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Avaliação de um Sistema de Produção de Gado de Corte. 2. Desempenho Ponderal 1. Evaluation of a Beef Cattle Production System. 2. Weight Performance

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Academic year: 2021

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1Parte da dissertação de Mestrado apresentada à UNESP-Jaboticabal.

2Pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Rod. BR 262, km 4, Caixa Postal 154, CEP 79002-970, Campo Grande, MS.

E-mail: eduardo@cnpgc.embrapa.br

3Pesquisador da Embrapa Gado de Corte. E-mail: kepler@cnpgc.embrapa.br

4Pesquisador da Embrapa Gado de Corte. E-mail: rafael@cnpgc.embrapa.br

Avaliação de um Sistema de Produção de Gado de Corte. 2. Desempenho Ponderal

1 Eduardo Simões Corrêa2, Kepler Euclides Filho3, Rafael Geraldo de Oliveira Alves4 RESUMO - Foram analisados os dados do desempenho ponderal dos animais do sistema de produção da Embrapa Gado de Corte. Os pesos foram corrigidos às diversas idades-padrão e o modelo incluiu os efeitos de ano (A) e mês de nascimento (M), classe de idade da vaca ao parto (C), sexo (S) e as interações A x M, A x S, M x S e C x S . A média do peso aos 205 dias de idade foi de 147,8 kg, sendo influenciado pelo S, C e A x M. Os machos foram 4,9% mais pesados que as fêmeas aos 205 dias de idade. Os filhos de vacas das classes 1 (3 anos ou menos), 3 (5 anos) e 7 (12 anos ou mais) apresentaram pesos em torno da média, os das classes 2 (4 anos) e 5 (8 e 9 anos) foram 4 kg mais leves que a média, os das classes 4 (6 e 7 anos) e 6 (10 a 12 anos) pesaram, respectivamente, 2 e 6 kg acima da média. A média do peso aos 365 dias de idade foi de 161,4 kg, sendo influenciado pelo S e A x M. Os machos foram 5,3% mais pesados que as fêmeas. As médias dos pesos aos 550 e 730 dias de idade foram, respectivamente, 235,4 e 272,1 kg, sendo influenciados por A x M e A x S. Os resultados mostraram que vacas primíparas, quando manejadas corretamente, desmamam bezerros com pesos semelhantes à média do rebanho.

Palavras-chave: bovino de corte, cerrado, idades-padrão, peso, sistema de produção

Evaluation of a Beef Cattle Production System. 2. Weight Performance

ABSTRACT - The weighted performance data of animals from the “Beef Cattle Production System” at Embrapa Beef Cattle were analyzed. The weights were corrected at the various age-standard and the model included the effects of calf’s year (A) and month of birth (M), age of cow at calving (C), calf sex (S), and A x M, A x S, M x S and C x S interactions. The 205-day mean weight was 147.8 kg and it was affected by S, C and A x M. Male calves were 4.9% heavier than females at 205-day mean weight. Calves from cows of C 1 (3 years old or less), 3 (5 years) and 7 (12 years and above) showed weights around the mean, calves from cows of C 2 (4 years) and 5 (8 and 9 years) were 4 kg lighter than the mean, while calves from cows of C 4 (6 and 7 years) and 6 (10 to 12 years) weighted 2 and 6 kg above the mean, respectively. The 365-day mean weight was 161.4 kg and it was affected by S and A x M. The male calves were 5.3% heavier than the females at 365-day mean weight. The 550 and 730-day weights were 235.4 and 272.1 kg, respectively, which were affected by the A x M and A x S. The results showed that first calving cows wean calves with weaning weight similar to the mean of the herd, when receiving adequate management.

Key Words: age-standard, beef cattle, Brazilian savannas, production system, weight

Introdução

O processo produtivo dos bovinos nos trópicos apresenta, entre outros, dois pontos fracos: baixa eficiência reprodutiva na fase de cria e lento desen-volvimento ponderal na fase de recria. O calor, associado à deficiência de alimentação, a problemas de sanidade e à necessidade de adaptação dos ani-mais ao ambiente, provoca declínio da eficiência reprodutiva, retarda o crescimento das crias e atrasa a puberdade e a maturidade (VILLARES, 1984).

No Brasil, além do genótipo e do manejo, a alimentação, principalmente no período da seca, é a principal causa dos baixos índices alcançados pela

pecuária de corte, sobretudo nas criações extensivas. A perda de peso, em conseqüência da seca, retarda o crescimento dos novilhos destinados ao abate, atrasa a puberdade e a cobrição das novilhas e provoca anestro nas vacas que se encontram em lactação. Vários trabalhos em que se analisou o desempenho ponderal de rebanhos brasileiros de gado de corte são encontrados na literatura, como os de TORRES et al. (1974), FERREIRA e SAMPAIO (1981), BERGMANN et al. (1983), PENNA et al. (1982), SILVA et al. (1983), CORDEIRO (1983), MARIANTE et al. (1984), NOBRE et al. (1985), TONHATI (1985), MILAGRES et al. (1985), ROSA et al. (1986), SANTOS e SANTOS (1986), SILVA et

(2)

CORRÊA et al. al. (1987) e CARDELINO e CASTRO (1987a, b).

