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Texto

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CESED/FACISA CURSO DE DIREITO Disciplina: Linguagem e Argumentação Jurídica II

Aluno: ______________________________________

Texto 2 A argumentação a serviço do profissional de direito (texto na xérox de Luís)

Estudo dirigido.

1. Explique por que a argumentação jurídica está diretamente relacionada ao discurso jurídico.

2. Qual o conceito de argumentação apresentado por Othon Moacir Garcia?

3. Qual a origem da palavra argumento? Que relação existe entre a origem desta palavra e o trabalho do operador do direito?

4. Segundo o entendimento do autor do texto, qual a diferença entre convencer e persuadir.

5. Na opinião do autor, qual o objetivo da argumentação jurídica? 6. Segundo Perelman, qual o objetivo da argumentação?

7. De que maneira a argumentação procura atingir o juiz de direito?

8. Pode-se afirmar que a argumentação é utilizada apenas por uma das partes da ação?

9. ( ) sim ( ) não. Justifique sua resposta.

10. Qual a importância da argumentação jurídica para o advogado?

11. Qual o objetivo do advogado ao redigir a petição inicial, argumentando? 12. Qual a relação entre a escrita e argumentação jurídica?

13. Pode-se afirmar que apenas uma das partes da ação deve argumentar? ( ) sim ( ) não. Justifique sua resposta.

14. Mostre a diferença entre fato e indício, segundo o texto.

15. A inferência está relacionada aos fatos ou aos indícios? Por quê? 16. Quais são os dois tipos de inferência existentes?

17. Qual o princípio basilar nas ações judiciais?

18. Em juízo, as alegações das partes são suficientes para constatar os fatos? ( ) sim ( ) não. Justifique sua resposta.

19. Leia os dois parágrafos jurídicos constantes nas páginas 205 e 206 do texto. Qual o valor desses parágrafos no que diz respeito à argumentação?

20. De acordo com a resposta anterior, como poderiam esses parágrafos ser valorados como argumentativos?

21. Leia a sentença da página 207. Qual a tese apresentada pelo autor da ação? Por que a tese foi aceita pelo juiz, mudando seu ponto de vista anterior?

22. Ainda com relação à sentença, quais os argumentos empregados pelo juiz para fundamentá-la?

23. Em síntese, em que condições as alegações servirão para convencer o juiz? 24. Com base nas respostas dadas às questões, faça um resumo do texto “A

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CESED/FACISA Curso: Direito

Disciplina:Linguagem e Argumentação Jurídica II Semestre: 2010/2 Aluno:______________________________________________

Texto nº 03: A narração dos fatos

A narração dos fatos é um dos requisitos essenciais da petição inicial, conforme prescreve o artigo 282 do CPC. Trata-se da parte da petição inicial em que as informações a respeito do fato são expostas de forma ordenada, pois é com base nessas informações que o advogado faz seu pedido.

Para Campestrini & Florence (2002, p. 77), toda petição inicial de sucesso começa com o fato bem exposto. Mais: é imperativo que se dê toda a atenção possível ao fato, porque não há tese jurídica, por mais brilhante que seja, que desfaça um fato bem exposto, bem provado. Aliás, o provérbio é antigo: contra fatos não há argumentos.

Com relação à técnica de narração, este autor aconselha que sejam estudados detalhadamente todos os seus componentes (principalmente as circunstâncias), separando os necessários dos desnecessários, os que podem ser provados dos que não podem, acrescentando que os fatos devem ser narrados com concisão, objetividade e lógica. Podemos acrescentar que, numa petição inicial, um fato bem narrado pode dispensar a fundamentação legal, pois da narração do fato o juiz deduz em que legislação o advogado está se fundamentando para defender sua tese.

Miranda (2004: p.45) entende que “a narrativa dos fatos na Petição Inicial tem função argumentativa, por isso é importante pensarmos em tais estratégias tendo em vista os efeitos de

sentido esperados”.

