCE de elaborar condições de segurança julgadas necessárias.

Art.1º. Compete ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará – CBMCE, o estudo, o planejamento e a fiscalização das exigências que disciplinam a segurança e a proteção contra incêndios nas edificações e áreas de risco no âmbito do Estado do Ceará, nos termos estabelecidos nesta Lei.

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I - Dispor sobre a proteção da vida dos ocupantes das edificações e áreas de risco, em caso de incêndio e pânico;

II - Dificultar a propagação do incêndio, reduzindo danos ao meio ambiente e ao patrimônio;

III - proporcionar meios de controle e extinção do incêndio; e

IV - Possibilitar condições de acesso para as viaturas e guarnições do Corpo de Bombeiros.

§2º. O Comandante do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará – CBMCE, fica autorizado a estabelecer as exigências necessárias ao fiel cumprimento desta Lei, através da expedição de Normas Técnicas (lei estadual13.556/2004)

Com base nisso todos os locais que sejam obrigados a apresentar o certificado de conformidade (atualmente as edificações residenciais exclusivamente unifamiliares estão isentas desta obrigação, bem como as edificações residenciais com até três pavimentos e/ou área total construída não excedente a 750m2) precisam submeter seus projetos ao Comando de Engenharia de Prevenção de Incêndio (CEPI) para que sejam avaliados e caso aprovados seja feita a vistoria local.

Para garantir a manutenção da segurança esses certificados possuem um prazo de validade. Atualmente os prazos foram definidos na lei estadual Nº 16.361/2017 que alterou alguns pontos da legislação anterior:

§ 1° O Certificado de Conformidade do Sistema de Proteção Contra Incêndio e Pânico terá validade de:

I – 2 (dois) anos para Risco Alto; II – 3 (três) anos para Risco Médio;

III – 4 (quatro) anos para Risco Baixo. (lei estadual Nº 16.361/2017)

Os graus de risco usados na legislação são definidos em normas com base em vários fatores apresentados pela edificação, de modo a prever da melhor maneira possível as necessidades daquele local.

Além de fazer a análise e vistoria com base nas normas vigentes um dos trabalhos mais importantes desenvolvidos no CEPI é desenvolver pesquisa científica e avaliar o desempenho operacional da corporação e das regulamentações em vigor. Atualmente ainda não há um laboratório para ensaios e desenvolvimento experimental na corporação, embora seja um plano de expansão futura existente, assim essa pesquisa é feita com base em normas existentes como por exemplo as da ABNT, analisando estas normas e as ocorrências para que se possa construir um conjunto de normas estadual que seja o mais amplo possível e adaptado à realidade local. O desenvolvimento constante de novas tecnologias bem como o aumento das complexidades das edificações torna necessário que as normas técnicas estejam em constante análise e desenvolvimento.

Atualmente, a corporação possui 18 normas vigentes: NT 001 - Procedimento Administrativo

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NT 002 - Terminologia e Simbologia de Proteção Contra Incêndio NT 003 - Prevenção Contra Incêndio e Pânico em Estádios e Áreas Afins NT 004 – Sistema de Proteção por Aparelhos Extintores

NT 005 – Saídas de Emergência

NT 006 – Sistema de Hidrantes para Combate a Incêndio

NT 007 – Manipulação, armazenamento, comercialização e utilização de GLP NT 008 – Carga de incêndio nas edificações e áreas de risco

NT 009 – Iluminação de emergência

NT 010 – Acesso de viaturas nas edificações e áreas de risco NT 011 – Deslocamento de viaturas na zona urbana

NT 012 – Sistema de detecção e alarme

NT 013 – Compartimentação horizontal e vertical NT 014 – Fogos de artifício

NT 015 – Sistema de chuveiros automáticos NT 016 – Cobertas combustíveis

NT 017 - Projeto Técnico Simplificado (PTS) Para Integração do Processo de Licenciamento de Estabelecimentos de Baixo Risco à REDESIM.

NT 018 - Norma de Segurança Contra Incêndios Em Edificações Antigas

Porém, durante o trabalho atual de revisão está sendo feito um extensivo processo de atualização que deve levar este número para mais de 50 normas, as novas abrangendo diversos tópicos e tipos específicos de instalações como presídios, food trucks, edifícios históricos entre outros.

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4. NORMAS TÉCNICAS

Atualmente o Corpo de Bombeiros dispõe de uma relação de 18 normas a serem cumpridas para que um projeto possa vir a ser aprovado. Embora algumas destas normas toquem em áreas de projetos de equipamentos elétricos, como grupo geradores e alarmes, não há uma norma tratando diretamente desta área, que é uma fonte provável de vários sinistros ocorridos na atualidade especialmente em conjuntos atendidos em baixa tensão como comércios e complexo residenciais. Para remediar isto está sendo desenvolvida a NT-019 Segurança Contra Incêndio E Pânico Em Instalações Elétricas De Baixa Tensão.

