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EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL EM SAÚDE E A PROMOÇÃO DA INTEGRALIDADE DO CUIDADO: UMA REVISÃO DE LITERATURA

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Academic year: 2021

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ISSN 2595-0886 Cadernos do Cuidado http://cadernosdocuidado.observatoriodocuidado.org Volume 3 - Número 2 http://dx.doi.org/10.29397/cc.v3n2.144 ARTIGOS DE REVISÃO

Augusto Fernando Santos de Lima1 Maria Bernadete de Cerqueira Antunes2 Emmanuelly Correia de Lemos3

RESUMO

A Educação Interprofissional (EIP) é evidenciada como ferramenta para promoção de mudanças nos panoramas acadêmicos, trazendo eficiência ao trabalho colaborativo no enfrentamento dos problemas sociais e de saúde no âmbito do Sistema de Saúde. O estudo objetivou sumarizar as evidências disponíveis na literatura referentes à educação interprofissional em saúde e suas potencialidades na promoção do cuidado integral. Nesta revisão de literatura são analisados os constructos teóricos da EIP, destacando sua distinção por referência à inter-disciplinaridade, bem como os modelos existentes e as mudanças necessárias na formação dos profissionais de saúde no Brasil. O estudo possibilitou análise inicial de 721 documentos, encontrados nas bases de dados Medline, Lilacs e Scielo, além de documentos oficiais específicos como o do Centre for Advancement of

Inter-professional Education – CAIPE (Centro para o Avanço da Educação Interprofissional), entre outros, passando

por análise e resultando em 43 documentos para leitura reflexiva e sistematização. Os resultados permitiram conhecer a educação interprofissional e seus desdobramentos ao longo das graduações em saúde. Apontaram

1 Enfermeiro pela Universidade Federal de Pernambuco, Especialista em Saúde Coletiva pela Residência Multiprofissional

em Saúde Coletiva da (FCM/UPE) e em Urgência e Emergência pela (IPEMIG/MG). Coordenador Estadual da Política de Atenção Integral à Saúde do Servidor/Trabalhador da Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco. Contato: nando_blima@hotmail.com

2 Médica pela Universidade Federal de Pernambuco, Mestre em Saúde Coletiva pelo PPGSC da Universidade Federal

de Pernambuco. Atua como professora da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade de Pernambuco, Coordenadora do Módulo Interprofissional e da Residência Multiprofissional em Saúde Mental e vice-coordenadora da Residência Multiprofissional Integrada em Saúde da Família da FCM/UPE. Membro do grupo de pesquisas Educação em Saúde da FCM/UPE. Contato: mbcantunes@gmail.com

3 Educadora Física pela Universidade Federal de Pernambuco, Especialista em Atividade Física pela Universidade de

Pernambuco, Especialista e Mestre em Saúde Pública pelo IAM/Fiocruz, Doutora em Educação Física pela Universidade de Pernambuco. Atua no âmbito das práticas de intervenção, gestão, formação e pesquisa, nas áreas de conhecimento relacionada à Educação Física e Saúde Pública. Coordenadora Estadual de Educação Permanente na Escola de Governo em Saúde Pública de Pernambuco da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco. Membro do Grupo de Pesquisa em Estilos de Vida e Saúde (GPES/UPE). Contato: emmanuellylemos@gmail.com

INFORMAÇÕES SOBRE O ARTIGO: Recebimento –26-11-2018 Aceite – 20-10-2019

EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL EM SAÚDE

E A PROMOÇÃO DA INTEGRALIDADE DO

CUIDADO: UMA REVISÃO DE LITERATURA

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que a socialização dos discentes de diferentes cursos, permite uma aproximação entre os mesmos, orientando a prática interprofi ssional, convergindo na integralidade do cuidado e nas potencialidades em equipe. No entanto, pôde-se perceber o défi cit em estudos na área, como também de instituições de ensino executoras da prática educacional em questão. Destarte, espera-se ampliar a discussão acerca da EIP, na academia e sociedade, visando concretizar reais mudanças na formação acadêmica, com vistas na promoção da integralidade da aten-ção e cuidado à saúde.

Palavras-chave: Educação. Pessoal de saúde. Relações interprofi ssionais. Educação Interprofi ssional.