Rodríguez (2002), também considerando a questão da argumentação, afirma que, apesar de reconhecer, dentro de uma visão simplista, que a narrativa dos fatos tem o conteúdo meramente informativo, porque assume a função de esclarecer uma situação sobre a qual ainda se vai tirar o processo argumentativo, “é claro que esse conteúdo informativo não é puro, porque contaminado pela constante vontade do argumentador de persuadir, ainda quando é hora de apenas informar”. Nesta perspectiva, Miranda (op. cit. p. 48), dialogando com Rodríguez, argumenta que o texto narração dos fatos, mesmo sendo de cunho informativo, “está submetido à „intenção‟ do enunciador, e posteriormente proporá explicitamente uma tese”, citando também Fiorin que trata de procedimentos argumentativos para exercer a persuasão, os quais são esclarecidos pela autora, com relação à narração dos fatos, como o distanciamento do

enunciador do enunciado

(a utilização da terceira pessoa, a objetividade, o transcurso de tempo e a preferência pela ordem cronológica).

Todos esses elementos são estratégias de persuasão, porque produzem no enunciatário os efeitos de realidade, de verdade e, portanto, de confiança. E são esses elementos que levam o enunciatário a crer no discurso enunciado. E num segundo momento a fazer o que o discurso propõe (MIRANDA, 2004, p. 48).

Dois outros fatores são determinantes para que o enunciador acredite no discurso do enunciado: a figuratividade, representada nas personagens e coisas que atuam sobre a realidade de determinada forma modificando-a, sendo a narrativa desenvolvida por meio de figuras que se relacionam com o fato narrado e o transcurso do tempo que é considerado como a ordem com que os fatos e as figuras vão sendo apresentadas na narrativa, sendo a progressão desta temporal, “pois o tempo entre o eixo narrativo e o eixo argumentativo é que fundamenta a separação existente na construção do discurso jurídico escrito, denominada os fatos – a narrativa – e o direito – a argumentatividade” (MIRANDA, 2004, p. 50).

Assim, Rodríguez (op.cit.) propõe a seguinte ordem na seleção dos fatos: a) Os fatos juridicamente relevantes são aqueles sobre os quais recai conseqüência jurídica direta, geralmente representando o cerne da argumentação.

b) Os fatos que contribuem para a compreensão dos juridicamente relevantes são aqueles responsáveis pela criação do contexto para os primeiros, para que o ouvinte possa compreender o processo e as circunstâncias em que ocorrem os juridicamente relevantes. Tais fatos representam condições mínimas para essa compreensão e, diz-se, para que uma narrativa possa

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ser minimamente entendida esta deve responder às seguintes questões: o quê, quem, como, quando, onde, por que, por isso.

c) Os fatos que contribuem para a ênfase dos mais importantes são aqueles que estabelecem circunstâncias com

finalidade persuasória, com vistas à argumentação.

a) Os fatores que satisfazem à curiosidade do leitor ou lhe despertam interesse são aqueles que contribuem para o progresso do conflito no discurso narrativo que faz com que o ouvinte anseie pelo seu desfecho, aumentando sua atenção.

A narração dos fatos é também um procedimento argumentativo na petição inicial, pois o advogado não se preocupa apenas em fornecer informações a respeito desses fatos: além de seguir uma ordem cronológica na narração, respondendo às questões acima citadas (o quê, quem, como, quando, onde por que, por isso), seleciona os fatos começando pelos mais relevantes, com atenção aos que podem ser comprovados. No momento da narração dos fatos, também é necessário que o advogado dirija sua atenção à provável resposta da outra parte, a seu auditório. Por último, o pedido dirigido ao magistrado, na petição inicial, deve ter perfeita conexão com a narração dos fatos, condição essencial à aceitação desta petição pelo juiz. Ocorre que nem sempre o advogado consegue expressar com clareza e objetividade o seu pedido, de modo a se fazer compreender, conforme verificamos durante nossa pesquisa. MATIAS, Naíra Germana Cordeiro. A linguagem e a argumentação em petições iniciais

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE ...

