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CONTRIBUIÇÃO AO ESfJ-'UIlO 1)1\.8 IVIICROPILi\RIAS

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CONTRIBUIÇÃO AO

ESfJ-'UIlO

1)1\.8 IVIICROPILi\RIAS

R. DI PRIMIO

Docente e cbefe (le LabOl'atorio (le Parasitologia.

lliplomado pelo Instituto Oswaldo Cruz do Rio de .Janeiro. Hygienista l)ela Universidade {lo Rio {le Janeiro.

No material constituído de esfregaços de orgãos de diversas especies de aves de An~

gra dos Reis, colhido pelo eminente scien-tista 'Prof. Lauro Travassos, que gentilmen-te e por uma deferencia especial mo cedeu para estudo, tive opportunidade ,de encon-trar diversos exemplares de microfilarias.

Coincidentemente, na occasião dessas pes-quisas, examinei um tatú, encontrando-lhe tambem, no sangue e em alguns orgãos, mui-tos desses parasit{}s.

A descripção dessas especies teve como base o estudo de esfregaços corados pelo methodo de Giemsa. Falt'am, pois, natural-mente, as referencias sobre o estado a fresco dos respectivos embryões e formas adultas. A diversidade dos aspectos morphologicos, das dimensões e disposição das cellulas, das distancias das manchas ou espaços, a ausencia ou presença de bainha e outras particularidades serviram para adescripção das especies aqui incluidas, com o objectivo tão somente de contribuir para o estudo de conjuncto ou de revisão de taes parasitos. A. Carini e J. Maciel, em valiosa contri-buição á hemoparasitologia elos passaros do

Brasil e outros assumptos, descreveram, para só citar o que interessa á questão em apre-ço, embryÕ€s de filarias, 'em diversas espe-cies de aves do nosso paiz, de grande impor-tancia geral e local, porque alguns foram observados no Rio Grande ,do Sul.

S. B. Pessoa e :F'lorianod'e Almeida as-signalaram a invasão dos tecidos de varios orgãos (coração, figado, rins, etc.), pelos embryões de Foleyella vellanlí Trav. 1929, fUarideo cornmumente encontra.do no B1ttO 'lnarinus.

Tive opportunidacle tambem de verificar, na microfilaria do tatú, essa invasão, com maior predominancia de exemplares no fí· gado e nos rins, do que no sangue peri-ph€rico.

Em 1925, Mazza e Anderson descreveram um fHarideo Acantocheylone'lna tat1tsi no peritonoo de um tatú, em Jujuy, na Arg€n-tina e posteriormente em outros generos vi-sinhos destes aminaes, descrevendo tambem os respectivos embryões.

Incluo aqui as microfilarias que encon-trei em um exemplar de Tatus (Tat'tt8) no-ve1ncínct1tS L., com o objectivo anterior-mente referido.

(2)

seguintes distancílls da extremidade cepha· Hca:

lVlicrofilaria do

T

a n a

9

r a s a

y

a c a

(L.), denominada vulgarmente

"sanhas-80".

(fig. 2).

Ao eminente helminthologista Prof. Lauro rrravassoo expresso sincera gratidão pelo material que gentilmente me offereceu e que serviu de base para este trabalho.

Nos esfregaços de differentes orgãos das aves examinad'as, encontrei microfilarias nas seguintes especies, que, com excepção de duas, vão acompanhadas dos respectivos nomes vulgares. O 1.0 O 2.° O 3.° 18fJ. :H~ ·18!J.

Chalospi;w !estivcL (Shaw.) Sahira.

'l'anagr(~sayaca (L.). "Sanhasso".

Progne chalybea (Gm.). Andorinhão de igreja.

Selenidera 1nac~tli1'08t1'is (Licht.). Dor-minhoco.

Phylidor atricapillus (Wied.).

Ponnicivora tel'1'ug'inea (Licht.) J csus.

CMl'mnachael'ís g~tttu,rOs~ts (Desm.). Ren-deira.

'1'ha)nnophil~tsseverus (Licht.).

lVlicrofilaria

da

ChalosjJiza

festi'Z/{l

(Shaw.), conhecida pela denominação de

sahir,él. (fig. 1).

