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As Escolas Historic As Guy Bourde e Herve Martin[1]

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE EDUCAÇÃO

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA E HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA E HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO DISCIPLINA: ED 313 – MÉTODOS

DISCIPLINA: ED 313 – MÉTODOS E TEORIAS DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃOE TEORIAS DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO PROFESSOR RESPONSÁVEL: JOSÉ CLAUDINEI LOMBARDI

PROFESSOR RESPONSÁVEL: JOSÉ CLAUDINEI LOMBARDI ALUNA: ISABELA CRISTINA SALGADO (RA 080210)

ALUNA: ISABELA CRISTINA SALGADO (RA 080210)

FICHAMENTO DO LIVRO: BOURDÉ Guy; MARTIN, Hervé (co-aut.). As escolas históricas. 2º Ed. Mem Martins: Europa-America, FICHAMENTO DO LIVRO: BOURDÉ Guy; MARTIN, Hervé (co-aut.). As escolas históricas. 2º Ed. Mem Martins: Europa-America, 2003. 220p. (Fórum da Historia; v. 4).

2003. 220p. (Fórum da Historia; v. 4). P

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teórica.

O texto se propõe a examinar os diferentes O texto se propõe a examinar os diferentes discursos do método histórico e dos diferentes discursos do método histórico e dos diferentes modos de escrita da história: da Alta Idade modos de escrita da história: da Alta Idade Média aos tempos atuais (1983).

Média aos tempos atuais (1983).

 Na opinião dos autores, a prática da história e  Na opinião dos autores, a prática da história e

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(p.10).

(Tucídides foi um historiador Ateniense: 460 a.C. – 400 (Tucídides foi um historiador Ateniense: 460 a.C. – 400 a.C.)

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13 e 14 A variedade de gêneros históricos da Alta Idade Média até o Século XII: apreciação

contraditória dos autores.

O Cristianismo introduziu a linearidade na História: começo, meio e fim. Nascimento, vida e morte.

1º Gênero. A produção hagiográfica: na alta Idade Média, os altos feitos de Deus e seus servos ocupam o primeiro lugar na cena histórica (relatos de vida de santos, e padres, de clérigos).

2º Gênero. Anais e Crônicas: os anais relatam os fatos ano a ano, principalmente os

acontecimentos políticos e militares. Na maioria das vezes estes são escritos nos mosteiros. Já a crônica é um gênero com  pretensões mais amplas.

3º Gênero. As biografias e autobiografias.

“O período carolíngio é particularmente propício à floração dos relatos milagrosos, as incursões dos Vikings impondo a várias comunidades monásticas fugirem com as sua relíquias. É também a época da redação da Gesta Episcoporum...”. (p. 14).

Período Carolíngio: (751 a 987 d.C.)

Sobre as crônicas, o autor vai dizer: “Grégoire de Tours fornece um bom exemplo na matéria (...) escapa ao universo mental greco-romano. Não sem dúvida pelas suas pretensões universais, que o levam a começar o relato na Criação para continuar até 591 (...). Narra de maneira precisa e evocadora. Que se avalie pelo relato da peste que assola Marselha em 588: a proveniência do mal, o contágio, as primeiras sevícias da doença, seguidas de uma fase de remissão, a propagação fulminante da epidemia, todas estas etapas estão claramente marcadas”. (p.14).

15 e 16 Novo espaço historiográfico a partir do Século VI. Idade Média: aproximadamente do século V ao XV.

A interpretação das designações de Deus vem antes da investigação das razões humanas. A percepção da natureza através da descontinuidade. Os acontecimentos históricos isolados uns dos outros, produzidos   pela arbitrariedade divina. O gênero

hagiográfico predomina sobre o histórico.

“O Arquétipo moral ou espiritual vence o vivido. Não se proíbe qualquer reemprego de relatos anteriores. Os fatos passados não são um dado inatingível. A história é um arsenal onde se vão buscar os provas, fatos-argumentos, que têm no discurso religioso um estatuto comparável ao das autoridades bíblicas”. (p.16).

