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Uso de plantas medicinais no controle de doenças em plantas

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CAMPUS DE CURITIBANOS

CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS BRUNA REZER MACHADO

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:

Uso de plantas medicinais no controle de doenças em plantas

Curitibanos 2019

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BRUNA REZER MACHADO

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:

Uso de plantas medicinais no controle de doenças em plantas

Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao Curso de Agronomia, da Universidade Federal de Santa Catarina - Centro de Ciências Rurais Campus Curitibanos como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Agronomia. Orientadora: Profª. Drª. Adriana Terumi Itako.

Curitibanos 2019

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pelo dom da vida e por ter me dado forças para enfrentar os momentos difíceis.

À Universidade Federal de Santa Catarina e seus colaboradores pelas oportunidades e por me proporcionar o aprendizado.

A professora Adriana Terumi Itako por aceitar me orientar neste trabalho, além da sua dedicação, paciência e amizade.

Aos meus pais Marli Rezer e Antonio Carlos Machado e irmãos Andressa Rezer Machado, Carla Rezer Machado, Fabiano Rezer Machado e todos meus familiares que sempre estiveram comigo em todos os momentos e principalmente por toda paciência e confiança.

Aos meus colegas e amigos que sempre estiveram presente e me deram apoio. A todos que de alguma forma participaram e me acompanharam nesta caminhada.

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“Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer.” Mahatma Gandhi

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RESUMO

O uso de produtos químicos no controle de doenças na agricultura tem sido questionado pela sociedade, devido aos efeitos adversos causados pela sua utilização. Buscando métodos de controle menos agressivos e de baixo impacto ambiental, a utilização de extratos e óleos essenciais de plantas medicinais é uma alternativa para reduzir os riscos e problemas referentes à utilização dos produtos convencionais. Assim, o objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento bibliográfico sobre o controle de doenças em plantas através do uso de extratos ou óleos essenciais de plantas medicinais no Brasil. Para isso, foram contabilizadas as Universidades públicas do Brasil e quais apresentam programas de Pós-Graduação com linhas de pesquisa na área da Fitopatologia e desenvolvem pesquisas referentes ao uso de extratos e óleos essenciais de plantas medicinais no controle de fitopatógenos. Também, foram verificados seus respectivos periódicos científicos e os trabalhos publicados no período de 2009 a 2019 com o tema levantado. No levantamento, encontrou-se um total de 87 Universidades públicas no Brasil (49 Federiais e 38 Estaduais), sendo a região Nordeste destaque com 29 (33,3%). Dentre todas as Universidades do país, 33,3% apresentam cursos de Pós-Graduação com linhas de pesquisa no tema proposto, sendo o Sul destaque com quase 70% das universidades da região. Em relação aos periódicos científicos, foram encontrados 76 trabalhos científicos publicados em 26 periódicos no período de 2009 a 2019. A região Sul do país foi destaque em trabalhos publicados (26), destacando-se a revista Semina, localizada no estado do Paraná com 12 publicações. Entre os trabalhos científicos encontrados, foram citadas 68 espécies vegetais utilizadas como extratos e/ou óleos essenciais para o uso de controle de doenças em plantas, destas as mais mencionadas foram as espécies Cymbopogon citratus, Cymbopogon nardus e Lippia alba. Em relação aos patógenos, foram 35 espécies estudadas para controle nos trabalhos científicos publicados, onde o fungo mais citado foi o Colletotrichum gloeosporioides, bactéria foi a Xanthomonas axonopodis, nematoide foi o Meloidogyne e vírus não foi encontrado nenhum registro. Durante o período citado, os anos com mais trabalhos científicos publicados foram entre os anos 2018 e 2016 e os com menor número de publicações foram os anos 2010 e 2019. Com base nesse levantamento, foi possível observar a diferença entre as regiões do país em relação à quantidade de Universidades, cursos de Pós-Graduação e trabalhos científicos publicados nos periódicos com linhas de pesquisa sobre o tema proposto. Além disso, apesar de existir a busca por métodos de controle de

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doenças em plantas alternativas ao uso de produtos químicos, o método de controle utilizando extratos e óleos essenciais de plantas medicinais ainda é recente e pouco difundido, havendo poucos trabalhos científicos encontrados nos últimos dez anos. O controle de doenças em plantas utilizando extrato ou óleo essencial de plantas é comprovado, contudo, maioria dos trabalhos encontrados foi testada somente em laboratório. Por fim, o número de espécies vegetais estudadas para a finalidade de produção de extrato ou/e óleo nos trabalhos encontrados é relativamente pequena. PALAVRAS-CHAVE: Extrato vegetal e óleos essenciais. Controle de Fitopatógenos. Periódicos Científicos. Publicações.

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ABSTRACT

The use of chemical products to control diseases in agriculture has been questioned by society, due to the adverse effects caused by its continuous use. Seeking less aggressive and more environmentally friendly methods, the use of extracts and essential oils from medicinal plants is an interesting alternative to reduce the risks and problems caused by sinthetic products. The goal of this work is to carry out a bibliographic survey about preventing diseases in plants with the help of extracts or essential oils from medicinal plants from Brazil. For this, public Brazilian universities were interviewed, those with post-graduation programs with research on plant pathology. A study on the use of extracts and essential oils of medicinal plants regarding the prevention of plant pathogens was carried out, and also verified their respective scientific newspapers and the works published from 2009 to 2019. In the survey, it was found a total of 87 public universities in Brazil (49 federal universities and 38 state universities), being 29 (33,3%) of which in the northeast region. Among all the universities in the country, 33,3% have postgraduate programs in the proposed topic, being the south region a notable mention with the majority (almost 70%) of its universities offering related programs. In relation to scientific journals, it was found 76 publications in 26 scientific journal in the period between 2009 and 2019. The south region being in the spotlight with 26 publications, 12 of which in the Semina journal from the state of Paraná. Among the publications found, 68 cited vegetables species were utilized as extracts and/or essential oils for the control of diseases in plants. From those, the most mentioned ones are the species Cymbopogon citratus, Cymbopogon nardus and Lippia

alba. In relation to pathogens, 35 pathogens species were cited in the papers. In these

papers the most mentioned fungus species was the Colletotrichum gloeosporioides, the most mentioned bacterium species was the Xanthomonas axonopodis, the most mentioned nematode species was the Meloidogyne and there was no virus mention on the searched papers. During the period mentioned, the years with most scientific publications were between the years of 2016 and 2018 and the years with the least publications were the years of 2010 and 2019. Based on this survey, it is possible to see the difference between the regions of Brazil in relation to the number of universities, the number of postgraduate courses and also the number of published scientific works in the proposed topic. Furthermore, despite the growing effort for alternative (non-chemical) methods of disease control utilizing extracts and essential oils from medicinal plants, it

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is still a recent and not much disseminated trend, therefore, not many scientific papers can be found from the last ten years. The control of diseases in plants through extracts and essential oils is proven to work, yet, the majority of scientific works found were only tested in laboratories. Lastly, the number of vegetable species studied for the production of extracts and essential oils found is relatively small compared to the vast biodiversity present in Brazil.