MARIA JOSÉ SILVA, brasileira, solteira, professora, RG n. ..., 2ª via, SSP-PB e CPF n. ..., domiciliada e residente na Rua..., n. ..., bairro..., Campina Grande-PB, por sua advogada que esta subscreve, constituída conforme instrumento de mandato anexo, com escritório na Rua Leontina Tavares de Macedo, n. 265, bairro Santo Antônio, Campina Grande-PB onde recebe intimações, vem, perante este Juízo, impetrar

MANDADO DE SEGURANÇA

com pedido liminar, contra ato do EXCELENTÍSSIMO PREFEITO MUNICIPAL DE ..., SR. ..., com endereço na Rua ... n. ... Centro, .../PB, pelos motivos de fato e de direito expostos a seguir.

O impetrado abriu concurso público para provimento de vagas no Quadro da Prefeitura Municipal de ...PB, sob o Regime Jurídico de Trabalho do Servidor Estatutário, sendo o Edital 001 publicado em ... de março de 2008.

O concurso para provimento de vagas no Quadro da Prefeitura Municipal de ...foi organizado pela Empresa ..., contratada mediante processo licitatório para a sua execução, conforme Portaria instituída pelo prefeito municipal, e tendo em vista o disposto no artigo 37 da Constituição Federal c/c as Leis Municipais, de acordo com o que consta do Edital anexo.

Assim, todas as etapas do concurso transcorreram dentro da normalidade, de modo que nenhuma irregularidade foi apontada pelos candidatos inscritos ou por qualquer outra pessoa que nesse concurso tivesse interesse.

Realizadas as provas escritas, os candidatos classificados para os cargos de professor, psicólogo escolar e supervisor escolar foram convocados, por meio de Edital datado de ...de junho de 2008, para apresentarem, no período de ... junho a ...de julho, os seus títulos com base nos itens 1.6 e 1.7 do Capítulo III e nos seus anexos ou para participarem das provas práticas, no caso dos candidatos ao cargo de motorista (Edital de convocação anexo).

1. Apreciada a regularidade do Concurso, mediante relatório suscinto, a ... e a Comissão de Planejamento do Concurso encaminhará ao

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Prefeito que homologará e fará publicar o seu resultado, de acordo com a Lei Municipal Específica (grifos da impetrante).

Portanto, após a prova prática para o cargo que a exigia e a apuração dos títulos para os cargos que os exigiam, o concurso foi homologado pelo prefeito e seu resultado final publicado, de acordo com o que estava previsto no Edital do concurso (001/2008), para que produzisse os efeitos jurídicos e legais, conforme constava naquele Edital, em 07 de julho de 2008 (anexa a Homologação e a Publicação do Resultado, com assinatura do impetrado).

Verifica-se, dessa forma, que nenhuma irregularidade foi constatada até a última etapa do concurso, visto que ele foi devidamente homologado pelo prefeito e que seu resultado foi publicado no prazo legal, sem nenhuma restrição por parte do prefeito municipal, ora impetrado.

Concluídas todas as etapas do referido concurso, a impetrante, que concorria a uma vaga de professor de ..., foi classificada em 1º lugar, tendo obtido um total de 103,50 pontos nas provas escrita, didática e de títulos (Homologação e Publicação do Resultado anexa, p.2, final).

Ocorre que, em ...de dezembro de 2008, o impetrado publicou o Decreto n. .../2008 em que anula o concurso público realizado em maio de 2008 pela Prefeitura Municipal de ...

O impetrado tenta justificar seu ato apontando “vícios formais” no Edital n. 001/2008 (Decreto anexo) que disciplinou o concurso.

Todavia, nenhum desses supostos vícios foram verificados quer por qualquer candidato quer pelo próprio prefeito, durante o período de maio a novembro de 2008, de modo que é intempestiva a alegação de vícios formais no Edital, uma vez que o concurso já foi homologado e teve seu resultado publicado em... de julho de 2008, além de ilegítima, uma vez que somente aos candidatos impedidos de fazer a inscrição ou eventualmente reprovados devido a esses vícios caberia tomar providências legais quanto ao Edital 001/2008, caso se sentissem prejudicados, e isso dentro do prazo legal.

