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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

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Francine Caetano de Andrade, Ruan Alves Nogueira

COMPARAÇÃO DA PERCEPÇÃO DA SOBRECARGA DE TREINO EM ATLETAS COMPETITIVOS

Juiz de Fora/MG 2009

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Francine Caetano de Andrade, Ruan Alves Nogueira

COMPARAÇÃO DA PERCEPÇÃO DA SOBRECARGA DE TREINO EM ATLETAS COMPETITIVOS

Trabalho de conclusão do curso de Bacharelado em Educação Física pela Faculdade de Educação Física e Desportos da Universidade Federal de Juiz de Fora.

Orientador: Prof. Dr. Maurício Gattás Bara Filho

Juiz de Fora/MG 2009

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DEDICATÓRIAS

À Deus e às nossas famílias pelo amor, carinho, dedicação e apoio incondicional em todas as decisões. Vocês fazem parte desta vitória. Aos professores e amigos que estiveram presentes durante esta caminhada. Em especial ao nosso professor, orientador, técnico e amigo Maurício Gattás Bara Filho por todas as oportunidades que somente nos fez crescer a cada dia.

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RESUMO

A síndrome do excesso de treinamento (overtraining) é caracterizada pelo desequilíbrio entre estresse e recuperação. A manifestação clínica relacionada a essa síndrome se dá através de um conjunto de sinais e sintomas que provocam alterações neuroendócrinas, imunológicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas. Dentre as maneiras utilizadas para detectar e controlar os estágios da síndrome, pode-se mencionar o Questionário de Sintomas Clínicos do Overtraining, composto por 54 perguntas, que analisam aspectos das diferentes variáveis relacionadas a ela. O objetivo do presente estudo foi comparar as percepções das cargas de treinamento em diferentes grupos de atletas, divididos por sexo, faixa etária, nível de rendimento e tempo de prática durante o período competitivo de diferentes modalidades esportivas. Foi aplicado o Questionário de Sintomas Clínicos do Overtraining em 222 atletas em processo de treinamento. Para o tratamento estatístico, foi utilizado o Teste “t” de student para amostras independentes e ANOVA one-way com o software SPSS 16.0. Diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) foram encontradas no sexo (variáveis fisiológica, psicológica, infecção e total), no grupo tempo de prática (variável alimentar) e nível competitivo (variável fisiológica) com uma tendência para maiores valores para atletas mais jovens (p>0,05). Conclui-se que as variáveis sexo e idade influenciam mais significativamente na percepção do excesso da carga de treino, indicando que técnicos e profissionais do esporte devem estar atentos às particularidades dos atletas.

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ABSTRACT

The overtraining syndrome is characterized by the imbalance between stress and recovery. This clinical manifestation involves many symptoms that evoke psychological, biochemical, immunological and endocrinal changes in the athletes´ body. Among the methods used to detect and control it, the Questionnaire of Overtraining Clinical Symptoms, composed by 54 questions, that analyze different aspects related to it. The purpose of this study was to compare the training load perceptions in different groups of athletes divided by sex, age group, performance level and training years during the competitive period. The Questionnaire of Overtraining Clinical Symptoms was answered by 222 athletes in training process. To data analysis, it was used Student “t” test to independent samples and one-way ANOVA (SPSS 16.0). Statistical differences (p<0,05) were found comparing sex (physiological, psychological infection and total variables), training time (eating variable) and competitive level (physiological variable) with trends toward higher values in younger athletes (p>0,05). It can be concluded that the variables sex and age are the most influenced by the training load perception, indicating to coaches and other sport professionals the importance of these group peculiarities.