A intenção desta norma é obrigar aqueles locais que precisem de um certificado de conformidade do corpo de bombeiros a apresentar um laudo de inspeção da sua instalação elétrica.

Tendo em vista que o objetivo da norma é definir requisitos mínimos de proteção a serem cobrados pelo CBMCE essa norma tem como base diversas normas de segurança já existentes como por exemplo as normativas da ABNT e da concessionária local ENEL.

A partir de analise destas normas já existentes, da instrução técnica já existente do Corpo de Bombeiros de São Paulo que já pede uma inspeção deste tipo e entrevistas com Cap. B.M. Marcos Aurélio da Silva Lima e Cap. B.M. Roberto Hugo Martins do Corpo do Engenharia e Prevenção a Incêndio do CBMCE, órgão responsável pelo desenvolvimento das novas normas, é possível fazer uma divisão dos pontos principais necessários em uma inspeção:

• Procedimentos básicos,

• Instalações dos serviços de segurança; • Procedimento de vistoria.

Os dois primeiros tópicos são relacionados ao projeto, listando alguns dos itens principais que devem ser vistos durante a elaboração levando em consideração o tipo de edificação, sua ocupação e os equipamentos de segurança a incêndio que serão instalados. E o último relacionando os procedimentos recomendados para fazer a inspeção visual

4.1 Procedimentos

Antes de mais nada é necessário definir parâmetros básicos que devem ser seguidos pelos projetistas.

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4.1.1 Requisitos Gerais

As instruções apresentadas nessa seção são condições gerais encontradas na grande maioria das instalações residenciais.

A condução de energia elétrica é por natureza uma fonte de calor e, em caso de incêndio cabos elétricos podem vir a ser um perigo potencial de propagação. Assim, os primeiros pontos de uma norma de inspeção devem fazer a regulamentação direta das normas de instalação (como pode ser visto na IT-41 do CBMESP) tendo em especial os seguintes pontos:

Uso exclusivo de cabos unipolares ou multipolares quando fixados diretamente em paredes;

No caso de condutores isolados devem apenas ser admitidos em condutos fechados, ou em perfilados, conforme norma NBR 5410;

Todos os circuitos devem dispor de dispositivos de proteção contra sobrecorrentes (sobrecarga e curto-circuito).

Quando componentes fixos apresentarem superfícies externas que possam atingir altas temperaturas é necessário que estes sejam montados sobre (ou envolvidos por) materiais que suportem tais temperaturas e sejam de baixa condutividade térmica; ou separados dos elementos construtivos da edificação por materiais que suportem tais temperaturas.

A regulamentação não deve se limitar a proteção contra causas diretas de incêndio, mas também outros incidentes que podem ser causados por falhas elétricas. Para prevenir esses outros incidentes IT-41 apresenta condições quanto à segurança contra choques.

As partes vivas acessíveis a pessoas que não sejam advertidas (BA4) ou qualificadas (BA5) devem estar isoladas e/ou protegidas por barreiras ou invólucros.

Todo circuito deve dispor de condutor de proteção “fio-terra” em toda sua extensão. Um condutor de proteção pode ser comum a mais de um circuito. E todas as massas da instalação devem estar ligadas a condutores de proteção.

Não devem ser ligadas a condutores de proteção as massas de equipamentos alimentados por transformador de separação elétrica, ou de equipamentos alimentados por sistema de extra-baixa tensão, que é eletricamente separado da terra, ou de equipamentos classe II (isolação dupla).

Todas as tomadas de corrente fixas das instalações devem ser do tipo com pólo de aterramento (2 pólos + terra, ou 3 pólos + terra). (IT-41- CMBSP)

Além das preocupações em relação à instalação para evitar as ocorrências é importante que exista equipamentos para minimizar ou evitar danos no caso de descargas. O equipamento essencial para tanto é o Disjuntor Diferencial Residual que faz o seccionamento automático da alimentação do circuito ou equipamento por ele protegido sempre que ocorrer uma falta entre parte viva e massa ou entre parte viva e condutor de proteção.É possível também o

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uso de dispositivo de proteção a sobrecorrente para este seccionamento automático. Para isto deve ser comprovado o atendimento às prescrições da norma NBR 5410 relativas ao uso de tais dispositivos. Existem ainda alguns casos específicos nos quais não é admitida esta proteção automática como por exemplo:salas cirúrgicas, UTI, motores de sistemas de combate a incêndio e outros circuitos que não devem ter a sua alimentação interrompida por razões de segurança ou operacionais.

