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Relações antigênicas entre peixes comuns à bacia do rio Amazonas O

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Academic year: 2021

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Relações antigênicas entre peixes comuns à bacia do rio Amazonas O

M o r r i s R e i c h l i n (') B o n n i e J . D a v i s (')

R e s u m o

Utilizando antissoro p a r a h e m o g l o b i n a s de car-pa e truta, as h e m o g l o b i n a s de peixes comuns d o rio A m a z o n a s e x i b i r a m vastas reações cruzadas. En-quanto n e n h u m a h e m o g l o b i n a de peixe precipitou com antissoro de truta 4 ( c o m p o n e n t e a n ó d i c o ) , muitas h e m o g l o b i n a s p a r t i c i p a r a m tanto com an-tissoro de truta 1 ( c o m p o n e n t e catódico) ou c o m h e m o g l o b i n a de c a r p a . V á r i o s p a d r õ e s de reativi-d a reativi-d e p o reativi-d e m ser reativi-descritos entre as hemoglobinas po-lidispersas de várias espécies que f o r a m analisadas p o r separação eletroforética dos componentes e u m a determinação d a habilidade de reagir dos compo-nentes individuais com os dois tipos de antissoro.

O mais notável foi a diferente reatividade notada

entre os Siluriformes "catfish" onde as hemoglobi-nas dos "catfishes" de respiração aérea r e a g i r a m mais fortemente com o s o r o antitruta 1 d o que com s o r o anticarpa enquanto as hemoglobinas de "catfish" respiração b r a n q u i a l se c o m p o r t a r a m de m o d o reciproco.

I N T R O D U Ç Ã O

Entre a s e s p é c i e s de vertebrados, os peixes exibem um alto ( s e não o mais alto) grau de diversidade estrutural e funcional nas suas he-globinas. Entendendo esta diversidade mole-cular pode ser abordada por uma variedade de instrumentos analíticos. Métodos imunoquími-cos estão em primeiro lugar na facilidade com que as relações qualitativas entre as seqüên-cias de amino-ácidos podem ser a v a l i a d a . Esta comunicação descreve os resultados de um levantamento imunoquímico qualitativo das Hbs de peixes comuns à bacia do rio Amazo-nas, próximo a Manaus, B r a s i l . O antissoro de coelho usado foi preparado contra Hbs de truta

1 e 4 e c a r p a . Embora nenhum d e s s e s peixes viva na bacia do rio A m a z o n a s , e s t e s antisso-ros provaram sua utilidade no reconhecimento das relações de Ordem e Família e permitiram

um critério inicial dos tipos e distribuição das cadeias polipeptidicas contidas nas hemoglo-binas dos peixes do rio A m a z o n a s . Algumas correlações notáveis foram feitas também en-tre propriedades antigênicas e propriedades fisiológicas das Hbs dos peixes estudados.

M A T E R I A I S E M É T O D O S

P R E P A R A Ç Ã O D O A N T I S S O R O

O antissoro foi preparado em coelhos para Hbs 1 e 4 de truta por uma dose e esquema descrito recentemente (Tan-Wilson ef. aí., 1976) . O antissoro de coelho para um dos ti-pos eletroforéticos lentos de Hb de carpa foi preparado de maneira s i m i l a r .

P R O P R I E D A D E S D O A N T I S S O R O

A s propriedades imunoquímicas quantitati-v a s do soro antitruta utilizado foram descritas