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SUMÁRIO RESUMO ... 03 ABSTRACT ... 04 1. INTRODUÇÃO ... 06 2. METODOLOGIA... 08 a. Amostra ... 08 b. Instrumento ... 08 c. Procedimentos ... 08 d. Análise estatística ... 09 3. RESULTADOS ... 10 4. CONCLUSÕES ... 14 5. REFERÊNCIAS. ... 15 6. ANEXO ... 18

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1. INTRODUÇÃO

O treinamento desportivo é um processo ativo, complexo, regular, planificado e orientado para a melhoria do desempenho do atleta. Este processo constitui-se em uma fonte causadora de estresse em conseqüência de fatores psicofisiológicos e biomecânicos que são fundamentais ao rendimento esportivo (MANSO, 2005; MIRANDA & BARA FILHO, 2008; WEINECK, 1999).

Um desequilíbrio entre carga e recuperação inadequada pode levar o organismo a respostas psicofisiológicas negativas. Um esgotamento temporário induzido pelo excesso de treinamento tem sido denominado overreaching, possivelmente restabelecido com um curto prazo de recuperação de até duas semanas. Todavia, quando necessita de tempos mais prolongados de recuperação, pode-se originar o overtraining (GARET et al., 2004; ROGERO et al., 2005; SMITH, 2003; VARLET-MARIE et al., 2004). Dentre as alterações que são observadas na síndrome do excesso de treinamento, podem-se destacar as neuroendócrinas, imunológicas, bioquímicas, fisiológicas e psicológicas (SANTOS, et al., 2006; KELLMAN & GUNTHER, 2000; MANSO, 2005).

Os principais sintomas decorrentes destas alterações são aqueles relacionados a disfunções das atividades dos eixos hipotálamo-hipófise-glândulas alvo, que está no centro da dificuldade de responder ao estresse e se adaptar ao exercício; diminuição dos estoques de glicogênio, principalmente muscular; diminuição do apetite e perda do peso corporal; sensibilidade muscular; fadiga crônica; alterações do humor; resfriados e/ou reações alérgicas; distúrbios do sono; decréscimo ou estagnação do desempenho físico, entre outros. (ADAMS & KIRKBY, 2001; ARMSTRONG & VANHEEST, 2002; HALSON & JEUKENDRUP, 2004; HAWLEY & SCHOENE, 2003; JEFFREYS, 2004; ATLAOUI et al., 2004; GAUDARD et al., 2003; KELLMAN & GUNTHER, 2000; KRAEMER et al., 2004; MASO et al., 2004; O’CONNOR & PUETZ, 2005; VARLET-MARIE et al., 2003, 2004; HALSON et al., 2003; HEDELIN et al., 2000; MOUROT et al., 2004; BRUN, 2003).

Além disso, outros fatores podem predispor o indivíduo à síndrome, como o grande número de competições, a monotonia do treinamento, excessiva expectativa de resultados de treinadores ou familiares, a estrutura individual da personalidade, o

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ambiente social, problemas pessoais, os fatores ambientais (altitude, temperatura e umidade) e mesmo a falta de orientação de um profissional para a correta prática do exercício físico (ROHLFS et al., 2004; ALVES et al., 2006).

Apesar da significativa lista de sinais e sintomas, não existem critérios diagnósticos bem estabelecidos utilizados rotineiramente para se identificar e impedir o overtraining (ROHLFS et al., 2004; CUNHA et al., 2006; MIRANDA & BARA FILHO, 2008). Desta forma, o monitoramento freqüente da combinação de variáveis de rendimento, fisiológicas, psicológicas, bioquímicas e imunológicas parece ser a melhor estratégia para avaliar a adaptação do atleta ao treinamento e evitar a síndrome.

Dentre as maneiras utilizadas para detectar e controlar os estágios da Síndrome do excesso de treinamento pode-se mencionar o Questionário de Sintomas Clínicos do Overtraining, composto por 54 questões que analisam a percepção das cargas de treino pelos atletas, através de aspectos biopsicossociais relacionados à síndrome, a fim de detectar sintomas iniciais para preveni-los de possíveis danos (BRUN, 2003; FERNANDES et al., 2008).