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INTRODUÇÃO

A educação e a prática interprofi ssisonal (EIP e PIP) constituem temas emergentes do campo da saúde no âmbito global, indicando a EIP – orientada para o trabalho em equipe – como componente de uma ampla reforma do modelo de formação pro-fi ssional e de atenção à saúde. As mudanças de perfi l epidemiológico, com o aumento da expecta-tiva de vida e das condições crônicas de saúde que requerem acompanhamento prolongado, trazem a necessidade de uma abordagem integral, que con-temple as múltiplas dimensões das necessidades de saúde de usuários e população (WHO, 2010; FRENCK et. al., 2010).

O cenário supracitado torna a qualidade da comunicação e a colaboração, entre os diferentes profi ssionais envolvidos no cuidado, fundamental para o aumento da resolutividade dos serviços e a efetividade da atenção à saúde, sobretudo na Aten-ção Primária onde o escopo de cuidado é exponen-cialmente ampliado (ZWAREBSTEIN et. al., 2009).

A tendência de profi ssionais de cada área traba-lhar de forma isolada e independente das demais, expressa sua longa e intensa formação também isolada e circunscrita à sua própria área de atuação. Contudo, autores defendem que oportunidades de EIP contribuem para a formação de profi ssionais de saúde melhor preparados para uma atuação integrada em equipe, na qual a colaboração e o reconhecimento da interdependência das áreas predominam frente à competição e à fragmentação (BAAR et. al., 2015).

Fica marcado que o debate sobre EIP e PIP merece ocorrer sempre de forma integrada. Nos serviços de saúde, a PIP, reconhecida como componente da organização dos serviços, permite a problematiza-ção e, por consequência, um possível deslocamento da reconhecida fragmentação para a articulação e a integração das ações de saúde (BAAR et. al., 2013).

Há alguns anos, publicações internacionais produzidas sobretudo pelo Centre for the

Advance-ment of Interprofessional Education (CAIPE) (BAAR

et. al., 2005; 2013; 2015) buscam construir um referencial mais concreto sobre o assunto. Com isso, cabe ampliar os estudos sobre EIP no Brasil, visto que o seu fortalecimento, bem como o da PIP, requer o desenvolvimento de pesquisas aprofunda-das, dentre outros investimentos.

Nesse sentido, este texto objetivou sumarizar as evidências disponíveis na literatura referentes à educação interprofi ssional em saúde e suas poten-cialidades na promoção do cuidado integral, por meio das construções teóricas, tendo em vista a crítica aos modelos existentes de formação de pro-fi ssionais de saúde e o fornecimento de subsídios para futuras investigações.

METODOLOGIA

O estudo realizado se apresenta como uma pes-quisa bibliográfi ca cujo escopo foi limitado aos estu-dos voltadas à prática da educação interprofi ssional em saúde. Foram consultadas as seguintes bases de dados: Medline, SciELO e Lilacs (de 2000 a 2016). As palavras-chave utilizadas foram: educação interpro-fi ssional em saúde, cruzados com os termos-chave: relações interprofi ssionais; integralidade; educação em saúde; e equipe de assistência ao paciente. Os idiomas foram limitados ao português e ao inglês.

Na consulta às bases de dados, foram utilizados os critérios de elegibilidade: textos que corres-pondessem à descrição conceitual, discussões e experiências com o uso da EIP e da PIP. Foram incluídos textos completos que descreviam a EIP como ferramenta de formação superior. Os critérios de exclusão foram a não adequação aos critérios supracitados, textos duplicados e documentos com desenvolvimento diferente do escopo da busca.

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Conteúdos de instituições internacionais específi cas como o Centre For Advancement In

Interprofessional Education – CAIPE, em Londres;

o Canadian Interprofessional Health Collaborative – CIHC (Colaboração Canadense Interprofi ssional em Saúde), no Canadá; e a Organização Mundial da Saúde (OMS) foram também pesquisados, assim como capítulos de livros, dissertações e teses disponibilizados na internet e obtidos através das buscas no Google e Google Acadêmico. Os sites da Organização Mundial da Saúde, e demais insti-tuições supracitadas, foram visitados em busca de relatórios científi cos e artigos. Nos sites de busca Google e Google Acadêmico, pesquisou-se variando as palavras-chave e o idioma. As palavras-chave foram as mesmas utilizadas nas bases bibliográfi -cas anteriormente citadas.

Dado que a estratégia de busca poderia capturar estudos não relevantes, foram planejadas fases subsequentes no processo de revisão para iden-tifi car e omitir estes estudos. A primeira seleção se deu através da leitura de títulos e resumos. Os artigos completos só foram obtidos para os estu-dos que atendessem os requisitos estabeleciestu-dos (critérios de elegibilidade) e apresentassem boa qualidade. Foram priorizados os artigos de periódi-cos que passam por análise de revisores e aqueles provenientes de fontes reconhecidamente confi á-veis (Quadro 1).