“Assim vê-se reinar o descontínuo e o inesperado no relato histórico. É a sucessão cronológica no estado

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puro, sem encadeamento de causas e de efeitos. Mas os fios da intriga são mantidos na realidade pela vontade divina”. (p.16).

17 e 18 As diferenças estruturais entre a Hagiografia e a Historiografia.

Os dois gêneros têm em comum, de acordo com o autor, a mesma preocupação com a verdade e autenticidade dos fatos, sempre com as garantias de lugar e datas. Evitando que os fatos importantes caiam no esquecimento.

Para o hagiógrafo, o tempo é circular  (liturgia). Para a história, prevalece o sentido da duração.

 No final do capítulo, o relato de Ermentaire sobre a Invasão Normanda na França por  volta de 862.

“O primeiro destes dois gêneros não recolhe necessariamente fatos verdadeiros, mas “constitui” a verdade de fenômenos maravilhosos rodeando-os de todas as garantias desejáveis. A crônica, em contrapartida, registra os fatos verdadeiros a par de outros mal estabelecidos”. (p.16).

Ermentaire e a invasão da França: “(...) um número incalculável de navios normandos sobre o rio Sena. O mal aumenta nesta região. A cidade de Ruão é invadida, pilhada, incendiada; as de Paris, Beauvais e Meaux são tomadas; a praça forte de Melun é devastada; Chartres é ocupada; Évreux é pilhada (...) todos os habitantes fogem (...). No seu torpor, no meio das suas rivalidades recíprocas, resgatam à custa dos tributos aquilo que teriam devido defender de armas na mão e deixam sossobrar o reino dos cristãos”. (p.27). 18 e 19 A Teologia a serviço

da História (século XII).

  Na Alta Idade Média os cristãos vêem-se como membros da “Cidade de Deus” (Santo Agostinho), e através da Igreja e da paz   pretendem alcançar a paz celestial. Para os teólogos a História é a aventura humana como construção progressiva da cidade de Deus. Com o novo sentido do tempo, surge também um novo sentido para a natureza: através do trabalho o homem transforma-se (homo faber,

“Dado que a história do mundo é concebida como a de um progresso (aqui moral e espiritual) orientado para um determinado termo, pode falar-se, segundo Gilson, de uma ordem linear, que substituiu à ordem cíclica dos pensadores greco-romanos”. (p.18).

De acordo com os teólogos do século XII, Gilbert de La Porrée, Hugues de Saint-Victor), nasce uma nova visão da história: “São numerosos os espíritos preocupados com a história (...). Por um lado, a seqüência dos

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homo artifex). acontecimentos procedendo da economia divina da salvação, organizada segundo um fim preconcebido. Por outro lado, a disciplina intelectual que trata destes acontecimentos, ou a história escrita, concebida como series narrationis, sucessão organizada, continuidade

articulada”. (p.19). 19 e 20 A transferência da soberania imperial (translatio imperii ) e a transferência do saber (translatio studii ).

Estes outros dois esquemas são muito difundidos na Idade Média. Os relatos dos acontecimentos do passado são mais coerentes nos registros dos historiadores e cronistas. No entanto, as causas dos fatos são designadas pelo divino.

Guillaume de Conches: “É preciso procurar a razão em todas as coisas”. (p.20).

Guibert de Nogent: “Julguei em primeiro lugar dever expor os motivos e as circunstâncias que tornavam urgente uma tal expedição (trata-se da segunda cruzada)”. (p.20). 20 e 21 As atas do colóquio Le temps et   l’histoire, Tours, 1975, publicado nos  Annales de Bretagne et des Pays de l’Ouest , 1976/2. Artigos de C. Deluz, M. Gramain e C. Schaeffer: relatos de peregrinação. Testemunho Iconográfico. O quadro da representação da adoração dos Magos por Jean Fouquet

  Nestes relatos o sentido do passado está   pouco desenvolvido. Traço geral: a  presentificação dos grandes acontecimentos

da história santa. É o tempo do mito sempre vivo.