O Instituto Nacional de Pesquisa Espacial estima uma incidência de descargas atmosféricas no Brasil de mais de 77 milhões de eventos ao ano, cada descarga destas apresenta uma carga de potência extremamente alta. Assim a proteção contra descargas atmosféricas (PDA) é uma preocupação constante em projetos portanto é obrigatório que seja seguida a NBR 5419, o sistema PDA já é atualmente verificado durante a vistoria do corpo de bombeiros, sendo, segundo dados apresentados no IV Workshop de segurança contra incêndios promovido pela coordenadoria de atividades técnicas do CBMCE em novembro de 2018 (conforme figura 06), o quarto motivo mais comum de reprovação de projetos durante o processo de análise.

Figura 06: Erros mais comuns em projetos.

Fonte: Coordenadoria de Atividades Técnicas CMBCE-2018

Para assegurar ainda mais seu dimensionamento correto está também em processo de desenvolvimento uma norma técnica especifica para esta área. Ainda no sistema PDA quando for prevista em uma instalação elétrica o uso de DPS, o mesmo deve estar junto ao ponto de entrada da linha elétrica na edificação ou no quadro de distribuição principal, o mais próximo

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possível do ponto de entrada. Para completar a proteção contra choques por cargas elétricas processos ou equipamentos susceptíveis a gerar ou acumular eletricidade estática devem dispor de proteção específica e dispositivos de descarga elétrica. Deve ser previsto o recurso da equipotencialização de potenciais por meio do BEP, para proteção contra choques elétricos, sobretensões e perturbações eletromagnéticas.

Identificação e sinalização representam uma das mais importantes características na prevenção de danos e casualidades no caso de situações de pânico. Assim, quadros de distribuição devem ser instalados em locais de fácil acesso e com sinalização de alerta com pictograma com fundo amarelo conforme NBR 13434 (ver figura 7), conforme figura 6. Todos os componentes dos quadros devem ser identificados de tal forma que a correspondência entre os componentes e os respectivos circuitos possa ser prontamente reconhecida. Essa identificação deve ser legível, indelével, posicionada de forma a evitar risco de confusão e corresponder à notação adotada no projeto.

Figura 07: Sinalização de quadros elétricos.

Fonte: IT-41/2018 CBMESP

Equipamentos como Elevadores comuns, esteiras rolantes e equipamentos similares não tem a devida proteção contra o fogo e não fazem parte do sistema de saídas de emergência portanto em caso de sinistros eles devem ser conduzidos até o pavimento ou piso de descarga e serem desativados. Esses equipamentos devem apresentar sinalização indicando a proibição de uso nessas situações, como a apresentada na figura 8.

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Figura 08: Sinalização de proibição de utilização de elevador em caso de incêndio

.

Fonte: NBR 13434

Casos de incêndio é necessário evitar riscos de acidentes durante a evacuação da população. Assim, compartimentação elétrica é de suma importância para as ações operacionais permitindo o desligamento de energia em uma área ou zona compartimentada.Esse desligamento deve ser possível a partir de um disjuntor geral presente na mesma área ou zona, facilmente identificável e acessível, próximo da caixa de escada ou da entrada principal da edificação. Para edificações verticalizadas admite-se que os disjuntores gerais estejam no piso de descarga, permitindo o seccionamento da alimentação de todos os pavimentos conseguintes.

Para assegurar o funcionamento adequado dos sistemas de segurança mesmo em caso de falhas é importante que estes sistemas sejam separados da proteção geral e em caso de haver mais de uma fonte de energiaa cada uma delas deve ser disposta separadamente, como no esquemático de ligação da figura 09, e de forma claramente diferenciada das demais através de sinalização de emergência do quadro de distribuição com os dizeres: ALIMENTAÇÃO NORMAL, ALIMENTAÇÃO RESERVA ou ALIMENTAÇÃO DE SEGURANÇA.

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Figura 09: Esquemático de ligação recomendado

Fonte: Coordenadoria de Atividades Técnicas CMBCE, 2018

Para facilitar as ações de segurança durante o combate às chamas e garantir a compatibilização de áreas não é indicado que componentes vinculados especificamente a uma determinada alimentação compartilhem quadros de distribuição e linhas com elementos de outra alimentação, incluindo as caixas dessas linhas salvo exceções prevista na NBR 5410.

4.1.2 Áreas de Afluência de público

Por serem mais sensíveis a fatalidades em caso de ocorrências, locais com afluência de público com capacidade igual ou maior à 50 pessoas apresentam um conjunto de regras extras a serem seguidas essas regras são dadas pela NBR 13570 Instalações elétricas em locais de afluência de público - Requisitos específicos

Assim como nas regras gerais estas começam definido os parâmetros básicos de instalação que são a limitação de tensão para 380 V exceto em locais específicos designados para serviços elétricos e os materiais dos condutores, segundo a NBR 5410 condutores de alumínio são proibidos em áreas residenciais e regulados em algumas áreas comerciais e industriais. Porém, a NBR 13570 determina uso exclusivo de cobre em locais de afluência de público. Em

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caso de incêndios, mesmo se este não tiver sido iniciado por problemas elétricos existe um risco inerente de os condutores elétricos propagarem o fogo. Para evitar isso todos os condutores e condutos devem ser resistentes a chama, todas as linhas elétricas embutidas devem estar envolvidas por material incombustível e aquelas expostas devem estar colocadas de modo que não sejam acessíveis ao público em geral e de materiais que sejam livres de halogênios e com baixa emissão de fumaça e gases tóxicos e corrosivos.

