RADIAÇO DE CORPO NEGRO DO CAMPO
ESCALAR
Tiago Gar ia Ribeiro
Tiago Gar ia Ribeiro
RADIAÇO DE CORPO NEGRO DO CAMPO ESCALAR
Dissertação submetida ao Programa de PósGraduação em
Físi a omo parte dos requisitos para obtenção do Título de
Mestre emCiên ias emFísi a.
Área de on entração: Teoria de Campos, Gravitação e
Cosmologia
Orientador: Prof. Dr. Edisom de Souza Moreira Junior
Agosto de 2014
Tiago Gar ia Ribeiro
RADIAÇO DE CORPO NEGRO DO CAMPO ESCALAR
Dissertação aprovada por ban a examinadora em 14 de
agosto de 2014, onferindo ao autor o título de Mestre em
Ciên ias em Físi a.
Ban a Examinadora:
Prof. Dr. Edisomde SouzaMoreira Junior (Orientador)
Prof. Dr. Antonio Soares de Castro
Prof. Dr. Rero Marques Rubinger
Agosto de 2014
Dedi o este trabalho à minha família: João, Nilda e Filipe.
Eles me in entivaram a onhe er o universo! Porém,
"Cultivaras iên iase não amar osseres humanosé omo
a ender uma to hae fe har osolhos."
Agradeçoantes de tudoaDeus, aforçamaiorque metorna apazde a ordartodos os
dias e ir em bus a dos meus sonhos. A todos os meus familiares, em espe ial a meu pai
João, minha mãe Nilda emeu irmão Filipe. Não disponho de espaço aqui para
agrade ê-losportudoquezeram, eainda fazem, pormim. Pelaforçaquesempreme on ederam,
às horas de atenção, à onança depositada. Agradeço também aos familiares da minha
namorada e em espe ial a ela, Rafaela. Não tenho palavras para dizer tudo que esta fez
por mim. O apoio que sempre me deu, a onança, o arinho, o respeito pelas minhas
de isões.
À toda omunidade UNIFEI que me propor ionouum ambiente de estudo,ao qualsó
tenho a agrade er. Aos professores do mestrado em físi a om os quais tive a
oportuni-dade de aprender muito mais que a beleza da iên ia,aprendi exemplos de grandes seres
humanos. Dentre esses professores agradeço em espe ial ao meu orientador, Edisom de
Souza Moreira Jr.,pelo omprometimento om o desenvolver deste trabalho, o respeito a
mim, oexemplo, o in entivo. As inúmeras horas de dis ussão sobre afísi a que tive om
eleduranteestetrabalhorepresentam, om erteza,amaiorpartedoaprendizadoquetive
duranteo mestrado.
Agradeço a todos os meus professores e amigos de graduação, os quais sempre me
in entivaram a seguir em frente. Em espe ial ao Thiago Bonifá io, que sempre se fez
presenteemtodomeumestrado,pelapa iên iaemes utarminhasintermináveis onversas,
re lamações edesabafos. Tambémde formamuito espe ial, agradeço aRafael Estevão e,
em memória, a seu pai Rozimar Estevão. Este, ao fale er no iní io de 2012, fez om que
aqueledesistisse devirparaomestrado omigo,me deixandoassimadifí ilquestão: omo
Guimarães. Ele foi a inspiração para que eu bus asse prosseguir nos estudose o exemplo
de professor quesempre bus arei seguir.
Eporúltimo,masnãomenosimportante,agradeçoatodososamigosquezemItajubá
duranteomestrado. Aos meusamigosde repúbli a, dasalade estudodos mestrandosem
físi a e matemáti a, aos amigos e também vizinhos da travessa Dr. João de Faria e de
forma geral aos amigos que z no bairro Cruzeiro. Vo ês foram minha família durante
No presente trabalho estudaremos a radiação de orpo negro do ampo es alar om
massa em dimensões arbitrárias, onde ini ialmente desenvolveremos toda a dinâmi a
re-la ionada a este ampo mediante um prin ípio de mínima ação, obtendo a equação de
movimento, o tensor energia-momento, e ainda, apresentando uma possível gravitação
relativísti a des rita em termos do ampo es alar. Em seguida onsideraremos o ampo
onnadoauma avidadeemumespaço
(N
−1)
-dimensional,oquenospermitirá quantizá-lo. Cal ularemos, pela apli ação do ensemble anni o, as quantidades termodinâmi asrela ionadas aosistema emquestão para massa e dimensões arbitrárias, sendoesta nossa
prin ipal ontribuição. As referidas quantidades termodinâmi as serão omparadas, no
limite de massa nula, om osresultados orrespondentes no eletromagnetismo.
Visandoexplorardeformamaisdetalhadaosefeitosdamassanaradiaçãode avidade
do ampo es alar, tomaremos o aso parti ular quadridimensional, apresentando as
pri-meiras orreções de massa nas quantidadestermodinâmi as. Assim, o omportamentode
nosso sistema pode ser fa ilmente omparado om o previsto por Plan k para a radiação
de orponegrodo ampode Maxwell. Finalmente,investigaremosadistribuiçãoespe tral
dadensidadedeenergianointeriorda avidade, obtendoasleisdePlan k,Rayleigh-Jeans
e Wien para o aso om massa. In lusive, apresentamos o omportamento espe tral da
intensidadedeenergiaemitidaatravésde umfuroemumadas paredes da avidade, assim
omo a leide Stefan-Boltzmannpara massa não nula.
In the present work we study the bla k-body radiation of a massive s alar eld in
arbitrary number of dimensions. Initially we develop the whole dynami s related to this
eld through the prin iple of least a tion, obtaining its equation of motion, its
energy-momentum tensor, and further, presenting a possible relativisti theory for gravity
des- ribed in terms of the s alar eld. Then we onsider the s alar eld onned in a avity
of volume
V
, in a(N
− 1)
-dimensional spa e, whi h allows us to quantize the eld. We al ulate using the anoni al ensemble the thermodynami quantities related to thesys-tem, whi h is our main ontribution. Su h thermodynami quantities are ompared, in
the limitofzero mass,with the orresponding resultsfor the ele tromagneti eld.
Aiming to investigate in more detail the ee ts of an arbitrary mass to the s alar
radiation in the avity, we take the parti ular ase of
N
= 4
, presenting the rst mass orre tions to the thermodynami quantities. Thus, the behavior of our system an beeasily omparedwiththatpredi tedby Plan ktothebla k-bodyradiationoftheMaxwell
eld. Finally,we investigate the spe tral distribution of energy density inthe interior of
the avity, obtainingthe Plan k, the Rayleigh-Jeansand the Wienlaws forthe ase with
mass. Wealsopresentthespe tralbehavioroftheradian e,aswellasStefan-Boltzmann's
lawfor smallmasses.