Foram encontrados 721 documentos, inicial-mente triados (por título e resumo) resultando em 251 unidades. Após leitura (2° fase), permaneceram 43 documentos como resultado fi nal, respeitando os critérios determinados.

Quadro 1 – Número de manuscritos encontrados na busca on-line por base de dados e fases. Recife, 2017

Base de

dados 1ª FaseN° de ManuscritosFase Final

MEDLINE 274 86 13 SCIELO 283 125 15 LILACS 157 33 8 CAIPE 4 4 4 CIHC 2 2 2 OMS 1 1 1 Total 721 251 43

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

O arcabouço foi lido em busca de congruências em seus conteúdos para sistematização. Porém, por se tratar de uma temática recente, não foram identifi cadas linhas categóricas defi nidas e defen-didas pelos autores, tampouco emergiu alguma que apresentasse alto índice de congruência e signifi cância. Com esta realidade, foi trabalhada a descrição linear, com base na coerência do tema, de acordo com o que fora abordado pelos autores em questão, descritos em quatro itens para melhor compreensão.

RESULTADOS E DISCUSSÃO CONSTRUÇÃO TEÓRICA DA EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL EM SAÚDE

O conceito de educação interprofi ssional foi amadurecendo ao longo dos anos e ganha visibili-dade com importantes acúmulos históricos e expe-riências acrescidas. O debate sobre a EIP é recente e grande parte da literatura adota a defi nição do CAIPE (CAIPE, 2005), que em 1997 lançou: ocasi-ões quando duas ou mais profi ssocasi-ões descobre com, de e sobre o outro para melhorar a colaboração e a

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qualidade dos cuidados. Em seu texto, Baar (2005) também defi ne educação interprofi ssional como ocasiões quando duas ou mais profi ssões apren-dem lado a lado.

Já o Interprofessional Education Consortium – IPEC (Consórcio de Educação Interprofi ssional) (IPEC, 2002) defi ne EIP como um processo de apren-dizagem que utiliza a educação interdisciplinar e o trabalho em colaboração com a comunidade, com o escopo de assistir as necessidades de crianças, jovens e famílias, ofertando conhecimentos, habi-lidades e valores que as pessoas necessitam para colaborar com os outros enquanto lidam com tais problemas.

Segundo Zwarenstein, Goldman e Reeves (2009), pode ser interpretada como “uma intervenção em que os membros de mais de uma profi ssão da saúde ou assistência social, ou ambos, aprendem em conjunto, de forma interativa, com o propósito explí-cito de melhorar a colaboração interprofi s-sional ou a saúde/bem-estar de pacientes/ clientes, ou ambos”.

Há nove anos, a Organização Mundial de Saúde – OMS publicou o relatório de nome “Framework for

Action on Interprofessional Education & Collabora-tive Practice” (Arcabouço para Ação em Educação

Interprofi ssional & Prática Colaborativa) (WHO, 2010), pensando em fornecer maneiras e ideias para ajudar a EIP e a PIP como forma de infl uen-ciar positivamente o fortalecimento dos sistemas de saúde e a qualidade da assistência prestada. No documento, afi rma que a EIP ocorre “quando duas ou mais profi ssões aprendem sobre os outros, com os outros e entre si para a efetiva colaboração e melhora dos resultados na saúde”.

Inicialmente, a divisa entre EIP, multi e uniprofi s-sionalidade, parece simples e clara. A EIP e a edu-cação multiprofi ssional possibilitam o aprendizado

compartilhado, com interatividade, entre discentes ou profi ssionais de diferentes áreas. Entretanto, sua concretização pode trazer difi culdades, dúvidas e tensões. Isso ocorre pela tendência à reiteração do que é usual e tradicional e pelas resistências às mudanças, mas também porque é necessário que se mantenha o ensino uniprofi ssional para o apren-dizado de conhecimentos e habilidades específi cas de cada área profi ssional e seu respectivo conjunto de disciplinas.

Furtado (2007) e Zenzano (2011) trazem a temá-tica com importância, uma vez que tais materiais sobre trabalho em equipe e prática colaborativa evidenciam que a articulação das ações e a cola-boração dos profi ssionais de diferentes áreas necessitam da manutenção das especifi cidades de cada área, assim como Reeves (2008) versa sobre a condição da interdisciplinaridade requerer a dis-ciplinaridade para um bom resultado colaborativo em prática.