KEYWORDS: Extracts and essential oils. Control over plant pathogens. Scientific Newspapers. Publications.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Esquema ilustrativo da metodologia utilizada para realizar o levantamento de quais são as Universidades Públicas do Brasil e seus respectivos cursos de Pós-Graduação na área de Agrárias. ... 26 Figura 2. Esquema ilustrativo da metodologia utilizada para realizar a busca dos periódicos na área de Agrárias das Universidades e os trabalhos publicados no período de 2009 a 2019, referentes ao uso de extratos e óleos essenciais de plantas no controle de doenças na agricultura. ... 27 Figura 3. Representação da proporção em porcentagem das Universidades públicas do Brasil (Federais e Estaduais) em cada região do país.. ... 29 Figura 4. Mapa do Brasil com a distribuição das Universidades públicas por região, que oferecem ou não, cursos de Pós-Graduação (Stricto sensu) com linhas de pesquisa voltadas ao uso de extratos e óleos essenciais de plantas medicinais para o controle de fitopatógenos.. ... 32 Figura 5. Representação em porcentagem das Universidades públicas de cada região do Brasil que oferecem cursos de Pós-Graduação e desenvolvem pesquisas sobre o uso de extratos e óleos essenciais de plantas no controle de doenças em plantas... ... 32 Figura 6. Número de trabalhos científicos publicados no período de 2009 a 2019, nos periódicos das Universidades públicas do Brasil sobre o uso de extratos e óleos essenciais de plantas no controle de fitopatógenos.... ... 43

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Universidades públicas (Estaduais e Federais) do Brasil... ... 28 Tabela 2. Universidades públicas no Brasil e seus respectivos cursos de Pós-Graduação (Stricto sensu) que realizam pesquisas referentes ao uso de extratos e óleos essenciais de plantas medicinais no controle de doenças em plantas... 30 Tabela 3. Periódicos científicos vinculadas as Universidades públicas do Brasil que publicaram trabalhos referentes ao uso de extratos e óleos essenciais de plantas no controle de fitopatógenos no período de 2009 a 2019. ... 34 Tabela 4. Trabalhos científicos publicados nos periódicos das Universidades públicas do Brasil no período de 2009 a 2019 referentes ao uso de extratos e óleos essenciais no controle de fitopatógenos...36

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS FACIAGRA - Faculdade De Ciências Agrárias De Araripina FAG - Faculdade Guaraí

FURG - Universidade Federal do Rio Grande UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina UEA - Universidade do Estado do Amazonas

UEAP - Universidade do Estado do Amapá UECE - Universidade Estadual do Ceará

UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana UEG - Universidade Estadual de Goiás

UEL - Universidade Estadual de Londrina UEM - Universidade Estadual de Maringá UEMA - Universidade Estadual do Maranhão UEMG - Universidade do Estado de Minas Gerais UEMS - Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense UENP - Universidade Estadual do Norte do Paraná UEPA - Universidade do Estado do Pará

UEPB - Universidade Estadual da Paraíba UEPG - Universidade Estadual de Ponta Grossa

UERGS - Universidade Estadual do Rio Grande do Sul UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

UERN - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte UERR - Universidade Estadual de Roraima

UESB - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia UESC - Universidade Estadual de Santa Cruz

UESPI - Universidade Estadual do Piauí

UEZO - Centro Universitário Estadual da Zona Oeste UFABC - Universidade Federal do ABC

UFAC - Universidade Federal Do Acre UFAL - Universidade Federal de Alagoas UFAM - Universidade Federal do Amazonas UFBA - Universidade Federal da Bahia

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UFC - Universidade Federal do Ceará

UFCG - Universidade Federal de Campina Grande UFERSA - Universidade Federal Rural do Semi-Árido UFES - Universidade Federal do Espírito Santo UFFS - Universidade Federal da Fronteira Sul UFG - Universidade Federal de Goiás

UFGD - Universidade Federal da Grande Dourados UFMA - Universidade Federal do Maranhão

UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso

UFOPA - Universidade Federal do Oeste do Pará UFPA - Universidade Federal do Pará

UFPB - Universidade Federal da Paraíba UFPE - Universidade Federal de Pernambuco UFPel - Universidade Federal de Pelotas UFPI - Universidade Federal do Piauí UFPR - Universidade Federal do Paraná

UFRA - Universidade Federal Rural da Amazônia UFRB - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro

UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco UFRR - Universidade Federal de Roraima

UFS - Universidade Federal de Sergipe

UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos UFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei UFSM - Universidade Federal de Santa Maria UFT - Universidade Federal do Tocantins

UFTM - Universidade Federal do Triângulo Mineiro UFU - Universidade Federal de Uberlândia

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UNB - Universidade de Brasília

UNEAL - Universidade Estadual de Alagoas UNEB - Universidade do Estado da Bahia

UNEMAT - Universidade do Estado de Mato Grosso UNESP - Universidade Estadual Paulista

UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas

UNICENTRO - A Universidade Estadual do Centro-Oeste UNIFAL - Universidade Federal de Alfenas

UNIFAP - Universidade Federal do Amapá UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo

UNILAB - Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná

UNIR - Universidade Federal de Rondônia

UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro UNITINS - Universidade Estadual do Tocantins

UNIVASF - Universidade Federal do Vale do São Francisco UPE - Universidade de Pernambuco

URCA - Universidade Regional do Cariri USP - Universidade de São Paulo

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 17 1.1 JUSTIFICATIVA ... 18 1.2 OBJETIVOS ... 18 1.2.1 Objetivo geral ... 18 1.2.2 Objetivos específicos ... 18 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 20 2.1 DOENÇAS EM PLANTAS ... 20 2.2 CONTROLE QUÍMICO ... 21

2.3 PLANTAS MEDICINAIS NO CONTROLE DE FITOPATÓGENOS ... 22

2.3.1 Metabólitos Secundários ... 22

2.3.2 Óleos essenciais e extratos vegetais no controle de fitopatogênicos ... 23

3 METODOLOGIA ... 26

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 28

5 CONCLUSÃO ... 44

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17 1 INTRODUÇÃO

Os fitopatógenos causadores de inúmeras doenças em plantas existem naturalmente a fim de manter o equilíbrio entre microrganismos e realizar a ciclagem de nutrientes. No entanto, o que se verifica é que as doenças ocorrem frequentemente devidas às alterações do equilíbrio causado pela interferência humana, desencadeando uma serié de doenças causadas por fungos, bactérias, vírus e nematóides provocando danos tanto na parte área da planta quanto no sistema radicular, provocando a redução da produção e da qualidade dos produtos agrícolas (SCAPIM et al., 2003; BARROS, 2015).

O controle dos patógenos é indispensável para evitar que a doença atinja o limiar de dano econômico e social, além de garantir a qualidade e produtividade da espécie vegetal explorada. Para isso, são adotadas algumas práticas de controle, sendo o químico o mais comum (BRUM, 2012). Entretanto, o uso de produtos químicos no controle de doenças na agricultura tem sido questionado pela sociedade, devido aos efeitos adversos causados pela sua utilização. Entre tantos, a contaminação dos alimentos, solo, água, animais, intoxicação de agricultores, o desenvolvimento de resistência de patógenos, de pragas e de plantas invasoras a certos princípios ativos dos agrotóxicos; o desequilíbrio biológico, alterando a ciclagem de nutrientes e da matéria orgânica; a eliminação de organismos benéficos e a redução da biodiversidade (BETTIOL & MORANDI, 2009; BARROS, 2015).

Buscando alternativas de controle menos agressivas e de baixo impacto ambiental, observa-se que muitas plantas apresentam propriedades antimicrobianas, que através dos seus metabólitos secundários são capazes de fornecer proteção às plantas contra o ataque de organismos patogênicos, seja por sua ação direta sobre fitopatógeno ou indireta, ativando os mecanismos de defesa das plantas (VIZZOTTO et al., 2010).

O uso de extratos ou óleos essenciais de plantas medicinais no controle de doenças na agricultura é uma importante oportunidade para reduzir os riscos e problemas referentes à utilização dos produtos sintéticos, que se associada a outras práticas, pode colaborar para a redução das doses e aplicações desses produtos. Contudo, é um método de controle ainda pouco utilizado e que necessita ser mais estudado, pois há poucos produtos disponíveis a base de extratos ou óleos essenciais de plantas e, no entanto há uma enorme variedade de espécies vegetais com potencial para tal finalidade.

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18 1.1 JUSTIFICATIVA

Considerando que o controle das doenças em plantas na agricultura é essencial para garantir a alta produção e qualidade da espécie vegetal explorada e que tem-se buscado por métodos de controle alternativos ao controle químico (AGRIOS, 2005; SILVA et al., 2013). O uso de extratos ou óleos essenciais de plantas medicinais no controle de doenças na agricultura é uma importante oportunidade para reduzir os riscos e problemas referentes à utilização dos produtos sintéticos, que se associada a outras práticas, pode colaborar para a redução das doses e aplicações desses produtos. As principais vantagens, é que por se tratar de novos compostos, os patógenos são incapazes de inativa-los, além de apresentar baixa toxicidade, rápida degradação pelo ambiente, possuírem amplo modo de ação e serem derivados de recursos renováveis (KOBAYASHI et al., 2018).