Segundo Rohlfs (2005), a síndrome do excesso de treinamento afeta uma considerável porcentagem de indivíduos envolvidos em programas de treinamento intensivo. A autora aponta estudos que indicam que mais de 60% de corredores de longa distância durante sua carreira, 50% de jogadores profissionais de futebol americano durante uma temporada competitiva de cinco meses, 21% de nadadores australianos após seis meses de treino e 33% de um time indiano de basquete durante seis semanas de treinamento apresentaram sinais e sintomas do overtraining.

Apesar da grande incidência desta síndrome entre os atletas, observa-se a carência de estudos que comparem diferentes variáveis que podem influenciar no treinamento, como sexo, idade, tempo de prática na modalidade, nível em que competem, entre outras. Isto posto, o presente estudo pretende comparar as percepções das cargas de treinamento entre atletas, divididos nas variáveis mencionadas durante o período competitivo de diferentes modalidades esportivas.

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2. METODOLOGIA

a. Amostra

Um total de 222 atletas de ambos os sexos (136 homens e 86 mulheres), praticantes de diferentes modalidades esportivas competitivas (Atletismo, Ciclismo, Futebol de Campo, Futsal, Handebol, Natação, Tênis, Triatlon e Voleibol), com idade entre 15 e 35 anos (25,35 ± 9,93 anos) e que estavam em processo de treinamento, participaram do presente estudo. A competição mais importante que já participaram, definiu os níveis regionais (n=80), nacionais (n=96) e internacionais (n=46).

b. Instrumento

Foi aplicado o Questionário de Sintomas Clínicos do Overtraining (BRUN, 2003) traduzido, adaptado e validado para a amostra brasileira por Bara Filho et. al. (no prelo) (Anexo 01). O instrumento é composto por 54 questões agrupadas em seis escalas, sendo elas: rendimento, fisiológica, psicológica, social, alimentar e infecção que analisam aspectos relacionados ao overtraining. Além destas, há um grupo de dez perguntas integrantes da escalas de rendimento, fisiológica e psicológica, que melhor identificam os sintomas como alternativa de aplicação mais rápida, chamadas de “10+”. Cada uma das 54 questões tem como opção de resposta uma escala de 0 a 3 pontos, em que 0 corresponde a nunca, 1 às vezes, 2 frequentemente e 3 sempre.

c. Procedimentos

O questionário foi aplicado durante treinamentos da fase competitiva dos atletas e competições, após contato realizado com os treinadores. Os procedimentos do estudo foram aprovados pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Juiz de

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Fora e os atletas ou responsáveis assinaram um termo de consentimento autorizando a coleta e a divulgação dos dados.

d. Análise estatística

Após a coleta dos dados, comparou-se as médias entre os sexos (masculino e feminino) e tempo de prática através do Teste “t” de Student para amostras independentes e as idades pré-definidas (≤ 19 anos, 20-29 anos e ≥ 30 anos) e nível competitivo utilizando ANOVA one-way com post-hoc de Sheffé em cada escala que compõe o questionário. Os procedimentos estatísticos foram realizados no software SPSS 16.0.

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3. RESULTADOS

A Tabela 01 mostra a comparação da percepção das cargas de treinamento entre os sexos masculino e feminino. Pode-se perceber que há diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) nas escalas fisiológica, psicológica, infecção, além da pontuação total do questionário. Apesar deste fato não ocorrer nas outras escalas, verifica-se que as médias são sempre maiores entre as mulheres, o que permite inferir que a percepção das cargas de treino pelos atletas foi diferente em relação à variável sexo, com maiores pontuações para o sexo feminino. Isso sugere uma maior sensibilidade das mulheres aos efeitos do treinamento, devido provavelmente às individualidades do sexo como ciclo menstrual, menor nível de força muscular e capacidade aeróbica, quando comparadas aos homens.