Entretanto, esses trabalhos, de modo geral, utilizam dados de rebanhos puros, em que o sistema de produção, normalmente, é mais tecnificado, com uso de inseminação artificial, suplementação alimentar no período seco do ano e, principalmente, seleção dos indivíduos participantes das amostras.

Análises de desempenho de rebanhos comerciais são raras, possivelmente pela dificuldade de se encontrarem dados confiáveis, em consequência da falta de organização da maioria das fazendas de gado de corte no Brasil.

O objetivo do presente trabalho foi analisar o desempenho ponderal dos animais nascidos e criados no Sistema de Produção do Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Gado de Corte). Esse modelo, implantado numa fazenda de propriedade da Embrapa, localizada no município de Terenos, Mato Grosso do Sul, foi acompanhado por nove anos (1983-1991) e constituído de tecnologias simples, de baixo custo e adaptáveis às fazendas de cria, recria e engorda das áreas de cerrado e campo-limpo.

Material e Métodos

A área (556 ha) ocupada pelo sistema é plana com cerca de 70% dos solos caracterizados como Laterita Hidromórfica imperfeitamente drenada e 30% como Latossolo Roxo distrófico, bem drenado. A maior parte dos solos de Laterita Hidromórfica estava revestida de pastagens nativas, que ocupavam 56% da área, enquanto o Latossolo Roxo estava totalmente ocupado por pastagens cultivadas.

O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo Tropical Semi-úmido, subtipo AW, apresentando, como característica, a má distribuição das chuvas, com a ocorrência de um período seco bem definido durante os meses mais frios (maio a setembro) e um período chuvoso durante os meses mais quentes (outubro a abril). A precipitação normal varia em torno de 1500 mm ao ano, com temperatura média anual de 22,5°C e umidade relativa de 70%.

A área estava dividida em oito pastos, sendo dois nativos, de 155 ha cada um, e seis de área variando de 28 a 63 ha, cultivados com três espécies de braquiária. Os pastos nativos foram constituídos de gramíneas dos gêneros Paspalum, Axonopus, Andropogon, Rinchelytrum e Sporobulus. As pastagens cultiva-das foram formacultiva-das com Brachiaria decumbens

(115 ha), B. brizantha cv. Marandu (68 ha) e B. humidicola (63 ha). Nos pastos nativos adotou-se o pastejo contínuo, variando a lotação de acordo com a estação do ano e a condição da pastagem. A capacidade de suporte foi de 3 ha/vaca parida com bezerro ao pé na estação seca e de 2 ha/vaca parida com bezerro ao pé na estação chuvosa. Esses pastos foram queimados anualmente, de forma parcelada, logo após as primeiras chuvas de agosto/setembro. Os pastos cultivados foram utili-zados alternadamente, com lotação e período de des-canso compatíveis com a condição da pastagem, variando a capacidade de suporte de 1,0 Unidade Animal (UA)/ha na seca a 1,6 UA/ nas águas.

No rebanho, constituído de vacas neloradas e touros Nelore, manteve-se constante o número de matrizes (150). Com os índices zootécnicos estimados, o rebanho deveria estabilizar-se com 332 cabeças compreendendo as fases de cria, recria e engorda. Entretanto, como os índices reais foram acima do esperado, o sistema, com o mesmo número de matrizes, chegou a manter 550 cabeças.

O sistema de acasalamento utilizado foi o de monta natural, com um touro para 25 vacas (4%). A estação de monta, inicialmente de cinco meses, foi reduzida para quatro, de outubro a janeiro, e os touros, antes de serem introduzidos no rebanho, foram sub-metidos a exame andrológico.

As vacas e novilhas prenhes, próximo ao parto, foram levadas para o pasto maternidade, perto do curral, onde permaneceram até 15 dias depois do parto. Esse pasto foi vistoriado diariamente, garantindo aos recém-nascidos a mamada do colostro e o corte e desinfecção do cordão umbilical com solução de iodo a 10%. Do pasto maternidade, as vacas com cria foram levadas para o pasto nativo. As novilhas de primeira cria, por ainda estarem em crescimento, per-maneceram em pastagem cultivada até a segunda parição, quando foram levadas para a pastagem nativa. Os bezerros permaneceram com as mães até os 6-7 meses de idade, quando então foram marcados a ferro quente e desmamados.

Todos os animais foram pesados à desmama, aos 12, 18 e 24 meses de idade.

Machos e fêmeas permaneceram em recria, nas pastagens cultivadas, até a idade de 26-28 meses. Nesta idade, as fêmeas, tendo atingido o mínimo de 280 kg de peso vivo, foram colocadas com touro. Os machos foram castrados em junho, com cerca de 22 meses de idade, e aos 26-28 meses foram destinados à engorda.