Todavia, há determinadas limitações em relação aos seus usos, como a falta de controle de qualidade, baixa estabilidade dos compostos orgânicos presentes nas soluções, possíveis substâncias tóxicas presentes nas plantas ou resultantes da decomposição dos produtos durante sua manipulação, rápida degradação, período curto de viabilidade, disponibilidade da matéria prima, técnicas de produção e aplicação dos produtos e a falta de regulamentação que estabeleça a sua utilização (SANTOS et al., 2013). Logo, mesmo sendo um método de controle de doenças em plantas com eficiência comprovada, necessita ser mais estudado e aperfeiçoado, pois além de haver poucos produtos disponíveis a base de extratos ou óleos essenciais de plantas, devido às limitações apresentadas ainda é pouco conhecido e utilizado na agricultura, demostrando a necessidade de melhorias através da pesquisa.

1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo geral

Realizar um levantamento bibliográfico sobre o controle de doenças em plantas através do uso de extratos ou óleos essenciais de plantas medicinais no Brasil.

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19 a) Realizar o levantamento de quais são as Universidades Públicas (Estaduais e Federais) no Brasil e suas respectivas localizações;

b) Buscar entre as Universidades quais apresentam Cursos de Pós-Graduação (Stricto sensu) com linhas de pesquisa na área da Fitopatologia e desenvolvem pesquisas referentes ao uso de extratos e óleos essenciais de plantas medicinais no controle de fitopatógenos;

c) Averiguar os periódicos eletrônicos de cada Universidade e buscar os trabalhos publicados referentes ao uso de extratos e óleos essenciais de plantas no controle de fitopatógenos no período de 2009 a 2019.

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20 2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 DOENÇAS EM PLANTAS

Os patógenos de plantas ocorrem naturalmente de forma benéfica a fim de manter o equilíbrio entre microrganismos e a ciclagem de nutrientes, no entanto, o que se verifica é que as doenças em plantas ocorrem frequentementedevido a alterações do equilíbrio causada pela interferência humana. Em consequência, ocorre a redução da produção pela ocorrência de doenças fúngicas, bacterianas, viróticas e nematoses que provocam danos tanto na parte área da planta quanto no sistema radicular,resultando em dano parcial, morte da planta ou de suas partes (SCAPIM et al., 2003; BARROS, 2015).

De acordo com Gaümann (1946, apud 2009):

“Doença de planta é um processo dinâmico, no qual hospedeiro e patógeno, em íntima relação com o ambiente, se influenciam mutuamente, do que resultam modificações morfológicas e fisiológicas”.

As condições necessárias para o estabelecimento de uma doença é a presença de um hospedeiro suscetível, de um patógeno virulento e ambiente favorável para a infecção, colonização e reprodução do fitopatógeno. O conhecimento destas condições permite que sejam adotadas estratégias para controlar a doença e reduzir os prejuízos e perdas que podem ser causados por uma epidemia (MELO & SILVA, 2013; MICHEREFF, 2014).

O não controle de uma doença pode provocar grandes problemas econômicos e sociais, como ocorreu século passado, onde a batata que era à base da alimentação dos habitantes do norte da Europa Ocidental, teve sua produção dizimada pelo surgimento de uma nova doença conhecida atualmente como requeima, que é causada pelo fungo

Phytophthora infestans, acarretando em prejuízos econômicos e sociais provocando a

morte de 2 milhões de pessoas (AGRIOS, 2005; SILVA et al., 2013).

Deste modo, o controle de determinada doença é indispensável para evitar que a mesma atinja o limiar de dano econômico e social, além de garantir a qualidade e produtividade da espécie vegetal explorada. Para isso, são adotadas algumas práticas de controle sendo o químico, através do uso de agrotóxicos, o mais conhecido e realizado pelos produtores (BRUM, 2012; SILVA et al., 2013).

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21 2.2 CONTROLE QUÍMICO

O controle químico é considerado pela maioria dos produtores, como a única maneira eficiente e viável no controle de doenças em plantas, assegurando alta produtividade e qualidade na produção. Além disso, o uso de agrotóxicos apresenta características interessantes, como a simplicidade de aplicação, previsibilidade e necessidade de pouco conhecimento sobre os processos básicos do agroecossistema, sendo necessário para o sucesso da aplicação apenas o conhecimento de como aplicar o produto, dispensando saber informações específicas em relação à ecologia e fisiologia das espécies, interações biológicas, ecologia de sistemas, ciclagem de nutrientes, entre outras (BETTIOL & MORANDI, 2009; GHINI & LONDRES, 2011).

Contudo, o uso de produtos químicos no controle de doenças na agricultura tem sido questionado pela sociedade em consequência dos efeitos adversos causados pela sua utilização. Como a contaminação dos alimentos, solo, água, animais; intoxicação de agricultores; o desenvolvimento de resistência de patógenos, de pragas e de plantas invasoras a certos princípios ativos dos agrotóxicos; o desequilíbrio biológico, alterando a ciclagem de nutrientes e da matéria orgânica; a eliminação de organismos benéficos e a redução da biodiversidade. De um modo geral, os problemas mencionados estão relacionados ao uso errôneo desses produtos, que na maioria das vezes, são aplicados em doses excessivas ou de forma inadequada (LONDRES, 2011; FONSECA et al., 2015).

Segundo IBGE (2015), os valores referentes à comercialização de agrotóxicos por área plantada no Brasil, demonstram um aumento contínuo a partir de 2009, sendo 6,9 kg/ha no ano de 2012, um aumento de 4,2 kg/ha num período de dez anos, considerando que em 2002 o valor foi de 2,7 kg/ha. Em relação à avaliação de classes de periculosidade ambiental, as classes de maior relevância são a III (produto perigoso) e II (produto muito perigoso), representado 64,1% e 27,7%, respectivamente, do total dos agrotóxicos comercializados no país.

O mercado de agrotóxicos cresceu 190% na última década, um crescimento maior que o dobro do mercado global que foi de 93%, o que posiciona o Brasil no topo do ranking mundial de consumo de agrotóxicos desde 2008 (RIGOTTO et al., 2014). Segundo Lopes (2008), há evidências que o consumo de alimentos com índices acima do LMR (Limite Máximo de Resíduo de agrotóxicos aceitos oficialmente no alimento) irão afetar o índice de IDA (Ingestão Diária Aceitável ou Dose Diária Aceitável de

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22 produtos químicos na ingesta humana), e isto pode estar relacionado à ocorrência de diversos tipos de câncer, neuropatias, alterações endócrinas, más formações fetais, diabetes, problemas reprodutivos, distúrbios respiratórios, Mal de Parkinson e moléstias imunológicas.

2.3 PLANTAS MEDICINAIS NO CONTROLE DE FITOPATÓGENOS

Durante toda a história da agricultura, os produtos naturais sempre foram utilizados para o controle de pragas e doenças agrícolas. No entanto, durante a Segunda Guerra Mundial, com a destruição das áreas de cultivo de plantas que eram usadas com a finalidade de defensivos naturais, buscou-se por outros produtos que pudessem substituí-los e assim, deu-se início a produção e utilização em larga escala dos produtos sintéticos para o controle fitossanitário. Concomitantemente, ocorreram outras mudanças no meio de produção agrícola, como o aumento das áreas de cultivo, monocultura, aumento na produtividade, além de reduzir ou cessar práticas agrícolas importantes até então utilizadas, como a rotação e o consórcio de culturas (BETTIOL & MORANDI, 2009).

A utilização excessiva desses químicos em conjunto com outras práticas adotadas, desencadeou uma série de problemas ambientais e a saúde humana. Em virtude disso, resgatou-se a necessidade de retomar o uso de substâncias naturais para o controle de pragas e doenças em substituição aos métodos convencionais utilizados (RAMOS et al., 2016).

