Turismo DE PE
sCA:
o
Ministério do Turismo
Secretaria Nacional de Políticas de Turismo
Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Coordenação Geral de Segmentação
Turismo DE PEsCA:
orientações Básicas
Presidente da república Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva
ministra do Turismo Marta Suplicy secretário-Executivo Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho secretário Nacional de Políticas do Turismo
Airton Pereira
Diretora do Departamento de Estruturação, Articulação e ordenamento Turístico
Tânia Brizolla
Coordenadora-Geral de regionalização Ana Clévia Guerreiro Lima
Coordenadora-Geral de segmentação Jurema Camargo Monteiro
Coordenadora-Geral de informação institucional Isabel Cristina da Silva Barnasque
Coordenador-Geral de serviços Turísticos Ricardo Martini Moesch
2008, Ministério do Turismo Todos os direitos reservados. Coordenação e Execução Ministério do Turismo
Impresso no Brasil – Printed in Brazil
1ª Edição
Distribuição gratuita Tiragem 1.000 exemplares Ministério do Turismo
Esplanada dos Ministérios, Bloco U, 2º andar 70.065-900 – Brasília-DF
www.turismo.gov.br
Impresso em papel 100% reciclado
Dados internacionais de catalogação na publicação (CIP)
Brasil. Ministério do Turismo.
Turismo de pesca: orientações básicas. / Ministério do Turismo, Secretaria Nacional de Políticas de Turismo, Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico, Coordenação Geral de Segmentação. – Brasília: Ministério do Turismo, 2008.
52 p. : il. ; 24 cm.
Coleção com nove volumes. Inclui anexos e bibliografia.
1. Programa de Regionalização do Turismo. 2. Roteiro turístico, Brasil. 3. Pesca. 4. Atividade turística. I. Título.
Ficha Técnica
Diretora do Departamento de Estruturação, Articulação
e ordenamento Turístico Tânia Brizolla Coordenadora-Geral de
segmentação Jurema Monteiro
Equipe Técnica Ana Beatriz Serpa
Ana Paula Bezerra
Carolina Juliani de Campos Carolina C. Neves de Lima Francisco John Castro Pires Gleidson Diniz
Guilherme Coutinho Lara Chicuta Franco
Milton Paulo Sena Santiago Talita Lima Pires
Colaboração Alessandro Rodrigues Pinto
Carmélia Amaral Dalton Sales
Karen Furlan Basso Rosana França
Telefone (61) 3445-3451
Fax (61) 3445-3457
segmentos@turismo.gov.br pesca@turismo.gov.br
Apresentação
A diversificação da oferta turística mundial em relação às tendências da demanda, entre outros fatores, ocasiona a expansão do mercado e o surgimento e consolidação de variados segmentos turísticos. A segmentação, nesse caso, é entendida como uma forma de organizar o turismo para fins de planejamento, gestão e mercado.
Os segmentos turísticos podem ser estabelecidos a partir dos elementos de identidade da oferta e também das características e variáveis da demanda. No que se refere à oferta, o Brasil apresenta recursos ímpares que, aliados à criatividade do povo brasileiro, possibilitam o desenvolvimento de diferentes experiências que definem tipos de turismo – Ecoturismo, Turismo Cultural, Turismo Rural, Turismo de Aventura e tantos outros. A transformação de tais recursos em atrativos, de modo a constituírem roteiros e produtos turísticos, utiliza a segmentação como estratégia principal. Para tanto, são necessárias medidas que visem à estruturação, ao desenvolvimento, à promoção e à comercialização adequadas à singularidade de cada segmento e de cada região turística.
Diante desse desafio, o Ministério do Turismo apresenta uma série de documentos orientativos para o desenvolvimento de segmentos turísticos a partir da noção de território que fundamenta o Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil, com o intuito de oferecer subsídios a gestores públicos e privados, na perspectiva da diversificação e caracterização da oferta turística brasileira. Esse trabalho enfoca desde aspectos conceituais e legais, abordando o perfil do turista, a identificação de agentes e parceiros, até as peculiaridades relativas à promoção e comercialização.
Com esta proposta de segmentação, mais que aumentar a oferta turística brasileira, espera-se que o turismo possa contribuir, efetivamente, para melhorar as condições de vida no País a partir das novas oportunidades que a estruturação dos segmentos possibilita.
sumário
1 iNTroDuÇÃo ... 13 2 ENTENDENDo o sEGmENTo ... 15 2.1 Marco conceitual ... 16 2.2 Marcos legais ... 17 2.3 O turista de pesca ... 233 BAsEs PArA o DEsENVoLVimENTo Do Turismo DE PEsCA ... 29
3.1 Atratividade e viabilidade da região ... 29
3.2 O atrativo principal ... 29
3.3 Fatores essenciais para o Turismo de Pesca ... 30
3.4 Envolvimento da comunidade ... 32
4 AGrEGAÇÃo DE ATrATiViDADE ... 35
4.1 Integração de atividades e segmentos ... 35
4.2 Interpretação ambiental ... 36
4.3 Valorização da identidade local ... 36
5 Turismo DE PEsCA E mErCADo ... 39
5.1 Tendências ... 39
5.2 Promoção e comercialização ... 39
6 rEFErENCiAis BiBLioGrÁFiCos ... 41
introdução
O Brasil dispõe de recursos com potencial para atrair pescadores de todo o
mundo: com a diversidade da ictiofauna1 em diferentes biomas, vastas bacias
hidrográficas, corredeiras, lagos, lagoas, manguezais, reservatórios de hidrelé-trica e aproximadamente 8 mil quilômetros de costa, proporcionando opções de pesca em costões, praias e alto mar.
Essa potencialidade resulta em uma gama de oportunidades para a pesca amadora e mostra a necessidade de ação governamental no que se refere às adequações da oferta de produtos turísticos, visto que o Turismo de Pesca requer efetivas medidas de proteção ambiental, com apoio a pesquisas dos peixes mais visados, e de estruturação mercadológica, com estudo do perfil da demanda.
Assim, torna-se importante orientar o desenvolvimento desse tipo de turismo, com informações conceituais, técnicas e institucionais que possam direcionar as ações de planejamento, gestão e promoção e facilitar e colaborar na tomada de decisões para a estruturação e operacionalização dos produtos de Turismo de Pesca no Brasil.
Dos segmentos turísticos que demonstram maior índice de crescimento no mundo, o Turismo de Pesca é um dos que vêm se destacando. No Brasil, apresenta uma tendência ascendente ao se caracterizar pelo convívio com a natureza integrada a uma das atividades prediletas dos brasileiros: a pesca.
A atividade de pesca, sem finalidade comercial, tem capacidade de gerar significativos fluxos turísticos e, conseqüentemente, benefícios econômicos.
Nos Estados Unidos, estima-se a movimentação de 116 bilhões de dólares2.
A pesca e o turismo – duas vocações do Brasil – podem ser potencializados se trabalhados conjuntamente, haja vista a dimensão territorial, extensão costeira e hídrica e a diversidade de ictiofauna do País. Embora existam relatos da pesca amadora com finalidade de lazer no Brasil desde meados do século
XX3, somente a partir de 1998 trabalhou-se essa interação oficialmente
como um segmento turístico, com o incentivo do Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora – PNDPA (executado pelo Ministério do Meio Ambiente/Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA e pelo Ministério do Esporte e Turismo/Instituto Brasileiro de Turismo – EMBRATUR).
Com a criação do Ministério do Turismo, em 2003, assumiu-se o desafio de estruturar esse tipo de turismo, a partir da definição inicial do conceito de Turismo de Pesca e suas orientações básicas. Para tanto, foi estabelecida parceria com a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República – SEAP/PR, além de intensa e solidificada atuação com o PNDPA/ IBAMA e outros colaboradores. Como resultado, definiu-se a delimitação conceitual, as características e a abrangência do segmento de Turismo de
Pesca4 abordadas a seguir.