Por serem locais com fluxo de pessoas não qualificadas é preciso que haja algumas precauções quanto à disposição física de equipamentos como:

• Ter comprimento suficiente para que possa haver ligação direta sem a necessidade de extensões ou conectores intermediários, evitando problemas em de má conexão e falhas mecânicas que são comuns nesses dispositivos;

• Aquelas tomadas e plugues com corrente nominal superior a 16A devem ser escolhidos de modo a prevenir danos ou separação involuntária entre ambos;

• As lâmpadas que estiverem em locais acessíveis ao público devem apresentar proteções especificas contra choques e outras ações mecânicas caso estejam a uma altura menor que 2,5 m do piso.

Os quadros de comando e proteção também são obrigados a apresentar algumas características extras de segurança para evitar sua operação por pessoas não qualificadas

4.8.1 Os quadros de distribuição devem ser do tipo fechado, de modo a garantir no mínimo grau de proteção IP-2X, conforme a NBR 6146.

4.8.2 Os quadros de distribuição devem ser instalados de forma a não permitirem acesso involuntário do público. Caso sejam localizados em ambientes acessíveis ao público, devem possuir meios que permitam a execução de manobras apenas por pessoal BA4 ou BA5, conforme a NBR 5410.

4.8.3 Os quadros de distribuição devem possuir indicações claras das funções dos diversos dispositivos elétricos, bem como das posições aberta e fechada das diversas chaves. (NBR13570,1996)

Além das proteções já previstas no projeto, em áreas de público se faz necessária a presença de um dispositivo de comando de emergência capaz de desligar toda a instalação com exceção dos serviços de segurança. Este deve ser localizado de modo a ser facilmente acessível pelo exterior, para que não seja preciso entrar na instalação e operado apenas por pessoal qualificado.

Em ambientes com áreas uteis superiores a 100 m2, para evitar uma falta completa

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4.1.3 Áreas de risco específico

Além das condições gerais já existem algumas áreas que são classificadas com risco maior, em geral industriais ou comércios que lidem com substâncias de alta periculosidade, como produtos químicos e inflamáveis. Estas áreas possuem um conjunto extenso de normas especificas, em especial a NBR IEC 60079-14 – Atmosferas explosivas – Parte 14: projeto, seleção e montagem de instalações elétricas, nesta são definidas várias condições para um número diverso de áreas, como uma inspeção geral deve apresentar um escopo básico são destacados pelos engenheiros do Corpo de Bombeiros 4 pontos:

• O grau de proteção provido por um invólucro deve ser indicado pelo seu código IP em consonância com as condições previstas no dimensionamento.

• Os graus de proteção listados em projetos devem ser especificados em notas ou legendas, de acordo com os riscos internos aos equipamentos, contra influências externas ou condições como: atmosferas explosivas, áreas sujeitas a impactos mecânicos, corrosão, radiação solar e etc.

• Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas de ambientes com atmosferas potencialmente explosivas devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.

• Nas instalações elétricas de áreas classificadas ou sujeitas a risco acentuado de incêndio ou explosões, devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático, para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.

Os dois primeiros itens têm como objetivo garantir que qualquer equipamento ou material que não seja indicado para aquele local e porventura tenha sido instalado possa ser facilmente identificado e substituído. Os demais são necessários pois alguns acontecimentos que em uma instalação normal não representam grande perigo, como um arco elétrico, podem ser altamente nocivos em áreas de risco classificado.

4.2 Instalações elétricas dos serviços de segurança contra incêndio e pânico

Muitos dos equipamentos a serem utilizados em combate ao incêndio como bombas para hidrantes, bombas para sprinkles iluminação de emergência, exaustores de fumaça, sala de

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comando e controle, acionamento de sistema fixo de gases para combate a incêndio, sistema de sonorização para avisos de emergência entre outros são dependentes de energia elétrica. Assim é necessário garantir o suprimento a estes equipamentos ao mesmo tempo que a instalação principal seja atingida ou precise ser desligada. Para isso são feitos ajustes específicos nas instalações destes equipamentos.

Para garantir a independência destes do resto da instalação todos estes equipamentos devem ter circuitos elétricos derivados de fontes ou alimentação de emergência de modo a garantir o funcionamento por tempo suficiente para a saída das pessoas, combate ao fogo e salvamento.