Observa-se, pois, que não houve qualquer manifestação do impetrado com relação a possíveis vícios formais do Edital 001/2008 até a homologação do concurso e a publicação de seu resultado, permanecendo seus efeitos legais até o dia 21 de dezembro do ano de 2008.

É de se estranhar, portanto, que somente às vésperas de assumir novo mandato tenha o prefeito observado que um Edital publicado em maio de 2008 continha “vícios formais”, sobretudo porque, reitera-se, nenhum candidato ao preenchimento das vagas oferecidas no Edital se sentiu prejudicado por ter deixado de se inscrever ou por não ter sido classificado no referido concurso, cujas etapas transcorreram normalmente, sem que fossem detectadas quaisquer irregularidades.

Além disso, a empresa sob cuja responsabilidade técnica e operacional foi realizado o concurso foi escolhida mediante processo licitatório promovido pela própria Prefeitura Municipal de ..., representada pelo seu Prefeito, ora impetrado, conforme

1. A Prefeitura Municipal de ..., através de processo licitatório, contratou a Empresa ...para a execução do Concurso e esta é a responsável pela organização do certame.

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Ora, o momento atual é de nomeação pelo Município de...dos candidatos classificados no concurso público, devido à aproximação do período letivo 2009.1, e não de o prefeito, ora impetrado, pôr em questionamento um Edital redigido e publicado por ele próprio.

Dessa forma, verifica-se que o impetrado, por razões estritamente pessoais, não quer contratar os candidatos aprovados no concurso realizado em 2008 para provimento de cargos na Prefeitura Municipal de ..., desrespeitando, portanto, a Carta Magna em seu artigo 37, caput, e incisos I, II, III e IV.

DA LIMINAR

Com o objetivo de garantir os direitos da impetrante e evitar que sofra graves e irreparáveis prejuízos caso o concurso público de provas e títulos a que se submeteu seja anulado, sem que tenha sido observada qualquer irregularidade durante o processo de sua realização, requer que este Juízo determine ao impetrado a revogação do Decreto n. .../2008, uma vez que este decreto parece atender apenas aos interesses dele.

A demora no provimento jurisdicional pode colocar a impetrante diante de fato consumado, haja vista que foi grande o seu desgaste ao se submeter a este concurso público, ter sido aprovada em 1º lugar para a vaga que pleiteou e se encontrar na iminência de perder a oportunidade de ingressar no serviço público que garantirá a sua sobrevivência.

Diante do exposto, com fundamento no artigo 5º, inciso LXIX, da Constituição Federal e na Lei n. 1.533, de 31 de dezembro de 1951, requer:

1) Os benefícios da Justiça Gratuita, com fundamento na Lei n. 9. 265/96, que disciplina o inciso LXXVII da Constituição Federal, segundo a qual a interposição de Mandado de Segurança não está sujeita ao recolhimento de despesas e custas;

2) que este Mandado de Segurança seja recebido e regularmente processado por este Juízo, determinando ao Senhor Prefeito do Município de ... que revogue o Decreto n. ..../2008, para que o Edital n. 001/2008 produza os efeitos jurídicos e legais previstos, evitando-se, dessa forma a realização de novo concurso público.

Dá-se à causa o valor de R$ 500,00.

Termos em que Pede deferimento

..., 13 de janeiro de 2009.

Advogado OAB/PB 8.038

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CESED/FACISA Curso de Direito

Disciplina: Linguagem e Argumentação Jurídicas II Semestre: 2010/2 Aluno: ______________________________________________

Texto 4: Dissertação expositiva e dissertação argumentativa

A dissertação-argumentação está presente no dia-a-dia de todas as pessoas.

Portador de razão e vontade, o homem está sempre expondo suas idéias, julgando, avaliando, criticando tudo a seu redor. Em outras palavras: está sempre dissertando ou argumentando.

Antes de ir na exposição, é preciso resolver uma questão delicada: a da tradicional divisão bipartida da dissertação em expositiva e argumentativa.

Expositiva é o nome pelo qual grande número de autores designa a dissertação em que se expressam idéias sobre determinado assunto, sem a preocupação de convencer o leitor ou ouvinte.