2 Bureau Brasileiro de Pesca Esportiva, disponível em http://www.bureaudepesca.com.br em julho de 2006 3 ARAGÃO, A. Pescarias Fluviais no Brasil. SP: Melhoramentos, 1947
4 BRASIL. Ministério do Turismo. Segmentação do Turismo: marcos conceituais. Brasília: 2006
2.1 marco conceitual
A construção do marco conceitual de Turismo de Pesca fundamenta-se em dois aspectos principais: os movimentos turísticos que ocorrem em territórios específicos, em razão da presença de espécimes singulares de peixes; e o perfil do turista de pesca, em função de sua motivação caracterizada pelo usufruto dos recursos naturais de forma sustentável, de acordo com as peculiaridades das duas atividades – pesca e turismo – e com as legislações que as regem.
Turismo de Pesca compreende as atividades turísticas decorrentes da prática da pesca amadora.
Para fins de delimitação do segmento, esclarecem-se os termos que seguem:
Atividades turísticas
No caso do Turismo de Pesca, as atividades turísticas são geradas pela prática da pesca amadora envolvendo a oferta de equipamentos, produtos e serviços, tais como:
• Operação e agenciamento.
• Transporte, como os barcos-hotéis e voadeiras.
• Hospedagem.
• Alimentação.
• Recepção.
• Recreação e entretenimento.
• Eventos.
• Material para pesca, como iscas, varas, molinetes etc.
• Outras atividades complementares que existam em função do
turismo.
“Atividade de pesca praticada por brasileiros ou estrangeiros, com a finalidade de lazer, turismo ou desporto, sem finalidade comercial.”5
Pesca amadora
Por imposição legal6, os peixes abaixo do tamanho mínimo de captura devem
retornar à água e a cota de captura deve ser respeitada.
Para fins turísticos – de planejamento, promoção e comercialização de
5 Portaria IBAMA n.º 30/03 (www.ibama.gov.br/pescaamadora/legislacao/lei_federal)
Turismo de Pesca, principalmente para o mercado internacional, utiliza-se o
termo pesca esportiva7. Trata-se da pesca amadora caracterizada pela prática
de devolver à água os peixes menores (protegidos por lei) e também os maiores (principais reprodutores e atrativos turísticos). O abate, quando ocorre, limita-se aos de tamanho intermediário, para o consumo durante a pescaria. É também conhecida como pesca desportiva. Já o pesque-e-solte consiste no ato de devol-ver à água todos os peixes capturados “em condições de sobrevivência”.
Relembrando...
A pesca amadora tem finalidade de lazer, turismo ou desporto, sem fins comerciais. A pesca esportiva consiste na prática de devolver à água os peixes menores (protegidos por lei) e os maiores (principais
reprodutores). O abate, quando ocorre, limita-se aos de tamanho intermediário. “Pesque-e-solte” consiste no ato de devolver à água
todos os peixes capturados e em condições de sobrevivência.
2.2 marcos legais
A primeira referência específica em relação à pesca foi o Decreto n.º 447, de 19 de maio de 1846 (revogado), que regulamentava a permissão da pesca a embarcações catalogadas e aos pescadores devidamente matriculados.
Posteriormente, o Decreto-Lei n.º 221, de 28 de fevereiro de 1967, concei-tuou e regulamentou a atividade de pesca, classificando-a de acordo com sua finalidade – “Pesca é todo ato tendente a capturar ou extrair elementos, animais ou vegetais que tenham na água seu normal ou mais freqüente meio de vida”, podendo a pesca efetuar-se com fins comerciais, desportivos ou científicos: Pesca comercial – atos de comércio na forma da legislação em vigor.
Pesca desportiva – praticada com linha de mão, por meio de aparelhos de mergulho ou quaisquer outros permitidos pela autoridade competente e que em nenhuma hipótese venha a importar em atividade comercial.
Pesca científica – exercida unicamente com fins de pesquisa por instituições ou pessoas devidamente habilitadas para esse fim.
A evolução das práticas da pesca amadora induz o surgimento de novas
7 O termo esportiva ou desportiva não caracteriza, necessariamente, competição de pesca, definida como “toda atividade na qual os participantes deverão estar inscritos junto à entidade organizadora, visando concurso com ou sem premiação”, atendendo às categorias específicas, conforme a Portaria IBAMA n.º 30/03, Art. 2º, Inciso II. O Parágrafo único desse mesmo Artigo estabelece que, “para efeito desta portaria, as empresas privadas e órgãos públicos que organizam excursões, programas, torneios, encontros, festivais e competições de pesca tornam-se responsáveis pelo evento”.
técnicas para atender às diferentes modalidades de pesca. As principais foram
definidas pelo PNDPA/IBAMA para facilitar a regulamentação da atividade8:
De barranco – modalidade mais popular no Brasil, praticada à beira de rios, lagos ou represas, que utiliza principalmente linha de mão, caniços simples de bambu, varas com molinete ou carretilha, varas telescópicas de carbono, geralmente com iscas naturais.
De arremesso – uma das modalidades mais técnicas e que vem atraindo adeptos. É feita com iscas naturais ou artificiais, movimentadas para dar a impressão de um animal vivo.
De corrico ou trolling – o barco permanece em movimento, com o motor ligado. A técnica consiste em arrastar a isca a uma distância entre 20 e 50 m, com a embarcação em baixa velocidade. Ao ser puxada pelo barco, a isca parecer estar viva. São utilizadas varas curtas e fortes, iscas naturais ou artificiais e as linhas devem acompanhar a ação do equipamento.
De rodada – o barco deve descer o rio levado pela correnteza, enquanto a isca vai acompanhando a embarcação. Tradicionalmente, usa-se caniço de bambu com linha grossa ou linha de mão, mas também são utilizadas varas com molinete ou carretilha. Uma opção é a pesca de batida: o barco desce próximo à margem e o pescador vai batendo o caniço de bambu na água. Com mosca ou fly fishing – uma das mais antigas modalidades e de grande apelo para o pescador, utilizam-se iscas artificiais, confeccionadas artesanalmente com pêlos, penas, fios de plástico e linhas de costura, imitando insetos e animais.
Para a atividade de pesca, foram divididas ainda, segundo o IBAMA9, as
categorias de pesca amadora para obtenção de Licença, conforme diferentes
ambientes10 para sua realização.
Formas:
Desembarcada – sem o auxílio de embarcações. Embarcada – com auxílio de embarcações.
subaquática – com ou sem o auxílio de embarcações, utilizando utensílios de pesca específicos.
8 BRASIL. Guia de Pesca Amadora: peixes de água doce. Brasília: IBAMA/PNDPA, 2005 9 Portaria IBAMA n.º 30/03
Ambientes:
Águas marítimas – realizada no mar territorial, na plataforma continental, na zona econômica exclusiva (ZEE) e nas áreas de alto mar adjacentes a elas. Águas interiores ou litorâneas – realizada em baías, enseadas, angras, braços de mar ou áreas de manguezais.
Águas continentais: realizada em água doce (rios, ribeirões, córregos, lagos, lagoas, represas, açudes etc.).
Há também um aspecto a destacar, que é a qualidade dos peixes de represas para a pesca, visto a piscosidade (quantidade de peixes pescáveis) dessas grandes áreas alagadas.
2.2.1 Aspectos legais associados ao Turismo de Pesca
Existem alguns aspectos que são específicos do Turismo de Pesca, como barcos-hotéis, restaurantes flutuantes, condutores/guias de pesca e embarcações em geral.
Referente ao cadastramento de barcos-hotéis e restaurantes flutuantes, o Ministério do Turismo está estudando, junto com o Ministério da Marinha/ Capitania dos Portos, formas para sua estruturação, já que existe uma boa demanda, principalmente da Região Norte. Entretanto, qualquer embarcação brasileira deve obedecer à legislação prevista pela Capitania dos Portos, destacando-se os seguintes procedimentos:
Procedimentos a serem observados por proprietários de embarcações
(NORMAN-03/DCP)11:
• Inscrição na Capitania dos Portos, suas agências ou delegacias (CP/
DL/AG)12.