A escolha desta fonte independente é uma decisão crítica para a segurança da instalação, sendo indicados 3 tipos possíveis de fontes de segurança:

• Baterias de acumuladores: Esta são baterias simples com uma autonomia delimitada, em geral são mais usadas em equipamentos que não tem um consumo muito alto, como a luminária mostrada na figura 10, e estão localizados em locais muito longe para usar grupo geradores e fontes independentes como iluminação de emergência.

Figura 10: Luminária de emergência autônoma

Fonte: Catálogo Elgin, 2019

• Geradores independentes da fonte normal: Estes são muito usados para suprir bombas, elevadores e outros equipamentos. Em geral são usados Grupo geradores a diesel como o da figura 11.

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Figura 11: Gerador a diesel

Fonte: Catálogo Nagano, 2019

• Alimentação da rede pública de distribuição e efetivamente independente da fonte normal

De acordo com o CBMCE em alguns locais específicos é indicado a escolha de geradores como fonte reserva, como eventos de reunião de público acima de 10.000 pessoas, hospitais, aeroportos, data centers, supermercados, shopping centers, parques de diversões, terminais de passageiros, edificações que possuam elevadores comuns ou de emergência, edificações com escada pressurizada, edificações com sistema de controle de fumaça, locais de restrição de liberdade, além de outros locais previstos em normas específicas.

Tão logo o incêndio se inicie é recomendado que seja feito o seccionamento da alimentação principal. Qualquer que seja a fonte reserva escolhida ela deverá ter uma autonomia mínima de 4 horas

Como essa alimentação é essencial para o combate ao incêndio são necessários cuidados quanto à localização da fonte reserva. Caso seja instalada em local confinado deve ter paredes com um tempo de resistência contra fogo de no mínimo 2 horas e com acesso protegido por porta corta fogo (como a mostrada na figura 12).

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Figura 12: Porta corta fogo

Fonte: Scala SCI, 2019

No caso do uso de moto geradores além das premissas básicas são necessários alguns cuidados adicionais:

a. O acionamento do motogerador deve ser automático, quando da interrupção no fornecimento de energia normal.

b. O motogerador deve possuir autonomia de funcionamento, conforme normas e regulamentos específicos para suprir todos os equipamentos dos sistemas de segurança por eles atendidos.

c. Em caso de incêndio, o motogerador deve alimentar exclusivamente os quadros e circuitos dos sistemas de segurança, sendo que os quadros e circuitos comuns, por ele atendidos, não devem ser alimentados nessa situação.

d. Deve haver desligamento automático por dispositivos de proteção na ocorrência de curtos-circuitos nos circuitos dos serviços de segurança ou nos circuitos comuns, sendo que estas faltas não podem impedir o funcionamento do motogerador, que deve continuar alimentando os circuitos dos serviços de segurança não submetidos às condições de falta.

e. A sala do gerador deve ser protegida contra fogo, mediante compartimentação com paredes e portas corta fogo. A entrada e a saída de ar do motor não devem comprometer essa compartimentação. (IT-41 CBMESP, 2018, p. 4)

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Em caso de incêndio a fonte só deve suprir os equipamentos de emergência. Porém, muitas vezes cotidianamente prédios possuem geradores que são responsáveis tanto por suprir em caso de emergência quanto alguns outros circuitos considerados importantes pelos moradores (como portões de entrada, elevadores, bombas de recalque entre outros) em caso de faltas de energia assim é preciso que haja como fazer o seccionamento destes circuitos não essenciais.

No caso específico de elevadores apenas os elevadores de emergência devem continuar funcionando em incêndios e, portanto, continuar sendo atendidos pela fonte reserva. Contudo são necessárias algumas restrições para ser considerado um elevador de emergência

• Os elevadores de emergência devem ter circuito de alimentação de energia elétrica independente, derivado de fonte ou alimentação de segurança, e ser operado exclusivamente por membros do corpo de bombeiros ou membros da brigada de incêndio com treinamento específico. E devem estar ligados a uma fonte ou alimentação reserva e de segurança, preferencialmente grupo moto gerador.

• Os painéis de comando dos elevadores de emergência devem atender às seguintes condições:

o Estar no pavimento ou piso de descarga;

o Deve possuir chave de comando de reversão para permitir a volta do elevador a este piso, em caso de emergência;

o Possuir dispositivo de retorno e bloqueio dos carros no pavimento da descarga, anulando as chamadas existentes, de modo que as respectivas portas permaneçam abertas, sem prejuízo do fechamento do vão do poço nos demais pavimentos;

o Devem possuir duplo comando automático e manual reversível, mediante chamada apropriada.