(3)

1988

A engorda foi realizada em pastagem cultivada, no período de outubro a maio, e os bois foram abatidos, com cerca de 34 meses e 450 kg de peso vivo.

Todos os animais receberam a mesma mistura mineral, contendo 45% de fosfato bicálcio, 4,52% de microelementos (Zn, Cu, Mn, Co e I) e 50,48% de cloreto de sódio. Essa mistura foi fornecida à vontade, em cochos cobertos, durante o ano todo.

O controle sanitário do rebanho consistia das seguintes vacinações e medidas profiláticas de rotina: Febre aftosa - vacinação de todos os animais, de 6 em 6 meses, com vacina oleosa; Brucelose - vacinação das fêmeas por ocasião da desmama (vacina B-19), dose única; Carbúnculo sintomático e gangrena gasosa -administração de vacina polivalente, de 6 em 6 meses, em todos os animais, da desmama aos dois anos de idade; Desverminação - três aplicações de vermífugo de largo espectro, nos meses de maio, julho e setem-bro, entre a desmama e a idade de dois anos; Ectoparasitos - controle do berne, carrapato e mosca-dos-chifres, quando necessário.

Para estudo do desenvolvimento ponderal, os pesos observados à desmama, aos 12, 18 e 24 meses de idade foram padronizados para 205, 365, 550 e 730 dias, respectivamente, e utilizou-se para as análises o método dos quadrados mínimos (HARVEY,1987), adotando o seguinte modelo:

Yijklm = µ + Si + Aj + Mk + Cl + SAij + SMik +

SCil + AMjk + eijklm

em que: Yijklm = peso observado do animal m, do

sexo i, nascido no ano j, no mês k, filho de vaca da

classe l; µ = média geral; Si = efeito do sexo i, sendo

i = 1 (macho), 2 (fêmea); Aj = efeito do ano de

nascimento j, sendo j = 83, 84, ..., 91; Mk = efeito do

mês de nascimento k, sendo k = 7, 8, 9, 10, 11; Cl =

efeito da classe de idade l da vaca, sendo 1 = (3 anos ou menos), 2 (4 anos), 3 (5 anos), 4 (6 e 7 anos), 5 (8 e 9 anos), 6 (10, 11 e 12 anos) e 7 (mais de 12

anos); SAij = efeito da interação entre o sexo i e o

ano j de nascimento do animal; SMik = efeito da

interação entre o sexo i e o mês k de nascimento do

animal; SCil = efeito da interação entre o sexo i e a

classe de idade l da vaca; AMjk = efeito da

interaçãodo ano de nascimento i e o mês de

nasci-mento k; eijklm = erro aleatório associado a cada

observação, suposto normalmente distribuído e

in-dependente com média zero e variância σ2.

Resultados e Discussão

A média do peso aos 205 dias de idade (P205) foi de 147,8 kg com desvio-padrão de 17,5 kg e coefici-ente de variação (CV) de 11,88%. Este resultado está muito próximo dos relatados por MARIANTE et al. (1984), NOBRE et al. (1985), ROSA et al. (1986), SILVA et al. (1987), CARDELLINO e CASTRO (1987a, b) e ELER et al. (1989), todos trabalhando com a raça Nelore e peso padronizado para essa mesma idade.

Considerando-se que todos estes autores menci-onados analisaram informações de rebanhos que foram manejados em pastagens cultivadas, pode-se avaliar, no presente caso, o desempenho dos animais nessa fase como sendo bom. Isto, possivelmente, seja conseqüência do manejo adotado e da maior habilidade materna das vacas. Durante a execução do projeto, houve grande preocupação com o manejo da pasta-gem nativa. Procurou-se manter sempre uma vaca parida para cada três hectares de pastagem e, anual-mente, se fez uso controlado da queima dessas áreas, o que possibilitou, durante alguns meses, o forneci-mento de forragem de melhor qualidade aos animais. O sexo do bezerro (S), a classe de idade da vaca ao parto (C) e a interação ano de nascimento do bezerro (A) x mês de nascimento do bezerro (M) influenciaram (P<0,01) o P205 dos animais (Tabela 1). Os machos foram 7 kg ou 4,9% mais pesados que as fêmeas à desmama. As médias dos quadrados mínimos e os erros-padrão foram 150 ±1,5 e 143±1,7 kg, para machos e fêmeas, respectivamente.

A influência do sexo sobre o peso dos animais aos 205 dias foi também constatada por vários autores. TORRES et al. (1974), FERREIRA e SAMPAIO (1981), MILAGRES et al. (1985), ROSA et al. (1986), SANTOS e SANTOS (1986), SILVA et al. (1987), CARDELLINO e CASTRO (1987b) e ELER et al. (1989) encontraram para P205, diferenças, a favor dos machos, que variaram de 5,8 a 10,1%.

Outra fonte de variação importante para P205 foi a classe de idade da vaca ao parto (C) (Tabela 2).