• Registro no Tribunal Marítimo sempre que sua Arqueação Bruta
exce-der a 10013.
• Contratação de Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por
Embarcações ou por suas Cargas (DPEM).
11 Tais procedimentos foram selecionados de modo a orientar os interessados para os procedimentos gerais exigidos pela Marinha do Brasil. Desse modo, as embarcações que prestam serviços de Turismo de Pesca devem observar as demais regras descritas na NORMAN-03. BRASIL. Veja também as questões que envolvem o Turismo Náutico em: MINISTÉRIO DO TURISMO. Secretaria Nacional de Políticas de Turismo. Turismo Náutico: orientações básicas. Brasília: Ministério do Turismo, 2006. Disponível em: www.turismo.gov.br
12 As embarcações pequenas sem propulsão e os dispositivos flutuantes destinados a serem rebocados, com até 10 metros de comprimento, estão dispensados da inscrição
Quanto aos empreendimentos náuticos, têm-se:
Procedimentos a serem considerados na implantação de empreendimentos náuticos (de acordo com o Decreto-Lei n.° 3.438 de 17 de julho de 1941 e a instrução PORTOMARINST n.° 318.001 de 20 de outubro de 1980, da Capitania dos Portos do Brasil):
• As terras ribeirinhas e litorâneas brasileiras são consideradas de
domínio da União, estando sujeitas à concessão de uso e licença pelo Serviço de Patrimônio da União e ao pagamento de um valor
pertinente ao laudêmio14.
• São considerados terrenos de marinha “todos os que, banhados pelas
águas do mar ou dos rios navegáveis, vão até 33 metros para a parte da terra, contados desde o ponto a que chega o preamar médio”. Por fim, em relação aos guias de pesca, o Ministério do Turismo contempla
os mesmos no sistema Cadastur15 como guia de turismo especializado em
atrativos naturais, enquanto que o IBAMA, por meio do Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora – PNDPA, realiza capacitações e cadastro dos condutores/guias de pesca.
2.2.2 Código de Defesa do Consumidor
O Código de Defesa do Consumidor (CDC) foi estabelecido pela Lei n.º 8.078/1990 como forma de proteção e defesa dos direitos dos consumidores em suas relações de consumo garantidas pela Constituição Federal. Integralmente, o CDC é um instrumento fundamental ao segmento por garantir direitos a turistas em viagem sob qualquer motivação.
2.2.3 Acessibilidade
O Ministério do Turismo adota como parte da sua política estrutural a inclusão das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. A partir desse contexto, busca promover a acessibilidade dos espaços, equipamentos, serviços e informações turísticas. Versam sobre o assunto, entre outras, as seguintes legislações16:
14 Laudêmio: compensação devida ao senhorio direto, por não usar o direito de preferência quando o enfiteuta aliena onerosamente o imóvel foreiro. Dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. Versão 1.0
15 Para mais informações, acesse o site: www.cadastur.turismo.gov.br
16 Os marcos legais sobre acessibilidade estão disponíveis em: http://www.presidencia.gov.br/sedh/corde – http://www.presidencia.gov.br/sedh/conade – http://www.presidencia.gov.br/cndi – http://www.turismo.gov.br – http://www.cidades.gov.br – http://www.abnt.org.br
a) Lei n.º 10.048/2000 – dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica e dá outras providências.
b) Lei n.º 10.098/2000 – estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
c) Decreto n.º 5.296/2004 – regulamenta a Lei n.º 10.048/2000, que dá prioridade e atendimento às pessoas, e a Lei n.º 10.098/2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.
d) Lei n.º 10.741/2003 – dispõe sobre o Estatuto do Idoso.
e) Lei n.º 11.126/2005 – dispõe sobre o direito da pessoa com deficiência visual de ingressar e permanecer em ambientes de uso coletivo acompanhada de cão-guia.
f) Decreto n.º 5.904, de 21 de setembro de 2006 – regulamenta a Lei n.º 11.126, de 27 de junho de 2005, que dispõe sobre o direito da pessoa com deficiência visual de ingressar e permanecer em ambientes de uso coletivo acompanhada de cão-guia e dá outras providências. g) Decreto n.º 5.626/2005 – regulamenta a Lei n.º 10.436/2002, que
dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras, e o art. 18 da Lei n.º 10.098/2000.
h) Portaria n.º 310/2006 – aprova a Norma Complementar n.º 01/2006, que trata de recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência, na programação veiculada nos serviços de radiodifusão de sons e imagens e de retransmissão de televisão.
i) NBr 15320:2005 – acessibilidade à pessoa com deficiência no transporte rodoviário.
j) NBr 14021:2005 – transporte – acessibilidade no sistema de trem urbano ou metropolitano.
k) NBr 14022:1998 – acessibilidade à pessoa portadora de deficiência em ônibus e trólebus, para atendimento urbano e intermunicipal. l) NBr 15250:2005 – acessibilidade em caixa de auto-atendimento
bancário.
m) NBr 15290:2005 – acessibilidade em comunicação na televisão. n) NBr 9050:2004 – acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e
equipamentos urbanos.
o) NBr 13994:2000 – elevadores de passageiros – elevadores para transporte de pessoa portadora de deficiência.
p) NBr 14273:1999 – acessibilidade da pessoa portadora de deficiência no transporte aéreo comercial.
recomendações gerais e prazos – para o desenvolvimento da acessibilidade, é importante observar as orientações contidas no documento
Turismo e Acessibilidade: Manual de Orientações17, incorporando
recomendações e legislações pertinentes:
• A acessibilidade no meio urbano deve ser observada no Plano Diretor
Municipal, nos Planos Diretores de Transporte e de Trânsito, no Có-digo de Obras, no CóCó-digo de Postura, na Lei de Uso e Ocupação do Solo e na Lei do Sistema Viário, conforme Decreto n.º 5.296/2004.
• Para a concessão de Alvará de Funcionamento e da Carta de
Habite-se, deve ser observado o cumprimento da acessibilidade previsto res-pectivamente no § 1º e § 2º do art. 13 do Decreto n.º 5.296/2004 e nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
• A aprovação de financiamento de projetos com a utilização de
recur-sos públicos, entre eles os de natureza arquitetônica e urbanística, os tocantes à comunicação e informação e os referentes ao transporte coletivo, por meio de qualquer instrumento (convênio, acordo, ajuste, contrato ou similar), fica sujeita ao cumprimento das disposições do Decreto n.º 5.296/2004, conforme disposto no inciso III do artigo 2º.
• As edificações de uso público já existentes devem estar adaptadas
para a acessibilidade das pessoas com deficiência (§ 1º, art. 19, Decreto n.º 5.296/2004) a partir junho de 2007.
• Os estabelecimentos de uso coletivo têm o prazo até dezembro de
2008 para realizarem as adaptações para acessibilidade (§ 8º, art. 23, Decreto n.º 5.296/2004).
• Todos os veículos do transporte coletivo rodoviário, aquaviário,
me-troferroviário, ferroviário e aéreo deverão ser fabricados de acordo com as Normas de Acessibilidade até dezembro de 2007 (art. 40 e art. 42, § 2º, Decreto n.º 5.296/2004).
• Os serviços de transporte coletivo aéreo e os equipamentos de acesso
às aeronaves devem estar acessíveis e disponíveis para serem ope-rados por pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida até dezembro de 2007 (art. 44, Decreto n.º 5.296/2004).
• Toda a frota de veículos do transporte coletivo rodoviário,
metro-ferroviário e metro-ferroviário deve estar acessível a partir de dezembro de 2014 (art. 38, § 3º e art. 42, Decreto n.º 5.296/2004).
