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Curso NR 33 Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaço Confinados

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Curso NR 33 – Segurança e

Saúde nos Trabalhos em

Espaço Confinados

CursosOnlineSP.com.br

Carga horária: 60 hs

(2)

Conteúdo programático:

Introdução a NR 33

Objetivo e Definição

Trabalhos Realizados em Espaços Confinados

Riscos Presentes nos Trabalhos Realizados em Espaços

Confinados

Responsabilidades do Empregador

Responsabilidades dos Trabalhadores

Gestão da Saúde

Medidas Técnicas de Prevenção de Acidentes e Sinistros

Medidas Administrativas de Prevenção de Acidentes e Sinistros

Medidas Pessoais de Prevenção de Acidentes e Sinistros

Capacitação para Trabalhos em Espaços Confinados

Emergência e Salvamento

Disposições Gerais

Anexo I - Sinalização

Anexo II - Permissão de Entrada e Trabalho – PET

Anexo III - Glossário

(3)

Introdução a NR 33

Esta norma estabelece os requisitos mínimos para identificação de

espaços confinados e o reconhecimento, avaliação,

monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir

permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que

interagem direta ou indiretamente nestes espaços.

Podemos deixar mais claro estes riscos classificados em: riscos

geométricos, de acesso e de atmosfera.

"

Espaço confinado é qualquer

área ou ambiente não projetado

para ocupação humana contínua

, que

possui meios limitados de

entrada e saída

,

a ventilação existente é insuficiente para

remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou

enriquecimento de oxigênio

."

Riscos geométricos em

verde

Riscos de acesso em

amarelo

Riscos de atmosfera em

rosa

.

Vamos marcar ao longo do curso algumas frases como no exemplo

acima para que o aprendizado seja mais fácil para a compreensão

de cada risco.

Além da norma regulamentadora do Ministério do Trabalho e

Emprego, existe também outras duas normas da ABNT que tratam

especificamente sobre espaços confinados, são elas:

- ABNT NBR 14606 - Postos de serviço - Entrada em espaço

confinado.

- ABNT NBR 14787 - Espaço confinado - Prevenção de acidentes,

procedimentos e medidas de proteção.

Define espaço confinado como qualquer área não projetada para

ocupação humana contínua, a qual tem meios limitados de entrada e

saída e na qual a ventilação existente é insuficiente para remover

contaminantes perigosos e/ou deficiência/enriquecimento de

oxigênio que possam existir ou desenvolver.

(4)

Objetivo e Definição

33.1.1 Esta Norma tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços.

33.1.2 Espaço Confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.

Onde encontramos espaços confinados? A seguir uma lista com

uma pequena amostra de onde podemos encontrar:

Na indústria:

- Indústria de papel e celulose: Misturadores, digestores, fornos,

silos de cavacos.

- Indústria gráfica: Tanques de tinta ou solvente.

- Indústria alimentícia: Câmaras frias, fornos, extratores, tanques

de aquecimento ou cozimento.

- Indústria da borracha, couro e têxtil: Caldeira a vapor, calandras,

ramas, tanques de químicos.

- Indústria naval e operações marítimas: Tanques de combustível,

porões, compartimentos fechados.

- Indústrias químicas e petroquímicas: Reatores, coluna de

destilação, torre de resfriamento, tanques de armazenamento,

precipitadores

(5)

Na área de serviços:

- Serviços de gás: Tubulões e dutos.

- Serviços de água e esgoto: Fossas, tubulões.

- Serviços de eletricidade e telefonia: Tubulões e caixas

subterrâneas.

Outras áreas:

- Construção civil: Caixões, tubulões, buracos, valas, escavações.

- Beneficiamento de minérios: Fornos, tubulões.

- Siderúrgicas e metalúrgicas: Fornos, tanques, tubulões.

- Agricultura e agronegócio: Silos, moegas, poços de elevadores,

transportadores fechados, tanques para armazenagem de

fertilizantes, etc.

Mais algumas definições aplicadas:

OSHA: define espaço confinado como área grande o suficiente a

ponto de permitir que o trabalhador realize seu trabalho, com meios

limitados ou restritos para entrada e saída; não sendo desenhada

para a ocupação humana; com configuração interna capaz de causar

claustrofobia ou asfixia, podendo apresentar riscos atmosféricos e

agentes contaminantes agressivos à saúde e à segurança.

NIOSH (1997): define espaço confinado como um espaço que

apresenta passagens limitadas de entrada e saída, ventilação natural

deficiente que contém ou produz perigosos contaminantes do ar e

que não é destinado para ocupação humana contínua.

NIOSH criou ainda uma classificação de três classes, determinando

o risco em cada um deles:

(6)

Espaços Classe A – são aqueles que apresentam situações que são IPVS. Incluem os

espaços que têm deficiência em 02 ou contêm explosivos, inflamáveis ou atmosferas tóxicas. Imediatamente perigoso para a vida - requer procedimentos de resgate com mais de um indivíduo completamente equipado com equipamento de ar mandado - manutenção de comunicação necessária e um vigia adicional fora do espaço confinado: -OXIGÊNIO - Percentual < 16% (122 mmHg) ou > 25% (190mmHg) -INFLAMABILIDADE - 20% ou mais do L.I.E. -TOXICIDADE - IDHL (IPVS)

Espaços Classe B – não apresentam perigo para a vida ou a saúde, mas têm o

potencial para causar lesões ou doenças se medidas de proteção não forem usadas. Perigoso, mas não imediatamente ameaçador - requer procedimentos de resgate com um indivíduo completamente equipado com equipamento de ar mandado - visualização indireta ou comunicação frequente com os trabalhadores : -% DE OXIGÊNIO - 16.1 a 19,4 (122 mmHg - 149 mmHg) ou 21.5 a 25 (163 mmHg - 190 mmHg)

-INFLAMABILIDADE - 10% a 19% do L.I.E.

-TOXICIDADE - Maior que o limite de contaminação Menor que o valor IDHL (IPVS)

Espaços Classe C – são aqueles riscos existentes que são insignificantes, não

requerendo procedimentos ou práticas especiais de trabalho. Riscos potenciais - não requer modificações nos procedimentos de trabalho - procedimentos de resgate padrões - comunicação direta com os trabalhadores, de quem está fora do espaço confinado :

-% DE OXIGÊNIO - 19.5 a 21.44 (148 mmHg - 163 mmHg) -INFLAMABILIDADE - 10% do L.I.E. ou menos

-TOXICIDADE - Menor que o limite de contaminação estabelecido pelo CFR 29

Nem sempre é fácil reconhecer o que pode ser ou não um espaço confinado. Um exemplo prático são tanques abertos; eles podem ser considerados como espaços confinados, pois a ventilação natural inexiste, o potencial de acúmulo de fontes geradoras ou de escape de gases torna a atmosfera perigosa. Para reconhecermos um espaço confinado, é preciso conhecer o potencial de risco de ambientes, processos, produtos, etc. Porém o mais sério risco se concentra na atmosfera do ambiente confinado.

(7)

Trabalhos Realizados em Espaços Confinados

Podemos citar alguns exemplos de trabalhos realizados em

espaços confinados, dentre eles:

- Obras de Construção Civil: Limpeza e remoção de lodos,

resíduos e outros dejetos;

- Manutenção de Equipamentos: Inspeção de equipamentos e

condições internas; manutenção de tubulações abrasivas e

aplicações de revestimentos; rosqueamento, revestimento,

cobertura;

(8)

- Reparo de Equipamentos: Leitura de manômetros e escalas,

bússola, tabelas e outros indicadores; instalação, conserto e

inspeção elétrica, telefones, fibras, cabos ópticos, soldagem;

(9)

- Limpeza de Reservatórios: testes de redes de esgotos, petróleo,

vapor e canos d’água; consertos, incluindo ajustes de

equipamentos mecânicos,

- Operações de Salvamento e Resgate: Resgate de trabalhadores

que estão feridos ou não, conscientes ou não, dentro dos espaços

confinados.

