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Chris Gosden. Pré-história. Tradução de Janaína Marcoantonio. L&PM POCKET

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Academic year: 2021

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Texto

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Chris Gosden

Pré-história

(2)

5

S

umário

agradeciMentos ...7

UMabrevíssiMaintrodUçãoàcronologia ...9

caPítUlo 1: O que e quando é a pré-história? ...13

caPítUlo 2: Os problemas da pré-história ...31

caPítUlo 3: Habilidades e experiências humanas ...45

caPítUlo 4: Pré-histórias continentais ...62

caPítUlo 5: A natureza da vida social humana ...100

caPítUlo 6: A pré-história do futuro ...135

leitUrascoMPleMentares ...142

cronologias ...146

índice reMissivo ...152

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A

grAdecimentoS

Gostaria de agradecer a três pessoas, e por coincidên-cia todas elas se chamam David. Meus dois amigos David Morgan e David van Oss leram o original deste livro e me brindaram com duras críticas e palavras de alento, ambas igualmente importantes. Meu tio, David Gosden, me levou ao forte construído em Cold Kitchen Hill e às escavações em South Cadbury quando eu era jovem e desde cedo despertou meu interesse por pré-história. Os leitores podem ter suas próprias opiniões sobre agradecê-lo ou culpá-lo por isso, mas eu lhe sou muito grato.

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9

u

mAbrevíSSimAintroduçãoà

cronologiA

A dificuldade de escrever uma brevíssima introdução à pré-história é que a pré-história é muito longa. Atual-mente, as origens humanas remontam a 6 milhões de anos atrás, época que engloba uma série de períodos geológicos e pré-históricos diferentes. A pré-história trata de conjuntos de lugares, artefatos e paisagens do passado que tentamos compreender no presente, colocando os indícios que temos no contexto de seu ambiente na época, tanto físico quanto social. Irei me referir a termos comumente usados para pe-ríodos do passado e, em vez de parar para explicar cada um deles ao longo do texto, forneço aqui uma visão geral. Para cada região do mundo exponho também, ao final do livro, uma série de cronologias bem concisas.

Sob mim, sentado no centro da Bretanha meridional, está a seguinte sequência de sedimentos e vestígios arqueo-lógicos. No metro superior de solo e subsolo, há vestígios dos últimos 10 mil anos – localmente conhecidos como Mesolítico (c.8 mil-4 mil a.C., isto é, antes de Cristo) –, um mundo de caçadores-coletores vivendo em condições climá-ticas modernas; o período Neolítico (c.4 mil-1.800 a.C.) – os primeiros agricultores; a Idade do Bronze (1.800-800 a.C.) –, quando pela primeira vez o uso dos metais é difundido; a Idade do Ferro (800 a.C.- 43 d.C. [depois de Cristo]) –, o fim da pré-história. O período anterior a 10 mil anos atrás é conhecido como Paleolítico e remonta aos primeiros ancestrais diretos do homem. Os últimos 2 milhões de anos presenciaram a oscilação entre períodos de calor e de frio, geralmente conhecidos como Eras do Gelo. Indícios desse período são encontrados em cascalhos nos leitos de rios, em depósitos nas cavernas e em ocorrências relativamente raras de antigos sedimentos, conforme veremos no próximo capí-tulo. Segundo as estimativas atuais, o Paleolítico começa há

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6 milhões de anos na África, onde nossos primeiros ancestrais diretos se originaram e daí se espalharam para a Eurásia e o sudeste da Ásia entre 1,8 e 1 milhão de anos atrás (ver fig. 6 para uma descrição dos primórdios da evolução dos hominí-deos). Os vestígios mais antigos na Bretanha não são mais velhos do que isso. Nessa etapa da evolução humana, estamos olhando para o Homo erectus – um ser troncudo com cére-bro pequeno, vida social limitada e cultura material restrita (mas talvez a vida não tenha sido tão monótona como pode parecer). Nas chamadas Eras do Gelo dos últimos 2 milhões de anos, o clima oscilou muitíssimo, e por isso nos cascalhos do Tâmisa, sob mim, há vestígios de faunas adaptadas ao frio (mamutes, rinocerontes-lanudos etc.) e de seres que amam o calor, entre os quais os hominídeos, que possivelmente só viveram na Europa durante os períodos quentes. Isso não é válido para as últimas glaciações, que começaram há cerca de 40 mil anos e alcançaram seu ápice por volta de 18 mil anos atrás. Agora, há dois conjuntos de espécies de hominídeos permanentemente na Europa: nós (Homo sapiens sapiens) e os Neandertais (Homo neanderthalensis), estes últimos uma espécie adaptada ao frio encontrada da Bretanha à Ásia central, cuja extinção é um dos maiores mistérios – nós os exterminamos diretamente, ganhamos a competição, elimi-nando-os de maneira mais indireta, ou eles foram extintos devido a uma incapacidade de lidar com as condições cam-biantes? No ápice da última glaciação, as calotas de gelo do Polo Norte estenderam-se até o Tâmisa, com tundra ao sul