“A “qualidade da recordação” é muitas vezes deficiente. Estas memórias preguiçosas, e curiosamente pouco históricas, pouco emotivas, dão apenas um lugar débil às calamidades e só raramente citam datas e nomes próprios, ao mesmo tempo que dão testemunhos concordantes quanto ao essencial (...) Entre as referências mais utilizadas, encontra-se o calendário das atividades rurais,a sucessão das festas religiosas...”. (p.21)

Sobre a pintura: “Gaspard parece que confunde o soberano, Melchior, com o delfim, Luís, Baltazar com Carlos de França. A guarda pessoal do rei é representada com um sentido exigente do detalhe (traje, armamento). Em fundo, a tomada de um solar comemora possivelmente a libertação de Pont-Audemer pelas tropas reais. Nesta cena a reportagem coabita com a evocação do imutável. É insuficiente dizer que o

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nas  Heures de Étienne Chevalier: uma série de elementos fora do tempo.

pintor empresta “ingenuamente” aos reis magos a aparência, o hábito e a escolta dos soberanos do seu tempo. Mas é claro que se produz aqui “o encaixe de um fato de revelação e de um fato de história contemporânea”.

(p. 21). (ver quadro em arquivo anexo). 22 e 23 Joinville

(1224-1317): hagiógrafo, cronista e moralista.

Joinville acompanhou Luís IX em suas missões e escreveu um livro sobre seus “feitos”. Evocou com precisão os costumes dos Beduínos.

Joinville fala sobre o Rei Luís IX: “Este santo homem amou Deus com todo o coração e imitou suas obras... Em palavras, o santo rei foi moderado: também nunca o ouvi nomear o diabo...” (p. 23).

Sobre os Beduínos: “Não moram nas aldeias, em cidades ou castelos, mas dormem sempre nos acampamentos (...). Os próprios Beduínos têm grandes peliças que lhes cobrem todo o corpo, as pernas e os pés (...). A sua convicção é de que ninguém pode morrer a não ser no seu dia, e assim não querem usar armadura...”. (p.23). 23 a 26 Bossuet e seu   Discurso sobre a   História Universal  (1681): representante da concepção providencialista da história no período moderno. A história Utilitária.

Bossuet (1627-1704) criticou Richard Simon e Spinoza, pois estes quiseram submeter Deus às leis da ciência e da natureza. Chefe da Igreja Galicana sujeita à Monarquia e teólogo oficial que via como ameaça o Protestantismo, o Jansenismo e o quietismo. Em Bousset a história é regida pela necessidade (utilitarismo), não procede dos determinismos naturais ou sociais, mas é conseqüência do plano que Deus tem para os homens.

“O Discurso tomou três formas sucessivas: em primeiro lugar a de um simples resumo da história universal ( As  Épocas), depois a de lições sobre a história da religião ( A Continuação da Religião), finalmente a de um curso de filosofia da história, onde a ascensão e a decadência dos impérios eram explicados pelo estado das leis e das instituições (Os Impérios)”. (p. 24).

Providencialismo rígido: “Mas esta visão da história é ao mesmo tempo muito acanhada. Apenas ou quase são retidos os fatos respeitantes ao mundo judeu-cristão. Jerusalém constitui o centro do mundo, como na Idade

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Bossuet, pelo menos expõe que a história não é um encadeamento de milagres. Sugere uma análise das causas longínquas, depois das razões imediatas e depois dos resultados.

Média”. (p.25)

Sobre a análise dos três tempos de Bossuet: “Para consegui-lo, é preciso escapar ao fascínio do tempo breve, remontar no passado e entregar-se ao estudo dos traços distintivos dos povos dominantes e dos homens extraordinários”. (p.26). 28 a 33 Jean Froissart (1337-1410): arauto da sociedade cavalheiresca declinante.