• As caixas de corrida (poço) e as casas de máquinas dos elevadores de emergência devem ser enclausuradas e totalmente isoladas das caixas de corrida e casas de máquinas dos elevadores comuns

As proteções contra curto circuito e choques devem ser garantidas não importa qual fonte esteja em funcionamento, porém todos os circuitos e proteções devem ser independentes, qualquer falha em circuitos não essenciais não deve afetar os serviços de emergência. O funcionamento de bombas e equipamentos similares é muito importante assim algumas proteções são proibidas, DR e possíveis proteções de sobrecarga (mantendo apenas as de curto circuito).

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protegidos por materiais resistentes ao fogo. Alguns outros circuitos também possuem exigências em normas específicas, como iluminação e alarme.

No caso da iluminação a NT-09 do CBMCE determina que em caso da alimentação por gerador os condutos e as caixas de passagem devem ser em material metálico ou PVC antichama ou caso seja embutido em material com resistência ao fogo de pelo menos 2 horas. A tensão de alimentação destas luminárias deve ser de 30V, caso não seja possível usar a tensão reduzida pode ser utilizado um interruptor diferencial de 30mA com disjuntor termomagnético de 10A.

O sistema de detecção e alarme, de acordo com a NT-012 do CBMCE, deve possuir 2 fontes de alimentação e a fonte auxiliar deve ter autonomia mínima de 24 horas em regime de supervisão e no mínimo 15 minutos de alerta sonoro e/ou visual.

O sistema e equipamentos de sonorização para avisos de emergência devem ser mantidos em funcionamento por um período mínimo de 2h pela fonte de alimentação reserva.

Sistemas de circulação de ar devem ser totalmente desligados em caso de incêndio exceto aqueles relacionados a pressurização de escada e controle de fumaça, estes devem ser devidamente protegidos de modo que o sistema funcione por no mínimo 2 horas.

É usual se ter poços verticais atravessando diversos níveis para a distribuição de linhas elétricas em edifícios. Para evitar a propagação do incêndio nestes poços cada travessia de piso deve ser compartimentada.

Para garantir que haja um rápido entendimento do funcionamento do sistema é exigido que todos os quadros sejam providos de identificação do lado externo de modo legível e não facilmente removível e os respectivos esquemas unifilares devem estar presentes da edificação.

Os elementos de comando de dispositivos de seccionamento e parada de emergência devem ser claramente identificados, de cor vermelha e com um funcho contrastante e devem ser mantidos constantemente desobstruídos e devem operar em extra baixa tensão de segurança

Para evitar interferências deve haver uma separação adequada por distanciamento ou blindagem entre as linhas de energia e sinal e entre as linhas de energia e os condutores de descida do sistema de proteção contra descargas atmosféricas.

Em locais que possuam plano de Intervenção de incêndio e plano de emergência de edificação estes devem constar todas ações que envolvam instalações ou serviços com eletricidade.

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Para que seja emitido o Atestado de conformidade das instalações elétricas o corpo de bombeiros de São Paulo atualmente exige uma inspeção visual local por um profissional qualificado e para este laudo profissional siga um padrão correto a IT-41 define um escopo de vistoria presente no Anexo A, segundo os profissionais do CEPI do Ceara a intenção é que o estado adote a mesma exigência, expandindo e alterando escopo de itens a ser analisado com base nas necessidades apresentadas por estudo local.

4.4.1 Classificação da Instalação

Como qualquer instalação possui um coeficiente de deterioração com o passar do tempo antes de tudo deve ser visto a localização da edificação para saber qual a periodicidade necessária da inspeção, em caso de locais expostos à corrosão atmosférica severa deve ser anual, e para demais regiões cada 3 anos. No estado do Ceará o CBMCE recomenda seguir o padrão da DT 042 - Utilização de materiais em linhas de distribuição aéreas de MT e BTda Enel para fazer a classificação da edificação:

a) Área Tipo A - Corrosão Desprezível ou Moderada: é aquela que se verifica aproximadamente entre 15 e 25 anos, comprometendo sem riscos, o desempenho dos equipamentos e materiais. São ambientes localizados a partir de 20 km de distância da orla marítima;

b) Área Tipo B1 - Corrosão Mediana: é aquela que se verifica aproximadamente entre 10 e 15 anos, com comprometimento moderado de riscos, o desempenho dos equipamentos e materiais. São ambientes localizados a distâncias maiores que 5 km e menores que 20 km da orla marítima, podendo existir alguns anteparos naturais ou artificiais, não estando diretamente expostos a ação corrosiva;

c) Área Tipo B2 - Corrosão Severa: é aquela que se verifica aproximadamente entre 5 e 10 anos, comprometendo com riscos, o desempenho dos equipamentos e materiais. São ambientes localizados a distâncias maiores que 2 km e menores que 5 km da orla marítima, podendo existir alguns anteparos naturais ou artificiais, não estando diretamente expostos a ação corrosiva;

d) Área Tipo C - Corrosão Muito Severa: é aquela que se verifica no período de até 5 anos, comprometendo severamente, o desempenho dos equipamentos e materiais. São ambientes expostos diretamente a ação corrosiva, sem nenhum anteparo natural ou artificial, ficando no máximo até 2 km da praia, de portuários salinos e embocaduras de rios.