(Tan-Wilson et. al., 1 9 7 6 ) . O s resultados da-quele estudo foram compatíveis com o fato de que Hbs 1 e 4 de truta não compartilhava cadeias idênticas de polipeptideos e, além d i s s o , que as duas Hbs eram imensamente di-ferentes tanto em suas cadeias cc como P. Nos métodos qualitativos usados neste estudo (di-fusão em agar descrita a b a i x o ) , estes soros comportaram-se como reagentes quase espe-c í f i espe-c o s ; i . e . Hb 1 de truta não preespe-cipitam espe-com anti Hb 4 e Hb 4 de truta precipitava apenas fracamente com antitruta Hb 1. Anticorpos para Hb de carpa não precipitaram nem com truta Hb 4 nem com truta Hb 1; nem Hb carpa precipitou com antissoro para truta Hb 1 e 4 . A s s i m , cada soro era um reagente que poderia ser usado para identificar determinantes anti-gênicos relacionados à Hb de truta 1,4 e

hemo-[*f;—Versâo original inglesa publicada em C o m p . B i o c h e m . Physiol, v o l . 6 2 A ( 1 ) . 1979.

(1 j — Department of Medicine, State University of New Kork at Búfalo, Bufallo N . y . 14215. ( 2 ) — Department of Biology, S a n Francisco State University, S a n F r a n c i s c o , California 94132.

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globina de carpa entre as hemoglobinas de muitas e s p é c i e s de peixe estudados na IV ex-pedição ao A m a z o n a s . A natureza altamente específica destes antissoros está refletida por resultados que mostram a larga e independente distribuição de estruturas antigênicas em he-moglobina de peixe reativas com Hbs antitruta e c a r p a .

P R E P A R A Ç Ã O D A A M O S T R A

O s peixes usados neste estudo foram co-letados no rio S o l i m õ e s e no rio Negro, próxi-mo a Manaus, B r a s i l . O s peixes eram sangra-dos por punção cardíaca e o sangue coletado em solução salina ( 1 , 7 % N a C l ) fria, heparini-z a d a . A s células vermelhas eram separadas no plasma por centrifugação a 5.000 g por 5 minutos numa centrífuga refrigerada SorvaiI-Após 3 lavagens com salina fria, as células eram usadas com tampão Tris frio, diluído

(0,001 M ) , pH 8 , 0 . A lise era realizada por 1 hora, então se adicionava NaCl para uma con-centração final de 0 , I M , e o lisado centrifugado a 17.000 g por 20 minutos para remover par-tículas celulares. O sobrenadante limpo, ver-melho, foi cuidadosamente transferido para um frasco limpo e guardado no refrigerador

pa-ra uso posterior.

E L E T R O F O R E S E E M P O L I A C R I X A M I D A

A eletroforese em gel de disco, usando 7 1/ 2 % de acrilamida a pH 8 , 9 foram feitas

segundo D a v i s (1964) e Ornstein (1964) . A amostra de hemoglobina era reduzida para o estado ferroso pelo método descrito por Fyhn & Sullivan ( 1 9 7 5 ) . A hemoglobina foi adiciona-da ao gel em quantiadiciona-dades suficientes para que os diferentes componentes pudessem ser vi-sualizados s e m coloração. O gel era então cortado em volta das faixas vermelho-pálido.

D I F U S Ã O E M A G A R

A dupla difusão em agar foi realizada pelo método de Ouchterlony ( R e i c h l i n , 1975) . O s experimentos eram realizados em placas de Pe-tri de plástico 60 x 15 mm (Falcon # 1007, Oxnard, C a l i f o r n i a ) . A g a r o s e (Aldrich C h e m i -cal C o . . "Milwaukee, W i s . ) gel (0,6%) foi dis-solvido em solução de NaCl 0,9% feita com água deionizada, bidestilada. O s antissoros

fo-ram usados em depósitos feitos com um fura-dor de cortiça de 6 mm e o antígeno em depó-sitos de 4 mm de diâmetro em um arranjo sep-tagonal. O antissoro era usado sem diluição e a solução de Hb era utilizada em concentra-ções de 0,1 a 0,5 mg H b / m l . Concentraconcentra-ções de hemoglobina maiores do que 2,0 m g / m l dis-solviam muito do potencial de imuno precipi-tação mas a precipiprecipi-tação era reproduzível aos

níveis mais baixos empregados. A precipita-ção era realizada à temperatura ambiente que no "Alpha H e l i x " variava entre 30-33°C. A s placas eram lidas com 6, 12 e 24 horas. A es-tas temperaturas a precipitação estava invaria-velmente completa com 12 horas.