(10)

Riscos Presentes nos Trabalhos Realizados em Espaços

Confinados

(11)

Vamos citar alguns riscos que quase sempre estão presentes para

quem trabalha em ambientes confinados:

Riscos Físicos:

- Vibrações

- Radiações

- Umidade

- Temperatura

- Eletricidade

- Ruídos

- Pressões anormais

Riscos Biológicos:

- Vírus;

- Bactérias;

- Parasitas;

- Fungos;

- Animais peçonhentos

Riscos Químicos:

- Poeiras, névoas, gases e vapores;

- Fumos metálicos

- Diminuição do O2(oxigênio) e aumento do anidrido carbônico,

gás metano e nitrogênio em processos de fermentação de

materiais orgânicos por decomposição

(12)

Riscos Mecânicos:

- Iluminação Deficiente;

- Ferramentas Defeituosas;

- EPI´s inadequados;

- Possibilidade de Explosões

Riscos Ergonômicos:

- Esforço;

- Postura;

- Fobia;

Dentre os riscos mais graves e às vezes difíceis de se detectarem são os originários dos agentes químicos. Dentre os agentes químicos mais perigosos em ambientes confinados podemos destacar em especial os:

Combustíveis

(

risco de explosão

):

- Metano(CH4)

- Hidrogênio(H2)

Tóxico

(

risco de envenenamento

):

- Monóxido de Carbono(CO)

- Sulfeto de Hidrogênio (H2S)

Asfixiante

(

risco de sufocamento

):

- Nitrogênio (N2)

(13)

Além do mais, vale lembrar que para o Oxigênio (O2), o mínimo

permissível para a respiração segura está em torno de 19,5% de

O2. Concentração abaixo deste percentual pode causar problemas

como:

- Descoordenação (de 15 a 19% de O2),

- Respiração difícil (de 12 a 14% de O2),

- Respiração bem fraca (de 10 a 12% de O2),

- Falhas mentais, inconsciência, náuseas e vômitos (de 8 a 10%

de O2),

- Morte após 8 minutos (de 6 a 8% de O2) e

- Coma em 40 segundos (de 4 a 6% de O2).

Oxigênio

(O2): Devemos ter ciência que o enriquecimento de

oxigênio torna o espaço confinado perigoso pois causa

incrementos na faixa de explosividade dos gases combustíveis,

propiciando queimas violentas (explosões rápidas). Assim nunca

acenda maçaricos oxi-acetilênico, no interior de tanques ou outros

espaços confinados, após a permissão, acenda-o do lado de fora

e, adentre com o maçarico aceso e já regulado.

Monóxido de Carbono

(CO): Este gás não possui odor e nem cor e

pode permanecer por muito tempo em ambientes confinados sem

que o ser humano tome providências de ventilar ou exaurir o local

e consequentemente, em caso de entrada nestes locais, podemos

ter consequências danosas ao homem. Em concentrações

superiores ao seu LIMITE DE TOLERÂNCIA, que é de 39 ppm irá

ocorrer:

- Dor de Cabeça (200 PPM);

- Palpitação (1000 A 2000 PPM);

- Inconsciência (2000 A 2500 PPM);

- Morte (a partir de 4000 PPM).

(14)

Sulfeto de Hidrogênio / Gás Sulfídrico

(H2S): É um gás incolor, mais

pesado que o ar, que forma uma mistura explosiva em contato com

este, sendo altamente tóxico, tem cheiro de ovo podre em baixas

concentrações, e é um dos piores agentes ambientais, pois em

concentrações médias e acima, o sistema olfativo humano não

consegue perceber e detectar a sua presença.

Alguns exemplos de ambientes confinados onde são encontrados

alguns dos agentes químicos acima citados:

- Deficiência de Oxigênio (O2): Na grande maioria das

circunstâncias

- Enriquecimento de Oxigênio (O2): Presença de fonte de Oxigênio

- Monóxido de Carbono (CO): Escapamento de motor, processos

de combustão

- Dióxido de Nitrogênio (NO2): Escapamento diesel, silos de grãos

- Sulfeto de Hidrogênio (H2S): Esgoto, águas residuais, processos

petroquímicos e celulose

Valores seguros de gases sugeridos para entrada e trabalho em ambientes confinados:

Substância Entrada Trabalho

Oxigênio 20,9% >20,5 % Inflamáveis 0% do L.I.E. < 5% do L.I.E. Monóxido de Carbono 0 ppm < 25 ppm Dióxido de Nitrogênio 0 ppm < 1 ppm Sulfeto de Hidrogênio 0 ppm < 10 ppm

Responsabilidades do Empregador

Existem muitas responsabilidades caso a empresa possua atividades a serem realizadas em espaços confinados. Os trabalhadores expostos devem ser informados sobre a localização e os perigos por meio de sinalização; além disso devem ser adotadas medidas para impedir que trabalhadores não-preparados acessem ou trabalhem nestes espaços. Veja a seguir o que diz a norma quanto a este item.

(15)

33.2.1 Cabe ao Empregador:

a) indicar formalmente o responsável técnico pelo cumprimento desta norma; b) identificar os espaços confinados existentes no estabelecimento;

c) identificar os riscos específicos de cada espaço confinado;

d) implementar a gestão em segurança e saúde no trabalho em espaços confinados, por medidas técnicas de prevenção, administrativas, pessoais e de emergência e salvamento, de forma a garantir permanentemente ambientes com condições adequadas de trabalho;

e) garantir a capacitação continuada dos trabalhadores sobre os riscos, as medidas de controle, de emergência e salvamento em espaços confinados; f) garantir que o acesso ao espaço confinado somente ocorra após a emissão, por escrito, da Permissão de Entrada e Trabalho, conforme modelo constante no anexo II desta NR;

g) fornecer às empresas contratadas informações sobre os riscos nas áreas onde desenvolverão suas atividades e exigir a capacitação de seus trabalhadores; h) acompanhar a implementação das medidas de segurança e saúde dos trabalhadores das empresas contratadas provendo os meios e condições para que eles possam atuar em conformidade com esta NR;

i) interromper todo e qualquer tipo de trabalho em caso de suspeição de condição de risco grave e iminente, procedendo ao imediato abandono do local; e

j) garantir informações atualizadas sobre os riscos e medidas de controle antes de cada acesso aos espaços confinados.

O subitem “a” acima, especifica que o RESPONSÁVEL TÉCNICO é o “profissional habilitado para identificar os espaços confinados existentes na empresa e elaborar as medidas técnicas de prevenção, administrativas, pessoais e de emergência e resgate”. Se fizermos uma consulta na NR 4 (item 4.12), NR 29 (item 29.2.1) e NR 31 (item 31.6.2) chegamos à conclusão que aos Serviços Especializados em Segurança e Saúde do Trabalho compete:

- “identificar e avaliar os riscos”;

- “estudar e propor medidas preventivas e corretivas”;

- “assessorar tecnicamente o empregador e os trabalhadores”; - “treinar e orientar os trabalhadores”;

(16)

- “elaborar programas de controle de emergência” - entre outros

Apesar da extensa lista, as atribuições apontam para o SESMT, SESSTP e SESTR, não havendo em nenhuma destas NRs a determinação explicita da figura do PROFISSIONAL RESPONSÁVEL. Porém quando analisamos a Resolução do CONFEA nº 359, verifica-se que em seu artigo 4º (subitens 1 a 18), consta explicitamente o Engenheiro de Segurança do Trabalho como o PROFISSIONAL RESPONSÁVEL pelas atribuições previstas pela NR 33 para o RESPONSÁVEL TÉCNICO.