Buscando alternativas de controle menos agressivas e de baixo impacto ambiental, observou-se que muitas plantas apresentam propriedades antimicrobianas, que através dos seus metabólitos secundários são capazes de fornecer proteção às plantas contra o ataque de organismos patogênicos. Demonstrando uma importante oportunidade para reduzir os riscos e problemas referentes à utilização dos produtos sintéticos (BRUM, 2012; FONSECA et al., 2015).

2.3.1 Metabólitos Secundários

As plantas produzem uma enorme e diversa variedade de componentes orgânicos, que são divididos em metabólitos primários e secundários. Os metabólitos primários são compostos que exercem funções relacionadas aos processos da

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23 manutenção, sobrevivência e desenvolvimento das plantas, enquanto os metabólitos secundários são compostos químicos não essenciais que possuem importante função para a sobrevivência e competição no ambiente, sendo considerada uma vantagem evolucionária para a sua sobrevivência e reprodução da espécie, agindo como pesticidas naturais de defesa contra herbívoros ou microrganismos patogênicos, servindo como atrativos (aroma, cor, sabor) para polinizadores e funcionando como agentes de competição entre plantas e de simbiose entre plantas e microrganismos (TAIZ; ZEIGER, 2006; VIZZOTTO et al., 2010).

Aproximadamente 100.000 metabólitos já são conhecidos e cerca de 4.000 são novos, sendo descobertos mais a cada ano. Há uma gigantesca diversidade de tipos de metabólitos secundários em plantas, sendo que os três grupos mais relevantes nas plantas são os terpenos, compostos fenólicos e os alcaloides (SANTOS et al., 2013). Estes metabólitos secundários são sintetizados em vias específicas e os locais de produção podem variar dependendo do tipo do composto e da espécie vegetal. Além disso, algumas moléculas podem ser sintetizadas por todos os tecidos vegetais, enquanto outras são produzidas em um tecido específico ou até mesmo em uma célula específica (RIBERA & ZUNIGA, 2012).

Uma alternativa para o controle de doenças em plantas, em substituição aos produtos químicos, é a aplicação de produtos à base de extratos ou óleos essenciais de plantas medicinais que apresentam potencial no controle de fitopatógenos através de seus compostos secundários, seja por sua ação direta sobre fitopatógenos como bactérias, nematoides e fungos ou indireta, ativando os mecanismos de defesa das plantas contra os patógenos (BECKER, 2015; SIMON et al., 2016).

2.3.2 Óleos essenciais e extratos vegetais no controle de fitopatogênicos

Os óleos essenciais são os principais produtos do metabolismo secundário das plantas medicinais e aromáticas, apresentando diversos componentes químicos responsáveis pelo aroma e atividade biológica (SANTOS et al., 2013). São substâncias complexas e voláteis, com peso molecular baixo, lipofílica, e geralmente são odoríferas, líquidas e constituídas por moléculas de natureza terpênica, atribuindo o odor agradável. Os óleos podem ser extraídos por diferentes métodos como arraste com vapor d’água, hidrodestilação, solventes orgânicos ou expressão de pericarpo de frutos cítricos (BETTIOL & MORANDI, 2009; LOZADA, 2016).

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24 Os extratos são preparações concentradas obtidas de matérias-primas vegetais secas, preparadas por processos que envolvem a utilização de solventes. O produto é obtido pela passagem de um solvente (água ou o álcool etílico), através de partes de planta a fim de retirar os princípios ativos contidos no vegetal. Para determinar qual método de extração utilizar, é necessário analisar a sua eficiência, a estabilidade das substâncias extraídas, disponibilidade dos meios e o custo do processo escolhido, considerando a finalidade do extrato a ser preparado. Os principais métodos de extração são maceração, percolação, infusão, decocção, extração em aparelho de Soxhlet e destilação por arraste a vapor (SILVA et al., 2005; SANTOS et al., 2013).

Diversas pesquisas demonstram a eficiência no controle de fitopatógenos através da utilização de extratos brutos ou óleos essenciais obtidos de uma grande variedade de espécies botânicas. Em relação às plantas medicinais que se demonstram eficientes para o controle de fungos, Kishore et al., (1983), comprovaram que o fungo Rhizoctonia

solani pode ser controlado através da erva-cidreira (Lippia alba) e também por orégano

(Origanum vulgare). Adekoge & Odesola (1996), afirmaram que o capim limão (Cymbopogon citratus) pode ser utilizado no controle de Penicillium, e para Aspergillus

flavus (BANKOLE & JODA, 2004). Bernardo et al., (1998) e Fiori et al., (2000),

comprovaram que o manjerição (Ocimum basilicum) atua sobre o fungo Colletotrichum

graminicola e Scletorium rolfsii, respectivamente. Segundo Zanandrea et al., (2004), o

orégano (O. vulgare), também controla Sclerotinia sclerotiorum e Alternaria sp. Fonseca et al., (2015), demonstraram que a espécie alecrim-do-campo (Baccharis

dracunculifolia) pode ser utilizada no controle de fungos como Fusarium oxysporum, Fusarium solani, Macrophomina phaseolina, S. sclerotiorum, R. solani, Sclerotium rolfsii e Sclerotinia minor.

Quanto às plantas medicinais com potencial para o controle de bactérias, Amorim et al., (2011), constataram que o extrato bruto de gengibre (Zingiber

officinale), e os óleos essenciais de citronela (Cymbopogon nardus), cravo (Dianthus caryophyllus) e gengibre (Z. officinale) inibiram o crescimento de Ralstonia solanacearum. Silva et al., (2017), verificaram que o extrato de vagens de

Fedegoso-gigante (Senna alata) reduzem, significativamente, a severidade de macha bacteriana causada pela Xanthomonas axonopodis.

Segundo Santos et al. (2013), plantas antagônicas podem ser utilizadas para reduzir a população de nematoides atuando como um hospedeiro desfavorável que dificulta a penetração e o desenvolvimento do microrganismo, por apresentar compostos

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25 nematicidas em tecidos e exsudatos. Em seu trabalho, Neves et al., (2005), verificaram que o extrato de pimenta (Capsicum frutescens) causou redução do número de galhas e de ovos de M. javanica. Já Lopes et al., (2008), constataram tal redução quando incorporado ao solo torta de nim (Azadirachta indica). Borges (2017) demonstrou que o óleo de frutos verdes de aroeirinha (Schinus terebinthifolius) também controla M.

javanica.

As principais vantagens em utilizar o uso de extratos e óleos essenciais para proteção de plantas, quando comparados aos produtos sintéticos, é que por se tratar de novos compostos, os patógenos são incapazes de inativa-los, além de apresentar baixa toxicidade, rápida degradação pelo ambiente, possuírem amplo modo de ação e serem derivados de recursos renováveis (KOBAYASHI et al., 2018). Todavia, há determinadas limitações em relação aos seus usos, como a falta de controle de qualidade, baixa estabilidade dos compostos orgânicos presentes nas soluções, possíveis substâncias tóxicas presentes nas plantas ou resultantes da decomposição dos produtos durante sua manipulação, rápida degradação, período curto de viabilidade, disponibilidade da matéria prima, técnicas de produção e aplicação dos produtos e a falta de regulamentação que estabeleça a sua utilização (SANTOS et al., 2013).

As limitações demonstram a importância de estudos mais aprofundados e a necessidade do desenvolvimento de produtos com maior nível tecnológico. Porém, o uso de produtos à base de extratos e óleos de plantas não pode ser descartado como uma ótima opção para manejo de patógenos, que se associada a outras práticas, pode colaborar para a redução de doses e aplicações de produtos químicos sintéticos na agricultura.

(26)

26 3 METODOLOGIA

Para a elaboração deste trabalho bibliográfico, foram primeiramente levantadas por meio da base de dados online do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), quais as Universidades públicas (Estaduais e Federais) no Brasil e sua respectiva região. Em seguida, através de uma busca online nos sites oficiais das Universidades anteriormente apuradas, foram averiguadas quais possuiam cursos de Pós-Graduação (Stricto sensu) na área de Agrárias e desenvolvem em suas linhas de pesquisa trabalhos sobre o uso de extratos e óleos essenciais de plantas medicinais no controle de doenças em plantas (Figura 1).

