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Comparação Entre Dois Sistemas de Condução da Cultura do Tomateiro (var. SHEILA)

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Academic year: 2021

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Comparação Entre Dois Sistemas de Condução da Cultura do Tomateiro

(var. SHEILA)

Luiz F. Palaretti1; Everardo C. Mantovani2; Derly José H. da Silva3; Paulo R. Cecon4

UFV - Depto. Eng. Agrícola Campus Universitário, s/n,Cep: 36570000, Viçosa – MG. E-mail: palaretti@irriga.com.br

RESUMO.

Este trabalho foi desenvolvido na área experimental da empresa Agrotech, situada na cidade de Pará de Minas - MG. Os sistemas de condução estudados foram de 0,8 m entre plantas com duas hastes/planta (C1) e 0,4 metros entre plantas com uma haste/planta (C2). As mudas foram formadas em bandejas semeadas em 09 de junho de 2003 (estufa) e transplantadas em 07 de julho do mesmo ano. A primeira colheita foi feita dia 17 de setembro de 2003 e a última em 10 de novembro, tendo o ciclo uma duração de 150 dias após a semeadura.

Determinou-se a influência do sistema de condução adotado nas características vegetativas, produtivas e a incidência de podridão apical (“fundo preto”) na cultura. O experimento foi delineado em blocos ao acaso com seis repetições e dois tratamentos.

Houve uma maior incidência de podridão apical no sistema de condução 1 em relação ao 2, fato explicado pela maior quantidade de frutos de um em relação a outro. O sistema 2 apresentou menor quantidade de frutos que o sistema 1, porém sua superioridade em relação a produtividade foi da ordem de 33 t/ha.

Conclui-se que o sistema 2 apresenta vantagens de produtividade e que deve-se realizar estudos mais voltados para esse novo sistema de condução para realçar a sua superioridade.

Palavras-chaves: Lycopersicum esculentum var. Sheila, produtividade. ABSTRACT.

This work was developed in the experimental area of the company Agrotech, placed in the city of Pará de Minas -MG. Were studied two differents conductions of plant, one had 0.8 m between the plants with two poles/plant (C1) and the second had 0.4 m between the plants with one pole/plant (C2). The seedlings were formed in trays seeded on June 09th, 2003 (greenhouse) and transplanted in July 07th of the same year. The first crop was done September 17th, 2003 and the last on November 10th, and the cycle had a duration of 150 days after the seeding.

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The influence of the conduction system was determined by the vegetatives and productive characteristics and the incidence of apical rottenness (“black background”) in the culture. The experiment was delineated in blocks to the with six repetitions and two treatments. There was a larger incidence of apical rottenness in the system of conduction 1 in relation to the 2, fact explained by the largest amount of fruits of one in relation to another. The system 2 presented smaller amount of fruits than the system 1, but its superiority in relation to productivity was 33 t/há over the system 2.

Concluded that the system 2 presents productivity advantages and that should have more studies to confirm these conclusion.

Key words: Lycopersicum esculentum var. Sheila, productivity.

Novas tecnologias são desenvolvidas e sua implantação na agricultura tem como principal finalidade a busca de respostas ao desafio de produzir alimentos de maneira competitiva e sustentável, elevando a produtividade e qualidade dos produtos, aumentando a lucratividade com o mínimo de impacto ao meio ambiente.

Dentre as hortaliças cultivadas no Brasil, o tomate é a segunda de maior importância socioeconômica, sendo superada apenas pela batata. A área plantada é de aproximadamente 62.64755 hectares, com produção de 3,6 milhões de toneladas. As áreas tradicionais de plantio, em ordem decrescente de produção são GO, SP, MG, BA, PE, PR, RJ, SC, ES, CE e MS (Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2002). Os cultivares comerciais mais produtivos alcançam 140 t/ha com um ciclo de 120 a 180 dias. A variedade Sheila é planta do tipo longa vida pertencente ao grupo Salada, de crescimento indeterminado, uniforme, internódios curtos e frutos pesando em média 200-240 gramas. O fruto é constituído por 93 a 95% de água.