Por ser uma responsabilidade do empregador imposta pela norma e uma atribuição inalienável do profissional, a indicação do RESPONSÁVEL TÉCNICO deve ser vista de certa formalidade, prevenindo desvios futuros e omissões e/ou responsabilizações indevidas. Assim, deve ser gerado um documento formal assinado pelo preposto da direção da empresa onde constarão, obrigatoriamente as seguintes cláusulas:

- Local e data da nomeação;

- Nome, cargo e função do responsável técnico nomeado;

- Empresas ou estabelecimentos sob responsabilidade do responsável técnico;

- Menção ao item 33.2.1 –“a” da NR 33 e Resolução CONFEA nº 359 – artigo 4º - 1 a 18;

- Atribuições do responsável técnico, que deverão abranger e limitar-se a: a) Identificação de Espaços Confinados na empresa;

b) Antecipação e avaliação de risco e definição de medidas preventivas, corretivas e de emergência;

c) Elaboração e revisão periódica de Programa de Prevenção de Acidentes em Espaços Confinados;

d) Especificação e indicação de fornecedores de instrumentos de medição e equipamentos de proteção coletiva e individual;

(17)

e) Elaboração e revisão periódica de procedimentos de trabalho e de segurança, em conjunto com a Supervisão das áreas e Supervisores de entrada;

f) Elaboração e aplicação de programa de treinamento inicial e periódico para os Supervisores de entrada, Vigias e trabalhadores em espaços confinados;

g) Auditoria de todo o sistema previsto no programa;

h) Elaboração de relatórios periódicos sobre todo o sistema.

Para as empresa que porventura sejam dispensadas da obrigatoriedade de contratação de Engenheiro de Segurança, é imprescindível ter um profissional na forma de consultoria e que a empresa contratante obtenha deste, toda a documentação pertinente, acompanhada da respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica – ART.

Responsabilidades dos Trabalhadores

33.2.2 Cabe aos Trabalhadores:

(18)

b) utilizar adequadamente os meios e equipamentos fornecidos

pela empresa;

c) comunicar ao Vigia e ao Supervisor de Entrada as situações de

risco para sua segurança e saúde ou de terceiros, que sejam do

seu conhecimento; e

d) cumprir os procedimentos e orientações recebidos nos

treinamentos com relação aos espaços confinados.

Gestão da Saúde

Abordaremos neste capítulo alguns pontos específicos na gestão

da saúde:

Do ponto de vista médico, quem pode trabalhar em um espaço confinado?

Todo trabalhador devidamente qualificado e que não apresente

transtorno ou doença que possam ser desencadeados ou

agravados durante a realização do trabalho em ambientes

confinados.

Quais são as condições físicas ideais que permitem ao trabalhador atuar em um espaço confinado?

Ter boa condição física não é suficiente para o trabalhador

desempenhar adequadamente o trabalho no espaço confinado. O

trabalhador deve estar psicologicamente preparado para o

trabalho nas condições especiais que representam o espaço

confinado. Deve ter suficiente grau de instrução que o permita

(19)

compreender o treinamento ministrado para o trabalho.

Trabalhador analfabeto ou de baixa escolaridade representa risco

potencial de acidente. E não raros são aqueles que se submetem

a esse tipo de trabalho.

Qual o limite de peso para que um trabalhador possa atuar num espaço confinado?

Não existe uma norma legal que estabeleça uma regra. Depende

do tipo de espaço confinado e das vias de acesso e saída. Sempre

deve prevalecer o bom senso. Ninguém permitirá que um portador

de obesidade mórbida, isto é, com Índice de Massa Corporal (IMC)

acima de 40 kg/m2 trabalhe num local de difícil acesso ou saída.

Alguns profissionais estabelecem como limite o IMC de 35 kg/m2.

Outros mais exigentes estabelecem como limite o IMC igual ou

superior a 30 kg/m2 (obesos de acordo com a Organização

Mundial da Saúde). Nos trabalhadores com IMC em torno de 30

kg/m2 deve ser considerada a influência da massa muscular, pois

muitos trabalhadores atingem essa marca por conta do

desenvolvimento da massa muscular e não de gordura corporal.

Além da claustrofobia, que outros tipos de complicações impedem o trabalhador de entrar num espaço confinado?

O excesso de peso; alergia respiratória como asma, rinite alérgica,

pois necessitará usar muitas vezes máscara contra poeira,

vapores e gases, ou suprimento de ar puro; doença cardiovascular

como hipertensão arterial, arritmias cardíacas, insuficiência

coronariana. Transtornos mentais e neurológicos como ansiedade,

esquizofrenia, depressão, distúrbio bipolar, epilepsia, fobia de

altura (acrofobia) e outras. Quaisquer doenças na fase aguda

contraindicam o trabalho em espaços confinados desde uma gripe,

sinusite, dermatoses e outras.

Quais os riscos para a saúde no trabalho em espaço confinado? Existem riscos biológicos, como presença de animais como ratos e moscas? Que tipo de doenças eles podem transmitir?

Existem riscos à vida e à saúde. A falta de oxigênio pode causar

asfixia e morte. Antes disso, o trabalhador poderá ficar

desorientado, confuso, agitado e inadvertidamente pensarão que

estará tendo uma crise nervosa. Esses são sintomas de asfixia,

(20)

como ocorre com uma pessoa que está se afogando. Outro risco

é a presença de gás ou vapor tóxico, sendo muito comum se

encontrar gás sulfídrico (H2S), aquele com cheiro de ovo podre. O

H2S é muito comum nas galerias de esgoto, estações

subterrâneas de energia elétrica e minas. Também o asfixiante

simples, metano, pode ser encontrado nos espaços confinados

deslocando o oxigênio. São produzidos pela decomposição da

matéria orgânica. Várias doenças causadas por microrganismos

(vírus, bactérias, helmintos e protozoários) podem ser adquiridas

quando as regras básicas de proteção são desrespeitadas. A mais

comum é a leptospirose, transmitida pela urina de rato

contaminada pela bactéria Leptospira. Esta doença poderá causar

a morte por hepatite aguda fulminante ou insuficiência renal aguda.

Outra doença comum de ocorrer é a hepatite A, perfeitamente

evitável com vacinação e medidas adequadas de proteção ao

trabalhador. Várias infecções da pele podem ser causadas pelo

contato com matéria orgânica infectada de micro-organismo.

Todas evitáveis com o uso de equipamentos de proteção

adequados.

Que outros tipos de doenças se verificam com mais frequência nos trabalhadores de espaços confinados?

São as doenças decorrentes dos produtos químicos usados na

limpeza de tanques, reatores e outros equipamentos. O contato

com a pele, mucosas e vias respiratórias pode causar desde

irritação até intoxicações generalizadas. A inalação dos fumos das

soldas ou a ação das radiações não-ionizantes procedentes do

trabalho com solda e corte nesses ambientes também propiciam

lesão na pele, olhos e vias aéreas.

Por que elas ocorrem?