Froissart define sua obra como crônica historiada. Em seu relato sobre a Sucessão da Bretanha deixa transparecer o desejo de fazer  crônica e historiar ao longo da matéria. Seu método associava compilação e inquérito, de um cronista retribuído pelo poder que tinha como objetivo relatar a verdade dos fatos. Praticava com talento o inquérito oral, e é citado como um dos precursores da história imediata. Na Baixa Idade Média depois de Deus, vêm os senhores e os príncipes.

“Não conseguiu satisfazer-se, diz-nos, com os relatos divulgados por vários saltimbancos e cantores de praças, que nas suas canções de gesta fabulosas e poemas mentirosos, tinham evocado a querela da Bretanha para desagrado de João O Belo, em quem se inspirava, e para seu próprio desagrado. Com efeito, estes poemas e estas canções não davam de modo algum os fatos reais que ele tinha por missão relatar”. (p.29) “O estudo detalhado do relato muito conhecido da insurreição camponesa de 1358 (...) vai permitir-nos distinguir no historiógrafo lacunas na informação, o primado absoluto da narração sobre a investigação das causas, e finalmente uma tomada de posição a favor dos detentores da ordem aristocrática”. (p.30)

“A reação senhorial ou contra-insurreição organizou-se (...) fez talvez vinte mil vítimas, para algumas centenas devidas ao insurrectos. De tudo isto, Froissart não diz uma palavra. Este relato é um tecido de inexatidão e imprecisões (...) Froissart faz-se eco do medo suscitado entre os nobres por esta mobilização camponesa”. (p.31).

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No relato de Froissart “O leitor é preparado para considerar o castigo dos revoltados como legítimo”. (p.32)

33 a 36 Sobre os cronistas dos reis e príncipes no século XV.

O autor cita vários cronistas, historiadores, contratados pelos reis e príncipes: Jean Chartier, Thomas Basin, Philippe de Commynes, Monstrelet, Mathieu d’Escouchy, Jacques du Clerq, Jean de Wavrin, Georges Chastellain, Olivier de La Marche e Jean Molinet.

“Acontecia que com este objetivo (registrar a história dos reis) os príncipes lhes abriam seus arquivos, como Carlos O Temerário a favor de Jean de Wavrin”. (p. 34)

“Esperam-se dos cronistas pelo menos dois tipos de serviços. Em primeiro lugar exaltar os feitos dos príncipes e da sua dinastia (...). Depois, contribuir para a coesão dos Estados da Borgonha invocando antecedentes históricos (...). Ao fornecer uma versão conforme de suas origens e da sua ligação ao conjunto burguinhês, o discurso historiográfico permite colocar sob o signo da necessidade as aquisições territoriais felizes operadas por Filipe O Bom. (p.34).

Commynes e Basin, testemunhas em desacordo sobre quase tudo: “(...) igualmente revelador do fraco grau de objetividade de Commynes e de Basin, consiste em confrontar as suas apreciações sobre Luís XI. Pode compreender-se que haja divergência sobre o balanço de conjunto de reinado: se Commynes o aprecia favoravelmente, em contrapartida Basin é dos mais expeditos no seu “Breve epitáfio de Luís”: Velhaco insigne conhecido daqui até aos infernos. Abominável tirano de um povo admirável”. (p.36)

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Borgonha X Commynes e Basin.

sonho de reis, as grandes batalhas. Do outro, a alegria relativa de príncipes sem escrúpulos que tentam se destruir.

atos loucamente heróicos, já não se pronunciam palavras históricas em plena confusão, “a guerra já não é coisa alegre”. Reina o olhar frio do memorialista, que tem prazer em minimizar os feitos”. (p.37).

38 a 43 A História como

veículo do

sentimento

nacional: Século XV.

Breves tratados e Compêndios: os futuros manuais de história e geografia. Obras subentendidas por um sentimento nacional  profundo.

Bernard Guené e sua obra-prima: Histoire et Culture historique dans l’Occident médiéval, Aubier, 1980.