E X P E R I M E N T O S D E A B S O R Ç Ã O

A absorção foi realizada pela adição de um volume do hemolisado (concentração 1-5%) que era 1/10 do volume do antissoro. Isto re-sultou em uma concentração de Hb final de 1 a 5 m g / m l muito além da zona de equivalên-cia de qualquer dos s i s t e m a s envolvidos. O soro absorvido era então utilizado no centro do depósito do arranjo septagonal com uma lista de hemoglobinas representativas de 26 e s p é c i e s de p e i x e s .

R E S U L T A D O S

A primeira aproximação à análise antigê-nica das hemoglobinas de peixe era simples-mente testar suas reatividades em experimen-tos de difusão em gel com os 3 antissoros dis-poníveis: o antitruta Hb 1, antitruta Hb 4 e anticarpa H b . De todas as amostras de hemo-globina testadas, nenhuma precipitou com os antissoros para truta Hb 4 . A significação des-ta dramática descoberdes-ta será determinada na d i s c u s s ã o . Notou-se que um número significa-tivo de hemoglobinas de peixe não precipita-vam com nenhum antissoro. O mais notável entre estes foi afastado relacionamento dos elasmobrânquios (Potamotrygonidae) e sar-copterygians (Lepidosirenidae) . Não surpreen-dentemente, Hb de caecilians adultas e fetais

(Typhlonectes compressicauda) não precipita-ram com nenhum antissoro. D o s Osteoglossi-dae, a Hb de Arapaima gigas precipitou apenas com soro anticarpa H b . C o m o pode ser visto na Tabela 1. todos o s p e i x e s caracídeos e

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gym-TABELA 1 ração aérea (Loricariidae, Callichthyidae) e a reação de precipitação foi muito forte com soro antitruta 1 mas fraca e esporádica com à à Família Espécies T r o u t C a r p j soro anticarpa. P o t a m o t r y g o n i d a e Potamotrygon sp. 0 0 Lepidosirenidae Lepidosiren p a r a d o x a 0 0 Osteoglossidae Osteoglossum b i c i r r h o s u m 0 0 A r a p a i m a gigas Characidae T r i p o r t h e u s sp. M y l o s s o m a sp. Curimatidae C u r i m a t u s sp.

+

+

E r y t h r i n i d a e H o p l i a s m a l a b a r i c u s Hoplerythrinus

+

+

unitaeniatus

+

+

Prochilodontidae Prochilodus sp.

+

+

Cynodonitidae Rhaphiodon sp.

+

+

H c m i o d o n t i d a e H e m i o d u s sp.

+

+

Gymnotidae G y m n o t u s c a r a p o

+

+

E l e c t r o p h o r i d a e E l e c t r o p h o r u s electricus

+

+

Rhamphichthyidae R h a m p h i c t h y s sp.

+

+

D o r a d i d a e P s e u d o d o r a s 0 0 P i m e l o d i d a e B r a c h y p l a t y s t o m a sp. 0 0 P i m e l o d u s sp. 0 0 Auchenipteridae Auchenipterus sp. 0 0 Ageneiosidae Ageneiosus sp. 0 0 H y p o p h t h a l m i d a e Ikypophthalmus sp. 0 0 Callichthyidae H o p l o s t e m u m littorale

+

tr Lorioariidao Ancistrus sp.

+

+

L o r i c a r i a sp. 0 0 H y p o s t o m u s sp.

+

tr Pterygoplichthys sp.

+

tr B e l o n i d a e P o t a m o r r h a p h i s sp.