Nas preparações deesfregaços de pulmão, os exemplares eram raros.

Como comprimento medio têm 76 [). e 5,t),5 de largura maxima.

O corpo, desprovido de bainha, é cylin-drico, ora rectilineo, ora ligeiramente sinuo· SO, principalmente na metade posterior.

Ascellulas são polygonaes, d'ispostas em duas ou trescamadas longitudinaes, guar-dando nos dois extremos pequenos inter-valIoso

A extremidade cephalica é regularmente arredondada e a extremidade caudal, mais afilada, é, tambem, arredondada.

'Tem esta microfUaria tres espaços, com as seguintes distancias da extremidade

C10-phalica:

Microülaria

do

Progne

chalybea

(Gm.), vulgarmente denominado:

ando-rinhão de igreja. (fig. 3).

Os diversos exemplares encontrados na preparação, apresentam, em media, de com-primento, 146 [)" e de largura maxima, 7lJ.. O corpo, d'esprovMo de bainha, é cylin-drico, geralmente rectilineo na metade ano terior e curvo na parte posterior.

As cellulas hem distinctas, redondas ou ligeiramente polygonaes, disp'õem-s'e em duas camadas longitudinaes.

Os raros exemplares encontrados nas pre-parações têm como comprimento media 80tJ,

c 5IJ, de largura maxima.

O corpo, desprovldo d'e bainha, é cylindri. co e pouco sinuooo.

As cellulas, polygonaes, bem distinctas, dispõem-se em duas ou tres camad'as linea-res, deixando nos extremos pequenos inter· vallos.

A extremidade cephalica é arredondada. A extremidade caudal é lig€iramente pon· teaguda.

Na parte 'auterior aB cellulas formam co-mo que um canal.

Apresentam essas microfilarias tres espa· ços bem visiveis, guardando, em medIa, as

O 1.° a . O 2.° ,a ....•.. O 3.° a .

ao

[l, 451J, 611J·

(3)

;Jv.Qicrofilaria do

Selenidera

1naculiros-tris (Licht.). (fig. 4).

A extremidade cephalica. é arredondada. A extremidade caudal é afilada, começando esse afilamento, em media, a 40!J. do extre-mo posterior.

Na extremidade cephalica ha um espaço, semelhante ao que se observa na extremi-dade caudal.

Apresenta tres espaços bem nitidios,cujas distancias medias, da extremidade cepha-lica, são:

lVIorphologicamente varia esta especiedas outras aqui descriptas.

Nas preparações de sangue e esfregaços de baço, raros foram os exemplares encon-trados.

Tem 65 [)"em media, de comprimento e 6,p,5 de largura maxima. E', pois, uma mi-crofilaria curta, espessa e em geral recti-linea. Corpo levemente estriado.

As cellulas são pequenas, arredondadas, longitudinaes, dispostas em quatro series lineares, aUingindo os dois extremos. Não ha, pois, espaços terminaes, como em outras aqui consignadas.

Aextremid:ade cephalica é regularmente arredondada.

A extremidade caudal éafilada, começan-do o afilamento no terço posterior.

Tem tres espaços: o primeiro mais ou menos quadrangular; o segundo, o bliquo e o terceiro, oval. Estão esses espaços, dis-tanciados da extremidade cephalica, de ac-cord!o com os seguintes valores:

:Microfilaria do

Phylidor atric,a1pillus

(Wied.). (fig. 5).

Raros foram os exemplares encontrados nas preparações.

'l'êm estes embryões as seguintes dimen-sões : comprimento, em media, 109 [J, e 8!J. de largura maxima.

Não têm bainha. O corpo é cylindrico e espesso.

Apresentam, em geral, curvaturas no ter-ço anterior e no terter-ço posterior, sendo es-tas quasi sempre mais pronunciadas, como na (fig. 5) ou raramente enrolado.

As ceUuIas não têm disposição muito regular.

São umas arredondadas, outras polygo-naes. Deixam nos dois extremos pequenos espaços.

A extremid,ade cephalica é arredondada e a extremidade caudal afina-se regular-mente a contar do terço posterior.