Os Arquivos e Bibliotecas: a partir da difusão da imprensa, na segunda metade do século XV a baixa do preço das obras e a melhor  classificação e manutenção dos acervos.

“Não é sem dúvida excessivo dizer que o século XV está marcado por mudanças profundas nas práticas historiográficas. Claro que a expressão estereotipada da vida política e militar continua a ser dominante, mas olhares perspicazes são a partir de agora lançados para os jogos da guerra e da diplomacia (...) Commynes procedeu a uma autêntica reescrita das crônicas contemporâneas. A aproximação dos anos 1500 reside na acentuação do lado literário e retórico da história”. (p.39).

“Bernard Guenée edificou uma autêntica sociologia do saber histórico, distinguindo os tipos de historiadores segundo os locais onde exercem mais do que segundo as épocas. Em primeiro lugar o monge, guardião dos manuscritos dos mosteiros (...) Segundo tipo distinguido: o historiador das cortes e praças (Froissart): a história para eles é um meio de existir (...) Terceira categoria: o historiador de gabinete, personagem característico da Baixa Idade Média, onde se desenvolvem os serviços administrativos, muito especialmente as chancelarias.

44 a 47 As Filosofias da HISTÓRIA.

Rousseau e KANT.

A teleologia, que postula um sentido à história nasce num texto de Platão: o Fédon. Leibniz fala sobre a contradição entre o Bem

“Na reflexão de Rousseau, a história não passa de uma abstração (o negativo da natureza) que é colocada ao serviço de uma demonstração moral”. (p.45).

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(o Deus criador) e o Mal (as epidemias, as guerras): para ele vivemos no melhor dos mundos possíveis da escolha divina.

Para Rousseau, no estado de natureza, o homem vive harmonia. No momento que este equilíbrio é rompido começam as dificuldades. Com o surgimento da   propriedade, surgem as desigualdades entre ricos e pobres e as instituições jurídicas vem sancionar as relações de força. Chega-se ao estado civil.

Kant: mistura de uma teleologia da tradição cristã e uma reflexão ética do período da Luzes.

Rousseau: história fictícia. Kant: história real. Para Kant a filosofia da história é uma  parte da Moral.

Kant ( A Idéia de uma História Universal sob um ponto de vista cosmopolítico) (1784).

Kant e as Conjecturas sobre os inícios da história humana: “A história da natureza começa pelo bem, porque ela é obra de Deus; a história da liberdade começa pelo mal, porque ela é obra do homem...”. (p.45)

“A hipótese de Kant é que, nos assuntos humanos e na acumulação dos fatos da história empírica, existe uma finalidade. Todavia, esta finalidade, nenhuma inteligência suprema a concebeu; nenhuma sociedade humana a quis; corresponde a um “plano da natureza”. Paradoxalmente, a natureza realiza os seus fins através dos homens. (...) O poder de que o homem está dotado para realizar os seus projetos é a razão. Portanto, o plano previsto para o homem não é que atinja o estado de natureza mas que atinja o estado de cultura (a este respeito Kant opõe-se a Rousseau)”. (p.46).

Para Kant o indivíduo está á serviço da espécie: “O que, nos sujeitos individuais, nos choca pela forma confusa e irregular, poderá todavia ser conhecido no conjunto da espécie sob o aspecto de um desenvolvimento contínuo, apesar de lento, das disposições originais”. (p.46).

Ainda Kant: “O destino do homem não é a felicidade a todo custo. Nesta perspectiva, a hostilidade entre os indivíduos obriga-os a saírem de um estado de beatitude mais ou menos primitiva e a empenharem-se na aplicação de tarefas mais difíceis mas grandiosas”.

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(p. 47).

Kant e as relações entre os Estados: “Dos confrontos insensatos a que os homens se entregam acabará por sair “uma comunidade civil universal”... que administrará o direito internacional de maneira que o mais pequeno Estado possa atingir a garantia da sua segurança...de uma força unida, e de um acordo de vontades”. (p.47). 48 a 51 As filosofias da HISTÓRIA. HEGEL (1770-1831): a liberdade é a finalidade absoluta da História.