• As empresas concessionárias e permissionárias dos serviços de
trans-porte coletivo aquaviário devem garantir a acessibilidade da frota de
veículos em circulação, inclusive de seus equipamentos, a partir de junho de 2009 (art. 41, Decreto n.º 5.296/2004).
• Os portais e endereços eletrônicos da Administração Pública devem
estar acessíveis às pessoas com deficiência visual a partir de dezem-bro de 2005 (art. 47, Decreto n.º 5.296/2004).
• Para a obtenção de financiamento público, é exigido o cumprimento
da acessibilidade para as pessoas com deficiência visual, em portais e endereços eletrônicos de interesse público, a partir de junho de 2005 (art. 48, Decreto n.º 5.296/2004).
• Os pronunciamentos do presidente da República em rede de
tele-visão devem ser acessíveis por meio de janela de Libras a partir de junho de 2005 (parágrafo único, art. 57, Decreto n.º 5.296/2004). Importante referir que, para a plena aplicabilidade do Decreto n.º 5.296/2004 e da Lei n.º 10.098/2000, os governos federal, estadual e municipal devem fortalecer a legislação sobre a acessibilidade nas respectivas instâncias para garantir que todas as pessoas tenham o mesmo direito de acesso aos espaços públicos, aos equipamentos, atrativos e serviços turísticos. Sendo assim, nas regiões turísticas onde as questões da acessibilidade são reais para os próprios habitantes e para os turistas todo o esforço deve ser feito pelos gestores públicos e agentes locais para inserir nas políticas de turismo as necessidades de acessibilidade de todos os cidadãos. O setor turístico também deve empreender ações visando à inserção das pessoas com deficiência no mercado de trabalho pela prestação de serviços turísticos, em cumprimento à legislação.
Compete ao Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência – CONADE, aos Conselhos Estaduais, Municipais e do Distrito Federal e às organizações representativas de pessoas com deficiência acompanhar e sugerir medidas para o cumprimento da acessibilidade.
2.3 o turista de pesca
Para a elaboração de quaisquer produtos ou empreendimentos turísticos, é necessário conhecer as características de quem pratica a atividade. Apesar dos poucos estudos sobre o perfil do turista de pesca, há um estudo publicado em
200018, pela EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), feito
no Pantanal Sul-Mato-Grossense, que possibilita compreender o perfil deste turista, quando brasileiro:
Quadro 1 – Demografia dos pescadores esportivos que visitam o sul do Pantanal, 1994:
Categoria média ou % do total
Idade (anos) 43,10
Renda mensal (US$) 4.408,30
Homens 99%
Número de pessoas por grupo 7,42
Primário completo 5%
Primeiro grau completo 6%
Secundário completo 30%
Curso superior completo 52%
Mestrado ou doutorado completo 4%
Número de familiares acima de 16 anos 2,01
Número de familiares abaixo de 16 anos 0,95
Profissionais liberais 32%
Comerciantes 27%
Serviços 16%
Empresários da indústria 13%
A mesma pesquisa mostra que o turista de pesca é preocupado com a conservação da natureza e procura interferir o mínimo possível nos recursos naturais e na vida da comunidade local. São pessoas que viajam a partir de lugares distantes e voltam diversas vezes ao Pantanal, porque a região oferece uma grande variedade de peixes. Essa é a maior razão de atratividade para esse turista.
Em resumo, o turista de pesca apresenta, ainda de acordo com a referida pesquisa, as seguintes características:
• Faixa etária entre 30 e 50 anos.
• Sexo masculino19.
• Nível superior.
• Gasto médio de R$ 1.500,00.
• Pequenos grupos.
19 Por essa característica, é preciso que se trabalhe no combate ao turismo sexual de crianças e adolescentes. Para tanto, ver mais sobre o Programa Turismo Sustentável e Infância, do Ministério do Turismo, disponível em: http://www.unb.br/cet/turismoeinfancia2007/index.php
Sendo assim, é possível, por meio do estudo, ter uma referência do perfil da demanda, mas é preciso aprofundar nas nuances desse tipo de turista em outras regiões, tanto o brasileiro como o estrangeiro, para que haja um planejamento estratégico voltado às necessidades dessa demanda.
Além da pesquisa de demanda, é preciso atenção a algumas observações20
que envolvem o turista de pesca e também prestadores de serviços, no que diz respeito à legislação do exercício da atividade de pesca no âmbito do turismo:
1) Portar licença para pesca amadora21
O licenciamento é a forma de controlar a exploração dos recursos pesqueiros e arrecadar recursos para implementação de planos de gestão e fiscalização, de forma a garantir a manutenção dos estoques. A licença é
obrigatória22 para a utilização de molinete/carretilha ou pesca embarcada e
pode ser solicitada em diferentes postos de atendimento como: Gerência Executiva e Escritórios Regionais do IBAMA, bancos, lotéricas, lojas de
pesca, entre outros, em todas as Unidades da Federação23. A licença deve
ser apresentada acompanhada do respectivo comprovante de pagamento e do documento de identidade do pescador. Licenciando-se, o pescador está garantindo a prática legal da atividade válida em todo o território nacional. As normas estaduais, mesmo assim, devem ser respeitadas.
Modelo da Licença para Pesca Amadora fornecida pelo IBAMA 20 BRASIL. Guia de Pesca Amadora: peixes de água doce. Brasília: IBAMA/PNDPA, 2005
21 Portaria IBAMA n.º 39/03
22 São dispensados do licenciamento para pesca amadora e podem requerer Carteira de Identificação de caráter optativo: i) pescadores desembarcados que utilizam somente linha de mão, ou vara, linha e anzol
ii) menores de 18 anos, não tendo direito à quantidade de pescado prevista em norma
iii) aposentados, homens acima de 65 anos, mulheres acima de 60 anos (desde que não sejam filiados a clubes ou associações de pescadores amadores)
No caso do turista estrangeiro que queira praticar a pesca esportiva no Brasil, é preciso também retirar a licença. Entretanto, para obtê-la, o interessado deverá se encaminhar aos postos de atendimento citados anteriormente ou comunicar ao operador de turismo para que este emita sua licença de forma mais prática.
Relembrando...
É obrigatório o porte de licença para pescar embarcado ou com molinete e carretilha. Pescar sem autorização do órgão ambiental
competente acarreta em multa.
2) respeitar o defeso24
Defeso é o período de proibição da pesca das espécies protegidas. Ele prevê penalidades para quem desrespeitar a Lei e os benefícios sociais e ecológicos oferecidos por ela.
A época de defeso visa a proteger uma ou várias espécies ameaçadas durante um período. Nas pescarias de água doce, o defeso é estabelecido principalmente durante as migrações de reprodução do animal (piracema), que abrange os meses de novembro e fevereiro, quando os cardumes realizam as migrações de desova, com algumas variações anuais dependendo das condições de nível d’água de cada bacia hidrográfica.
Algumas espécies que não realizam migrações de desova e são importantes para a pesca esportiva, como os tucunarés, têm sua pesca liberada o ano todo, desde que se respeite a cota e o tamanho mínimo de captura.
Os pescadores de subsistência que pescam com linha de mão ou caniço podem pescar durante o defeso para sua alimentação e da sua família. Eventualmente, as regras para o defeso podem estar menos rígidas em função da bacia hidrográfica, sendo a pesca permitida, mas a cota de captura menor.
Os períodos de defeso e as restrições para a pesca podem mudar a cada ano, o que faz fundamental a consulta às Instruções Normativas do Ministério do Meio Ambiente, que regulamentam a pesca nesse período e encontram-se no sítio: www.ibama.gov.br/pndpa
O Decreto n.º 3179 de 21/09/9925, no Art. 19, regulamenta os valores das multas e sanções nos casos de pesca em período no qual estiver proibida ou em lugares interditados por órgão competente, e prevê:
• PENA: detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
• muLTA: de R$ 700,00 (setecentos reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais)26.
PArÁGrAFo ÚNiCo. iNCorrE NAs mEsmAs PENAs QuEm: I – Pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos.