Visando otimizar o potencial produtivo da cultura do tomate, diferentes alternativas no manejo da cultura vem sendo testadas. A condução da planta pode ser feita com uma ou duas hastes, cinco, seis ou mais cachos. A redução do número de hastes por planta e a poda apical para um número definido de cachos nas hastes são práticas alternativas na produção de tomates para consumo “in natura” de modo a obter-se frutos com maior valor comercial (Oliveira et al.,1996; Silva et al.,1997 e Camargos, 1998).

No cultivo de tomate tutorado, o espaçamento, o tipo de tutoramento e o número de hastes são os principais fatores que determinam maior ou menor incidência de problemas com pragas e doenças (Boff, 1992).

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O particionamento dos nutrientes absorvidos pelas plantas são dependentes de fatores abióticos e bióticos (Silva et al., 2001), destacando-se as podas (Pelúzio, 1991), o sistema de plantio (Fontes & Fontes, 1991) e fontes e doses de nutrientes (Fontes & Fontes, 1992).

Silva et al. (2001), constatou que a utilização de plantio adensado, associado à prática da poda, permitiu elevar a eficiência na utilização de fertilizante fosfatado. No mesmo experimento verificou que a produção de frutos por planta teve influência significativa quando se utilizou o composto gesso, o elemento fósforo e principalmente do sistema de condução das plantas.

No sistema de produção podado e adensado onde a redução do número de frutos/planta é associada com maior densidade de plantio, pode ocorrer aumento significativo da produtividade (Silva et. al., 2001).

MATERIAL E MÉTODOS

O ensaio experimental foi conduzido no período de junho a novembro de 2003 na área de pesquisa da empresa Agrotech, em Pará de Minas – MG, com altitude de 792 metros. A área experimental possui 2500 m2, onde foram transplantadas 1880 mudas de

tomate da variedade Sheila. O solo da área de cultivo possui textura muito argilosa (> 75% argila). Os valores determinados para Capacidade de Campo e Ponto de Murchamento Permanente foram de 43,3 e 24,2 (%Upeso) para as camadas de 0 - 10 e 10 - 20 cm

respectivamente. As mudas foram formadas em bandejas, de isopor, semeadas em 09 de junho de 2003 e colocadas na estufa até serem transplantadas em 07 de julho do mesmo ano. A cultura foi transplantada em canteiros de um metro de largura por 47 metros de comprimento coberto com filme plástico agrícola, em fileiras duplas. As plantas foram tutoradas verticalmente com bambu no espaçamento de 0,80 metros entre plantas, com duas hastes por planta. A área do experimento foi circundada por dois canteiros de bordadura, um com milho e outro com tomate. A cultura foi irrigada por sistema de gotejamento. Foi realizada uma adubação de plantio, fertilizantes inorgânicos e orgânicos, baseada em resultados prévios de análise de solo. O restante dos fertilizantes foi aplicado via água de irrigação (fertirrigação) todos dos dias após o pegamento da cultura.

Foi feito o manejo integrado de pragas e atingido o nível critico foram executadas as pulverizações adotando-se o rodízio de princípios ativos.

Para a realização do manejo da irrigação foi instalada uma estação meteorológica automática, modelo Micrometros, ao lado da área experimental que fornecia os dados médios diários utilizados na determinação da evapotranspiração de referência (Eto) diária e da lâmina de irrigação via programa IRRIGA©.

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Foram estudados os efeitos de dois sistemas de condução nas características quantitativas e qualitativas do tomateiro.

A avaliação quantitativa da produtividade foi realizada por meio de colheitas semanais, iniciando em 15/09/2003 e terminando em 28/10/2003. Foi quantificado a massa e o número de frutos totais, comerciais, não comerciais e atacados por podridão apical. A classificação dos frutos comerciais para cada repetição (parcela útil) existente foi feita segundo a portaria do Ministério da Agricultura que classifica em frutos grandes, médios e pequenos aqueles frutos cujo diâmetro transversal seja 8,0 – 1,0; 6,5 – 8 e 6 - 6,5 cm respectivamente.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Observou-se um incremento no NFT, NFC, NFNC e NFA no sistema de condução 1 em relação ao 2 (Figura 01). Além disso, o sistema de condução 1 apresentou um maior NFM, NFP e NFG em relação ao 2 (Figura 02). Quando se compara o PFT (produtividade) o sistema de condução 02 mostra-se muito superior ao sistema 1, resultando em uma diferença de mais de 33 t/ha de frutos, sendo 23 t/ha comerciais, 11 t/ha não comerciais (Figura 03). Esse grande NFNC pode ser atribuído ao fato de problemas operacionais na colheita, onde frutos com casca mais mole já foram considerados não comerciais.