Tabela 01 – Média e desvio-padrão das pontuações entre os sexos

Sexo/ Escalas Masculino (n=136) Feminino (n=86) P Rendimento (33**) 6,60 ± 4,67 7,03 ± 4,72 0,501 Fisiológica (42**) 5,76 ± 4,01 8,27 ± 5,55 0,000* Psicológica (42**) 6,33 ± 5, 00 8,98 ± 6,22 0,001* Social (15**) 2,27 ± 2,29 2,60 ± 2,00 0,271 Alimentar (12**) 2,87 ± 1,83 3,17 ± 1,99 0,250 Infecção (18**) 1,25 ± 1,54 1,86 ± 2,08 0,014* 10 + (30**) 5,46 ± 4,02 5,71 ± 4,19 0,667 Total (162**) 25,11 ± 15,13 31,93 ± 18,42 0,003*

*Diferenças estatisticamente significativas para p < 0,05 **Pontuação máxima por escala (nº de questões x 3) Obs: n=31 desconsiderados por dados incompletos

A partir da análise da Tabela 02, percebe-se que não há diferenças estatisticamente significativas (p>0,05) entre as três faixas etárias (≤ 19 anos, 20-29

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anos e ≥ 30 anos) nas escalas do questionário. Desta forma, verifica-se que há uma menor influência da variável idade sobre a percepção dos atletas. Porém, percebe-se uma tendência de menores pontuações entre os indivíduos com idades iguais ou acima de 30 anos (ex. total de pontos), sugerindo que estes podem estar mais adaptados às percepções da carga de treinamentos, controlando melhor os efeitos destes, e por terem vivenciado a sobrecarga de treinos durante um maior período de tempo.

Tabela 02 – Média e desvio-padrão das pontuações entre três faixas-etárias

Idade/ Escalas 1 (≤ 19 anos) (n=63) 2 (20-29 anos) (n=83) 3 (≥ 30 anos) (n=45) P Rendimento (33**) 6,95 ± 4,61 6,74 ± 4,56 7,12 ± 5,51 0,911 Fisiológica (42**) 7,49 ± 5,39 7,20 ± 4,45 5,98 ± 4,91 0,259 Psicológica (42**) 8,15 ± 5,66 7,83 ± 6,13 6,15 ± 5,18 0,174 Social (15**) 2,87 ± 2,59 2,34 ± 1,97 2,18 ± 2,05 0,220 Alimentar (12**) 3,47 ± 1,97 3,00 ± 2,00 2,66 ± 1,49 0,081 Infecção (18**) 1,38 ± 1,60 1,58 ± 1,89 1,46 ± 1,88 0,798 10 + (30**) 5,54 ± 3,73 5,46 ± 4,03 6,11 ± 4,86 0,682 Total (162**) 30,33 ± 17,19 28,71 ± 16,66 25,58 ± 17,24 0,356 Obs: n=31 desconsiderados por dados incompletos

**Pontuação máxima por escala (nº de questões x 3)

Na tabela 03, observa-se que a escala alimentar é a única com valores estatisticamente significativos na variável tempo de prática. Apesar disto, pode-se perceber que os valores encontrados nas outras escalas são muito semelhantes, o que mostra que esta variável não é um fator determinante na detecção do overtraining, já que o tempo de prática em uma modalidade influencia muito pouco na percepção da sobrecarga de treino dos atletas. Este fato se confirma ao analisar o total de pontos que apresenta o maior valor de p (0,966), com as médias entre os dois grupos (≤ 5 anos e ≥ 6 anos) praticamente iguais. Estes resultados semelhantes

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podem ter ocorrido devido ao fato do grupo ter sido dividido apenas em dois, com pouca diferença entre eles, o que necessita ser melhor investigado.