Tres espaços assignalam-se nesta micro-filaria, guardando as seguintes relações com a extremidade cephalica:

O parasito, não muito abundante nas pre-parações, apresenta como media de compri-mento 179 p. e 6,p,5de largura.

O corpo é cylind'1'ico, delgado, ora sinuoso, ora recurvado, tend€ncia essa que s€ obser-va principalmente na extremidade caudal.

A extremidade cephalica é arredondada e a extremidade caudal é afilada.

As cellulas são polygonaes ou

arredou-01.° a 28[J,

O 2.° a. 64[J.

O 3.° a - 9011.

lVIicrofilaria elo

F orlnicivora

ferrugi-ne;(J1

(:Licht.), chamado vulgarmente

J

e-su;s. (figs.

6

e

7).

24 !J. 38tJ, 53[J, O 1.° a . O2.° a . O 3.°

a

.

o

1.° a . O 2.° a . O 3.° a .

(4)

dad'as dispostas geralmente em duas cama· das longitudinaes.

Nas (figs. 6 e 7) nota-se um espaço ni-tido na extremidade anterior.

A extremidade caudal (fig. 6) apresen-ta-se arredondada, com as cellulas até proxi-mo ao extreproxi-mo, emquanto na (fig. 7) hou-ve um retrahimel1to ela columna nuclear e dobramento da extremidad'e caudal.

Tem tres espaçoo, eujas distancias estão em relação á extremidade eephalica, de ae-cordo com üsseguintes valores medios:

o

1.°

a...

44[1,

O 2.° a... 72[1,

O 3.° a 125[1.

l\1icrofilaria ela

Chir01nachaeris

guttu-rosus (Des111.), denominada

vlUilgarmen-te rendeira. (figs.

8

e

9).

Com numero variavel de exemplares, ra· ros em um material procedente de uma ave e numerosüsem outra, tem essa microfi-laria 203!J;, em media, de comprimento e 7 [J. de largura maxima.

Corpo ora sinuoso, principalmente na par-te posterior, ora com duas curvaturas amplas.

Differencia-se morphologieamente de ou-tras, pela bainha, bem visivel na parte pos-terior, (fig. 8) e que na (fig. 9) mostra-se mais nitida, duas vezes dobrada eenro-lada em türno do seu eixo longitudinal.

As cellulas, nem sempre bem distinctas, apresentam-se em duas camadas ou series longitudinaes, deixando na parte anterior um espaçü.

A extremidade cephalica é regularmente arredondada e a extremidade caudal, elegan-temente afilada, tem nos ultimos 30[J., uma meelia de 3[1, ele largura.

Tres espaços assignalam-se nesta especie,

que da extr-emidade cephalica apresentam as seguintes distancias:

01.° a 38[J.

O 2.°

a...

88[J.

O 3.° a ... 136(1.

l\1icrofitaria do

Thmnnophihrs

seven~s

(Licht.). (figs.

10

e

11).

As micrüfilarias encontradas nas prepara· ções eram poucoabunelantes, apresentando como media, 124[lo de comprimento e 5(1. ele largura.

O corpo é cy1indrico, relativamente delga-do, ora sinuoso, ora fortemente recurvado. As cellulas são pequenas, arredondadas, não muito distinctas.

Emquanto se observa um espaço relativa-mente grande, entre a extremidade c€phali-ca e a columna nuclear, na extremidade c€phali- cau-dal nãü se nota, as mais das vezes, intervallo.

A extremidade cephalica é arredondada. A extremidade cauelal, quasi sempre re· curvada, termina em ponta.

Têm tres espaços constantes, com as for-mas indicadas na (fig. 11) cujas distancias medias, em relação com a 'extremidade ce· phalica, sã'Ú:

01.0 a 30[.10

02.° a 44[J.

O 3.° a.. . .. .. 83 [J.

l\JIicrofilaria do

tatú Tatus

(Tatus)

no-vemcinctus (L.).

(fig.

12).

De todas as microfilarias aqui descriptas, é sem duvida esta especie que apresenta as· pecto mais differenciado.

Nas preparações feitas com o sangue o numero de exemplares foi muito menor elo que nos esfregaços de figado e rins, onde se müstraram numerosos.