Agrade imentos iv Resumo vi Abstra t vii Índi e viii Lista de Figuras x 1 Introdução 1 2 O ampo es alar 5
2.1 A ação e otensor energia-momentodo ampoes alar . . . 7
2.2 Umagravitação es alar . . . 9
3 Me âni a estatísti a da radiação es alar 18
3.1 Quantidades termodinâmi as. . . 23
3.2 Termodinâmi adaradiaçãoes alar sem massa . . . 28
3.3 A pressão por onsiderações inéti as . . . 31
4 Termodinâmi a da radiação es alar em
N
= 4
344.1 Comportamento emprimeiras orreções de massa . . . 37
5 Espe tro de orpo negro da radiação es alar 43
5.1 As leisde Rayleigh-Jeanse Wien om massa . . . 46
A A energia total em termos das funções modi adas de Bessel 66
B Valor médio quadráti o do ampo es alar
hφ
2
i
68
2.1 Em(a) omparamosasprediçõesdasórbitasplanetáriasfeitasporNewtonepela
gra-vitaçãoes alar desenvolvidaneste apítulo,mostrando oretro essodoperiélio (
ϕ
= 0
)previsto poresta última. Já em (b), mostramos oreal omportamento doperiélio em
relaçãoaoresultadodeNewton, sendoumavanço, omoprevisto orretamentepela
re-latividade geral. Confe ionamosas guras(a) e(b) a partirde (2.67) edo resultado
einstenianonaliteratura[1,13℄,respe tivamente. . . 17
4.1 Comportamentodapressão
P
omofunçãodatemperaturaT
, emquatrodimensõesevaloresdiferentes paraamassadosbósons. As onstantes
~
,c
ek
B
foramfeitasiguaisaum. . . 35
5.1 Adistribuiçãoespe tralparaadensidadedeenergianointeriorda avidade,a
tempera-tura onstanteediferentesvaloresdemassaparaosbósons. . . 45
5.2 Comportamentodadistribuiçãoespe tral dadensidadede energianointeriorda
avi-dadeabaixasfrequên ias,temperatura onstanteediferentes valoresparaamassados
bósons. As urvassólidasrepresentamo omportamentoexatoprevistopelateoria,que
nas frequên ias onsideradas se aproximam da lei de Raleigh-Jeans generalizada para
massanãonula,dadapelas urvasdemesma orempontilhado. . . 48
5.3 Limite de altas frequên ias para a distribuição espe tral da densidade de energia no
interiorda avidadeàtemperatura onstanteediversosvaloresdemassaparaosbósons.
As urvassólidassãoas previsõesexatas da teoria ommassa esão bem des ritas,no
limite de frequên ias onsiderado, pela lei de Wien generalizada para massa não nula
( urvaspontilhadas ommesma or). . . 49
5.4 Velo idadedosbósonsna avidadeparamassasdiferentesdezero. As onstantes
~
,k
B
emitidaporunidadedeáreanaunidadedetempoparaseuexterior,aumatemperatura
xa,eparabósonsdemassasdiferentes. As urvaspontilhadasmostramaintensidadede
energiaemitidapela avidadeem relaçãoàdensidadedeenergianoseuinterior, urvas
sólidasdemesma or. . . 58
5.6 Distribuiçãodaintensidadeparaoespe trode orponegrodoSol. A urvaemnegrito
representa asituaçãoreal, emuma es alaondea temperaturado Solé
1
. Enquanto aurvaemazulrepresentao omportamentoespe traldaintensidadeemumatemperatura
naqualoSolpossuiriaafrequên iade máximaemissãoigualadeuma estrelasimilar,
masemumasituação ondeosbósonspossuíssemuma massanãonula, urvaemverde.
Introdução
O ampo es alar foi en arado durante muito tempo omo um modelo,
matemati a-mente mais simples, onveniente à introdução de formalismos teóri os ara terísti osdas
teorias de ampo da físi a relativísti a, sejam estas, teorias quânti as ou lássi as. Essa
restrição do ampo es alar a toy model foi justi ada, até pou o tempo, pela sua
au-sên ia de manifestação na natureza. Assim, até então, os fenmenos observados e seus
orrespondentes modelos teóri os se limitavama outros ampos, em parti ular o ampo
vetorialdes revendo oeletromagnetismoeo ampotensorialdes revendoagravitação[1℄.
No entanto, dados re entes apontam para um imediatoabandono do ampo es alar
ape-nas omo re urso didáti o, resultando sua direta in lusãona lista de ampos si amente
observados [2,3℄.
Aprimeiraevidên iaexperimentalque omprovaumateoriabaseada no ampoes alar
o orreuem meados doano de 2012, quando experimentos realizados no LHC (Large
Ha-dron Collider) dete taram uma partí ula om ara terísti as similares às esperadas para
um bóson de Higgs[2℄. As expe tativas foram omprovadas, e em2013, François Englert
e Peter W. Higgs re eberam o Nobel de Físi a por seus modelos teóri os que previam o
bóson.
O bóson de Higgs é uma partí ula elementar de spin zero asso iada a um ampo
es alar,o ampode Higgs[4℄. Este ampofoiproposto ini ialmenteparadar onsistên ia
ao modelo eletrofra o, noqual as partí ulas mediadoras das interações eletromagnéti a e
pormeiodainteração omo ampodeHiggs. Neste ontexto,a omprovaçãoexperimental
dobósondeHiggssetornouimportanteporsuain orporaçãoaomodelopadrãodafísi ade
partí ulaselementares. Nestemodelo,o ampodeHiggsquepermeiatodoouniverso seria
responsável por onferir massaa todas as partí ulas elementares, emespe ial, aos bósons
vetoriais da interação fra a, sendo que o valorda massa de uma partí ulaé determinado
pelaintensidade dasua interação om o ampode Higgs[4℄.
Oanún iomais re entede resultados experimentais, quepodem omprovaroutro
mo-delo teóri o que leva em onta o ampoes alar, foi feito emmarço deste ano pelaequipe
de pesquisadores do experimento BICEP2. No artigo que relata o experimento, é
onr-madaadete çãodosmodosBdepolarizaçãodaradiação ósmi ade fundoemmi roondas
(CMB) [3℄. Esse tipo de radiação eletromagnéti a é proveniente do big bang e hega até
nós trazendo onsigoinformaçõesdos instantes ini iais donosso universo.
Na osmologiaatuala redita-se queo universo, emum instanteini ial logoapósobig
bang,tenha passadoporum período, onhe idonaliteratura omoperíodode inação,no
qualeleseexpandiuexponen ialmente. A osmologiaqueseatémaoestudodesteperíodo
é onhe ida omo osmologia ina ionária, e foi proposta ini ialmente por Alan Harvey
Guth para sanar algumasde iên iasda velha osmologia[5℄. Nos modelosina ionários
propostos, em espe ial o de inação aóti a por Andrei Linde, o rápido res imento do
universo é asso iado a um ampo es alar om massa, o inaton. É o estado ini ial deste
ampoquedeterminaoquanto,e omo,ouniversoprimordialseexpandiu. Emparti ular,
se o inaton foi ini ialmente muito grande, o modelo de Linde prevê um res imento
exponen ial douniverso logo apóso big bang [6℄.
O modelo ina ionário também sugere uma geração de ondas gravita ionais durante
o res imento exponen ial do universo. A presença dessas ondas produziria um padrão
úni onapolarizaçãodaradiação ósmi ade fundo,sendoomodoB,umadaspolarizações
a exibir tal padrão. Portanto, além de validarem o modelo osmológi o ina ionário,
os dados do BICEP2, representam a primeira imagem do que podemos hamar de uma
assinatura das ondasgravita ionais nahistória douniverso.
ientí a omoumtodo,bus andonãoapenasa omprovaçãodosmodelosexistentes,mas
o avanço e melhoramentodos dadosjá obtidos, omo também, novos modelos teóri osde
amposes alares. Porexemplo,uma one çãoentreohiggseoinaton,oquepoderialevar
a um ampo de essen ial importân ia,ou talvez fundamental,para o universo observável
de hoje.