Tabela 03 – Média e desvio padrão das pontuações entre os tempos de prática na modalidade Tempo de prática/ Escalas ≤ 5 anos (n=110) ≥ 6 anos (n=77) P Rendimento (33**) 6,92 ± 4,17 6,96 ± 5,00 0,950 Fisiológica (42**) 6,92 ± 4,96 7,21 ± 4,91 0,688 Psicológica (42**) 7,41 ± 5,53 7,82 ± 6,14 0,641 Social (15**) 2,62 ± 2,48 2,25 ± 1,81 0,258 Alimentar (12**) 3,33 ± 1,99 2,67 ± 1,64 0,018* Infecção (18**) 1,32 ± 1,57 1,74 ± 2,08 0,120 10 + (30**) 5,42 ± 3,85 5,97 ± 4,58 0,381 Total (162**) 28,55 ± 16,82 28,66 ± 17,58 0,966

*Diferenças estatisticamente significativas para p < 0,05 **Pontuação máxima por escala (nº de questões x 3) Obs: n=35 desconsiderados por dados incompletos

Tabela 04 – Média e desvio-padrão das pontuações entre os níveis competitivos Nível competitivo/ Escalas Regional (n=80) Nacional (n=66) Internacional (n=46) P Rendimento (33**) 7,26 ± 4,50 6,23 ± 4,50 7,49 ± 5,70 0,302 Fisiológica (42**) 8,16 ± 5,31 6,27 ± 4,75 6,38 ± 4,41 0,040* Psicológica (42**) 8,17 ± 5,36 6,40 ± 5,91 8,11 ± 6,03 0,134 Social (15**) 2,78 ± 2,32 1,97 ± 1,98 2,63 ± 2,42 0,084 Alimentar (12**) 3,28 ± 2,07 2,93 ± 1,88 3,02 ± 1,79 0,532 Infecção (18**) 1,41 ± 1,63 1,62 ± 2,06 1,54 ± 1,88 0,789 10 + (30**) 5,86 ± 3,95 5,18 ± 3,97 6,06 ± 4,85 0,483 Total (162**) 31,09 ± 16,39 25,45 ± 17,42 28,69 ± 17,24 0,141 *Diferenças estatisticamente significativas para p < 0,05

**Pontuação máxima por escala (nº de questões x 3) Obs: n=30 desconsiderados por dados incompletos

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Ao analisar a tabela 04, verifica-se que somente a escala fisiológica apresenta valores estatisticamente significativos, quando o nível regional é comparado aos outros. Além disso, os atletas que competem neste nível, apresentam maior pontuação no total do questionário. Porém, percebe-se uma grande oscilação nos valores médios das outras escalas, fato que justifica a ausência de outros resultados estatisticamente significativos. Portanto, cada nível competitivo apresenta a sua particularidade, necessitando igualmente de controlar o treinamento a fim de otimizar o rendimento e prevenir o overtraining.

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4. CONCLUSÕES

Durante os ciclos de treinamento, os treinadores e profissionais do esporte devem estar atentos às particularidades dos atletas e verificar o nível em que competem, o tempo de prática na modalidade, a idade e o sexo, a fim de adequarem os treinos para otimizar a performance.

O gênero é a variável que mais influencia na percepção das cargas de treino, sendo as mulheres mais sensíveis aos efeitos do treinamento do que os homens. A variável idade apresenta valores totais que diminuem com o aumento das faixas etárias, o que mostra uma tendência de os atletas mais jovens sentirem com mais intensidade as cargas de treino. Estes resultados mostram que atletas mais jovens e do sexo feminino necessitam de um controle ainda mais específico do treinamento, pois parecem estar mais sujeitos aos efeitos negativos da sobrecarga (Ex. overtraining). Ao contrário, as variáveis tempo de prática e nível competitivo não se apresentaram como determinantes no presente estudo.

Observa-se a necessidade de futuros estudos que comparem atletas de um mesmo grupo de treinamentos de uma modalidade, que estejam sendo submetidos a uma mesma carga, para que a observação destes fenômenos seja aprimorada. Pretendeu-se com este estudo contribuir com as pesquisas sobre o controle da carga do treinamento, a fim de auxiliar treinadores e profissionais do esporte a maximizar o desempenho de seus atletas e prevenir danos como o overtraining.