Figura 1. Esquema ilustrativo da metodologia utilizada para realizar o levantamento de quais são as Universidades Públicas do Brasil e seus respectivos cursos de Pós-Graduação na área de Agrárias.

Fonte: Autor, 2019.

Do mesmo modo, foram verificados todos os periódicos eletrônicos de cada Universidade e selecionado somente os periódicos que compreendem a área de Ciências

(27)

27 Agrárias e entre estas, foi verificado todos os trabalhos científicos disponíveis no arquivo do periódico nos últimos dez anos (período de 2009 a 2019) e selecionado somente os trabalhos referentes ao uso de extratos e óleos essenciais de plantas no controle de fitopatógenos (Figura 2).

Figura 2. Esquema ilustrativo da metodologia utilizada para realizar a busca dos periódicos na área de Agrárias das Universidades e os trabalhos publicados no período de 2009 a 2019, referentes ao uso de extratos e óleos essenciais de plantas no controle de doenças na agricultura.

Fonte: Autor, 2019.

Por fim, os dados obtidos do levantamento bibliográfico foram analisados e as informações foram compiladas e calculadas as suas proporções e estimativas percentuais.

(28)

28 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após o levantamento, em relação às Universidades, foi encontrado um total de 87 Universidades públicas no Brasil, sendo 49 Federiais e 38 Estaduais (Tabela 1). Tabela 1. Universidades públicas (Estaduais e Federais) existentes em cada região do Brasil.

Universidades Federais Universidades Estaduais Estado Região Sul

UFRGS, UFSM, FURG,

UFPel UERGS Rio Grande do Sul

UFSC, UFFS UDESC Santa Catarina

UFPR, UTFPR

UNIOESTE, UEL, UEM, UEPG, UNICENTRO,

UENP Paraná

Região Sudeste

UFABC, UNIFESP, UFSCAR USP, UNESP, UNICAMP São Paulo UFMG, UNIFAL, UFSJ, UFU,

UFTM, UFV UEMG Minas Gerais

UFRJ, UNIRIO UERJ, UEZO, UENF Rio de Janeiro

UFES - Espírito Santo

Região Centro-Oeste

UFMS, UFGD UEMS Mato Grosso do Sul

UFG UEG Goiás

UFMT UNEMAT Mato Grosso

UNB - Distrito Federal

Região Nordeste

UFBA,UFRB UNEB, UEFS, UESC, UESB Bahia

UFS - Sergipe

UFAL UNEAL Alagoas

UFRPE, UFPE, UNIVASF UPE, FACIAGRA Pernambuco

UFPB, UFCG UEPB Paraíba

UFRN, UFERSA UERN Rio Grande do Norte

UFC, UNILAB UECE, URCA, UVA Ceará

UFPI UESPI Piauí

UFMA UEMA Maranhão

Região Norte

UFPA, UFRA, UFOPA UEPA Pará

UNIFAP UEAP Amapá

UFRR UERR Roraima

UFAM UEA Amazonas

UFAC - Acre

UNIR - Rondônia

UFT UNITINS, FAG Tocantins

(29)

29 A região com maior número de Universidades públicas é o Nordeste com 29 (33,3%), seguido pela região Sudeste com 19 (21,8%), Sul e Norte com 15 (17,2%) e Centro-Oeste com apenas 9 (10,3%). Em todas as regiões as Universidades Federais predominam (Figura 3).

Figura 3. Representação da proporção em porcentagem das Universidades públicas do Brasil (Federais e Estaduais) em cada região do país.

Fonte: Autor, 2019.

É possível observar na Figura 4, como a distribuição espacial das Universidades públicas no Brasil é desigual, quando comparamos ao tamanho territorial de cada região. De acordo com Teixeira et al., (2009), o Nordeste apresenta uma área territorial de aproximadamente 1.558.000 km² enquanto a região Centro-Oeste, segundo o IPEA (2008), apresenta um território de 1.612.000 km². Mesmo as duas regiões sendo praticamente do mesmo tamanho territorial, a diferença entre elas em relação à quantidade de Universidades Públicas é considerável. O Nordeste detém mais de 33% de todas as Universidades públicas do país, enquanto a região Centro-Oeste apenas 10% aproximadamente.

Em relação aos Cursos de Pós-Graduação (Stricto sensu) das 87 Universidades anteriormente citadas, 30% oferecem Cursos com linhas de pesquisa na área da Fitopatologia e desenvolvem pesquisas referentes ao uso de extratos e óleos essenciais de plantas medicinais no controle de fitopatógenos (Tabela 2).

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Nordeste Sudeste Sul Norte Centro-Oeste

%

(30)

30

Tabela 2. Universidades públicas no Brasil e seus respectivos cursos de Pós-Graduação (Stricto

sensu) que realizam pesquisas referentes ao uso de extratos e óleos essenciais de plantas

medicinais no controle de doenças em plantas.

Universidade Programa de Pós-graduação Região Sul

UFSM Programa de Pós-Graduação em Agronomia (PPAGRO) UFSC Programa de Pós-Graduação em Ecossistemas Agrícolas e

Naturais (PPGEAN)

UDESC Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal (PGAPV) UFPR Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal

(PGAPV)

UNIOESTE Programa de Pós-Graduação em Agronomia (PPGA) UEL Programa de Pós-Graduação Em Agronomia (PGAGRO) UEM Programa de Pós-Graduação em Agroecologia

(PROFAGROEC)

UEPG Programa de Pós-Graduação Em Agronomia (PPGAGRO) UNICENTRO Programa de Pós-Graduação em Agronomia (PPGA)

UENP Programa de Mestrado em Agronomia (PPGA) Região Sudeste

UNESP Programa de Pós-Graduação em Agronomia - Proteção de Plantas

UFU Programa de Pós-Graduação em Agronomia (PPGA) UFV Programa de Pós-Graduação em Fitopatologia (PPGFito) UEMS Programa de Pós-Graduação em Agronomia (PPGA)

Região Centro-Oeste

UFGD Programa de Pós-Graduação em Agronomia (PGAGRO) UFG Programa de Pós-Graduação em Agronomia (PPGA)

Região Nordeste

UFRB Programa de Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola UFAL Programa de Pós Graduação em Proteção de Plantas UFRPE Programa de Pós-Graduação em Fitopatologia (PPGF) UFERSA Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia (PPGFITO)

(31)

31 (PPGAF)

UEMA Programa de Pós-Graduação em Agroecologia (PPGA) Região Norte

UFRR Programa de Pós-Graduação em Agronomia (POSAGRO) UFAC Programa de Pós-Graduação em Agronomia (PPGA)

UNIR Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PGCA)

UFT Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal (PPGPV) Fonte: Autor, 2019.

A região que apresentou maior número de Universidades com cursos de Pós-graduação (Stricto sensu) ofertados com linhas de pesquisa no tema pesquisado foi o Sul (10), seguido do Nordeste (6), Norte (4), Sudeste (3) e Centro-Oeste (3) (Figura 4).

A região Nordeste mesmo possuindo o maior número de Universidades públicas do Brasil, apenas 20,7% oferecem cursos de Pós-Graduação com linhas de pesquisa no tema proposto, contra 67% da região Sul, que detêm metade das Universidades públicas que possui o Nordeste. Contudo, ambas as regiões, Sul e Nordeste, são líderes em cursos de Pós-Graduação ofertados com linhas de pesquisa no tema proposto (Figura 5). Através desses dados é possível demonstrar como é deficiente a pesquisa sobre o tema levantado em regiões como Norte, Sudeste e principalmente no Centro-Oeste. Contudo, essas regiões apresentam alto potencial, pois além de possuirem excelentes Universidades que oferecem cursos de Pós-Graduação na área de Agrárias, possuem alta biodiversidade e inúmeras espécies endêmicas que podem ser estudadas e exploradas para tal finalidade.

(32)

32 Figura 4. Mapa do Brasil com a distribuição das Universidades públicas por região, que oferecem ou não, cursos de Pós-Graduação (Stricto sensu) com linhas de pesquisa voltadas ao uso de extratos e óleos essenciais de plantas medicinais para o controle de fitopatógenos.