Pode-se dizer que formação uniprofi ssional é o processo em que as atividades educacionais acontecem entre os estudantes de uma mesma profi ssão, isolados dos demais. Já a educação pro-fi ssional diz respeito a um processo de socialização onde os discentes criam uma identidade com as profi ssões que escolheram, seus valores, cultura, funções e conhecimentos específi cos (BAAR, et. al., 2015; REEVES, 2008).

Acredita-se que o ensino nos padrões inter-profi ssionais traga subsídios necessários para fortalecer o trabalho em equipe, tendo em vista a transformação das práticas de saúde no sentido da integração e colaboração interprofi ssional, com foco nas necessidades de saúde dos usuários e da população.

Em seu estudo, Baar et. al. (2005) sistematizam a chamada essência da EIP em três itens sobrepos-tos: preparo individual para a colaboração; estímulo

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para a colaboração entre o grupo; e melhoria dos serviços e da qualidade do cuidado. Destarte, a EIP complementa à educação uniprofi ssional e/ou multiprofi ssional no desenvolvimento de atividades curriculares planejadas, isto é, compondo o currí-culo dos cursos de saúde. Porquanto, a educação uni e multi precisa ser revista partindo de uma pers-pectiva interprofi ssional para aperfeiçoar a prática colaborativa no trabalho em equipe de saúde.

FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Nas últimas décadas, a formação dos profi s-sionais de saúde tem sido não só objeto de grande debate, mas também de ampliação do embasa-mento teórico da questão (WHO, 2010). A literatura traz uma variedade de termos que qualifi cam o tra-balho em equipe, que têm em comum a referência a diferentes graus de interação, tanto direcionado aos profi ssionais, voltados para a prática nos serviços, como para às disciplinas, com foco na articulação no âmbito do ensino e pesquisa.

Esse diálogo surge em torno dos possíveis pro-gressos a serem alcançados com a interação entre as diferentes categorias profi ssionais, parte da qual compreende a prática interprofi ssional cola-borativa (CARPENTER; DICKINSON, 2008). Barr et. al. (2015), apresentam informações acerca dos inúmeros esforços e propostas quem têm sido rea-lizados, em diferentes países, para que a educação interprofi ssional, enquanto estratégia inovadora de ensino, e a consecução de práticas colaborativas resultem numa assistência de qualidade.

Para Silva (2014), a PIP versa sobre o traba-lho em equipe realizado nos serviços de saúde, enquanto a EIP refere-se à formação inicial nos cursos de graduação e na educação permanente dos profi ssionais no contexto do trabalho.

Porém, Reeves (2013) afi rma que, na formação

profi ssional, os papéis históricos de cada profi ssão tem um défi cit na compreensão do dever social que cada profi ssão tem com os pacientes, limita a adoção de práticas colaborativas efetivas, o que prejudica o cuidado do paciente.

Na academia, utilizam termos com os prefi xos uni, multi, pluri, inter e trans, com sufi xos discipli-nar ou profi ssional, sabendo-se que a formação em saúde está fundamentada majoritariamente no modelo de ensino por disciplinas. Nas publicações da OMS (WHO, 2010) e Zwarenstein et. al. (2009) são evidenciadas as exigências internas de intera-ção disciplinar das ciências e da pesquisa, sem a preocupação em descrever ou conceituar a inte-ração das práticas profi ssionais, no cotidiano dos serviços, como os do setor saúde que são o cenário onde se desenvolve a prática e educação interpro-fi ssional, objeto da presente refl exão.

Em relação ao conceito, Iribarry (2003) faz uma relação do uso dos termos multi, pluri, inter e transdisciplinar para a análise do trabalho em equipe de saúde, defi nindo o arranjo das equipes de acordo com a interação disciplinar no trabalho, considerando cada profi ssão como uma disciplina diferente. Destaca-se que seu estudo versa sobre transdisciplinaridade e trabalho em equipe sem fazer distinção entre os planos de integração das disciplinas e áreas de conhecimento científi co e das práticas profi ssionais no trabalho cotidiano.