+

+

S y n b r a n c h i d a e S y n b r a n c h u s m a r m o r a t u s 0 0 Cichlidae C h a e t o b r a n c h u s orbicularis

+

ti Q c h l o s o m a severum

+

tr

Tetraodontidae Colomesus psittacus 0 0

notideos precipitaram com ambos os antisso-r o s . Entantisso-re os " c a t f i s h e s " , muitas e s p é c i e s de 6 famílias (Doradidae, Pimelodidae, Ageneio-sidae, Auchenipteridae, Loricariidae, Hypop-thalmidae) não precipitaram com nenhum an-t i s s c r o . Todas e s an-t a s famílias, excean-to Lorica-riidae eram de respiração branquial e só uma espéc*ie de Loricaria não precipitou com ne-nhum a n t i s s o r o . Todas as e s p é c i e s reativas de " c a t f i s h e s " s ã o de duas famílias de

respi-E X P respi-E R I M respi-E N T O S D respi-E A B S O R Ç Ã O

Para investigar a possível reatividade de hemoglobinas de peixe que deixava de preci-pitar em gel de agar também como para explo-rar com mais detalhes a especificidade das reações de várias H b s , os experimentos de absorção foram compreendidos. A Tabela 2 resume os achados que demonstram várias coi-s a coi-s . Primeiro, há Hbcoi-s que ecoi-stão maicoi-s relacio-nadas à Hb de carpa do que à Hb 1 de truta em suas antigenicidades. O exemplo mais claro disto é Hb de A. gigas cuja absorção de reati-vidade com 18 das 19 e s p é c i e s de Hb reativa

com soro anticarpa enquanto atinge a reativi-dade de e s p é c i e s s ó 2 das 23 amostras de Hb reativa com soro antitruta 1. A Hb de Osteo-glossum bicirrhosum é muito similar em seus padrões de absorção e apesar de sua deficiên-cia em precipitar com soro anticarpa, absorve com êxito — com 18 das 19 e s p é c i e s reativas de Hb com soro anticarpa. Absorção com Hb de O. bicirrhosum não tinha nenhum efeito na precipitação de quaisquer das amostras de Hb com soro antitruta 1 como nas 23 dos 23 pre-cipitados de Hbs após a b s o r ç ã o . No outro ex-tremo de especificidade, a Hb de Ancistrus s p .

absorve totalmente a reatividade com soro antitruta 1 mas apenas c e r c a de metade da rea-tividade com soro anticarpa. A b s o r ç ã o com um cichlide, Chaetobranchopsis orbicularis, a Hb removia cerca de 2 / 3 da reatividade tanto com soro anticarpa como com o soro antitru-ta 1, enquanto a absorção com Triportheus sp., a Hb removia essencialmente toda a reativida-de presente em ambos os s o r o s . Finalmente, foi mostrado que várias Hbs que não conse-guiam precipitar nenhum soro podiam remover uma significativa quantidade da reatividade de um dos dois antissoros usados neste estudo. Três Hbs de " c a t f i s h " de respiração branquial

(Pimelodus sp., Pseudodoras s p . e Brachypla-tystoma sp.) removeram quantidades variáveis da reatividade do soro anticarpa e exceto para Pimelodus s p . , a Hb não tinha nenhum efeito sobre o soro antitruta 1. A Hb de Symbranchus

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marmoratus removia significativas quantidades da reatividade tanto do soro anticarpa quanto do soro antitruta 1 •

Entre as Hbs de peixe testadas desta for-ma, apenas a Hb de Lepidosiren paradoxa não conseguiu absorver qualquer atividade dos so-ros anticarpa e antitruta 1.

Deveria ser mencionado que mesmo de-pois da absorção do antissoro com as Hbs mais ativos desta relação (Ancistrus sp. e Tripor-theus sp.) e reatividade muito significativa de precipitina ainda permanecia com os antígenos homólogos, Hb de Truta 1 e Hb de c a r p a . E s t e s padrões de reatividade encontrados entre a s Hb de peixes examinados foram obtidos utili-zando-se uma fração de anticorpos neste soro.