Os efeitos de C sobre os pesos dos bezerros à desmama, divergindo da maioria dos trabalhos encontrados na literatura, não apresentaram tendência definida. Os animais nascidos de vacas das classes 1 (3 anos ou menos), 3 (5 anos) e 7 (12 anos ou mais) apresentaram pesos em torno da média, enquanto os filhos de vacas das classes 2 (4 anos) e 5 (8 e 9 anos)

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CORRÊA et al.

foram 4 kg mais leves que a média. Os bezerros nascidos de vacas das classes 4 (6 e 7 anos) e 6 (10 a 12 anos) pesaram, respectivamente, 2 e 6 kg acima da média.

Os contrastes testados (C 1 vs. Demais; C 2 vs. Demais; C 7 vs. Demais; C 4 e 5 vs. Demais; C 1 e 2 vs. C6 e 7, e C 2 vs. C 4 e 5) não apresentaram significância (P>0,05), indicando que, apesar da dife-rença de peso, as médias para P205 dos filhos de vacas das classes comparadas, foram estatisticamente iguais. Vários trabalhos mostraram que as fêmeas bovinas desmamam bezerros com pesos crescentes até atin-girem a maturidade, passando em seguida a ocorrer declínio desse peso com o avançar da idade das vacas. SILVA et al. (1983), NOBRE et al. (1985), MILAGRES et al. (1985), ROSA et al. (1986) e ELER et al. (1989), analisando dados de pesos de bezerros Nelores de várias regiões do Brasil, encon-traram que a idade da vaca ao parto apresentou efeito quadrático sobre o peso à desmama do bezerro, sendo as maiores médias alcançadas pelos filhos de vacas cujas idades variavam de 8,8 a 9,5 anos. Essa mesma evolução nos pesos à desmama foi observada tam-bém por SILVA et al. (1987) e CARDELLINO e CASTRO (1987b). Entretanto, esses autores obser-varam que os pesos dos bezerros foram linearmente correlacionados com a idade da vaca até 7 e 13,5 anos, respectivamente. Após essas idades, os pesos à desmama decresceram.

Tabela 1 - Análises de variância para os pesos padronizados para 205 (P205), 365 (P365), 550 (P550) e 730 (P730) dias de idade

Table 1 - Analyses of variance for adjusted 205(P205), 365(P365) 550(P550) and 730-day (P730) weights

Fontes de variação GL Quadrados médios

Sources of variation DF Mean squares

P205 P365 P550 P730

Ano de nascimento (A) 8 4739** 6735** 15941** 15411**

Birth year (A)

Mês de nascimento (M) 4 607 14811** 2355** 8852**

Birth month (M)

Classe de idade da vaca ao parto (C) 6 1156** 220 273 268

Age of cow at calving (C)

Sexo (S) 1 3644** 4518** 25016** 19220** Sex (S) A x M 29 1954** 738** 1723** 1036** A x S 8 258 333 2465** 13685** M x S 4 223 337 530 1540* C x S 6 318 299 443 789 Resíduo Error 827 308 330 453 576 * P<0,05 **P<0,01

GL - Grau de liberdade (DF - Degree of freedom).

Os efeitos de C sobre o P205 no presente estudo apresentaram, como principal diferença em relação aos resultados dos demais trabalhos, o fato de as vacas da classe 1 (3 anos ou menos) apresentarem bezerros com peso à desmama igual à média do rebanho. Normalmente, por estarem em crescimento e demandarem maiores níveis nutricionais, que comumente não são atendidos, essas fêmeas desma-mam os filhos com peso abaixo da média. Contudo, no sistema de produção em estudo, houve manejo dife-renciado para essas vacas de primeira cria, que permaneceram em pastagem cultivada até a segunda parição. Esse manejo pode ter possibilitado ingestão de alimento em quantidade e qualidade suficientes para boa produção de leite, com conseqüente reflexo no peso à desmama do bezerro.

O efeito da interação entre ano e mês de nasci-mento foi significativo (P<0,01) para P205, indicando que os meses não apresentaram efeitos semelhantes nos diferentes anos. Conforme pode ser observado na Tabela 3, a variação no P205, dos bezerros nascidos nos diversos meses da estação de nascimento, variou de ano para ano.

Efeito significativo da interação ano x época de nascimento ou ano x estação de nascimento, para o peso à desmama, foi observado também por NOBRE et al. (1985), MILAGRES et al. (1985), ROSA et al. (1986), SILVA et al. (1987) e CARDELLINO e CASTRO (1987a).

(5)

1990

A média do peso aos 365 dias de idade (P365) foi de 161,4 kg, com desvio-padrão de 18,2 kg e CV de 11,26%. Esse peso representa ganho diário, da des-mama até um ano, de apenas 85 g. O estresse provocado pela separação da mãe e pela mudança na alimentação, coincidindo ainda com um período de baixa qualidade das pastagens, é o possível responsável por desempenho tão baixo (ENCARNAÇÃO et al., 1995). Estes resultados demonstram que essa fase é a mais crítica da vida do animal.