Existem vários motivos. A má ventilação dos espaços confinados

predispõe a diversas doenças respiratórias. A falta de

Equipamento de Proteção Individual (EPI) ou o uso inadequado

dos mesmos. A falta de higiene da pele e do EPI. O

desconhecimento dos fatores de risco ou certo grau de

negligência.

(21)

Como tratá-las?

O melhor tratamento é a prevenção. Cada caso deve ser tratado

de acordo com sua especificidade. No caso de asfixia, o resgate

deve ser imediato, a vítima deve ser colocada em local arejado,

sem substâncias tóxicas, e ser adequadamente ventilada com

oxigênio e a seguir removida para o serviço médico da empresa ou

hospital. Quando houver contaminação do vestuário, este deve ser

substituído imediatamente para que seja evitado o contato com a

pele. Em caso de contato cutâneo, deve-se providenciar a imediata

remoção da substância tóxica da pele.

Como preveni-las?

O trabalhador necessita ser adequadamente informado dos fatores

de riscos existentes no espaço confinado e, principalmente,

compreender a natureza desses riscos e como enfrentá-los. Deve

conhecer bem a razão para usar os equipamentos de proteção

individual, os procedimentos de comunicação com o observador

(vigia) e o sistema de resgate em caso de alguma anormalidade.

Trabalhadores sem boas condições físicas e psíquicas não devem

trabalhar nos ambientes confinados.

Que tipo de sequelas a ocorrência de acidentes ou de doenças em espaços confinados pode deixar no trabalhador?

Dependerá do tipo de acidente. Por exemplo, queda de andaimes

ou de escadas utilizadas no interior do espaço confinado pode

causar lesão e sequelas dos ossos e articulações. Traumas

cranianos poderão provocar lesões neurológicas. A asfixia por falta

de oxigênio poderá causar sequelas motoras ou cognitivas.

Um bom sistema de intercomunicação e resgate pode minimizar complicações em espaços confinados?

Sim, é fundamental elaborar um bom sistema de intercomunicação

e resgate. Quanto mais tempo se perder no resgate, maiores serão

as chances de complicações.

Com que frequência se deve fazer os exames médicos nos trabalhadores dessa área?

Dependerá do tipo do local onde trabalham e dos fatores de riscos

presentes. De acordo com a NR 7 - Programa de Controle Médico

(22)

de Saúde Ocupacional, nas atividades consideradas insalubres, a

periodicidade do exame deve ser semestral. Agora é muito

importante o trabalhador ser perguntado sempre que for adentrar

no espaço confinado se está em condições de exercer a atividade.

A aptidão é pontual. No exame periódico, poderá estar apto, mas

o surgimento de uma doença aguda após a realização do exame

incapacitará o trabalhador para o exercício da atividade. Daí a

necessidade de o trabalhador ser perguntado sobre o seu estado

de saúde antes de ingressar no espaço confinado. Essa

sistemática deve ser feita rotineiramente pelo supervisor do

trabalho ou pelo observador (vigia).

Existem vacinas a serem aplicadas nos trabalhadores de espaços confinados?

Os trabalhadores em geral deveriam obrigatoriamente ser

vacinados contra o tétano. Os que forem trabalhar em locais com

material biológico deveriam ser vacinados contra a hepatite A e,

por extensão, contra a hepatite B. Esses também deveriam

receber no início do outono a vacina antigripal. Outras vacinas

dependeriam da realidade epidemiológica da região onde os

trabalhos serão realizados. Por exemplo, aqueles que

necessitarem trabalhar na região onde a febre amarela é endêmica

também deveriam receber a vacina contra essa doença pelo

menos 10 (dez) dias antes de irem para o local de trabalho.

Medidas Técnicas de Prevenção de Acidentes e Sinistros

33.3.1 A gestão de segurança e saúde deve ser planejada, programada, implementada e avaliada, incluindo medidas técnicas de prevenção, medidas administrativas e medidas pessoais e capacitação para trabalho em espaços confinados.

33.3.2 Medidas técnicas de prevenção:

a) identificar, isolar e sinalizar os espaços confinados para evitar a entrada de pessoas não autorizadas;

b) antecipar e reconhecer os riscos nos espaços confinados;

c) proceder à avaliação e controle dos riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos;

(23)

d) prever a implantação de travas, bloqueios, alívio, lacre e etiquetagem;

e) implementar medidas necessárias para eliminação ou controle dos riscos atmosféricos em espaços confinados;

f) avaliar a atmosfera nos espaços confinados, antes da entrada de trabalhadores, para verificar se o seu interior é seguro;

g) manter condições atmosféricas aceitáveis na entrada e durante toda a realização dos trabalhos, monitorando, ventilando, purgando, lavando ou inertizando o espaço confinado;

h) monitorar continuamente a atmosfera nos espaços confinados nas áreas onde os trabalhadores autorizados estiverem desempenhando as suas tarefas, para verificar se as condições de acesso e permanência são seguras;

i) proibir a ventilação com oxigênio puro;

j) testar os equipamentos de medição antes de cada utilização; e

k) utilizar equipamento de leitura direta, intrinsecamente seguro, provido de alarme, calibrado e protegido contra emissões eletromagnéticas ou interferências de radiofrequência.

Os especialistas estimam que 85% dos acidentes envolvendo espaço confinado poderiam ser evitados se no local e/ou na atividade tivessem sido identificados os riscos. Por isso, o empregador deve avaliar a existência de espaços confinados, para que sejam identificados através de sinalização de advertência e barreiras de proteção. - É da responsabilidade do empregador treinar os trabalhadores informando sobre os riscos e mecanismos de controles a serem estabelecidos para a realização de atividades em espaços confinados.

- Muitos acidentes graves ocorrem simplesmente porque os procedimentos internos não previam controles preventivos, entre eles a permissão para trabalho e/ou permissão de entrada com monitoramento das condições ambientais.

(24)

Relacionamos a seguir às principais causas de morte em espaços confinados:

a) Espaço confinado não-reconhecido: O local não é reconhecido e/ou identificado como um espaço confinado;

b) Confiança nos sentidos: Os riscos, às vezes, são imperceptíveis ao sentido natural das pessoas, não se pode ver ou sentir, como, por exemplo, a presença de gases inertes como o nitrogênio e o argônio;

c) Subavaliação dos riscos: As pessoas acreditam que podem entrar e sair do local sem serem afetadas pelos riscos do ambiente, não possuem a percepção da rapidez com que podem ser surpreendidas por uma atmosfera mortal e serem sepultadas vivas; d) Baixa percepção de risco: Duvidam que o acidente aconteça após a entrada no espaço e simplesmente ignoram os procedimentos de segurança;

e) Resgate de pessoas: Muitos socorristas sem treinamento geralmente morrem junto com a vítima nestas situações.

Uma vez identificado e estabelecida a classe (“a”, “b” ou “c”), cada espaço confinado deve receber uma sinalização nos moldes da figura constante no anexo 1 da NR 33. Complementando a sinalização, pode ser acrescido um número de identificação, a classe e a frase “Não Entre sem Permissão do Responsável”.

A antecipação, reconhecimento e análise dos riscos pode ser feita na forma de uma planilha contendo uma matriz para cada equipamento onde constará no mínimo o seguinte:

- Etapa da tarefa ou atividade; - Perigos identificados;

- Causa provável; - Efeito esperado; - Medida de controle.