Contemporâneos de Hegel (Kant, Fichte e Schelling). Pertence ao mundo do Aufklarung (esclarecimento/iluminismo) e acredita na força da razão.

Em seu empreendimento Hegel   primeiramente trata da idéia abstrata, da

formação das categorias intelectuais. Depois da Filosofia da Natureza, que examina a difusão da Idéia fora de si, no mundo natural; e por último, da Filosofia do Espírito, que se interessa pela tomada de consciência do espírito através da história universal.

Somente 3 obras foram publicadas enquanto Hegel ainda era vivo: A Fenomenologia do  Espírito (1807  ); A Lógica (1812-1817) e a

Filosofia do Direito (1821).

Hegel e a idéia da “astúcia da razão”: os indivíduos julgam realizar os seus interesses, mas apenas realizam um destino mais amplo

“Como todo a elite intelectual alemã, Hegel é influenciado pelo pensamento das Luzes, admira a Revolução Francesa e espera muito da sua difusão através da Europa graças às conquistas napoleônicas”. (48)

“O pensamento de Hegel afirma-se como um idealismo absoluto que supõe uma identidade entre o sujeito e o objeto, entre o conhecer e o ser. Neste sentido Hegel reencontra o realismo da Antiguidade abalado num momento pelo nominalismo da Idade Média”. (p.49). “Hegel introduz a dimensão da temporalidade. Na tradição medieval, o tempo era concebido como uma degradação ontológica. Na concepção Hegeliana, o tempo torna-se uma categoria da inteligibilidade”. (p.49)

Para Hegel: “O Espírito é o ator principal da história, não toma consciência de si mesmo diretamente, mas por um movimento dialético, que comporta 3 momentos: a

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que os ultrapassa. tese (o ser); a antítese (o não ser); a síntese (o devir). Hegel não se limita a enunciar um idealismo puro, faz corrente no século XVIII; inventa o movimento dialético, que vai dominar o pensamento do século XIX”. (p.49).

Para os autores a conclusão de Hegel é decepcionante: “a longa marcha do espírito, ritmada pelos movimentos da dialética, culmina na criação de um Estado Moderno, burocrático, que deve incarnar a moral, a liberdade e a razão, ser a forma última do progresso”. (p. 51). 51 a 54 As filosofias da HISTÓRIA. COMTE (1798-1857) e o Positivismo.

Comte vai tratar da formação das ciências e da evolução das sociedades. Para Hervé Comte pode ser considerado o inventor da Sociologia.

Estática Social (teoria da Ordem). Dinâmica Social (teoria do Progresso).

Comte e a lei dos três estados: o teológico (ou fictício); o estado metafísico (ou abstrato) e o científico (ou positivo).

“Segundo A. Comte, a Sociologia é o estudo positivo do conjunto das leis fundamentais próprias dos fenômenos sociais. A dita ciência divide-se em dois ramos segundo se trata de estabelecer “leis estáticas”, que respeitam à existe da sociedade, ou de determinar leis dinâmicas que se referem ao movimento da sociedade”. (p.52) “No estado teológico, o espírito humano (...) representa para si mesmo os fenômenos como produzidos pela ação direta e contínua de agentes sobrenaturais, cuja intervenção arbitrária explica todas as anomalias aparentes do universo. No estado metafísico, os agentes naturais são substituídos por forças abstratas (...). Finalmente no estado positivo, o espírito humano, renuncia a procurar a origem e o destino do universo, para se empenhar em descobrir suas leis efetivas, suas relações de sucessão e semelhança”. (p.52)

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“Com efeito ao passo que Hegel encara a marcha do Espírito segundo os três tempos da dialética, Comte imagina a progressão do espírito humano por etapa, segundo o ritmo igualmente ternário mas diferentes na sua essência dos três estados”.