Valores superiores ao encontrado nesse estudo foram observados em todos os trabalhos consultados. PENNA et al. (1982), SILVA et al. (1983), BERGMANN et al. (1983), CORDEIRO (1983), MARIANTE et al. (1984), NOBRE et al. (1985), MILAGRES et al. (1985), ROSA et al. (1986), SILVA et al. (1987) e ELER et al. (1989) encontraram médias de peso a um ano de idade que variaram de 181,8 a 206,6 kg. Essa diferença pode ter, entre outras, duas grandes causas: nos trabalhos revisados os nascimentos aconteceram ao longo do ano, enquanto no sistema de produção, em conseqüência da estação de monta adotada, ocorreram entre os meses de julho a novembro. Como os animais nascidos no primeiro semestre do ano apresentam pesos mais

elevados, aos 365 dias de idade, do que aqueles nascidos no segundo semestre, esse fato pode ser uma das causas da diferença constatada. A outra seria o fato de os dados analisados nos trabalhos mencionados pertencerem a rebanhos de elite, que, além do provável maior potencial genético para ganho de peso, normalmente, recebem algum tipo de suplementação no período seco.

Apesar de mais elevados, os pesos observados na literatura ainda estão muito abaixo do potencial dos animais. MARIANTE et al. (1984), analisando pesos de animais Nelore a um ano de idade, encontraram médias de peso de até 289 kg, no caso, para os animais nascidos no Rio Grande do Sul.

Para P365, as causas de variação que apresentaram efeito significativo (P<0,01) foram sexo e interação ano de nascimento (A) x mês de nascimento (M) (Tabela 1). O efeito do sexo representou diferença de 8 kg ou 5,3% a favor dos animais machos. As médias de quadrados mínimos e os erros-padrão foram de 160±1,6 e 152±1,7 kg, respectivamente, para machos e fêmeas. A superioridade para o peso a um ano de idade encontrada nos animais do sexo masculino foi relatada por PENNA et al. (1982), SILVA et al. (1983), BERGMANN et al. (1983), CORDEIRO (1983), NOBRE et al. (1985), MILAGRES et al. (1985), ROSA et al. (1986), SILVA et al. (1987), e ELER et al. (1989), que encontraram diferenças, a favor dos machos, variando de 9,8 a 19%.

De forma semelhante ao P205, o P365 também foi influenciado por A x M, indicando que as diferenças de pesos observadas entre os meses não foram constantes em todos os anos.

Efeito significativo da interação ano x época de nascimento, para o peso a um ano de idade, foi encontrado também nos trabalhos de NOBRE et al. (1985), MILAGRES et al. (1985), ROSA et al. (1986) e SILVA et al. (1987). Apesar de as diferenças de pesos entre os animais nascidos nas diversas épocas, terem variado de ano para ano, esses autores obser-varam que os maiores pesos a um ano de idade foram alcançados pelos animais nascidos nos meses de abril a junho. A não utilização de estação de monta, nos rebanhos analisados pelos autores supra mencionados, possibilitou nascimentos durante todo o ano, favore-cendo assim o peso a um ano de idade dos animais nascidos no primeiro semestre, e conseqüentemente, desmamados em épocas de pastagens de boa qualidade. A classe de idade da vaca ao parto (C) não influenciou o peso corrigido para um ano de idade. Como nessa idade o animal não está mais na depen-Tabela 2 - Número de observações (N) e médias de

quadrados mínimos (Média ± EP, kg) para pesos padronizados para 205 dias de idade (P205), de acordo com a classe de idade da vaca ao parto (C)

Table 2 - Number (N) and least square means (LSM± SE, kg) for

adjusted 205-day weight (P205), according to age of cow at calving (C) Item P205 W205 N Média ± EP LSM ± SE 1 (3 anos ou menos)

(3 years old or less) 161 147±1,9 2 (4 anos) (4 years) 84 143±2,5 3 (5anos) (5 years) 46 146±3,0 4 (6 e 7 anos) (6 and 7 years) 232 149±1,9 5 (8 e 9 anos) (8 and 9 years) 204 143±2,2 6 (10, 11 e 12 anos) (10, 11 and 12 years) 144 153±2,2 7 (12 anos ou mais)

(12 years and above) 23 146±4,3 Geral

(6)

CORRÊA et al.

Tabela 3

-Número de observações (N) e médias dos quadrados mínimos (Média ± EP, kg) para pesos padronizados para 205 (P205), 365 (P365), 550 (P550) e 730 (P730) dias de idade, de acordo com o ano e mês de nascimento do bezerro

Table 3

-Number (N) and least square means (LSM± SE, kg) for adjusted 205(P205), 365(P365), 550(P550) and 730-day (P730) weight, according to calf birth year and month