Neste trabalho, motivados pelonovo horizonte que se abre à físi a do ampo es alar,
estenderemos aeste últimoalgunsestudosjárealizados paraoutros ampos. Emespe ial,
estudaremos a radiação de orpo negro, omumente tratada para o ampo
eletromagné-ti o. Consideraremos um ampo es alar om massa em dimensões arbitrárias, e a todo
momentoestaremosinteressadosem onfrontarnossosresultados omosjáexistentes para
o eletromagnetismo, mostrando assim, omo os trabalhos de Plan k para a radiação
ele-tromagnéti a podem ser desenvolvidos em nosso ontexto, e omo o aráter es alar e a
massa afetam osresultados obtidos. Neste intuito, generalizaremos emprimeira orreção
de massa e em quatro dimensões, as quantidades termodinâmi asasso iadas ao sistema,
assim omo obteremos as leis de Wien, Rayleigh-Jeans e a própria lei da radiação de
Plan k.
Paraesseobjetivo,noCapítulo2destetrabalho,apresentaremosumaabordagemgeral
do ampoes alar no ontexto relativísti oquein lui o omportamentofrente às
transfor-mações de Lorentz, um prin ípio de mínima ação que leve à equação dinâmi a satisfeita
pelo ampo(equação deKlein-Gondon),assim omootensorenergia-momentoeas
quan-tidades rela ionadas a este tensor. Veremos que a partir dasua dinâmi a somos levados,
à primeiravista, a indi ar o ampo es alar omo o mais evidentepara ainserção da
gra-vitação universal no ontexto relativísti o. No entanto, mostraremos que tal expe tativa
não é onrmada.
De posse do formalismo a er a do ampo es alar, no Capítulo 3 nos ateremos à
me- âni a estatísti a da radiação es alar onnada em uma avidade
(N
− 1)
-dimensional de volumeV
, onde primeiramente quantizaremos o ampo e em seguida apli aremos o formalismodoensemble anni o aosistema. Talformalismonos permitirá al ulartodasas quantidades termodinâmi as de uma formageral, para massa e dimensões arbitrárias,
quantida-desenvolvidoporPlan k, omotambém, omresultadosdatermodinâmi adaradiação
de-senvolvidaporBoltzmannanteriormenteaos trabalhos plan kianos. Cal ularemos,ainda,
a pressãonas paredes da avidade por onsiderações puramente inéti as.
No quarto apítulo apresentaremos a termodinâmi a da radiação es alar, agora, em
quatro dimensõeseprimeira orreçãode massa. Para isso, adequaremosaestas ondições
asquantidades termodinâmi as omoenergiainterna,pressão, apa idadetérmi a,a
pró-pria equação de estado, entre outras, já al uladas no apítulo anterior. Partindo desse
ponto,exploraremoso omportamentodetaisquantidades,assim omo,astransformações
termodinâmi as, fo ando em espe ial nas modi ações impostas pela massa.
Apresenta-remos,semprequepossível,um esboçográ odoqueestá sendoanalisado, omotambém
o onfronto om os resultados para oeletromagnetismo.
Com os estudos desenvolvidos anteriormente, no Capítulo 5, que é o fo o deste
tra-balho, estaremos interessados no espe tro de orpo negroda radiaçãoes alar om massa.
Esboçaremosadensidade de energia na avidade, número totalde bósons eaintensidade
de energia irradiada, em função da frequên ia, da temperatura e da massa.
Generaliza-remos assim as leisda radiaçãode orpo negro de Plan k, Wien, Rayleigh-Jean e
Stefan-Boltzmann, in lusive a lei de deslo amento de Wien. Como em todo o trabalho, essas
leisgeneralizadasserãodis utidas emparalelo omasoriginaispara aradiação
eletromag-néti a. Em espe ial, estaremos preo upados em extrair novas interpretações do espe tro
de orpo negro devido à massa, o que fazemos omparando nossos resultados para a
ra-diação de orpo negro do ampo es alar om massa (bósons de spin zero e massa não
nula) aos resultados onhe idos na literatura para a radiação de orpo negro do ampo
eletromagnéti o (bósons de spin um e massanula).
Por m, no último apítulo, apresentaremos as on lusões gerais de todo o estudo
desenvolvido, juntamenteàperspe tivade trabalhosfuturosepossíveisapli açõespráti as
dos resultados aquidispostos.
Con luindoestaintrodução,gostaríamosde salientarquenossa ontribuiçãoaoestudo
da me âni a estatísti a do ampo es alar reside essen ialmente em onsiderarmos massa
arbitrária
M
eumespaço-tempo omnúmeroarbitráriodedimensõesN
. Nossosresultados serão oportunamentesubmetidos à publi ação.O ampo es alar
O prin ípioda relatividade espe ial de Einstein arma que as leis da natureza são as
mesmas em todos os sistemas de referên ia iner iais, e que a velo idade de propagação
das interações é uma onstanteuniversal igual à velo idade da luzno espaçovazio:
c
[7℄. Este prin ípio está em pleno desa ordo om o prin ípio da relatividade de Galileu, queassumeuma velo idadedepropagaçãodas interaçõesinnita,esobre oqualrepousatoda
a me âni a newtoniana. Em virtude desta ontradição, a me âni a relativísti a traz um
novo onteúdo de interpretaçõesfísi asantes omitidasname âni a lássi a. Emespe ial,
narelatividadedeEinsteinotemponãoapresentaum aráterabsoluto omoparaNewton
eGalileu, esim,tempoe espaçoapare emmes lados dentrode umaestrutura mais geral:
o espaço-tempo. A simetriaque governa esta estrutura é asimetria dogrupode Lorentz,
oude formamais ampla,o grupo de Poin aré,e a onexão entre ossistemasde referên ia
iner iais édada pelas transformaçõesde Lorentz.
Se asleisdanatureza são regidas poroutra simetria,que não ade Galileo, um ampo
es alarnão transmite maisaideia de umagrandeza físi aquea ada instantede tempo
t
, asso iaatodopontonoespaçodado por1
x
= (x, y, z)
, umaquantidadeφ(x, t)
invariante sob transformaçõesde Galileo. Mas agora,uma quantidadesimilar, porém invarianteportransformaçõesde Lorentz. Assim,
φ
se omporta da seguinte maneira 2[8,9, 10℄,
φ
′
(x
′µ
) = φ(x
µ
),
(2.1) 1Asquantidadesemnegritorepresentamvetores.
2
AdotamosemtodoestetrabalhooespaçoquadridimensionaldeMinkowskiesuanotaçãode
onde
x
= (x
, x
, x
, x
) = (ct, x, y, z)
é um ponto no referen ial iner ialK
ex
=
(x
′0
, x
′1
, x
′2
, x
′3
) = (ct
′
, x
′
, y
′
, z
′
)
um ponto no referen ial iner ial
K
′
, sendox
′µ
dado pela transformação de Lorentz, 3x
′µ
= Λ
µ
ν
x
ν
,
(2.2) omη
µν
= η
αβ
Λ
α
µ
Λ
β
ν
, ondeη
µν
= (1,
−1, −1, −1)
é a métri ade Minkowski.Nafísi a lássi a, os amposes alares mais onhe idos apare em nateoriada
gravita-ção universal newtoniana e na teoria eletrostáti a de Coulomb. Em ambos os ontextos
φ(x)
é um ampo invariante de Galileo que representa, respe tivamente, os poten iais gravita ional e elétri o, ujo o gradiente leva à expressão para a força nos dois asos. Aequação satisfeita por
φ(x)
naausên ia de fontes, tantonaeletrostáti a omo na gravita-ção, é a equaçãode Lapla e[7, 11, 12℄∇
2
φ(x) = 0,
(2.3)
onde
∇
2
é ooperador de Lapla e dando odivergente dogradiente.