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5. REFERÊNCIAS

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6. ANEXO

Questionário de Sintomas Clínicos do Overtraining (BARA FILHO et. al., no prelo)

Prezado atleta, responda com sinceridade as perguntas abaixo em relação ao seu último mês de treino de acordo com a seguinte escala:

0 – Nunca / 1 – Às vezes / 2 – Freqüentemente / 3 - Sempre

01 Meu nível de rendimento / minha forma tem piorado. 0 1 2 3

02 Não estou atento como antes 0 1 2 3

03 Meus familiares/amigos próximos percebem que meu comportamento tem mudado.

0 1 2 3

04 Tenho sentido um aperto no peito. 0 1 2 3

05 Tenho sentido grande palpitação (coração acelerado). 0 1 2 3

06 Tenho sentido um nó na garganta. 0 1 2 3

07 Tenho sentido menos apetite que antes. 0 1 2 3

08 Tenho comido mais que antes (um pouco compulsivamente). 0 1 2 3

09 Tenho dormido mal. 0 1 2 3

10 Tenho ficado sonolento durante o dia. 0 1 2 3

11 Os intervalos entre os treinos me parecem insuficientes (curtos).

0 1 2 3

12 Meu desejo sexual tem diminuído. 0 1 2 3

13 Meu rendimento tem sido pior. 0 1 2 3

14 Tenho ficado resfriado freqüentemente. 0 1 2 3

15 Tenho tido problemas de memória. 0 1 2 3

16 Sinto-me acima do peso. 0 1 2 3

17 Sinto que estou cansado. 0 1 2 3

18 Sinto-me inferiorizado. 0 1 2 3

19 Tenho tido câimbras e dores musculares. 0 1 2 3

20 Tenho sentido dores de cabeça. 0 1 2 3

21 Tenho falta de entusiasmo. 0 1 2 3

22 Tenho tido mal-estar ou desmaio. 0 1 2 3

23 Tenho tido pouca segurança em mim mesmo. 0 1 2 3

24 Sinto-me fraco e adoentado 0 1 2 3

25 Tenho tido dores de garganta. 0 1 2 3

26 Sinto-me nervoso, tenso, inquieto. 0 1 2 3

27 Tenho agüentado meu treinamento com muita dificuldade. 0 1 2 3 28 Em repouso, meu coração tem batido mais depressa que

antes.

0 1 2 3 29 No exercício, meu coração tem batido mais depressa que

antes.

0 1 2 3

30 Tenho ficado doente. 0 1 2 3

31 Tenho me cansado facilmente. 0 1 2 3

32 Tenho tido problemas digestivos. 0 1 2 3

(20)

34 Tenho tido menos confiança em mim mesmo. 0 1 2 3

35 Tenho me lesionado facilmente. 0 1 2 3

36 Tenho tido dificuldades para organizar minhas idéias. 0 1 2 3 37 Tenho tido dificuldades para me concentrar nas minhas

atividades esportivas.

0 1 2 3

38 Meus gestos técnicos têm piorado. 0 1 2 3

39 Tenho perdido força e raça. 0 1 2 3

40 Tenho tido a impressão de que estou sozinho. 0 1 2 3

41 Tenho dormido muito. 0 1 2 3

42 Tenho tossido muito. 0 1 2 3

43 Tenho sentido menos prazer na minha atividade esportiva. 0 1 2 3 44 Tenho sentido menos prazer nas minhas horas de lazer. 0 1 2 3

45 Tenho me irritado facilmente. 0 1 2 3

46 Tenho tido uma baixa de rendimento na minha atividade escolar ou profissional.

0 1 2 3 47 Meus amigos têm achado que conviver comigo está ficando

cada vez mais difícil.

0 1 2 3 48 As sessões de treino me parecem cada vez mais difíceis. 0 1 2 3 49 Sou o único responsável pela piora do meu desempenho

esportivo.

0 1 2 3

50 Tenho sentido minhas pernas pesadas. 0 1 2 3

51 Tenho perdido facilmente objetos pessoais. 0 1 2 3 52 Tenho sido pessimista, tenho pensado negativamente. 0 1 2 3

53 Tenho emagrecido. 0 1 2 3

Referências

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