Ano Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Year July August September October November N Média ± EP N Média ± EP N Média ± EP N Média ± EP N Média ± EP LSM ± SE LSM ± SE LSM ± SE LSM ± SE LSM ± SE 1983 P205 -51 172± 3,2 23 149± 4,2 -2 143±13,3 P365 167±3,3 164±4,3 145±13,7 P550 278±3,9 284±4,3 329±16,1 P730 319±4,4 311±5,7 303±18,2 1984 P205 63 171± 2,8 27 164± 3,8 12 169± 5,4 5 192± 8,2 1 16±18,2 P365 175±2,9 177± 4,0 160± 5,6 150±8,5 131±18,8 P550 240± 3,4 254± 4,7 263± 5,6 297±9,9 280± 22,0 P730 300± 3,9 295± 5,3 291± 7,4 296±11,2 270± 24,5 1985 P205 43 165± 3,6 20 165± 4,6 18 180±4,9 14 171±5,4 1 185±18,1 P365 184±3,7 169±4,8 171±5,0 163±5,6 142±18,8 P550 243±4,3 244±5,6 258±5,0 264±6,6 269±22,0 P730 293±4,9 287±6,3 284±6,7 282±7,4 262±24,8 1986 P205 30 139 ± 3,5 31 134± 3,5 15 130± 4,8 19 173± 4,6 2 138± 13,1 P365 172±3,7 172±3,6 142±5,0 156±4,8 121±13,6 P550 212±4,3 217±4,3 195 ±5,0 219±5,6 166±16,0 P730 241±4,8 240±4,8 214±6,6 227±7,4 180±17,9 1987 P205 21 142±4,0 59 149±2,6 4 136±9,0 22 135±4,1 3 115±11,1 P365 164±4,2 155±2,7 154±9,3 141±4,3 98±11,5 P550 223±4,9 220±3,2 234±9,3 226±5,0 191±13,4 P730 264±5,5 256±3,6 267±12,3 246±5,6 208±15,2 1988 P205 22 136±4,0 65 127±2,5 21 125±4,0 18 133±4,3 6 131±7,4 P365 164±4,2 142±2,6 130±4,2 121±4,3 102±7,7 P550 224±4,9 209±3,0 205±4,2 208±5,2 200±9,0 P730 278±5,5 263±3,4 254±5,5 261±5,9 251±10,2 1989 P205 -5 126±8,1 16 131±4,6 33 135±3,2 17 132±5,0 P365 176±8,4 170±4,8 163±3,3 154±5,2 P550 245±9,9 237±4,8 239±3,8 230±6,1 P730 291±11,1 271±6,3 278±4,3 275±6,9 1990 P205 13 130±5,0 49 135±2,7 20 148±4,0 12 128±5,4 9 129±6,0 P365 165±5,2 164±2,8 158±4,2 157±5,6 140±6,3 P550 232±6,1 237±3,2 246±4,2 247±6,5 249±7,3 P730 281±6,9 283±3,6 283±5,5 280±7,4 273±8,3 1991 P205 11 163±5,5 32 150±3,5 10 143±5,6 38 132±3,0 11 137±5,9 P365 195±5,7 171±3,7 163±5,8 155±3,0 150±6,1 P550 249±5,7 231±4,3 240±5,8 238±3,6 240±7,1 P730 301±7,6 271±4,8 256±7,7 247±4,0 233±8,0

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1992

dência dos cuidados maternos e nem da produção de leite da vaca, espera-se que o seu peso reflita seu potencial de crescimento. Este resultado coincide com aquele obtido por SILVA et al. (1987), entretanto, de forma contrária aos trabalhos de PENNA et al. (1982), SILVA et al. (1983), CORDEIRO (1983), NOBRE et al. (1985), MILAGRES et al. (1985), ROSA et al. (1986) e ELER et al. (1989), que relataram efeito da idade da mãe sobre o peso dos animais a um ano de idade.

No rebanho em análise, a média de peso corrigido para a idade de 550 dias (P550) foi de 235,4 kg, com desvio padrão de 21,3 kg e CV de 9,04%. Esse peso representa ganho diário, no período compreendido entre as idades de um ano e um ano e meio, de 400 g. Esse desempenho, apesar de bem superior aos 85 g/dia do período desmama - um ano, ainda está muito abaixo do potencial de ganho dos animais, que estaria por volta de 700 g/cab./dia, em pastagens tropicais de boa qualidade, no período das chuvas (EUCLIDES, 1994).

Com exceção de BERGMANN et al. (1983), que encontraram média de 236 kg para a idade de 540 dias, os demais autores, como PENNA et al. (1982), CORDEIRO (1983), MARIANTE et al. (1984), NOBRE et al. (1985), MILAGRES et al. (1985), ROSA et al. (1986) e SILVA et al. (1987), observa-ram médias que variaobserva-ram de 252 a 265 kg. Esse peso mais elevado observado na maioria dos trabalhos se deve ao maior peso que esses animais já apresenta-vam aos 365 dias de idade, e não ao maior ganho de peso no período compreendido entre as idades de 365 e 550 dias. Na realidade, o ganho de peso dos animais do rebanho em análise foi superior àqueles encontrados nos trabalhos citados; a possível explicação para esse fato é o ganho compensatório observado em animais que durante a seca não têm acesso às pastagens de boa qualidade ou à suplementação alimentar (EUCLIDES et al., 1993).