No ontexto da relatividade espe ial, a equação satisfeita por um ampo es alar será
uma generalização da equação (2.3) para um ampo que satisfaz (2.1). A forma mais
simples dessa equação édada por 4
∂
µ
∂
µ
φ
(x) = φ(x) = 0,
(2.4) em que∂
µ
:=
∂
∂x
µ
=
1
c
∂
∂t
,
∂
∂x
,
∂
∂y
,
∂
∂z
=
∂
∂x
0
, ∇
,
(2.5) sendo∂
µ
= η
µν
∂
ν
e é o operadorde d'Alembert denido omo=
∂
2
c
2
∂t
2
− ∇
2
.
(2.6)
Pela regra de transformação (2.2), vemos que o operador (2.6) é invariante por
transfor-maçõesde Lorentz, e quetomando
φ(x)
nolimite newtonianode ampo estáti oebaixas velo idades(c
→ ∞
),a equação (2.4) re upera (2.3).3
Estamos onsiderandoaquia onvençãodasomadeEinstein.
4
Daquipordianteomitiremos,porsimpli idade,oíndi eem
x
µ
Comodito a ima, aformamais simples de generalizara equação (2.3) paraa
relativi-dade espe ial éatravés de (2.4). Podemosadi ionarqualquer outra quantidadees alarao
lado esquerdo desta equação, tal que, sob transformações de Lorentz, a ovariân ia seja
preservada. Podemos, por exemplo,tomar
( + α
2
)φ(x) = 0,
(2.7)onde
α
é uma onstante. A equação a ima é onhe ida na literatura omo equação de Klein-Gordon. No entanto, a proposta original dos trabalhos de Klein, Gordon e outrosfísi os daépo a era formular uma versão relativísti ada equaçãode S hrödinger[10℄.
Nateoria quânti a de ampos(2.7) des reve partí ulas de spin nulo(bósons) e massa
M
, omo por exemplo, o bóson de Higgs e os mésons es alares [8, 13℄. A informação sobre a massa do bóson está presente na onstanteα
, que a identi amos omo sendoα
=
M c
~
,~
a onstate de Plan k divididapor2π
.φ(x)
neste ontexto éum ampoes alar (real)geralmentenomeadosegundoapartí ulaasso iada. Assim, nosexemplosanteriores,φ(x)
é o ampo de Higgs e de mésons, respe tivamente. Nos apítulos posteriores deste trabalho,estaremosinteressadosemdes reveraradiaçãode orponegrodo ampoes alar,tendo omo ponto de partidaa equação (2.7).
2.1 A ação e o tensor energia-momento do ampo
es a-lar
A equação (2.7) pode ser obtida a partir do prin ípio de mínima ação de Hamilton,
poruma ação daforma 5
S
f ield
=
Z
L(φ, φ
,µ
)d
4
x
=
1
2
Z
(η
µν
φ
,µ
φ
,ν
− α
2
φ
2
)d
4
x,
(2.8) onded
4
x
= cdtdxdydz
e
L(φ, φ
,µ
)
é a densidade lagrangiana que depende deφ
e sua derivada emrelaçãoax
µ
. Variando(2.8) om respeito a
φ
eseguindo passossemelhantes aosquenoslevamàsequaçõesdeEuler-Lagrangename âni a lássi a,obtemosaequaçãosatisfeita por
φ
[1,8℄,∂
µ
∂
L
∂φ
,µ
−
∂
L
∂φ
= 0.
(2.9) 5Tambémpodemosdenirumadensidadehamiltoniana,des revendoadensidadedeenergia do ampo, daforma
H =
∂φ
∂
L
,0
φ
,0
− L = π
0
φ
,0
− L,
(2.10) sendoπ
µ
=
∂
L
∂φ
,µ
(2.11)uma quantidade similar aomomento anni o name âni a.
Da segunda igualdade de (2.8) temos que
L(φ, φ
,µ
) =
1
2
(η
µν
φ
,µ
φ
,ν
− α
2
φ
2
).
(2.12)Considerando este valorde
L
em(2.9) e usandoo resultado de∂
L
∂φ
,µ
= η
µν
φ
,ν
,
(2.13) somos levados aη
µν
∂
µ
∂
ν
φ
+ α
2
φ
= 0,
(2.14) que é exatamente(2.7).Seguimos agora, om um pro esso similar ao de derivação da onservação da energia
na me âni a lássi a. Primeiramente, derivando
L
om respeito ax
µ
, temos∂
L
∂x
µ
=
∂
L
∂φ
φ
,µ
+
∂
L
∂φ
,ν
∂φ
,ν
∂x
µ
.
(2.15)Rees revendo o primeiro termo no lado direito desta igualdade om a ajuda de (2.9) e
fazendo uso de
φ
,νµ
= φ
,µν
, somos levados a∂
L
∂x
µ
=
∂
∂x
ν
∂
L
∂φ
,ν
φ
,µ
+
∂
L
∂φ
,ν
∂φ
,µ
∂x
ν
=
∂
∂x
ν
∂
L
∂φ
,ν
φ
,µ
.
(2.16)Podemos es rever portanto,
∂
∂x
ν
−δ
ν
µ
L +
∂
L
∂φ
,ν
φ
,µ
= 0.
(2.17)Denimoso tensor energia-momento omo [1, 7,8℄
T
ν
µ
=
−δ
ν
µ
L +
∂
L
∂φ
,ν
φ
,µ
,
(2.18)que em virtude de (2.17),atende a
Esta última igualdade nos diz que a integral de
T
µν
na hipersuperfí ie que ontém o
volume
V
do espaço tridimensional é um quadrivetor onservado [7℄, o qual denimos omo o quadrimomentodo sistemap
µ
= A
Z
S
T
µν
dS
ν
= A
Z
V
T
µ0
d
3
x,
(2.20)onde
A
é uma onstante eT
µν
= η
µσ
T
ν
σ
. Em parti ular,T
00
é identi ado omo sendo a densidade de energia (2.10), o que é
fa ilmente visto a partir de (2.18). Assim,
P
0
é a energia total vezes a onstante
A
, que é re onhe ida omo o inverso dec
por omparação om o quadrimomento denido na relatividadeespe ial [7℄.Para nosso aso em estudo, observando a densidade lagrangiana dada por (2.12) e
usando (2.13),
T
ν
µ
é dado porT
ν
µ
=
η
νσ
δ
ρ
µ
−
η
σρ
2
δ
ν
µ
φ
,σ
φ
,ρ
+
α
2
φ
2
2
δ
ν
µ
,
(2.21)ou de formamais usual,
T
µν
=
η
µρ
η
νσ
−
η
σρ
η
µν
2
φ
,σ
φ
,ρ
+
η
µν
2
α
2
φ
2
.
(2.22)Em espe ial, adensidade hamiltoniana do ampo es alar será [1,8℄
H := T
00
=
1
2
(φ
,0
)
2
+ (∇φ)
2
+ α
2
φ
2
,
(2.23)
de onde vemos que
H
é positivadenida.2.2 Uma gravitação es alar
Se (2.4) é uma imediata generalização da equação de ampo no aso newtoniano,
podemos onsiderar
φ(x)
omo um forte andidato a des rever a gravitação dentro do ar abouçodarelatividadeespe ial[1,13℄. Areferidaequaçãode ampoparaφ
éobtidapor meiodoprin ípiode mínimaaçãoparaumadensidade lagrangiana(2.12) omα
= 0
. Isso impli a que,sea gravitação for bem des ritapor um ampoes alar, osbósons asso iadosAdinâmi adeumapartí ulalivrerelativísti aédadaporumaaçãodaforma[1,7,13℄
S
=
−mc
Z
τ
2
τ
1
ds,
(2.24) omm
amassadapartí ulaeds
=
pη
µν
dx
µ
dx
ν
= cdτ
,sendo
τ
otempopróprio. Variando esta açãoem relaçãoax
µ
, somos levados àsequações de movimento
du
µ
dτ
= 0,
(2.25)onde
u
µ
=
dx
µ
dτ
= (c, v)
é a quadrivelo idadeda partí ula.Podemosaindatomaravariaçãodaação
S
omoumafunção das oordenadasx
µ
para
uma trajetóriaque satisfaz (2.25). Assim, peloformalismo de Hamilton, hegamosa uma
expressão para o quadrimomentodo sistema[1, 7℄
p
µ
:=
−
∂S
∂x
µ
= mu
µ
.