Fonte: Autor, 2019.

Figura 5. Representação em porcentagem das Universidades públicas de cada região do Brasil que oferecem cursos de Pós-Graduação e desenvolvem pesquisas sobre o uso de extratos e óleos essenciais de plantas no controle de doenças em plantas.

Fonte: Autor, 2019. 20,7 % 15,8% 66,7% 26,7% 33,3% Nordeste Sudeste Sul Norte Centro-Oeste

(33)

33 A partir da busca nos periódicos eletrônicos das Universidades anteriormente mencionadas na Tabela 1, foram encontrados 26 periódicos científicos que publicaram ao todo no período de 2009 a 2019, 74 trabalhos científicos referentes ao uso de extratos e óleos essenciais de plantas no controle de fitopatógenos. A região Sul do país foi destaque em trabalhos publicados (26), seguida pela região Nordeste (19), Norte (14), Sudeste (10) e Centro-Oeste (5). O periódico com maior número de trabalhos publicados (2009 a 2019) na região Sul foi a Semina com 12 publicações, na região Nordeste foi a Ciência Agronômica e Caatinga ambas com 5 publicações, no Norte foi a Biotechnology and Biodiversity também com 5, no Sudeste foi Ciência e Agrotecnologia com 4 e no Centro-Oeste foi Ciências Agroambientais com 3 publicações (Tabela 3).

É possível observar a heterogeneidade espacial da produção científica sobre o tema pesquisado, havendo maior concentração nas regiões Sul e Nordeste, que juntas correspondem a quase 61% de todos os trabalhos científicos publicados nos periódicos encontrados no período de 2009 a 2019.

Além disso, nota-se que a produção científica sobre o tema proposto, é mais concentrada em poucos periódicos científicos. Como pode ser observado na região Sul, que apesar de ser a região com maior número de publicações no período estabelecido, um único periódico foi responsável por quase 50% dos trabalhos científicos publicados na região, que foi a revista Semina localizada no estado do Paraná (Tabela 3).

Tais diferenças podem estar relacionadas ao Qualis dos periódicos. O Qualis é o conjunto de procedimentos utilizados pela Capes para estratificação da qualidade da produção intelectual dos programas de pós-graduação. O Qualis é dividido em oito estratos, em ordem decrescente de qualidade: A1, A2, B1, B2, B3, B4, B5 e C (CAPES, 2019).

Considerando que determinado trabalho científico pode ser realizado em um local e publicado em um periódico de outro local, isso pode explicar porque determinados periódicos mencionados na Tabela 3 possuem mais publicações que outros. Visto que revistas com qualis superior são as mais disputadas e obviamente mais exigentes, alguns pesquisadores optam por publicar em revistas com Qualis inferior, o que justifica o fato de algumas regiões o periódico com maior número de trabalhos publicados não coencidir com a revista de maior Qualis. Outro fator importante é o tempo de existência do periódico, alguns são novos e consequentemente possuem menor número de trabalhos publicados.

(34)

34 Além disso, essa diferença na produção científica entre as regiões e até mesmo dentro de uma região, para Suzigan & Albuquerque (2011), está diretamente associada à desigualdade na distribuição dos recursos científicos e tecnológicos. Na qual determinados locais são favorecidos pela concentração de Universidades e Institutos de pesquisa ou/e maior disponibilidade de recursos humanos e financeiros.

Contudo, de um modo geral, o que se verificou foi um número baixo de publicações sobre o tema proposto. Considerando que segundo dados da FAPESP (2011), o Brasil é um dos países líderes da América Latina na produção de artigos científicos, sendo a área de Agrárias destaque em publicações, se esperava encontrar um número de trabalhos consideravelmente maior.

Tabela 3. Periódicos científicos vinculados às Universidades públicas do Brasil que publicaram trabalhos científicos referentes ao uso de extratos e óleos essenciais de plantas no controle de fitopatógenos no período de 2009 a 2019.

Universidade Estado Periódico Qualis Nº Publicações (2009 a 2019) Região Sul

UFPR Paraná Scientia Agraria B2 2

UFSC Santa

Catarina

Biotemas B4 2

UEL Paraná Semina B1 12

UEM Paraná Acta Scientiarum

Agronomy

A2 2

UNIOESTE Paraná Scientia Agraria

Paranaensis B4 6

UNICENTRO Paraná Ambiência B2 2

Região Sudeste UFMG Minas Gerais Caderno de Ciências

Agrárias B5 2

UFV Minas Gerais Revista Brasileira de Agropecuária

Sustentável

B3 2

UFLA Minas Gerais Ciência e

Agrotecnologia A2 4

UFES Espírito

Santo SEAGRO B5 2

Região Centro-Oeste UEMS Mato Grosso

do Sul

Agricultura Neotropical B4 1 UFG Goiás Pesquisa Agropecuária

Tropical

B3 1

UNEMAT Mato Grosso Ciências

(35)

35 Região Nordeste

UFRB Bahia Magistra B3 4

UFAL Alagoas Ciência Agrícola B4 1

UFRPE Pernambuco Academia

Pernambucana de Ciência Agronômica

B5

UFPB Paraíba Agropecuária Técnica B5 1

UFERSA Rio Grande

do Norte Caatinga B1 5

UFC Ceará Ciência Agronômica B1 5

UFMA Maranhão Trópica B5 3

Região Norte

UFPA Pará Agroecossistemas B5 3

UFRA Pará Ciência Agrária B3 1

UNIFAP Amapá Biota Amazônia B5 1

UFAC Acre Scientia Naturalis B5 2

UFAC Acre South American B1 2

UFT Tocantins Biotechnology and

Biodiversity B4 5

Fonte: Autor, 2019.

Entre os 76 trabalhos científicos encontrados, foram citadas 68 espécies vegetais utilizadas como extratos e/ou óleos essenciais para o uso de controle de doenças em plantas, destas as mais mencionadas foram as espécies Cymbopogon citratus,

Cymbopogon nardus e Lippia alba (Tabela 4).

A espécie C. citratus é uma planta originária da Índia, pertence à família das Poaceae e é conhecida popularmente como Capim Limão. O óleo essencial de C.

citratus é extraído das folhas e sua atividade antimicrobiana exercida pelo componente

conhecido como citral (GOMES, 2003; BIBIANO & SÁBER, 2017). O C. nardus, é uma planta originada do Ceilão e da Índia, pertencente à família Poaceae, conhecida como citronela. O seu óleo é extraído de suas folhas e apresentam na sua constituição dois compostos majoritários o citronelal e o geraniol (CASTRO et al., 2007), que segundo Seixas et al., (2011), ambos os compostos apresentam elevada atividade antimicrobiana. A espécie L. alba pertencente à família Verbenaceae, originária dos Andes, conhecida popularmente como Erva Cidreira ou melissa, possui nos seus extratos e óleos essenciais extraídos de suas folhas e galhos, os componentes denominados de citral, carvona (quimiotipo de L. alba, denominada de salva) e linalol que também apresentam elevada ação antimicrobiana (SOUSA et al., 2018).

Como se pode notar, a ação antimicrobiana das espécies C. citratus, C. nardus e

(36)

36 trabalhos encontrados. Dentre os trabalhos citados na Tabela 4, o óleo essencial de C.

citratus foi utilizado com objetivo de controlar C. gloeosporioides (SOUZA-JUNIOR et

al., 2009; SILVA et al., 2009); Fusarium oxysporum cubense, C. gloeosporioides,

Bipolaris sp. e Alternaria alternata (GUIMARÃES et al., 2011); Mycosphaerella fragariae (SCHNEIDER et al., 2011); Helminthosporium sp. (SANTOS et al., 2013); Pyricularia grisea, Didymella bryoniae, R. solani e Sclerotium rolfsii (BRUM et al.,

2014); D. bryoniae, P. grisea, R. solani e S. rolfsii (SARMENTO-BRUM et al., 2014) e

Thielaviopsis paradoxa (PEREIRA et al., 2018).