II – Pesca quantidades superiores às permitidas ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos.
III – Transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes provenientes da coleta, apanha e pesca proibida.
3) respeitar as cotas de captura e transporte27
Ter consciência de não voltar para casa com mais peixes do que vai consumir, apenas por vaidade. As cotas variam em cada Estado e apresentam legislações específicas. Ver quadro de cotas de captura e transporte no ANEXO II.
4) respeitar os tamanhos mínimos de captura
Ter bom senso de soltar os peixes jovens de espécies que ainda não têm tamanho mínimo estabelecido, bem como os peixes muito grandes. Ver tabela de tamanhos mínimos de captura e transporte no ANEXO III.
5) soltar as espécies cuja pesca for proibida
Importante para manter a existência destas, que geralmente se encontram ameaçadas de extinção. São proibidas hoje por não ter havido respeito no passado. Essa regra é fundamentada em legislação, mas deveria ser iniciativa dos próprios pescadores, já que são os principais beneficiários da atividade, seja para sua subsistência, seja para os ganhos da prática turística. Por isso, há necessidade de sensibilizar os próprios pescadores quanto à importância de se preservar as espécies ameaçadas de extinção. Ver quadro das espécies proibidas no ANEXO IV.
25 Este decreto pode ser encontrado no sítio: http://www.pesca.com.br/mundodapesca/servicos/legislacao.htm
26 Art. 5º – O valor da multa de que trata este Decreto será corrigido, periodicamente, com base nos índices estabelecidos na legislação pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00 (cinqüenta reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais)
6) Não pescar em áreas proibidas
Nas Unidades de Conservação de Proteção Integral, é proibido pescar. No sítio www.ibama.gov.br, no que se refere ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, encontra-se uma tabela com as Unidades de Conservação estabelecidas por leis federais, estaduais e municipais. Ver também quadro com a lista dos tipos de Unidades de Conservação Federais no ANEXO V.
• Rios ou trechos de rio em que a pesca comercial é proibida e a pesca
amadora liberada desde que o pescador solte todos os peixes.
• Em conjunto de lagos em que haja rodízio proibindo-se a pesca
alternadamente em cada um deles.
• Em lagoas de crescimento de peixe, cuja pesca é proibida em alguns
Estados.
• Pesca próxima a barragens, cachoeiras e confluências de rios também
é proibida, por serem lugares onde os peixes se concentram e também por ser perigoso. A extensão da área proibida aumenta no período de defeso.
7) Pescar e soltar
Uma realidade incontestável nos dias de hoje é que nossos rios, mares e canais estão menos piscosos que alguns anos atrás. Histórias de grandes peixes são cada vez mais raras por diversos motivos:
• Crescimento da pesca profissional.
• Agressões ao meio ambiente (poluição, desmatamento, queimadas).
• Pesca amadora sem os devidos cuidados.
O pesque-e-solte é uma forma de lazer que pode garantir a reprodução das espécies e a sustentabilidade da pesca amadora.
8) Não introduzir espécies
A introdução de espécies exógenas (não nativas) no ambiente de pesca pode causar problemas ambientais graves como a predação ou mesmo a extinção das espécies nativas, comprometendo o equilíbrio ecológico.
Relembrando...
Respeitando-se o defeso, as espécies protegidas poderão ser capturadas em outras épocas do ano. Atenção aos aspectos legais sobre as embarcações brasileiras que prestam serviço ao Turismo de Pesca.
Para o desenvolvimento do segmento, deve-se considerar a viabilidade da região e sua atratividade, que está diretamente relacionada com a presença de peixes de interesse da pesca esportiva.
3.1 Atratividade e viabilidade da região
O Turismo de Pesca poderá ser desenvolvido de acordo com as seguintes variáveis que devem ser observadas:
• Existência de corpos d’água.
• Espécies de peixes específicas de atratividade à pesca esportiva28.
• Infra-estrutura básica e de apoio para o Turismo de Pesca.
• Condições de acesso aos locais de pesca.
• Capacidade de suporte do corpo d’água e de sua margem.
• Sustentabilidade da paisagem no entorno.
• Respeito à legislação.
• Promoção e comercialização do produto de Turismo de Pesca nos
mercados nacional e internacional.
3.2 o atrativo principal
O peixe é o atrativo principal do produto, pois é o que motiva a ida do turista até o destino. Como o produto do Turismo de Pesca é diferenciado, merece que se chame atenção sobre alguns elementos como:
• Espécies de interesse existentes na região.
• Hábitos alimentares dos peixes.
• Melhores lugares para pesca.
• Épocas apropriadas de pesca.
• Prospecção da pesca nos rios da região.
• Segurança.
• Embarcações e equipamentos utilizados.
• Acesso facilitado a informações, principalmente quanto à legislação.
28 A descrição de peixes que têm atratividade para a pesca esportiva pode ser encontrada nos Guias de Pesca publicados pelo Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora, disponível em: www.ibama.gov.br/pndpa
Bases para o Desenvolvimento
do Turismo de Pesca
Convém chamar atenção para o comportamento das diferentes espécies, pois peixes como o tucunaré são muito agressivos; a carpa precisa que a isca esteja em movimento etc. Merecem destaque ainda os hábitos alimentares dos peixes, item importante para que se possa definir o tipo de isca a ser utilizada na captura.
São utilizados dois tipos de iscas para a captura, a natural ou viva e a artificial.
A isca viva para ser comercializada deve obedecer aos critérios constantes em Lei de cada Estado. Outra preocupação em relação à isca viva é a
sustentabilidade, pois ela é alimento da avifauna29 local e de aves migratórias.
Os pesquisadores sugerem que, para diminuir a mortalidade das iscas vivas capturadas, que são uma oportunidade de trabalho dos residentes locais, sejam utilizados técnica, equipamentos e treinamentos com os pescadores de iscas vivas para se obter um manejo sustentável e a seletividade na captura.
O pescador deve ainda ter algumas informações como: o alimento preferencial do peixe e os lugares prováveis que a espécie freqüenta, pois isso torna a pescaria mais inteligente e racional.
Outras informações relevantes dizem respeito à estimativa da quantidade de peixes existentes no lugar, a dinâmica reprodutiva da ictiofauna, o que define as possibilidades de pesca e atende às recomendações discutidas anteriormente. Portanto, o incentivo a pesquisas sobre essas questões é necessário para que o atrativo principal do segmento não entre em extinção e se avalie o tipo de pesca permitido na região.
É recomendável que se desenvolvam materiais informativos como manuais e sítios eletrônicos sobre essas peculiaridades em cada região.
3.3 Fatores essenciais para o Turismo de Pesca
O desenvolvimento sustentável do segmento atento aos mais elevados padrões de qualidade deve considerar, necessariamente, os seguintes fatores:
Paisagem – existência de áreas naturais ricas em corpos d’água conservados e de elementos culturais da região.
Acesso – em relação ao Turismo de Pesca, o acesso está relacionado à
presença de piers, atracadouros30 e embarcadouros. Quando se trata de
locais distantes ou isolados, o acesso a eles se dá por meio dos barcos-hotéis. Outra opção de acesso a esses lugares são as lanchas, voadeiras, hidroaviões e helicópteros, que necessitam de infra-estrutura especial. Todos esses equipamentos devem ser bem estruturados e oferecer segurança e qualidade de serviços, incluindo sinalização e adaptações necessárias para pessoas portadoras de deficiência ou mobilidade reduzida.