As interações A x M e A x S influenciaram (P<0,01) o P550 dos animais (Tabela 1). À semelhança do P205 e do P365, o P550 também foi influenciado pela interação A x M, indicando que as diferenças de pesos observados entre os meses não foram constantes nos diferentes anos. As médias de quadrados mínimos, de acordo com o ano e mês de nascimento, encon-tram-se na Tabela 2, na qual pode ser observado que, nos vários anos estudados, não houve tendência uniforme nas variações dos P550 dos animais nascidos nos diversos meses. Esse fato, possivelmente tenha ocorrido porque as condições de ambiente variaram de ano para ano, alterando a diferença entre os meses.

A influência da interação ano x época de nasci-mento sobre o P550 foi observada nos trabalhos de BERGMANN et al. (1983), NOBRE et al. (1985), MILAGRES et al. (1985), ROSA et al. (1986) e SILVA et al. (1987), os quais relataram que houve tendência de os animais mais pesados a essa idade serem aqueles nascidos na segunda metade do ano e,conseqüentemente, terem completado um ano e meio de idade após um período de boas pastagens.

O dimorfismo sexual nos bovinos, implicando em machos mais pesados que as fêmeas, nas diversas idades, tem sido relatado na maioria dos trabalhos existentes na literatura. Entre os autores que estuda-ram a influência do sexo sobre o peso a um ano e meio de idade, podem ser ressaltados PENNA et al. (1982), BERGMANN et al. (1983), CORDEIRO (1983), NOBRE et al. (1985), MILAGRES et al. (1985), ROSA et al. (1986) e SILVA et al. (1987), que constataram diferenças de peso, a favor dos machos, variando de 10,9 a 24%.

Entretanto, no caso do sistema de produção em análise, esse maior peso dos machos em relação às fêmeas aos 550 dias de idade, não ocorreu em todos os anos estudados, o que é evidenciado pelo efeito significativo (P<0,01) da interação A x S. Fêmeas nascidas no ano de 1987 apresentaram P550 superior aos machos (Tabela 4). Este resultado evidencia a importância do manejo dado às categorias animais. A recria das fêmeas de 1987 em Brachiaria decumbens e dos machos em Brachiaria humidicola possivel-mente seja a responsável por essa mudança no de-sempenho dos sexos, uma vez que a B. decumbens, normalmente, possibilita melhor desempenho animal que a B. humidicola (RELATÓRIO..., 1988).

A classe de idade da vaca ao parto (C) não influenciou o P550, resultado similar àqueles obtidos por NOBRE et al. (1985), ROSA et al. (1986) e SILVA et al. (1987). Por outro lado, autores como PENNA et al. (1982), CORDEIRO (1983), MILA-GRES et al. (1985) encontraram efeito significativo da idade da mãe ao parto sobre o peso dos animais, ainda, a um ano e meio de idade.

Como no Brasil, os abates são feitos mais tardia-mente, entre 3 e 4 anos de idade, torna-se importante a análise dos pesos dos animais padronizados para 730 dias de idade (MILAGRES, 1983).

Os animais apresentaram média de peso padroni-zado para a idade de 730 dias (P730) de 272,1 kg, com desvio-padrão de 24 kg e CV de 8,82%. Esse peso representa ganho diário, no período compreendido entre as idades de um ano e meio e dois anos, de 204 g.

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CORRÊA et al.

De maneira análoga à idade de um ano, os animais completaram dois anos de idade ao final de um período seco, em que as pastagens apresentavam restrições em termos de qualidade e quantidade. Como esses animais não receberam suplementação alimentar, o baixo desempenho observado pode ser considerado normal.

Entre os poucos trabalhos encontrados na literatura sobre peso aos dois anos de idade, PENNA et al. (1982) e SILVA et al. (1983), trabalhando com animais da raça Nelore encontraram médias de 306 e 282 kg, respectivamente, sendo que SILVA et al. (1983), em razão do pequeno número de machos com pesagem aos 24 meses de idade, trabalharam somente com as fêmeas. Pesos mais elevados (336 kg) foram obtidos por ALENCAR et al. (1991), ao analisarem dados de animais mestiços Canchim x Nelore.

As interações A x M (P<0,01), A x S (P<0,01) e M x S (P<0,05) foram as causas de variação que influenciaram significativamente o P730, conforme pode ser observado na Tabela 1.

De forma semelhante aos pesos às demais idades padrão, o P730 apresentou variações conforme os meses de nascimento, as quais não foram constantes em todos os anos.

O efeito da interação A x S sobre o P730 indica que o maior peso dos machos em relação às fêmeas não foi observado em todos os anos. De forma análoga ao P550, os machos nascidos em 1987 apre-sentaram peso inferior ao das fêmeas aos 730 dias de

idade (Tabela 4). A diferença de manejo dado às categorias animais, machos recriados em B. humidicola e fêmeas em B. decumbens, da mesma forma que para o P550, explica estes resultados.