(2.26)Como pode ser mostrado
u
µ
u
µ
= c
2
, talquep
µ
p
µ
=
−
∂x
∂S
µ
−
∂x
∂S
µ
= m
2
c
2
,
(2.27)ou de formamais usual,
η
µν
S
,µ
S
,ν
= m
2
c
2
.
(2.28)Sendo esta última, aequação de Hamilton-Ja obi neste ontexto.
Consideremos agora a ação que des reve o movimento de uma partí ula relativísti a
na presença de um ampo es alar
φ(x
µ
)
. Talação é daforma
S
=
−
Z
τ 2
τ 1
mc
+
λ
c
φ
ds,
(2.29)emque
λ
éuma onstanteque ontém informaçãosobrea arga da partí ula. Variando esta nova ação om respeito ax
µ
, temos as equações de movimento no aso de partí ula
no ampo:
d
dτ
m
+
λφ
c
2
u
µ
− λφ
,ν
η
µν
= 0,
(2.30)que nolimite de ampoestáti o e baixas velo idadesdado por
φ
,0
≪ φ
,j
, reduzem-se am
dv
Vemos que neste limite a dinâmi atorna-se semelhante à de Newton, levando, in lusive,
a uma interação atrativapara o aso de
λ >
0
.A ompleta ação para uma gravitaçãoes alar, é então
S
=
−mc
Z
τ
2
τ
1
ds
−
λ
c
Z
τ
2
τ
1
φds
+
1
2
Z
η
µν
φ
,µ
φ
,ν
d
4
x.
(2.32)Onde o primeiro termo des reve apenas a partí ula, o segundo des reve o a oplamento
entre apartí ulaeo ampo,eoter eirosomenteo ampo. Oúltimotermoéumaintegral
emtodaumaregiãodoespaçoquadridimensional,enquantoosdoisprimeirossãointegrais
em um intervalode tempopróprio.
A partir de uma função delta de Dira em quatro dimensões, podemos es rever o
segundo termo de (2.32) omo uma integral em
d
4
x
, o que pode ser feito levando-se em
onta que a densidade de partí ula para uma partí ula pontual seguindo a trajetória
z
= z
µ
(τ )
é dada por:ρ
=
Z
∞
−∞
δ
(4)
[x
µ
− z
µ
(τ )]ds,
(2.33) ondeδ
(4)
[x
µ
− z
µ
(τ )] = δ[x
0
− z
0
]δ[x
− z]
é a função deltade Dira emquatro dimensões.
Variandoaação ompleta omrespeito a
φ
elembrandoqueoprimeirotermo énulopara essa variação,somos levados à equação de amponapresença de fonte,φ =
−
λ
c
ρ,
(2.34)que nolimite newtoniano de
φ
,0
≪ φ
,j
torna-se∇
2
φ
=
λ
c
ρ.
(2.35)Como
φ
des reveo ampogravita ionalno ontexto darelatividadeespe ial,nolimite de baixas velo idades e ampo estáti o, que representa o limite newtoniano, (2.34) devere uperar aequação de Poisson para a gravitaçãode Newton [11℄
∇
2
φ
N
= 4πGρ
m
,
(2.36)onde
ρ
m
éadensidadedemassa,G
a onstantegravita ionaleφ
N
opoten ialnewtoniano. Uma vez que o ampoφ
interage om a matéria onde arga é a massa, a onstanteλ
deve ser propor ional à massam
dapartí ula. Então, vamos denir novas variáveis de estudo,γm
= λ
eΦ = γφ
,talque emtermos destas, aação (2.29) toma a formaS
=
−mc
2
Z
τ
2
τ
1
1 +
Φ
c
2
dτ.
(2.37)A ação anterior apresenta algumas ara terísti as que são de suma importân ia para
a des rição dagravitação por um ampoes alar:
•
é um invariante de Lorentz;•
levará sempre a uma forçaatrativa [1℄;•
omoaaçãotemdimensãodeenergiavezestempo,Φ
deveterdimensãodevelo idade quadrada, exatamente omo o poten ialgravita ional de Newtonφ
N
;•
a massa apare e omo uma onstante multipli ativa, levando a equações demovi-mento que não dependem expli itamente da mesma, respeitando, portanto, o
prin- ípio daequivalên ia.
Alémdomais, multipli ando ambos oslados de (2.35) por
γ
, edenindoρ
m
= m
Z
τ
2
τ
1
δ
4
(x
− z)dτ = m
ρ
c
,
(2.38) somos levados a∇
2
Φ = γ
2
ρ
m
,
(2.39)que omparada om (2.36) impli a em
γ
=
√
4πG
, garantindo que a equação de Poisson para o aso newtoniano ére uperadano devido limite.Rees revendo a equação (2.34)em termosdas novasvariáveis temos
Φ =
−γ
2
ρ
m
,
(2.40)onde substituindo ovalorde
γ
hegamos aΦ =
−4πGρ
m
.
(2.41)Esta éa Equação de Einstein para a gravitaçãodes rita por um ampo es alar.
Até aqui, nossa des rição re upera os resultados newtonianos, tendo a densidade de
massa
ρ
m
omo úni a e ex lusiva fonte do ampo. No entanto, desde que na relatividade espe ialmassaeenergiaseequivalem,ne essitamosdeumageneralizaçãoquelevequalquersistema físi o, om onteúdo de energia, aser fontedo ampogravita ional.
infor-possível a partir do traço do tensor energia-momento
T
µν
. É sabido que todo sistema
físi otem um tensor energia-momentoasso iado eque emparti ular,para um sistemade
partí ulas pontuais àpressão nula, o traço de
T
µν
é dado por[1, 7,14℄
T
= ρ
m
c
2
,
(2.42)onde
ρ
m
é adensidade de massa, que já apare eu em todo nosso estudo anterior. Assim, podemos rees rever nossos ál ulos fazendoT
omo a fonte do ampo gravita ional no ontexto relativísti o.A ação ompleta para o ampo(2.32) emtermos de
T
a naformaS
=
−mc
Z
τ 2
τ 1
ds
−
Z
ΦT
c
2
−
1
8πG
η
µν
Φ
,ν
Φ
,µ
d
4
x,
(2.43)naqualdividindoosdoisúltimostermospor
c
para an elar om oc
emd
4
x
= cdtdxdydz
re uperamosoresultadoapresentadoem[1℄,sendoqueaquiadotamos
η
µν
= (1,
−1, −1, −1)
.
Temos também apartir de (2.41) a equação de ampo
Φ =
−
4πG
c
2
T.