Na fase de antecipação, reconhecimento, análise e recomendação de controle devem ser previstos os riscos, mecânicos, elétricos, químicos, físicos e ergonômicos. Uma

(25)

forma prática para identificar os riscos de uma atividade em espaços confinados é a divisão de todo o trabalho em grandes blocos, tais como: abertura das bocas de visitas; entrada e inspeção visual; montagem de sistemas de iluminação e andaimes; preparação de soldas para inspeção; inspeção de soldas; correção de defeitos; colocação de material; limpeza; interrupção de atividades; retirada dos materiais e equipamentos; fechamento das bocas de visitas; entrega do serviço.

Para cada bloco ou etapa, devem ser feitas as seguintes perguntas: As pessoas podem: - bater contra algo que cause ferimento?

- ser atingidas por algo que cause ferimento?

- ficar presas dentro, sobre ou entre objetos que causem ferimento? - cair no mesmo nível ou em níveis diferentes?

- entrar em contato com temperaturas extremas – produtos quentes, fogo etc.? - entrar em contato com corrente elétrica?

- Inalar, absorver, engolir substância perigosa – tóxica, irritante, asfixiante? - sofrer sobrecarga muscular ao levantar, abaixar, puxar, empurrar, alcançar?

Para cada resposta “sim” deve ser definida uma ou várias ações de controle. As condições de projeto, das instalações, dos processos e produtos utilizados, bem como as práticas adotadas para o trabalho que está sendo analisado, podem apresentar riscos já evidentes e outros que serão criados em diferentes etapas.

Dentre os riscos mais comuns, atenção especial deve ser dada ao seguinte:

- Solventes utilizados para inspeção ou limpeza, tais como: líquido penetrante, removedor, revelador, solventes de tintas e outros, mesmo em pequenas quantidades, podem evaporar no interior de espaços confinados criando atmosferas tóxicas e/ou inflamáveis;

- Do mesmo modo, tintas e solventes ou gases para corte e solda, quando usados ou deixados dentro de espaços confinados podem evaporar e criar atmosferas tóxicas e/ou explosivas;

(26)

- Ácido Clorídrico, utilizado para limpeza de chapas de aço pode reagir com o Sulfeto de Ferro, presente como resíduo em tanques, por exemplo, liberando Sulfeto de Hidrogênio (H2S), que é um gás altamente tóxico e inflamável;

- Enxofre ou Sulfeto de Hidrogênio, em contato com chapas de ferro pode produzir Sulfeto de Ferro que, quando exposto ao ar, reage com o Oxigênio elevando a temperatura podendo inflamar materiais combustíveis, devendo, portanto, ser mantido coberto com água ou outro meio que impeça o contato com o ar;

- Mangueiras utilizadas para insuflação de ar para dentro de espaços confinados, principalmente para suprimento de equipamento de respiração pessoal, devem ser limpos previamente e testados fora do espaço confinado, uma vez que podem conter resíduos de materiais tóxicos ou asfixiantes remanescentes de utilizações anteriores. Além disso, estas mangueiras devem transitar por locais onde não seja possível a entrada acidental de produtos tóxicos, estrangulamento ou ruptura durante o uso; - O ar utilizado para suprimento de sistemas de proteção respiratória deve ser captado em local onde seja assegurado que o compressor ou ventilador não aspire gases de combustão ou outras substâncias tóxicas ou asfixiantes para as pessoas;

- Equipamentos de proteção respiratória filtrante não asseguram o suprimento de ar, razão pela qual não devem ser utilizados em espaços confinados onde sejam possíveis altas concentrações de contaminantes e/ou deficiência de oxigênio;

- Tanques que permaneceram fechados por muito tempo podem conter baixa concentração de oxigênio, uma vez que o processo de oxidação das chapas metálicas consome o oxigênio na reação com o ferro formando o óxido de ferro;

- Resíduos de matéria orgânica, como açúcares, vinhaça, ou mesmo água bruta com alta carga de resíduos orgânicos, podem desenvolver processos fermentativos que resultam na produção de Metano,(inflamável e asfixiante), Sulfeto de Hidrogênio (tóxico e inflamável) ou Dióxido de Carbono (asfixiante);

- Ácidos fortes em contato com chapas de aço carbono de tanques reagem liberando Hidrogênio que pode ficar acumulado e entrar em combustão durante trabalhos a quente;

- Grande quantidade de pessoas dentro de espaços confinados de dimensões limitadas pode provocar a redução da concentração de oxigênio, devido seu consumo, e a

(27)

elevação da de Dióxido de Carbono, devido a exalação deste gás, decorrente do processo metabólico do organismo das pessoas;

- Insuflação de oxigênio para “melhorar o ar” dentro de espaços confinados pode enriquecer a atmosfera aumentando o potencial de inflamabilidade dos materiais ali presentes, principalmente óleos, tecidos e até os cabelos das pessoas;

- Tanques de armazenamento ou de consumo dos veículos retêm líquidos e gases na camada de óxido de ferro interna e nos poros do metal das chapas e que continuam evaporando e formando misturas explosivas, mesmo após esvaziados. A remoção total dos combustíveis, principalmente os não solúveis em água, como gasolina, diesel e solventes, só é conseguida com a ventilação forçada ou a passagem de vapor saturado por várias horas;

- O uso de válvulas simples, chaves de comando de circuitos elétricos desligados, fusíveis retirados, colocação de etiquetas de advertência, embora aparentemente seguros e muito utilizados, jamais devem ser considerados como bloqueio confiável, uma vez que podem ser operados acidentalmente. O único bloqueio admitido como seguro é a desconexão de tubos ou colocação de flange cega ou raquete, ou ainda válvulas duplas com dreno intermediário com diâmetro igual ao da tubulação bloqueada, e colocação de cadeados individuais em todas as válvulas, chaves, comportas etc.; - Equipamentos e ferramentas manuais com acionamento elétrico devem ser alimentados por circuito com proteção de corrente de fuga do tipo “FI” ou “DR”(ELÉTRICA);

- Atenção especial deve ser dada aos resíduos e efluentes gerados no serviço em questão;

- Por tratar-se de condições especiais, as pessoas que serão empregadas em trabalhos em espaços confinadas devem ser selecionadas por especialista da área médica e receber treinamento específico. Toda a documentação relativa ao controle médico, bem como o treinamento, deve ser conservada por tempo indeterminado;

- Finalmente, deve ser preparado um plano de intervenção para a hipótese de uma falha nas prevenções previstas, notadamente quanto ao socorro de pessoas e combate a incêndio;

Com relação aos sistemas de bloqueio e etiquetagem, previstos no item 33.3.2 acima, é importante destacar que devem ter um mínimo de planejamento para garantir que funcionem. Para tanto é necessário o seguinte:

(28)

- Identificação de todos os pontos de bloqueio que serão necessários para isolamento de cada espaço confinado – válvulas, flanges, chaves, disjuntores, comportas etc; - Análise do modo de falha de cada tipo de bloqueio, previsão e instalação de meios físicos ou implantação de procedimento de trabalho;

- Definição dos tipos e quantidades de cadeados e etiquetas;

- Aquisição dos cadeados e etiquetas, em quantidade para uso inicial mais um percentual para as reposições que ocorrerão ao longo do tempo;

- Preparação dos pontos para instalação dos cadeados em chaves, válvulas, painéis elétricos etc;

- Criação de regra de procedimento para instalação, retirada e/ou violação de cadeados e etiquetas.