Vê-se na figura 04, um maior índice de área foliar para a condução 01, isto é resultado do número maior de haste existente na condução.

0 10 20 30 40 50 60 Valo res m éd io s/p la nta 1 2 Sistema de condução

Gráfico de comparação da produtividade em função do sistema de condução utilizado para a variedade Sheila NFT NFC NFNC NFA 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Va lor es mé dio s/p la nt a 1 2 Sistema de condução

Gráfico de comparação da produtividade em função do sistema de condução utilizado para a variedade Sheila

NFP NFM NFG

Figura 01: Gráfico do NFT, NFC, NFNC, NFA.

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0 50 100 150 200 250 Valor es em t /ha 1 2 Sistema de condução

Gráfico de comparação da produtividade em função do sistema de condução utilizado para a variedade Sheila PFC PFNC PFT 540 560 580 600 620 640 660 680 V al ores médios /planta (c m2) 1 2 Sistema de condução ARFOLIA

Figura 03: Gráfico do PFT, PFC, PFNC. Figura 04: Gráfico da área foliar

Houve uma maior incidência de podridão apical no sistema de condução 1 em relação ao 2, fato explicado pela maior quantidade de frutos de um em relação a outro. O sistema 2 apresentou menor quantidade de frutos que o sistema 1, porém sua superioridade em relação a produtividade foi da ordem de 33 t/ha. Neste âmbito devem ser realizados estudos mais voltados para esse novo sistema de condução para realçar a sua superioridade.

LITERATURA CITADA

BOFF, P.; FONTES, P.C.R.; VALE, F.X.; ZAMBOLIM, L. Controle da Mancha-de-estenfílio e da Pinta-Preta do tomateiro em função do sistema de condução. Horticultura Brasileira, v. 10, n. 1, p. 25-27. 1992

CAMARGOS, M.I. Produção e qualidade de tomate longa vida em estufa, em função do espaçamento e do número de cachos por planta. Tese (Mestrado em Fitotecnia). UFV. Viçosa, 68p. 1998.

FONTES, P.C.R.; FONTES, R.R. Absorção de P e desenvolvimento do tomateiro rasteiro plantado em fileiras simples e duplas. Horticultura Brasileira, Brasília,v. 9, n. 2, p. 77-79. 1991.

FONTES, P.C.R.; FONTES, R.R. Absorção de P e crescimento do tomateiro influenciado por fontes, níveis e posicionamento do fertilizante. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 10, n. 1, p. 11-13. 1992.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística, Produção Agrícola Municipal. Site: www.ibge.gov.br/sisdra. 2002.

OLIVEIRA, V.R.; FONTES, P.C.R.; CAMPOS, J.P.; REIS, F.P. Qualidade no tomate afetada pelo número de ramos por planta e pela poda apical., Revista Ceres, Viçosa, v. 43, n. 247, p. 309-318. 1996.

PELÚZIO, J.M. Crescimento e partição de assimilados em tomateiro (Lycopersicon esculentum, Mill) após a poda apical.,Viçosa: UFV, 1991. 49 p. 1991.

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SILVA, E.C.; ALVARENGA, M.A.R.; CARVALHO, J.G. Produção e podridão apical do tomateiro (Lycopersicon esculentum) podado e adensado sob influência da adubação nitrogenada e potássica. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 21, n. 3, p. 324-333. 1997. SILVA, E.C.; MIRANDA, J.R.P.; ALVARENGA, M.A.R. Concentração de nutrientes e

produção do tomateiro podado e adensado em função do uso de fósforo, de gesso e de fontes de nitrogênio. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 19, n. 1, p. 64-69. 2001.

AGRADECIMENTOS

Empresa Sakata Seed Sudamerica Ltda Empresa Ihara Brás

Empresa Agroshop Empresa Kemira GrowHow Brasil

Empresa Petroisa Empresa Agrotech

Universidade Federal de Viçosa

Referências

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