(2.44)Depoisde generalizadaa fonte, é possívelapontardois problemas existentes em nossa
tentativa de des rever a gravitação om um ampo es alar. Em primeiro lugar, já que o
ampo eletromagnéti o possui um tensor energia-momento om traço nulo, nossa teoria
nãoprevêuma oplamentodeste ampo omogravita ional. Estefatoviolaa omprovada
urvaturados raiosde luz(radiaçãoeletromagnéti a)aosepropagarememumaregiãode
ampo gravita ional [1, 13, 14℄. Em segundo, uma falha de âmbito on eitual em nossa
des rição, équeotraçodotensorenergia-momentoem(2.42)não levaem ontaopróprio
ampo gravita ional, que possui um
T
µν
om traço não nulo, a ontribuir para a fonte.
Embora isso possa ser sanado introduzindo a ontribuição do próprio ampo omo fonte
nasequações, otraçodotensorenergia-momentototal ariadivididoemduaspartes,uma
devido ao ampogravita ional eoutra que levariaem ontatodos os amposex etuando
a gravitação, o que não é on eitualmente oportuno, pois essas partes seriam tratadas
diferentemente [1℄.
à geometria do espaço-tempo. A ação (2.37) pode ser vista omo uma generalização da
ação para a partí ula livre, onde substituímos o intervalo de linha
ds
2
= η
µν
dx
µ
dx
ν
pords
2
Φ
= g
µν
dx
µ
dx
ν
, sendog
µν
=
1 +
Φ
c
2
2
η
µν
.
(2.45)Neste modelo, o ampo
Φ
é visto omo o responsável por uma modi ação na geometria do espaço-tempo, levandoη
µν
ao novo tensor métri og
µν
. A ação para uma partí ulana presença do ampoΦ
torna-se:S
=
−mc
Z
τ
2
τ
1
ds
Φ
=
−mc
Z
τ
2
τ
1
pg
µν
dx
µ
dx
ν
,
(2.46)om a equação de Hamilton-Ja obi(2.28) dada agora por [1,7℄
g
µν
S
,µ
S
,ν
= m
2
c
2
,
(2.47) ondeg
µν
éa inversa de (2.45),g
µν
=
1 +
Φ
c
2
−2
η
µν
.
(2.48)Éinteressantenotarmos queasubstituiçãode
η
µν
por
g
µν
sóépossívelporqueamassa
apare e omo um fator multipli ativo na ação. Este fato resultou de impormos que o
prin ípiode equivalên ianewtoniano seja aindaválido.
Estudando anovaequação de Hamilton-Ja obi (2.47)no limite newtonianode ampo
estáti o e baixas velo idades, podemos submeter nossa teoria a outro teste de veri ação
(vide exer í io 3.1 na Ref. [1℄). Para isso onsideremos
ρ
m
devido a uma partí ula de massaM
xanaorigem dosistemade oordenadas. Assim, nolimite onsiderado, temos a equação de Poisson para o ampo,∇
2
Φ = 4πGMδ(r),
(2.49)
om
r
= (x, y, z)
. A solução desta equação nos leva aΦ(r) =
−
GM
r
,
(2.50)em que
r
=
krk
.Es revendo (2.47)expli itamente, teremos
1 +
Φ
c
2
−2
"
1
c
2
∂S
∂t
2
− (∇S)
2
#
− m
2
c
2
= 0.
(2.51)Passando para oordenadas esféri as
(r, θ, ϕ
), podemos restringir o movimento ao planoθ
=
π
2
, talque aúltima equação torna-se:1 +
Φ
c
2
−2
"
1
c
2
∂S
∂t
2
−
∂S
∂r
2
−
1
r
2
∂S
∂ϕ
2
#
− m
2
c
2
= 0.
(2.52)Comoosistema onservaenergiaemomentoangular,supomosumasoluçãopara(2.52)
da forma
S
= S
t
+ S
ϕ
+ S
r
=
−Et + Lϕ + S
r
,
(2.53)om
E
eL
, energia e momento angular, respe tivamente, eS
r
a parte da solução que depende datrajetória. Substituindoesta solução em(2.52) amos omdS
r
dr
2
=
E
2
c
2
−
L
2
r
2
− m
2
c
2
1 +
2Φ
c
2
+
Φ
2
c
4
.
(2.54)Que rees rita naformaintegral, om
Φ
dado por(2.50), nos leva aS
r
=
Z
dr
E
2
c
2
− m
2
c
2
+
2GMm
2
r
−
1
r
2
L
2
+
G
2
M
2
m
2
c
2
1
2
.
(2.55)Interessados em estudara trajetória
r
omofunção do ânguloϕ
, tomamos∂S
∂L
= ϕ
0
= constante.
(2.56)Mas pelasolução proposta (2.53),juntamente om a ondição anterior, temos
∂S
∂L
= ϕ +
∂S
r
∂L
= ϕ
0
.
(2.57)Cal ulando a derivada de
S
r
om respeito aL
somoslevadospelaúltima igualdade aϕ
− ϕ
0
=
Z
dr
E
2
c
2
− m
2
c
2
+
2GMm
2
r
−
1
r
2
L
2
+
G
2
M
2
m
2
c
2
−
1
2
L
r
2
,
(2.58)derivando este resultado om respeito a
r
temosdϕ
dr
=
E
2
c
2
− m
2
c
2
+
2GMm
2
r
−
1
r
2
L
2
+
G
2
M
2
m
2
c
2
−
1
2
L
r
2
,
(2.59)de onde somos levados àequação que determina atrajetória
r
= r(ϕ)
, dada pordr
dϕ
2
=
r
4
L
2
E
2
c
2
− m
2
c
2
+
2GMm
2
r
−
1
r
2
L
2
+
G
2
M
2
m
2
c
2
.
(2.60)Para estudar esta última equação,denimos uma novavariável
u
=
r
, talquedu
dϕ
=
du
dr
dr
dϕ
=
−
1
r
2
dr
dϕ
=
⇒
dr
dϕ
=
−r
2
du
dϕ
.
(2.61)Es revendo (2.60) em termos da nova variável, om a ajuda da última igualdade, e
deri-vandoo resultado em relaçãoa
ϕ
, amos omdu
dϕ
d
2
u
dϕ
2
=
1
L
2
du
dϕ
GM m
2
− u
L
2
+
G
2
M
2
m
2
c
2
.
(2.62) Que parau
′
6= 0
, nos dáu
′′
+ u
1 +
G
2
M
2
m
2
L
2
c
2
=
GM m
2
L
2
,
(2.63)onde a linha representa derivada om respeito a
ϕ
.A equação diferen ial (2.63) traz uma orreção em relação a sua análoga no aso
pu-ramentenewtoniano,que seria [15℄
u
′′
+ u =
GM m
2
L
2
,
(2.64)ujaa soluçãoéuma elipsede ex entri idade
e
,dada em oordenadas polarespor[13,14, 15℄u
=
GM m
2
L
2
1 + e cos(ϕ).
(2.65)Em nosso aso, podemos es rever(2.63) omo
u
′′
+ ω
2
u
=
GM m
2
L
2
,
ondeω
2
:=
1 +
G
2
M
2
m
2
L
2
c
2
,
(2.66)e a soluçãodesta equação é
u
=
GM m
2
L
2
1 + e
′
cos(ωϕ),
(2.67)
quetambéméumaelipse, mas om ex entri idade
e
′
, aqualnolimite de
c
→ ∞
re upera (2.65).O que muda emnosso ontexto é o fato de
ω
6= 1
. Isso signi a queϕ
= 0
eϕ
= 2π
não orrespondemaomesmoponto;aelipsenão temm nomesmopontoondeseini iou.Emparti ular, omo
ω >
1
, opontoequivalenteaϕ
= 0
éatingidoantes mesmode seterϕ
= 2π
. Dizemos, então, quea trajetóriasofre um retro esso. O qual pode ser al ulado impondoque leva a
△ϕ = 2π(ω
−1
− 1).