O óleo essencial de C. nardus foi empregado para o controle de P. grisea (PERINI et al., 2011); Aspergillus sp., Colletotrichum sp., Fusarium sp. e Penicillium sp. (BRITO et al., 2011); Helminthosporium sp. (SANTOS et al., 2013); P. grisea (PERINI et al., 2013); P. grisea, D. bryoniae, R. solani e S. rolfsii (BRUM et al., 2014);

D. bryoniae, P. grisea, R. solani e S. rolfsii (SARMENTO-BRUM et al., 2014).

O extrato e óleo essencial de L. alba foi testado para o controle de C.

gloeosporioides (SOUZA-JUNIOR et al., 2009); Alternaria alternata, C. graminicola, R. solani, S. rolfsii (TAGAMI et al., 2009); Helminthosporium sp. (SANTOS et al.,

2013); S. rolfsii (BRUM et al., 2014); D. bryoniae, P. grisea, R. solani e S. rolfsii (SARMENTO-BRUM et al., 2014); Fusarium spp. e R. solani (SOUSA, et al., 2018).

Em relação aos patógenos, foram 35 espécies estudadas nos trabalhos científicos publicados, onde o fungo mais citado foi o C. gloeosporioides, bactéria foi a

Xanthomonas axonopodis, nematoide foi o Meloidogyne e vírus não foi encontrado

nenhum registro (Tabela 4).

Tabela 4. Trabalhos publicados nos periódicos das Universidades públicas do Brasil no período de 2009 a 2019 referentes ao uso de extratos e óleos essenciais no controle de fitopatógenos.

Periódico Planta Patógeno Referência

Acta Scientiarum

Agronomy - UEM Momordica charantia Sclerotium rolfsii FARIA et al., 2009 Agricultura Neotropical - UEMS Azadirachta indica Lasiodiplodia theobromae Colletotrichum gloeosporioides MACHADO et al., 2015 Agroecossistemas - UFPA

Lippia alba Rhizoctonia solani Fusarium spp. SOUSA et al., 2018

Aniba parviflora Alternaria sp. LOURIDO et al., 2018

Agropecuária Técnica - UFPB

Azadirachta indica, Pimpinella anisum Cymbopogon citratus

Podridões RIBEIRO et al., 2010

(37)

37 Ambiência - UNICENTRO Eugenea caryophyllus Mentha piperita, Cymbopogon citratus Ocimum basilicun

Thielaviopsis paradoxa PEREIRA et al.,

2018 Biota Amazônia -

UNIFAP Gossypium arboreum

Lasiodiplodia theobromae VASCONCELOS et al., 2017 Biotechnology and Biodiversity - UFT

Cymbopogon nardus Pyricularia grisea PERINI et al., 2011

Cymbopogom Nardus Eucalipto citriodora Aspergillus sp. Colletotrichum sp. Fusarium sp. Penicillium sp. BRITO et al., 2012 Cymbopogon nardus Eucalyptus citriodora Copaifera officinalis Mauritia flexuosa

Pyricularia grisea PERINI et al., 2013

Cymbopogon nardus Cymbopogon citratus Lippia alba Eugenia dysenterica Caryocar brasiliense Azadirachta indica Ageratum conyzoides Jatropha curcas Eucalyptus sp. Mentha piperita Didymella bryoniae Pyricularia grisea Rhizoctonia solani Sclerotium rolfsii SARMENTO-BRUM et al., 2014 Biotemas - UFSC Lippia sidoides Ocimum gratissimum Lippia citriodora, Cymbopogon citratus Psidium guayava Colletotrichum gloeosporioides SOUZA JUNIOR et al., 2009 Caatinga - UFERSA Lippia sidoide, Piper aduncum Lasiodiplodia theobromae Botryosphaeria dothidea CRUZ et al., 2012

Allamanda blanchetti Alternaria brassicicola BARROS et al., 2015 Randia nitida Colletotrichum truncatum CRUZ-SILVA et al., 2016 Curcuma longa Bipolaris oryzae DORNELES et al., 2018 Azadirachta indica Fungos em geral FREITAS et al.,

2018 Caderno de

Ciências Agrárias -

UFMG Croton urucurana Fusarium oxysporum JESUS et al., 2016 Ciência Agrária - UFRA Vouacapoua americana Fusarium solani Fusarium oxysporum Colletotrichum gloeosporioides PARACAMPO et al., 2009 Ciência Agrícola - UFAL Cymbopogon flexuosus Microflora fitopatogênica DARONCO et al., 2015

(38)

38

Eucalyptus globulus Baccharis trimera

Ciência

Agronômica - UFC Cymbopogon citratus

Fusarium oxysporum Colletotrichum gloeosporioides, Bipolaris sp. GUIMARÃES et al., 2011 Ciência Agronômica - UFC Cymbopogon citratus Cymbopogon nardus Lippia alba Mentha piperita

Helminthosporium sp. SANTOS et al., 2013 Schinus

terebinthifolius Trichilia silvatica

Phakopsora pachyrhizi BIGATON et al., 2013 Schinus Terebinthifolius Colletotrichum gloeosporioides SANTOS et al., 2014 Folhas de cafeeiro infectadas por Hemileia vastatrix

Oidium eucalypti SILVA et al., 2016

Ciência e Agrotecnologia - UFLA Rosmarinus Officinalis Cordia verbenácea Solanum sisymbriifolium, Phyllanthus corcovadensis Eclipta alba Curcuma longa Lippia sidoides Ocimum gratissimum Lippia citriodor Psidium guajava Cymbopogon citratus Manihot esculenta Colletotrichum

gloeosporioides SILVA et al., 2009

Vigna unguiculata Fusarium oxysporum SILVA et al., 2009

Pittosporum

undulatum Aspergillus flavus

MEDEIROS et al., 2011

Cymbopogon nardus Hemileia vastatrix Cercospora coffeicola PEREIRA et al., 2012 Ciências Agroambientais - UNEMAT

Curcuma longa Meloidogyne incógnita MIORANZA et al., 2016 Curcuma longa Rosmarinus officinalis Fusarium spp. Colletotrichum dematium COPPO et al., 2017 Magistra - UFRB Cymbopogon citratus Cymbopogon nardus Lippia alba Mentha piperita Pyricularia grisea Didymella bryoniae Rhizoctonia solani Sclerotium rolfsii BRUM et al., 2014

Pimenta dioica Aspergillus niger LEAL et al., 2016

Psidium sp.

(39)

39 Acca sellowiana Baccharis trimera Rosmarinus officinalis Pesquisa Agropecuária - UFG Syzygium aromaticum Alternaria sp. Colletotrichum Gloeosporioides Rhizopus sp. DANTAS et al., 2018 Revista Brasileira de Agropecuária Sustentável - UFV Artocarpus heterophyllus Morinda citrifolia Xanthomonas

axonopodis COSTA et al., 2017 Solanum mauritianum Xanthomonas axonopodis TELAXKA et al., 2018

Scientia Agrária - UFPR

Dalbergia monetária Melaleuca alternifolia

Calendula officinalis

Fungos SPINARDI et al., 2011 Azadirachta indica Aspergillus sp. Fusarium sp. Phoma sp. Macrophomina sp. SILVA et al., 2011 Scientia Agrária Paranaensis - UNIOESTE

Cymbopogon citratus Mycosphaerella fragariae

SCHNEIDER et al., 2011

Mikania glomerata Puccinia polysora CARVALHO et al., 2012 Ocimum basilicum, Baccharis trimera Cnicus benedictus Alternaria alternata Colletotrichum graminicola Phytophthora sp. Rhizoctonia solani Sclerotinia rolfsii BERNARDO et al., 2015

Aloysia citriodora Fusarium sp. FREDDO et al., 2016 Rosmarinus officinalis Syzygium aromaticum Cinnamomum zeylanicum Allium sativum Mikania glomerata Macrophomina phaseolina LORENZETTI et al., 2018 Scientia Naturalis - UFAC

Zingiber officinale Colletotrichum theobromicola OLIVEIRA et al., 2019 Carapa guianensis

