Antipsicóticos e
Estabilizadores do Humor
Dr. Gilda Ângela Neves
Rio de Janeiro, 2015.
Psicose
Psicose
Estado no qual o indivíduo perde ou
distorce seu senso de realidade
alucinações
ilusões
delírios
2
Fármacos capazes de reduzir sintomas psicóticos em uma ampla variedade de condições. Esquizofrenia Desordem esquizoafetiva Distúrbio bipolar Síndrome de Tourette Doença de Alzheimer Depressão psicótica
Antipsicóticos
Antipsicóticos
PositivosDelírios, alucinações, fala desorganizada, agitação motora
Sintomas da Esquizofrenia
Sintomas da Esquizofrenia
Negativos
Embotamento afetivo, falta de iniciativa, anedonia, isolamento social
Prejuízos Cognitivos
Déficit de atenção, problemas de memória, fluência verbal comprometida
5 years follow up Redução no número de interneurônios corticais; Redução no tamanho do corpo celular, do comprimento dos dendritos e da densidade de sinapses em neurônios piramidais Aumento do volume ventricular;
Redução da quantidade de mielina e do número de oligondendrócitos no córtex e hipocampo
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Bases Neuropatológicas da
Bases Neuropatológicas da
Esquizofrenia
Esquizofrenia
Resultado da desorganização do desenvolvimento cerebral Hipótese dopaminérgica Hipótese serotoninérgica Hipótese hipoglutamatérgicaHipótese Dopaminérgica
Hipótese Dopaminérgica
DA
DA
Terapia com malária (Julius Wagner
von Jaregg, 1917): valor terapêutico da febre Coma insulínico (1935)
Convulsões induzidas farmacologicamente (1937): cânfora e pentilenotetrazol Eletroconvulsoterapia (1938)
Século XX
Século XX
Terapias Físicas
Terapias Físicas
Clorpromazina (1952)
Clorpromazina (1952)
N S N Cl N N CH3 CH3 S ClorpromazinaCausa um marcado desinteresse pelo ambiente
Controle da agitação e agressividade Eficaz no controle de alucinações e
delírios
Rhône-Poulenc (França) Pronunciados efeitos sedativos
Antipsicóticos
Antipsicóticos
Primeira Geração (Típicos ou Neurolépticos) Segunda Geração (Atípicos) Fenotiazínicos (Clorpromazina) Tioxantênicos (Tiotixeno) Butirofenonas (Haloperidol)Clozapina, Olanzapina, Quetiapina, Zotepina, Amissulpirida, Sertindol, Risperidona, Perospirona,
Paliperidona, Ziprazidona, Aripiprazol
Antipsicóticos
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Antagonistas D2-
like
Antipsicóticos de Primeira Geração
Antipsicóticos de Primeira Geração
Antipsicóticos de Primeira Geração
Antipsicóticos de Primeira Geração
D
2Embotamento afetivo Pobreza de linguagem Ideias delirantes Alucinações
Antipsicóticos de Primeira Geração
Antipsicóticos de Primeira Geração
D
2 80% ocupação de receptores Distonia Acatisia Parkinson farmacológico Discinesia tardia12
Antipsicóticos de Primeira Geração
Antipsicóticos de Primeira Geração
D
2Galactorréia Amenorréia Ginecomastia Perda de libido
Antipsicóticos de 2ª Geração
Antipsicóticos de 2ª Geração
Ausência de efeitos extrapiramidais em doses
terapêuticas (menor ocupação de receptores estriatais)
Manutenção da eficácia frente aos sintomas positivos Maior eficácia no tratamento dos sintomas negativos e
cognitivos
Não alteração dos níveis séricos de prolactina Mecanismo de ação: multirreceptor
Antipsicóticos de Segunda Geração
Antipsicóticos de Segunda Geração
D2-like
Receptores Serotonérgicos 5-HT2A
5-HT2C 5-HT1A
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Mecanismos Propostos para Menor Ocupação de Receptores Dopaminérgicos Estriatais
Alta afinidade e antagonismo 5-HT2A
Agonismo parcial D2(aripiprazol)
Antipsicóticos de Segunda Geração
Antipsicóticos de Segunda Geração
Saliência de incentivo
Interação Dopamina x
Interação Dopamina x Serotonina
Serotonina
Interação Dopamina x
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Antipsicóticos de 2ª Geração
Antipsicóticos de 2ª Geração
Antagonistas 5
Antagonistas 5--HT
HT
2A
2A
Antagonismo 5
Antagonismo 5--HT
HT
2A
2A
Via Mesocortical Maior eficácia frente aos sintomas negativos Via Nigroestriatal Menor incidência de efeitos extrapiramidaisAgonismo
Agonismo Parcial D
Parcial D
2
2
Agonismo
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Antipsicóticos
Antipsicóticos Atípicos
Atípicos
x
x
Síndrome
Síndrome Metabólica
Metabólica
Aumento Aumento do do apetiteapetite Ganho Ganho de de peso peso Aumento Aumento triglicerídeos triglicerídeos Resistência Resistência insulina insulina Hiper Hiper--insulinemia insulinemia Pré Pré--diabetesdiabetes Diabetes Diabetes Eventos Eventos cardiovasculares cardiovasculares Morte
Morte prematuraprematura
SATIETY: 205 pacientes 4
Outras Reações Adversas dos Antipsicóticos
Outras Reações Adversas dos Antipsicóticos
Antimuscarínicos Visão borrada, boca seca, constipação, retenção urinária Clozapina, Clorpromazina, Tioridazina Bloqueio α1 Hipotensão ortostática, impotência Clozapina, Clorpromazina, Tioridazina
Bloqueio H1 Sedação Clozapina,
Clorpromazina, Tioridazina
Síndrome Neuroléptica Maligna Agranulocitose Leucopenia AP 1aG Clozapina Clorpromazina Toxicidade
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Absorção rápida e incompleta
Alta ligação às proteínas plasmáticas e fácil passagem pela BHE Longo tempo de meia vida
Metabolismo hepático (CYP450 2D6, 1A2 e 3A4) e excreção por via renal
Farmacocinética
Farmacocinética
Interações Medicamentosas
Interações Medicamentosas
Depressores do SNC – efeito sinérgicoAntidepressivos – potenciação de efeitos antimuscarínicos, inibição
metabólica
Antiparkinsonianos – antagonismo de efeitos Lítio – síndrome neuroléptica maligna Indutores CYP4503A4
Seleção dos fármacos para o tratamento da esquizofrenia deve se
basear:
- necessidade de evitar algum efeito adverso; - distúrbios clínicos ou psiquátricos concomitantes; - histórico do paciente.