T A B E L A 2 E s t u d o s de absorção Fx espécies testadas precipitando conti-nuamente A b s o r v i d o com a C a r p a T r o u t 1 A r a p a i m a gigas 1 / 1 9 2 1 / 2 3 Osteoglossum b i c i r r h o s u m 2 / 1 9 2 3 / 2 3 Synbranchus m a r m o r a t u s 6 / 1 9 1 3 / 2 3 Lepidosiren paradtfxa 1 9 / 1 9 2 3 / 2 3 Triportheus sp. 1 / 1 9 0 / 2 3 Chaetobranchopsis o r b i c u l a r i s 7 / 1 9 6 / 2 3 Ancistrus sp. 8 / 1 9 0 / 2 3 Pimelodus sp. 1 4 / 1 9 1 9 / 2 3 Pseudo d o r a s sp. 1 5 / 1 9 2 3 / 2 3 B r a c h y p l a t y s t o m a sp 1 2 / 1 9 2 3 / 2 3 E S T U D O S E L E T R O F O R É T I C O S E C R O M A T O G R Á F I C O S O s componentes eletroforéticos polidis-persos reagiam em padrões característicos quando eram analisados antigenicamente como e s p é c i e s moleculares i s o l a d a s . E s s e s dados estão resumidos na Tabela 3, na qual a inten-sidade da precipitação é graduada numa e s c a l a de 0 - 4 + . Quatro padrões de reação foram ob-servados. No padrão A , os componentes iso-lados da Hb de Arapaima gigas reagiram ape-nas com Hb de anticarpa. No padrão B que inclui todos os Characidae (Mylossoma sp.)

como também os Erythrinidae, os componentes anódicos reagem invariavelmente mais forte-mente com Hb de anticarpa do que com Hb antitruta enquanto os componentes catódicos reagem com antitruta Hbl melhor do que ou também como com o soro anti Hb de carpa. No padrão C , todos o s componentes do gel reagem igualmente bem com ambos os antis-s o r o antis-s . A antis-s Hbantis-s de peixeantis-s que exibiram eantis-ste comportamento foram de Prochilodontidae, Gymnotidae, Rhamphichthyidae e C i c h l i d a e . O último padrão observado era o dos múltiplos componentes que reagiram quase exclusiva-mente com soro antitruta 1 e fracaexclusiva-mente com soro anticarpa. Tornou-se v i s í v e l com Hbs de Ancistrus sp., Hoplosternum littorale e Hypos-tomus s p . Hbs isoladas em geis de poliacrila-mida que os componentes catódicos reagiram muito mais fortemente do que os anódicos com o soro antitruta 1.

T A B E L A 3 — Reações representativas de precipiti-na de componentes eletroforéticos e isolados de

H b de peixe. Peixe P a d r ã o Anti. C a r p Anti. T r o u t 1 A r a p a i m a gigas A R á p i d o 2 + 0 Lento 2 + 0 M y l o s s o m a sp. B R á p i d o 4 + 1 + L e n t o 0 2 + Rhytiodus sp. R á p i d o 4 1 + L e n t o 1 + 1 + R h a p i o d o n sp. R á p i d o 3 + 1 + I n t e r m é d i o 3 + 1 + L e n t o 3 + 3 + Ancistrus sp. C 1 0 0 2 0 0 3 0 0 4 0 4 + H y p o s t o m u s sp. R á p i d o 0 1 + L e n t o 0 4 + Pterygophchthys sp. 1 0 2 + 2 0 2 + 3 0 2 + 4 0 2 + Rhamphichthys sp. D 1 2 + 2 + 2 2 + 2 + 3 2 + 2 + 4 2 + 2 +

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D I S C U S S Ã O

O s anticorpos antitruta 1 e anticarpa pre-sentes no soro de coelho reagem com determi-nados antigênicos das hemoglobinas de todos os peixes teleosteos examinados. Aquelas Hbs que não absorveram precipitados signifi-cativamente a reatividade do antissoro. A Hb de Lepidosiren paradoxa, por outro lado, não parece ter nenhuma atividade antigênica de-monstrável com e s s e s soros e deve estar mui-to distantemente relacionada em suas seqüên-cias de Hb de todos os peixes teleósteos e, neste sentido, explica-se a delimitação da rea-tividade do antissoro empregado.