Copaifera langsdorffii Sclerotium rolfsii SOUZA et al., 2019

SEAGRO - UFES

Cinnamomum

zeilanicum Botrytis cinerea GARCIA et al., 2017

Eucalyptus globolus Meloidogyne javanica GONÇALVES et al., 2017

Semina - UEL Bidens pilosa Thymus vulgaris Lippia alba Rosmarinus officinalis Alternaria alternata Colletotrichum graminicola Rhizoctonia solani Sclerotium rolfsii TAGAMI et al., 2009

(40)

40

Eucalyptus globulus Doenças em geral VIEIRA et al., 2011

Eucalyptus globulus Penicillium sp. PIATI et al., 2011

Cinnamomum zeylanicum Mentha spicata Ocimum gratissimum

Curvularia sp. FLÁVIO et al.,

2014

Semina - UEL

Rosmarinus officinalis Meloidogyne incógnita MÜLLER et al., 2016 Crambe abyssinica Meloidogyne incognita

Meloidogyne javanica COLTRO-RONCATO et al., 2016 Dieffenbachia amoena Spigelia anthelmia Plumbago scandens Ricinus communis Chenopodium ambrosioides, Azadirachta indica Morinda citrifolia Jatropha curcas Datura stramonium

Meloidogyne enterolobii FREIRE &

SANTOS, 2018

South American -

UFAC Bactris gasipaes

Colletotrichum

gloeosporioides BRITO et al., 2017

Trópica - UFMA Crotalaria juncea, Crotalaria breviflora Crotalaria mucronata, Crotalaria spectabilis

Meloidogyne javanica GARDIANO et al., 2012

Fonte: Autor, 2019

A espécie C. gloeosporioides responsável pela antracnose, e a bactéria X.

axonopodis causadora de doenças como mancha bacteriana e cancro cítrico, são

considerados uns dos mais importantes fitopatógenos. Estão amplamente distribuídos pelo Brasil e afetam a produção de inúmeras culturas, como frutíferas, leguminosas e gramíneas de grande importância econômica. Todos os órgãos aéreos da planta podem ser atacados resultando em prejuízos devido à redução da quantidade e/ou qualidade do produto (SUSSEL, 2005; TOZZE JÚNIOR et al., 2015).

O gênero dos nematoides Meloidogyne, mais conhecido como nematoide das galhas, é o mais importante na agricultura mundial pelo fato de afetar numerosas culturas acarretando em elevadas perdas e comprometendo a qualidade dos produtos agrícolas (SILVA et al., 2016). Segundo Moreira et al., (2015), os nematoides do gênero

Meloidogyne representam os organismos mais evoluídos quanto ao parasitismo de

(41)

41 apresentam grande capacidade de adaptação. Possuindo mais de 100 espécies conhecidas (CARVALHO, 2017), as espécies mais citadas nos trabalhos científicos encontrados foram o M. incognita e Meloidogyne javanica (Tabela 4).

O controle de C. gloeosporioides, X axonopodis e Meloidogyne, devem ser realizados preferencialmente de forma preventiva, como realizar podas de limpeza, remoção de restos culturais, utilizar mudas sadias, realizar manejo da irrigação, adubação equilibrada, manuseio adequado na pós-colheita do produto, limpeza de equipamentos, rotação de cultura, entre outros. Contudo, após o estabelecimento do patógeno o método de controle utilizado para C. gloeosporioides é através de fungicidas, para X. axonopodis por meio do uso de produtos à base de cobre e para

Meloidogyne mediante o emprego de moléculas com ação nematicida (SUSSEL, 2005;

ISHIDA & VIEIRA, 2009; TOZZE JÚNIOR et al., 2015; CARVALHO, 2017).

Para Franco & Takatsu (2004), o uso intenso e excessivo de produtos cúpricos para o controle da X. axonopodis ocasiona, em longo prazo, à seleção de formas resistentes do patógeno. Para Dutra (2008) & Carvalho (2017), o controle químico de C.

gloeosporioides e Meloidogyne é indispensável, contudo, o uso de moléculas químicas é

inviável devido ao seu elevado custo e toxidez.

Considerando a importância de C. gloeosporioides, X. axonopodis e

Meloidogyne na agricultura e a necessidade em reduzir o emprego de substâncias

químicas para o controle dessas espécies, justifica estas serem as mais mencionadas nos trabalhos científicos encontrados. É possível observar na Tabela 4, que a quantidade de trabalhos não é consideravelmente grande, porém, há uma quantia interessante de extratos e óleos essenciais estudados com a finalidade de uso para o controle desses patógenos.

Os extratos e/ou óleos essenciais de plantas estudados para o controle de C.

gloeosporioides foram às espécies Lippia sidoides, Ocimum gratissimum, Lippia citriodora, C. citratus, Psidium guayava (SOUZA JUNIOR et al., 2009); R. officinalis, Cordia verbenacea, Solanum sisymbriifolium, Phyllanthus corcovadensis, Eclipta alba, Curcuma longa, Lippia sidoides, Ocimum gratissimum, Lippia citriodor, P. guajava, C. citratus; Manihot esculenta (SILVA et al., 2009); Vouacapoua americana

(PARACAMPO et al., 2009); C. citratus (GUIMARÃES et al., 2011); C. Nardus e

Eucalipto citriodora (BRITO et al., 2012); Schinus terebinthifolius (SANTOS, et al.,

2014); Azadirachta indica (MACHADO et al., 2015); Bactris gasipaes (BRITO et al., 2017) e Syzygium aromaticum (DANTAS et al., 2018).

(42)

42 Para o controle de X. axonopodis, os extratos e/ou óleos essenciais utilizados nos trabalhos foram das espécies Artocarpus heterophyllus e Morinda citrifolia (COSTA et al., 2017) e Solanum mauritianum (TELAXKA et al., 2018).

Para o controle de Meloidogyne, foram utilizados extratos e óleos essenciais das espécies Crotalaria juncea, Crotalaria breviflora, Crotalaria mucronata e Crotalaria

spectabilis (GARDIANO et al., 2012); R. officinalis (MULLER et al., 2016); Crambe abyssinica (COLTRO-RONCATO et al., 2016); Eucalyptus globolus (GONÇALVES et

al., 2017); Dieffenbachia amoena, Spigelia anthelmia, Plumbagoscandens, Ricinus

communis, Chenopodium ambrosioides, Azadirachta indica, Morinda citrifolia, Jatrophacurcas e Daturastramonium (FREIRE & SANTOS, 2018) (Tabela 4).

Considerando que a preocupação referente ao uso de produtos químicos na agricultura para o controle de doenças em plantas só cresce concomitantemente com a busca por métodos de controle alternativos, esperava-se quea quantidade de trabalhos publicados no período de 2009 a 2019 sobre ouso de extratos e óleos essenciais para o controle de doenças em plantas, tendesse ao longo dos anos a um crescimento linear.

No entanto, o que se observa é que durante o período citado, a quantidade de publicações foi bem heterogênea, oscilando a cada ano (Figura 6). Os anos com mais trabalhos científicos publicados no Brasil sobre o tema proposto, foram os anos 2018 e 2016 respectivamente e os com menor número de publicações foram os anos 2010 e 2019, contudo, o ano de 2019 ainda está decorrendo, o que pode justificar a queda signficativa na quantidade de publicações, visto que pode haver trabalhos ainda não finalizados ou em processo de publicação.

(43)

43 Figura 6. Número de trabalhos científicos publicados no período de 2009 a 2019, nos periódicos das Universidades públicas do Brasil sobre o uso de extratos e óleos essenciais de plantas no controle de fitopatógenos.

Fonte: Autor, 2019.

De acordo com Sidone et al., (2016), as Universidades públicas são responsáveis pela maioria da atividade científica em países em desenvolvimento como o Brasil. Logo, a pesquisa no país é influenciada pelo investimento do setor público, tanto na qualificação de capital humano como na melhoria da infraestrutura de Universidades e Institutos de pesquisa.

Considerando que foram verificados somente periódicos de Universidades públicas, a oscilação na quantidade de trabalhos publicados no período de 2009 a 2019 pode estar relacionada ao investimento na pesquisa naquele ano.

0 2 4 6 8 10 12 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 n º pu b lic õ es Ano

Referências

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