Têm essesembryões, em media, 220

p.

de comprimento e 8

p.

de largura maxima,

(5)

.Em geral rectas ou sinuosas, são algumas vezes bem curvas.

o

corpoé cylindrico, tendo a extremidad'0 cephalica. arredondada. A extremidade cau-dal é afilada, com bainha excedente, conser-vando nesteestad'o o seu aspecto estriado. Essas estrias apresentam-B,e 'em todo o cor-po, algumas vezes nítidas e observadas nas preparações coradas pelo methodo de Giemsa. As celulas são relativamente grandes;

po-lyg<Hla-es ou arredondadas, disl)Ostas em

se-86

ries lineares, longitudinaes, deixando na €x· tremidad'e cephalica um eSDaço.

Nota-se, as vezes, na parte interna, na ex-tremidade do embryão, uma dilatação.

Os espaços aqui observados são menores ou menos nitidos do que em outras micro-filarias,apesar das suas dimensões relati-vamente grandes. As suas distancias, da extl'emidade cephalica, ,são;

O 1.° .....•• ;8. ••••• 44ll,

O 2.° ... a ... 64{J.

(6)

EXPLICAÇÃO DAS ESTAIVrPAS

ESTAMPA I

Fig.

1

NIicrofilaria da

Chalos/)iza testi'va

(Schaw.)

Fig.

2

M'Ícrofilaria elo

Tanagra sa'j'aca

(L.)

ESTAMPA II

3

Microfilaria do

Progne chalybeoi

(Grn.)

ESTAMPA III

Fig.

4

Microfilaria do

Selenidera 'fnacuHrostris

(Licht.)

ESTAMPA IV

Fig.

5

Microfilaria do

Phylidor atyicapillus

(Wied.)

ESTAMPA V

Fig.

6

Microfilaria elo

Formicivora terruginea

(Lichí.)

ESTAMPA VI

Fig.

7

Nlicrofilaria elo

Fonnicivora terruginea

(Licht.)

ESTAMPA VII

Fig.

8

Microfilaria ela

Chirmnac haeris guttU'rosl/s

(Desm.)

ESTAMPA VIII

Fig.

9

Microfilaria ela

Chiro1'1U1Chaeris gutturoSlfs

(Desrn.)

ESTAMPA IX

Fig. 10

l\1icrofilaria do

Thalnnoph-ilus severus

(Licht.)

ESTAMPA X

Fig. 11

Microfilaria elo

Thal1tnophilus severus

(Licht.)

ESTAMPA XI

(7)

Revista dos de Medicina

EGstarnpa I

Figo. 1

Fig. 2

(8)

Hevista de Medicina

Ii~stampaII

(9)

Estampa IH I (('vista (los N." 22

~

d '

y~/

r/&?

O

50)'-E'íg. 4

(10)

Hevista dos da Faculdade de Medicina Porto Alegre

A11n o XXII 1936 N.o 22

Fig. 5

:nl'. R. di I'ri:mio: Contribuic;áo ao estudo das n1icrofiJarias.

(11)

Estampa V Hevista dos da :F'üculc1ac1e de Medicina

Porto Alegre Anna XXII ~ 193G ~ N." 22

Fig. ()

(12)

1<~aGulclacl(' de :Meclíeina Alegre 1nG N." 22 Fig. 7 fi~starnpa VI

]~

(13)

Revista elos Cursos ela Faculdade de Medicina ele l'orto Alegre

Anno XXII - 19:)r; - N.o 22

Estampa VII

Fig. 8

(14)

Hevista dos Cursos da de Porto Armo XXTI - >

~r

f

de Medicina Fig. 9 Estampa VII]

(15)

nlierofilarlas-Hevista dos Cursos da Faculdade de Medicina de Porto Alegre

Anna XXII 1936 N.o 22

Fig. 10

Dl'. R. (li Pl'bllio: Contribuição ao estudo das microfilarias.

(16)

Hevista dos Anno de Medicina N.o 22

o

1<'ig. lJ

(17)

Ilevista dos Cursos da de Porto Anna XXII 193(; de Medicina N.O 22 Estampa Xl Fig. 12

Referências

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