O P730 também foi influenciado pela interação M x S, indicando que a diferença de peso entre machos e fêmeas aos 730 dias de idade, variou entre os meses da estação de nascimento. As médias de quadrados mínimos, de acordo com o mês de nasci-mento e sexo, encontram-se na Tabela 5. Estas médias foram comparadas por contrastes ortogonais e os resultados mostraram que a diferença de peso, entre machos e fêmeas aos 730 dias de idade, foram significativas (P<0,05) somente para os animais nas-cidos nos meses de julho, agosto e outubro. Com isso, a interação M x S fica caracterizada pela diferença não-significativa (P>0,05) dos pesos de machos e fêmeas nascidos nos meses de setembro e novembro.

Dos poucos trabalhos que analisaram o peso aos 730 dias de idade, PENNA et al. (1982) e SILVA et al. (1983) encontraram efeito significativo de ano e época de nascimento, sendo que os maiores pesos foram atingidos pelos animais nascidos na primeira metade do ano, enquanto ALENCAR et al. (1991) encontraram efeito significativo para ano de nasci-mento, mas época de nascimento e interação ano x época não influenciaram o peso aos dois anos de idade de animais mestiços Canchim x Nelore.

No presente estudo, a idade da vaca ao parto não influenciou o peso dos animais à idade de 730 dias, Tabela 4 - Número de observações (N) e médias de quadrados mínimos (Média ± EP, kg) para pesos corrigidos para 550

(P550) e 730 (P730) dias de idade, de acordo com o ano de nascimento e sexo do bezerro

Table 4 - Number (N) and least square means (LSM± SE, kg) for adjusted 550(P550) and 730-day(P730) weight, according to calf birth year and sex

P550 P730

A n o Macho Fêmea Macho Fêmea

Year Male Female Macho Fêmea

N Média±EP N Média±EP N Média±EP N Média±EP

LSM ±SE LSM ±SE LSM ±SE LSM ±SE

1983 34 320±7,6 42 279±6,7 34 339±8,6 42 293±7,6 1984 45 283±6,5 63 250±6,0 45 301±7,3 63 279±6,8 1985 65 266±6,0 31 245±7,3 65 287±6,8 31 276±8,2 1986 64 209±4,4 33 195±5,7 64 227±5,0 33 214±6,4 1987 66 218±4,5 43 219±5,2 66 226±5,1 43 270±5,9 1988 66 219±3,6 66 200±3,8 66 280±4,1 66 243±4,2 1989 44 248±3,8 27 226±5,3 44 302±4,3 27 263±6,0 1990 51 248±3,7 52 237±3,4 51 286±4,2 52 275±3,8 1991 53 243±3,4 49 236±3,8 53 268±3,9 49 255±4,3 Geral 488 250±4,8 406 232±5,2 488 280±5,5 406 263±5,9 Overall

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1994

resultado que está de acordo com aquele encontrado por SILVA et al. (1983), ao analisarem somente dados de fêmeas. Entretanto, PENNA et al. (1982) observaram, ainda a essa idade, efeito da ordem de parição sobre o peso dos animais. Esta influência se manifestou de forma linear crescente da primeira até a oitava ordem.

De maneira geral, os animais do sistema de produção em análise apresentaram desempenho ponderal pós-desmama inferior às médias relatadas na literatura. Essa característica, comum nos siste-mas de produção em pastagens no Brasil Central, certamente seria melhorada com o uso de forrageiras de maior potencial para ganho de peso, como aquelas do gênero Panicum, principalmente na fase de recria.

Conclusões

Vacas primíparas, quando manejadas adequada-mente, desmamam bezerros com peso semelhante à média do rebanho.

O fato de a classe de idade da vaca não ter influenciado os P365, P550 e P730, sugere que o procedimento de descartar vacas vazias substituindo-as por novilhas prenhas pode ser utilizado em rebanhos comerciais, apesar de esta prática reduzir a média de idade do rebanho de cria.

O período da desmama até um ano de idade foi a

fase mais crítica do desenvolvimento dos animais, sugerindo a necessidade de utilização de uma estra-tégia de suplementação alimentar, visando à melhoria do desempenho do sistema de produção.

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Tabela 5 - Número de observações (N) e médias de quadrados mínimos (Média ± EP, kg) para pesos corrigidos para 730 (P730) dias de idade, de acordo com o mês de nascimento e sexo Table 5 - Number (N) and least square means (LSM ± SE, kg) for

adjusted 730-day (P730) weight, according to calf birth month and sex

M ê s Macho Fêmea

Month Male Female

N Média±EP N Média±EP LSM±SE LSM±SE Julho 109 301±3,1 94 275±3,6 July A g o s t o 172 288±2,6 167 269±2,9 August Setembro 78 275±3,3 61 266±3,6 September Outubro 95 276±3,1 66 265±3,8 October Novembro 34 259±6,5 18 243±7,5 November Geral 488 280±3,7 406 264±4,3 Overall

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CORRÊA et al.

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