(2.69) Expandindoω
−1
emtermos deG
2
M
2
m
2
L
2
c
2
≪ 1
, hegamosaoresultado△ϕ ≃ −
G
2
M
2
m
2
L
2
c
2
π.
(2.70)Uma vez que
ϕ
= 0
, nos padrões das soluções newtonianas, é o ponto da órbita om maior proximidadeentre as massas[15℄,nossa teoria prevê um retro esso doperiélio. Talprevisão, revela outra in oerên ia entre a gravitação des rita por um ampo es alar e os
dados experimentais. Oque realmenteo orre éum avanço doperiélio,que a relatividade
geral de Einstein al ula emgrande pre isão omo sendo [1, 13℄
△ϕ = 6π
G
2
M
2
m
2
L
2
c
2
.
(2.71)Note aFig. (2.1).
(a) (b)
Figura2.1: Em(a) omparamosasprediçõesdasórbitasplanetáriasfeitasporNewtonepelagravitação
es alar desenvolvidaneste apítulo,mostrando oretro essodoperiélio(
ϕ
= 0
)previstoporestaúltima.Já em (b), mostramoso real omportamentodo periélioem relaçãoao resultado deNewton, sendoum
avanço, omoprevisto orretamentepelarelatividadegeral. Confe ionamosasguras(a)e(b)apartir
Me âni a estatísti a da radiação es alar
Neste apítulo apli amos o formalismo do ensemble anni o da me âni a estatísti a
quânti aao ampoes alar ommassa, onnadoauma avidadeeem
N
dimensões espaço-temporais. Para este m, pro edemos om uma quantização do ampo nessas ondiçõesde formasimilaraoqueé feitono omplemento
K
v
de [16℄,a qualnos permitiráaadoção do referido formalismo.Consideremos
φ
= φ(x, t)
, ondex
= (x
1
, x
2
,
· · · , x
N −1
)
, satisfazendo (2.7) para um espaço-tempoN
-dimensional,em queagora expli itamoso valorda onstanteα
:+
M
2
c
2
~
2
φ(x, t) = 0,
(3.1) onde=
∂
2
c
2
∂t
2
−
∂
2
∂x
2
1
−
∂
2
∂x
2
2
− · · · −
∂
2
∂x
2
N −1
(3.2)é o operador de d'Alambert em
N
dimensões. Sejaφ
onnado a uma avidade úbi a, tal queφ
seja nulo em todas as paredes da avidade(N
− 1)
-dimensional, de volumeV
e vérti e na origem do sistema de oordenadas. Enfatizamos aqui, que não se faz ne essário espe i arasdimensõesda avidade,poisnão estamosinteressados emestudaro omportamento do ampo omo função destas dimensões.
As onsideraçõesanterioresnos levamàsseguintes ondiçõesde ontorno espa iais(de
Diri hlet)
φ(x
1
= 0, x
2
, x
3
, ..., x
N −1
, t) = φ(x
1
= V
1
N −1
, x
2
, x
3
, ..., x
N −1
, t) = φ(x
1
, x
2
= 0, x
3
, ..., x
N −1
, t) =
φ(x
1
, x
2
= V
1
N −1
, x
3
, ..., x
N −1
, t) =
· · · = φ(x
1
, x
2
,
· · · , x
N −1
= V
1
N −1
, t) = 0.
(3.3)Sob tais ondições, apli ando o método da separação de variáveis em (3.1) hegamos à
solução para
φ
independente det
, dada pelo produto das soluções para ada uma dasN
− 1
dimensõesespa iais, naformaf
k
(x) =
N −1
Y
i=1
s
2
V
N −1
1
sin
k
i
πx
i
V
N −1
1
=
2
V
N −1
1
N −1
2
N −1
Y
i=1
sin
k
i
πx
i
V
N −1
1
,
(3.4)onde
k
= (k
1
, k
2
,
· · · , k
N −1
)
, sendok
1
, k
2
,
· · · , k
N −1
= 1, 2, 3, . . .
. Esta solução satisfaz às mesmas ondiçõesde ontorno(3.3)paraφ
. Temostambémarelaçãodeortonormalização dasf
k
(x)
Z
V
1
N −1
0
dx
1
Z
V
1
N −1
0
dx
2
· · ·
Z
V
1
N −1
0
dx
N −1
f
k
(x)f
k
′
(x) = δ
kk
′
,
(3.5) omδ
kk
′
= δ
k
1
k
1
′
δ
k
2
k
2
′
· · · δ
k
N −1
k
′
N −1
a deltade Krone kerem
N
− 1
dimensões, ea equação satisfeita por elas∇
2
+
k
2
π
2
V
N −1
2
f
k
(x) = 0,
(3.6) sendok
2
= k
· k
.Emtermos das
f
k
(x)
,propomosuma soluçãoparaφ
naformade uma expansão,dada porφ(x, t) =
∞
X
k
1
=1
∞
X
k
2
=1
· · ·
∞
X
k
N −1
=1
q
k
(t)f
k
(x) =
X
k
q
k
(t)f
k
(x),
(3.7)onde o somatóriosobre o vetor representa a soma sobre todas as omponentes de
k
, que orrem de1
a∞
. A ortonormalidade das soluções espa iais expressa em (3.5), supondo ainda quef
k
(x)
é um onjunto ompleto, garanteque a expansãonosq
k
(t)
éúni a e que estes podem ser determinados apartir deφ
omoq
k
(t) =
Z
V
1
N −1
0
dx
1
Z
V
1
N −1
0
dx
2
· · ·
Z
V
1
N −1
0
dx
N −1
φ(x, t)f
k
(x).
(3.8)Substituindoa solução(3.7) naequação (3.1) satisfeita por
φ
, vem 1+
M
2
c
2
~
2
X
k
q
k
(t)f
k
(x) =
X
k
1
c
2
q
¨
k
(t)
− q
k
(t)
∇
2
f
k
(x) +
M
2
c
2
~
2
q
k
(t)f
k
(x)
= 0.
(3.9) 1Osegundo termodoladodireitodaprimeiraigualdadepodeser rees rito apartirde (3.6) e amos om 2
X
k
1
c
2
q
¨
k
+
k
2
π
2
V
N −1
2
q
k
+
M
2
c
2
~
2
q
k
f
k
= 0.
(3.10)Pela ortogonalidade das
f
k
(x)
, vemos que (3.10) só é satisfeita se a expressão entre ol- hetes for nula para todok
. Somos assim levados à equação satisfeita pelosq
k
(t)
, dada por¨
q
k
+ ω
k
2
q
k
= 0,
(3.11) ondeω
k
2
=
k
2
π
2
V
N −1
2
+
M
2
c
2
~
2
c
2
(3.12)tem dimensão de frequên ia aoquadrado.