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Figura 13: Faixa de corrosão atmosférica no Estado do Ceará.

Fonte: DT-42 ENEL

Em Fortaleza a classificação está indicada na figura 14 e não segue obrigatoriamente os limites definidos no item anterior, devido às barreiras artificiais, salinas, mangues e foz de rios.

Figura 14: Área de corrosão em Fortaleza.

Fonte: DT-42 ENEL, 2008

Atualmente a DT-42 foi atualizada e simplificada, não apresentando por exemplo a classificação B1 e B2, porém por ser mais detalhada o CBMCE ainda recomenda o uso da acima descrita.

4.4.2 Inspeção visual

A inspeção visual deverá ser feita por um profissional qualificado, engenheiro eletricista, dos quadros de proteção, dos pontos de conexão, derivação e distribuição de circuitos e dos equipamentos de proteção.

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Todos os quadros devem que ser vistoriados, considerando a alocação do quadro e seus componentes, sua sinalização, facilidade do acesso, arrumação de condutores, identificação de condutores entre outros.

No caso de instalações já existentes se faz necessário realizar medições termográficas de temperatura conforme a classe térmica dos condutores. Essas medições permitem a detecção de problemas como mau contato de alguma fiação; oxidação dos componentes; desgaste de algumas peças; sobrecarga de circuitos.

Para que a medição termográfica tenha melhor resultado elas devem, preferencialmente, ser realizadas no período de maior pico de utilizações. Caso não seja possível se orienta que seja realizada a ligação de equipamentos ao circuito e feita a medição após a temperatura estabilizar O horário da medição e o tempo de estabilização de temperatura deve ser indicado no relatório.

No caso dos pontos de conexão, derivação e distribuição de circuitos não é possível fazer uma análise completa por razoes físicas assim deve ser feita uma verificação amostral dos pontos de conexão com base nas premissas da NBR5426, nível geral de inspeção II, plano de amostragem simples normal, NQA (nível de qualidade aceitável) de 2,5%. A escolha das caixas a ser inspecionadas deve ser aleatória incluindo todos os tipos (caixas de interruptores, de tomadas de uso geral, de tomada de uso específico, de passagem para iluminação teto ou parede etc).

Nas caixas de conexão devem ser observados aspectos de deterioração das conexões, fator de enchimento das tubulações, compartilhamento com outros tipos de circuitos (dados, voz, imagem), existência umidade, ponto quente ou sobrecarga, condições da isolação, firmeza das conexões e mal-uso. A definição da quantidade de amostras a serem inspecionadas depende da totalidade de pontos de conexão na instalação. A quantidade de defeitos encontradas na amostra, conforme critérios da NBR5426, permite concluir acerca da necessidade ou não de revisão em 100% das instalações.

Tabela 1: Parâmetros de qualidade em testes

Quantidade de pontos Número de amostras Número mínimo de defeitos Entre 02 e 08 02 0 Entre 09 e 15 03 0 Entre 16 e 25 05 0 Entre 25 e 50 08 1 Entre 51 e 90 13 1 Entre 91 e 150 20 1

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Entre 151 e 280 32 2 Entre 281 e 500 50 3

Fonte: NBR - 5426

A verificação da funcionalidade geral dos dispositivos de proteção é atestada pela simples operação mecânica dos mesmos ou acionamento de botões de teste (como o apresentado na figura 15).

Figura 15: Botão de teste em disjuntor.

Fonte: Schneider Eletric, 2018

A partir dos resultados das inspeções e medições o profissional deverá elaborar o relatório final da inspeção, tomando como base os limites de qualidade da NBR 5426 Caso sejam encontradas não-conformidades que ultrapassem os limites de qualidade aceitável da NBR5426, a instalação deve ser declarada como não-conforme, não excluindo que o defeito encontrado seja corrigido.

Para que haja um resguardo técnico de responsabilidade tanto do profissional quanto do proprietário do imóvel a previsão é que a norma exija que o profissional responsável pelo atestado mantenha um registro fotográfico e de medições um período mínimo de 3 anos de modo a garantir a veracidade das informações pelo tempo de duração do atestado. Este registro deve ser rastreável na planta elétrica e uma cópia deve ser entregue ao responsável pelo uso do imóvel.

4.4 Documentação Final

Para emitir a certificação do corpo de bombeiros os projetos de segurança contra incêndio e pânico devem ser submetidos para análise com suas respectivas Anotações de

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Responsabilidade Técnica (ARTs).