Transportes – os meios de transporte para os locais de pesca podem ser lanchas e voadeiras. Durante a sua permanência, contudo, podem utilizar serviços de receptivo para fazer roteiros turísticos agregando valor ao produto de Turismo de Pesca, apesar de ser pouco comum entre os turistas de pesca, já que seu objetivo é a pesca. Nesse caso, utilizam vans, jipes, helicópteros etc.
meios de hospedagem – o turista de pesca utiliza os meios de hospedagem convencionais, contudo, pela natureza da atividade, prefere meios de hospedagem especializados, como o barco-hotel. Este deve ofertar serviços e produtos diferenciados, tais como: iscas e utensílios de pesca, botes motorizados, câmaras frigoríficas, condutores experientes, refeições com pratos típicos regionais, além daqueles feitos com peixes capturados. Qualquer meio de hospedagem utilizado deve ter segurança, conforto, comodidade, higiene e qualidade no atendimento.
serviços de alimentação – são diversos e podem ser oferecidos em restaurantes, lanchonetes, nos barcos-hotéis e outros. Devem-se levar em conta a gastronomia regional, a tematização do ambiente conforme cultura
local, a qualidade, incluindo a higiene na manipulação de alimentos31.
serviços de informação – são muito importantes e devem ser feitos por profissionais capacitados que tenham, inclusive, informações gerais sobre a legislação, localidade, comportamento do peixe, atrações turísticas e atividades do segmento. Os materiais de informação são site, fôlderes, mapas e outros ilustrativos de boa qualidade e atrativos com imagens que correspondam à realidade e conteúdo em outros idiomas. Esses serviços
30 Descrição de atracadouro. Ver mais sobre o assunto em: MINISTÉRIO DO TURISMO. Secretaria Nacional de Políticas de Turismo. Turismo Náutico: orientações básicas. Brasília: Ministério do Turismo, 2006. Disponível em: institucional.turismo.gov.br
31 Sobre cuidados na manipulação dos alimentos, ver cartilha de Boas Práticas de Serviços de Alimentação, produzida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, disponível em: http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/alimentos/cartilha_gicra.pdf
devem estar disponíveis nos Centros de Informações Turísticas localizados em áreas acessíveis ao turista, como: aeroportos, portos, hotéis, junto aos atrativos e outros.
Os serviços de apoio para o Turismo de Pesca envolvem serviços específicos para a prática da atividade. São eles:
Fornecedores de iscas – ver item 3.2 – Atrativo principal.
Guias e condutores – devem ser profissionais cadastrados pelo Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora, capacitados e especializados. Como parte da demanda de pesca é de estrangeiros, o guia intérprete é fundamental. Os serviços de guias e condutores estão vinculados às agências de receptivo e os Centros de Informações Turísticas podem também disponibilizar informações sobre esses profissionais. Devem participar de reciclagem e aperfeiçoamentos.
O turista de pesca não exige luxo, mas limpeza, conforto, infra-estrutura e bom atendimento. Turista bem atendido retorna ao
destino e ainda divulga o lugar.
3.4 Envolvimento da comunidade
A comunidade deve estar sempre envolvida com a atividade turística para que se fortaleçam as relações com os turistas e a manutenção dos valores de identidade local e a conservação do ambiente. Para que a comunidade seja atuante e participativa, deve estar organizada e consciente de seu papel, envolvida nas atividades de guia de turismo, piloteiro, hotelaria, restaurantes, barcos-hotéis e outras atividades.
Aliás, ninguém melhor que a própria comunidade local para se locomover em áreas de grande extensão e saber os melhores locais para a pesca. É preciso apenas sua capacitação para condução de turistas e aperfeiçoamento no uso das embarcações e novas tecnologias da área.
Outra alternativa de participação da comunidade local é no abastecimento de alimentos nos barcos-hotéis, fornecendo verduras, legumes, frutas, pães e outros alimentos regionais; na comercialização de material para pesca; e na
participação de cursos náuticos, como o de Arrais, e cursos específicos para a atividade de pesca.
A comunidade pode também envolver-se com o segmento oferecendo alternativas de roteiros turísticos, apresentando aos turistas suas manifestações culturais, culinária local, artesanatos, enfim, uma variedade de atividades complementares ao Turismo de Pesca.
É importante lembrar que o envolvimento da comunidade na atividade turística evita problemas com os investidores de fora, uma vez que se sente participativa no processo e se beneficia tanto com melhorias do local onde vive, como no aumento de sua renda. Caso contrário, comportamentos hostis, de não aceitação da atividade por turistas na região podem se repetir em várias localidades.
É preciso que a comunidade seja participante ativa do processo de desenvolvimento da atividade na região. A comunidade local é a grande aliada da atividade de Turismo de Pesca, pois seu conhecimento
a respeito do meio ambiente agrega valor à atividade e contribui para a solução de problemas sociais, econômicos, culturais e políticos.
Agregação de Atratividade
4.1 integração de atividades e segmentos
A agregação de atratividade é uma estratégia para diferenciar produtos turísticos, incorporando atividades, serviços, valor e outros atributos à atividade principal de pesca.
Trata-se de agregar benefícios a produtos de Turismo de Pesca capazes de serem percebidos pelo turista, oferecendo novas possibilidades de uso, em relação ao seu investimento. Desse modo, a oferta de novas possibilidades de vivência também estimula o prolongamento da visita do turista no destino e o aumento de gasto no local.
Além disso, a agregação de atratividade traz benefícios para o lugar porque ajuda a minimizar a sazonalidade criando novas oportunidades para o destino, como: competições esportivas, atividades de aventura, de ecoturismo, eventos, atividades culturais, náuticas, gastronomia, produção associada e outras.
O ambiente agrega um valor diferenciado e importante às atividades de pesca, porque o atrativo da pesca amadora – o peixe – deve estar nos ambientes conservados e preservados.
O Turismo de Pesca por si só é capaz de atrair turistas do mundo inteiro, devendo agregar outros atrativos e outras opções de produtos
(sem perder a essência, a prática da pesca amadora).
As atrações turísticas agregadas passíveis de visitação devem ser alcançadas em curto espaço de tempo. Dessa forma, os atrativos devem se localizar relati-vamente próximos e não demandar muito tempo para o passeio.
O ambiente necessário ao Turismo de Pesca tende a ser, e deve mesmo ser, propício ao desenvolvimento de atividades ligadas a outros segmentos. O potencial de rios na região amazônica e no Pantanal, por exemplo, sugere a prática de atividades relacionadas ao Ecoturismo, como a observação de fauna e flora.
Essa relação é ainda mais evidente considerando-se a importância da conservação de rios e de suas espécies para a manutenção das atividades de pesca ao longo do tempo.
Atividades ligadas ao Turismo de Aventura podem ser contempladas sempre que não configurarem risco às atividades de pesca. E em áreas costeiras, especialmente, considerar as possibilidades de interação com o Turismo Náutico
e mesmo o Esportivo32.
4.2 interpretação ambiental
A interpretação consiste em explicar o significado de determinado recurso e proporcionar a vivência turística em que o turista compreende o ambiente. A interpretação torna o visitante consciente das questões socioambientais, contribuindo para a preservação da flora e fauna. O trabalho interpretativo pode ser realizado pelos guias e auxiliado por material informativo, além de sinalização turística adequada.
Para o Turismo de Pesca, em especial, a interpretação pode estimular um novo olhar em relação ao uso racional e à conservação dos recursos envolvidos.
A metodologia utilizada pela interpretação ambiental33 pode ser um instrumento
de sensibilização tanto dos pescadores locais como dos turistas do segmento quanto ao respeito da legislação vigente, principalmente no que tange ao defeso e proibição da pesca de espécies em extinção.
4.3 Valorização da identidade local
Há que se contemplar a valorização da diversidade cultural nas viagens com ênfase aos saberes e fazeres e a identidade cultural na experiência turística que é, antes de tudo, cultural. As artes, artesanato, gastronomia típica, danças, músicas, folclore, modos de vida e o cotidiano das comunidades são fontes de aprendizado, intercâmbio e fruição cultural para o turista.
Essa vivência cultural pode ser incorporada ao segmento do Turismo de Pesca sob a forma de visitação a atrativos turísticos culturais ou a incorporação e valorização desses elementos de identidade local na oferta de serviços de alimentação, de hospedagem, de recreação, de atividades como oficinas de artes e ofícios, a própria atividade de pesca, com suas técnicas, histórias e lendas etc.