Estados Unidos – antipsicóticos de segunda geração como terapia de
primeira escolha (risperidona, olanzapina).
Brasil – RENAME 2010: clorpromazina haloperidol e risperidona
– Diretrizes do Ministério da Saúde consideram antipsicóticos de segunda geração como terapia para esquizofrenia refratária
Clozapina – apenas pacientes que obtiveram falha terapêutica com
dois ou três antipsicóticos nas máximas doses toleráveis
Tratamento da Esquizofrenia
Tratamento da Esquizofrenia
-- Seleção
Seleção
--Controle das manifestações agudas (7 dias): redução da agitação,
hostilidade, ansiedade e agressão, normalização dos padrões de sono e alimentação.
- via intramuscular: pacientes agitados - via oral: titulação lenta da dose
Terapia de Estabilização: melhorar a socialização, os hábitos e
cuidados pessoais e o humor. Se falha em 8 a 12 semanas, alterar a estratégia de tratamento.
Terapia de Manutenção: deve prosseguir por no mínimo 12 meses,
porém o tratamento contínuo é necessário para a maioria dos pacientes.
- falta de adesão ao tratamento: depósito intramuscular de fármaco (risperidona 1 x 2 semana, decanoato de haloperidol 1 x mês, enantato de flufenazina).
- Retirada da medicação: gradual.
Tratamento da Esquizofrenia
Tratamento da Esquizofrenia
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• Comportamento de Violência Impulsiva • Síndrome de La Tourette (pimozida) • Doença de Alzheimer
• Doença de Huntington - bloqueio dos movimentos involuntários
• Anti-eméticos
• Tratamento dos soluções incoercíveis (clorpromazina) • Neuroleptoanalgesia (droperidol + fentanil)
•• Distúrbio BipolarDistúrbio Bipolar
Antipsicóticos
Antipsicóticos –
– Outros Usos Clínicos
Outros Usos Clínicos
Manual Diagnóstico e Estatístico de
Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais 5ª edição
Transtornos Mentais 5ª edição
(DSM
(DSM--5, 2013)
5, 2013)
Transtorno Ciclotímico Transtorno Perturbador do Humor (< 18 anos) Transtorno Depressivo PersistenteTranstorno Bipolar Tipo I
Tipo II
Transtorno Disfórico Prémenstrual
Episódio Maníaco
Episódio Maníaco
Humor persistentemente elevado, expansivo ou irritável;
Excesso de auto-estima; Prolixidade;
Fuga de idéias;
Menor necessidade de sono; Dispersão;
Inconseqüência;
Leves sintomas psicóticos;
Prevalência mundial 1 – 3%
Pode ter início na infância, porém o diagnóstico ocorre principalmente na fase adulta (30 – 40 anos)
Alto risco de suicídio
Etiologia e substrato neural ainda pouco elucidados
Transtorno Bipolar
Tratamento Farmacológico
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Carbonato de Lítio
Carbonato de Lítio
Indicações
Tratamento da mania aguda e de episódios
hipomaníacos;
Profilaxia do distúrbio bipolar (tanto episódios maníacos quanto depressivos);
Lento início de ação – associação com antipsicóticos ou benzodiazepínicos
Índice Terapêutico Pequeno!!!!
Monitoramento dos níveis séricos
Carbonato de Lítio
Carbonato de Lítio
Carbonato de Lítio
Carbonato de Lítio
Carbonato de Lítio
Carbonato de Lítio
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Carbonato de Lítio
Carbonato de Lítio
Reações Adversas
Náuseas, diarréias, mal-estar generalizado, tremor das mãos;
Sede, poliúria, fadiga, aumento de peso, erupções cutâneas (acne),
Tratamento prolongado pode levar a falência renal e hipotireoidismo
Sinais Precoces de Intoxicação: sonolência, vômito, secura da boca, dor abdominal, fraqueza muscular, letargia, tontura, fala dificultada
Carbonato de Lítio
Carbonato de Lítio
Sobredosagem
Náusea e vômito persistentes, anorexia, sincinesias fasciais, síncopes, convulsões, sintomas psicóticos, falência circulatória aguda, coma
Casos mais graves levam a convulsões generalizadas e morte
Conduta na Sobredosagem: lavagem gástrica,
Estabilizadores do Humor
Estabilizadores do Humor
Antipsicóticos de Segunda Geração Aripiprazol, quetiapina, olanzapina
risperidona e ziprazidona
Aprovados para o tratamento de crises agudas de mania;
Faltam estudos que confirmem a eficácia destes fármacos na prevenção das crises
Estabilizadores do Humor
Estabilizadores do Humor
Anticonvulsivantes Carbamazepina, Valproato
Lamotrigina
Eficácia similar ao lítio no tratamento de crises agudas de mania;
Faltam estudos que confirmem a eficácia destes fármacos na prevenção das crises