Nesse tipo de dissertação, o enunciador pode tratar da matéria com a qual nem mesmo se identifica, bastando, para isso, não “tomar partido”, não declarar suas intenções nem ter o propósito de “fazer a cabeça” do receptor. Por exemplo: uma pessoa que faça uma explanação sobre o Protestantismo (origem, princípios, propagação pelo mundo etc), sem a intenção de angariar adeptos. O objetivo é passar a informação, podendo tal indivíduo ser até um católico ferrenho.

Argumentativa é a dissertação que implica defesa de uma tese, com a finalidade de convencer (ou tentar convencer) alguém, demonstrando, por meio da evidência de provas consistentes, a superioridade de proposta sobre outras ou a relevância dela tão-somente.

Presos a essas considerações, vê-se na dissertação expositiva um discurso neutro, isento de marcas do sujeito, contrariamente à dissertação argumentativa, carregada de ideologia e orientada para a função apelativa, com a finalidade de obter a adesão do receptor.

Estudos recentes em áreas específicas da Lingüística, como a Semântica, a Pragmática, com atenção especial para a Teoria da Enunciação, contudo, revêem a posição tradicional, apontando a neutralidade do discurso como um mito. Como diz Ingedore G. Villaça Koch1 , “o discurso que se pretende „neutro‟, ingênuo, contém também uma ideologia a da própria objetividade”.

Com fundamento nesse raciocínio, elimina-se a distinção entre dissertação expositiva (conhecida também apenas pelo termo dissertação) e dissertação argumentativa (chamada muitas vezes de argumentação), “visto que a primeira teria de limitar-se, apenas, à exposição de idéias alheias, nem nenhum posicionamento pessoal. Ocorre, porém, que a simples seleção das opiniões a serem reproduzidas já implica, por si mesma, uma opção. Também nos textos denominados narrativos e descritivos, a argumentatividade se faz presente em maior ou menor grau”.2

Embora se entenda que não existe discurso neutro, que toda e qualquer manifestação do pensamento ou vontade traz implícita ou declarada uma ideologia, mantém-se, quase sempre, por razões didáticas, a divisão tradicional em dissertação expositiva e dissertação argumentativa. A presença da antítese na dissertação argumentativa é que a diferencia daquela meramente expositiva. Antítese no sentido de contrário à tese, conforme a dialética de Hegel (tese, antítese, síntese). No caso específico do Direito, o que se vê, no dia-a-dia das lides forenses, são requintados exercícios de dissertação argumentativa, com variadíssimos tipos de argumentos. Por isso, na prática, usaremos tão-somente o termo argumentação.

Qualquer que seja a metalinguagem ou terminologia adotada, o mais importante é caracterizar o fato.

Antes de mais nada, nunca é demais lembrar que a dissertação, por envolver conceitos, juízos, reflexões, idéias, é aplicada a todas as áreas do saber. Daí a necessidade de conhecer

1

Ingedore G.V.Koch. Argumentação e linguagem. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1987, p. 19)

2

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bem esse procedimento redacional tarefa que, se não é fácil, também difícil não é, desde que o interessado se incline a observar-lhe as sutis técnicas e a fazer exercícios contínuos.

A eventual dificuldade para o ato de redigir dissertação explica-se pelo fato de que ela exige de quem escreve amadurecimento no assunto tratado, conhecimento da matéria, pendor para a reflexão, raciocínio lógico, potencial argumentativo, capacidade de análise e síntese, além do domínio de expressão verbal adequada e de estruturas lingüísticas específicas.

Tais exigências, contudo, serão satisfeitas se forem levados em conta estudo, reflexão e observância de técnicas facilmente apreensíveis. Todos podem e devem chegar lá. Que ninguém desista.

NADÓLKSKI, Hêndricas e TOLEDO, Marleine Paula M.F.de. Comunicação Jurídica. 1. ed., Companhia Editora nacional: São Paulo, 2006, p. 68_69.

Compreensão do texto

1. Como os autores do texto diferenciam dissertação expositiva de dissertação argumentativa? 2. Aponte, em forma de esquema, as principais diferenças entre dissertação expositiva e dissertação argumentativa.