É importante observar que, segundo os autores que emergiram nesse diálogo (IRIBARRY, 2003; e SUAPE; BUDÓ, 2006), a transdisciplinaridade diz respeito à interação entre disciplinas, ou seja, ao diálogo e à cooperação entre as diferentes áreas do conhecimento, a partir do reconhecimento de posições distintas em relação a um mesmo objeto complexo. Mesmo sendo possível encontrar espe-cifi cidade na concepção de transdisciplinaridade, que se refere à integração das áreas de

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conheci-mento, Iribarry (2003) indica como necessidade o trabalhar em equipe, já que para uma formação transdisciplinar, é imprescindível a junção de diver-sos profi ssionais em um trabalho em equipe.

Saupe e Budó (2006), alegam que o trabalho interdisciplinar em saúde também aponta que a habilidade para o trabalho em equipe consiste em um ‘saber fazer’ necessário para o desenvolvimento da competência para a atuação interdisciplinar em saúde. Com isso, percebe-se que é necessário saber trabalhar em equipe para assegurar uma atuação interdisciplinar. Nesta refl exão teórica destaca-se a distinção entre interdisciplinaridade e interprofi ssionalidade, que diz respeito à esfera da prática profi ssional onde se desenvolve o trabalho em equipe de saúde, e a primeira a esfera das disci-plinas, ciências ou áreas de conhecimento.

É importante trazer à destaque a refl exão de Baar (2013), onde aponta que a formação dos profi ssio-nais de saúde, mesmo que uniprofi ssional, sempre será interdisciplinar (mesmo implicitamente) em detrimento de que o processo saúde-doença envolve vários determinantes que extrapolam os limites anatomopatológicos e, portanto, conjuga um amplo leque de disciplinas em cada uma das áreas profi s-sionais. Portanto, a educação profi ssional em saúde pode ser interdisciplinar com base na interação e na integração das diferentes disciplinas de cada área, não sendo, nestes moldes, interprofi ssional.

TRABALHO EM EQUIPE DE SAÚDE – COLABORAÇÃO INTERPROFISSIONAL

Com o exposto, as transformações no sistema educacional e de saúde devem ocorrer de maneira interdependente e articulada, proporcionando não só uma reorganização do processo de trabalho em saúde, mas também uma melhoria da assistência à saúde ofertada.

Segundo a WHO (2010), a PIP na atenção à saúde acontece quando profi ssionais de saúde de diferentes áreas prestam serviços com base na integralidade da saúde, envolvendo os pacientes e suas famílias, cuidadores e comunidades para atenção à saúde da mais alta qualidade em todos os níveis da rede de serviços.

Outros estudos (FRENK, et. al., 2010; CARPIN-TER, et. al., 2006; KHALILI, et. al., 2013; e SUCARPIN-TER, et. al., 2009), ainda ressaltam a falta de entendi-mento e o pouco conhecientendi-mento sobre o papel de outros profi ssionais, somados ao território de competitividade e ao medo de perder a identidade profi ssional como barreiras para uma prática cola-borativa interprofi ssional efi ciente, o que resulta na fragmentação da assistência, insatisfação, tanto para os pacientes quanto para os profi ssionais, e na má qualidade dos serviços.

Acerca deste isolamento profi ssional, Almeida Filho (2010), diz que tem origem diretamente relacionada ao histórico das profi ssões da saúde, a exemplo da medicina e da enfermagem, onde ambas buscam garantir e proteger áreas espe-cífi cas do conhecimento, a fi m de assegurar, efe-tivamente, uma recompensa econômica e status social. Soma-se a educação uniprofi ssional, onde alunos de um único curso aprendem sem contato com colegas de outros, não reconhecendo a impor-tância da complementariedade dos saberes no cuidado em saúde.

Tanto D’amour e Oandasan (2005) quanto Hall (2005) defendem a importante socialização interprofi ssional, que proporciona aos alunos de vários cursos aprenderem com, de e sobre o outro, e, para tanto, os membros de uma equipe devem estar familiarizados com a experiência e papéis dos outros, o que vai evitar, assim, o desenvolvimento de uma identidade restrita à própria profi ssão (uni-profi ssionalidade).

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Alguns achados importantes (PINHEIRO, CEC-CIM, 2005; GONZÁLEZ, ALMEIDA, 2010; CECCEC-CIM, FEUERWERKER, 2004), convergem quanto a necessidade de considerar que a formação em saúde deve pautar-se na integralidade do cuidado, porquanto, para alcançar uma prática com tais características, deve existir uma efetiva troca de saberes entre os atores envolvidos, dentre outros elementos necessários, como o reconhecimento da determinação social do processo saúde-doença.