Para a avaliação inicial e o monitoramento previstos no item 33.3.2 acima, devem ser especificados e adquiridos instrumentos que possuam aprovação para áreas classificadas e que atinjam níveis de precisão de resposta compatíveis com a necessidade. Como os sensores dos medidores de gases tóxicos, combustíveis e oxigênio sofrem alterações e desgastes ao longo do tempo, devem ser previstas e realizadas calibrações periódicas e aferição anual, com substituição das partes desgastadas. Espaços confinados onde é esperada a variação na concentração de oxigênio, gases tóxicos ou inflamáveis durante o tempo de permanência de pessoas, é indispensável o emprego de monitoradores dotados de sensores específicos e sistema de alarme sonoro, visual e vibratório e que deve ficar preso ao corpo das pessoas que permanecem na posição de maior risco.

Com relação ao monitoramento contínuo, da forma como está redigido o item 33.3.2 “h” acima, parece estar implícito que qualquer espaço confinado exigirá tal providência. Por outro lado, é preciso considerar que, se a análise preliminar de risco e as avaliações feitas antes da emissão da permissão de entrada e trabalho indicarem que não haverá a possibilidade de ocorrer a presença de contaminantes perigosos, vapores inflamáveis e/ou combustíveis, nem deficiência ou excesso de oxigênio, o monitoramento contínuo poderá ser dispensado. Na tabela a seguir é apresentado um roteiro de decisão, em função da classe do espaço.

ITEM CLASSE A CLASSE B CLASSE C

1 Teste de Gás Inicial X X X 2 Monitoramento X O O

(29)

33.3.2.1 Os equipamentos fixos e portáteis, inclusive os de comunicação e de movimentação vertical e horizontal, devem ser adequados aos riscos dos espaços confinados;

33.3.2.2 Em áreas classificadas os equipamentos devem estar certificados ou possuir documento contemplado no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade - INMETRO.

Os equipamentos e instrumentos acionados por corrente elétrica alternada ou contínua, quando aprovados para uso em áreas classificadas, recebem etiquetas ou gravações em seu corpo onde aparecem a Norma de referência, a classe, o grupo e divisão ou zona de risco para a qual foi homologado. Nas tabelas 3 e 4 é ilustrada a comparação entre os organismos mais referenciados internacionalmente (API/NEC3); (ABNT4); (IEC5). Na tabela 3 é ilustrada a classificação feita pelo API/NEC, em função do combustível envolvido na área classificada.

Tabela 3 – Classificação da Área em Função do Combustível Presente (API/NEC)

Classe Grupo Substância

I

A Acetileno

B Hidrogênio, Butadieno, Óxido de Eteno, Óxido de Propileno, Gases Manufaturados contendo mais de 30% em volume de Hidrogênio C Acetaldeido, Éter Dietílico, Eteno, Dimetil Hidrazina, Hidrazina Assimétrica, Ciclopropano, Monóxido de Carbono etc. D Acetona, Acrilonitrila, Amônia, Benzeno, Butano, Butanol, Gasolina, Nafta, Propano, Propanol, Cloreto de Vinila, Metano, Hexano, Gás Natural etc.

II

E Poeiras metálicas combustíveis, independentemente de sua resistividade.

F Poeiras carbonáceas – carvão mineral, hulha ou poeira de coque, que tenha mais de 8% de material volátil total e tendo resistividade entre 102 e 108 .cm

G Poeira combustível, com resistividade superior ou igual a 10em pó, açúcar, goma arábica, celulose, vitamina B1 e C etc. 5 .cm – farinha de trigo, ovo III - Fibras combustíveis – rayon, sisal, juta, fibras de madeira etc.

3 American Petroleum Institute/National Eletrical Code (USA) 4 NBR 5.418 Instalações Elétricas em Atmosferas Explosivas 5 International Eletrotechnical Commission - Norma 60079-10 - Classification of Hazardous Areas

33.3.2.3 As avaliações atmosféricas iniciais devem ser realizadas fora do espaço confinado.

33.3.2.4 Adotar medidas para eliminar ou controlar os riscos de incêndio ou explosão em trabalhos a quente, tais como solda, aquecimento, esmerilhamento, corte ou outros que liberem chama aberta, faíscas ou calor.

(30)

33.3.2.5 Adotar medidas para eliminar ou controlar os riscos de inundação, soterramento, engolfamento, incêndio, choques elétricos, eletricidade estática, queimaduras, quedas, escorregamentos, impactos, esmagamentos, amputações e outros que possam afetar a segurança e saúde dos trabalhadores.

Na fase de antecipação, análise e controle dos riscos, descrita nos comentários

do item 33.3.2 acima já foram descritos os principais riscos e as medidas de

controle. Não devem ser esquecidos os riscos de inundação e soterramento, que

normalmente são negligenciados, em função da maior atenção dedicada aos

demais – incêndio, explosão, intoxicações etc.

Medidas Administrativas de Prevenção de Acidentes e Sinistros

33.3.3 Medidas administrativas:

a) manter cadastro atualizado de todos os espaços confinados, inclusive dos desativados, e respectivos riscos;

b) definir medidas para isolar, sinalizar, controlar ou eliminar os riscos do espaço confinado;

c) manter sinalização permanente junto à entrada do espaço confinado, conforme o Anexo I da presente norma;

d) implementar procedimento para trabalho em espaço confinado;

e) adaptar o modelo de Permissão de Entrada e Trabalho, previsto no Anexo II desta NR, às peculiaridades da empresa e dos seus espaços confinados;

f) preencher, assinar e datar, em três vias, a Permissão de Entrada e Trabalho antes do ingresso de trabalhadores em espaços confinados;

g) possuir um sistema de controle que permita a rastreabilidade da Permissão de Entrada e Trabalho;

h) entregar para um dos trabalhadores autorizados e ao Vigia cópia da Permissão de Entrada e Trabalho;

i) encerrar a Permissão de Entrada e Trabalho quando as operações forem completadas, quando ocorrer uma condição não prevista ou quando houver pausa ou interrupção dos trabalhos;

(31)

j) manter arquivados os procedimentos e Permissões de Entrada e Trabalho por cinco anos;

k) disponibilizar os procedimentos e Permissão de Entrada e Trabalho para o conhecimento dos trabalhadores autorizados, seus representantes e fiscalização do trabalho;

l) designar as pessoas que participarão das operações de entrada, identificando os deveres de cada trabalhador e providenciando a capacitação requerida;

m) estabelecer procedimentos de supervisão dos trabalhos no exterior e no interior dos espaços confinados;

n) assegurar que o acesso ao espaço confinado somente seja iniciado com acompanhamento e autorização de supervisão capacitada;

o) garantir que todos os trabalhadores sejam informados dos riscos e medidas de controle existentes no local de trabalho; e

p) implementar um Programa de Proteção Respiratória de acordo com a análise de risco, considerando o local, a complexidade e o tipo de trabalho a ser desenvolvido.

O Programa de Prevenção de Acidentes em Espaços Confinados deve ser estruturado na forma de um documento onde constarão os objetivos, as atribuições e responsabilidades de cada área e/ou profissional envolvido. Além disso, deve integrar este documento a relação dos espaços confinados com suas respectivas identificações e localizações, classificação e tipo de sinalização. Para cada espaço e tipo de intervenção deve haver um procedimento ou instrução de trabalho prevendo todos os passos para execução, as atribuições e responsabilidades de cada envolvido e meios técnicos de controle.

Como o conteúdo dos procedimentos ou instruções de trabalho deve ser produzido inicialmente, revisado periodicamente e passado formalmente para todos os envolvidos, devem ser geradas cópias de todas as suas versões que ficarão arquivadas pelo prazo de 5 anos após sua geração. O conteúdo de todas as versões dos procedimentos ou instruções de trabalho deve ser passado formalmente aos envolvidos e, como comprovação, devem ser geradas listas de frequência onde constarão o nome do programa, conteúdo, datas de execução, nomes e assinaturas dos instrutores e dos participantes.