3. Com relação à neutralidade do discurso, quais são as novidades apontadas atualmente por determinadas áreas da Lingüística?

4. De acordo com o texto, é possível encontrar-se argumentação em textos narrativos e descritivos? Justifique sua resposta.

5. Ainda de acordo com o texto, deve-se manter a divisão da dissertação em expositiva e argumentativa? ( ) sim ( ) não. O que caracteriza, então a dissertação argumentativa?

6. Que tipo de dissertação predomina nos textos jurídicos?

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CESED/FACISA Curso de Direito Disciplina: Linguagem e Argumentação Jurídicas II Semestre: 2010.2

Aluno:___________________________________________ Texto 05: Atividade

1. Identifique a tese e os argumentos que a sustentam nos textos a seguir:

Texto I.

Mas, fixar no antigo defender a língua é, de modo geral, uma tarefa ambígua e até certo ponto inútil. Mas também é inútil e ambíguo dar conselhos aos jovens de uma perspectiva adulta e, no entanto, todo o adulto cumpre o que julga seu dever. [...] Ora, no que se refere à língua, o choque ou oposição situam-se normalmente na linha divisória do novo e do antigo, a norma para o atual obrigaria este antigo a recorrer a um mais antigo, até o limite das origens da língua. A própria língua, como ser vivo que é, decidirá o que lhe importa assimilar ou recusar. A língua mastiga e joga fora inúmeros arranjos de frases e vocábulos. Outros, ela absorve e integra a seu modo de ser. (Vergílio Ferreira, “Em defesa da língua”, em: Estão a assassinar o português!

adaptado.

Texto II.

A motivação é, sem dúvida, a parte principal da sentença. Não pode haver sentença sem motivação, ainda que seja esta concisa, como permite o art. 165 do CPC. É justamente na motivação que se discutem os pontos controvertidos da demanda. É na motivação que o juiz estabelece o confronto das teses do autor e do réu, liga os fatos apreciados com as disposições legais; enfim, lança as bases que lhe permitirão definir-se por esta ou aquela solução. É nessa parte da sentença, construindo o silogismo, que o juiz mostrará sua lógica, seu bom senso, sua cultura jurídica: dará tudo de si na busca das melhores idéias, dos argumentos mais consistentes para dirimir o litígio e convencer as partes e a opinião pública do acerto de sua decisão. Sendo a motivação parte essencial da sentença, claro está que a decisão imotivada é decisão nula.

Texto III.

Veja Na semana passada, a senhora considerou que a lei que autoriza o uso de embriões humanos na pesquisa científica é constitucional. Qual a justificativa desse voto?

Ellen Gracie Eu não enxerguei, nos artigos da Lei de Biossegurança que falam sobre embriões, nada que ferisse a ordem constitucional. Meu raciocínio parte do princípio de que nosso sistema jurídico protege duas entidades, o “nascituro” e a “pessoa”. Esses conceitos têm um significado muito preciso no direito. O nascituro, a criança que aguarda o nascimento no ventre da mãe, tem algumas expectativas de direito no campo da herança, por exemplo. Já a pessoa, do ponto de vista do nosso ordenamento, só passa a existir no instante do nascimento com vida. É aí que surge a personalidade jurídica, segundo o nosso Código Civil. Ora, o embrião criado in vitro não é nascituro, pois não foi implantado no útero da mãe, nem pessoa, no sentido técnico. Ele não desfruta as garantias que se aplicam aos dois casos. Quanto ao princípio constitucional do direito à vida, eu creio que ele não é ferido no caso das pesquisas com embriões que seriam descartados ou permaneceriam congelados indefinidamente. Essas pesquisas, a médio ou a longo prazo, devem resultar em benefício para um grande número de pessoas. Elas também têm o objetivo de proteger a vida uma vida íntegra e saudável

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para portadores de doenças. Sigo aqui uma linha de raciocínio que tem uma longa história no campo jurídico aquela que, no conflito aparente entre normas, opta pelo bem maior, produzido com o menor sacrifício possível (Veja, 12 de março de 2008).

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