De acordo com o cenário descrito e buscando mudanças na formação profi ssional, objetivando melhor integração do ensino com os serviços e, também, dada a necessidade de melhorar as rela-ções entre os profi ssionais de diferentes profi ssões de saúde, Barr (2015) corrobora com Carpenter e Dickinson (2008) e Peduzzi (2013) quando apontam a educação interprofi ssional como uma ferramenta capaz de promover mudanças nos cenários de ensino, buscando práticas efi cientes para o enfren-tamento dos problemas sociais e de saúde.

Deste modo, a literatura indica que ambos EIP e PIP, com sua característica de intensa comunicação e interação entre profi ssionais e estudantes de dife-rentes áreas, contribuem para o aumento da reso-lubilidade dos serviços e da qualidade da atenção à saúde, assim como estimula o cuidado integral, tão necessário à população. A popularização, divulgação e adoção dessas práticas pedagógicas se mostram essenciais para o atual momento da educação superior do país, visando adequação e ampliação do escopo do cuidado em saúde já existente.

EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL – APRENDENDO JUNTOS PARA TRABALHAR JUNTOS

Segundo Batista (2012) a educação interprofi s-sional se compromete com uma formação para o

interprofi ssionalismo, cujo trabalho de equipe, o diálogo acerca de papéis profi ssionais, o compro-misso na solução de problemas e a negociação na tomada de decisão são características importantes. Apoiando, D’amour e Oandasan (2005) dizem que a EIP pode ser entendida como uma prática harmo-niosa entre profi ssionais de diferentes disciplinas, buscando uma resposta integrada e coesa para as necessidades do paciente/família/comunidade.

Embora haja várias defi nições para conceituar educação interprofi ssional na literatura, não existe, ainda, um consenso sobre quais seriam as compe-tências essenciais e específi cas no setor da saúde. Caso houvesse tal defi nição, ocorreria um melhor entendimento das competências que poderiam ser partilhadas, o que facilitaria não só o ensino, mas também a implementação da educação interprofi s-sional.

Barr et. al. (2005) estabelecem três tipos de competências no âmbito do trabalho em saúde: colaborativas; complementares; e comuns. As colaborativas são primordiais no trabalho entre diferentes profi ssões da saúde, enquanto as com-plementares são aquelas específi cas de cada pro-fi ssão, já as competências comuns dizem respeito aos conhecimentos, habilidades e atitudes que são comuns e partilhadas entre as diferentes profi s-sões da saúde.

Já o Canadian Interprofessional Health

Collabo-rative (2010) defi ne seis campos de competências

que são essênciais para a prática interprofi ssional colaborativa: comunicação interprofi ssional; cui-dado centrado no paciente, família e comunidade; clarifi cação de papéis profi ssionais; dinâmica de funcionamento da equipe; resolução de confl itos interprofi ssionais; liderança colaborativa.

Mantendo o diálogo acerca do desenvolvimento de uma prática interprofi ssional colaborativa,

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almejando alcançar uma assistência à saúde com segurança, qualidade e integral, o IPEC (2011) afi rma como campos de competências nucleares a serem inseridas no processo de formação profi ssio-nal: valores/ética para a prática interprofi ssional; papéis e responsabilidades profi ssionais; comuni-cação interprofi ssional; e trabalho em equipe.

Dentre os termos mais emergentes relacionados às competências essenciais, levantados nesta revi-são de literatura, segundo organizações e pesqui-sadores se destacaram: a resolução de problemas; a tomada de decisão; o respeito; a comunicação; a partilha de conhecimento e habilidades; a prática integral centrada no paciente.

Quanto às competências colaborativas propor-cionadas aos discentes, pela EIP, pode-se citar: a descrição das funções e responsabilidades às outras profi ssões; o reconhecimento e respeito às limitações de papéis, responsabilidades e com-petências de cada profi ssão; o reconhecimento e respeito aos papéis, responsabilidades e compe-tências de outras profi ssões quando relacionadas à sua; o trabalho com outras profi ssões para realizar mudanças e resolver confl itos na prestação de assistência e tratamento; o trabalho com outros para aferir, planejar, avaliar e prestar cuidados para cada indivíduo; a tolerância das diferenças, mal-entendidos e falhas em outras profi ssões; a facilitação de discussões interprofi ssionais; e a entrada em relações de interdependências com outras profi ssões (CIHC, 2010).