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11 14 mil a.C., o gelo recuou e plantas, animais, insetos e pássa-ros mudaram-se para latitudes mais altas em ambos os hemis-férios e recolonizaram antigos desertos. A terra cedeu lugar ao mar, que crescia, sobretudo no sudeste da Ásia, e florestas tropicais prolongadas podem ter criado algumas barreiras nos trópicos. Esse ciclo de calor e frio se repetiu uma série de vezes durante os últimos 2 milhões de anos.

Embora uma pequena parte da história, considerando o tempo total, estamos mais interessados nas pessoas como nós – Homo sapiens sapiens. Surgimos na África há cerca de 120 mil anos, migrando para o Oriente Médio há 90 mil anos e para o subcontinente indiano e além há 70 mil anos. A Europa e a Austrália foram colonizadas por volta de 50 mil anos atrás, esta última pela primeira vez, e a última grande massa de terra a receber pessoas foram as Américas, entre 20 e 15 mil anos atrás. Depois disso, os últimos grandes movimentos foram para as ilhas: as ilhas do Caribe e do Mediterrâneo foram ocu-padas permanentemente após 1.500 a.C., com lugares como a Islândia, no Hemisfério Norte, e a Nova Zelândia, no Hemis-fério Sul, sendo os últimos pedaços de terra de tamanho con-siderável aos quais as pessoas chegaram, há cerca de mil anos. O esquema cronológico para compreender a pré-histó-ria, chamado sistema de Três Idades, foi criado principal-mente na Europa. A Idade da Pedra foi dividida em duas com o início da agricultura, com a Velha Idade da Pedra (o Paleo-lítico, com suas três divisões – Inferior, Médio e Superior) sucedida pela Nova Idade da Pedra (o Neolítico). Pensava-se que as idades do metal – do Bronze e do Ferro – haviam presenciado o desenvolvimento de sociedades tribais com sofisticadas práticas agrícolas e de domesticação de animais e a capacidade de construir monumentos, tais como fortes no topo de colinas, ou criar objetos de metal, tanto para uso quanto para trocas de longa distância. O sistema de Três Ida-des funciona bem para grande parte da Eurásia (mas não para o Japão) e com algumas ressalvas para o sudeste da Ásia. A Austrália e o Pacífico têm apenas idades da pedra; os pri-meiros metais foram introduzidos pelos europeus. A idade

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do bronze africana provavelmente veio depois de sua idade do ferro, e as Américas só trabalharam o cobre, abstendo-se do bronze ou do ferro. Refletindo suas histórias diferentes, as Américas criaram suas próprias terminologias, às vezes com o objetivo de entender o crescimento de estados e civi-lizações na América Central e do Sul (Arcaica, Formativa, Clássica etc.) ou sequências locais na América do Norte (Silvícola, Anasazi etc.). Desde os anos 1960, surgem cada vez mais datas absolutas, sobretudo as datações por radio-carbono, formando a base para uma pré-história mundial comparativa, de modo que hoje podemos perguntar o que estava acontecendo no mundo em 18 mil ou 5 mil a.C. As datas absolutas não resolveram todos os nossos problemas cronológicos, mas desviaram a atenção de quando as coisas aconteceram para por que elas aconteceram.

As datas absolutas transformaram nossa visão dos pro-cessos. Em muitas regiões do mundo, hoje podemos ver que a adoção da agricultura e da domesticação de animais, que costumava ser vista como uma mudança drástica e repentina, quase sempre se deu ao longo de um largo período. A aceita-ção de ovelhas, bois, porcos, trigo, cevada e aveia por grande parte da Eurásia Ocidental ocorreu lentamente e por meios complicados entre 10 mil e 3 mil a.C. em diferentes regiões; o arroz, provavelmente domesticado pela primeira vez na China por volta de 6 mil a.C., levou muitos milênios para ser intro-duzido no Japão, na Índia e no sudeste da Ásia, assim como o milhete e o sorgo na África e o milho e os feijões nas

Referências

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