32 Ver documentos do Ministério do Turismo, sobre as orientações básicas dos segmentos turísticos, disponível em: www.turismo.gov.br
Por outro lado, a prática do Turismo de Pesca pode auxiliar na preservação dos modos de vida, dos saberes e fazeres das comunidades envolvidas, já que possuem comportamentos e técnicas peculiares na lida dos peixes.
Portanto, a agregação de atratividade tem sido cada vez mais voltada à experimentação turística com o desafio de proporcionar sensações e emoções. É preciso oferecer algo novo e envolver o turista pelo aprendizado e pelo conhecimento. Assim, além de aumentar a probabilidade de retorno do turista e criar canal de divulgação positiva da região, contribui-se para o eventual aumento do tempo médio de estadia dos turistas.
Turismo de Pesca e mercado
5.1 Tendências
Entende-se o Brasil, pelo potencial costeiro e de rios, como destino de grande interesse ao Turismo de Pesca. Regiões com ecossistemas únicos, como Amazônia e Pantanal, tendem a aumentar sua participação no universo dos destinos eleitos, inclusive pela demanda internacional.
Para desenvolver os produtos do segmento e alcançar sucesso na comercialização, devem ser considerados todos os fatores e as peculiaridades do produto, muitos dos quais abordados neste documento.
5.2 Promoção e comercialização
34O Turismo de Pesca vem se destacando como opção de desenvolvimento para determinadas regiões, especialmente pela capacidade de promover novas oportunidades de trabalho para a comunidade local e a conservação de recursos naturais. O planejamento e a operacionalização desse segmento devem ocorrer de forma integrada com os órgãos oficiais de meio ambiente, comunidades locais, prestadores de serviços turísticos, institutos de pesquisa e possíveis parceiros. A proposta deve contemplar os objetivos da atividade turística de promover o desenvolvimento, beneficiar as comunidades receptoras, incentivar a conservação do meio ambiente e atender às expectativas do turista de pesca.
Turistas – é necessário conhecer seu perfil, procedência, expectativas, hábitos, costumes, associações e organizações às quais estão associados para que sejam formatados produtos atrativos e de qualidade.
Empresários – são atores da cadeia produtiva importantíssimos, por isso devem ser bem informados da evolução constante em relação a equipamentos, formas de trabalho dos condutores, agências e serviços de hospedagem. Além disso, os empresários devem se preocupar em auxiliar na qualificação de todas as pessoas que trabalham com o segmento, de preferência envolvendo a comunidade local. Podem também apropriar-se das informações dadas pelas pesquisas realizadas das quais devem ser incentivadores, afinal eles mesmos ganham quando disponibilizam informações corretas para a demanda do segmento.
34 Para saber mais sobre o assunto, consulte o documento do Ministério do Turismo: Promoção e Apoio à Comercialização – Módulo 8. Brasília, MTur: 2006. Disponível em: www.turismo.gov.br
A distribuição é feita por operadoras específicas para viagens de Turismo de Pesca e, algumas vezes, pelas associações e organizações de pescadores amadores, que tanto distribuem quanto promovem o destino para os seus associados. O segmento pode também ser promovido diretamente por empresas que prestam serviços nas destinações turísticas, como meios de hospedagem diversos, locadoras de barcos e condutores.
Vale ressaltar a importância da elaboração de um plano de marketing bem estruturado para possibilitar que o produto turístico
seja colocado no mercado e evidencie a potencialização de suas qualidades. A comercialização do produto também pode ser facilitada se forem levadas em consideração as informações levantadas nas pesquisas de demanda, geralmente realizadas
por órgãos oficiais de turismo.
Outro ponto a destacar refere-se à elaboração de material informativo e fôlderes para comercialização de produtos de Turismo de Pesca, que também são necessários para a promoção do segmento. Nesse caso, destaca-se a necessidade de utilização de uma linguagem adequada ao perfil do público-alvo. Para empreendimentos que fazem a venda direta dos produtos, um sítio eletrônico bem elaborado, com informações em outros idiomas dos marcos legais e produtos de Turismo de Pesca, destacando os diferenciais do destino (atrativo principal, hábito do peixe, período de defeso etc.), contribui para sua promoção e comercialização.
referenciais Bibliográficos
BANDUCCI JR, Á. e MORETTI, E. C. (org.) Qual Paraíso? Turismo e ambiente
em Bonito e Pantanal. São Paulo: Chronos: Campo Grande: Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, 2001.
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http://www.bassonline.com.br. Acesso em 19 de outubro de 2005.
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Turismo, 2004.
____________. Legislação. Disponível em http://institucional.turismo.gov.br.
Acesso em 18 de outubro de 2005
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Brasília: Ministério do Turismo, 2005.
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ma-rinas nas Águas interiores Brasileiras. Brasília: Ministério do Turismo, 2003.
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, American Sportfishing Association. HomE.
Disponível em http://www.asafishing.org/asa/index.html. Acesso em 20 de outubro de 2005.
IBAMA. Guia de Pesca Amadora: peixes de água doce. Programa Nacional
de Desenvolvimento de Pesca Amadora. Brasília: IBAMA, 2005.
IBAMA. Legislação. Programa Nacional do Desenvolvimento da Pesca Amadora.
Disponível em http://www.ibama.gov.br/pescaamadora/legislacao/lei_federal.php
IBAMA. Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora.
Disponível em http://www.ibama.gov.br/pndpa/. Acesso em 17 de outubro de 2005.
IBAMA. sensibilização da Comunidade para o Turismo de Pesca.
Progra-ma Nacional do Desenvolvimento da Pesca AProgra-madora. Brasília: IBAMA, 2000.
MARINHA DO BRASIL. Normas da Autoridade marítima. Disponível em:
https://www.dpc.mar.mil.br/Normam/TabelaNormas.htm. Acesso em 25 de setembro de 2005.
MORAES, André S. SEIDL, Andrew F. Perfil dos Pescadores Esportivos do sul do Pantanal. Corumbá: EMBRAPA Pantanal, 2000.
REVISTA PESCA ESPORTIVA. A revista. Disponível em
http://www.revistapesca.com.br/anuncie_revistapesca.php. Acesso em 18 de outubro de 2005.
UENO, Erick M. Projeto de Diagnóstico do segmento Turismo de Pesca.
São Paulo. Bureau Brasileiro de Turismo de Pesca, 2005.
UENO, Erick M. Projeto de mapeamento do segmento de Turismo de
Anexos
ANEXo i – Quadro síntese das principais legislações federais
que envolvem a atividade de pesca.
rEFErÊNCiA CoNTEÚDo
Portaria n.º 039/03
de 12 de agosto de 2003
Trata da Licença para Pesca Amadora e do formulário para a Carteira de Identificação do Pescador Amador – Classe Permanente e Classe Especial
Portaria n.º 30
de 23 de maio de 2003
Estabelece normas gerais para o exercício da pesca amadora no território nacional Portaria n.º 01/2001
de 13 de março de 2001
Representação/IBAMA/AM Lei n°. 9.059
de 13 de junho de 1995
Introduz alterações no Decreto-Lei n.º 221 Lei n.º 7.679
de 23 de novembro de 1988
Trata sobre a proibição da pesca em períodos de reprodução
Lei n.º 9.605
de 12 de fevereiro de 1998
Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e dá outras providências
Decreto-Lei n.º 3.179 de 21 de setembro de 1999
Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e dá outras providências Decreto-Lei n.° 221
de 28 de fevereiro de 1967
Lei de Pesca – dispõe sobre a proteção e estímulos à pesca
Fonte: www.ibama.gov.br/pndpa e legislacao.planalto.gov.br/legislacao
As demais leis, portarias, decretos e instruções normativas de âmbito federal e dos Estados podem ser encontrados nos sítios eletrônicos citados acima.