(32)

Estas listas devem ser guardadas pelo prazo mínimo de 5 anos, sendo recomendável que este prazo seja indeterminado. Para o caso dos instrumentos de medição e monitoramento, devem ser realizadas calibragens e aferições periódicas e guardados os certificados comprobatórios. Como o subitem “L” acima explicita o termo “capacitação”, é recomendável que todos os trabalhadores que forem treinados respondam um questionário como prova de que compreenderam o assunto transmitido. Também é recomendável que uma cópia deste questionário seja arquivada na empresa no prontuário individual do trabalhador. A permissão de entrada e trabalho deve ser adaptada para a empresa e possuir 3 vias, sendo que uma delas necessariamente ficará no bloco e outra com o executante do trabalho. Antes da execução, todos os campos da permissão devem ser preenchidos e a autorização de execução deve ser feita através da colocação das assinaturas nos campos respectivos. Ao término ou nas interrupções prolongadas do trabalho a permissão deve ser encerrada, com a colocação de assinatura do executante na via do emitente e do emitente na via do executante. O bloco contendo pelo menos 1 das vias das permissões deve ser arquivado na empresa pelo prazo mínimo de 5 anos. E finalmente, conforme previsto no subitem “p” acima, deve ser implementado um programa de proteção respiratória para todos os envolvidos que utilizarão este tipo de proteção. A Instrução Normativa nº 01 pode ser adotada como referência para execução de tal programa.

(33)

33.3.3.1 A Permissão de Entrada e Trabalho é válida somente para cada entrada.

33.3.3.2 Nos estabelecimentos onde houver espaços confinados devem ser observadas, de forma complementar apresente NR, os seguintes atos normativos: NBR 14606 – Postos de Serviço – Entrada em Espaço Confinado; e NBR 14787 – Espaço Confinado – Prevenção de Acidentes, Procedimentos e Medidas de Proteção, bem como suas alterações posteriores.

33.3.3.3 O procedimento para trabalho deve contemplar, no mínimo: objetivo, campo de aplicação, base técnica, responsabilidades, competências, preparação,

(34)

emissão, uso e cancelamento da Permissão de Entrada e Trabalho, capacitação para os trabalhadores, análise de risco e medidas de controle.

33.3.3.4 Os procedimentos para trabalho em espaços confinados e a Permissão de Entrada e Trabalho devem ser avaliados no mínimo uma vez ao ano e revisados sempre que houver alteração dos riscos, com a participação do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT e da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA.

33.3.3.5 Os procedimentos de entrada em espaços confinados devem ser revistos quando da ocorrência de qualquer uma das circunstâncias abaixo:

a) entrada não autorizada num espaço confinado;

b) identificação de riscos não descritos na Permissão de Entrada e Trabalho; c) acidente, incidente ou condição não prevista durante a entrada;

d) qualquer mudança na atividade desenvolvida ou na configuração do espaço confinado;

e) solicitação do SESMT ou da CIPA; e

f) identificação de condição de trabalho mais segura.

A permissão de entrada e trabalho (PET) contém procedimentos escritos de segurança e emergência:

- verificar se as medidas de segurança foram implantadas e se a permissão de entrada e trabalho – pet está assinada pelo supervisor de entrada.

- o trabalhador deve entrar no espaço confinado com uma cópia da permissão de entrada e trabalho

Manter sinalização permanente junto à entrada do espaço confinado, conforme o anexo i da presente norma;

(35)

- a sinalização é importante para informação e alerta quanto aos riscos em espaços confinados.

- o isolamento é necessário para evitar que pessoas não autorizadas se aproximem do espaço confinado.

O supervisor de entrada deve:

(36)

a) emitir a Permissão de Entrada e Trabalho - PET antes do início das atividades; b) executar os testes, conferir os equipamentos e os procedimentos contidos na Permissão de Entrada e Trabalho - PET;

c) assegurar que os serviços de emergência salvamento estejam disponíveis e que os meios para acioná-los estejam operantes;

d) cancelar os procedimentos de entrada e trabalho quando necessário; e

e) encerrar a Permissão de Entrada e Trabalho PET - após o término dos serviços. f) desligar a energia elétrica, trancar com chave ou cadeado e sinalizar quadros elétricos para evitar movimentação acidental de máquinas ou choques elétricos quando o trabalhador autorizado estiver no interior do espaço confinado.

O vigia deve:

a) manter continuamente a contagem precisa do número de trabalhadores autorizados no espaço confinado e assegurar que todos saiam ao término da atividade;

b) permanecer fora do espaço confinado, junto à entrada, em contato permanente com os trabalhadores autorizados;

c) adotar os procedimentos de emergência, acionando a equipe de salvamento, pública ou privada, quando necessário;

d) operar os movimentadores de pessoas; e

e) ordenar o abandono do espaço confinado sempre que reconhecer algum sinal de alarme, perigo, sintoma, queixa, condição proibida, acidente, situação não prevista ou quando não puder desempenhar efetivamente suas tarefas, nem ser substituído por outro vigia.

(37)

Medidas de segurança, testes de ar:

Os testes do ar interno são medições para verificação dos níveis de oxigênio, gases e vapores tóxicos e inflamáveis. Antes que o trabalhador entre em um espaço confinado, o supervisor de entrada deve realizar testes iniciais do Ar interno. Durante as medições, o supervisor de entrada deve estar fora do espaço confinado.

As medições são necessárias para que não ocorram acidentes por asfixia, intoxicação, incêndio ou explosão.

Medidas Pessoais de Prevenção de Acidentes e Sinistros

33.3.4 Medidas Pessoais

33.3.4.1 Todo trabalhador designado para trabalhos em espaços confinados deve ser submetido a exames médicos específicos para a função que irá desempenhar, conforme estabelecem as NRs 07 e 31, incluindo os fatores de riscos psicossociais com a emissão do respectivo Atestado de Saúde Ocupacional - ASO.

Como em toda atividade “industrial”, aplicam-se aqui os critérios previstos nos itens 9.1.3 e 9.3.5.6 da NR 9 – PPRA, ou seja: o Médico Examinador deve receber da área especializada (SESMT ou SESTR) a descrição dos locais de trabalho e dos riscos a que estão ou estarão expostos os trabalhadores.

(38)

Os exames clínicos e complementares devem contemplar o mínimo previsto para cada risco e o ASO deve conter todos os dados especificados na NR 7 e NR 31, ou seja; - nome completo do trabalhador, número de sua identidade e sua função;

- riscos ocupacionais a que está, esteve ou estará exposto;

- indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido e a data em que foram realizados;

- definição de apto ou inapto para a função específica que o trabalhador vai exercer, exerce ou exerceu;

- data, nome, número de inscrição no Conselho Regional de Medicina e assinatura e carimbo do médico que realizou o exame.

A primeira via do ASO deverá ficar arquivada no estabelecimento, à disposição da fiscalização e a segunda será obrigatoriamente entregue ao trabalhador, mediante recibo na primeira via. Além das dosagens que normalmente são feitas como exames complementares, não podem ser esquecidos os riscos ergonômicos e os problemas relacionados a claustrofobia. Como é previsto que as pessoas utilizarão respiradores, parece inevitável que sejam submetidos também a espirometria e demais exames complementares.

33.3.4.2 Capacitar todos os trabalhadores envolvidos, direta ou indiretamente com os espaços confinados, sobre seus direitos, deveres, riscos e medidas de controle, conforme previsto no item 33.3.5.