Oque(3.11)nosdizéqueos
q
k
(t)
são oordenadasdesa opladassatisfazendoàequação de um os iladorharmni o om frequên iaω
k
, tendo por soluçãoq
k
(t) = A
k
cos ω
k
t
− ϕ
k
,
(3.13)sendo
A
k
uma amplitude eϕ
k
uma fase ini ial. Comumente essas oordenadas são refe-ridas omo oordenadas normais. Esta nomen latura é advinda do fato que ada termonaexpansão (3.7) representa um modonormalde vibraçãodo ampo,oumais
espe i a-mente, uma onda esta ionária para ada parti ular onjuntode valores das omponentes
do vetor
k
, istoé, para ada os iladorharmni o.Podemos agora nos perguntar omo a a energia na avidade expressa por essas
oordenadas. Pararesponderaissodevemosre orrera(2.23)generalizadaparaum
espaço-tempo de
N
dimensões. Substituindoφ
dado por (3.7) na densidade hamiltonianaH
e integrando emtodoo espaço,somos levados om aajudade (3.5) aH
=
Z
V
1
N −1
0
dx
1
Z
V
1
N −1
0
dx
2
· · ·
Z
V
1
N −1
0
dx
N −1
H =
1
2
X
k
1
c
2
˙q
2
k
+ ω
2
k
q
2
k
,
(3.14)onde
H
é aenergia total dosistema.Es revendo a densidade lagrangiana (2.12) para um espaço-temporal
N
-dimensional em termosde (3.7),similarmenteaH
, podemos obter alagrangianaL
:L
=
Z
V
1
N −1
0
dx
1
Z
V
1
N −1
0
dx
2
· · ·
Z
V
1
N −1
0
dx
N −1
L =
1
2
X
k
1
c
2
˙q
2
k
− ω
k
2
q
2
k
.
(3.15) 2A partir desta lagrangianaobtemos o momento onjugado[8℄
p
k
=
∂L
∂
˙q
k
=
1
c
2
˙q
k
,
(3.16)em termosdoqual
H
ées rita na formaH
=
X
k
1
2
c
2
p
2
k
+
1
c
2
ω
2
k
q
k
2
:=
X
k
h
k
.
(3.17)A hamiltoniana
h
k
denida a ima, selevada nas equaçõesde Hamilton[8℄˙p
k
=
−
∂h
k
∂q
k
e˙q
k
=
∂h
k
∂p
k
,
(3.18)re upera exatamente (3.11), omo esperado.
De(3.17)edare uperaçãode (3.11),somoslevadosà on lusãode quea ada
parti u-lar
k
estáasso iadaumahamiltonianah
k
e, onsequentemente, umos iladorharmni ode frequên iaω
k
. E omais importante, a hamiltonianatotal do ampoé dada pelasoma de todasash
k
. Ou seja,para todok
,dado pelaespe i açãodo onjunto{k
1
, k
2
, . . . , k
N −1
}
, fazemos orresponder um os ilador harmni o de frequên iaω
k
e energiah
k
, sendo que a energia do ampo a determinada pela soma das energias dos innitos os iladorespresentes na avidade. Logo, quantizado ada um desses os iladores, o ampo
φ
é onse-quentemente quantizado.O pro esso de quantização do os ilador harmni o é muito onhe ido na literatura
(veja, por exemplo, [16, 17℄). Partindo da hamiltoniana
h
k
para ok
-ésimo os ilador, somos levados por sua quantização aoespe tro de energia doreferido os ilador,dado porE
n
k
= ~ω
k
1
2
+ n
k
,
(3.19)onde
n
k
= 0, 1, 2, 3, . . .
. Assim, de (3.17), vemos que a energia total do sistema a na formaE
=
X
k
E
n
k
=
X
k
~
ω
k
1
2
+ n
k
.
(3.20)É onvenientefazermos umarenormalizaçãoem(3.20)tomandoaorigem daes alade
energia omo sendoo valorda energiadová uo,
E
v´
acuo
=
X
k
1
A energia total torna-seentão,
E
=
X
k
n
k
~
ω
k
.
(3.22)Interpretamos os
n
k
omo o número de bósons om frequên iaω
k
eenergia~
ω
k
, or-respondendo aoestado de energia dok
-ésimo os ilador. De forma que (3.22) é a energia de um úni o estado dosistema, que édado peloproduto tensorialdos estados de energiade ada um dos
k
os iladores. Sendo assim, a ada estado do sistema está asso iado um onjunto{n
k
}
, uja aenergia éE
= E
{n
k
} =
X
k
n
k
~
ω
k
,
(3.23)lembrandoque
ω
k
dependedamassaM
dobóson omoestabele e(3.12). Ainterpretação den
k
omo número de bósons ará mais evidente adiante.Quantizadoosistema,estamosagoraem ondiçõesdeanalisá-losegundooformalismo
de um ensemble anni o quânti o. Lembremo-nos que na me âni a estatísti a quânti a
um sistema físi o, des rito por este ensemble, é ara terizado por uma função partição
Q(T, V )
dada pelo traço do operador densidade,ρ
= exp(
−βH)
[18, 19, 20℄, ondeH
é o operador hamiltoniano,T
a temperatura,V
o volume,β
= (k
B
T
)
−1
e
k
B
a onstante de Boltzmann.Apliquemosesteformalismoao ampoes alaranteriormentequantizado, omaenergia
total de ada onjunto
{n
k
}
dada por (3.23). Desde que um úni o estado do sistema é inteiramenteespe i ado ontabilizando onúmeron
k
asso iadoa adak
-ésimoos ilador, ou se quisermos, o número de bósons em ada frequên ia; a soma sobre todos os estadosdo sistema (isto é, o traço) é, na verdade, dada por uma soma sobre todos os possíveis
onjuntos
{n
k
}
. Como não existe restrição sobre os valores den
k
( adan
k
orre de0
a∞
), afunção partiçãoserá então, dada porQ(T, V ) =
X
{n
k
}
exp
−βE{n
k
}
=
X
{n
k
}
e
−β
P
k
n
k
~
ω
k
.
(3.24)Abrindoasomanaexponen ial,estapoderáseres rita omoumprodutodeexponen iais,
e lembrandoquea somasobre
{n
k
}
éuma soma sobre{n
1
, n
2
, . . . , n
k
}
,podemosmostrar queX
{n
k
}
Y
k
e
−βn
k
~
ω
k
=
Y
k
∞
X
n
k
=0
e
−βn
k
~
ω
k
.
(3.25)Como o somatóriopode ser avaliado om a ajuda de uma série geométri a, hegamos ao
resultado para a função partição
Q(T, V ) =
Y
k
1
1
− e
−β~ω
k
.
(3.26)
As quantidades termodinâmi as podem ser derivadas a partir do
log Q(T, V )
, que de (3.26) nos dálog Q(T, V ) = log
Y
k
1
1
− e
−β~ω
k
=
−
X
k
log 1
− e
−β~ω
k
.
(3.27) 3.1 Quantidades termodinâmi asPartindode(3.27)podemosderivartodasasquantidadestermodinâmi asrela ionadas
ao nosso sistema, nos moldes do ensemble anni o [18, 19, 20℄. Ini iemos, pois, om a
energia total dosistema dada por
U
=
−
∂
∂β
log Q(T, V ),
(3.28)que de (3.27) nos leva a
U
=
X
k
~
ω
k
e
β~ω
k
− 1
:=
X
k
¯
n
k
~
ω
k
.
(3.29)Esta expressãoésimilaràexpressãoparaaenergiatotalde um gásideal deBose-Einstein
om fuga idade igual a
1
, oupoten ial quími o nulo[18, 19,20℄, onde¯
n
k
=
1
e
β~ω
k
− 1
,
(3.30)
analogamente ao sistema Bose-Einstein, é interpretado omo o número médio de bósons
om energia
~
ω
k
. Defato,não hádiferençaentre falarmos de um ampo onnado auma avidade de volumeV
à temperaturaT
ou de um gás de bósons om poten ial quími o nulo, nas mesmas ondições.É onveniente agora, denirmos omomento
p
asso iado a adak
omop
=
~
πk
V
N −1
1
,
talquep
2
= p
· p =
~
2
π
2
k
2
V
N −1
2
.
(3.31) Substituindop
2
em(3.12), hegamosaumaexpressãoparaaenergiadobósondemomento