“O pensamento de Comte, marcado inicialmente por um certo racionalismo, acaba numa religiosidade exaltada. O caso não é isolado. Em meados do século XIX, a maior parte dos socialistas utópicos – H. de Saint Simon e os seus discípulos – misturam as análises concretas desvendando os mecanismos da sociedade capitalista industrial e os sonhos mais desenfreados respeitantes á organização harmoniosa de sistemas econômicos, políticos e religiosos, todos visando assegurar a felicidade dos homens”. (p.54)

54 a 57 As filosofias da HISTÓRIA.

Oswald

SPENGLER (1880-1936).

A História Universal sob o signo da descontinuidade. Obra Esboço de uma morfologia da História Universal (1918): O  Declínio do Ocidente.

Para Spengler a civilização é o destino inevitável de uma cultura. Os Romanos conquistaram a Grécia e levaram os modelos helênicos para todo o mundo mediterrânico.

Spengler: A derrota da Alemanha na Guerra e a filosofia da história “pessimista”.

“O. Spengler anuncia, num sentido, o estruturalismo. O seu postulado inicial é que a ciência não é universal. Para fazer a demonstração, deve segmentar a humanidade em blocos absolutamente estranhos uns aos outros. Dentro desta perspectiva, as civilizações funcionam como estruturas fechadas, que não se comunicam entre si no plano das idéias racionais (...) mas todas as criações culturais e materiais tem afinidades entre si”. (p. 55).

“A visão que dominava o pensamento do século XIX, de uma história contínua, linear, progressiva, é diretamente posta de novo em causa (...) Para Spengler os homens são escravos da vontade da história, os

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órgãos auxiliares executivos de um destino orgânico”. (p.55).

“No final do século XIX e início do século XX, uma corrente do pensamento influente, ilustrada por Schopenhauer, Bergson e outros, tende para edificar sistemas filosóficos inspirando-se nos resultados das ciências naturais. A “orgânica spengleriana” pertence a este universo mental”. (p.56).

“O livro de Spengler, que noutros tempos teria podido dormir à sombra das bibliotecas, encontra uma ampla audiência junto de um público alemão ávido de  justificar a sua própria catástrofe por uma teoria geral

das catástrofes”. (p.57). 57 a 59 As filosofias da HISTÓRIA. TOYNBEE – Fim do séc. XIX –   Inglaterra.

A Study of History: Obra de 12 volumes que vai de 1934 a 1961. De acordo com Raimond Aron: a obra mais célebre e mais controversa da historiografia contemporânea.

De acordo com Toynbee o conhecimento é muitas vezes determinado pela importância da fonte; os historiadores freqüentemente se contentam com visões parciais. O que conta é a visão do conjunto. Toynbee pratica uma história comparatista. Prefigura o estruturalismo nas ciências humanas.

Crítica de Toynbee: “Com efeito, Toynbee contesta francamente a atitude seguida pelos historiadores franceses, dos positivistas tradicionais aos inovadores dos Annales. O ensaísta britânico considera que a hierarquização das tarefas no plano intelectual reflete lamentavelmente a divisão do trabalho na sociedade industrial”. (p.57)

“Em a Study of History, a evolução das sociedades deixa de ser contínua, linear orientada. Toynbee só se interessa pela unidade histórica, a mais ampla no espaço, a mais longa no tempo, a saber “a civilização”. (p. 58).

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O modelo mais original de Toynbee: o mecanismo do “challenge and response” (desafios e respostas).

enfraquece porque é vítima de um envelhecimento biológico, segundo Toynbee, uma civilização declina porque o quer, porque se deixa ir. Atenas, Veneza ou Constantinopla enterraram-se, renunciaram a defender-se porque já só pensavam na sua glória passada”. (p.59).

Segundo Toynbee: “O sentido da história é fazer do mundo uma província do reino de Deus... Os homens não passam de peões, reduzidos à impotência, no jogo que Deus joga neste xadrez dos dias e das noites, que faz mover em todos os sentidos, imobiliza e retira, e que volta a colocar, um a um, na sua casa”. (p.60).

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