33.3.4.3 O número de trabalhadores envolvidos na execução dos trabalhos em espaços confinados deve ser determinado conforme a análise de risco.

33.3.4.4 É vedada a realização de qualquer trabalho em espaços confinados de forma individual ou isolada.

Esta regra aplica-se a todo espaço identificado e/ou sinalizado que existir na empresa, mesmo que a entrada seja apenas para simples verificação ou inspeção.

33.3.4.5 O Supervisor de Entrada deve desempenhar as seguintes funções: a) emitir a Permissão de Entrada e Trabalho antes do início das atividades;

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b) executar os testes, conferir os equipamentos e os procedimentos contidos na Permissão de Entrada e Trabalho;

c) assegurar que os serviços de emergência e salvamento estejam disponíveis e que os meios para acioná-los estejam operantes;

d) cancelar os procedimentos de entrada e trabalho quando necessário; e e) encerrar a Permissão de Entrada e Trabalho após o término dos serviços. 33.3.4.6 O Supervisor de Entrada pode desempenhar a função de Vigia.

Estas atribuições devem constar do procedimento ou instruções de trabalho.

33.3.4.7 O Vigia deve desempenhar as seguintes funções:

a) manter continuamente a contagem precisa do número de trabalhadores autorizados no espaço confinado e assegurar que todos saiam ao término da atividade;

b) permanecer fora do espaço confinado, junto à entrada, em contato permanente com os trabalhadores autorizados;

c) adotar os procedimentos de emergência, acionando a equipe de salvamento, pública ou privada, quando necessário;

d) operar os movimentadores de pessoas; e

e) ordenar o abandono do espaço confinado sempre que reconhecer algum sinal de alarme, perigo, sintoma, queixa, condição proibida, acidente, situação não prevista ou quando não puder desempenhar efetivamente suas tarefas, nem ser substituído por outro Vigia.

33.3.4.8 O Vigia não poderá realizar outras tarefas que possam comprometer o dever principal que é o de monitorar e proteger os trabalhadores autorizados;

(40)

33.3.4.9 Cabe ao empregador fornecer e garantir que todos os trabalhadores que adentrarem em espaços confinados disponham de todos os equipamentos para controle de riscos, previstos na Permissão de Entrada e Trabalho.

Na tabela 6 é apresentado um roteiro de decisões contendo os requisitos mínimos em função da classe do espaço confinado.

REQUISITO CLASSE A CLASSE B CLASSE C

1 Permissão Escrita X X X 2 Teste de Gás X X X 3 Monitoramento X O O 4 Exames Médicos X X O 5 Pessoal Treinado X X X 6 Rotulagem e Avisos X X X 7 Preparação: Isolamento, Bloqueio e Etiquetagem X X O Drenagem e Ventilação X X O - Limpeza Interna O O O - Equipamentos e Ferramentas Especiais X X O 8 Procedimentos:- Plano Inicial X X X - Prontidão X X O - Comunicação e Observação X X X - Salvamento X X X - Trabalho X X X 9 EPI e Roupas: - Cabeça O O O - Ouvidos O O O - Mãos O O O - Pés O O O - Corpo O O O - Sistema Respiratório O O - - Cinto de Segurança X X X - Cinto e Corda X O - 10 Meios de Resgate X X X 11 Registros das Condições e Exposição X X -

X = Exigido, O = Definido por Pessoa Qualificada

33.3.4.10 Em caso de existência de Atmosfera Imediatamente Perigosa à Vida ou à Saúde - Atmosfera IPVS –, o espaço confinado somente pode ser adentrado com a utilização de máscara autônoma de demanda com pressão positiva ou com respirador de linha de ar comprimido com cilindro auxiliar para escape.

Para o correto atendimento deste item é necessário, em primeiro lugar, entender o significado de “Atmosfera IPVS”. Conforme a própria definição dada pela NR 33, atmosfera IPVS (Imediatamente Perigosa à Vida ou à Saúde) é qualquer atmosfera que apresente risco imediato à vida ou produza imediato efeito debilitante à saúde.

No Brasil não estão disponíveis valores de concentração de substâncias que caracterizariam uma atmosfera como IPVS. Como referência, pode ser consultada a

(41)

base do NIOSH onde aparece a relação dos valores denominados IDLH – Immediately Dangerous to Life or Health

(http://www.cdc.gov/Niosh/idlh/intridl4.html)

Outra condição que pode caracterizar uma atmosfera como IPVS é a deficiência de oxigênio. Como referência, pode ser consultado o resumo no arquivo Deficiência de Oxigênio. Finalmente, deve ser destacada a exigência de uso de cilindro auxiliar para escape, quando o entrante estiver utilizando respirador com linha de ar. Esta providência visa assegurar que, em caso de ruptura ou bloqueio da mangueira ou qualquer falha no sistema de suprimento de ar, o usuário tenha uma reserva suficiente para deixar o espaço sem risco.

Capacitação para Trabalhos em Espaços Confinados

33.3.5 – Capacitação para trabalhos em espaços confinados

33.3.5.1 É vedada a designação para trabalhos em espaços confinados sem a prévia capacitação do trabalhador.

33.3.5.2 O empregador deve desenvolver e implantar programas de capacitação sempre que ocorrer qualquer das seguintes situações:

a) mudança nos procedimentos, condições ou operações de trabalho; b) algum evento que indique a necessidade de novo treinamento; e

c) quando houver uma razão para acreditar que existam desvios na utilização ou nos procedimentos de entrada nos espaços confinados ou que os conhecimentos não sejam adequados.

33.3.5.3 Todos os trabalhadores autorizados, Vigias e Supervisores de Entrada devem receber capacitação periódica a cada 12 meses, com carga horária mínima de 8 horas. (Alterado pela Portaria MTE n.º 1.409, de 29 de agosto de 2012). 33.3.5.4 A capacitação inicial dos trabalhadores autorizados e Vigias deve ter carga horária mínima de dezesseis horas, ser realizada dentro do horário de trabalho, com conteúdo programático de: (Alterado pela Portaria MTE n.º1.409, de

29 de agosto de 2012).

(42)

b) reconhecimento, avaliação e controle de riscos; c) funcionamento de equipamentos utilizados;

d) procedimentos e utilização da Permissão de Entrada e Trabalho; e e) noções de resgate e primeiros socorros.

33.3.5.5 A capacitação dos Supervisores de Entrada deve ser realizada dentro do horário de trabalho, com conteúdo programático estabelecido no subitem 33.3.5.4, acrescido de:

a) identificação dos espaços confinados;

b) critérios de indicação e uso de equipamentos para controle de riscos; c) conhecimentos sobre práticas seguras em espaços confinados; d) legislação de segurança e saúde no trabalho;

e) programa de proteção respiratória; f) área classificada; e

g) operações de salvamento.

33.3.5.6 Todos os Supervisores de Entrada devem receber capacitação específica, com carga horária mínima de quarenta horas para a capacitação inicial. (Alterado

pela Portaria MTE n.º 1.409, de 29 de agosto de 2012).

33.3.5.7 Os instrutores designados pelo responsável técnico, devem possuir comprovada proficiência no assunto.

33.3.5.8 Ao término do treinamento deve-se emitir um certificado contendo o nome do trabalhador, conteúdo programático, carga horária, a especificação do tipo de trabalho e espaço confinado, data e local de realização do treinamento, com as assinaturas dos instrutores e do responsável técnico.

33.3.5.8.1 Uma cópia do certificado deve ser entregue ao trabalhador e a outra cópia deve ser arquivada na empresa.

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