Como desafi os para implantação efetiva de um modelo de educação interprofi ssional, Josiah (2013) destaca: o espaço entre a prática profi ssio-nal e a formação; a organização da estrutura dos currículos dos cursos que difi culta uma aprendiza-gem comum; a incapacidade de avaliar se o futuro profi ssional colocará em prática o aprendizado interprofi ssional. Ainda segundo Sunguya (2014),

a limitação de recursos, os estereótipos profi ssio-nais, a falta de programas com acreditação para a EIP e de lideranças em prol do assunto.

Em seguimento, e partindo de tais difi culdades enfrentadas, Sunguya (2014) apresenta algumas estratégias para mudança na formação profi ssional: a utilização da aprendizagem baseada em proble-mas; a utilização da aprendizagem virtual; a parti-cipação dos discentes, professores e profi ssionais dos serviços para avaliar e construir os currículos dos cursos; a estrutura curricular fl exível; o apoio fi nanceiro para implementação e manutenção das atividades propostas.

Com alguns anos de pesquisa sobre o tema, principalmente nos países europeus, Estados Uni-dos e Canadá, é observado um aumento de publica-ções nos últimos anos, sobretudo a partir dos anos 2000, com inúmeros exemplos bem-sucedidos que indicam que a educação interprofi ssional pro-porciona a prática colaborativa nos serviços com melhores resultados na qualidade da assistência ofertada aos pacientes.

Outro fato que emerge em alguns estudos (HIND, et. al., 2003; McNAIR, et. al., 2005; COOPER, et. al., 2005; GOELEN, et. al., 2006) diz respeito às experiências de educação interprofi ssional enquanto método pedagógico, que aponta mudan-ças importantes no perfi l dos profi ssionais de saúde graduados, já que os alunos aprendem com e entre si, aumentando suas práticas colaborativas, aperfeiçoando a prestação do cuidado integral.

Nessa realidade, com o escopo de coletar mais informação acerca dessas experiências no mundo, o Grupo de Estudos da OMS (WHO, 2010) em EPI e PIP mapeou dados internacionalmente, em 42 países no ano de 2008, com resultados apontando que a educação interprofi ssional acontece nos mais diversos locais de renda e assistência à saúde, envolvendo discentes de variados cursos da área da

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saúde. Afi rmou ainda, que o preparo dos docentes para promover tal modelo não é comum, e que as atividades realizadas acerca do tema são curtas e não seguem um padrão sistemático. No entanto, pontuou benefícios educacionais para as políticas de saúde.

No Brasil, ainda são escassas as práticas da EIP, como se refl ete na literatura disponível a respeito da temática na saúde. Porém, autores de estudos importantes [AGUILAR DA SILVA, SCAPIN, BATISTA, (2011); ALMEIDA, et. al., (2012); CYRINO, et. al., (2012)] trazem que os profi ssionais forma-dos com tal perspectiva estavam mais abertos para a aprendizagem compartilhada, com relações mais próximas entre os envolvidos, mais preparados para o trabalho em equipe potencializando assim o alcance das competências profi ssionais, dentre as quais, uma prática de abordagem mais integral da atenção à saúde.

Almejando identifi car as práticas da EIP no Brasil, nos cursos da saúde, Santos (2013) realizou uma revisão bibliográfi ca e trouxe que as publica-ções datadas dos últimos 5 anos eram de univer-sidades públicas, da região sudeste, envolvendo vários cursos da saúde. Observou, ainda, que a Atenção Primária à Saúde servia como cenário de prática desde as séries iniciais dos cursos.

As instituições de ensino superior brasileiras que podem ser destacadas quanto à prática da educação interprofi ssional nos seus cenários de prática são: a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), campus Baixada Santista, com estru-tura curricular dos diferentes cursos à luz de uma formação integrada, com ênfase na integralidade e nas necessidades singulares dos indivíduos (FEUE-RWERKER; CAPOZZOLO, 2013).

A Universidade Federal do Ceará (UFC), com um programa de extensão, de nome Laboratório de Educação e Colaboração, para a promoção da

saúde materno-infantil; e a Faculdade de Medi-cina de Marília (FMM), onde os alunos de medi-cina e enfermagem, nos dois semestres iniciais dos cursos, têm aulas em conjunto objetivando desenvolver recursos nas áreas do cuidado indivi-dual, cuidado coletivo e de gestão dos serviços de saúde, utilizando-se, para tanto, dos princípios da metodologia ativa de aprendizagem e da educação interprofi ssional (TSUJI; SILVA, 2006).