ANEXo ii – Quadro de cotas de captura e transporte de peixes
por Estado.
EsTADos CoTA LEGisLAÇÃo
Acre
10 kg + 1 exemplar para águas continentais e 15 kg + 1 exemplar para pesca em águas marinhas ou estuarinas
Portaria IBAMA n.º 30/2003
Alagoas
10 kg + 1 exemplar para águas continentais e 15 kg + 1 exemplar para pesca em águas marinhas ou estuarinas Portaria IBAMA n.º 30/2003 Amapá 10 kg + 1 exemplar para águas continentais e 15 kg + 1 exemplar para pesca em águas marinhas ou estuarinas
Portaria IBAMA n.º 30/2003
Amazonas 10 kg + 1 exemplar (exceto
tucunaré) Decreto n.º 22.747/2002 Bahia 10 kg + 1 exemplar para águas continentais e 15 kg + 1 exemplar para pesca em águas marinhas ou estuarinas
Portaria IBAMA n.º 30/2003
Ceará
10 kg + 1 exemplar para águas continentais e 15 kg + 1 exemplar para pesca em águas marinhas ou estuarinas
Portaria IBAMA n.º 30/2003
Distrito Federal
10 kg + 1 exemplar para águas continentais e 15 kg + 1 exemplar para pesca em águas marinhas ou estuarinas
Portaria IBAMA n.º 30/2003
Espírito Santo
10 kg + 1 exemplar para águas continentais e 15 kg + 1 exemplar para pesca em águas marinhas ou estuarinas
Portaria IBAMA n.º 30/2003
EsTADos CoTA LEGisLAÇÃo Goiás 5 kg + 1 exemplar (exceto pirarucu, filhote/piraíba, pirarara) Portaria Agência Ambiental de Goiás n.º 03/2003 Maranhão 10 kg + 1 exemplar para águas continentais e 15 kg + 1 exemplar para pesca em águas marinhas ou estuarinas
Portaria IBAMA n.º 30/2003
Mato Grosso 10 kg + 1 exemplar Lei n.º 7.881/2002
Mato Grosso do Sul 10 kg + 1 exemplar Decreto
n.º 11.724/2004
Minas Gerais 10 kg + 1 exemplar Portaria IEF
n.º 037/2003
Pará 10 kg + 1 exemplar Lei n.º 6.167/1998
Paraná
10 kg + 1 exemplar para águas continentais e 15 kg + 1 exemplar para pesca em águas marinhas ou estuarinas
Portaria IBAMA n.º 30/2003
Pernambuco
10 kg + 1 exemplar para águas continentais e 15 kg + 1 exemplar para pesca em águas marinhas ou estuarinas
Portaria IBAMA n.º 30/2003
Piauí
10 kg + 1 exemplar para águas continentais e 15 kg + 1 exemplar para pesca em águas marinhas ou estuarinas
Portaria IBAMA n.º 30/2003
Rio de Janeiro
10 kg + 1 exemplar para águas continentais e 15 kg + 1 exemplar para pesca em águas marinhas ou estuarinas
Portaria IBAMA n.º 30/2003
Rio Grande do Norte
10 kg + 1 exemplar para águas continentais e 15 kg + 1 exemplar para pesca em águas marinhas ou estuarinas
Portaria IBAMA n.º 30/2003
EsTADos CoTA LEGisLAÇÃo
Rio Grande do Sul
10 kg + 1 exemplar para águas continentais e 15 kg + 1 exemplar para pesca em águas marinhas ou estuarinas
Portaria IBAMA n.º 30/2003
Rondônia 5 kg – Bacia Guaporé/
Mamoré Portaria IBAMA n.º 06/2002 Roraima 10 kg + 1 exemplar para águas continentais e 15 kg + 1 exemplar para pesca em águas marinhas ou estuarinas
Portaria IBAMA n.º 30/2003
Santa Catarina
10 kg + 1 exemplar para águas continentais e 15 kg + 1 exemplar para pesca em águas marinhas ou estuarinas
Portaria IBAMA n.º 30/2003
São Paulo
10 kg + 1 exemplar para águas continentais e 15 kg + 1 exemplar para pesca em águas marinhas ou estuarinas
Portaria IBAMA n.º 30/2003
Sergipe
10 kg + 1 exemplar para águas continentais e 15 kg + 1 exemplar para pesca em águas marinhas ou estuarinas
Portaria IBAMA n.º 30/2003
Tocantins 5 kg ou 1 exemplar Portaria Naturatins
n.º 017/2001 Fonte: www.ibama.gov.br/pndpa
ANEXo iii – Quadro das áreas de pesca e tabela de tamanhos
mínimos de captura e transporte de peixes.
Áreas de Pesca:
1 – Região Sul, São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro (Portaria n.º 25/93).
2 – Bacia Amazônica (Portaria n.º 08/96 e Portaria IBAMA-AM n.º 01/01).
3 – Bacia do Rio Paraná (Instrução Normativa n.º 36/04). 4 – Bacia do Rio São Francisco (Portaria n.º 92/95).
5 – Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (Portaria n.º 22/93). 6 – Bacia dos Rios Araguaia/Tocantins (Portaria n.º 107/98).
7 – Trecho entre as cabeceiras do Rio Araguaia, em Goiás, até a altura do município de Antônio Rosa, em Mato Grosso, e o Parque Nacional do Araguaia, em Tocantins (Portaria n.º 106/98).
8 – Estado de Mato Grosso do Sul (Decreto n.º 11.724/04).
9 – Estado de Mato Grosso (Resolução Consema n.º 001/2000 e 009/1996).
10 – Estado de Minas Gerais (Portaria n.º 111/2003 e Decreto n.º 38.744/1997).
TABELA DE TAmANHos mÍNimos DE CAPTurA E TrANsPorTE – PEiXEs DE ÁGuA DoCE
NomE
VuLGAr NomE CiENTÍFiCo
TAmANHo mÍNimo (Cm) ÁrEA DE PEsCA Portarias do iBAmA mT ms mG 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Apapá, Dourada Pellona castelnaeana 50 X
Armado Oxydoras kneri, Pterodoras granulosus 35 X X X Aruanã Osteoglossum bicirrhosum 50 X Aruanã Osteoglossum bicirrhosum 44 X
Aruanã Osteoglossum ferrerai 40 X
Barbado Pinirampus pirinampu 60 X X
NomE
VuLGAr NomE CiENTÍFiCo
TAmANHo mÍNimo (Cm) ÁrEA DE PEsCA Portarias do iBAmA mT ms mG 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Bargada Sorubimichthys planiceps 80 X Bicuda Boulengerella sp. 40 X Cachorra Hydrolycus scomberoides 40 X Cachorra Hydrolycus scomberoides 50 X Cachara, Surubim Pseudoplatystoma fasciatum 90 X Cachara, Surubim Pseudoplatystoma fasciatum 80 X X X X X X Cachara, Surubim Pseudoplatystoma fasciatum 70 X X Caranha, Pirapitinga Piaractus brachypomus 40 X X Caparari Pseudoplatystoma tigrinum 80 X
Corvina Pachyurus francisci 30 X
Corvina, Pescada
Plagioscion squamosissimus
25 X X X
Corvina Pachyurus schomburgkii 20 X
Corvina Pachyurus squamipinnis 30 X
Corvina Plagioscion spp. 20 X X
Curimatã-pacu
Prochilodus marggravii 40 X X
Curimbatá Prochilodus lineatus 38 X
Curimbatá Prochilodus spp. 35 X
Curimbatá Prochilodus lineatus, P. scrofa
30 X X X X
Curimatã-pioa
Prochilodus affinis 30 X X
Curimatã Prochilodus nigricans 25 X
Curimatã Prochilodus nigricans 20 X X
Dourada Brachyplatystoma flavicans
80 X
Dourado Salminus maxillosus 65 X
Dourado Salminus maxillosus 60 X X X
Dourado Salminus maxillosus 55 X