Encontramos notável e claro padrão de distribuição de estruturas antigênicas entre as Hbs de peixes que relacionam diretamente tanto as cadeias polipeptídicas das Hbs de truta 1 ou de c a r p a . Também é notável a au-sência de atividade precipitante de qualquer das Hbs de peixe com um potente antissoro de Hb 4 de truta. C o m o somente um único soro foi estudado, a generalização de tal acha-do precisa ser encarada com certa precaução, mas a ausência de reatividade sugere a se-guinte e x p l i c a ç ã o . A seqüência primária da Hb 4 de truta tem evoluído para um alto grau que exibe pouca semelhança com as seqüências primárias de outras Hbs de peixe que de-terminam as estruturas antigênicas d e s s a s proteínas reativas com o antissoro de coelho.

Desde que argumentos convincentes podem ser feitos de que a antigenicidade de uma

pro-teína reflete primariamente sua superfície (Reichlin, 1975) e a superfície reflete a maio-ria dos átomos na proteína, conclui-se que a ausência significativa de reatividade causada, expressa que a grande maioria dos resíduos da superfície de Hb 4 de truta é diferente dos resíduos de superfície de todas a s outras Hbs de peixe das e s p é c i e s examinadas.

De modo inverso a presença de atividade de precipitação entre muitas Hbs de peixe com antissoro para Hb 1 de truta e de Hb de carpa sugere que é provável que grandes porções da superfície de tais Hbs possuam grande seme-lhança de seqüência com Hbs 1 de truta e car-pa respectivamente. Comcar-parativamente mais interessante do que e s s a s c o n c l u s õ e s , são os padrões de distribuição de reatividade dos dois antissoros empregados.

O s experimentos eletroforéticos e croma-tográficos garantem a seguinte interpretação dos d a d o s . Entre as Hbs de peixes caracoides, os determinantes antigênicos relacionados à Hp de carpa são largamente distribuídos nos componentes eletroforéticos anódicos enquan-to os determinantes relacionados à truta 1 e distribuídos largamente nos componentes ca-tódicos. A s propriedades funcionais dos dois tipos eletroforéticos de Hb foram

estu-dados em Mylossoma s p . Isto está re-fletido no diferente comportamento funcional dos dois componentes como as moléculas anó-dicas de Mylossoma sp. que são Hbs típicas de peixe com um efeito Root e uma alta sen-sibilidade da afinidade aos fosfatos orgânicos. O componente catódico de Mylossoma não possui efeito Bohr e é insensível a fosfatos orgânicos. Isto reflete fielmente as proprieda-des funcionais das Hbs usadas para deduzir o antissoro empregado; i . e . o componente anódico se a s s e m e l h a com Hb de carpa en-quanto o componente catódico se assemelha ã Hb 1 de truta nas características funcionais. Tais achados sugerem que os gens corrpondentes às cadeias polipeptídicas das es-pécies anódicas e aqueles gens corresponden-tes as cadeias polipeptídicas de espécies ca-tódicas tem evoluído de gens ancestrais nos quais os produtos do gens preferencialmente s e combinam e não s e a s s o c i a m ao acaso: i.e. para formar híbridos. É provável que nas célu-las vermelhas de Mylossoma s p . como nas cé-lulas vermelhas de truta (Brunori ef ai, 1974) ambas as Hbs são encontradas na mesma c é l u l a .