Caso o projeto esteja de acordo com todas as normas vigentes ele será aprovado e deve ser executado. De acordo com os bombeiros militares do CEPI é nessa etapa de vistoria na qual se planeja exigir um Atestado de conformidade das instalações elétricas, atestado esse seguindo um modelo parecido com o apresentado no Anexo A.

Além do atestado de vistoria também será exigido entrega das plantas, nas quais devem estar presentes todos os sistemas e equipamentos obrigatórios:

• Localização do Centro de Proteção Geral (CPG) com alimentação ou fonte normal responsável pelo fornecimento regular de energia elétrica, seja ela a rede pública ou uma geração local.

• Localização do Centro de Proteção do Sistema de Segurança (CPSS) com alimentação ou fonte de segurança responsável pelo fornecimento de energia elétrica aos equipamentos de segurança.

• Localização do Centro de Proteção Geral (CPGR) com alimentação ou fonte reserva (quando aplicável) responsável pelo fornecimento alternativo de energia elétrica.

• Indicar localização dos painéis elétricos (quadros terminais) dos equipamentos de segurança presentes, gerador, motoventilador, elevador de emergência, bombas, etc. • Diagrama elétrico com indicação do uso do DPS.

• Indicar esquema com BEP e sistema de aterramento elétrico dos equipamentos. • Indicar nível de tensão em extra-baixa tensão de segurança, quando aplicável; • Identificar os quadros e equipamentos com sinalização de emergência adequada. • Esquemáticos .

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5. CONCLUSÃO

Garantir a segurança de todos é um dos papeis fundamentais do governo, tendo sempre que buscar a melhor forma de garantir a integridade das pessoas e seus bens, essa responsabilidade é ainda mais acentuada quando estamos no campo de engenharia, pois todos os dias, a qualquer momento, milhões de pessoas estão usando objetos ou vivendo e trabalhando em grandes estruturas sem ter como saber com absoluta certeza que está seguro, mas confiando que no desenvolvimento havia alguém com habilidade e obrigação de fazer o mais seguro possível para aqueles que viriam.

Nesse contexto a função de regulação e fiscalização do corpo de Bombeiros é sem dúvida imprescindível para garantir a segurança, especialmente em se tratando de residências. Locais como industrias e grandes comércios tendem a ser fiscalizados por diversos órgãos tanto públicos, como por exemplo ministério do trabalho, quanto privados, como seguradoras, assim acabam tendo um maior incentivo para seguir as normas de segurança. Quando se analisa locais menores como pequenos e médios comércios e complexos residenciais na grande maioria o único órgão que faz uma fiscalização abrangente para a segurança dos usuários é o Corpo de Bombeiros.

A segurança contra incêndio e pânico é uma área extremamente abrangente, tendo nuances em cada área de engenharia sendo difícil para um projetista de uma área conhecer todas recomendações existentes isso eleva ainda mais a importância do conjunto sucinto e objetivo de normas próprias do Corpo de Bombeiros do estado.

A segurança nas instalações elétricas é uma das colunas fundamentais na prevenção contra sinistros, porém a complexidade desta torna impraticável que sua inspeção seja feita completamente durante a vistoria do bombeiro militar. Assim a obrigação da vistoria por parte de um engenheiro eletricista traz um grau de confiança muito maior para os usuários finais.

Uma grande parcela dos acidentes relacionados ao sistema elétrico provém de instalações antigas ou que passam por aumento de carga sem que seja feita adaptações no projeto. Ao tornar obrigatória a vistoria periódica da instalação embora o usuário vá ter um custo financeiro a confiabilidade do sistema tem um avanço muito importante.

A maior responsabilidade de um engenheiro é, acima de tudo, um funcionamento seguro de seu projeto, tentando levar em consideração em seu projeto o maior número de possíveis acidentes e minimizá-los quando possível.

Isso é possível apenas quando existe um conhecimento e entendimento profundo das normas de segurança, não só sabendo que elas existem, mas entendendo o porquê de cada ponto pois nenhum projeto é igual ao outro, sempre haverá desafios aos quais as normativas não se

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anteciparam. Por isso o entendimento e a difusão das normas do Corpo de Bombeiros é algo muito importante no desenvolvimento profissional de um projetista.

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REFERÊNCIAS

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31 mai. 2018.

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 5410:2008 - Instalações elétricas de baixa tensão. 2008

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 5419-1 – Proteção contra descargas atmosféricas Parte 2: Gerenciamento de Risco. 2017

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 5419-1 – Proteção contra descargas atmosféricas Parte 3: Danos físicos a estruturas e perigos à vida. 2017

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 5419-1 – Proteção contra descargas atmosféricas Parte 4: Sistemas elétricos e eletrônicos internos na estrutura. 2017

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR IEC 60050-826 – Vocabulário eletrotécnico internacional – instalações elétricas em edificações. 2016

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Referências

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