No estado de Pernambuco, com certo pionei-rismo, a Universidade de Pernambuco (UPE, 2017) oferta aos cursos de graduação em saúde (ciências biológicas, educação física, enfermagem, medicina, odontologia e saúde coletiva), do campus Santo Amaro, o Módulo Interprofi ssional, que tem como objetivo a formação integral dos discentes para o pleno trabalho em equipe e colaborativo em saúde, com reconhecimento e valorização dos saberes de cada um, com seus respectivos campo e núcleo de saberes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa permitiu sintetizar os con-juntos teóricos acerca da educação interprofi ssional e seus desdobramentos ao longo das graduações em saúde, o que possibilitou seu entendimento como uma importante estratégia de contribuição para mudanças na formação profi ssional dos aca-dêmicos da área da saúde.

Com base nos resultados obtidos, entende-se que a socialização dos discentes de diferentes cursos, desde as séries iniciais, permite uma apro-ximação entre eles, integrando-os. Assim, oportu-niza-se ao aluno considerar o outro colega como uma fonte de aprendizado, o que corrobora para o compartilhamento de saberes e uma aproximação com a prática profi ssional futura. Permite, ainda,

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uma melhor compreensão do outro, sendo o outro: o colega de curso diferente, profi ssionais de outras áreas e o próprio paciente. A integralidade do cui-dado é proporcionada de maneira contextualizada, tornando-a inerente à prática profi ssional em equipe. A aprendizagem baseada na EIP, causando um bom desenvolvimento da prática profi ssional, integrando esse cuidado e os profi ssionais de dife-rentes núcleos de saberes, insere a EIP no patamar “ouro” da formação em saúde – para o cuidado inte-gral, aproximando cada vez mais os discentes da sociedade e do reconhecimento da saúde enquanto sua totalidade.

É importante a apropriação e a vivência pelos alunos do trabalho inteprofi ssional e comparti-lhado como importante meio para a integralidade do cuidado e da assistência aos sujeitos, apesar dos estereótipos das profi ssões serem considerados barreiras nas relações interpessoais e as compe-tências específi cas das profi ssões serem valoriza-das por alguns, reforçando o modelo tradicional de ensino.

Diante dos aspectos trazidos na revisão, enten-de-se que o país avançou pouco na proposta da educação interprofi ssional com o intuito de formar profi ssionais de saúde mais preparados para a prá-tica colaborativa, portanto, muitos são os desafi os como a própria dinâmica do ensino universitário – na qual existem disputas entre áreas do conhe-cimento dentro de uma mesma categoria profi s-sional, a formação uniprofi ss-sional, a organização da estrutura curricular dos cursos – que difi culta uma aprendizagem comum, a interação superfi cial entre os profi ssionais de saúde e os alunos durante as vivências nos serviços e o modelo biomédico norteando as práticas dos profi ssionais.

Refl etindo sobre essas difi culdades, destaca-se a necessidade da manutenção de espaços para discussões sobre o uso da educação interprofi

s-sional como ferramenta capaz de trazer mudanças na formação profi ssional e na prática profi ssional futura durante as disciplinas; e, ainda, a ampliação da interação com outros cursos. Sugere-se tam-bém outros estudos que se proponham a avaliar se o aluno, que teve a EIP como ferramenta de ensino durante a sua formação, pôs em prática o aprendi-zado interprofi ssional vivenciado.

Os ambientes para esses momentos de constru-ção são as próprias instituições de ensino superior (IES), tanto públicas como privadas – sobretudo as públicas, que são responsáveis ofi ciais para essa discussão e vivência da prática. São elas – as IES – as corresponsáveis, socialmente, pelo destino da educação no país, estando em sinergia com as práticas em saúde, atribuindo mais importância ao contexto e conteúdo, sempre devendo respostas à sociedade como valor, dever e responsabilidade social.

Nesse sentido, faz-se necessário ampliar as dis-cussões e pesquisas envolvendo a temática. E, por isso, iniciativas para estimular novas pesquisas que tenham como o foco a identifi cação das fortalezas e fragilidades que permeiam o uso da educação interprofi ssional como ferramenta de ensino, com vistas a melhorias no cuidado à saúde, são neces-sárias, pois acredita-se no potencial da educação interprofi ssional como uma ferramenta pedagógica necessária para o alcance de um efetivo trabalho colaborativo nas equipes de saúde, com o objetivo da integralidade do cuidado.

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