Em contraste com esta situação, várias es-pécies de peixe foram examinadas nas quais a característica dos determinantes antigênicos tanto da truta 1 como de carpa residiam nas mesmas moléculas freqüentemente de mobili-dade eletroforética largamente diferente. Isto foi visto com Hbs de peixes cichlid, gymnotid e rhamphichthyid. N e s s e s c a s o s , as cadeias polipeptídicas produzidas pelo gens em carpa e truta 1 como polipeptídeos são encontrados distribuídos juntos em todas as moléculas de Hb encontradas. A s estruturas minuciosas e propriedades funcionais de tais Hbs são de grande i n t e r e s s e .

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Finalmente, a mais notável correlação des-se estudo envolve a distribuição de antigenici-dade específica relacionada às estruturas de truta e os " c a t f i s h " de respiração facultativa. Todos os " c a t f i s h e s " de respiração aérea exa-minados (exceto Lançaria sp.) precipitaram fortemente com soro antitruta 1 e uma dessas Hbs (Ancistrus s p . ) absorve toda a atividade de precipitação para as outras H b s de peixe do soro antitruta 1. Em contraste, nenhuma " c a t f i s h " de respiração branquial precipitou com soro antitruta 1. D a s 3 e s p é c i e s de Hb axaminadas para a habilidade de absorver ati-vidade da antitruta 1, somente Hb de Pimelo-dus s p . mostrou atividade significativa. Por outro lado, todas as 3 Hbs absorveram signifi-cativamente atividade do soro de Hb anticarpa. A s s i m , parece que os " c a t f i s h " de respiração branquial são mais proximamente relacionados à Hb de carpa na semelhança d a s cadeias po-lipeptídicas. Claramente, mais do que qual-quer outra ordem de peixe estudada, tem sido a evidência nas hemoglobinas que suportam a idéia de que as e s p é c i e s de " c a t f i s h " de res-piração branquial e aérea divergiram no senti-do evolucionário a um longo tempo a t r á s .

Há uma aparente relação entre respiração aérea e a presença de uma Hb que precipita com antitruta 1 por um lado e a ausência de tal antigenicidade nos " c a t f i s h " de respiração branquial. S e e s s a s relações refletem somen-te relações de " f a m í l i a " ou s e também refle-tem rigorosamente diferenças funcionais entre estas famílias de p e i x e s é de grande interesse saber.

A G R A D E C I M E N T O S

Este trabalho foi financiado pelo G R A N T PCM-06451 do National S c i e n s e Foundation para estudos no R / V " A l p h a H e l i x " . Agradece-mos aos brasileiros por s u a ajuda e por fazer possível o "Alpha H e l i x " subir o A m a z o n a s . Desejamos agradecer ao capitão Clark e à tri-pulação por s u a cooperação. B . J . D . agradece o financiamento da viagem feito pelo J o s e p h Henry-Marsh Fund da National A c a d e m y of S c i e n c e s e da S a n Francisco State University.

S U M M A R Y

Utilizing antisera to c a r p and trout hemoglobins, the hemoglobins of tish c o m m o n to the A m a z o n River Basin exhibited extensive cross reactions. W h i l e no fish h e m o g l o b i n precipitated w i t h antiserum to trout 4 ( a n o d a l c o m p o n e n t ) , many hemoglobins precipitated w i t h either antisera to trout 1 (cathodal c o m p o n e n t ) or c a r p hemoglobins. Several patterns of reactivity could b e described a m o n g the polydispcrse hemoglobins of various species w h i c h w e r e analyzed b y the electrophoretic separation of the components and a n assessment of the ability of individual components to reach w i t h the t w o types of antisera. M o s t striking w a s the different reactivity noted amongst the catfishes w h e r e the hemoglobins of air-breathing catfishes reacted m o r e strongly w i t h anti-trout 1 serum than with anticarp serum w h i l e the h e m o g l o b i n s of the water-breathing catfishes b e h a v e d in reciprocal fashion.

B l B L I O GRAFIA

B R U N O R I , M . ; G I A R D I N A , B . ; A N T O N I N I , E . ; B E N E D E T T I , P A . & B I A N C H I N I , G .

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Referências

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